jornal nº 6 - Associação Portuguesa de Astrologia

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Nº 6
Julho a Setembro
Verão 2013
Outubro a Dezembro
Nº 52013
Outono
Especial Cinema
outubro a dezembro 2012
Do Mundano ao Pessoal,
do Tradicional ao Humanista,
do Passado ao Futuro
Astrologia Mundial - Portugal
Astrologia Tradicional/Moderna
Astrologia Horária
Astrologia e a Psicologia Analitica de Jung
As Cores da Depressão
Portugal – O Mito, terra de heróis (Templários)
Siria - Um enigma a decifrar
Quando um Planeta caí numa casa que dificulta a sua
expressão?
Como uma Astróloga vive o Saturno na casa V
Astrologia na Linha do Tempo - III
Juntos Fazemos a Diferença!
N
1
Ficha Técnica
de
Propriedade da ASPAS
Orgãos Sociais da ASPAS
Diretora
Isabel Guimarães
Direção
Isabel Guimarães (Presidente)
Marta Castro (Secretária)
Susana Oliveira (Tesoureira)
Diretora Editorial
Luiza Azancot
Edição
Isabel Guimarães
Conselheiros Astrológicos
Realização Gráfica
Aspas
Redação e Administração
Av.da Republica-1114-sala 5
Mafamude - V.N. deGaia
t. 221 450390
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Website:
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Assembleia Geral
Tânia Pinto (Presidente)
João Soares (Vogal)
Inês Miranda (Secretária)
Raul Américo Aguiar (Vogal)
João Neto (Vogal)
Conselho Fiscal
Vânia Rodrigues (Presidente)
Pedro Torres (Vogal)
Maria Isabel Amorim (Tesoureira)
Conselheiros Astrológicos
Fábio Ludovina
João Medeiros
Luís Resina
Luiza Azancot
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Facebook:
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eAstrologia
Periodicidade
Trimestral
Distribuição:
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Não Membros;
- edições anteriores à do lançamento, gratuitas no
nosso site
- edição de lançamento em formato digital tem um
custo 5€
Direitos
Este jornal em formato digital não pode ser reproduzido, no
todo ou em parte, por qualquer processo mecânico,
fotográfico ou electrónico, nem ser introduzido numa base de
dados, difundido ou de qualquer forma copiado para uso
público ou privado – além do uso legal como breve citação em
artigos e críticas – sem prévia autorização dos autores.
Decreto Lei nº 334/97
2
de
Índice
Editorial
Comunicado da Presidente
Conheça os novos colaboradores
Resumo das Pesquisas Astrologicas do Grupo Facebook
Noticias
3
6
8
14
Artigos
Astrologia Mundial - Portugal
15
por João Medeiros
Astrologia Tradicional/Moderna
20
por Robert Hand
Pergunte ao Astrologo - Astrologia Horária
27
por Paulo Alexandre Silva
Astrologia e a Psicologia Analitica de Jung
32
por Márcia Ferreira Silva
As Cores da Depressão
39
por Barbara Bonvalot
Portugal - O Mito Terra de Herois
46
por Luís Resina
Síria - Um Enigma a Decifrar
59
por Fernando Albuquerque
Quando Um Planeta Caí Numa Casa Que Dificulta a Sua Expressão?
67
por Luiza Azancot
Como uma Astróloga Vive o Saturno na Casa V
72
por Lela Pontes
Astrologia na Linha do Tempo
77
por Vania L M Marinelli
Efemérides Trimestrais
por Inês Miranda
80
Publicidade
87
3
de
Editorial
Comunicado da Presidente
Isabel Guimarães
Caros amigos, colegas e leitores,
E aqui estamos...juntos fazendo a diferença...há dois anos. Gostava de refletir um pouco
convosco sobre este tempo que passou, tempo vivido como simbolizou Saramago, mas
ainda com mais entusiasmo falar-vos do tempo vindouro, o qual começa...já! Nesta partilha
convosco.
O balanço que faço é o de que o sonho que me impulsionou é, hoje, uma inspiração que
tomou vida própria, alimentada, dignificada e potenciada por todos os que com tanta
qualidade humana e profissional se têm dedicado e contribuído para que a astrologia, em
Portugal, nos una, nos torne mais fortes e nos leve a ser melhores com todos aqueles que
em nós procuram orientação e conforto na sua caminhada.
Procuro uma palavra, uma expressão para vos demonstrar a gratidão pela vossa
generosidade, competência, compromisso pela união na nossa associação. Talvez a melhor
forma de vos homenagear seja falando-vos do que fizemos, juntos, nestes dois anos:
- ASPAS no programa de Fernando Alvim na Antena 3
- “Encontros com a Astrologia” em vários locais do país, com vários membros
- Palestra "Os grandes ciclos cósmicos” por Luís Resina
- Workshop “Almuten e Almutem Figuris” por Patrícia Azenha Henriques
- Visita ao Convento de Cristo em Tomar com Luis Resina
- Software Astroaspas em Parceria com Fernando Albuquerque
- e muito mais....
Mas, nunca podemos planear o futuro através do passado. E sinto que este entusiasmo, esta
energia que nos anima pelo muito que fizemos, mas ainda pouco para o que queremos e
podemos fazer, necessita de novos caminhos, novas realizações que nos orgulhem dos
laços que criamos na nossa ASPAS. Porque respeito este passado, mas porque este
movimento segue imparável, gostava de vos deixar o meu contributo, as minhas ideias, a
minha visão do que já está a ser trabalhado e que, estou segura, irá contribuir para uma
expansão decisiva e duradoura da nossa Associação.
4
de
1.
Editorial
Jornal trimestral “4 Estações” com novos apoios, com nova imagem
2.
Rubrica "Consultório Astrológico" no programa "Grandes Manhãs" no PortoCanal,
onde contamos com os membros da Aspas, com nova dinâmica
3.
Artigo mensal sobre Tendências Astrológicas na revista Tendenciasonline, com os
membros da Aspas, todos aqueles que ainda não fizeram chegar o seu interesse em
participar vão muito a tempo
4.
Desafios no Grupo do Facebook da Aspas, onde contamos com a iniciativa de cada
membro para expor à direção da Aspas o seu tema, para colocarmos a decorrer em cada
mês
5.
Projecto “Mapa Astrológico da Criança” para os pais
6.
Projeto de Astrologia Infantil, onde decorre o desenvolvimento do lançamento da
Historia da Astrologia para crianças em livro, e o projeto a ser levado a escolas, infantários,
e associações
7.
Projeto calendário astrológico, com colega Astróloga
8.
Internacionalização da Associação, para maior apoio e visibilidade do trabalho dos
colegas astrologos Portugueses
9
Webconferences, com temas astrológicos, e muito mais.....
Todas estas ações cumprem os desígnios que instituímos desde o primeiro dia
materializado no compromisso que tenho convosco: credibilizar, unir e expandir as nossas
competências ao serviço da astrologia, o que é o mesmo que dizer, ao serviço do próximo.
A internacionalização, a educação, os mais novos são a génese do desígnio que proponho,
elevando o trabalho de grande qualidade, divulgando os excelentes profissionais que
temos no nosso País e afirmando a ASPAS como entidade incontornável quando se fala de
astrologia...
Gostaria de finalizar esta minha conversa convosco lançando-vos um pedido. Juntem-se a
nós!
Gostaria de continuar a caminhar e a semear na vossa companhia sabendo que será duro,
trabalhoso e que enfrentaremos muitos obstáculos, como aliás ficou bem patente neste
último ano. Estamos em fase de crescimento o que levanta exigências muito próprias para
as quais temos que estar preparados. As fundações são fortes, mas só com a vossa
competência, disponibilidade e ambição atingiremos o nosso potencial. Porque,
garanto-vos, juntos fazemos a diferença. No dia 22 de dezembro comemoramos 2 anos
onde de seguida teremos o Natal, estejam atentos a Aspas prepara uma supresa para todos.
O meu obrigada!
5
de
Editorial
Diretora do Jornal - Isabel Guimarães - membro nº 1
Diretora Editorial - Luiza Azancot - membro nº 15
O Jornal 4 Estações com a edição de Outubro, Novembro e Dezembro, é construido com
artigos ecléticos que vão do mundano ao pessoal, do tradicional ao humanista, do passado
ao futuro.
Abrimos com o artigo de João Medeiros, Astrologia Mundial – Portugal, O Semestre de
Outubro 2013 a Março 2014, onde no artigo anterior “Astrologia Mundial – Portugal e Brasil”,
publicado no Jornal nº 4 de Abril de 2013, aplicou técnicas de Astrologia Mundial na
interpretação do grande ciclo de 2000 a 2020 e do ano novo astrológico, começando na
Primavera de 2013. Neste artigo, completa a análise do ano astrológico para Portugal.
Seguimos com a participação de Robert Hand, com o artigo que fala da confrontação entre
tradicionalistas e modernistas e sugere que a tarefa da astrologia no séc. XXI é de síntese.
Até agora todos os artigos publicados neste jornal são da autoria de membros da Aspas.
Hoje fazemos uma exceção para Robert Hand que nos autorizou a traduzir e publicar um
post seu publicado no facebook de 27 de Julho de 2013.
Na habitual rubrica Pergunte ao Astrólogo, será diferente. O astrólogo Paulo Alexandre Silva,
especialista em astrologia medieval vai responder a perguntas numa perspectiva horária e
obedecendo a regras muito precisas da astrologia dita tradicional. Márcia Ferreira Silva,
com o artigo sobre o seu trabalho com a Astrologia e a Psicologia Analitica de Jung. Barbara
Bonvalot, fala-nos das As cores da Depressão. Luís Resina, com o artigo de Portugal
Astrológico, Portugal – O Mito, terra de heróis (Templários). Fernando Albuquerque, refelte
sobre a Síria, com o artigo de um enigma por decifrar. Continuamos com a Luiza Azancot,
na sua participação no grupo de estudos do parcerio da Aspas, o Gabinete Isastros, onde
elabora um artigo sobre o tema, E quando um planeta cai numa casa que dificulta a sua
expressão?.
Com uma visão do mundo, e uma compreensão de vida até ao momento que começou a
estudar astrologia, Lela Pontes, relata Como uma Astróloga vive Saturno, na Casa V. Damos
contunidade, a III parte da A Astrologia na Linha do Tempo, com Vania L.M.Marinelli.
Deixamos a mensagem a cada um dos nossos membros, que contribuem para a realização
deste jornal, com uma citação de Leonardo da Vinci:
”Para estar junto não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro.”
6
de
Editorial
C
onheça os novos colaboradores
O 4 Estações é o jornal dos membros da Aspas para todos os que nos seguem. Temos o
prazer de apresentar aqui os novos colaboradores deste número convidando os que
desejarem realizar os seus artigos e pretenderem que sejam publicados, a enviar as suas
ideias para o email: [email protected], para a nossa editora
Luiza Azancot.
Carmen Ferreira - Fez o Curso de Astrologia no “Mar Portuguez”, orientado por Paulo
Cardoso em 2006. Seguiram-se outras formações astrológicas com Leonel Verdeja (Cuba) e
Nuno Michaels. Fez formação em Hipnose Regressiva e Hipnose Ericksoniana com Alberto
Lopes paralelamente a outras formações nas áreas de Filosofia do Oriente, Reiki, Healing
eTarôt. Em 2013 obteve uma licenciatura em Psicologia na Universidade Lusíada do Porto.
http://nemsodelua.wordpress.com/
Fernando Albuquerque - “Os meus primeiros contactos com a Astrologia datam de 1982,
como autodidacta. Dez anos mais tarde, depois de longo estudo e pesquisa, dediquei-me em
exclusividade à mesma até aos dias de hoje. Participei em artigos da antiga revista Mercúrio-3,
da Asociación de Astrologia de Cataluña e da SEA Sociedade Espanhola de Astrologia, de quem
sou sócio fundador. Participei como congressista no VIII Congresso GEA, Gente da Astrologia –
em 2004 em Buenos Aires e voltei em 2010 ao Congresso Ibérico de Astrologia, em 2010.
Entre a investigação, o ensino e as consultas pessoais e empresariais entrevi publicamente em
diversas Palestras individuais e também grupais como o caso do Colóquio sobre a Missão de
Portugal.
Tendo uma base de formação informática, dediquei-me desde 2008 ao desenvolvimento de
Softwares específicos, do qual resultou em 2012 um Software inédito onde incluo as Derivadas
de Declinação quer dum ponto de vista individual quer sinástricos (entre outras
particularidades). As Derivadas de Declinação são uma tese minha, com abordagem já em
2010 quando do referido Congresso Ibérico.
Combinando a Astrologia e Informática fiz disso o projecto da minha vida.”
http://astroaspas.com/
7
de
Editorial
Inês Miranda - licenciada em Educação de Infância, é uma estudante de Astrologia a
terminar o 2º ano do Curso de Astrologia lecionado no Gabinete Isastros. O seu interesse e
enamoramento por esta área de conhecimento surgiu desde cedo e foi-se desenvolvendo
de forma autodidata. A necessidade sempre presente, de aprofundar e alicerçar os seus
estudos, conduziu-a há 3 anos a uma procura de formação profissional onde pudesse
continuar a trilhar este caminho, agora escolhido como um propósito de vida.
A convite de Isabel Guimarães, acabou por integrar o projeto embrionário da ASPAS,
estando presente na sua formação em 2012, fazendo parte dos órgãos sociais da
Associação. Tem vindo a desenvolver, a par do curso de Astrologia e do curso intensivo de
Tarot, um importante papel no apoio logístico participando ativamente em muitas
iniciativas da ASPAS com a criação de materiais de suporte e conteúdos de divulgação, na
organização de eventos e integrando projetos específicos que a associação vai
desenvolvendo. Após terminar a sua formação irá desempenhar a sua atividade
profissional como consultora astrológica no Gabinete Isastros, sempre com o objetivo de
contribuir para o reconhecimento e credibilização da Astrologia em Portugal.
Lela Pontes - “Comecei a estudar Astrologia em S.Paulo, no Brasil, com o Professor Cid Marcus
Vasques. Depois com Maurício Bernis na Astrobrasil,donde fui astróloga licenciada até vir para
Portugal em 2008. Procurei conhecimento em congressos e seminários tanto em S. Paulo, como
no Rio de Janeiro. Em Portugal, pertenço a um grupo de estudo ligado a Nuno Michaels e à
Quiron. Tenho um espaço na cidade de Póvoa de Varzim, onde reúno pessoas para falar de
Astrologia, para aprenderem o básico sobre este saber milenar, e onde dou orientações
astrológicas a adultos e crianças.”
https://www.facebook.com/pegasus.astrologia/info
Márcia Ferreira Silva - Psicóloga e Astróloga. Graduada em Psicologia pela PUC-SP, com
aprofundamento em Psicologia Junguiana. Formação completa em Astrologia pela Escola
Regulus-SP. Diretora do C.E.A.P. - Centro de Estudos de Astrologia Psicológica em Campinas
onde mantém cursos presenciais e online, supervisões e ministra palestras. O enfoque da
astrologia no C.E.A.P. tem sido, desde sua fundação em 2005, a partir de uma visão
psicológica e arquetípica. Obteve o título ISAR, C.A.P. (Certified Astrological Professional),
reconhecido mundialmente e ainda único no Brasil. A partir disso, foi convidada para a
função de Vice-Presidente do ISAR - International Society for Astrological Research
(organização internacional de astrologia) e atualmente realiza a implementação desse
Programa de Certificação para o Brasil.
www.astrologiaceap.com.br
8
de
Editorial
R
esumo das Pesquisas Astrológicas - Grupo do Facebook
Com o objetivo de partilhar experiências entre astrólogos e promover investigação a
ASPAS realizou no Facebook em março de 2013 o primeiro desafio de Pesquisas
Astrológicas. Cada desafio tem a duração de um mês. Publicamos aqui um pequeno
resumo dos desafios realizados entre maio e julho de 2013. Os comentários integrais
podem ser consultados na página do Facebook - Grupo das Pesquisas Astrológicas, com o
link https://www.facebook.com/groups/138100359652759/
3º Desafio - maio de 2013 -“Casa 8 - Interpretação, trânsitos e progressões” por Fábio
Ludovina, membro nº10.
Este desafio foi lançado com o intuito de avaliar o impacto de planetas natais existentes na
casa 8 e como esses planetas eram notados, bem como os trânsitos e as progressões que
ocorreram e o que observaram, sentiram e a intensidade dos acontecimentos. O objetivo
deste desafio tinha como intenção de aprofundar e avaliar energias mais sentidas ou subtis,
para além do significado normal e corrente de uma casa 8, tais como, morte, sexo, poder,
recursos dos outros, regeneração, etc…
O desafio serviu para que pudéssemos expressar a nossa experiência e aprendizagem
sobre as energias da Casa 8. Tal como a Casa 12, estas casas por vezes tornam-se obscuras e
comportam determinadas energias mais subtis.
Assim expõem-se situações que ocorreram, relacionadas com a casa 8, bem como planetas
em trânsito ou em progressão, como por exemplo, da lua, que de alguma forma possam ser
marcantes e não tão visíveis ou expostas.
Participaram uma dezena de pessoas através de mais de 100 “posts”. As participações foram
intensas e profundas, tipicamente de casa 8. Todas as participações revelaram ciclos de
crises profundas, transformações e mudanças radicais. Todos os assuntos da casa 8 tiveram
um reflexo importante e um impacto profundo na vida destas. Todos eles tiveram crises ou
problemas relacionados com a morte, perdas e reestruturações financeiras e quase todos
acidentes e cirurgias que tiveram um impacto de transformação ou mudanças de atitude
perante a vida, mesmo que espelhadas em outras casas pela regência ou aspetos entre
planetas.
9
de
Editorial
A casa 8 representou para todos eles grandes desafios, com dor, perdas e reaprendizagens.
A casa 8 é também uma casa de ansiedades, de medos conscientes ou inconscientes. Quase
todos o participantes tiveram grandes provas ou desafios e tiveram que os superar e
enfrentar. A casa 8 é dolorosa e intensa, os desafios ou as perdas são demasiado elevados,
mas após a sua superação dará, na verdadeira conceção da palavra, poder.
Os trânsitos e as progressões ativam crises e desafios e, na maior parte das vezes, provocam
a perda de referências ou desestruturam toda uma vida, obrigando a um recomeço como
forma de limpeza. Será de alguma forma a casa 8, a casa com os desafios kármicos mais
dolorosos? Em pelo menos duas ou três participações, após a aprendizagem destes
desafios e aquando da repetição dos trânsitos ou progressões, estes parecem beneficiar a
vida da pessoa permitindo o crescimento pessoal e/ou profissional. Mal comparado, a casa
8 parece conter uma energia semelhante a um planeta em grau anarético (ver o desafio
nº1, de março de 2013). São também relatados casos de depressão e até de amnesia ou
perda de memória, quando envolvidos com Neptuno ou com a Lua.
Todos os participantes, sem exceção, acabam por estarem a praticar ou envolvidos com o
oculto, esoterismo, como por exemplo a astrologia e o Tarot. E quase todos afirmam ser
sensíveis às energias invisíveis e terem sensibilidade, intuições ou visões, chamemos as
coisas pelo nome, mediunidade. Uma particularidade destes testemunhos e que estarão,
decerto relacionados com os aspetos entre planetas, é que a maior parte receberam
heranças, mas heranças de pouca monta ou que acabaram por trazer complicações e
problemas para as receber. Em alguns casos ficaram registados violência psicológica ou
abusos de força física. De notar alguns casos em contacto direto com situações de suicídio
e um caso em particular de ingressão em mundos obscuros e relacionados com crimes,
espionagem.
Quanto à sexualidade também se faz sentir com alguma força e intensidade e, de alguma
forma, marcaram pelo menos as participantes de sexo feminino. Aconselho a leitura de um
texto de Patrícia Azenha Henriques “casa 8 – actos sexuais com ou sem prazer” postado a 10
de maio em https://www.facebook.com/groups/138100359652759/
Fábio Ludovina - membro nº 10
Conselheiro da direção
www.fabioastrologo.com
10
de
Editorial
4º Desafio- Junho e Agosto de 2013- “A Proluna (Progressão Lunar Natural ou PLN),
por Isilda Nunes, membro nº 69
A Proluna - (Progressão Lunar Natural ou PLN) é um método de predição individual ou
coletiva, desenvolvido por Boris Cristoff que tem como base sete anos por casa, a partir do
Ascendente, que representa o nascimento.
É um método progressivo da idade e pode ser usado também na Astrologia Mundial.
Neste exercício propunha-se aos participantes que tentassem comprovar com a sua
experiência pessoal e profissional a validade desta técnica
Tivemos neste desafio 5 participações
A técnica foi aplicada em 4 mapas pessoais e 1 mapa de cliente
Todos usaram o Método Placidus
Todos comprovaram a eficiência da técnica com os casos práticos que
apresentaram
Verificaram que os eventos ocorridos estavam de acordo com os contactos da
Proluna por corpo e aspetos e os planetas aspetados eram significadores dos eventos.
A maioria declarou o desconhecimento do método até o momento
A Patrícia Henriques, Isilda Nunes e Susana Cardoso tiveram em conta o contacto da
Proluna com os planetas e pontos fictícios do mapa, assim como os aspetos formados a
todos os pontos e planetas do mapa.
A Adelaide Figueiredo pesquisou o contacto dos graus da Proluna aos planetas natais e
alguns trânsitos planetários
Sónia Beth utilizou o mapa de 1 cliente e verificou que o significado do planeta que estava
a ser aspetado pela Proluna, assim como a Casa onde esta permanecia, tinham uma ênfase
notória no mapa da Revolução Solar e no mapa progredido do cliente naquele momento.
Patrícia Fidalgo Azenha Henriques declarou: “No meu mapa esta técnica funciona muito
bem… é uma mais-valia para a prática astrológica”
Adelaide Figueiredo disse: “fiquei com a noção de que se pode captar muita coisa”
11
Editorial
de
Conclusão:
A Proluna é uma técnica não muito divulgada
Os graus das cúspides das Casas indicam-nos inícios de ciclos de 7 anos
O significado dos planetas é intensamente catalisado na idade que corresponde à
colocação destes nas casas, assim como os aspetos que fazem
Isilda Nunes - membro nº 69
www.casadastrologia.com
5º Desafio – julho de 2013 –“Elementos como ponto de partida da análise natal” por
Carmen Ferreira, membro nº 44
A proposta do mês de Julho consistiu em saber até que ponto, os profissionais e estudantes
de Astrologia, se baseiam na leitura dos elementos como ponto de partida para a análise
dos temas natais. E se os elementos como bloco básicos funcionam como uma lente válida
orientadora para delinear uma estratégia de abordagem para a consulta de
aconselhamento. Apesar da complexidade presente em cada mapa astrológico, encontrar
uma base simplificada que permita um acesso mais imediato às estruturas do individuo
que procura aconselhamento, poderá ser útil e válido?
Assim pedimos experiências e casos demonstrativos desta estratégia de interpretação.
Aqui fica um resumo dos testemunhos publicados:
Carmen Ferreira apresenta o caso de uma mulher de quase 40 anos, com a seguinte
ponderação:
Fogo: 5/ Sol, Lua, Mercúrio, Vénus, Neptuno
Terra:1/ Marte
Ar: 2/ Úrano, Plutão
Água:2/ Júpiter, Saturno
Assim é fácil delinear um perfil psicológico da consulente:
12
de
Editorial
“Personalidade cheia de carisma, entusiasmo, que veste a capa da super-mulher com toda a
facilidade, embora sinta que os seus esforços acabam por não ter o retorno esperado.
Conhecem o dito: lançar os foguetes antes da festa? Pois, neste caso, ela deita os foguetes,
planeia a festa , salta para o palco e ainda apanha as canas muito surpreendida pela falta de
aplausos dos convidados…” Todo este entusiasmo e dinamismo , em termos de
aconselhamento, sugere uma abordagem igualmente confiante com “discurso animado e
ilustrado com muitas imagens e metáforas, caso contrário perdemos a oportunidade de
encontrarmos uma ponte de ligação à sua realidade o que tornaria todo o nosso discurso
quase “inaudível” , logo ineficaz. O que ela hoje relata sobre a nossa primeira consulta é que
foi determinante, o otimismo e confiança em possibilidades futuras que lhe transmiti, para
criar espaço a outro tipo de orientações, que habitualmente ela deixava de ouvir por não se
identificar com o discurso mais “negativo”.
Isabel Guimarães apoiada na sua formação em hipnoterapia, corrobora a ideia sobre a
necessidade de adaptar o estilo de abordagem ao perfil do consulente, e apresentou o
seguinte caso com a seguinte ponderação:
Fogo – 3 – Vénus; Neptuno;Saturno
Terra – 2 – Lua; Júpiter
Ar – 4 – Mercúrio; Marte ; Sol ;Plutão
Agua – 1 – Urano
Esta cliente relatava “dificuldade nos relacionamentos e em se meter focada num só lugar” e
de acordo com o foco nos elementos e na predominância do elemento Ar no seu tema
”foi-lhe explicado que sua mente precisa de se sentir solta, não sendo obrigatório saltar de
relacionamento em relacionamento afetivo, mas sim escolher um relacionamento onde a
predominância da liberdade de ação e expressão seja presente. A sua energia orientada pelo
elemento fogo é muito forte neste tema, criando uma necessidade de ação e poder, o que pode
levar a um desgaste num relacionamento, ora exerce muito poder sobre o outro ou tem que se
subestimar ao mesmo. Como ser subestimada não faz parte da sua personalidade, torna-se
difícil para esta cliente manter a sua opinião sem criar discussão.
Com a leitura dos elementos e da análise estudada, a suposta segurança emocional que minha
cliente achava que era prioritário, advindo de um relacionamento afetivo, percebeu que a
mesma é canalizada na ação e iniciativa de projetos e realizações pessoais, trazendo a bom
porto a realização de um relacionamento a posterior. Ao manter a sua natureza primária, esta
cliente hoje é uma mulher bem sucedida no mundo empresarial com destaque a projetos
próprios e de grande envergadura internacional. É certo, que a cada ano que passa percebe que
sua segurança emocional é muito repentina, com o elemento Agua recebendo a ação de Urano,
13
de
Editorial
Sonia Cardoso colocou a questão sobre a ponderação diferenciada aos diferentes planetas
e sobre a utilização do Ascendente e Meio do Céu, que obviamente pode e deve ser tida
em consideração para uma análise válida e fundamentada.
Esta questão sobre o nível de síntese dos dados a utilizar é recorrente a várias das técnicas
disponíveis para a interpretação/análise de mapas astrológicos e depende muito da visão
pessoal do astrólogo e do carácter da análise em si. Como aqui se tratava de perceber esta
técnica como indiciadora da abordagem mais adequada para o aconselhamento,
consideramos mais relevante cingirmo-nos aos planetas.
Ivo Silva reconhece que apesar de estar ainda a principiar os seus estudos, já teve
oportunidade “de compreender a importância que tem a distribuição dos planetas por
Elementos e sua caracterização quando se procede à análise de um mapa”. Chega a dar alguns
exemplos práticos:” Num caso de uma pessoa, com excesso de elemento Ar e ausência de
qualquer planeta em Terra, penso que à partida, poder-se-ia passar uma mensagem que
“sublinhasse” a necessidade da pessoa trabalhar mais o seu lado prático e objectivo, a sua
capacidade de organização, a ser mais constante e a não negligenciar o cuidado com o corpo
ou as rotinas diárias ou incentivar uma mudança de perspectiva na relação com o lado
material, senão mesmo incentivando o contacto directo com a terra (jardinagem,
agricultura,…), uma vez que, de forma simbólica, os Elementos representam as formas
primordiais da manifestação da matéria, para além dos diferentes tipos psicológicos. Propõe
ainda o uso desta técnica em casos de orientação vocacional.
Patrícia Fidalgo Azenha Henriques relembra a relevância desta base de interpretação do
ponto de vista da astrologia tradicional, incluindo as qualidades primitivas, quente, frio,
seco e húmido. “Quando entramos na esfera da análise humana falamos de temperamentos,
cada um deles está associado a um elemento. Sanguíneo – Ar, Colérico-Fogo, Melancólico-Terra
e Fleumático-Água. O cálculo do temperamento é algo que faço sempre quando analiso um
mapa natal, ele está na base de tudo e dirá muito sobre a psicologia daquela pessoa face às
diversas circunstâncias da vida, para além da sua fisiologia.”
Em conclusão podemos dizer que não se tratando propriamente duma abordagem
inovadora, continua a ser frequentemente utilizada pelos profissionais e estudantes de
Astrologia e os participantes neste desafio reconhecem a sua utilidade na sua prática.
Carmen Ferreira- membro nº 44
nemsodelua.blogspot.pt
14
de
Editorial
N
oticias
Ao longo deste trimeste, iremos realizar várias atividades, sendo que este
jornal nº 6 é editado em outubro, e ficaria disponivel para todos
gratuitamente em janeiro aquando a edição do lançamento do jornal nº 7.
Deixamos a noticia que iremos diponibilizar este número, no inicio de
dezembro, para que possa receber todas os artigos antes do final do ano.
Não podiamos nos despedir sem antes desejar a todos um feliz novo ano
rechado de realizações, sonhos, esperanças e muita paz.
A todos o nosso obrigada por a cada dia contribuir para que a nossa
associação seja uma realiadade.
15
Artigos
de
Astrologia Mundial – Portugal
O Semestre de Outubro 2013 a Março 2014
por João Medeiros - Membro No. 19
Síntese / Abstract
No artigo anterior “Astrologia Mundial – Portugal e Brasil”, publicado no
Jornal nº 4 de Abril de 2013, aplicámos técnicas de Astrologia Mundial na
interpretação do grande ciclo de 2000 a 2020 e do ano novo astrológico,
começando na Primavera de 2013. Neste artigo, completamos a análise do
ano astrológico para Portugal.
Comentário e verificação dos acontecimentos da análise anterior:
Em relação ao artigo anterior realço os seguintes acontecimentos que
estiveram de acordo com a interpretação ou com as direções planetárias
identificadas (de fim de Março a fim de Setembro de 2013):
PORTUGAL:
- no mapa da grande conjunção (de 2000-2020), identificámos para
Portugal “instabilidade governativa no meio de 2013” (com epicentro em
Outubro, mas começando 3 meses antes, a partir de Julho, e desenvolvendo
até ao fim de 2013) “mas não suficiente para derrubar o governo de Passos
Coelho”.
- no mapa do ingresso vernal (válido de 21 Março a 23 de Setembro)
identificámos “trapalhadas” na comunicação governativa (para dentro e
para fora do governo), polémicas sobre as habilitações académicas dos
governantes, tensões com sindicatos e greves nas áreas de educação e
transportes. Contudo, no geral, condições para a melhoria da imagem
internacional, cultural e turística do país.
16
de
Artigos
Factos:
(pela negativa) início de Abril – o ministro Miguel Relvas demite-se devido a
ilegalidades na sua licenciatura; início de Julho – o ministro Vítor Gaspar
demite-se; grande crise governativa (quase saída de Paulo Portas e fim da
coligação, desentendimentos no governo) e finalmente remodelação;
“sementes” de negociação entre os três partidos principais, promovida pelo
presidente; situação de impasse político em Julho (trânsito de Mercúrio
retrógrado); greves dos professores; negociação com trabalhadores tap e
rtp.
(Pela positiva) sinais de retoma económica; melhoria dos indicadores de
turismo e exportação; atores Diogo Morgado e músico Rodrigo Leão com
participações em Hollywood; filme “Gaiola Dourada” sucesso de bilheteira.
BRASIL:
Embora o foco específico de análise fosse o trimestre do fim de Março ao
fim de Junho (devido ao ingresso vernal de 2013 ser num signo cardinal)
destacámos o seguinte facto astrológico:
“Meio de 2013 e particularmente, de Julho a Setembro, mas com efeitos até
fim de 2013 conjunção de Mercúrio por direção simbólica (regente do ciclo
de 2000 a 2020 para o Brasil) com Urano e quadratura a Saturno-Júpiter”
Embora tivéssemos interpretado este factor numa ótica de inovação
tecnológica é agora mais óbvia a sua manifestação: as grandes
manifestações populares contra as medidas governativas de aumento dos
preços dos transportes, corrupção e grandes gastos desportivos (em termos
do desenvolvimento do país).
Recordamos que no mapa da grande conjunção, a Direção do regente do
Ascendente representa o país como um todo e o povo. Ao chegar a Urano
por conjunção (isto só acontece uma vez de 2000 a 2020) – era plausível
uma atitude revolucionária, uma vez que ainda por cima faz quadratura
dom Júpiter e Saturno, o poder instituído.
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de
Como verificamos, é incrível a informação que o mapa da Grande conjunção
Júpiter –Saturno nos pode dar! Recomendo que volte a ler o artigo anterior,
uma vez que foi analisado para os dois países o pano de fundo de 2000 a
2020!
Continuação do ano astrológico para Portugal:
Segundo as técnicas tradicionais, para completar a análise do ciclo
sócio-político da Primavera de 2013 à Primavera de 2014, para Portugal,
precisamos do ingresso do Sol em Balança / Libra. Este mapa representará
com um pouco mais de detalhe a realidade ou os assuntos em destaque de
23 Setembro de 2013 a 21 Março de 2014.
Ingresso do Sol em Balança,
calculado para Lisboa, 22 Setembro 2013
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Artigos
Como se constata, o mapa não é muito simpático apresentando um regente
do Ascendente (Vénus) bastante debilitado: em Escorpião, na Casa 6,
conjunto a Saturno e em tensão com Marte e com a Lua.
Em geral, este mapa remete-nos para condições de dificuldade na gestão
dos temas económicos e do desemprego, com muitas teimosias e
resistências à mudança tanto do lado dos trabalhadores como no lado dos
patrões e políticos. Ou seja, é normal que a questão dos despedimentos e
indemnizações na função pública se arrastem um pouco durante todo este
semestre. Á área dos hospitais e da saúde pública também estará em foco.
Pede-se a todo o país mais humildade, sentido de compromisso e
capacidade de trabalho. A posição de Júpiter (em Caranguejo na Casa 3)
poderá favorecer uma comunicação mais sensível neste período e o
entretenimento popular com temas mais novelescos.
O Sol está sem aspectos, exceto com o Meio-do-Céu. O que sugere algum
isolamento dos líderes de Estado mas a continuação da sua governação. A
posição da estrela Altair no Meio-do-Céu favorece um certo progresso na
ação governativa.
Como a maior ênfase de planetas está nas casas Cadentes será o último
terço deste período – a fase de fim Janeiro a fim de Março – a época de
turbulência mais forte de todas estas questões referidas, que envolvem os
trabalhadores, finanças, função pública, desempregados e saúde.
Para uma perspetiva mais global e estratégica, recomendamos mais uma
vez o artigo anterior.
Referências:
-Artigo “Astrologia Mundial: Teoria e Prática”, por João Medeiros,
publicado na Edição Especial do Jornal Astrológico 4 Estações, de
Dezembro de 2012
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Artigos
de
-Artigo “Astrologia Mundial: Portugal e Brasil”, por João Medeiros,
publicado no Jornal Astrológico 4 Estações, de Abril de 2013
- Mundane Astrology, M. Baigent, N. Campion e C. Harvey (1989)
- The Book of World Horoscopes, Nick Campion (1995)
- Tetrabiblos, de Claudius Ptolomeu (séc. II d. C.)
- De Magnis Coniunctionibus, de Abu Ma'shar al-Balkhi, tradução de
Yamamoto, Ch. Burnett, Leiden (2000), 2 volumes, (Textos em árabe e Latim)
- Mapas astrológico calculado através do software Solar Fire
João Medeiros - membro nº 19
Conselheiro da Direção
joaomedeiros.org/blog
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Astrologia Tradicional e Astrologia Moderna
por Robert Hand
Biografia de Robert Hand
Robert Hand, astrólogo de renome e estima mundial, conferencista,
historiador, escritor. Licenciou-se em História na Brandeis University e
frequentou o mestrado em História da Ciência em Princeton. Em 1972
publica “Planets in Transit” um livro de referência na astrologia actual.
Outros livros da sua autoria são “Planets in Composite”, “Planets in Youth”,
“Horoscope Symbols” e “Essays in Astrology”. Depois de obter um Mestrado
em História na Catholic University of America de Washington, D.C. segue as
suas investigações com o doutoramento em Estudos Medievais e Bizantinos
na mesma universidade.
Nos anos 80’s fundou companhias que prestam serviços e software
astrológicos e em 1997 funda ARHAT, uma editora, biblioteca e arquivo de
textos e traduções astrológicas hebraicas, gregas e árabes.
Na sua prática profissional Robert Hand utiliza as mais diversas técnicas
retiradas das suas investigações históricas e que melhor sirvam os seus
clientes.
http://www.arhatmedia.com/
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de
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Robert Hand no artigo que segue fala da confrontação entre
tradicionalistas e modernistas e sugere que a tarefa da astrologia no séc. XXI
é de síntese. Até agora todos os artigos publicados neste jornal são da
autoria de membros da Aspas. Hoje fazemos uma exceção para Robert
Hand que nos autorizou a traduzir e publicar um post seu publicado no
facebook de 27 de Julho de 2013 (as imagens são da responsabilidade da
Aspas).
A voz de Robert Hand é muito importante pela profundidade dos seus
conhecimentos e a clareza à sua exposição. Leiam!
“Num post anterior eu (Robert Hand) falei sobre o meu interesse em reconstruir
as ligações entre a astrologia tradicional e astrologia moderna. Por que nos
devemos preocupar com isso? A resposta é simples. Todas as diversas formas de
astrologia, Helenística, Hindu, Medieval e Moderna, tem algo importante a
contribuir. No entanto, a síntese entre e as formas ocidentais e do Médio Oriente
de astrologia (Helenística, Medieval e Moderna), é mais fácil por dois motivos.
Primeiro porque fazem parte de uma única e agora, mais uma vez contínua
tradição. Astrologia hindu apresenta um desafio maior, embora, também deva
fazer parte da eventual síntese. Neste post vou explicar por que não podemos
simplesmente abandonar a astrologia dos séculos XIX e XX e apenas reviver
uma combinação de métodos herdados das formas tradicionais de astrologia.
Em palestras públicas tenho afirmado muitas vezes que o objetivo é criar uma
astrologia como teria sido se a "experiência de quase-morte" nunca tivesse
acontecido. É perto da verdade, mas não é bem preciso. A "experiência de
quase-morte" causou ou permitiu que acontecesse alguma coisa que não teria
acontecido sem essa experiência. Os Astrólogos começaram a tentar reconetar
a astrologia com o sagrado. Aqui refiro-me apenas à astrologia do Oriente
Médio e do Ocidente. Astrologia hindu sempre teve e continua a ter, uma
conexão com o sagrado, mas é uma tradição espiritual que está bastante
distante das tradições do Ocidente. (Para simplificar, a partir de agora quando
me refiro ao "ocidente" refiro-me também ao Oriente Médio.)
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de
Artigos
As duas culturas estão muito mais próximas entre si do que qualquer uma delas
da Índia. Percebam que eu não acredito que tradições espirituais indianas
(incluindo o Budismo) não sejam iguais ou mesmo superiores às do Ocidente.
Mas a linguagem, os pressupostos culturais, as influências históricas, etc., são
muito diferentes e exigem muita tradução de uma natureza muito sofisticada
para torná-las completamente acessíveis no Ocidente. Seria melhor se
pudéssemos reconetar a astrologia ocidental com o sagrado, tal como o
sagrado é entendido no Ocidente. E na medida em que a tradução conceitual
das tradições indianas e orientais é mais avançada, considerá-las também.
Porque é que a Astrologia ocidental perde sua conexão com o sagrado? Tanto
na Europa e no Oriente Médio religiões estabeleceram-se, cristianismo e
islamismo, e associaram a astrologia com o politeísmo e, portanto,
hostilizaram a astrologia. No Islão a astrologia tornou-se relativamente
aceitável porque era usada apenas num nível prático e evitou questões que
diziam respeito à religião. Na Europa, a astrologia foi inicialmente totalmente
rejeitada, pelo menos oficialmente. Em seguida, a civilização na Europa
Ocidental colapsou ao ponto em que a astrologia não podia ser praticada, pelo
menos a um nível elevado de sofisticação, devido à perda do conhecimento do
grego e da ciência grega, etc. Quando a astrologia voltou a ser utilizada no
mundo ocidental via o mundo árabe, foi aceite com certo constrangimento
mais ou menos nas mesmas condições que no Médio Oriente. Não deveria fazer
referências ao sagrado. A associação da astrologia e do sagrado continuou de
uma forma encoberta em ambas as culturas, mas foi associada com a magia
branca e negra e todas as cores intermédias. Em termos praticos a astrologia
era aceitável em ambas as culturas apenas se não colidisse com o sagrado e
não contradissesse o livre arbítrio. (Mais sobre o livre-arbítrio num outro post!)
Curiosamente, e felizmente para a questão que estamos a considerar, as
mesmas forças que quase destruíram a astrologia no século XVIII, também
enfraqueceram severamente o poder do cristianismo no Ocidente. No Médio
Oriente, um ressurgimento do fundamentalismo islâmico (ainda em curso)
trouxe a sua própria forma de "experiência de quase-morte" à astrologia
islâmica.
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de
Artigos
Em seguida, no século XIX, quando a astrologia teve o seu renascimento na
Inglaterra duas linhas distintas de astrologia surgiram gradualmente, uma
com pretensões científicas exemplificadas por A.J. Pearce, entre outros, e uma
linha espiritual-religiosa de quem Allan Leo é talvez o melhor exemplo.
O grupo "científico" continuou a tentar fazer o que não tinha conseguido no
século XVII, uma astrologia aceite pela nova ciência. Não funcionou no século
XVII e que não funcionou no séc. XIX. (Os meus comentários sobre esta
abordagem científica à astrologia não significa que me oponha a uma
abordagem científica para a astrologia. Dou o meu apoio a uma abordagem
científica para a astrologia como parte de um esforço bi direcional para
entender o que a astrologia realmente é, não uma tentativa para fazer com que
a astrologia seja considerada "aceitável" no mundo científico actual. Isso, creio
eu, não pode acontecer por razões ideológicas e religiosas mais do que as
científicas.)
O grupo de astrólogos espirituais ligaram a astrologia ao sagrado via a
Teosofia Blavatskiana. A Teosofia punha numa linguagem retirada das
religiões orientais uma filosofia que era na verdade um neoplatonismo clássico
requentado. Mas reconetou astrologia com ideias tais como sabedoria,
auto-realização, etc. Sejam quais fossem as suas deficiências como filosofia
espiritual, abriu caminho para uma maior evolução nessa via. A figura mais
fortemente associada com esta evolução foi Dane Rudhyar que trouxe ao
mundo a astrologia humanista e transpessoal, astrologias que acentuam o uso
da astrologia como uma ferramenta de auto-realização e individuação, ao
contrário da astrologia puramente prática e mundana da Idade Média. Tudo
isso, por sua vez levou ao desenvolvimento da astrologia psicológica, como
exemplificado por Liz Greene e outros.
Liz Greene, Montegufoni, Itália, Maio 2006
fotografia Alois Treindl, Suíça
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de
Artigos
Este tipo de astrologia não é do agrado dos tradicionalistas ferranhos. É
considerada fraca, vaga e auto-indulgente. Estes não são os meus pontos de
vista, mas sim aqueles que são expressos abertamente pelos tradicionalistas.
Essa crítica tem alguma base no fato de que os métodos da astrologia do séc.
XX têm sido tecnicamente primitivos. O simbolismo astrológico ficou tão
impreciso que se pode interpretar qualquer coisa a partir de qualquer
formação. Isto realmente não foi culpa da corrente espiritual-psicológica da
astrologia. Foi culpa da astrologia "científica" do fim do séc. XVII até ao séc. XIX.
Retiraram da astrologia os métodos e princípios que não entendiam porque
faziam pouco sentido para o seu ponto de vista de "científico". James Wilson,
por exemplo, em seu Dicionário de Astrologia ignorou completamente
regências. Regências e significadores são o cerne da astrologia medieval e
hindu. Sem este conceito, o poder e expressividade da astrologia fica manco.
Retiraram todas as dignidades, exceto, com relutância, regência e exaltação.
Eles deixaram a astrologia com um vocabulário muito limitado, o único
herdado pelas escolas espirituais, psicológicas e humanistas. A fim de
preencher as lacunas deixadas por estas supressões, as astrologias modernas
tiveram que expandir o simbolismo que restava e o processo tornou a
linguagem da astrologia menos precisa. No entanto, apesar de tudo isso as
formas de astrologia espiritual, humanística e psicológica (os três não são
mutuamente exclusivas) são a maior inovação da astrologia moderna. A parte
humana e espiritual da astrologia, que existia claramente no mundo antigo,
embora não se encontra tanto nos trabalhos práticos, foi restaurada.
Não quero dar a entender que as únicas grandes inovações da astrologia
moderna são nas áreas mencionadas no parágrafo anterior. Para começar, a
astrologia moderna, em muitos aspectos atualizou o ponto de vista cultural
para o mundo moderno. Astrologia medieval dirigia-se ao mundo medieval. Tal
alteração tinha de ser feita, e tem sido feito. No entanto, quanto a este ponto
quero abordar uma crítica à tradicional muitas vezes feita pelos modernistas,
ou seja, uma vez que não somos medievais, como pode astrologia medieval ou
antiga ser relevante para nós? Falando como um historiador medieval, quero
dizer que se alguém ler Bonatti, por exemplo, a respeito de ações judiciais, o seu
texto soa perturbadoramente moderno.
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de
Artigos
A nossa cultura é descendente da cultura da Idade Média e que somos mais
parecidos com eles do que a maioria das pessoas imagina.
Em segundo lugar, a adição dos planetas modernos Urano, Netuno e Plutão foi
um grande passo em frente. O grande número de corpos menores em órbita é
um pouco mais problemático, mas isso é uma questão de prática. Como
podemos lidar com tantos corpos e como podemos organizá-los corretamente
em algum tipo de estrutura para análise? Noutra altura voltarei a este assunto!
Além disso, temos as principais escolas de pontos sensíveis que oferecem
métodos bem distantes de qualquer forma tradicional de astrologia (embora
não completamente removido),a Escola de Hamburgo ou Uraniana, e
Cosmobiologia dos Ebertins. Enquanto a escola Uraniana no meu entender
precisa de ser um pouco desbastada, as características de ambas as escolas
devem tornar-se uma parte permanente da nova síntese.
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de
Artigos
A Escola Sideralista de Cyril Fagan e Garth Allen fez grandes contribuições para
a astrologia moderna, independentemente do que se pode pensar sobre a
noção de um zodíaco sideral (outra questão para outro momento). Sobretudo
fizeram-nos olhar para o nosso desenvolvimento histórico nos tempos antigos.
Enquanto os seguidores de todas as três escolas tendem a olhar para uma
astrologia orientada para acontecimentos, não há nada sobre qualquer um
delas que seja incompatível com uma abordagem astrológica humanística e
espiritual.
Finalmente, é claro que há o renascimento da astrologia horária e tradicional,
mas estes ramos não são realmente uma contribuição para a astrologia
moderna, mas sim a razão pela qual estamos a ter esta discussão; e estas são as
razões pelas quais precisamos de olhar para uma síntese. Esta síntese é a tarefa
certa do século XXI para a astrologia.”
Robert Hand
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de
Pergunte ao Astrólogo - Astrologia Horária
por Paulo Alexandre Silva - Membro Nº 57
Este artigo visa responder a questões reais usando técnicas de delineação
astrológicas muito específicas, técnicas essas que se encontram num dos
ramos da Astrologia - a Astrologia Horária.
De salientar que as informações aqui apresentadas têm a autorização prévia
dos envolvidos, omitindo-se apenas os nomes reais.
Pergunta colocada pela cliente, M.:
Irei reconciliar-me com o meu marido?
Alguma clarificação sobre as circunstâncias que envolvem a pergunta:
A cliente tinha saído de casa dela para a casa da sua mãe após um violento
desentendimento com o seu marido.
Figura Horária:
Dados:
15 Junho 2013 AD GC
2:51:48 PM
Amora / Portugal
9w07 00 / 38n37 00
GMD -01:00:00
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de
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Significador da querente/cliente: Vénus; co-significador: Lua
Significador do quesito/marido: Marte
Regente da Hora: Saturno
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de
Artigos
"O querente é aquele ou aquela que faz a pergunta e deseja uma
resolução; o quesito é aquele ou aquela, ou a coisa procurada, ou sobre o
que se pergunta.
O significador é não mais do que aquele planeta que rege a casa que
significa a coisa perguntada ... seja qual for o signo ascendente, o planeta
que for regente desse signo será chamado senhor da casa ou significador
da pessoa que pergunta ...
De forma que, em primeiro lugar, quando qualquer pergunta é
apresentada, o signo ascendente e o seu regente são sempre dados
àquele ou àquela que faz a pergunta.
Em segundo lugar, deve-se considerar o assunto apresentado e ver qual
das doze casas ele pertence devidamente; quando se tiver encontrado a
casa, considerar o signo e o regente desse signo ...
Em todas as perguntas damos a Lua como co-significador do querente
com o regente do ascendente ..." 1
Quanto à radicalidade da figura horária (conjunto de regras que nos diz se a
figura pode ou não ser julgada):
- A Lua não está vazia de curso;
- Saturno, regente da hora, encontra-se na mesma Triplicidade que o
regente do Ascendente, Vénus; ambos estão na Triplicidade da água Saturno em Escorpião e Vénus em Caranguejo;
- Não ascendem nem os primeiros nem os últimos graus do Signo.
Pode-se então dar início à delineação:
De notar que Vénus, regente da querente, não se aplica por nenhum
aspecto ptolemaico ao regente do quesito, Marte, e que este não recebe em
nenhuma das suas dignidades Vénus, a querente.
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de
Artigos
Vemos que a Lua - co-significadora da cliente - se separa de uma quadratura
de Marte, mostrando-nos assim o carácter violento do desentendimento
que ocorreu e a consequente separação.
Toda esta configuração astrológica dir-nos-ia que não haveria hipótese de
uma reconciliação, até que verifiquei que a Lua, que se separa de Marte por
uma quadratura, aplica-se a Vénus por um sextil levando assim a sua luz translação de luz - unindo desta forma ambos os significadores.
A ter em consideração que a Lua em Virgem é recebida por ambos, Vénus e
Marte: a Lua encontra-se na Triplicidade Participante de Marte e na
Triplicidade Diurna, Termo e Face de Vénus. 2
"Translação:
As coisas são levadas à perfeição por translação de luz e de natureza,
desta forma: quando os significadores do querente e do quesito se
separam de uma conjunção, sextil ou trígono um ao outro, e qualquer
planeta se separa de um dos significadores, pelo qual é recebido por
domicílio, triplicidade ou termo, e depois este planeta se aplica ao outro
significador por conjunção ou aspecto, antes de conjuntar ou fazer
aspecto com qualquer outro planeta, então translada a força, influência
e virtude do primeiro significador para o outro, e então este planeta
interventor (ou aquele homem ou mulher por ele significado) levará o
assunto mencionado à perfeição." 3
Concluí então que devido à intervenção da mãe da querente - alguém
como a Lua ou representado por ela; é de assinalar que a Lua é regente da
Casa X, que em Astrologia Tradicional representa a mãe, a Lua também é
considerada significador natural/universal de mãe - a reconciliação iria
realizar-se, e assim se veio a verificar.
31
de
Artigos
1 Astrologia Cristã, William Lilly, págs. 123, 124. Tradução CMM, QHP - Edição
Biblioteca Sadalsuud
Pode verificar estas dignidades na seguinte tabela; Tabela Dignidades e
Debilidades Essenciais - Outros - aceda a ligação atravês deste link:
http://www.astrologiamedieval.com/tabelas/DIGNIDADES%20E%20DEBILI
DADES%20ESSENCIAIS%20-%20OUTROS.pdf2
Astrologia Cristã, William Lilly, págs. 125, 126. Tradução CMM, QHP - Edição
Biblioteca Sadalsuud
3
Paulo Alexandre Silva, DMA
Membro efectivo Nº 57
www.astrologiamedieval.com
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Artigos
de
ASTROLOGIA E A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE JUNG
por Márcia Ferreira Silva - Membro No. 82
Enfoque em Processo de Individuação, Inconsciente Coletivo e
Arquétipos.
É muito interessante notarmos que em seus trabalhos mais tardios, no
contexto de suas análises da sincronicidade, Jung se direcionou a uma
concepção dos Arquétipos como:
“Padrões autonomos de significados que informam tanto a psique como a
matéria promovendo uma ponte entre o mundo interno e externo”, o que ele
chamou de propriedade Psicóide dos Arquétipos.
Esta compreensão nos fornece uma base importante de compreensão da
Astrologia e ao mesmo tempo explica algo que nós, que lidamos com a
interpretação de Mapas Astrológicos, estamos tão habituados a ver: as
ocorrências na vida de uma determinada pessoa se darem tanto de forma
internalizada intrapsíquica como também sob a forma de eventos externos.
Nesta fase, Jung se interessou por Astrologia e acabou inclusive
desenvolvendo uma pesquisa correlacionando o mapa de 303 casais, ou
seja, 606 horóscopos. Apesar de todas as dificuldades encontradas por se
tratar de uma Pesquisa Quantitativa, o que nós sabemos não ser o melhor
método a se aplicar à Astrologia, ele acabou por concluir que havia uma
incidência significativa de conjunções entre as Luas de um dos cônjuges e a
Lua, o Sol ou o ASC de seu parceiro e que isto não poderia se tratar de uma
simples coincidência.
É também sabido que no final de sua vida ele utilizou mapas e trânsitos de
seus pacientes em sua prática clínica regular.
Portanto, mesmo que mais para o final de sua vida, Jung abriu uma porta
para essa possibilidade de conhecimento, a Astrologia, e a explorou de
forma bastante intensa.
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de
Artigos
Neste artigo estabeleceremos um paralelo entre a Teoria Junguiana,
também chamada de Psicologia Analítica e a Astrologia, uma aproximação.
Esta aproximação não é uma ligação direta, para que não caiamos em um
reducionismo entre os dois saberes. A Astrologia existe há 6.000 anos, é um
conhecimento arquetípico, confunde-se com os primórdios da
humanidade. O homem em diferentes civilizações e momentos da história
sempre observou essa sincronicidade entre os eventos celestes e os
terrestres.
Por outro lado, a Teoria Junguiana tem seus próprios pilares de sustentação,
fruto de uma vida inteira de pesquisas e indagações tanto a nível teórico
quanto prático por parte de Jung. O seu conhecimento foi sendo construído
a partir de estudos de Filosofia, Arqueologia, Mitologia, Antropologia,
Alquimia e História. Jung se deixou influenciar pelas idéias de
Schopenhauer, Nietzsche e Kant, além de Platão e outros pensadores da
Antiguidade. Estabeleceu profundos intercâmbios de idéias com Freud,
Adler e também com os físicos Einstein e Pauli. Utilizou sua própria vida e
seus mergulhos em seu próprio inconsciente para chegar às suas
conclusões, além da profunda investigação na vida de seus pacientes, os
quais sempre acompanhou de perto por tantos anos. Formou um grande
corpo de conhecimento.
Portanto, qualquer tentativa de redução entre uma coisa e outra estaria
fadada ao fracasso. O que podemos fazer é estabelecer paralelos para
podermos aprofundar o nosso conhecimento de ambos os lados.
Sendo assim, enfocaremos alguns pilares da teoria de Carl Gustav Jung,
estabelecendo esta ponte com a Astrologia:
34
de
Artigos
Processo de Individuação
Segundo Jung, o Processo de Individuação seria o objetivo final em termos
do desenvolvimento psicológico. Nossa principal tarefa seria descobrir e
cumprir o nosso mais profundo potencial inato.
"Individuação só pode significar um processo de desenvolvimento psicológico
que proporcione a realização das qualidades herdadas individuais" C. G. Jung
Paralelamente, o Mapa Astrológico fala da nossa semente em potencial, de
nosso script para essa vida, independente das influências externas. Poder
dar vasão ao que é realmente único e individual seria a nossa tarefa em
termos de individuação, mesmo que tal direcionamento vá na contra-mão
de uma expectativa social ou familiar. Trata, portanto, de nossas qualidades
herdadas individuais.
A superação das questões difíceis de um Mapa Natal seria o nosso processo
de desenvolvimento psicológico ou o nosso Processo de Individuação. O
caminho para tal superação seria justamente trazer à consciência o material
que se encontre ainda no inconsciente e que esteja bloqueando esse
caminho, através do que Jung chamou de Transcendência Simbólica.
Uma outra colocação, segundo M. Louise Von Franz, continuadora do
trabalho de Jung:
“O Processo de Individuação só é real se o indivíduo estiver consciente dele e,
consequentemente, mantendo uma ligação viva com ele” M. Louise Von Franz
Neste conceito do Processo de Individuação existe essa idéia de
movimento, de continuidade, de eterno retorno a si-mesmo.
O mesmo se dá também na nossa relação com o nosso Mapa Natal, pois o
mesmo não é passível de somente uma única leitura ao longo da vida. Em
uma época da vida podemos estar vivenciando aquele arquétipo de uma
determinada forma e depois daquelas questões terem sido conscientizadas
e trabalhadas, este mesmo arquétipo poderá ser vivenciado de uma outra
forma, melhor, espera-se.
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de
Artigos
O Mapa é o que nos mostra a unicidade de uma pessoa, mesmo com seus
diversos componentes antagônicos. É muito importante que estejamos
sempre atentos a isso, a fazer essa leitura unificadora das diversas partes de
uma mesma pessoa, trazendo-a a entrar em contato com esse núcleo
unificado, fazendo com que os vários lados estabeleçam um diálogo. Isso é
o que faz tanta diferença entre uma boa interpretação astrológica e uma
mesma leitura feita por um computador, por ex.
Inconsciente Coletivo
Freud afirmava que o inconsciente era composto por experiências
traumáticas e reprimidas da infância. Ele dizia que haviam necessidades
instintivas emergentes que se antagonizavam com a realidade opressiva da
família e da sociedade.
Com o tempo, Jung caminhou na direção oposta e para ele, o inconsciente
era o elemento inicial a partir de onde a consciência emerge. Desenvolveu o
conceito de insconsciente como algo anterior à consciência, como uma
pré-consciência. A partir de um certo ponto, as pesquisas de Jung o levaram
à descoberta do Inconsciente Coletivo, o qual seria a camada mais profunda
da psique humana.
Segundo sua colocação:
"O Inconsciente Coletivo é a nossa herança comum, que transcende todas as
diferenças de cultura e de atitudes conscientes. Compreende nossas disposições
latentes para reações idênticas, herdadas, que estruturam a nossa mente”.
Portanto, nesse substrato mais profundo de nosso inconsciente, existiriam
essas disposições comuns a toda a humanidade.
O conceito do Inconsciente Coletivo nos remete imediatamente ao nosso
próximo tópico:
Arquétipos:
O que seriam os Arquétipos? A palavra Arquétipo vem de archai = arcaico,
antigo, velho / e typos = tipos, matrizes.
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de
Artigos
Arquétipos são, portanto, uma espécie de matriz, com raízes comuns a toda
a humanidade.
Na camada mais profunda do inconsciente, no nosso Inconsciente Coletivo,
existe uma combinação de padrões e forças predominantes
universalmente, chamados "Arquétipos".
Em outras palavras, os Arquétipos seriam, por conseguinte, os conteúdos
deste Inconsciente Coletivo.
A Astrologia é toda arquetípica: os signos, os planetas, todas as
configurações astrológicas se confundem com a origem da humanidade.
Sempre o homem reproduziu essa compreensão arquetípica do céu. Em
diferentes civilizações e em diferentes momentos da história foram
estabelecidas relações entre os movimentos dos planetas e as ocorrências
aqui na Terra.
Como coloca Jung, um Arquétipo não é a experiência em si, mas sim apenas
uma possibilidade de um certo tipo de ação ou percepção, o qual será
preenchido com as experiências inconscientes individuais. Um Arquétipo,
portanto, serve como um pano de fundo para a experiência. O que
herdamos é o potencial para repetir tais experiências, não a própria
experiência. Dependendo do tempo e da civilização na história, um mesmo
Arquétipo terá diferentes manifestações. Assim, a sua forma muda
contínuamente.
"Como um recipiente vazio que nunca podemos esvaziar ou encher
completamente", como diz Jung.
O mesmo podemos dizer que se aplica à Astrologia, onde a mesma
configuração astrológica poderá assumir diferentes manifestações e dar
expressão individualizada ao Arquétipo em potencial. Nós não podemos
prever qual a manifestação exata que determinada configuração
astrológica terá em um determinado momento, mas sim podemos saber
que determinado Arquétipo estará atuando ali naquela configuração.
37
de
Artigos
Prever a configuração arquetípica já é suficiente para grandes descobertas.
Por exemplo: nós não sabemos se determinado trânsito do planeta Marte
irá se manifestar a nível físico, em um órgão como bexiga e musculatura, ou
como um evento externo como por exemplo uma batida de carro ou ainda
como um rompante de agressividade.
Por outro lado, prevermos a configuração arquetípica envolvendo o planeta
Marte com toda a sua propriedade intrínseca de assertividade,
agressividade e impulsividade já será de grande utilidade para que este
material inconsciente seja trazido à consciência e possa ser transcendido.
Estes são somente alguns paralelos entre os pilares da Teoria de Carl Gustav
Jung e uma compreensão arquetípica da Astrologia. Podemos estender
nossa análise e estabelecer outras “pontes” com outros tópicos de sua
teoria. Segundo Jung, os Arquétipos que mais comumente afetam o Ego,
são: Persona, Sombra, Arquétipo da Grande Mãe, Arquétipo do Pai, Anima,
Animus e Arquétipo do Herói, o que poderemos explorar em um outro
momento.
Tal compreensão poderá nos trazer um aprofundamento e uma maior
compreensão da Alma Humana em nossas leituras astrológicas.
Bibliografia:
Fundamentos da Psicologia Analítica - C.G. Jung
Memórias, Sonhos e Reflexões - C. G. Jung
O Mapa da Alma - Murray Stein
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Artigos
de
Bibliografia:
O Homem e seus Símbolos - C. G. Jung
Sincronicidade - C. G. Jung
O Caminho dos Sonhos - Marie Louise Von Franz
O Poder do Mito - Joseph Campbell
Astrologia, Karma e Transformação - Stephen Arroyo
Cosmos e Psique - Richard Tarnas
Na próxima edição Márcia Ferreira Silva, Psicóloga e Astróloga analisa o
mundo dos “complexos” como definidos por Jung à luz de aspetos e
experiencias carregadas emocionalmente do mapa natal.
Márcia Ferreira Silva
membro nº 82
www.astrologiaceap.com.br
39
Artigos
de
As Cores da Depressão
por Bárbara Bonvalot - Membro No. 64
Em algum momento da vida todos nós experienciamos uma sensação de
tristeza e desesperança. Às vezes, conseguimos reunir a força suficiente para
seguir em frente, mas outras vezes a sensação de abandono é tão
avassaladora que é mesmo impossível ver a luz ao fundo do túnel. A
Psiquiatria reconhece a depressão como uma doença, caracterizada pela
falta de motivação, perda de apetite, perturbação do sono e cansaço
constante. No entanto, para estes sintomas serem reconhecidos como
patologia, devem impedir o normal funcionamento do indivíduo.
Da minha experiência pessoal e dos casos que já conheci de perto, entendo
a depressão como uma dificuldade em lidar com a frustração e com a perda,
ou seja com o lado mais sofrido da realidade. Se observarmos o
comportamento de uma pessoa que sofre de depressão, apercebemo-nos
que o desequilíbrio entre o eixo Virgem/ Peixes, ou casa 6/ casa 12, está bem
presente nesta questão. A falta de ânimo para lidar com as tarefas mais
simples do dia-a-dia, a alteração no padrão do sono, a falta de apetite, a
negligência com a própria aparência, a auto-indulgência e o abandono de si
próprio, o isolamento e a evasão da realidade através de adições
(medicamentos, drogas, álcool ou jogo), ilustram bem a fuga da vida
quotidiana e funcional de Virgem para o universo imaterial e ilusório de
Peixes.
Dos mapas que observei de pessoas que já passaram por problemas de
depressão ou adição, a maioria deles tem a Lua em aspecto a Júpiter e/ou a
Neptuno (regente e co-regente de Peixes). Este padrão sugere optimismo e
confiança na vida, grande sensibilidade, facilidade em ver satisfeitas as suas
necessidades e a fantasia de um colo incondicional, mas também
auto-indulgência, fragilidade e vazio emocional e tendência para fugir da
realidade.
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Artigos
de
Este tipo de perfil vai ter mais dificuldade em lidar com contrariedades, com
injustiças e com perdas e em aceitar o sofrimento como parte da sua
existência. Esta tendência fica mais acentuada se houver energia de
Sagitário ou Peixes no mapa e planetas na casa 12.
“À Porta da Eternidade”, Vincent Van Gogh (1890)
Às vezes a depressão não chega a ser vivida de uma forma disruptiva para o
funcionamento “normal” da pessoa na sociedade, mas não deixa de causar
dano ao próprio indivíduo e ao seu ambiente familiar. Uma personalidade
mais derrotista, pessimista e amarga vive num estado de permanente
depressão, sem encontrar alegria, prazer ou sentido na vida e acaba por
arrastar para esta espiral de negatividade as pessoas que lhe são mais
próximas.
Este segundo perfil tem características de Escorpião e Capricórnio. Os dois
signos são bastante defensivos e escolhem o retraimento e isolamento
quando se sentem atacados. Escorpião conhece o lado negro da vida e
identifica-se com ele e a depressão pode ser uma forma de auto-destruição,
o último recurso face à percepção de uma ameaça. Mas, simultaneamente, é
também uma oportunidade de manipular os outros sem se expor a si
próprio, as suas fraquezas, necessidades e anseios.
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Artigos
de
A depressão de Capricórnio sustenta a sua crença de que a vida é dura,
esforçada e difícil e de que não vale a pena procurar satisfação nem
significado, pois ele não acredita que estes sejam possíveis de alcançar. Mais
uma vez, ao assumirem o fracasso como adquirido, estas pessoas não
precisam de mostrar as suas limitações ou falhas, nem as suas ambições,
tendo sempre garantido o sucesso da não-realização. A energia destes dois
signos no mapa natal, ou aspectos do Ascendente ou dos luminares a
Saturno e/ou Plutão, podem sublinhar a tendência para a depressão.
Naturalmente, estes dois padrões depressivos, o abandono de si mesmo e o
negativismo, quase sempre se sobrepõem e criam uma grande diversidade
na forma como a depressão se apresenta. O transtorno depressivo maior é
sua forma mais grave, mas o estado depressivo pode tomar várias
aparências como a distimia, uma depressão crónica e mais leve, a depressão
pós-parto ou a depressão sazonal, causada pela falta de Sol no Inverno, mais
grave nos países do Norte da Europa, entre outras.
“Cinzas”, Edvard Munch (1894)
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de
Artigos
Uma depressão pode ser catalisada pela perda de um emprego, uma
doença grave ou pela perda de uma pessoa querida, outras vezes parece
não haver uma aparente causa externa, mas uma depressão, que por
alguma razão não foi vivida no momento mais evidente, pode ficar latente
durante meses ou até anos e ser activada mais tarde por um impulso
interno, imperceptível para quem está de fora. Astrologicamente, os
gatilhos destas fases podem ser trânsitos de Saturno ou Plutão, ou
progressões dos planetas pessoais a Saturno ou Plutão.
Saturno vai obrigar-nos a lidar com o lado mais duro da vida, com a
separação, a solidão, os nossos limites, com responsabilidades que
preferíamos não ter que assumir e também com austeridade e carência.
Para uma Lua em aspecto a Júpiter, que está habituada a facilidade e
abundância, pode ser uma fase especialmente difícil.
Os trânsitos de Plutão vão despir-nos de tudo o que é acessório, vão
recordar-nos da precariedade da nossa existência. Põem-nos perante
situações de vida ou de morte – às vezes literalmente – e nós somos
obrigados a escolher se queremos manter-nos apegados àquela parte de
nós que morre ou se a largamos para podermos seguir em frente. Muitas
vezes estas escolhas não são fáceis nem imediatas, precisam de tempo e de
paciência para serem integradas, mas a aceitação da nossa frustração, da
nossa tristeza e da nossa raiva perante a nova realidade é o primeiro passo
para viver.
Uma perspectiva bastante interessante sobre a depressão e, quanto a mim,
também mais útil, é a de Melanie Klein, psicanalista infantil, que
desenvolveu o seu trabalho na primeira metade do século passado. Klein
reconhece a depressão como o último de dois estágios de um processo de
crescimento e maturidade. Este processo ocorre de uma forma mais intensa
durante o primeiro ano de vida, mas repete-se episodicamente ao longo de
toda a vida.
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Artigos
de
“As Duas Fridas”, Frida Kahlo (1939)
Numa primeira fase a criança necessita dividir o seu mundo, ela própria, a
mãe e o ambiente, em bom e mau. Ela vai separar aquilo que associa a
sobrevivência e que identifica como amável, mas também controlável por
si, daquilo que percepciona como ameaça e que identifica como odiável e
incontrolável. A sua noção de conforto ainda está associada à vida no útero,
onde vivia a sensação de que nada existe separado dela – de volta a Peixes,
a Neptuno e à casa 12 – e por isso esta separação maniqueísta é necessária
até que ela consiga construir um ego suficientemente forte para nele poder
sustentar a sua personalidade.
No segundo estágio deste processo, o depressivo, a criança vai integrar os
dois lados, o amável (ou luminoso) e o odiável (ou sombra). Ao fazer esta
integração, vão surgir sentimentos de culpa, tristeza e remorso, por se
aperceber que odeia e nutre sentimentos de vingança em relação ao
objecto que simultaneamente ama e, consequentemente, ela vai ser
confrontada também com a sua própria Sombra. Porque esta segunda fase
traz consigo dor e sofrimento, a psique tenta proteger-se voltando atrás, à
primeira posição, na qual a separação destes papéis era clara e tranquila –
“aqui estão os bons, ali estão os maus”. No entanto, a integração destes dois
lados é essencial ao nosso crescimento e à realização de que somos seres
livres, autónomos e responsáveis por nós mesmos.
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Artigos
de
A depressão, enquanto patologia, acontece quando somos obrigados a
experienciar a dor e o sofrimento, mas bloqueamos este processo e ficamos
presos na visão polarizada. Somos confrontados com Saturno ou Plutão,
mas rejeitamos a experiência, ou porque apenas sabemos lidar com a
facilidade e fluidez de Júpiter e Neptuno ou porque não confiamos em
entregar o controlo (Saturno e Plutão) a algo exterior a nós. Isto gera
frustração, tristeza e raiva e uma sensação de impotência, de que “nada vale
a pena”.
A Alquimia também associa a depressão a uma fase da Obra Maior, o
Nigredo. Esta fase consiste em decompor a matéria através da acção do
fogo, libertando-a de tudo o que é supérfluo e dispensável, reduzindo-a à
sua essência. O planeta Saturno rege o Nigredo e em muitas ilustrações ele
aparece simbolizado por uma estrela negra ou por um corvo, outras vezes
aparece como um esqueleto, despido de tudo o que nos identifica e nos
caracteriza como pessoa e que acreditamos ser necessário à nossa vida.
Saturno e o esqueleto também simbolizam a morte (na Astrologia moderna
Plutão assumiu essa simbologia) e, recordando a atitude de abandono,
auto-destruição e anulação do eu que caracteriza a depressão, podemos
perceber como esta pode ser um estágio de “morte em vida”.
“Pôr do Sol Depois de uma Tempestade”, Thomas Moran (1901)
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Artigos
de
A proposta da depressão é precisamente confrontar-nos com a fragilidade
da matéria para que se crie a oportunidade de a transcendermos. Só
despindo-nos daquilo que ilusoriamente acreditamos ser a vida, estaremos
prontos para aceitar que ela é afinal muito mais. Assim, a depressão e os
processos de Saturno e Plutão são condição imprescindível à vida, ao
renascimento e a tudo o que é simbolizado por Júpiter e Neptuno,
crescimento, confiança, fé e aceitação. Esta é a chave para a compreensão da
depressão, se olharmos para ela como uma fase do nosso desenvolvimento,
podemos entender que ela não é apenas um momento de dor e sofrimento
ou uma atitude negligente em relação à vida.
A depressão pode ser um processo profundamente transformador e
alquímico, que nos abre para a possibilidade de verdadeiramente
transcendermos a nossa existência. Apenas quando tomamos consciência
da vida como ela é, com toda a sua riqueza e toda a sua fragilidade, com
todas as cores dos 12 signos do Zodíaco, podemos seguir em frente. E em
frente é o único caminho para regressarmos a casa, à nossa essência
espiritual, o único caminho para voltarmos a mergulhar, mas agora com
consciência total e plena, no Universo de Peixes.
Bárbara Bonvalot
Membro No. 64
www.arvoredavidaproducoes.com
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Artigos
de
Portugal Astrológico II parte - Fundação e Templarismo
por Luís Resina - Membro No. 22
Fundação e Templarismo – II Parte (A primeira parte deste artigo foi
publicada na edição de Abril de 2013) agora disponível para “download” no
link:www.associacaoportuguesadeastrologia.com/sites/default/files/jornal
-edicão4_0.pdf
Portugal – O Mito, terra de heróis (Templários)
No ano de 1128 deu-se a Batalha de São Mamede onde se afirmou a
supremacia de Afonso Henriques e dos barões do Douro que conseguiram
gorar as pretensões de aliança entre o conde galego Fernando Peres de
Trava e Dona Teresa.
47
de
Artigos
Batalha de São Mamede 1128 – 24 de Julho 1128
Aspectos mais relevantes: Sol a 8º de Caranguejo em conjunção com
Mercúrio, Saturno Neptuno e Júpiter em Balança.
Poder-se-ia supor que tenha havido um acordo entre Afonso Henriques e
sua mãe no sentido de esta abdicar das suas intenções de alimentar a
facção galega (a Lua em Touro encontra-se exaltada é regente do Sol que
está em Caranguejo e esta está em aspecto de sextil com o mesmo). Nesta
carta do céu temos o Sol a 8º de Caranguejo que é o grau e o signo do
ascendente de Portugal elaborado por Fernando Pessoa! Podemos assim
dizer que Portugal começa a nascer a partir da batalha de São Mamede.
Como nota de ressalva, saliento que nas grandes revoluções da história de
Portugal, esta faixa do 8º a 12º de Caranguejo, está fortemente posicionada
ou aspectada, nomeadamente por um ou mais planetas da Cruz Cardinal!
O desfecho desta batalha foi decisivo para se implantar um estado de
espírito num grupo que aspirava passar de um Condado a Reino. A partir daí
iria se dar a fusão das terras da Galécia com parte das da Lusitânia sob o
nome de Portugal, este é etimologicamente derivado do condado
Portucalense ou Portocalis.
Ainda neste mesmo ano de 1128 o Papa reconhece oficialmente a Ordem
do Templo e Dona Teresa doa a povoação de Soure aos Templários que mais
tarde será oferecida a Gualdino Pais (4º Grão Mestre da Ordem do Templo)
por Afonso Henriques.
1131- Construção do Mosteiro de Santa Cruz (Ordem dos Cónegos
Regrantes de Santo Agostinho) em Coimbra. A partir de 1131/32, a capital
do Condado/Reino desloca-se de Guimarães para Coimbra
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Artigos
de
Conjunção de Urano/Neptuno a 27º de Balança
17 Outubro 1136 – Coimbra
Data e ano extremamente significativo na fase VII que vai de 1080 a 1260,
marcando os primeiros encontros entre o Ocidente e o Oriente através das
cruzadas. O dia 17, número associado a Portugal foi o dia da conjunção
exacta de Urano e Neptuno a 27º da Balança.
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Artigos
de
No dia 25 de Julho de 1139,na Batalha de Ourique com o Sol no signo do
Leão, D. Afonso Henriques é aclamado rei de Portugal pelo seu exército e a
partir de então não mais deixa de utilizar esse título. A Consagração de
Portugal à expansão e à divulgação da fé cristã. O Milagre de Ourique, a
Escatologia do Cristianismo Universal ligado à Missão de Portugal; o
Cristianismo messiânico português sobrepõe-se ao Judaísmo, como o
anunciador e difusor do Reino do Paracleto - em demanda do Reino do
Prestes João.
Batalha de Ourique – 25 de Julho 1139
50
de
Artigos
Aspectos mais relevantes: Sol em Leão, Júpiter em Balança conjunção com a
Vénus do mapa de 1136. Conjunção Vénus-Lua a 10º de Caranguejo
alinhada com o ascendente de Portugal, Nó Lunar Norte em Balança no
grau da conjunção Urano-Neptuno do mapa de 1136 e Neptuno em
conjunção com o Sol do mapa de 1136!
Afonso Henriques coloca o reino sob a proteção da Virgem, por meio de
uma promessa solene, feita com o consentimento de seus vassalos e
assinada na Catedral de Lamego, no dia 28 de abril de 1142. Assim, esta data
é considerada como a do batismo de Portugal, e foi chamado, a partir daí, de
"TerradeSantaMaria"
.
http://www.mariedenazareth.com/4509.0.html?&L=12
51
Artigos
de
28 de abril de 1142 - Lamego
A Lua encontra-se exaltada em Touro e o Nó Lunar Norte está situado no
signo da Virgem! O signo de Touro conectado a Ísis está ligado aos ciclos
marianos desde os primórdios da nacionalidade até ao fenómeno de
Fátima.
5 Outubro 1143 – Tratado de Zamora - O imperador Afonso VII
reconhece oficialmente o título real a Afonso Henriques, não prescindindo,
porém, da sua vassalagem. Por outro lado, antes da assinatura do Tratado,
numa cerimónia discreta ou oculta, o cardeal Guido de Vico aceita a
homenagem de Afonso Henriques, libertando-o do jugo de Afonso VII.
52
Artigos
de
5 de Outubro de 1143
Saturno em Carneiro, representante da autoridade temporal está em
trígono à Lua situada em Leão (Afonso VII) e em quadratura ao ascendente
Caranguejo de Portugal (reconhecimento do reino mas com as limitações
da vassalagem). Esta Lua em Leão está em conjunção com o Nó Norte em
Leão (reconhecimento do que já era) e em sextil ao sol em Balança que
representa neste caso Afonso Henriques.
1 Maio de 1144, Bula Devotionem tuam de Lúcio II - O Papa aceita a
vassalagem de Afonso Henriques (o que o liberta da suserania do
imperador hispânico), mas intitula-o dux portucalensis.
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Artigos
de
1 de maio de 1144 - Coimbra
A fundação da Abadia de Santa Maria de Alcobaça (Ordem de Cister) e
respectiva Carta de Couto datam de 8 de Abril de 1153. Neste dia, a Lua
encontrava-se em Virgem e a Vénus em Touro, deste modo temos a
presença do feminino exaltado nesta data.
http://www.mosteiroalcobaca.pt/pt/index.php?s=white&pid=169
1 Março 1160 – É lançada a primeira pedra de Fundação da Charola de
Tomar do Convento de Cristo. “A construção do Castelo de Tomar iniciou-se
em 1 de Março de 1160, conforme inscrição epigráfica apresentada em seus
muros. Na mesma altura, iniciou-se a construção da Charola, posteriormente
adaptada a Capela-mor, uma das edificações templárias mais importantes
no Ocidente” (wikipédia).
Gualdino Pais fundou o Convento de Cristo e o Castelo de Tomar tornou-se
o quartel-general dos Templários no reino.
54
Artigos
de
1 de Março de 1160 – Tomar
Mapa da Missão da Ordem do Templo em Portugal – o Portugal Oculto.
Particularidades deste mapa:
•
A relevância do número 17 - o número que está intrinsecamente
ligado à missão espiritual de Portugal. Não só o Sol se encontra em aspecto
de conjunção com o Nó Lunar Sul a 17º de Peixes (o karma e missão a
cumprir levando em consideração o Nó Norte Lunar em Virgem), assim
como os aspectos do Sol biseptil (102º) a Júpiter e Mercúrio biseptil a
Saturno derivam do número 17 (102=17x6).
•
Outro padrão interessante neste mapa é o triângulo isósceles
formado por Marte com Sol e Urano, o novil entre Sol e Urano é focalizado
através dos quadrinovis com Marte. Este dedo que aponta através de Marte
é complementado pela oposição deste a Mercúrio que se encontra no
mid-point entre Sol/Urano. Para além disto Plutão faz um bi-novil com o Sol
e um outro com Marte o que vem acentuar os processos de iniciação e
purificação associados ao novil e ao número 9. A configuração assente no
novil e coloca em relevo o número 9, o número dos fundadores da Ordem
do Templo! Muito haveria para dizer sobre este tema, mas para já deixemos
esta matéria para um artigo mais especializado.
Ainda só para terminar queria realçar que se fizermos o mapa da Lua Nova
anterior ao nascimento este coincide com o ano de 1139/1140, o ano da
batalha de Ourique e o início da utilização do título de Rex por Afonso
Henriques! Já falámos da importância do número 17, que na linguagem do
Tarot corresponde ao Arcano da Estrela, o qual nos remete para algo que se
poderia designar por “Profecia Lusitana”!
Falemos então um pouco do signo de Peixes na relação com Portugal.
Sabemos que o signo consignado à região portuguesa desde os tempos
Ptolemaicos tem como exaltação o Planeta Vénus, como regentes
exotéricos Júpiter (expansão pela fé) e Neptuno (o Senhor dos Mares), e
como regente esotérico Plutão, este relaciona-se, com uma tradição antiga
conhecida como Ofiúsa - a terra da Serpente.
55
de
Artigos
Segundo a Teoria das Idades, Portugal nasce no período de apogeu da Era
de Peixes. Período de 2160 anos, ligado essencialmente à natureza do 6º
Raio - o raio da devoção e do idealismo. Nasce como nação, expressão da
Alma Colectiva, no momento em que o herói irrompe da consciência de
massa, incarnando em si o arquétipo inconsciente da sua raça, dando forma
e sentido ao propósito que estava latente. Arquétipos, sonhos e ideais
desenvolvem-se com as suas peculiaridades, com o seu sentido específico,
mais em determinadas regiões do que outras, mais em determinados povos,
famílias, indivíduos... De um condado forma-se uma nação, um espírito
colectivo unido por uma fé, um rosto que se prolonga no mar. Com o olhar
no infinito, do ponto mais ocidental do velho continente europeu
forjaram-se as naus direccionadas para o futuro - o das Índias Ocidentais. O
simbolismo duplo do signo de Peixes alude ao fenómeno bipartido das
Descobertas: um dos peixes nada para o passado, para o oriente, para a
saudade, para a nostalgia das origens; o outro nada para o futuro, para o
ocidente, embrião do novo ciclo a começar.
Os Templários, depositários de uma tradição ancestral, souberam
reconhecer as particularidades deste Espaço Sagrado, "Portus Cale" ou Porto
do Graal, "Lusitânia" ou Terra da Luz. Juntamente com determinadas
personagens da Casa de Borgonha, Árabes e Judeus Iluminados,
constituiu-se então a vanguarda do pensamento esotérico português. Mais
tarde, sob o nome da Ordem de Cristo, este projecto ganha forma, fazendo
de Lisboa a capital cosmopolita da Europa. A correcta utilização dos
chamados conhecimentos Herméticos, como a Numerologia, a Geometria
Sagrada, a Astrologia, a Cabala...são reveladas nas principais obras de
Arquitectura da época. Assim, os lançamentos da primeira pedra nos casos
de fundações de Igrejas e Monumentos tal como no acto de apadrinhar as
Caravelas seguiram as leis da Astrologia Electiva, isto é, a escolha do
momento adequado para um determinado propósito. Nesse sentido, a
linguagem astral permitiu, pela lei da analogia e das correspondências,
situar também a natureza e a qualidade da energia de uma determinada
específica região.
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Artigos
de
Fez-se o paralelismo entre as correntes cósmicas traçadas pelas estrelas,
planetas e constelações, com as respectivas correntes telúricas, que são
autênticos veios de circulação energética na crosta terrestre. Foi seguindo
estes filões energéticos que a Ordem dos Templários elaborou a construção
das suas fortalezas.
O expansionismo aquoso Lusitano tem na alma a congregação e a fusão
dos povos.
" Ser plural como o Universo, Ser tudo e todos"
como na visão de Pessoa. Estas raízes já se encontram presentes na altura da
fundação do Reino, mas assumem corpo e expressão ao longo da Dinastia
de Avis.
Alguns momentos significativos na I Dinastia ligado aos ciclos dos planetas
em Peixes:
1168 - Conjunção de Júpiter/Úrano a 8º de Peixes - D. Afonso Henriques
doa um terço das terras conquistadas aos Templários
1172 - Conjunção de Saturno/Úrano a 22º de Peixes - Trasladação de
Sagres para Lisboa dos restos mortais de São Vicente
1204 - Conjunção de Júpiter/Neptuno a 24º de Peixes - D. Sancho I é
excomungado por se opor ao clero e a Roma
1251 - Conjunção de Júpiter/Úrano a 4º de Peixes - Reinado de D. Afonso
III – a conquista do Algarve e a passagem da capital de Coimbra para Lisboa
1310 - Conjunção de Júpiter/Plutão a 3º de Peixes - Ordem de prisão dos
Templários em França
1312 – Extinção da Ordem dos Templários em Portugal
1318 - Conjunção de Saturno/Plutão a 12º de Peixes - Fundação em
Tomar da Ordem de Cristo em 1319 no reinado de D. Diniz
1322 - Conjunção de Júpiter/Plutão a 17/18º de Peixes - O papel
mediador da Rainha Santa Isabel para alcançar a paz entre D. Diniz e D.
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de
Artigos
Plutão em Carneiro, o Ciclo dos Heróis
1090 - Conjunção de Úrano e Plutão a 0º Carneiro. Chegada dos Condes de
Borgonha à Península Ibérica, ainda com Plutão neste signo temos o
nascimento de D. Afonso Henriques.
1333 – Ingresso de Plutão a 0º Carneiro - Reinado de D. Afonso IV (o
Bravo), desenvolvimento da marinha mercante que levou à descoberta das
Ilhas Canárias.
1333 a 1361 Plutão em Carneiro – Guerra dos Cem Anos; D. Pedro e D. Inês
de Castro, nascimento de D. João I e Nuno Álvares.
1367 – Início do Reinado de D. Fernando I (o último da dinastia de
Borgonha e o nono rei de Portugal) - Um dos aspectos mais importantes
do seu reinado foi a criação da Companhia das Naus. Morre em 1383
provocando uma crise de descendência dando assim fim à 1ª dinastia.
Aspectos astrológicos relevantes: Cruz em T Mutável com Saturno em
Gémeos oposto a Vénus em Sagitário quadratura a Marte e Nó Lunar Norte
em Virgem e Nó Sul em Peixes.
Algumas notas sobre os Ciclos Fundamentais de Portugal pela
Astro/Numerologia
Ciclos de Úrano (84 anos)
82:2 = 42 - Oposição
84:3= 28 – Trigono
84:4=21 – Quadratura
84:5= 16,8 (17) - Quintil
Revolução 84 anos
84x2=168
84x3=252
252x4=1008 =84anos x12
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Artigos
de
Ciclo de 1008 anos
1008»360º
84 anos » 30º
2,8 anos» 1º (Mapa Fernando Pessoa, Osíris)
Mapa de Portugal (Fernando Pessoa)
10º 55 » 30 anos Osíris
1º »2,8 anos (progressão de Osíris)
1978 » 27º de Balança
30º = 83,25 Anos
1136 – 1388 – 1640
1º Ciclo de Portugal (1ª Dinastia)
1131+252=1383
1136+252=1388
Factos significativos por volta de 1388:
1385 - Batalha de Aljubarrota
1387 - Casamento de D. João I com Filipa de Lencastre
1388 - início da construção do Mosteiro da Batalha
Continua na próxima edição: “A II Dinastia à luz dos ciclos astrológicos”
Nota: a maior parte dos mapas aqui apresentados são erigidos para o
meio-dia porque o Meio-do-Céu está ligado ao destino das colectividades
Luís Resina
Conselheiro da Direção
Membro nº 22
www..espacosalitre.net
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Artigos
de
Síria (um enigma por decifrar)
por Fernando Albuquerque - Membro No. 68
1ª Parte Cenário em Plutão Retrógrado
É do consenso geral no mundo astrológico que as pessoas e países mais
afetados no atual contexto da Quadratura Plutão / Úrano, são exatamente
aqueles que em seus mapas encontram ressonâncias de tal aspeto em
modelo natal, ou em modelo formativo, isto é quando Úrano em transito
ativa sobretudo por Quadratura um Plutão natal ou um Plutão em transito
ativa um Plutão natal.
Nessa perspetiva pode verificar-se quando se iniciaram de facto as questões
da atual situação da Síria, quando Úrano ativou uma Quadratura com Plutão
no Mapa do reconhecimento daquele país, situação essa visível no Mapa
das Derivadas Secundárias, como a seguir se pode verificar:
60
de
Artigos
Antes de prosseguir gostava de esclarecer dois pontos:
1. Chamo de Mapa Derivado Secundário, aquele que tem o Sol Derivado
numa posição diferenciada do Sol Tropical, e Mapa Derivado Primário
aquele onde os dois Sois são coincidentes em Longitude Zodiacal. Não deve
pois o Mapa Derivado Secundário ser confundido com o Mapa Progredido
Secundário.
2. O segundo ponto, diz respeito à utilização exclusiva da data 01-01-1934
para o Mapa da Síria, porque entendo que o Mapa Politico que deve ser
observado, é o do reconhecimento político por um País soberano o que está
e sempre esteve em conformidade com o Direito Internacional Publico.
Vamos então encontrar as seguinte informação de Derivadas, no Mapa da
Síria:
Também admito (mas isso é uma convicção pessoal) que os cenários
começam a ser montados, à Quadratura dos Signos, e dinamizados na
concretização do Aspeto.
Neste caso, diríamos que tudo se inicia com o Ingresso de Úrano no Signo
de Aries, em março de 2011, Signo que está em Quadratura com Câncer,
onde por sua vez se encontra Plutão Derivado Secundário.
Guerra Civil Síria (às vezes referida como Revolta Síria ou ainda Revolução
Síria ) é um conflito interno em andamento na Síria, que começou como uma
série de grandes protestos populares em 26 de Janeiro de 2011 e progrediu
para uma violenta revolta armada em 15 de março de 2011. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_S%C3%ADria
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Artigos
Úrano continuou a sua progressão, não tenho informação suficiente para
perceber o que aconteceu em junho de 2011, altura em que se concretiza a
primeira Quadratura a Plutão e logo em julho passa a Movimento
Retrógrado. É interessante notar que é ao longo desse Retrógrado que
vamos encontrar o seguinte relato:
“Em 23 de agosto de 2011, a oposição finalmente se uniu em uma única
organização representativa formando o chamado Conselho Nacional Sírio.”
(excerto noticioso)
Ao longo de todo ano de 2012, Úrano passa por um novo Retrógrado a
partir da sua quinzena de julho, altura em que:
“Em 15 de julho de 2012, com grandes combates irrompendo por todo o país,
a Cruz Vermelha internacional decidiu classificar o conflito como guerra civil
(o termo preciso foi "conflito armado não-internacional") abrindo caminho à
aplicação do Direito Humanitário Internacional ao abrigo das convenções de
Genebra e à investigação de crimes de guerra.” (exerto noticioso)
Esse Retrógrado de Úrano (de 2012) só passou a Direto em dezembro 2012
exatamente no 04º37’ de Aries. Ora tínhamos visto Plutão Derivado
Secundário a 04º32 de Câncer; podemos então dizer em função dessa
Derivada, que todo o tempo ocorrido entre março de 2011 e dezembro de
2012, foi o tempo que em “bastidores”, se preparam os fundamentos para o
que iria acontecer num outro tempo coletivo, agora ligado às atuais
Quadraturas Plutão / Úrano.
Mas, este ainda assim é apenas a parte interna dum problema, o que não
impede de lhe darmos a maior das importâncias, porque gerou a questão
alvo (alvo no sentido de fundamento), da dialética das armas químicas.
Nesse sentido emergem algumas questões de mera retórica. Será que foi o
Governo Sírio que as utilizou as armas químicas (os americanos estão
convictos de que sim, mas não apresentam provas – o que parece irritar
seriamente Putin). Seria a Oposição, que as utilizou? A lógica parece apontar
que obviamente a Oposição (de uma forma ou de outra) iria acusar as
Tropas Governamentais.
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de
Artigos
Teria o Governo de Bashar al-Assad algum interesse numa ação deste tipo?
Bashar al-Assad continua a justificar que não. Uma coisa é certa, sendo ele
um nativo curiosamente de 11 de setembro, teve Saturno a transitar-lhe o
Sol Progredido Secundário num tempo que veio até ao mês dos
acontecimentos:
O referido evento das armas químicas reporta a 21 agosto 2013. E esta é
outra questão curiosa, porque Saturno sobre o Sol, pode muito bem culpar
um homem em praça pública, mas essa culpabilização pode vir do passado
e nada ter a ver com cenários atuais. E aqui fica outra questão pertinente:
este envolvimento Saturno / Sol levou tudo para o mesmo saco ou alguém
soube manejar esta informação?
Bashar al-Assad é um caso digno de estudo no atual contexto, porque
vamos encontrar no seu Mapa Tropical, Sol, Plutão e Úrano em Conjunção, o
que em si não deixa de perfilar uma relação com a atual Quadratura Plutão
/ Úrano, que neste caso excecional, poderia ser lido como alguém
implicitamente ligado a essa tensão, e por essa mesma razão a questão das
armas químicas sob esta perspetiva terá de ser classificada como pretexto
ou mero elemento de ligação a todo o processo descrito.
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de
Artigos
Se ordenássemos ou visualizássemos as coisas, pela sua importância
hierárquica, poderíamos dizer: a Quadratura Plutão / Úrano na perspetiva da
Astrologia Mundial, está a subordinar Países, os Países estão ou não a
conectar-se com essa tensão, por sua vez os Países e Governantes
estabelecem ou não relações de ressonância entre si. No caso da Síria temos
todos os parâmetros ativos, uma vez que ocorrem processos de
transformação profundos no seu próprio Mapa, através de Plutão (Planeta
envolvido na Quadratura geral com Úrano), dentro dos mesmos tempos.
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de
Artigos
Temos por primeira conclusão a evidência duma Síria envolvida na
Quadratura Plutão / Úrano, e uma clara ressonância no Mapa de Bashar
al-Assad, seu atual representante. Aqui encerra-se o circuito da “dinâmica
interna”, que justifica o conflito como guerra civil.
Os Países como entidades que são, comportam-se entre si como as pessoas
nos seus grupos sinástricos. Assim, os Países interagem entre si através
dessas ativações planetárias o que vulgo teria correspondência com o que
entendemos por Relações Políticas Internacionais. Num caso como noutro,
devemos considerar que por detrás duma ação – há uma motivação e por
outro lado as motivações nem sempre são o que parecem. Na sua base mais
primária as motivações suportam-se na sobrevivência ou interesses
individuais e estes por natureza dialética, no jogo dos invasores e dos
invadidos. Podemos olhá-lo como um centro de gravidade oscilante entre
as Casas I e VII. Quando algum fator desloca esse centro para lá de
determinados limites, perde-se o equilíbrio e a invasão ou guerra
estabelece-se. Essa também poderia ser uma definição de poder: ter a
capacidade de deslocar o “centro de gravidade” do equilíbrio I – VII em
benefício próprio. Há quem lhe chame estratégia dominante.
Na História dos últimos 100 anos, por razões de diversa natureza os EUA,
têm uma estratégia ativa controladora no processo de equilíbrio mundial,
processo que se evidencia de alguma forma com o lançamento das bombas
atómicas de Hiroxima e Nagasaki. A explicação técnico-astrológica desse
evento está documentada em “Casos de Estudo das Derivadas de
Declinação”
em
vídeo
disponível
no
Youtube
-http://www.youtube.com/watch?v=6ii_zA9Ikm8 importando-nos de
momento apenas algumas considerações em relação ao Mapa do Retorno
de Úrano, dos próprios EUA.
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de
Artigos
Momentos críticos para a Síria:
Provavelmente um dos momentos mais crítico rondará o dia 13 de
Setembro 2013, momento em que ocorre uma Quadratura de Saturno em
Trânsito com Plutão Natal. Plutão este que tem uma Declinação Out Bound
de 23º34´Norte.
Em 13 de setembro, Saturno estará com uma Declinação de 12º10’Sul. As
suas Derivadas projetam-se em 27Tau04 e 02Leo55. Por sua vez a
Declinação Out Bound de Plutão de 23º34´Norte projeta-se em 25Gem27 e
04Can32. Se podemos verificar no Mapa dos EUA Júpiter a 05Can56também
podemos acreditar numa intervenção dos EUA que com estas
características jupiterianas se auto justifica em termos legislativos.
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Artigos
de
Nota:
Todas as imagens dos gráficos dos mapas apresentados, e respetivas
tabelas, pertencem ao software de astrologia AstroAspas, projeto da
responsabilidade de Fernando Albuquerque em parceria com Associação
Portuguesa de Astrologia - Aspas.
Pode consultar em: http://astroaspas.com
Fernando Albuquerque
membro nº 68
www.astroaspas.com
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E quando um planeta cai numa casa que dificulta a sua
expressão?
por Luiza Azancot - Membro No. 15
Há uns meses orientei uma sessão do grupo de estudos do Gabinete
Isastros sobre este tema. Durante uma tarde explorámos através de
exemplos de personalidades e dos mapas dos participantes algumas das
combinações planeta / casa mais difíceis. Comentaram que há pouco
material didáctico sobre o assunto o que me encorajou a escrever este
artigo.
Não pretende ser um manual e examinar todas as possibilidades mas sim
alertar os astrólogos e os estudantes para estarem atentos à temática pois
com a necessidade de interpretar signos, regências, aspetos, sub-avaliamos
a colocação de um planeta numa casa que dificulta a sua expressão.
Os planetas são distribuidores de energia. Quando descrevemos a sua
ação normalmente usamos verbos. Mas também podem representar
pessoas físicas ou arquetipais, acontecimentos e coisas assim como estados
emocionais. Por exemplo o Sol pode ser delineado como:
Eu escolho, eu quero
Uma figura masculina
Ganhar um prémio
Medida de auto-estima
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de
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As casas representam o contexto para a ação dos planetas: A energia de
um planeta é modificada pelas circunstâncias vivenciais da casa onde se
encontra, e essas circunstâncias tendem a criar mitos pessoais “esta energia
só pode ser vivida assim” o que contribui para padrões repetitivos e
negativos que atrapalham a vida. Assim, uma combinação difícil entre
planeta e casa pode tornar-se o ponto central do tema de um individuo.
Outras vezes dá só uma achega.
Usando uma metáfora teatral: Os personagens (planetas) desempenham
o seu papel mostrando o seu carácter (signo e aspetos) numa cena
composta pelo guarda-roupa, decoração e adereços. Em teatro a função da
cenografia é a de ajudar e motivar a ação. Assim num drama com um
personagem tenebroso esperamos que a cenografia seja de cores escuras e
frias. Inversamente quando vemos uma cena fresca, com cores pálidas, flores
e musica alegre antecipam a chegada de um personagem ligeiro.
Voltando à astrologia. E quando o director teatral (tema) “decide” não
facilitar a ação? E põe o personagem tenebroso vestido de cor-de-rosa, num
sofá de flores a ouvir os ABBA? O ator (planeta) terá que se esforçar muito
para desempenhar o seu papel, muito mais do que se tivesse vestido de
castanho, num sofá cinzento-escuro a ouvir Wagner.
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de
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Como diagnosticar as combinações difíceis?
O significado de uma casa corresponde ao signo e planeta que regem essa
casa. Podemos falar do arquétipo 1 constituído por Carneiro, Marte e casa I,
o arquétipo 2 constituído por Touro, Vénus e casa II e assim sucessivamente.
Observando as regências naturais chegamos a uma definição de aspeto
entre planeta e casa. Os aspetos de mais difícil integração são a quadratura
e o quincôncio uma vez que a oposição apresenta sempre uma
possibilidade de complementaridade. As colocações difíceis não se limitam
a estes aspetos na medida em que a casa 8 e 12 trazem desafios.
Alguns exemplos
•
Lua regente natural da IV na VII (quadratura) – caso de uma jovem
numa situação de parto. O médico dizia-lhe: “Vai ver que está tudo bem”
apesar das dores horríveis que sentia muito diferentes das do primeiro
parto. A Mãe dizia-lhe: “filha não levantes ondas, estás num bom hospital
sabem o que estão a fazer” e a jovem fez o que sempre tinha feito, quis
agradar aos outros, pondo as suas necessidades emocionais para trás para
não perturbar, para que continuem a aceitá-la como a pessoa doce que é. As
consequências desta Lua na VII nesse momento sob um trânsito de
Neptuno provocaram-lhe mais de 1 ano de sofrimento que culminou com a
remoção do útero. Agora com esta experiência e conhecimento astrológico
está a aprender a equilibrar as suas necessidades com as dos outros.
Recentemente seguiu o marido numa carreira internacional mas fez
questão de ser ela a escolher a casa para onde vão viver.
•
Marte regente natural da I na X (quadratura) - caso de mulher vítima
de agressão sexual em criança por um familiar de autoridade, passou a vida
a negar a sua capacidade de afirmação ao mundo. Só depois do segundo
retorno de Saturno e com uma perspectiva sã do seu guerreiro pessoal
conseguiu tornar-se uma empreendedora e trabalhar por conta própria
dando assim a expressao positiva a esta combinação.
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de
Artigos
•
Úrano regente natural da XI na IV (quincôncio) – Ernest Hemingway,
escritor americano, prémio Nobel de Literatura, nunca se sentiu “em casa”
em parte nenhuma o que é terrível para um Sol e Vénus em Câncer. Nasceu
em Chicago e logo que pode libertou-se da família e mudou-se para Kansas
City. Respondeu ao apelo da Cruz Vermelho e foi condutor de ambulâncias
na Primeira Guerra Mundial em Itália. Viveu em Toronto, Nova Iorque, Paris,
Londres e Cuba. Fascinado com as Caraíbas, Africa e com Espanha viajou
muito e cobriu como jornalista a guerra civil deste país. Durante uma época
passava o Verão em Wyoming e o Inverno em Key West. Finalmente aos 59
anos comprou uma casa em Ketchum, Idaho onde se instalou e onde dois
anos depois se suicidou.
71
Artigos
de
•
Uma mulher também com Úrano na casa IV, apesar de ter girado
mundo encontrou a sua âncora. Nascida nos EUA, de pais da Arábia Saudita,
país que repudiou e onde não pode entrar, vive em Londres mas não está
presa ao local porque considera que a “sua casa” é o mundo da alta
tecnologia. Dizem os seus alunos de inteligência artificial (Úrano) que ela é
uma mãe para eles!
•
Saturno regente natural da X na V (quincôncio) é uma combinação
que traz bastantes dificuldades. Lela Pontes, partilha connosco no artigo
seguinte como o viveu como jovem, mulher, mãe e agora como a astróloga
o vive.
Perceber bem a dinâmica planeta/casa usando toda a amplitude da energia
planetária ajuda o astrólogo a encontrar expressões positivas para as
colocações que representam um desafio à integração da própria
personalidade e da dos nossos clientes.
Luiza Azancot
Conselheira da Direção
Membro nº 15
www.luizaazancot.com
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Como uma astróloga vive Saturno na V
por Lela Pontes - membro No 75
Ainda bem que a editora do nosso jornal me sugeriu este título, incluiu a
palavra “ astróloga”. E por quê? Porque a minha visão de mundo, a
compreensão da vida até ao momento em que comecei a estudar
Astrologia, mudaram. Percebi o sentido da minha jornada, o espírito de
sacrifício, as tristezas e medos a que sobrevivi, as vitórias obtidas com
trabalho e o quanto fui ajudada pelo meu Saturno. Ele, que eu me habituara
a ver como cobrador, exigente, limitador, taciturno e avarento, passou a ser
o meu anjo da guarda. Hoje eu sei que o Universo é sábio, que se te dá com
uma mão, te tira com a outra. Ele dá-te capacidades para atingires o teu
objectivo de vida, e dificuldades para que ele seja obtido por ti própria, com
o teu esforço e disciplina, depois de teres de escolher entre várias
oportunidades. E quantas vezes não sabemos usar esse poder de escolha...
É quando temos de pagar o preço dessas escolhas, é nesses momentos que
não raro nos trazem sofrimento, que devemos arregaçar as mangas.
E foi numa dessas ocasiões, e já que o meu Saturno natal está na casa dos
prazeres da vida, da criatividade, do Ego, da auto estima, da auto
expressão, Amor, e dos filhos, que eu dei um murro na mesa e questionei
tudo. TUDO MESMO!
Tenho de confessar que a maior parte das vezes foi alguém, ou um livro, ou
uma meditação, que me empurraram. Mas aproveitei a boleia e fui indo…
Sabemos que um aspecto do mapa influência todo o resto, mas por uma
questão de síntese, concentro-me em Saturno.
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de
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Prazeres da vida - Uma amiga minha, psicóloga, num dia de praia e calor,
vira-se para mim e diz: por que é que nunca te dás ao prazer de fazeres uma
coisa só para ti? Como estares aqui, em amena conversa, bebendo uma
caipirinha, sem pensares há quanto tempo os teus filhos foram caminhar, se
estarão bem ou mal? Curte! Aí eu pensei: realmente, eu só faço o que eu
gosto quando acho que não estou a ser precisa em lado algum. Caramba, eu
não sou capaz de me sentar a ver TV sem estar a fazer alguma outra coisa. O
Tempo não pode ser perdido, as coisas têm de servir para aprender ou ter
outra utilidade, tenho as minhas obrigações a cumprir, tem algum sentido
as crianças ou o marido chegarem a casa e eu não estar lá? Estas eram
algumas das minhas frases mais utilizadas. Até ao dia em que as troquei.
74
de
Artigos
Hoje, ouso permitir-me chegar mais tarde porque vou assistir a uma
palestra, participar de um grupo de estudo, ou simplesmente sair com
amigos. E passei a ter momentos só meus, vividos com prazer, a fazer e
aprender tudo o que gostava. Perguntar-me-ão: e quem te impedia?
Ninguém, além de eu mesma. Imaginem como a vida ficou melhor…
Criatividade – Tenho muita imaginação e criatividade e com Mercúrio em
Virgem, fiz algumas coisas nessa área: escrevi livros infantis, tive a ilusão de
estudar Literatura feminina e perceber o seu universo, pertenci a um
projecto literário, fiz curso de fotografia, escrevi para uma revista e fiz teatro
amador durante uns tempos. Foram projectos levados pela vida, pelo meu
stellium na casa VII e pelo meu Ascendente em Peixes. Os que me foram
mais gratificantes foram o Ensino, que me permitiu independência
económica e a Astrologia, por Amor. Agora, mais velha, penso que foi o
caminho que, no tempo certo, era para fazer. E lá vem Saturno, na casa V em
Caranguejo.
Ego Frágil, falta de Auto estima e Auto Expressão –
Fui ensinada a ser humilde, a saber cumprir as minhas obrigações. Mesmo
quando era elogiada, a minha primeira reação era perceber o porquê do
elogio (será?) e depois não saber comportar-me perante um elogio.
O meu pai era professor de música, eu ajudava-o nas aulas e em recitais
quando era preciso promover vendas de acordeões; lá estava eu, em cima
de um palco, frio e seco, olhando para baixo envergonhada, mas fazendo
dueto com ele, correspondendo mesmo quando ele me colocava à prova
com trocas de músicas ou de ritmos … no entanto, nos bastidores, as
palavras eram: “ não és vedeta, estás aqui a trabalhar…”
O meu pai foi o meu herói durante muitos anos, até eu perceber a
deturpação e desfasamento que uma educação num seminário católico, de
onde saiu antes de fazer votos, lhe trouxe em relação à vida real, onde é
preciso ganhar dinheiro, divertirmo-nos, fazermos o que se gosta.
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de
Artigos
Continuou a ser o meu herói, só que mais tarde era a compreensão, a
aceitação, o amor e o não julgamento, a consciência da diferença entre uns
e outros que, conscientemente, falavam.
Nada disso me impediu que eu vivesse a casa V como casa da alegria de
viver. Eu sempre fui alegre e me contentei com pouco. Aprendi que há duas
coisas que podem atrasar a nossa evolução: o desejo e o medo. Desejo de
ter mais isto ou mais aquilo nunca tive, nem tenho. Mas medo (não medo
físico) mas insegurança…. Deu-me um trabalho árduo a vencer. Foi uma
lição vivida também no...
Amor – A casa V é a casa dos romances, do amor, que eu vivi de uma forma
compromissada de mais. Penso que o meu amigo Saturno me fez sempre
ver o amor de uma forma séria, assim tipo “ com isso não se brinca”. Arranjei
um amor, que partilho há 48 anos, que me fez sofrer no começo, pelo
realismo da parte dele, e inexperiência de ambos; mas que nos trouxe um
crescimento saudável, de companheirismo e amor, muito interessante ao
longo dos anos; nos primeiros anos foi uma relação muito idealizada por
mim, com o parceiro colocado num pedestal. Depois, com a ajuda de
Saturno fui vendo a realidade, perdendo algumas ilusões, pagando o devido
preço. Lá está, paga-se o preço em qualquer altura, mas depois a coisa fica
bem alicerçada e quando chegam os vendavais, a gente resiste! Assustei-me
imensas vezes, sem ajuda de ninguém, mas resisti. Por isso eu continuo a
achar Saturno o máximo. A prestação maior que tive de pagar foi no
primeiro retorno de Saturno, quando depois de atravessar a cidade, numa
fila de carros com escolta militar, às 4h da madrugada, me vi empurrada para
um avião cheio de mulheres e crianças, com 3 filhos de olhos esbugalhados
e uma mala de 20kg cheia de recordações e álbuns fotográficos, para salvar
a história de vida dos meus filhos e pouco mais… olhei para trás e vi um
marido com os olhos cheios de água, a viver o seu 1º retorno de Saturno
também, na casa IV …Não sou masoquista, mas precisei de passar por
tudo o que passei e só “ acordei” a sério para a vida, sozinha por uns largos
meses, com filhos a criar e emprego a arranjar - felizmente instituições
públicas, governo, Saturno – nessa altura.
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Artigos
de
Filhos – tenho 3, duas mulheres e um homem.
Sabem, esta foi a mais difícil tarefa da minha vida. Mas a mais prazerosa e
compensadora também. Dos desafios do meu mapa, eu acho que Saturno
na V, quanto a filhos, foi o maior. Pelo aguaceiro que é o meu mapa,
imaginem o que me custava ouvir os filhos dizerem, “farol vermelho”…
quando a porta batia pois era eu que entrava; era eu que ia ver os trabalhos
de casa, era eu que ia à escola …. O pai trabalhava muitas horas numa
multinacional europeia e viajava bastante. Penso que a sua postura perante
os filhos foi influenciada pelo facto de ter sido entregue a outras pessoas
que o criaram e querer dar-lhes uma vida melhor. Fazer de bonzinho era
fácil! Então eu tinha de fazer o papel contrário. Foi a minha vez de encarnar
Saturno. Lembro uma vez que vim do Brasil a Portugal para conversar com o
meu filho, tinha ele 20 e poucos anos. Cheguei e disse: vim cá para me
divorciar de ti! Não podes continuar a depender da gente desta forma, tens de
fazer a tua vida! E depois chorei a noite inteira.
Hoje, tenho uns filhos maravilhosos, bondosos, que me enchem de carinho,
mas que me respeitam. Como fui atravessando a vida com o meu amigo
Saturno, acredito que ele hoje, em trânsito, numa época de grandes
mudanças para todos, me continue a mostrar a realidade, me ajude a mudar,
a desprender do que não me interessa mais, especialmente na área do
trabalho. Me faça encontrar nova gente e novos projectos. Me dê a garra
suficiente, a criatividade que é o motor da vida, me ajude a estruturar para
que, até ao fim do ano, eu possa transformar tudo o que precisa de ser
transformado. Aparecerão entraves, mas…. estou treinada!
LelaPontes
Membro nº 75
www.facebook.com/pegasus.astrologia
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Artigos
de
A ASTROLOGIA NA LINHA DO TEMPO III
Sobre o surgimento e a história da astrologia
por Vania L M Marinelli - membro No 23
III. A ASTROLOGIA MEDIEVAL
Sabemos que a astrologia horoscópica, ou natal, foi invenção de
alexandrinos que falavam a língua grega, entre os séculos III e II a.C., na
cidade egípcia de Alexandria. Esse período da história da astrologia é
conhecido como período grego, e, no ocidente, pôde se desenvolver e
difundir, até que o Império Romano chegasse ao seu momento de
decadência. Pois que, quando finalmente cai (século VIII d.C.), dá-se o
desaparecimento gradual da vida cultural na Europa. O destino da
Astrologia, aí, não foi diferente. Com a queda do Império Romano do
Ocidente, a Astrologia desaparece. Não obstante, sobrevive no Império
Romano do Oriente, e, do século VIII a XI, floresce em terras muçulmanas.
No século VIII, os povos árabes desenvolveram uma considerável ‘fome de
saber’, enviando emissários a sedes de diversas culturas - bizantina, persa,
hindu; também convidaram emissários estrangeiros dessas culturas para
virem ao território islâmico, especialmente a Baghdad. Sua aquisição de
novos saberes foi considerável; entre livros adquiridos, estavam, certamente,
livros de astrologia e astronomia. Como providência subsequente, seus
governos providenciaram traduções dos textos recém-chegados para o
Árabe. Salientam-se, na astrologia árabe de que temos notícias, os
astrólogos Albumasar (século VIII-IX), Achabitius (morto em 967), a quem se
atribui a criação de um sistema de casas que levou seu nome, no ocidente,
mas que, em verdade, já era utilizado por outros árabes de seu tempo, e Al
Biruni (973-1048?), que passou vários anos na Índia, aprendeu Sânscrito e
estudou com astrônomos e astrólogos indianos.
78
de
Artigos
Al Biruni celebrado num selo do Afeganistão
Graças à preservação dedicada pelos árabes à Astrologia, o Ocidente pôde
reaver o que houvera perdido com a queda do Império Romano. No século
XII, especialmente no sul da Espanha (ocupado, ainda, pelos mouros), e no
norte da Itália, apareceram os assim chamados tradutores do século XII,
indivíduos que sabiam latim e árabe (ou, por vezes, árabe e castelhano,
árabe e italiano). Daí que muitas obras de astrologia e astronomia foram
traduzidas do árabe para o latim, nessa época. O mais conhecido desses
tradutores foi Juan de Sevilla. Dessa forma, tivemos uma espécie de
reintrodução da astrologia na Europa, levada a cabo graças aos textos
árabes (muitos deles advindos de traduções gregas, persas e hindus) que
puderam ser traduzidos para o latim.
Portanto, em suma, a astrologia desaparece da Europa depois do século V, só
reaparecendo no século XII (!). A tão falada astrologia tradicional da Europa
Ocidental foi, de fato, a astrologia grega, acrescida de algumas técnicas da
astrologia persa e hindu, tal como a transmitiram os árabes.
79
Artigos
de
Podemos citar como importantes nomes da Astrologia Medieval (herdeira
da astrologia árabe no ocidente), Guido Bonatti (conhecido como Bonatus)
– talvez o mais bem conhecido astrólogo do final da Idade Média, e
Campanus de Novara (1233-1296). O primeiro era professor da Universidade
de Bologna, e tinha grande familiaridade com os tratados árabes de
astrologia que haviam sido traduzidos no século XII. Tão conhecido era que
tem seu nome citado por Dante, n’O Inferno, da Divina Comédia. Era um
mestre em astrologia horária, precursor de William Lilly. Campanus, por sua
vez, era matemático, astrólogo e médico papal. Inventou um sistema de
casas de pequena adesão em seu tempo, mas reabilitado no século XX;
tinha como característica básica a trissecção da Primeira Vertical.
>> Fontes bibliográficas / convite (adicional) à leitura:
Barton, T. (1994) - Ancient astrology
Fagan, C. & Firebrace, R. C. (1971) - Primer of sideral astrology
Holden, J. H. (1996) - A history of horoscopic astrology
Marinelli, V. L. M. (2006) - A produção de significado na ciência
Powell, R. & Treadgold, P. (1979) - The sideral zodiac
Stuckrad, K. (2003) - História da astrologia
Whitefield, P. (1995) - The mapping of the heavens
Vania Marinelli
Membro nº 23
www.arionbr.com
80
Efemérides
de
Efemérides Trimestrais
por Inês Miranda - membro nº 6
Lunações, ingressos, estações e aspetos de interesse
Outubro Hora legal
LISBOA
RIO DE JANEIRO
Dia 1 às 00:00
Lua
19° 44' Leão
21° 47' Leão
Mercúrio
01° 52' Escorpião
02° 05' Escorpião
Vénus
22° 26' Escorpião
22° 38' Escorpião
Sol
07° 56' Balança
08° 06' Balança
Marte
21° 13' Leão
21° 19' Leão
Júpiter
18° 19' Caranguejo
18° 20' Caranguejo
Saturno
10° 00' Escorpião
10° 01' Escorpião
Urano
10° 38' Carneiro Rx
10° 37' Carneiro Rx
Neptuno
03° 04' Peixes Rx
03° 04' Peixes Rx
Plutão
09° 01' Capricórnio
09° 01' Capricórnio
81
Efemérides
de
1
Mercúrio Trígono Neptuno – Comunicação criativa e imaginação favorecidas.
2
Sol Quadratura Plutão – Evite confrontos e aproveite para viajar dentro de si
mesmo. Os fins nem sempre justificam os meios!
3
Sol Oposição a Urano – Grande necessidade de afirmação da sua individualidade.
Tenha atenção a possíveis mudanças bruscas de comportamento.
5
Lua Nova 18º 40’ Balança
13:35
09:35
7
Mercúrio Sextil Plutão – Dia propício para conversas profundas e transformadoras.
Aproveite esta tendência e permita que o seu intelecto penetre em qualquer área do seu
interesse.
Ingresso de Vénus em Sagitário
18:54
14:54
8
Mercúrio Conjunção a Saturno – A capacidade de concentração e de organização
de ideias encontram-se realçadas.
10
Vénus Quadratura Neptuno – Evite idealizações nos seus relacionamentos.
12
Sol Quadratura Júpiter – Tendência a excessos e exageros. Cultive a paciência.
15
Ingresso de Marte em Virgem
12:04
08:04
16
Vénus Trígono Urano – Bom dia para conhecer novas pessoas e começar amizades.
Possível sorte inesperada em questões financeiras.
19
Lua Cheia 2º 48´ Touro
12:38
08:38
Eclipse da Lua em Carneiro
20
Marte oposição Neptuno – Poderá sentir dificuldade em controlar os seus desejos.
Aja de acordo com a sua fé.
21
Estação Retrógrada de Mercúrio 18º23’ Escorpião 11:28
08:28
23
Ingresso do Sol em Escorpião
04:09
25
Sol Trígono Neptuno – Desfrute da natureza e expresse a sua criatividade.
29
Mercúrio Conjunção Saturno – Discipline e aprofunde o seu pensamento.
07:09
31
Marte Trígono Plutão – Energia em alta para levar a cabo os seus projetos. Poderá
sentir grande força de vontade para regenerar a sua vida pessoal.
82
Efemérides
de
Novembro
Hora legal
LISBOA RIO DE JANEIRO
1
Urano Quadratura Plutão – Tendência a questionar os valores sociais
estabelecidos.
Mercúrio Sextil Marte – Momento propício para colocar em prática as suas ideias de forma
determinada e eficaz.
Sol Sextil Plutão – Grande energia para ultrapassar dificuldades.
Sol Conjunção Mercúrio – Atividade intelectual e comunicação favorecidas.
Mercúrio Sextil Plutão – Investigue e aprofunde assuntos de seu interesse.
3
Sol Sextil Marte – Canalize a sua energia e coragem para a persecução dos seus
objetivos
Lua Nova 11º 5’ Escorpião
12:50
10:50
08:42
06:42
Eclipse do Sol
5
Ingresso de Vénus em Capricórnio
6
Sol Conjunção Saturno – Capacidades de organização e análise favorecidas.
7
Estação Retrógrada de Júpiter 20º30’ Escorpião 05:03
8
Vénus Sextil Neptuno – Festeje o amor! Porque não um jantar romântico?
03:03
Mercúrio Sextil Vénus - Dê asas à sua criatividade através da escrita.
9
Marte Sextil Saturno – Aproveita esta tendência e organize os seus intentos.
Mercúrio Trígono Neptuno – Siga a sua intuição e esteja atento a possíveis
pressentimentos.
10
Estação Direta de Mercúrio 2º29’ Escorpião 21:11
12
Sol Trígono Júpiter – Tendência a sentimentos positivos e a atitudes altruístas.
13
Estação Direta de Neptuno 2º34’ Peixes
15
Vénus Quadratura Urano – Atrações momentâneas são prováveis.
18:42
19:11
16:42
Vénus Conjunção Plutão – Momento propício para aprofundar os seus relacionamentos.
17
Lua Cheia 19º 12´Touro
03:16
01:16
83
Efemérides
de
19
Marte Sextil Júpiter – Bom momento para atividades físicas e de aventura.
22
Ingresso do Sol em Sagitário
03:48
01:48
23
Vénus Sextil Saturno – Os seus relacionamentos são encarados com seriedade e
cautela.
24
Sol Quadratura Neptuno – Evite refugiar-se em ilusões para fugir às situações.
28
Mercúrio Trígono Júpiter – Bom momento para o ensino e aprendizagem.
Vénus Oposição Júpiter – Seja mais moderado na forma como vivencia a sua vida afetiva.
30
Sol Trígono Urano – Ideias originais e criativas estão favorecidas.
Dezembro
Hora legal
LISBOA
RIO DE JANEIRO
3
Lua Nova 18º 27’ Sagitário
12:22
10:22
5
Ingresso de Mercúrio em Sagitário
02:42
00:42
6
Mercúrio Quadratura Neptuno – Redobre a sua atenção pois há tendência para
uma certa distração.
7
Ingresso de Marte em Balança
20:41
18:41
10
Mercúrio Trígono Urano – A intuição e originalidade intelectual encontram-se
exaltadas.
13
Júpiter Trígono Saturno – Organize e planeie as suas viagens.
17
Estação Direta de Urano 8º35’ Carneiro
17:39
15:39
9:28
07:28
17:11
15:11
Estação Retrógrada de Vénus 28º58’ Capricórnio 21:53
19:53
Lua Cheia 25º 36’ Gémeos
21
24
Ingresso do Sol em Capricórnio
Ingresso de Mercúrio em Capricórnio
10:12
07:12
Sol Sextil Neptuno – Aproveite esta energia para relaxar e meditar.
25
Marte Oposição Urano – Tenha cuidado com possíveis reações impulsivas e
precipitadas. Se não gostar do presente de Natal finja!
84
de
26
Efemérides
Mercúrio Sextil Neptuno – Empatia e intuição encontram-se em destaque.
29
Sol Conjunção Mercúrio – A comunicação e vontade de adquirir novos
conhecimentos encontram-se realçadas.
Mercúrio Quadratura Urano – Procure relaxar pois tenderá a sentir uma grande tensão
mental que poderá levar a dificuldades de comunicação.
30
Sol Quadratura Urano – Defenda a sua individualidade com serenidade e
paciência.
31
Marte Quadratura Plutão – Evite o uso da violência para atingir os seus objetivos.
Mercúrio Conjunção Plutão – Esteja atento aos seus sonhos e às mensagens do seu
inconsciente.
Mercúrio Quadratura Marte – Poderá sentir uma certa tensão mental e irritabilidade.
Procure canalizar esta energia de forma construtiva.
Inês Miranda
Membro nº6
Secretária da Adminstração
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