Semiologia da Retina Oftalmoscopia direta – fundo de olho Exame não invasivo, ambulatorial, é um exame complementar frequentemente conclusivo em outras especialidades como neurologia, clínica médica, cardiologia, pediatria. Necessita de meios transparentes ou com pouca tumefação (em condições como a catarata o exame é prejudicado). A periferia da retina necessita de uma midríase medicamentosa (tropicamida + fenilefrina). O exame do reflexo vermelho é atualmente obrigatório. Avalia a leucocoria, podendo ser retinoblastoma até catarata congênita. Exame Oftalmológico Acuidade Visual Campos visuais … Profundidade da Câmara Anterior Técnica: lanterna, iluminação pelo lado temporal. Se rasa pode gerar glaucoma agudo. Oftalmoscopia direta, binocular indireta (mapeamento de retina), biomicroscopia de segmento posterior (lâmpada de fenda). Oftalmoscopia Direta Paciente olhando direto e para frente. Oftalmoscópio com abertura grande, luz branca e lente positiva. OD examina OD e OE examina OE. Identifique o reflexo vermelho. Apoie a mão livre no paciente (melhora sua propriocepção). Aproxime-se lentamente, fazendo ângulo de 15 graus temporalmente à linha de visão. Manter a pupila sempore visualizada. Gire o tambor de lentes até focalizar a retina do paciente. Siga qualquer vaso em direção ao disco óptico. Filtro verde: bom para avaliar o epitélio pigmentar da retina, MLI, CFN (glaucoma). Pontos de Interesse Disco óptico: o nervo é muito maior do que o observado. O que vemos é a inserção do nervo dentro da retina, por isso chamado de disco óptico. Avaliar os contornos, a escavação. Arcadas vasculares: avaliar retinopatias. Mácula: 90% dos cones, sendo a principal região de visão. Os bastonetes estão espalhados homogeneamente dentro da retina. Área de 4mm. Dentro há a fóvea, dentro desta temos a fovéola. Na porção mais interna é avascular (caso contrário, atrapalharia a visão). Ampolas das vorticosas Nervos ciliares posteriores longos Ora serrata Amplificação Profundidade Campo de visão Oftalmoscopia Indireta X Oftalmoscopia Direta 2-5x 15x Grande Pequena 35º 10-15º Vantagens de OBI O feixe de luz pode penetrar num meio mais opaco. A imagem reduzida permite uma visão global da retina. O erro refrativo do paciente é irrelevante. O senso de visão binocular permite uma observação da imagem em três dimensões. A possibilidade de contaminação através do exame é reduzida. A visão é invertida. Uma forma de corrigir essa inversão é examinar o paciente em decúbito dorsal e o observador fazer o exame em posição cranio-caudal. Depressão escleral Utilizado para visualizar áreas periféricas de difícil identificação. O mapeamento de retina deve ser feito para todos os pacientes. Biomicroscopia Posterior É necessária uma boa dilatação pupilar. Retinopatia Diabética Maior causa de cegueira mundialmente. Disfunção progressiva da vasculatura retiniana na presença de hiperglicemia crônica. Principal causa de cegueira irreversível em países industrializados. A partir de 5 anos de doença começam a surgir sinais da doença na retina. O tratamento da retinopatia diabética consiste inicialmente em tratar a hiperglicemia; caso contrário, qualquer tratamento feito será em vão, pois com a oscilação da glicemia as lesões retornam. Manifestações Oculares Não proliferativa: Microaneurismas – lesão inicial da DM. Microhemorragias redondas. Exsudatos duros – protéica a partir dos vasos – gerando o edema macular. Classificação: Leve – microaneurisma. Acompanham os vasos. Moderada – mais que microaneurisma (hemorragias, exsudato duro ou outros). Severa – 1 critério de gravidade Muito severa – 2 ou mais critérios ou IRMA (mesmo que sendo apenas 1 critério). Critérios de gravidade: Regra do 4-2-1. Microaneurismas nos 4 quadrantes Venous beading – ensalsichamento venoso em 2 quadrantes IRMA – anormalidade vascular intra retiniana em 1 quadrante – pré-neovaso (“pezinho”). Mancha algodonosa – infarto. Mais grosseiro, sem limites definidos. Proliferativa: Evolução da não proliferativa. Neovasos – vasos recém-formados na tentativa de compensar a isquemia da retina, por ser feito rapidamente não tem proteção de endotélio, sendo frágil e facilmente sangrante. Quando estão no disco óptico ou hemorragia ou descolamento de retina (neovaso que sangra, o vítreo fibrosa ao redor da retina, dissecando-a) – classificada como alto risco. Quando estão na retina – classificada como baixo risco. Hemorragia vítrea Descolamento tracional da retina Edema macular. Tratamento Laser: queimadura produzindo uma coriorretinite adesiva, com formação de cicatriz em toda a retina (com preservação da mácula). Quando há hipóxia há liberação de VEGF, na tentativa de criar condições de oxigenação e desenvolvimento de vasos. A retina vira anóxica e não haverá estímulo, não há produção de VEGF e não há formação de neovasos, sem o sangramento subsequente. Maior parte da vascularização da mácula vem da coróide, não tendo grande interferência na eliminação da vascularização da retina. Laser micropulsado ou sub limiar: estimula a bomba de drenagem, sem queimar a retina, podendo ser utilizada na topografia da mácula. Vitrectomia Anti-angiogênicos: triacinolona, bevacizumab, ranibizumab, pegaptanib. Laser localizado. Acompanhamento Ausência ou RDNP leve – anual RDNP moderada sem EM – 6-12 meses RDNP leve ou moderada com EM não significativo – 4-6 meses RDNP leve ou moderada com EMCS – 3-4 meses RDNP grave – 3-4 meses RDP – mensal EM – edema macular EMCS – clinicamente significativo RDP – proliferativo Retinopatia Hipertensiva Menos grave que a diabética. O tratamento é mais abordado pela clínica médica. Keith e Wagener – estadiamento inicial. 1986 Hayreh: retinopatia, neuropatia, … É baseado num tripé: Vasoconstricção: atenuação (constricção) arteriolar focal (sinal agudo) ou difusa; manchas algodonosas. Vazamento: alterações da permeabilidade, hemorragias em chama de vela (segunda camada da retina, entre o vítreo e a coróide é a camada de fibras nervosas, sendo nessa área a hemorragia, dando o aspecto de chama de velas – a hemorragia da DM é mais profunda, ficando mais contida), microaneurisma, edema retiniano, edema de disco, exsudato duro. Arteriosclerose (cronicidade): cruzamentos arterio-venosos (não diz gravidade). Classificações Scheie: aterosclerose hipertensiva (AH), divide as alterações hipertensivas das arterioscleróticas. Keith e Wagener Grupo I – estreitamento arteriolar. Grupo II – constricção focal. Grupo III – edema, hemorragia, manchas algodonosas. Grupo IV – III + edema de papila. Coroidopatia hipertensiva Aparece nas formas agudas da hipertensão (toxemia gravídica, hipertensão acelerada, feocromocitoma). Jovens. Manchas de Elshnig: infartos da coróide por mecanismos vasoconstrictor. Mancha branco com o centro vermelho. Descolamento seroso da retina. Neuropatia Hipertensivas Edema de pupila Neuropatia óptica isquêmica não-arterítica. Hipertensão aguda. Tratamento Clínico: controle clínico-cardiológico da pressão arterial. O tratamento clínico faz a maioria das manifestações reverterem. Oftalmológico: tratar complicações (macroaneurismas, trombose venosa). Fundo de Olho nas Doenças Sistêmicas Caso 1: Mulher, 26 anos, perda súbita de visão unilateral (evolução de 1 dia). Hemorragia pré-retiniana: pode ser causada por trauma, manobra de valsalva. Púrpura trombocitopênica idiopática. Caso 2: Hamartoma misto de epitélio pigmentar e retina – associado a polipose intestinal. Caso 3: Estrias Angióides: violáceas, fraturas que permitem invasão da coróide. Ligado a doenças do colágeno, síndrome de marfan. Oclusão arterial. Fibras de mielina Tamoxifeno – droga usada no tratamento de CA de mama. Todo o paciente que usa precisa fazer acompanhamento oftalmológico, pois pode desenvolver toxicidade e evoluir para perda de visão. Há depósito da droga na retina. O mesmo pode acontecer com a cloroquina. Anemia Falciforme – não atinge o centro, ou quando o faz já atingiu toda a periferia e perda da visão. Acomete a periferia com as mesmas características que o diabetes atinge o centro. Hemangioma de Coróide – síndrome de weber Osteoma Melanoma amelanótico de Coróide