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Autor(es): SABRINA DE JESUS OLIVEIRA NEVES
Genética do câncer
Introdução
O câncer é um processo de doença caracterizado por uma proliferação celular descontrolada, que leva a uma massa
ou tumor (neoplasia). Para que um neoplasma se transforme em câncer, tem que adicionar nova mutação,
condicionando a um crescimento não mais controlado, sendo o tumor capaz de invadir os tecidos vizinhos ou se
espalhar por metástase para sítios mais distantes ou ambos. (THOMPSON et al, 2008). O efeito de uma alteração
depende do local do genoma em que ocorreu e da função da proteína codificada pelo(s) gene(s) afetado(s). Segundo o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), essas alterações genéticas conhecidas como mutações podem ocorrer devido à
ação de vários agentes carcinogênicos que promovem alterações no DNA transformando as células. Estas podem ser
ativadas ou inativadas por mecanismos genéticos e epigenéticos de forma espontânea, ou mesmo estarem relacionadas a
fatores externos e internos que podem estar inter-relacionados, incluindo sexo, idade, raça, predisposição genética.
Várias evidências demonstram que a massa tumoral origina-se de uma única célula que sofreu danos nos seus genes.
Esse desenvolvimento ocorre em duas classes de genes reguladores do crescimento, que estão presentes em células
normais: os proto-oncogenes, que promovem o crescimento e os genes supressores de tumor, que inibem o crescimento
celular (AMORIM, 2012).
Segundo THOMPSON et al (2008), os oncogenes são comumente alelos mutantes de uma classe de genes celulares
normais conhecidos como proto-oncogenes, mas também podem ser genes tais como os que codificam telomerase ou
genes bloqueadores de apoptose. Os oncogenes em geral são gerados devido a mutação de ganho de função que
facilitam a transformação tumoral maligna por mecanismo tais como: o estimulo da proliferação, o aumento de
suprimento de sangue para o tumor e a inibição apoptose. Os genes supressores tumorais, como o nome indica,
bloqueiam o desenvolvimento de um tumor regulando o crescimento celular. A perda de função das proteínas
codificadas pelos genes supressores tumorais leva a uma divisão celular descontrolada em função da ação precedente do
oncogene e ao crescimento celular anormal ou apoptose deficiente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA)
mais de 12 milhões de pessoas no mundo são diagnosticados todo ano com algum tipo de câncer, sendo esta causa
responsável por mais de 12% de todas as causas de óbito.
Diante da importância da doença, o presente trabalho aborda os principais genes envolvidos em diversos tipos de
câncer, assim como os mecanismos pelos os quais a disfunção destes genes pode resultar na doença.
Metodologia
O presente estudo constitui uma Revisão de Literatura. Além disso, ela abrange análises destinadas a comparar
pesquisas sobre temas semelhantes ou relacionados; apontar a evolução das teorias, dos auxílios teóricos metodológicos
e sua compreensão em diferentes contextos.
O levantamento bibliográfico ocorreu no período de novembro a dezembro de 2015 sendo realizada uma busca
sistemática nas bases de artigos periódicos nacionais, SCIELO e LILACS, levantando diversos artigos, dos quais foram
12 selecionados e analisados.
Resultados
A vida de uma célula pode ser dividida em dois momentos: quando ela não está dividindo (Interface) e quando se
desenrola o processo de divisão celular (Fase M). O primeiro período da interfase é chamado de G1. Durante esse
período a célula executa suas funções normais sem se ocupar com a divisão celular, no decorrer desse período a célula
aumenta sua massa. E antes de acontecer à divisão celular, seu material genético é duplicado, esse é o momento em que
começa o período S da interfase (INCA, 2006).
Tendo chegado ao fim desse período, a célula está em condições de iniciar a mitose, que é um conjunto de eventos
que levará a divisão da célula em duas, cada uma com o mesmo número de cromossomos da célula mãe. Em vários
momentos desse ciclo as células fazem uma checagem para decidir se o ciclo deve continuar ou não, de forma a não
perder o controle deste.
A regulação do crescimento celular é ocasionada por substâncias que incluem fatores de crescimento que
transmitem sinais de uma célula para outra, receptores específicos para fatores de crescimento, moléculas de transdução
de sinal que ativam uma cascata de reações de fosforilação dentro da célula e fatores de transcrição nuclear. A célula
interpreta vários sinais que recebe do ambiente e decide se continua crescendo e se multiplicando, ou para de crescer e
se diferenciam, após o aparecimento dos sinais. (AMORIM, 2012).
Dessa maneira, a regulação do ciclo celular é feita por genes protetores ou gatekeepers, através da ação de um
subconjunto de genes, sendo eles os TP53, RB1 e APC (BORGES, 2001).
Segundo Borges-Osório (2001), o gene TP53 se apresenta multado em cerce de 2/3 dos casos de câncer. É um gene
de supressão tumoral, quando alterado ou detectado causa uma grande variedade de tumores. Ele codifica um fator de
transcrição, denominado p53, que interfere no ciclo celular, interrompendo-o na fase G1 e regulando a entrada das
células em apoptose. Nesta fase, a célula deve corrigir os erros de replicação do DNA, e caso sejam irreparáveis
interromper a divisão. Se uma célula perde o gene TP53 ou se esse gene sofrer mutação e não funcionar
adequadamente, a célula pode se tornar cancerosa. Já o gene RB1 é responsável por sintetizar proteínas que bloqueiam
o ciclo celular quando hipofosforilada. Porém no caso de alteração nesse gene, o seu produto encontra-se
permanentemente hiperfosforilado, não exercendo sua função de bloqueio e dando início ao processo de carcinogêneos.
O gene APC sintetiza uma proteína APC, que regula a quantidade de b- Catenina livre no citoplasma. Quando a
célula não de se dividem, a b- Catenina se encontra ligada a um complexo E- caderina, bloqueando a continuidade do
ciclo celular. No entanto quando esse gene se encontra multado, há síntese de uma proteína, que age aumentando a
porção livre de transcrição de genes de proliferação celular (JORDE et al 2000).
Segundo Jorge (2000), o grupo de genes supressores de tumores que realizam o controle celular são os genes de
manutenção que agem reparando os danos no DNA, mantendo a integridade genômica e evitando a instabilidade
genética. Uma disfunção nesses genes possibilita a ocorrência de mutações.
Quando há uma quebra na estrutura do DNA, os produtos dos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por uma
resposta celular. E se houver mutações é um fator que predispõe o indivíduo ao aparecimento de câncer de mama e de
ovário, por exemplo. Caso haja alterações nos genes que reparam erros de pareamento no DNA, como o gene MMR,
tem- se com maior frequência câncer-colo-retal e câncer intestinal (INCA ,2006).
Portanto a identificação dos genes envolvidos no câncer proporciona uma melhor compreensão acerca da doença,
bem como contribui para novas formas de diagnostica- ló precocemente, facilitando assim o seu tratamento.
Conclusão
Nesse trabalho, foi possível conhecer alguns tipos de genes e proteínas que participam no desenvolvimento de uma
célula cancerígena, melhorando o conhecimento de genética do câncer.
Além disso, podem-se observar as características epidemiológicas do câncer na população, por meio da utilização
de métodos biotecnológicos avançados. É nesse sentido que atua a Área da Vigilância em Saúde Pública,
acompanhando sistematicamente os eventos adversos à saúde na comunidade, com o propósito de programar e
aprimorar medidas de controle. A vigilância do câncer é realizada por meio da implantação, acompanhamento e
aprimoramento dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBPs) e dos Registros Hospitalares de Câncer
(RHCs), possibilitando conhecer novos casos e realizar estimativas de incidência do câncer para que se possam planejar
ações locais de controle do câncer de acordo com cada região.
Estes conhecimentos podem agir eficazmente na prevenção de diversos tipos de câncer no Brasil.
Referências
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Acessado em 21 de nov. 2015.
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