Este cartoon intitula-se “Global Warming”, é da autoria de Felipe Galindo e ganhou o 2º prémio da 14ª edição do Porto Cartoon, em 2012, integrado na categoria “Ricos, Pobres, Indignados”. O cartoon é dominado pelo branco e pelo azul. Ao fundo, podemos observar vários bocados de gelo a derreterem. Em primeiro plano, encontramos quatro ursos polares (três ursos bebés e um urso adulto) num pequeno espaço de gelo. Ainda no primeiro plano, observamos uma lata de tinta preta, e a mãe, com um pincel, pinta os ursos polares bebés de maneira a ficarem parecidos com pandas. Os bocados de gelo a derreterem ao fundo representam o degelo dos glaciares a que se assiste atualmente devido ao aquecimento global. Devido a esse degelo, os quatro ursos polares presentes no primeiro plano da figura estão apenas num pequeno espaço de gelo. O branco e o azul predominantes no cartoon simbolizam a paz, o amor e a harmonia. Contudo, o urso polar adulto pinta os ursos bébés com tinta de cor preta que simboliza, por contraste, a tristeza e dor com que esta espécie de animais vai ter que lidar devido ao aquecimento global. O urso adulto está a pintar os outros ursos de maneira a assemelharem-se a pandas porque, na realidade, se eles quiserem sobreviver às mudanças climáticas, vão ter de se adaptar a elas, e os pandas é que estão habituados ao calor. Este cartoon tem duas funções. A função critica, porque denuncia os efeitos da ação humana que vão originar um aquecimento global e, consequentemente, o degelo dos glaciares, e também tem a função argumentativa, porque usa como argumento o degelo dos glaciares e as consequências para os ursos polares do degelo desses glaciares de forma a tentar levar as pessoas a mudarem o seu estilo de vida e a tornarem-se mais amigas do ambiente. O cartoon sugere-nos a reflexão sobre as consequências do aquecimento global que são de extrema gravidade para o ambiente e para o Homem. O Homem é a grande causa do aquecimento global a que assistimos, porque é ele que, principalmente desde a revolução industrial, começou a emitir gases de efeito de estufa para a atmosfera em grandes quantidades. Atualmente, já se tenta diminuir essa emissão através das energias renováveis; contudo, essa solução ainda não foi suficientemente implementada, devido também aos custos envolvidos. Por isso, continua-se a lançar quantidades enormes de gases de efeito de estufa para a atmosfera. Devemo-nos, com efeito, empenhar mais em mudar esta situção, porque assistimos já a consequências desse aquecimento do planeta e vamos continuar a assistir a médio e longo prazo. Devido ao aquecimento do planeta, muitos glaciares estão a derreter de uma forma muito rápida. Estes glaciares são o habitat de muitas espécias e, como eles estão a desaparecer, algumas espécies animais também estão, contribuindo isso para a perda da biodiversidade do nosso planeta. A região polar do norte (ártico) perdeu, nas últimas décadas do século XX, cerca de 40% das suas calotes de gelo e a sua espessura diminuiu cerca de 10%. Como consequência, houve uma modificação dos habitats de algumas espécies animais e vegetais. Cerca de 20 a 30% das espécies animais e vegetais correm, na realidade, risco de extinção se o aumento da temperatua global exceder os valores entre 1.5 e 2.5 º C. As consequências do aquecimento global vão também, inevitavelmente, afetar o ser humano, porque, devido ao degelo dos glaciares, vai haver um aumento do nível médio das águas do mar e, por isso, a orla costeira dos países onde geralmente se concentram a maior parte das atividades económicas poderá estar em risco. Ao longo do último século, as águas do mar subiram por entre 10 e 25 cm, provocando a inundação de terras baixas e aumentando a erosão costeira. Prevê-se que esta subida atinja cerca de 88cm em 2100. Se tal acontecer, na Europa, cerca de 70 milhões de habitantes podem estar em risco. Concluindo, este cartoon sugere-nos uma reflexão séria, porque as consequências dos nossos atos não se vão repercutir apenas nos outros mas também em nós. Rodrigo Braga (11.º F)