A IMORTALIDADE DA ALMA, O OUTRO LADO DA VIDA INTRODUÇÃO: A alma é mortal, ou imortal? Tem ela parte na morte do corpo? O que realmente acontece depois que morremos? Estão os mortos conscientes? Esta pesquisa, que faz parte da metafísica, do ultra obvio, tem dois grandes fundamentos. O dualismo e o holismo. Definimos holismo como sendo a teologia que nega a existência da alma após a morte, pois essa morre junto ao corpo, e só voltará, na segunda vinda de Cristo. 1) DUALISMO: No ponto de vista dualistico, o homem; segundo essa teologia, é formado por um corpo material e mortal, e uma alma imaterial e imortal. Por ocasião da morte, a alma se desprenderia do corpo, e sobreviveria à morte em algum lugar, o mais esperado, o céu. Essa teoria é comumente chamada de "crença popular", e é a que mais é ensinada pelas igrejas, porém não aceita por alguns pensadores da área de teologia. Julgam que alguns consideram mais importante à vida espiritual da alma, do que a vida física do corpo. a) Este pensamento segundo alguns teólogos, tem fundamento no dualismo Platônico, e já surgiram muitos outros que firmaram suas convicções com base nessa teologia. Citamos o mestre cristão, fundador de uma escola gnóstica, rival do cristianismo. Nascido em Sinope, na Ásia menor em 144, foi expulso da igreja de Roma por causa de seus ensinos. Fundou uma nova igreja que cresceu rapidamente, e que perdurou até o V século. Ensinou um dualismo, que é a base teológica do gnosticismo. b) Firmado na teologia de que a matéria é má, (corpo) Marcion, ensinou uma espécie de ascetismo, ou seja, de que o cristão deve evitar tanto quanto possível o uso das coisas deste mundo. Historicamente esse ponto de vista dualístico tem retratado os santos como pessoas que dedicam primeiramente á vida contemplativa, desligando da vida ativa, secular, uma vez que o cultivo da alma tem sido mais importante do que o cuidar do corpo. c) Nos relatos de Samuele Bacchiocchi, ele narra o assunto citando um exemplo em seus últimos anos na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma. Alguns colegas de classe, na maioria monges, sacerdotes, iam primeiro para a capela, para cultivarem sua alma mediante oração e meditação. Depois iam até o bar no final do corredor para intoxicar seus corpos, com bebidas e cigarros, por que o que faziam, não afetava a salvação de suas almas. d) A idéia que traz o dualismo é a salvação da alma, pois o corpo seria o que "detém" a alma para alcançar a plenitude da felicidade, sendo esta terrena. e) Segundo alguns teólogos, o evangelho não nos dá base para uma doutrina de redenção que salva somente a alma á parte do corpo. Ela faz parte do corpo, e no último dia, ressuscitará com o próprio corpo. f) O dualismo para alguns teólogos que defendem a teoria do holicismo tem algumas implicações doutrinárias, como por exemplo, a vida consciente após a morte, a oração pelos mortos, religação da alma quanto a ressurreição, o tormento eterno no inferno, visão etérea no paraíso, onde habitarão as almas na eternidade, etc. g) Para esses teólogos, isso tem enfraquecido a expectativa da segunda vinda de Cristo, pois, se quando morremos, vamos direto para o paraíso, dificilmente haverá uma expectativa para a vinda de Cristo. h) Na Bíblia, a esperança do advento é; a reunião dos crentes em seus corpos e Cristo glorificado. Dessa reunião, resultará uma transformação radical que afetará a humanidade e a natureza, e não a imortalidade da alma e o gozo celestial imediatamente após a morte. A IMORTALIDADE DA ALMA O dualismo que Marcion pregava, era uma heresia. Paulo deixa claro que o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, (1 Co 6.12-20) e que, enquanto vivermos aqui neste mundo, devemos glorificar a Deus em nosso corpo. Portanto veremos que o dualismo, como alguns julgam este assunto, é antes bíblico referente à separação da alma do corpo. Comecemos pela formação do homem, onde a palavra alma é registrada pela primeira vez. A Bíblia nos relata em Gênesis, que quando Deus criou o homem, soprou-lhe nas narinas, o fôlego de vida. Depois este passou a ser alma vivente (Gn 2:7) A diferença entre todas as criações e o ser criado homem, é que Deus lhe soprou o "fôlego" de vida diretamente. Notemos que os animais, Deus não soprou em suas narinas. A eles chamou-os de criaturas que vivem e se movem (seres viventes). Os seres humanos possuem, portanto algo que veio diretamente de Deus, e a isto é chamado alma. No hebraico, "nephesh" tem o significado de ego, vida, pessoa, coração, refere-se á essência da vida, o ato de respirar, tomar fôlego. No grego; "psyche" significa vida natural do corpo, a parte imaterial, invisível do homem, homem interior. Outra palavra, que traz também assuntos discutidos como dicotomia, tricotomia, etc., é a palavra Espírito. Tem significado semelhante, e na Bíblia, parece não fazer uma distinção entre ambas. No Hebraico "ruach" significa respiração, ar, força, vento, ânimo, humor. Vejamos alguns exemplos que a Bíblia nos traz referentes a essa palavra: "E (Sansão) bebeu (água); e o seu espírito, (aqui literalmente, respiração), tornou e reviveu" Jz 15.19 "E expirou toda carne que se movia sobre a terra". “Tudo o que tinha fôlego de espírito em seus narizes” (Gn 7.21-22). Podemos concluir que os animais também possuem esse "espírito" (respiração), porém o homem recebeu o "fôlego" direto de Deus. Como havíamos começado a discussão, o homem é formado por uma parte material e mortal, e uma parte imaterial e imortal. Esta separa-se do corpo na hora da morte. Veremos o que diz Ec. 12:7: "e o pó, volte a terra, como o era, e o espírito, volte a Deus que o deu” (A Bíblia vida nova traz no rodapé: “e o espírito e a alma, volte a Deus que o deu" dando a entender como uma só) Isto mostra que a alma, é imortal, e não morre com o corpo, como alguns pensam, nem com ele dorme na sepultura. ( visão contrária holística). Vejamos outro exemplo: "e não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma, como o corpo" Mt 10:28. Seus discípulos sabiam que a morte não era o fim de tudo. Herodes podia degolar João Batista, mas não extinguir sua alma. Em Lc 16.19-31, vemos a narração da parábola; “O rico e Lázaro", Jesus não deixa dúvida quanto à imortalidade da alma, pois diz o texto que o rico morreu e foi sepultado, mas a Lázaro foi levado pelos anjos para o seio de Abraão, onde habita as almas daqueles que morreram em Cristo. O apóstolo Paulo, sabendo dessa revelação, diz; "para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro". (Fp 1.21-23). Que lucro teria Paulo em receber algo, da parte de Deus, se a sua alma não tivesse tal destino? Vemos que essa promessa, o ladrão que foi crucificado com o Senhor, recebeu do próprio Jesus. " ainda hoje" (não amanhã, ou quem sabe um dia) estarás comigo no paraíso" Lc 23:39-43. Lembramos que Estevão, também disse: " Senhor Jesus, recebe o meu espírito" Atos 7: 59. APÓS A MORTE A ALMA CONTINUA EXISTINDO Vemos uma passagem interessante no livro do Apocalipse: “E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar, as almas dos que foram mortos por amor a palavra de Deus" Ap 6:9-10. Estes clamavam por justiça. Outro texto Ap 20:4 diz: “Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus..". A imortalidade da alma está, porém provada! Mt 10.28 “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma.." Alguns alegam aqui que; o que não podem matar é o ego, a mente. Tal explicação não tem fundamento. Quando se fala que "temei aquele que tem poder para lançar no inferno a alma e o corpo”, revela sofrimento eterno e não extinção da alma. Vejamos a passagem de Ez 18:4-20. ”A alma que pecar, essa morrerá" Significa aqui a morte espiritual, eterna separação de Deus, pois diz Rm 6.23, que o salário do pecado, é a morte. Os que estão mortos em seus pecados estão afastados de Deus. Estes sofrerão eterno castigo. (Ap 21:8). Em 1Tm 6.16, diz: “O único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu..” Entende-se aqui, o imortal , como sendo eterno, criador, não tem começo e não tem fim, diferente do homem, pois o homem é mortal, pois tornarás ao pó. “Mas a alma, é imortal, essa voltará a Deus que o deu" Ec 12:7. COMO SERÁ NA RESSURREIÇÃO Na ressurreição dar-se-á uma recomposição do homem; o corpo encontrar-se-á com a alma, e o homem volta á vida. Mas para que ressuscitariam (Atos 24.15) estes que já estão com o Senhor? No evangelho de João 5.2829, diz: " os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo" Em Dn 12:2, lemos: "Muitos dos que dormem no pó da terra, ressuscitaram, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno" Ap 20:10 anuncia que os forem lançados no lago de fogo, serão atormentados dia e noite. No caso dos ímpios, no dia do juízo, cada um ressuscitará e receberá da parte de Deus o seu castigo, quanto aos justos, terão um corpo semelhante ao do Senhor Jesus, pois Paulo nos adverte dizendo que o nosso corpo mortal se revestirá de imortalidade. 1 Co 15.54 Em 2 Co 5:1-10, Paulo afirma que após a dissolução deste corpo terreno, e transitório, o crente receberá da parte de Deus, um corpo eterno, celestial e isso se dará na ressurreição. Existe uma outra teologia a respeito dos ímpios, que diz que estes serão exterminados. Mas, isso não sucederá, pois os ímpios segundo Jo 5.29, serão condenados. Ap 14:11, diz que não haverá descanso, e serão atormentados dia e noite. Mt 24:51, diz que os hipócritas serão punidos severamente onde haverá choro e ranger de dentes. Isto reprova a idéia do extermínio dos ímpios, pois morto, não chora, não sente, não sofre. Deus os ressuscitará para vergonha eterna, Dn 12:2, e não para exterminá-los. Lembramos que Deus criou o homem para ser eterno, por causa do pecado, este passa pela morte, mas a vida depois da morte continua. OS MORTOS ESTÃO DORMINDO? A palavra "dormir" na Bíblia, tem sido usada para afirmar que os mortos estão num estado de inconsciência, e que a alma, após a morte, deixa de existir. Vejamos alguns textos: "Não queremos, porém, irmãos que sejais ignorantes acerca dos que "dormem” 1 Ts 4.13. Primeiro, o estado dos mortos, é de plena consciência, Lc 16.27-28. Segundo, "dormir", refere-se ao corpo, porquanto a parte imaterial não morre, nem dorme. Lembremos de Lc 23:43. Seu corpo, morreu crucificado, então quem estaria com Jesus no paraíso naquele dia? A sua alma, não dormiu, mas subiu para junto do Pai. No grego a palavra “dormir" "Koimaomai", é usada no sono natural Mt 28:13; da morte do corpo, daqueles que morrem em Cristo Mt 27:52. Vejamos que esse versículo deixa claro que, quem dormia no sepulcro era o corpo. Portanto, a palavra é usada para assemelhar a aparência entre o corpo dormente, e um corpo morto, mas sua alma não deixa de existir. “Em Dn 12:2, os mortos estão descritos como os que “dormem no pó”, porém sendo inaplicável para a alma do próprio, pois o corpo volta ao pó e o espírito, (aqui retratando como parte imaterial- alma) retorna á Deus que o deu” Ec 12:7. Lembramos também, que o significado de espírito e alma na Bíblia, não tem uma distinção correta, como foi tratado no início desse trabalho. A Bíblia ensina que ao morrermos a alma separa do corpo, num estado de consciência, portanto quando a Bíblia fala de "silêncio", esquecimento, está se referindo ao corpo. Vejamos o que Salomão nos diz a respeito. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma..., e sua memória jaz no esquecimento" Ec 9:5. O próprio Salomão nos diz onde se dá essa falta de "memória" Leiamos: "Tudo o que te vir á mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, por que no além, (sepultura, Sheol) para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Ec 9:5-10. Outro aspecto da consciência dos mortos ocorre no Evangelho de Mateus 17:1-9. Moisés apesar de haver morrido a mais de mil anos apareceu em sã consciência e conversou com Jesus na transfiguração, estando presentes Pedro Tiago e João. Todos os justos que morreram estão na presença do Senhor, "Porque Deus, não é Deus de mortos e sim de vivos" Mateus 22.32. Eles continuam como vivos para Deus, e aguardam o momento glorioso da redenção do corpo, quando enfim a morte será vencida. Conclusão: a parábola do rico e Lázaro aprendemos: 1) É que na morte o espírito separa do corpo e estes vão com o Senhor; 2) É que o estado de tormento ou de bem-aventurança após a morte é um estado consciente e irreversível; 3) É que os espíritos dos mortos não podem sair de onde estão para auxiliar os vivos; 4) O meio eficaz de salvação, é crer em Jesus e na sua Palavra.