COMPARAÇÃO DA AÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E DE PEROXIDASE ISOLADA NA DESCOLORAÇÃO DE EFLUENTES TÊXTEIS Autor(es) FRANCIELI TAINÁ SPERANDIO Orientador(es) ANA CÉLIA RUGGIERO Apoio Financeiro FAPIC/UNIMEP Resumo Simplificado O impacto ambiental que o despejo de líquidos das indústrias provoca no meio ambiente é devastador para a fauna e flora aquática, uma vez que tais efluentes possuem alta carga orgânica e forte coloração afetando diretamente o meio em que é descartado, provocando mortandade de diversas formas de vida. A água contaminada afeta o cotidiano provocando a inviabilidade de determinados pontos de água potável, sendo eles rios ou córregos nos arredores das indústrias. Diante da crise hídrica vivida atualmente este fator é determinante para se desenvolver alternativas viáveis para o tratamento e reaproveitamento da água. Infelizmente, os processos de tratamento desses efluentes tem alto custo para as indústrias, de modo que a utilização de processos alternativos, eficientes e de baixo custo, trará altos benefícios socioambientais. Um dos métodos alternativos utiliza enzimas devido a sua eficiência e especificidade como catalisadores. Enzimas oxirredutases e peroxidases apresentam atividade no tratamento de resíduos podendo catalisar a transformação ou a degradação de corantes sintéticos, com estruturas fenólicas. A facilidade na obtenção de extratos vegetais contendo essas enzimas, com um baixo custo e alta eficiência, se constitui em uma das alternativas mais viáveis. Vegetais como o nabo (Brassica campestre) é uma das fontes de peroxidases. As peroxidases de vegetais são heme peroxidases com um átomo de ferro centralizado no grupo protoporfirina IX (grupo heme), sendo este o sítio catalítico. Dessa forma, o objetivo desse projeto foi comparar a atividade do extrato bruto de nabo na descoloração de corantes com a enzima peroxidase isolada. Utilizou-se a enzima Horseradish Peroxidase (HRP) a 0,4 ?M e comparou-se sua atividade com a extrato de nabo, na descoloração do corante índigo blue, o principal componente das águas residuais de tingimento. Avaliou-se também a atividade do extrato bruto de nabo na descoloração da água de lavagem do tecido tingido. Na avaliação da descoloração utilizou-se a espectrofotometria. Em todos os experimentos a temperatura de incubação foi de 30°C e avaliou-se a decomposição do corante por 240 minutos, com retiradas de alíquotas para a análise a cada 60 minutos. O resultado obtido com o extrato bruto na descoloração da água residual, foi de cerca de 20%. Com o corante índigo isolado os resultados obtidos foram maiores, chegando a cerca de 60% de descoloração, enquanto que para a enzima HRP isolado, os valores obtidos chegaram também a cerca de 20%. As enzimas isoladas apresentam alto custo, devido a dificuldade de purificação. Dessa forma, como o extrato vegetal apresentou atividade significativamente maior, torna-se viável a sua utilização. O extrato vegetal apresentou atividade significativa e devido ao seu baixo custo e facilidade de obtenção torna-se uma alternativa para a descoloração de efluentes, podendo ser utilizado como coadjuvante no tratamento dos resíduos provenientes da indústria têxtil.