Atlas Digital de MINAS GERAIS

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Geologia
A palavra geologia significa ‘geo’ (terra) e ‘logos’ (estudo). Segundo Guerra e
Guerra, “a geologia é a ciência que estuda a estrutura da crosta terrestre, seu
modelado externo e as diferentes fases da história física da Terra”.
Elaborar estudos geológicos de uma região significa segundo André Cailleux
“descrever e explicar os aspectos e a disposição das rochas e das terras sobre as
quais vive o homem”. Pesquisas sobre água, carvão e petróleo, mineração, escolha
de locais de barragens hidrelétricas, trabalhos de arte, proteção e melhoramento dos
solos de cultura só são possíveis graças aos dados da geologia.
A crosta terrestre é formada principalmente de rochas, que são constituídas por
diferentes conjuntos de minerais. Quando se altera a camada rochosa tem-se a
origem do solo e do subsolo. O solo é a camada superficial onde se encontram os
minerais da rocha de origem e a matéria orgânica. O subsolo encontra-se logo
abaixo, sendo composto principalmente por material mineral.
As rochas são também denominadas genericamente de “pedras”. Por
definição, “as rochas são produtos consolidados, resultantes da união natural de
minerais” (TEIXEIRA, et al., 2000). Os minerais são elementos químicos,
cristalizados e formados naturalmente. Logo, a rocha pode ser um conjunto de
minerais distintos ou compostos por um único tipo de mineral.
Mesmo com a grande variedade de tipos de rochas, pode-se classificá-las
segundo a sua origem em três grandes grupos: Magmáticas, Sedimentares e
Metamórficas.
Rochas magmáticas: são também conhecidas como ígneas (do latim ignis,
fogo). Elas são formadas pela solidificação do magma que é um liquido expelido
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pelos vulcões em forma de lava com temperatura em torno de 700 a 1200ºC,
proveniente do interior da Terra. Um exemplo típico é o granito que é bastante usado
como calçamento de ruas e como revestimento na construção civil. O magma,
quando resfriado, também forma as rochas vulcânicas como o basalto e pedrapome.
Rochas sedimentares: são resultado de uma cadeia de processos que
ocorrem na superfície da terra e se iniciam pelo intemperismo das rochas expostas à
atmosfera. Elas perdem sua coesão e passam a ser erodidas e transportadas por
diferentes agentes (água, gelo, vento, gravidade), até sua sedimentação em
depressões da crosta terrestre, denominadas bacias sedimentares, onde ocorre a
compactação e cristalização destes grãos que são agregados uns aos outros
formando as rochas sedimentares. Estas rochas são de extrema importância, pois
geralmente nelas estão contidos: petróleo, gás natural, carvão mineral, fósseis que
são vestígios de seres vivos antigos preservados, fornecendo importantes
informações sobre as variações ambientais ao longo do tempo. Os exemplos mais
comuns são a areia, o calcário e a argila.
Rochas metamórficas: são os produtos da transformação de qualquer tipo
de rocha, quando esta é levada a um ambiente onde as condições físicas, como
pressão e temperatura, são muito distintas das condições onde ela se formou,
transformando-a em nova estrutura alterada por metamorfismo.
Além de uma grande dimensão territorial, Minas Gerais apresenta em sua
formação unidades geológicas bastante complexas. Visando
uma
melhor
compreensão destas unidades, foi feita uma descrição geral, dividindo-se o Estado
em quatro grandes conjuntos, onde existe a predominância de determinados tipos
de rochas, responsáveis pela formação de estruturas de relevo distintas na
paisagem.
No primeiro conjunto, ocorre o predomino das rochas magmáticas e
metamórficas formando um relevo de planaltos e serras como a Mantiqueira e o
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Caparaó e depressões e vales com rios como o Paraíba do Sul, Doce, Mucuri e
Jequitinhonha, compondo a maior parte das regiões sul, sudeste, leste e nordeste.
Este agrupamento rochoso é o de maior grau de complexidade. As rochas são muito
resistentes e as mais antigas, datando desde o tempo geológico Arqueano antes de
2,5 bilhões de anos atrás.
Nesta área, também existem as rochas oriundas do processo de vulcanismo
como, por exemplo, a base rochosa onde está o município de Poços de Caldas.
Destaca-se nas proximidades de Belo Horizonte uma área chamada de
Quadrilátero Ferrífero que é um núcleo de extração do ouro, ferro, manganês e
outros de extrema importância para a economia mineira. Em suas rochas
metamórficas estão localizadas as principais reservas de minerais do sudeste.
O segundo conjunto é composto por duas regiões de planaltos e serras onde
predominam rochas metamórficas e sedimentares datadas do Proterozóico, entre
2,5 bilhões de anos a 570 milhões de anos. A primeira região é a faixa de
dobramento do cinturão orogênico de Brasília que se estende desde a região da
serra da Canastra até o limite de Minas com Goiás, próximo ao distrito federal.
A segunda região é a faixa de dobramento do cinturão de Araçuaí, chamada de
serra do Espinhaço. Ela abrange os terrenos desde as proximidades de Belo
Horizonte até o norte do Estado no limite com a Bahia. “Essas Serras são resíduos
das antigas dobras e constituem-se em alinhamentos de cristas, sendo sustentadas
com freqüência por rochas metamórficas, sobretudo quartzitos associados a
intrusões de natureza granítica” (ROSS, 2005).
No terceiro conjunto, predominam as rochas sedimentares, formando
extensas planícies e uma grande depressão limitada pelos planaltos e serras do
Espinhaço na borda leste e pelos planaltos e serras da faixa de dobramento do
cinturão de Brasília na borda oeste. Estas rochas são datadas desde o Proterozóico
Superior, a um bilhão de anos, até o período Terciário a 1,8 milhões de anos. A
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maior parte da bacia do rio São Francisco localiza-se nesta área cratônica. O Rio
nasce na serra da Canastra e passa por toda a depressão interplanaltica mineira,
depositando os sedimentos e formando as planícies ao longo dos vales dissecados.
Na região do Triângulo Mineiro localiza-se o quarto conjunto, composto
predominantemente por rochas sedimentares sobre rochas magmáticas oriundas de
derramamento vulcânico da bacia do rio Paraná na era Mesozóica a 235 milhões de
anos. Estas rochas estão dispostas em relevo de planaltos em forma de chapadas e
depressões como os vales do rio Paranaíba e rio Grande.
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