Conhecimento dos universitários sobre HPV e câncer de colo

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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 87-95, dez. 2012
Conhecimento dos universitários sobre HPV e câncer de colo uterino em uma Faculdade
privada localizada no sertão de Pernambuco.
Knowledge of students about HPV and uterine cervical cancer in a private university
located on Pernambuco’s backwoods
Gleydson Almeida da Silveira1; Breno Gusmão Ferraz1*; George Alessandro Maranhão
Conrado2.
1
Faculdade de Integração do Sertão, Serra Talhada – PE; 2Climatin, Serra Talhada – PE.
Resumo: O Papiloma Vírus Humano (HPV) é responsável por mais de 90% dos casos de
câncer de colo uterino, doença que ocupa segunda colocação entre os casos de câncer no
Brasil. A população mais vulnerável para contrair o HPV, são os jovens e adolescentes, pois
estão começando a vida sexual cada vez mais cedo e se tornam susceptíveis as DST’s. Foi
realizado um estudo transversal quantitativo para avaliar o conhecimento de jovens em
relação ao HPV e câncer de colo uterino, e foram abordados estudantes de faculdade privada
no município de Serra Talhada – PE. Na pesquisa verificou um conhecimento sobre o HPV e
o câncer de colo uterino é superficial nos jovens. Também foi constado que os homens
frequentam menos o urologista que as mulheres visitam o ginecologista. É indiscutível a
necessidade de campanhas educativas que possam suprimir a falta de informação, tornando os
jovens menos susceptíveis à infecção pelo HPV, ao câncer de colo do útero e outras DST’s.
Palavras-chave: Câncer de colo uterino. Conhecimento. HPV. Jovens.
Abstract: The Human papillomavirus (HPV) is responsible for more than 90% of cases of
cervical cancer, a disease that occupies second place among the cancer cases among women
in Brazil. The population most vulnerable to contracting HPV, are young and teenagers, as
they are beginning their sexual life earlier and become susceptible to STDs. We conducted a
cross-sectional study to assess the quantitative knowledge of young people in relation to HPV
and cervical cancer, and were approached private college students in the municipality of Serra
Talhada - PE. In a research found knowledge about HPV and cervical cancer in young people
is superficial. It was also featured that men attend less the urologist that women visit the
gynecologist. There is no doubt the need for educational campaigns that can suppress the lack
of information, making young people less susceptible to HPV infection, cancer of the cervix
and other STDs.
Keyword: Cervical cancer. HPV. Knowledge. Young.
*Autor para correspondência: Breno Gusmão Ferraz, Rua João Luiz de Melo, 2110, Bairro Tancredo Neves,
CEP: 56.909-205, Serra Talhada – PE. Brasil. E-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
Dentre as doenças sexualmente
transmissíveis (DST) que mais acometem a
população, o papiloma vírus humano
(HPV) representa uma das infecções mais
comuns entre indivíduos jovens e
sexualmente ativos, e é tão prevalente que
75 a 80% da população foi, está ou será
infectada durante sua vida. (SILVA;
CRUZ, 2009)
Sabe-se que é um vírus que conta
com mais de 200 subtipos diferentes, mas
que somente 40 destes podem contaminar
o trato genital. Entretanto, a maioria das
infecções causadas pelo HPV é
assintomática ou não diagnosticada. As
infecções sintomáticas causam verrugas ou
papilomas. A principal via de transmissão
é por contato sexual, também é transmitido
por via nosocomial, por fômites, materno
fetal ou através de instrumentos
ginecológicos não estéreis (SILVA;
CRUZ, 2009).
Para Ricci (2008), o Papiloma
Vírus é responsável por até 95% dos casos
de carcinoma espinocelular do colo uterino
e de quase todas as neoplasias préinvasivas do colo do útero.
Os adolescentes constituem uma
população de alta vulnerabilidade para
infecção pelo HPV, onde estudos revelam
que o contágio pelo papiloma vírus,
principal agente oncogênico do câncer de
colo uterino, ocorre no inicio da vida
sexual na adolescência ou por volta dos 20
anos (CIRINO; NICHIATA; BORGES,
2010).
Os principais fatores de riscos para
infecção do HPV são: idade precoce da
primeira relação sexual, relação sexual sem
proteção e multiplicidade de parceiros.
Porém há fatores que diminuem a
imunidade das pessoas e facilita a infecção
pelo HPV como tabagismo, dieta pobre em
folatos e betacaroteno, uso de corticoides e
infecção pelo HIV (RICCI, 2008).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer
(Brasil, 2009) é o segundo tipo de câncer
mais frequente entre as mulheres, com
aproximadamente 500 mil casos novos por
ano no mundo, sendo responsável pelo
óbito de, aproximadamente, 230 mil
mulheres por ano em todo o mundo.
O exame Citopatológico ou de
Papanicolau tem a função de diagnosticar
alterações celulares na região do colo
uterino. A colpocitologia pode detectar
uma lesão relacionada ao HPV, porém, o
exame não diagnostica a infecção pelo
HPV e nem o seu subtipo, mas existem
alterações celulares que sugerem a
presença deste vírus. Estas lesões são
atualmente divididas entre "lesões de baixo
grau"
(Low
Grade
Squamous
Intraepithelial Lesions - LSIL ou SIL I;
Neoplasia Intraepitelial Grau I - NIC I;
Infecção pelo HPV; Displasia Leve) e
"lesões de alto grau" (High Grade
Squamous Intraepithelial Lesions - HSIL
ou SIL II; Neoplasia Intraepitelial Grau II NIC II; Neoplasia Intraepitelial Grau III NIC
III;
Displasia
ModeradoAcentuada/Acentuada/Carcinoma in situ).
De acordo com o Ministério da Saúde, a
Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC),
não é câncer e sim uma lesão precursora,
que dependendo de sua gravidade, poderá
ou não evoluir para o câncer.
Em condições normais, o tempo de
evolução entre o contato com o HPV
e o desenvolvimento do câncer de
colo do útero dura em média 10 anos,
assim a probabilidade de uma mulher
que realiza exames ginecológicos
preventivos regularmente vir a
desenvolver câncer de colo uterino é
extremamente pequena. (NÚCLEO
DE DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS, 2007).
É estimado que no Brasil existam
aproximadamente
34
milhões
de
portadores do HPV, tanto no sexo
masculino quanto no feminino. Como a
região nordeste do país seja uma das
regiões em que mais incidem os fatores de
risco, é importante que a população
conheça e se previna tanto do HPV, quanto
do câncer de colo uterino e de seus
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principais fatores de risco, de forma
primária e secundária.
Diante disto, propôs-se o presente
estudo, com o objetivo geral de avaliar o
nível de conhecimento de jovens sobre
HPV, Câncer de Colo do Útero, sua
relação com os principais fatores de risco e
os meios de prevenção primária e
secundária.
Pesquisa de Seres Humanos da Faculdade
de Integração de Patos, localizada na
cidade de Patos – PB, com o protocolo de
autorização: 090/2011.
Os dados foram quantificados e
estudados por meio de análise estatística e
foram expostos em forma de gráficos e
tabelas e são confrontados com os dados da
literatura.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi realizado um estudo descritivo
transversal de natureza quantitativa. Foram
abordados 137 estudantes universitários
dos cursos bacharelados em Administração
de Empresas, Ciências Contábeis, Direito e
Enfermagem, todos do 1º, 5º e último
semestre, de ambos os sexos, totalizando
uma população de 382 estudantes, com
uma amostragem de 35%. O critério de
exclusão foi adotado em alunos que não
compareceram no dia da pesquisa.
A pesquisa foi feita numa
instituição de ensino superior privada, com
sede no município de Serra Talhada,
localizado na mesorregião do Sertão do
estado de Pernambuco, Brasil. O diretor
acadêmico da instituição assinou a carta de
anuência permitindo à realização da
pesquisa.
Os dados foram coletados através
de questionário, constituído de perguntas
objetivas, de múltipla escolha e fechadas,
referentes ao comportamento sexual dos
alunos e seu grau de informação sobre o
HPV e Câncer de Colo Uterino.
Todos
os
estudantes,
que
participaram da pesquisa, assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido,
que informa o título do projeto, os
pesquisadores (autor e orientadores) e
permite analisar e publicar os dados
informados.
Esta pesquisa está de acordo com as
normas da Resolução Nº 196/96, da
Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa/Conselho Nacional de Saúde
(Conep/CNS). O projeto foi encaminhado
e aprovado pelo Comitê de Ética em
Do total de 382 estudantes
matriculados no 1º, 5º e último período dos
cursos de Administração, Ciências
Contábeis, Direito e Enfermagem, do turno
da noite, 137 participaram da pesquisa,
totalizando um percentil de 35,86%.
Figura 1 – Distribuição da população por curso
Fonte: Os autores, 2011.
Em relação à distribuição por curso
(Figura 1), o curso de Enfermagem, foi o
que teve mais participantes na pesquisa,
com 32,1% dos entrevistados, seguido por
Administração
(23,4%),
Ciências
Contábeis (22,6%) e Direito (21,9%).
Tabela 1 – Distribuição dos estudantes por sexo.
Curso
Mulheres Homens Relação
(M:H)
62,5%
37,5%
1,67:1
Administração
C. Contábeis
58,1%
41,9%
1,38:1
Direito
47,7%
52,3%
1:1,14
Enfermagem
86,4%
13,6%
6,33:1
Total
65,7%
34,3%
1,91:1
Fonte: Os autores, 2011.
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A distribuição por sexo é de
maioria feminina (Tabela 1), no total de
65,7% para o sexo feminino e de 34,3%
para o sexo masculino, sendo a relação
Mulher: Homem de 1,91:1. A distribuição
por sexo de acordo com o curso, com
exceção do curso de Direito, houve
predomínio do sexo feminino, com
destaque para Enfermagem, 86,4% para
mulheres e 13,6% para homens.
Figura 2 – Distribuição por faixa etária
Fonte: Os autores, 2011.
A distribuição por idade (Figura 2)
prevaleceu a faixa etária de 21 a 25 anos,
com 42,3%, seguido pela faixa etária de 15
a 20 anos (29,9%), estudantes estre 26 e 30
anos 11,7 e os estudantes que possuem
mais de 30 anos (16,1%).
Tabela 2 – Perfil social e sexual dos estudantes.
n
%
Estado Civil
Casado
32
23,4
Solteiro
77
56,2
Namorando
28
20,4
Vida Sexual Ativa
Sim
Não
Idade da 1ª Relação
De 13 a 15 anos
De 16 a 18 anos
Acima de 18 anos
Uso de Preservativo
Em todas as relações
Em algumas relações
Não usa
Fonte: Os autores, 2011.
100
37
73,0
27,0
23
40
50
20,4
35,4
44,2
40
44
29
35,4
39,0
25,6
Quando avaliado o perfil do estado
civil dos estudantes (Tabela 2), 23,4%
disseram que eram casados e 76,6%
disseram que eram solteiros. Dos que
afirmaram que seu estado civil era solteiro,
26,7 disseram que estavam namorando.
Questionados sobre se tem vida sexual
ativa, 73,0% disseram sim, enquanto
27,0% disseram não. Situação semelhante
foi observada na pesquisa de Cirino;
Nichiata; Borges (2010), em 64,9% das
adolescentes pesquisadas, já tinha iniciado
a vida sexual. Dos que relataram não ter
vida sexual ativa 35,1% responderam que
já tinham tido relação sexual. De todos que
responderam já tinham tido relação sexual
(n=113). A idade da primeira relação
predominou a faixa etária acima de 18 anos
com 44,2%, a faixa etária de 16 a 18 anos
ficou com 35,4% das respostas, e a faixa
etária de 13 a 15 anos ficou com 20,4%
dos entrevistados. A respeito do uso de
preservativo, 35,4% responderam que
usam preservativo em todas as relações
sexuais, 39,0% disseram que somente em
algumas relações sexuais e 25,6%
responderam que não usam preservativo.
Tabela3 – Definição do HPV em relação ao curso
Vírus
Bactéria
Fungo
Protozoário
Administração
90,6%
9,4%
0%
0%
C. Contábeis
93,5%
6,5%
0%
0%
Direito
90,0%
10,0%
0%
0%
Enfermagem
97,7%
2,3%
0%
0%
Total
93,4%
6,6%
0%
0%
Fonte: Os autores, 2011.
O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um
vírus com DNA de dupla hélice. É a DST
de etiologia viral mais comum em todo o
mundo (QUEIROZ; CANO; ZAIA, 2007).
Na Tabela 3 foi perguntado sobre o que era
o HPV, 93,4% do total disseram que era
um vírus e 6,6% disseram que era uma
bactéria, no questionário também continha
como alternativas fungo e protozoário, mas
nem um dos dois foram citados. Separando
o resultado por curso, apesar do curso de
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enfermagem ser da área de saúde, 2,3%
responderam erroneamente que o HPV é
uma bactéria, enquanto 97,7% disseram
que o HPV é um Vírus, o curso de direto
foi o que apresentou maior índice de erro,
pois 10% dos estudantes responderam que
o HPV seria um eucarionte, contra 90%
que disse que era um vírus.
Figura 3 – Formas de transmissão do HPV
Fonte: Os autores, 2011.
Na Figura 3, questionou-se sobre as
principais formas de transmissão do HPV,
a relação sexual foi citado por 68% dos
entrevistados, enquanto que a transmissão
por contato com matérias contaminados e
materno-fetal, não foram lembrados como
único meio de transmissão, pois 32% dos
estudantes afirmaram que todas as
alternativas transmitiam o HPV. Em
relação ao principal método de prevenção
do HPV, a resposta foi unânime, todos
disseram que uso de preservativo é a
principal forma de prevenção. Este dado se
reflete na pesquisa de Conti et al., 2006,
onde foi feita a mesma pergunta a
adolescentes de um colégio público e outro
particular no município de Tubarão – SC,
em que o resultado para preservativo como
principal forma de prevenção do HPV foi
de 96,3% para os alunos da escola pública
e 100% para os alunos do colégio
particular.
Figura 4 – Distribuição de acordo com a principal consequência do HPV não tratado .
Fonte: Os autores, 2011.
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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 87-95, dez. 2012
O câncer do colo do útero é uma neoplasia
maligna que afeta mulheres do mundo
inteiro. A presença de infecções por
Papilomavírus Humano (HPV) esta
associada ao desenvolvimento do câncer
do colo uterino e, é considerado como o
principal fator de risco (ALBRING;
BRETANO;
VARGAS,
2006).
Perguntados sobre qual era a principal
causa do HPV não tratado (Figura 4),
72,2% disseram que era o câncer de colo
uterino,
para
19,0%
afirmaram
erroneamente que a principal causa do
HPV não tratado é a AIDS, 6,6%
marcaram câncer de próstata e 2,2%
disseram que seria câncer de pênis. Esta
questão contrasta com o trabalho de
Caetano; Silveira (2006), em que 46,53%
dos alunos do 3º ano do Colégio Estadual
no Município de São Gonçalo-RJ sabem a
consequência do HPV não tratado.
Figura 5 – Distribuição da frequência do exame Papanicolau
Fonte: Os autores, 2011.
A Figura 5 mostra a frequência do
exame Papanicolau nas estudantes
pesquisadas. 62,2% delas disseram que
realizam o exame anualmente, porém
24,4% nunca fizeram o exame, 9,1% só
realizou o exame uma única vez e 4,5% faz
o exame a cada 3 anos. Vale ressaltar que
esses dados só estão inclusas as estudantes
que iniciaram as atividades sexuais. O
primeiro dado contrasta com um estudo,
com mulheres que trabalham em um
Shopping localizado em Cianorte – PR, de
Domingos et al. (2007), em que 46,6%
realizam o exame de Papanicolau
anualmente.
Tabela 4 – Frequência de visitas ao Urologista e Ginecologista por sexo entre os estudantes
Frequência
Mais de uma vez por ano
Visita anualmente
Quando está com algum sintoma
Nunca visitou
Fonte: Os autores, 2011.
Mulheres
11,1%
41,1%
15,6%
32,2%
Homens
0,0%
8,5%
17,0%
74,5%
Total
7,3%
29,9%
16,1%
46,7%
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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 87-95, dez. 2012
A Tabela 4 refere-se à frequência
de visitas ao ginecologista (mulheres) e ao
urologista (homens), no total, 46,7% nunca
visitaram o médico, 29,9% respondeu que
frequenta o médico uma vez por ano,
16,1% quando estão com algum sintoma e
7,3% responderam que visitam mais de
uma vez por ano. Separando esta
frequência por sexo, tem se um dado
alarmante, pois cerca de ¾ dos homens
(74,5%) nunca visitaram o urologista, 17%
só visitam quando estão com algum
sintoma
e
apenas
8,5%
visitam
anualmente, nenhum deles relatou que
visita mais de uma vez por ano.
Contrastando em relação às mulheres, pois
41,1% visitam anualmente o ginecologista,
32,2% nunca visitaram, 15,6% quando
estão com algum sintoma e 11,1%
frequentam mais de uma vez por ano.
Figura 6 – Função do Exame Papanicolau
Fonte: Os autores, 2011.
O exame colpocitológico ou teste
de Papanicolau é considerado o mais
efetivo e eficiente a ser aplicado
coletivamente
em
programas
de
rastreamento do câncer cérvico-uterino
(PINHO; FRANÇA, 2003). Na figura 6 foi
perguntado sobre a função do exame
Papanicolau, 47,5% respondeu que o
exame é fundamental para o diagnóstico do
câncer cérvico-uterino, 2,2% responderam
que era fundamental para o tratamento do
câncer e 50,4% disseram que era
fundamental tanto para o diagnóstico,
quanto para o tratamento do câncer de colo
uterino.
Com base nos estudos de eficácia e
segurança, vários países já aprovaram a
vacinação contra o HPV, cuja vacina é
quadrivalente, protegendo contra os
subtipos -6, -11, -16 e -18 (PASSOS,
2006). No Brasil, o acesso se dá através
clínicas privadas, já que o Sistema Único
de Saúde (SUS) ainda não a disponibilizou
para a população (BORSATTO; VIDAL;
ROCHA, 2011).
Os estudantes foram questionados
sobre a existência da vacina contra o HPV
(Figura 7), 63,5% desconhecem a
existência da vacina, 16,1% afirmaram que
existe e é distribuída pelo Sistema Único
de Saúde, e apenas 20,4% responderam
que a vacina existe, mas só disponibilizada
pela rede privada.
A prevenção do câncer cervical é
dividida em dois níveis: primária e
secundária. A prevenção primária refere-se
à redução ou a não exposições aos fatores
de risco, principalmente a infecção pelo
HPV. A principal forma de rastreamento
ou prevenção secundária da doença é o
exame Citopatológico ou Papanicolau, que
detecta o câncer in situ e as lesões
precursoras, que são tratáveis e curáveis
em até 100% dos casos (ROSA; NARCHI,
2007).
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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 87-95, dez. 2012
Figura 7 – Conhecimento sobre a existência da vacina contra o HPV
Fonte: Os autores, 2011.
Figura 8 – Formas de Prevenção do Câncer de Colo Uterino
Fonte: Os autores, 2011.
Em relação às formas de prevenção
do câncer de colo uterino, foi perguntado
aos estudantes qual era a principal forma
de prevenção do câncer de colo uterino
(Figura 8). Das três opções de escolha,
48,9% responderam que a principal forma
de prevenção é o exame periódico de
Papanicolau, 29,9% responderam que a
principal forma de prevenção é o uso de
preservativo,
o
restante
(21,2%)
responderam que era prevenir o HPV,
como principal forma de prevenir o câncer
de colo uterino. Sabe-se que as três opções
são formas de prevenção do câncer de colo
uterino, portanto
pergunta.
todos
acertaram
a
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo com estudantes
revelou falta de informação e conceitos
errôneos em relação ao HPV e o câncer de
colo uterino.
Apesar das iniciativas em termos de
políticas de saúde voltadas à saúde da
mulher, como as campanhas de
conscientização
e
divulgação
para
realização do Papanicolau, com acesso
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Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 87-95, dez. 2012
facilitado e gratuito, considera-se que este
é um grupo altamente vulnerável às DSTs
e ao câncer de colo de útero.
É indiscutível a necessidade de
campanhas educativas que possam
suprimir a falta de informação, tornando os
jovens menos susceptíveis à infecção pelo
HPV, ao câncer de colo do útero e outras
DSTs.
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