MINISTÉRIO DA SAÚDE INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER/CONPREV SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE / FUNDAÇÃO ONCOCENTRO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE / PRO-AIM FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO / DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA REGISTROS DE CÂNCER NO BRASIL E SUA HISTÓRIA SÃO PAULO, BRASIL 2005 MINISTÉRIO DA SAÚDE INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER/CONPREV SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE / FUNDAÇÃO ONCOCENTRO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE / PRO-AIM FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO / DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA REGISTROS DE CÂNCER NO BRASIL E SUA HISTÓRIA ANTONIO PEDRO MIRRA SÃO PAULO, BRASIL 2005 Ministério da Saúde Ministro Humberto Costa Instituto Nacional do Câncer Diretor José Gomes Temporão Coordenação Nacional de Prevenção e Vigilância de Câncer Coordenador Gulnar Azevedo e Silva Mendonça Secretaria de Estado da Saúde Secretário Luiz Roberto Barradas Barata Secretaria Municipal da Saúde Secretária Maria Cristina Faria da Silva Cury Fundação Oncocentro de São Paulo Presidente Edmur Flávio Pastorelo Fundação SEADE Diretora Executiva Felícia Reisher Madeira PRO-AIM Coordenadora Técnica Margarida Maria Tenório de Azevedo Lira Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Diretor Aristides Almeida Rocha Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP Chefe Chester Luiz Galvão César Impresso na: TOMGRAF EDITORA IND. GRÁFICA LTDA. Rua Matias Arrudão, 90 – Freguesia do Ó CEP: 02811-070 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3975-9661 – Fax.: (11) 3975-6317 E-mail: [email protected] Impresso no Brasil Tiragem: 400 REGISTRO DE CÂNCER DE SÃO PAULO FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA GRUPO EXECUTIVO Coordenador Antonio Pedro Mirra Supervisores Maria Rita de Cássia Gomes dos Santos Maria Lucinda Telles Mascaro (codificador) Registradores Ângela Cristina Lipparelli Cleide Maria Bezerra Monteiro de Castro Eglair Longo Flora Regina de Freitas Iole Luiza Cipriana Nieri Ivani Márcia Fedoryszyn Léa Fernandes da Silva Soares Rosangela de Freitas Nascimento Digitadores Aryane Simon Verdugo Deise Aparecida Mardegan Vivian de Almeida Moreira Analista de Sistemas Donaldo Botelho Veneziano ASSESSORIA CIENTÍFICA Carlos Marigo (Anatomia Patológica) João Paulo Aché de Freitas (Anatomia Patológica) José Maria Pacheco de Souza (Epidemiologia) Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre (Epidemiologia) Maria Lúcia Lebrão (Estatística de Saúde) Ruy Laurenti (Estatística de Saúde) Sabina Léa Davidson Gotlieb (Estatística de Saúde) Esta publicação foi possivel graças aos recursos financeiros advindos dos convênios nº 88/02 –TA nº 005/2002 ( Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo) e nº 014/2003 SMS.G (Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo) Endereço: Avenida Dr.Arnaldo, 715 – 1º andar CEP – 01246-904 São Paulo – SP , Brasil Tel/Fax: (11) 3066-7799 Site: www.fsp.usp.br/rcsp E-mail: [email protected] [email protected] REGISTROS DE CÂNCER NO BRASIL E SUA HISTÓRIA A preocupação de se conhecer a extensão da mortalidade e incidência do câncer no Brasil data de muitos anos. O Brasil-Médico, no ano de 1904, publicou trabalho “Freqüência do câncer no Brasil”, assinado por Sodré. Esta publicação, abrangendo o período de 1894 a 1898, procurou relacionar o clima com uma maior presença do câncer no extremo sul do país e a predominância do câncer uterino. É conhecido como a primeira manifestação a respeito do assunto no âmbito científico e acadêmico brasileiro. As primeiras publicações oficiais de mortalidade por câncer, pelo então Ministério de Educação e Saúde, datam de 1944, contendo dados referentes ao período de 1929 a 1932, das capitais do estado e constam do Anuário de Bioestatística. No Estado de São Paulo, pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), os dados de mortalidade por câncer estão presentes, a partir de 1898, no Anuário Estatístico do Estado de São Paulo, no início, denominado Relatório e Resumo Anual. Outros Estados da Federação têm, também, publicações semelhantes a respeito dessa mortalidade. Inicialmente, foram predominantes as publicações sobre mortalidade por câncer (tendo como fonte registros de mortalidade), abrangendo estudos globais e de localizações tumorais, para as várias regiões do Brasil. A razão é uma maior disponibilidade do instrumento de informação – atestados médicos de óbito - que, em 1975, foi adotado um formulário padrão (declaração de óbito), implantado no ano seguinte. No ano de 1976, através de convênio firmado entre o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e Universidade de São Paulo, foi criado o Centro Brasileiro de Classificação de Doenças em Português (atualmente denominado Centro Colaborador da OMS para a Família de Classificações Internacionais), sob a direção de Ruy Laurenti, sediado no Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Este tem atuado, ativamente, em promover a implantação de normas, visando a melhoria da qualidade dos dados existentes nas declarações de óbito em todo Brasil e paises de língua portuguesa. 1 O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer (INCA), publicou em 2002, Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil 1979-1999, com dados referentes a todas as Unidades e Distrito Federal do país. A partir da década de 1940, publicações referentes a casuísticas hospitalares de câncer surgiram em Belém, Curitiba, João Pessoa, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Ribeirão Preto.. Entretanto, os registros hospitalares de câncer, propriamente ditos, surgiram a partir de 1980, sendo o primeiro deles organizado pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina - Botucatu (1980-1989), que acrescidos dos estruturados pelo Centro Infantil de Investigação Hematológica Dr. Domingos A. Boldrini - Campinas (1991-1993), Conjunto Hospitalar-Sorocaba (1991-1993), Hospital Amaral Carvalho – Jaú (1990), Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina - Marilia (1991), Hospital São Judas Tadeu – Barretos (1990-1993), Hospital do Servidor Publico Estadual – São Paulo (1991), Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho – São Paulo (1991-1993), Instituto Brasileiro de Controle do Câncer – São Paulo (1991-1993), Santa Casa de Misericórdia – Hospital Dr. Aristóteles de Oliveira Martins – Presidente Prudente (1991) e Sociedade Portuguesa de Beneficência – Hospital Imaculada Conceição – Ribeirão Preto (1991-1993), cujos dados vieram a constar da primeira publicação “Registro Hospitalar de Câncer”, pela Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), em 1996. Em 2000, a FOSP publicou seu segundo relatório sobre registros hospitalares de câncer, constando os dados do ano de 2000, referentes a 50 hospitais, muitos como Centros de Alta Complexidade em Câncer: Associação Fornecedores de Cana – Piracicaba, Associação Casa Fonte da Vida – Hospital São Francisco – Jacareí, Associação Hospitalar de Bauru, Centro Infantil de Investigação Hematológica Dr. Domingos A. Boldrini – Campinas, CAISM – UNICAMP – Campinas, Casa de Saúde Santa Marcelina - São Paulo, Centro de Referência de Saúde da Mulher – São Paulo, Conjunto Hospitalar - Sorocaba, Escola Paulista de Medicina – São Paulo, Fundação ABC – Hospital Universitário – Santo André, Fundação Faculdade de Medicina – USP – São Paulo, Fundação Padre Albino – Catanduva, Fundação Pio XII – Barretos, Fundação Sobeccan – Ribeirão Preto, Hospital A.C. Camargo – São Paulo, Hospitala Amaral Carvalho – Jaú, Hospital Brigadeiro – São Paulo, Hospital de Caridade São Vicente de Paula – Jundiaí, Hospital de Clínicas - Marilia, 2 Hospital de Clínicas - Ribeirão Preto, Hospital de Clínicas – UNESP – Botucatu, Hospital Heliópolis – São Paulo, Hospital Infantil Darcy Vargas – São Paulo, Hospital Ipiranga – São Paulo, Hospital Santa Isabel – Taubaté, Hospital Universitário Faculdade de Medicina – São José do Rio Preto, Hospital Universitário São Francisco – Bragança Paulista, IAMSPE – Hospital do Servidor Publico Estadual – São Paulo, Instituto Brasileiro de Controle do Câncer – São Paulo, Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – São Paulo, Instituto Santa Lydia – Ribeirão Preto, Obra da Ação Social Pio XII – São José dos Campos, Real Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência – São Paulo, Santa Casa – Faculdade de Medicina – São Paulo, Santa Casa - Araçatuba, Santa Casa - Araraquara, Santa Casa - Araras, Santa Casa - Avaré, Santa Casa - Franca, Santa Casa - Limeira, Santa Casa - Marília, Santa Casa - Piracicaba, Santa de Casa - Presidente Prudente, Santa Casa Ribeirão Preto, Santa Casa - São José do Rio Preto, Santa Casa - São José dos Campos, Santa Casa - Santos, Santa Casa - São Carlos, Sociedade Portuguesa de Beneficência – Santos e Sociedade Portuguesa de Beneficência – Ribeirão Preto. Atualmente a FOSP tem incluído, no seu Registro Hospitalar de Câncer, 60 unidades. Outras publicações realizadas pela FOSP foram: Mortalidade por Câncer no Estado de São Paulo (1988-1998), Habilitação em Câncer da Cabeça e Pescoço (1974-2000) e Mortalidade por Câncer no Estado de São Paulo: Tendência Temporal e Características Regionais (1987-2003). A atual Fundação de Oncologia de São Paulo – FOSP foi instituída pela lei nº195, de 25.04.1974 e pelo decreto lei nº4182 de 08.08.1974, com o nome inicial de Fundação Centro de Pesquisas de Oncologia, que tinha entre seus objetivos registrar os casos de câncer e empreender estudos epidemiológicos. Esta Fundação entre suas atividades, em 1976, estruturou um programa para detecção do câncer ginecológico na periferia da cidade de São Paulo, Zona Leste. O Instituto Nacional do Câncer, Rio de Janeiro, teve a sua primeira publicação sobre registros de base hospitalar em 1993, com dados do seu Hospital do Câncer, Hospital Araujo Jorge, Hospital Aristides Maltez, Hospital Erasto Gaertner e Instituto Ofir Loiola, referentes ao ano de 1990. Em 2004, nova publicação incluiu três unidades, correspondente ao período de 1994-1998: Unidade I – Hospital do Câncer, Unidade II – Hospital de Oncologia e Unidade III – Hospital Luiza Gomes de Lemos. Anteriormente, o Serviço 3 Nacional de Câncer publicou, em 1970, um levantamento estatístico de casos de câncer do ano de 1968, fornecidos por 27 entidades filiadas à Campanha Nacional Contra o Câncer (CNCC). Outros registros hospitalares de câncer foram organizados em outras regiões do país: Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer (1997-2001), Hospital Erasto Gaertner (1990-1999), Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – Hospital Santa Rita (1992-1993), Centro de Pesquisa Oncológica de Santa Catarina – CEPON/Alfredo Daura (1996-1997), Hospital Aristides Maltez – Salvador (1989-1994), Hospital do Combate ao Câncer - Goiás – Hospital Araújo Jorge (1990-1991), Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado de Amazonas (1999-2000), Instituto Ofir Loiola – Belém (1991-1994), Fundação Antonio Jorge Dino – São Luiz (1993-1996), Instituto de Câncer do Ceará (1992-1996). No Estado de São Paulo houve publicações personalizadas pelas instituições Fundação Pio XII (1989-1999) e Hospital A.C. Camargo (1994). Os registros de câncer de base populacional, que são sistemas de informações em saúde, permitem a coleta, classificação e análise de todos os novos casos de câncer diagnosticados, a partir de uma data determinada, pertencentes a uma população de tamanho e características conhecidas e de uma área geográfica bem delimitada. São essenciais para os estudos epidemiológicos em câncer. As primeiras idéias para a criação desses registros de câncer, entre nós, surgiram em 1956, quando Antonio Pedro Mirra (cirurgião do Hospital A.C. Camargo), através de uma bolsa de estudos do Governos Francês, para o Institut Gustave Roussy – Villejuif, França, teve a oportunidade de conhecer os trabalhos que estavam sendo realizados pela “Section du Cancer – Institut National d’Hygiene” da França (direção do Prof. P.F. Denoix), com a pesquisa “Technique et Fonctionement de l’Enquete Permanente du Cancer”, na região de Loir-et-Cher (França). Neste mesmo ano, foi levado à direção da Associação Paulista de Combate ao Câncer (atual Fundação Antonio Prudente) um plano para início de um Registro de Câncer em São Paulo, que, embora ciente da importância do projeto, por razões financeiras da instituição, não foi possível levar avante a idéia. 4 Em 1957, igualmente, Adonis R L de Carvalho, após estágio no M D Anderson Center, Houston, EUA, procurou levar avante projeto idêntico em Pernambuco, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, porém, não foi possível efetivá-lo. Em 1958, decorridos dois anos da primeira iniciativa, Antonio Pedro Mirra entrou em contato com a Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo, através do Departamento de Epidemiologia e Profilaxia Gerais, para que o Registro fosse patrocinado por esta Unidade da USP, em razão de que tal iniciativa seria um primeiro passo para o início dos estudos epidemiológicos do câncer em São Paulo, o que também se enquadrava nos objetivos daquele departamento. A idéia foi bem aceita pelos professores A. L. Ayrosa Galvão (Departamento de Epidemiologia e Profilaxia Gerais), Rodolpho Mascarenhas e Reinaldo Ramos (Departamento de Técnica e Saúde Pública ) e planos foram feitos para início do empreendimento. O entrave financeiro e a falta de pessoal disponível, mais uma vez, impediram a concretização desse projeto. Em 1961, nova tentativa foi feita, junto à Municipalidade de São Paulo, obtendo-se ajuda financeira, aprovada pela Douta Câmara Municipal, mas vetada pelo Senhor Prefeito. No ano seguinte, 1962, retomou-se o plano e havendo condições mais favoráveis, permitidas pela Associação Paulista de Combate ao Câncer, o Serviço de Registro Geral de Câncer, em São Paulo, teve seu inicio em 1963. No contato com as varias organizações cientificas e médicas da Capital, na fase preparatória para o lançamento do Registro, houve a oportunidade de encontrar, por parte do Departamento de Estatística da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP (Profa. Elza Berquò), um maior interesse pelo plano, pois, um de seus membros, Maria Lucila Milanesi, havia retornado recentemente do Chile, após um demorado estágio no Registro de Câncer, sob a direção do Dr. Juan Moroder. Houve então, um trabalho conjunto, pois os objetivos perseguidos eram os mesmos. A essa tarefa juntou-se Massaki Udihara, diretor do Departamento Técnico – Social do Hospital A.C. Camargo, que emprestou sua colaboração na organização do Registro e na fase preparatória da implantação. Uma vez estruturado, o Registro de Câncer de São Paulo iniciou suas atividades em 1º de Janeiro em 1963, sendo, portanto, o primeiro Registro de Câncer de Base Populacional implantado no Brasil. Essa experiência, que durou três anos, teve 5 características de inquérito piloto, mostrou que havia a possibilidade de se implantar um registro de câncer em São Paulo, desde que sob patrocínio oficial. Em Salvador - BA, o patologista AM Silvany Filho fez tentativas de coletas de dados em 1962 e 1964, entretanto, sem resultados. Publicações personalizadas foram feitas por alguns registros: em São Paulo: 1971 – Inquérito Piloto 1963-1965 1975 – Incidência do Câncer no Município de São Paulo 1969 1985 – Incidência de Câncer no Município de São Paulo 1969 – 1973-1978 1987 – Mortalidade do Câncer em São Paulo 1969-1973-1978 1999 – Incidência do Câncer no Município de São Paulo, Brasil 1983-19981993. Tendência no período 1969-1993 2001 – Incidência do Câncer no Município de São Paulo, Brasil 1997-1998 Mortalidade de Câncer no Município de São Paulo, Brasil. Tendência no período 1969-1998 2003 – Aspectos Epidemiológicos do Câncer no Município de São Paulo Fatores de Riscos 2004 – Incidência, Mortalidade e Sobrevida do Câncer da Infância no Município de São Paulo em Recife: 1986 – Incidência de Câncer no Município de Recife, Brasil 1967-1979 em Belém: 1991 – Câncer na Área Metropolitana de Belém, Pará 1987 1992 – Câncer em Belém do Pará, Amazônia – Brasil. Dados de 1988 1996 – Câncer em Belém do Pará, Amazônia – Brasil. Incidência / Mortalidade 1989-1991 em Campinas: 1994 – Morbidade por Câncer em Campinas 1991-1993 1997 – Dados de Incidência 1991-1995 2001 – Análise de Sobrevivência para o RCBP de Campinas em Curitiba: 1994 – Dados dos Laboratórios de Curitiba, Paraná, período de 1988 a 1992 no Distrito Federal: 2001 – Câncer no Distrito Federal. Tendências da Mortalidade 1979-1998 e Incidência 1996 em Fortaleza: 1980 – Taxas de Mortalidade Padronizadas por Câncer, segundo sexo, nas capitais brasileiras, 1979 em Goiânia: 1990 – Relatório de Incidência de Câncer, 1988 1995 – Câncer em Goiânia: Incidência e Mortalidade, 1988-1993 2000 – Tumores na Infância: Tendência e Análise Sobrevida em Goiânia 19891996 2000 – Câncer em Goiânia. Tendências 1988-1997 6 em João Pessoa: 1972 – Dados de Incidência de Câncer de 1971 1976 – Dados de Incidência de Câncer de 1975 em Maceió: 1973 – Dados de Incidência de 1972 1975 – Dados de Incidência de 1974 em Manaus: 2002 – Câncer. Dados de 1999 O câncer por lei federal nº49974, de 21.01.1961, foi considerado como moléstia de notificação compulsória, porém, foi excluída, alguns anos após. Entre os incentivos para o início dos estudos de epidemiologia do câncer, devem ser lembrados os cancerologistas Antonio Prudente, Jorge Marsillac e A. Scorzelli Junior, que desde a década de 1960, batalharam para o desenvolvimento da chamada Patologia Geográfica do Câncer, precursora da epidemiologia do câncer. O interesse do Ministério da Saúde pelos registros de câncer surgiu, na década de 60, na administração dos diretores da Divisão Nacional de Câncer, Moacyr Santos Silva (1964) e Adayr Eiras de Araujo (1967). Os seguintes Registros de Câncer, inicialmente, foram criados no Brasil: Década de 60 Serviço de Registro de Câncer de São Paulo – 1963/1965 Registro Brasileiro de Tumores de Infância – 1967/1969 Registro de Câncer de Recife – 1967/1981 Registro de Câncer de São Paulo – 1969 até a presente data Década de 70 Registro de Câncer do Rio de Janeiro – 1970/1971 Registro de Câncer de Fortaleza – 1971/1980 Registro de Câncer da Paraíba – 1971/1974 Registro de Câncer de Alagoas - 1972/1974 Registro de Câncer do Rio Grande do Sul – 1972/1977 Registro Nacional de Patologia Tumoral do Brasil – 1976/1985 Registro de Câncer de Porto Alegre – 1978 até a presente data Década de 80 Registro de Câncer de Goiânia – 1986 até a presente data Registro de Câncer de Belém – 1987 Registro Estadual de Patologia Tumoral do Paraná – 1988 Década de 90 Registro de Câncer de Campinas – 1990 até a presente data Desses registros de câncer, muitos deles interromperam suas atividades, sendo que a partir de 1996, o Ministério da Saúde planificou a instalação de um registro para cada unidade da federação. Embora 22 deles fossem implantados, apenas 16 tiveram 7 possibilidade de iniciar suas atividades: Belém – PA (1996-1998), Belo Horizonte – MG (2000), Campinas – SP (1991-1995), Cuiabá – MT (2000), Distrito Federal (1996-1998), Fortaleza – CE (1996), Goiânia – GO (1996-2000), João Pessoa – PB (1999-2000), Manaus – AM (1999), Natal – RN (1998-1999), Palmas – TO (2000), Porto Alegre – RS (19931997), Recife – PE (1995-1998), Salvador – BA (1997-2001), São Paulo – SP (1997-1998), Vitória – ES (1997). Publicações sobre dados dos registros de câncer de base populacional foram feitas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) nos anos de 1991, 1995 e 2003. Pela primeira vez, em 1976, os dados dos Registros de Câncer do Brasil foram publicados pela OMS/IARC, no livro Cancer Incidence in Five Continents, a partir do seu Volume III: 1976 – Vol III: Recife, São Paulo 1982 – Vol IV: São Paulo 1987 – Vol V : Fortaleza, Porto Alegre, Recife, São Paulo 1992 – Vol VI: Goiânia, Porto Alegre 1997 - Vol VII : Belém, Goiânia, Porto Alegre 2002 – Vol VIII: Campinas, Goiânia A International Association Cancer Registries (IACR) teve como representantes para América Latina coordenadores de registros de câncer do Brasil: Bertoldo Kruse G. Arruda (Recife) no período de 1969 – 1974, Antonio Pedro Mirra (São Paulo) no período de 1975 – 1983 e Maria Paula Curado (Goiânia) de 2004 até a presente data. Em 1995 a IACR outorgou a Antonio Pedro Mirra o título de Membro Honorário Periodicamente, foram organizados pelo Ministério da Saúde e Organizações Internacionais (OMS/IARC, OPAS, UICC), entre nós, vários seminários, cursos, reuniões regionais: I Encontro Nacional para Debates de Registros de Câncer – Recife, PE – 1970 (MS) I Curso Internacional de Epidemiologia Básica de Câncer – Recife, PE – 1975 (OMS/OPAS) X Congresso Latino –Americano de Patologia, XI Congresso Brasileiro de Patologia, IX Congresso Brasileiro de Patologia Clinica – Recife, PE - 1975 II Curso Internacional de Epidemiologia Básica de Câncer – Brasília, DF – 1976 (IARC) Curso sobre Princípios de Epidemiologia de Câncer – São Paulo, SP – 1976 (MS/OMS/OPAS) 1º Reunião da Comissão de Estatística e Epidemiologia da DNC – Brasília, DF - 1976 Reunião Regional de Lideres em Controle da América do Sul – São Paulo, SP – 1983 (OMS/OPAS/UICC) Seminário Nacional sobre Informações em Câncer – Rio de Janeiro, RJ – 1984 Reunião de Registros de Câncer no Brasil –Brasília, DF – 1986 (MS) Comitê de Assessoramento em Câncer – Brasília, DF – 1986 (MS) 8 Reunião Técnica de Registros de Câncer – Florianópolis, SC – 1987 (MS) 4º Reunião Brasileira de Registros de Câncer – Porto Alegre, RS - 1993 Reunião Registros de Câncer – Rio de Janeiro, RJ – 1993 (MS) Curso sobre Câncer Ocupacional – Pelotas, RS – 1994 (IARC) Curso Internacional sobre Registro de Câncer – Rio de Janeiro, RJ – 1995 (MS/IARC) 6º Reunião Anual de Registros de Câncer – Rio de Janeiro, RJ – 1995 7º Reunião Anual de Registros de Câncer – Salvador, BA – 1996 9º Reunião da Associação Brasileira de Registros de Câncer – Curitiba, PR - 1998 Um Programa Nacional de Controle de Câncer foi instituído pelo Ministério da Saúde, em 1975, sob a direção de João Sampaio Góes Junior, que além dos seus objetivos da realização de uma política em câncer, tinha a de organizar e desenvolver um registro de câncer regional, a fim de obter dados estatísticos sobre a doença e fornecer subsídios para pesquisas epidemiológicas. Um Núcleo Central de São Paulo para este programa foi estruturado em convênio com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Pesquisas ligadas à epidemiologia analítica (caso-controle) foram realizadas entre nós, sendo que uma das primeiras ocorridas no Brasil foi sobre câncer de mama (19651968), coordenada pelo Registro de Câncer de São Paulo. Outros estudos desse tipo ocorreram em São Paulo: Etnicidade e risco em câncer (1969-1974), Migrantes japoneses (1969-1978), Migrantes italianos, espanhóis e portugueses (1969-1974/1978-182), Câncer de reto (1978-1981), Educação e mortalidade (1978-1982) e Câncer de esôfago (19791981), tambem coordenados pelo Registro de Câncer de São Paulo. A importância dos registros de câncer, de base hospitalar e de base populacional, é inegável para a política do câncer no Brasil e em especial para os seus estudos epidemiológicos. Entretanto, os apoios técnico e financeiro, por parte das instituições governamentais, são imprescindíveis para que essas atividades não sofram solução de continuidade. 9 BIBLIOGRAFIA - Alencar J E – Contribuição à epidemiologia do câncer no Brasil e especialmente no Rio de Janeiro A Folha Médica 1943, 24 (11) : 101-4; 24 (13) : 123-5; 24 (14) : 131-3; 24 (15) : 139-142. - Alencar J E - Mortalidade por câncer em Fortaleza Ceará Méd 1951, 29 (10/12) : 36-42 -Andreoni GI et al – Incidência de câncer em dezoito cidade do Estado de São Paulo Rev Saúde Pública (São Paulo) 2001, 35(4):362-367 - Antunes A – Estudo estatístico do câncer Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo 1928, 11 (1): 1-3 / 1931, 15(3): 134-136 - Antunes A, Godoy Sº A – Estudo estatístico sobre o câncer Revista de Cirurgia São Paulo 1942, 8 (1/2) :413-22 -Araujo AE – Política da luta contra o câncer no Brasil Conferência, Hospital Aristides Maltez, Salvador, 1967 - Araújo R, Macedo JE – Patologia Geográfica do Câncer no Brasil Arquivos de Oncologia 1965, VI (2): 14 – 15 -Associação de Combate ao Câncer de Goiás / Hospital Araújo Jorge – Registro Hospitalar de Câncer. 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