re232015 – aula de campo para o ensino de geografia

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AULA DE CAMPO PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA
Apresentação: Relato de Experiência
Ângela Kerley Pereira Lima1
Introdução
Este relato tem como objetivo principal compartilhar uma das experiências vivenciadas com
o ensino de Geografia no IF Sertão Pernambucano, Campus Salgueiro. A experiência trata-se da
Aula de Campo (AC) ocorrida em 2014 na Chapada do Araripe entre os municípios de Crato,
Santana do Cariri e Nova Olinda, todos localizados no Estado do Ceará. Acredita-se que a AC é
uma metodologia interdisciplinar da qual deverá ser executada em etapas pré-campo, no campo e
pós-campo. Esta metodologia é fundamental à dialética enquanto percepção espacial e construção
do conhecimento crítico do aluno. Conforme Matheus (2007, p. 143), “[...] a atividade de campo
passa a ser um momento de construir e compartilhar o novo com o aluno e de aproximar o
conhecimento teórico, lógico, ao experimental, ao empírico[...]”. AC na disciplina de Geografia
está além de expedições espaciais, é uma forma de apreensão da realidade atual percebida ao longo
do tempo envolvendo elementos físicos, culturais, políticos, econômicos e sociais do espaço.
Relato de Experiência
Sabe-se que a disciplina de Geografia ainda é vista como uma disciplina desinteressante
porque na maioria de suas abordagens teóricas não se faz interconexões com o cotidiano do aluno
ou as dinâmicas da atualidade. Com isto, surgiu o seguinte questionamento: quais contribuições
para o ensino-aprendizagem em Geografia a AC proporcionará? Diante desta colocação analisou-se
que na prática da AC pode-se realizar as seguintes técnicas: observação direta, entrevista, registro
de áudio, vídeo, fotografias, levantamentos de dados, notas de campo, relatório e debates. Uma
múltipla utilização de técnicas que enriquecem, sobretudo, o processo de articulação do
conhecimento, pois a percepção é uma construção dos sentidos. O conteúdo discutido em sala de
aula, “Sustentabilidade na contramão do modo de produção capitalista”, com as turmas do 4º ano do
ensino médio técnico os cursos de edificações e agropecuária foi a base teórica de discussão antes,
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Licenciada em Geografia pela Universidade Regional do Cariri-URCA; Mestre em Desenvolvimento Regional
Sustentável pela Universidade Federal do Cariri-UFCA; Professora substituta do IF Sertão Pernambucano e do curso de
licenciatura em Geografia da FACHUSC; [email protected].
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no campo e pós campo. O local escolhido à AC foi a Chapada do Araripe, parte concentrada no
Estado do Ceará.
Imagem 1: Momento de observação e registros em campo. Fonte: Próprio autor, 2014
A área concentra sítios arqueológicos, fontes de água e geoparques com nove geossítios. A
área também é explorada com a extração de madeira pelas empresas de Cerâmicas e extrativismo
mineral e vegetal. A aula foi planejada a partir deste contexto geoambiental e econômico e se
desenvolveu em três etapas: planejamento prévio, o campo e avalição participativa.
O planejamento prévio foi a etapa para elaboração dos conceitos a serem abordados,
delimitação da área a ser visitada no campo e apresentação destes pontos aos alunos. O campo foi o
momento exploratório, analítico e de confronto para os alunos; momento de estarem em contato
com o objeto de estudo externo, outrora conhecido teoricamente, levando-os ao processo
associativo ou comparativo à construção do conhecimento. O fim da etapa de campo foi o começo
para a estruturação do conhecimento do aluno – avaliação participativa – quando o aluno já tendo
em mãos seu próprio material teórico: o conhecimento prévio do recorte espacial, suas notas de
campo e registros audiovisuais, iniciou a construção teórica acerca do objeto de estudo (área
visitada) e sua problemática, produzindo um relatório que foi apresentado e discutido em sala de
aula.
Considerações
A experiência da AC além de mostrar-se estimulante para o ensino e aprendizagem em
Geografia gera ampliação do conhecimento, proporciona por meio de um processo analítico a
fundamentação do conhecimento real, cria um campo discursivo interdisciplinar e, sobretudo,
amplia o conhecimento do aluno com outras formas de práticas espaciais.
Referências
MATHEUS, Elizabeth Helena Coimbra. O Que Há Por Trás de uma panela? Uma atividade de
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campo como trajetória a um olhar geográfico. In: REGO, Nelson; CASTROGIOVANNI, Antonio
Carlos; KAERCHER, Nestor André (Org.) Geografia. Práticas pedagógicas para o ensino médio.
Porto Alegre: Artmed, 2007.