--- Em [email protected], "Alberto Machado" <amachado@...> escreveu TEORIA DA TROFOBIOSE Trofo – quer dizer alimento. Biose – quer dizer existência de vida. NO SENTIDO DE FACILITAR E AGUÇAR O INTERESSE PELO ESTUDO DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E ECOLÓGICA, APRESENTAMOS UM RESUMO DE TÓPICOS ESCLARECEDORES, IMPORTANTES AO APRIMORAMENTO E QUE NOS CONDUZIRÁ A REABILITAÇÃO E OBJETIVOS NO VERDADEIRO CAMINHO DA REDENÇÃO DA SAÚDE DA MÃE TERRA (GAIA). SE REMINERALIZARMOS NOSSOS SOLOS COM “FARINHA DE ROCHAS”, PRODUZIREMOS ALIMENTOS SADIOS E ABUNDANTES PARA TODA A HUMANIDADE NESTE PLANETA. DO LIVRO: PÃES DE PEDRA Brol aus Steinen, durch mineralishe Diingung der Felder Julius Hensel 1898 Julius Hansel Publicado no Horsens Folkeblad, de Horsens, Dinamarca Desde então outras pessoas, que também negociam com adubos artificiais são o suficientemente nobres para aceitar: “Não negaremos que o pó de pedra (Farinha de Rochas) de Hensel possa ter um certo efeito, mas este é demasiado lento e mínimo, já que as bases de silicatos são quase insolúveis e tardam vários anos em desintegrar-se”. Estas pessoas também têm um conhecimento deficiente da Química. Os silicatos, de fato, são poucos solúveis em água e ácido clorídrico, entretanto, não resistem á ação da água e ás forças do sol. 1 Realmente, ao falar da solubilidade do ácido silícico, não podemos compará-lo com a grande solubilidade do sal comum ou do açúcar. O Cálcio nos serve de exemplo, pois para dissolver uma parte dele são necessárias 800 partes de água. O Ácido Silícico é um pouco menos solúvel, já que para dissolver um pouco mais da metade de um grão se requer mil grãos de água. Podemos encontrar ácido Silícico dissolvido em águas termais junto com outras substâncias proveniente de rochas primitivas. As pessoas que afirmam que os silicatos das bases são insolúveis são postas em contradição pelas arvores dos bosques, assim como por cada caule de palha. As folhas dos carvalhos em combustão deixam entre 2 e 3% de cinzas, e destas uma terceira parte consiste em ácido silícico. Como pode este chegar até as folhas a não ser ascendendo pela seiva que o transporta em solução? A acumulação de ácido silícico nas folhas é o resultado da evaporação da água que o transportou até elas. Do bosque vamos agora à palha! Nas cinzas das espigas de trigo no inverno, dois terços consistem de ácido Silícico e ao queimar cevado a proporção é ainda maior: esta gera aproximadamente 12% de cinzas e 81/2% destas consistem em ácido Silícico. Ainda mais impressionante é a solubilidade do ácido Silícico nos ramos e folhas de plantas que crescem na água ou nos terrenos úmidos. Os juncos em combustão, por exemplo, deixam de 1 a 3% de cinzas, mais de dois terços são de ácido Silícico. As tabuas propiciam 6% de cinzas das quais um terço é ácido Silícico. Que a tabua seja rica em Potássio é uma prova contundente de que só é necessário a irrigação para que o silicato de Potássio opere no crescimento das plantas. A erva cavalinha deixa 20% de cinzas, das quais a metade consiste em ácido Silícico. Deste se pode observar que só naquelas partes das plantas que crescem fora da água, para que a evaporação possa ter lugar, é onde se acumula o ácido silícico. Entretanto na água esta mesma solubilidade do ácido silícico varia segundo seu conteúdo. A melhor prova disto encontramos nas algas marinas. Estas produzem uma quantidade muito maior de cinzas que a maioria das plantas, a saber, 14%, mas somente 1/50 destas é ácido silícico. As que sobram, consistem principalmente em sulfato e cloreto de Potássio, Sódio, Cálcio e Magnésio; estes, a alga marina os concentra e combina com seu tecido celular, já que a água do mar não tem entre 2 a 3% senão somente 4% de constituintes salinos. Isto é, eles entram, como todas as demais combinações salinas na mais íntima combinação com ácido glicólico, COOCHH –que intramolecularmente se encontra na celulose das plantas – e igualmente com o amoníaco da clorofila; assim os silicatos se juntam às plantas que crescem a partir deles, formando um todo orgânico. Nós podemos convencer-nos disto de maneira simples ao tirar do solo uma erva com todas suas raízes. Então podemos observar que as fibras das raízes da maioria das plantas se 2 encontram por todas partes entrelaçadas ao redor de pequenas pedras, que se envolvendo, aderem-se fortemente nelas e só podem ser retiradas de modo violento ao puxar algumas de suas fibras. Assim a objeção em quanto a insolubilidade do ácido silícico é inválido tanto teórica como praticamente. Na realidade, não podemos encontrar uma raiz, um caule, uma folha ou uma fruta que não contenha ácido silícico. Este fato deve ser conhecido por todo professor de agricultura. Como então podemos negar a solubilidade do ácido silícico na vegetação, como fazem muitos deles que defendem o uso de fertilizantes artificiais? Os homens interessados em adubos artificiais, que pensaram que haviam assistido ao funeral do pó de pedra (Farinha de Rochas) como fertilizante, não aprenderam nada da história, ou esqueceram como mínimo que cada nova verdade tem que ser primeiro assassinada antes que possa celebrar sua ressurreição. Além disso, não me encontro tão isolado como aquelas pessoas supõem, já que possuo a luz da verdade e o conhecimento junto a mim. Der pinsame Memsrh hul Truft und Mucht, wenn er fur Wahrheit und Gerechtigheit kumpft. ( O homem solitário tem força e poder, quando luta pela verdade e justiça). Julius Hensel OITAVO CAPITULO (do mesmo livro) (Pioneer, 22 de julho,1892) Brol aus Steinen: Sirherlirh haben die Bibelworter ihre Wahrhrit bribrhalten. (Pão de pedra: certamente, as palavras da Bíblia conservam sua verdade) Pagina 54: Antes desta ocasião, tive oportunidade de mostrar, no Jornal Deutsche Addelsblat, que não é correto dar-lhe ao pó de pedra *(Farinha de Rochas) o qualificado de “adubo”, já que este é superior aos assim chamados, adubos só apresentam uma ajuda artificial com ele, são só um paliativo. LÁPIDE : 3 Pequei contra a sabedoria do Criador e, com razão fui castigado. Queria melhorar o seu trabalho porque acreditava, na minha obsessão, que um elo da assombrosa cadeia de leis que governa e renova constantemente a vida sobre a superfície da Terra tinha sido esquecida. Pareceu-me que este descuido tinha que emendá-lo o frágil e insignificante ser humano. Justus Von Liebig (1803/1873) (Estampado na Ensiclopédia Brittanica, 1899; mas retirado das edições seguintes (Justus Von Liebig foi o Químico que criou a formula do adubo químico N. P. K). Ana Primavesi Prof. Adoniel Amparo Pasteur: “O micróbio não é nada, o ambiente é tudo.” A proliferação dos microrganismos é limitada pelo pH – riqueza do solo (mineral), espécie de matéria orgânica, pela temperatura e pela umidade. Em temperaturas acima de 20 graus, predominam as bactérias. SABEDORIA:“ O solo é como uma mulher frágil. O gigolô, para o qual a mulher é fonte de dinheiro, explora-a, abusa dela e gosta de vê-la nua. Sentindo-se violentada, a mulher tenta defender-se. O solo violentado tenta proteger-se, vestindo-se com plantas espinhosas, duras, como último recurso para afastar 4 o causador de sua ruína................(o homem) NEM SÓ DE ADUBO VIVE A TERRA” Desde a descoberta dos adubos químicos as pessoas perderam, passo a passo, a noção prática do alimento de que a terra necessita. Passaram a crer que se deve à terra apenas aquilo que supostamente as plantas retiveram. Mais precisamente, 13 elementos, tidos como essenciais: N,P,K, Ca, Mg, S, Cu, Zn, B, Mn, Cl, Mo e Fe. _____ O QUE É BIOGEO? BIOGEO E O CONTROLE DE DOENÇAS NAS PLANTAS Trata-se de um pé de cuba misto, composto de esterco bovino (ou outros), água, farinha de rochas, tortas, leveduras, xisto, cinzas, água do mar, etc É, portanto, um composto biotecnológico para prevenção de pragas, doenças e desequilíbrios, promotor de crescimento e defensivo natural baseado na teoria da Trofobiosoe, graças aos cerca de 80 elementos, mais enzimas (rompendo bloqueios e ultrapassando barreiras fisiológicas). Recomenda-se sua aplicação foliar, via solo, como inoculador de sementes. É um pé de cuba misto, composto de esterco bovino (ou outros), água, farinha de rocha, tortas, leveduras, xisto, cinzas, água do mar, etc. É um composto biotecnológico, um tônico estimulante das plantas. É baseado na teoria da Trofobiose (Trofo= nutrição, vida. Biose= existência da vida), em função dos cerca de 80 elementos presentes em sua composição acrescidos de enzimas. Esse fermentado aplicado nas plantas, principalmente sobre e sob as folhas, rompe bloqueios da planta, presentes desequilíbrios, ultrapassa barreiras fisiológicas. Sua aplicação periódica produz o equilíbrio na planta, propiciando um desenvolvimento harmonioso e portanto equilibrado, ensejando alta produtividade mesmo em condições adversas. O Biogeo, ao propiciar a planta um desenvolvimento harmonioso, confere-lhe e ativa mecanismos de defesa, melhorando gradativamente sua resistência. Isto ocorre em função da ação simultânea dos microrganismos que, além de ativarem os mecanismos de defesa da planta, potencializam-se pela presença de compostos orgânicos (aminoácidos, enzimas, co-enzimas, vitaminas, fitormônios ). 5 É importante que as aplicações foliares sejam constantes no inicio de seu uso, para vencer os bloqueios existentes. doenças. Assim , o combate a pragas e doenças vegetais só será efetivo pela correção das causas que as originaram. Para Erros no manejo do agrosistema têm como conseqüência o surgimento de pragas e recompor e preservar o equilíbrio biológico dos agrosistemas devemos observar alguns pontos: 1. Diversificar, rotacionar e consorciar atividades; 2.Recomposição florística, buscando a melhoria das condições microclimáticas e conservação dos recursos naturais, objetivando o equilíbrio ecológico do agrosistema; 3. Promoção de uma eficiente reciclagem das biomassas disponíveis na propriedade; 1. Manejo orgânico das áreas agricultadas com destaque a incorporação constante de M.O ao solo, além das coberturas mortas e vivas e da prática da adubação verde; Utilização de germoplasma mais adequado a suas condições, com ênfase na produtividade, sem descuidar da prevenção dos eventuais estresses ambientais; “Não existe doença na planta ou no animal, inclusive no homem, que não esteja relacionada a uma deficiência mineral do solo.” (Primavesi) EFEITOS DA FARINHA DE ROCHAS NO SOLO Todos os benefícios da calagem com calcário e mais: a) Corrige em produtividade (descida rápida) b) Diminui a saturação de alumínio; c) Fornecem mais de 30 elementos entre macro e micronutrientes (P, K, Ca, Mg, S, Fe) etc. d) Aumenta o sistema radicular; 6 e) Diminui a transpiração da planta, pela presença da sílica (47%), logo, aumenta a resistência à seca; f) Tem muita influência na germinação, aumentando sua velocidade, talvez pela presença do boro. g) Pode ser usada também como adubo. Além disso, a FARINHA DE ROCHAS: · Tem propriedades antifúngicas; Pode ser usada como defensivo natural, diluído ou em pó; Aplicado com M.O, (Matéria Orgânica) o efeito é miraculoso. Na grande maioria dos solos tropicais, particularmente nas regiões de intensa pluviosidade não mais existe o componente rocha do sistema, sendo solo lixiviado e desprovido de reserva mineral; para corrigir a deficiência desses solos dos minerais essenciais a nutrição, torna-se necessário adição de elementos de baixo custo e de baixa solubilidade (Farinha de Rochas). As adições de aditivos inorgânicos de alta solubilidade são inadequadas onde a pluviosidade é concentrada, pois provoca lixiviação com conseqüente desperdício de nutrientes, além de comprometer o meio ambiente; -------------------------------------------------------------------------Dr. Edwin Scheller Mas para a qualidade nutricional, surge outro aspecto. Adubando com o cloreto de potássio, o cloreto tem carga negativa e é repelido pela superfície da argila e do humos, que têm carga positiva. Em nosso inverno, ele é lavado rapidamente com a chuva, quando se aduba no inverno. As partículas de sal, justamente o potássio e o manganês, carregadas positivamente, também são levadas e terminam na água do subsolo. A adubação com cloreto de potássio leva paradoxalmente a um empobrecimento de potássio e de magnésio no solo. O cloreto acarreta outros problemas quando se aduba com cloreto de potássio diretamente nas plantas, ou seja, quando o cloreto não é lixiviado pela chuva, o cloreto é muito instável e desloca outros ânions, como o sulfato e também o fósforo. Esse cloreto penetra a planta com maior facilidade do que o fósforo e o sulfato, podendo deslocá-los, diminuindo a disponibilidade de fósforo e sulfato para as plantas. 7 AGRICULTURA ECOLÓGICA Parte de uma visão sistêmica das coisas (Holísticas). Agricultura convencional: visão estreita, reducionista. A fertilidade do solo depende da microvida. Agricultura ecológica: promove a vida no solo Agricultura convencional: destrói sistematicamente a vida do solo. O alimento da vida do solo é a matéria orgânica, isto é Agricultura Ecológica. De acordo com Chaboussou, os parasitas, quer se trate de insetos, ácaro, nematóides, protozoários, fungos, bactérias ou mesmo vírus, só podem proliferar em plantas com desequilíbrio metabólico que leve a níveis exagerados de nutrientes na seiva. Numa planta sã estes níveis são baixos. Proteossíntese e proteólise estão equilibradas. Logo que aparecem aminoácidos e os demais nutrientes, eles são absorvidos pela proteossíntese ou, quando a planta está em repouso, como é o caso da hibernação ou estivação, a planta cessa de produzir aminoácido e nucleotídios, também para levantar nutrientes minerais. Numa planta assim, o fungo ou pulgão não tem vez, ele morre de fome ou seus sentidos lhe dizem que não adianta instalar-se nesta planta Se a teoria da Trofobiose é correta, e tudo parece indicar que é, então nos encontramos diante de uma importante revolução na agronomia, uma revolução que me parece tão importante quanto foi a revolução desencadeada por Liebig no século passado. Devemos fazer o possível para que esta não seja deturpada como foi aquela! Felizmente temos hoje uma constelação diferente. Texto do Professor JOSÉ ª LUTZEMBERGER TEORIA DA TROFOBIOSE Trofo – quer dizer alimento. Biose – quer dizer existência de vida. 8 Portanto, Trofobiose quer dizer: todo ser vivo só sobrevive se houver alimento disponível para ele. CONCLUSÃO: Está provado em todo o mundo, que a utilização da matéria orgânica no solo aumenta bastante a resistência das plantas. Até animais tratados com forragens produzidas em solos ricos em matéria orgânica são muito mais resistentes às doenças comuns. As principais conseqüências da adubação orgânica podem ser: menores gastos com insumos, ausência de pragas e doenças, maior rentabilidade nos cultivos, condições de vida muito mais saudável e melhor qualidade dos alimentos. Os agrotóxicos aumentam o poder de ação e reprodução de insetos que sobrevivem a uma pulverização Se quisermos resolver os problemas das pragas, parasitas e enfermidades em nossos cultivos e criações, sem envenenar o Planeta e destruir nossos solos, teremos que partir para enfoques completamente novos. Texto do Prof JOSÉ LUTZEMBERGER, Dezembro, 1988. Conceitos Básicos: Toda vida vegetal e animal desenvolveram-se de uma nutrição equilibrada dentro do sistema; físico-químico-rocha-solo-água-ar. Tal sistema pode ainda produzir um crescimento adequado para produção de alimentos. Na grande maioria dos solos tropicais, particularmente nas regiões de intensa pluviosidade não mais existe o componente rocha do sistema, sendo solo lixiviado e desprovido de reserva mineral; para corrigir a deficiência desses solos dos minerais essenciais a nutrição,torna-se necessário adição de elementos de baixo custo e de baixa solubilidade. As As adições de aditivos inorgânicos de alta solubilidade são inadequadas onde a pluviosidade é concentrada, pois provoca lixiviação com , com conseqüente desperdício de nutrientes, além de comprometer o meio ambiente; As regiões clássicas de fertilidade perenes, são aquelas onde as rochas frescas é periodicamente adicionada; Os materiais a serem adicionados devem tanto quanto possível 9 ser encontradas no local. Segundo tal conceito, nosso objetivo tem sido recomendar a utilização de rochas comuns. Como fertilizantes de base em condições de solos altamente lixiviados ou solos arenosos; exemplo Granito + basalto O uso de (Farinha de Rochas) ou pó de rochas tem as seguintes vantagens: Não sendo prontamente solúvel em água, o produto não é lixiviado pela água da chuva intensa especialmente no clima tropical. Economia de mão de obra, adubação com Farinha de Rochas de baixa solubilidade, não necessidade de adubação com freqüência , devido ao seu efeito residual prolongado Não acidifica o solo, pelo contrário, corrige o pH do solo; não saliniza o solo. Evita a absorção de luxúria, quando usado potássio solúvel, a planta absorve esse elemento mais do que é necessário e deixa de absorver cálcio e magnésio; Evita a fixação do fósforo solúvel quando ocorre ao se utilizar superfosfato simples, pela presença de ácido sulfúrico residual e a presença de sílica na farinha de rocha, também dificulta fixação de fósforo; A matéria prima é inteiramente nacional, inesgotável fácil de ser explorada e encontra-se distribuída em todas as regiões do país. Como funciona os Solos: Processos biológicos combinam-se com processos físicos e químico, em cada região climática e local especifico. AGRICULTURA ECOLÓGICA Parte de uma visão sistêmica das coisas (Holísticas). Agricultura convencional: visão estreita, reducionista. A fertilidade do solo depende da microvida. Agricultura ecológica: promove a vida no solo Agricultura convencional: destrói sistematicamente a vida do solo. 10 O alimento da vida do solo é a matéria orgânica, isto é Agricultura Ecológica. Parasitas Se os parasitas fossem como postula a indústria em seus lindos folhetos e cartazes, graficamente perfeitos, e em seus agressivos anúncios de TV, já não haveria vida neste planeta. Não há espécie vegetal ou animal que não tenha seus parasitas e eles existem há milhões de anos. Todos teriam tido tempo amplamente suficiente para exterminar seus hospedeiros e teriam se acabado também. O grande processo vital da Evolução Orgânica teria entrado em colapso. Se isto não aconteceu é porque o parasita não tem condições de prosperar sobre hospedeiro são. Ele só prospera sobre o que está de alguma forma em situação marginal. Em um ecossistema aberto, toda população, de seja qual for a espécie, , sempre tem seus indivíduos doentes, fracos, feridos desequilibrados. É em cima destes indivíduos que o parasita prospera, sem jamais exterminar toda a população da espécie hospedeira. Ele é um dos crivos do mecanismo de seleção natural, que tende a melhorar constantemente as espécies. Em mais de cinqüenta anos de diálogo intensivo com a Natureza, fiz muitas observações deste tipo. Enquanto escrevo estas linhas, de minha janela, estou observando uma colônia de grandes lagartas cabeludas em um ficus. Elas passam o dia dormindo na base do tronco. À tardinha, em caravana, sobem para pastar. Mas elas só comem as folhas dos galhos internos, de folhas fracas por falta de sol, os galhos que a árvore acabaria perdendo mesmo sem este ataque. Interessante é a preferência por certo tipo de folhagem numa mesma árvore. Todos os anos são assim. Mas a proliferação de ácaros também pode ser desencadeada pelos carbonatos modernos que são fungicidas e que certamente não matam seus inimigos naturais. Além disso, os fungicidas modernos, muitas vezes, parecem que promovem exatamente os fungos que deveriam eliminar. Em nossa região viticola, quando foram abandonados os tradicionais e baratos tratamentos à base de cobre, cal e enxofre em favor dos carbonatos caros, os viticultores logo se viram numa situação em que, quanto mais pulverizavam, mais tinham que pulverizar, em alguns casos até 30 vezes por temporada. É como se o fungicida tornasse a parreira mais palatável para o fungo. Certamente vão surgir complicações bem piores com a entrada dos ainda mais caros e mais perigosos fungicidas sistêmicos. Entre os agricultores orgânicos é conhecimento geral que o ataque de pragas tem a ver com o estado metabólico da planta. A suscetibilidade ao ataque do parasita, portanto, está primordialmente ligada à nutrição da planta. Outros fatores, tais como concorrência dos inços, interações positivas ou negativas de plantas companheiras (alelopatia), condições climáticas, etc. também influem. As condições para a saúde da planta devem ser otimizadas para que o ataque da praga seja minimizado. Um manejo adequado do solo permite obter um cultivo livre de parasitas mesmo que ele esteja rodeado de lavouras atacadas 11 De acordo com Chaboussou, os parasitas, quer se trate de insetos, ácaro, nematóides, protozoários, fungos, bactérias ou mesmo vírus, só podem proliferar em plantas com desequilíbrio metabólico que leve a níveis exagerados de nutrientes na seiva. Numa planta sã estes níveis são baixos. Proteossíntese e proteólise estão equilibradas. Logo que aparecem aminoácidos e os demais nutrientes, eles são absorvidos pela proteossíntese ou, quando a planta está em repouso, como é o caso da hibernação ou estivação, a planta cessa de produzir aminoácido e nucleotídios, também para levantar nutrientes minerais. Numa planta assim, o fungo ou pulgão não tem vez, ele morre de fome ou seus sentidos lhe dizem que não adianta instalar-se nesta planta. Mas, como acontecem os níveis exagerados de nutrientes? Ou por inibição da proteossíntese os nutrientes ficam sobrando, ou porque é exagerada a oferta. Também pode haver excesso quando a proteólise predomina sobre a proteossíntese. Este é o caso das folhas velhas. Para que ocorra congestão de aminoácido, a inibição da proteossíntese pode ser mínima. A planta pode ainda estar crescendo vigorosamente e ter aspecto mais sadio. Vejamos uma metáfora.. imaginemos um autopista com um fluxo de carros a 120 Km/h. Aparece um estrangulamento de três para duas vias. Dali para diante o fluxo retorna a 120 Km/h, mas dali para trás surge um grande congestionamento. Chaboussou mostra que muitos dos modernos agrotóxicos inibem a proteossíntese. A maioria deles é até certo ponto sistêmica, quer dizer, penetra na seiva da planta. Eles terão, portanto, algum efeito, positivo ou negativo. Como se trata de biocidas, é provável que predominem os efeitos negativos. Esta deve ser a razão porque, à medida que aumenta o uso dos agrotóxicos, aumenta a incidência e o número de pragas. Não se trataria só da eliminação dos predadores dos parasitas, mas de aumento de suscetibilidade das plantas cultivadas. Muitos dos casos em que pensamos que houve aparecimento de resistência das pragas aos agrotóxicos são na realidade casos de aumento de suscetibilidade da planta, especialmente no caso de doenças fúngicas. É por isso que Chaboussou deu à primeira edição de seu livro o título “As plantas que adoecem dos pesticidas”. Mais sério é o problema dos micronutrientes. A proteossíntese parece ser muito sensível a deficiências em micronutrientes. Quando degradamos a estrutura do solo pela excessiva agressão mecânica, causamos erosão e perda de húmus, destruímos a vida do solo pela agressão química e eliminamos o alimento da microvida do solo, não mais aportando matéria orgânica porque eliminamos a rotação de cultivos, compostagem, adubação verde. O que podemos esperar? Num solo morto a planta sempre encontra dificuldades para levantar micronutrientes. Aqui convém mencionar um dos fatores mais importantes para a saúde das plantas. Um fator que a fitossanidade na agronomia moderna praticamente não leva em conta: a micorriza. 12 A maioria das plantas vive em simbiose com outros organismos no solo. A ponta da raiz capilar, a última extensão da raiz, já quase microscópica em diâmetro, esxuda uma substância gelatinosa, chamada mucigel, com a qual se recobre como se fosse uma luva. Nesta capa constituída de alimentos energéticos, açúcares e amidos, instalam-se bactérias especiais, muitas vezes específicas das respectivas plantas. Além disto, esta capa e o próprio tecido da raiz são atravessados por filamentos, as hifas do micélio de certos fungos, também quase sempre específicos. Estes filamentos se estendem até vários metros além da ponta da raiz e podem unir-se com o micélio que serve à planta vizinha da mesma espécie. Esta simbiose tripartite – planta, bactéria e fungo, a que damos o nome micorriza, consegue retirar nutrientes minerais até da estrutura cristalina da rocha, isto é de cacos de pedra e grãos de areia ou de concreções minerais. Mas a micorriza só funciona em solo vivo, rico em húmus. Não mais precisamos entrar em detalhe sobre como os métodos da agricultura moderna destroem a micorriza – em proveito da indústria química... A teoria de Chaboussou também explica por que numa mesma planta às vezes apenas algumas folhas, em geral as mais velhas, são atacadas, outras não. Numa planta de abóbora ou pepino é comum ver-se forte ataque de míldio nas folhas velhas, enquanto que o resto da planta está limpo. Estas são as folhas que estão sendo drenadas de seus nutrientes para serem levados às folhas novas, nelas a proteólise predomina sobre a proteosíntese. Se a teoria da Trofobiose é correta, e tudo parece indicar que é, então nos encontramos diante de uma importante revolução na agronomia, uma revolução que me parece tão importante quanto foi a revolução desencadeada por Liebig no século passado. Devemos fazer o possível para que esta não seja deturpada como foi aquela! Felizmente temos hoje uma constelação diferente. Texto do Professor JOSÉ ª LUTZEMBERGER CICLOS BIOGEOQUÍMICOS NA FRUTICULTURA ORGÂNICA Paulo Antônio D’Andréa A prática de se perpetuar à agricultura de forma ‘viva’, é importante entendermos que ela está inserida e representa a interconexão entre as partes vivas do planeta (microrganismos, plantas, animais) e suas partes não-vivas (rochas, água e atmosfera), como a própria Teoria de Gaia - Terra Viva ( Loverlok, J.1972). Esta interconexão pode ser chamada de ciclos biogeoquímicos. Portanto entender e respeitar esses ciclos e com ações biotecnologicamente naturais, podemos praticar e perpetuar a fruticultura orgânica. Entre essas relações é fácil entender que as plantas, as ervas 13 espontâneas, enfim a biomassa são a conexão entre a atmosfera e o solo, captando as energias biodinâmicas, como a energia solar através da fotossíntese e interagindo com o ciclo da água. Quanto à conexão das plantas com o solo, é realizada pelos microrganismos, nos agricultores simplesmente os ignoramos por não os visualizarmos. Portanto dessas relações temos os principais ciclos biogeoquímicos como o do carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, água e minerais (intemperização). A agricultura convencional ao utilizar insumos xenobióticos (substâncias estranhas à vida) afeta essas relações bióticas sinérgicas, transformando os microrganismos em doenças e os insetos em pragas. Ao eliminar as ervas espontâneas, por considera-las daninhas, estamos afetando o ciclo do carbono e o ciclo da água, principalmente em nosso clima tropical. Como no clima tropical a velocidade do ciclo do carbono é muito rápida variando de 0,2 a 2 anos ( no temperado é de 2 a 22 anos ), ao desprezar a biomassa (com fogo, enxada, arado, grade ou herbicida) estamos rapidamente perdendo o principal agente estruturador do solo, a matéria orgânica. O maior problema nutricional das culturas em clima tropical não é de ordem química e sim física. Com solo desestruturado ou compactado perde-se o que podemos chamar dos verdadeiros macronutrientes, pois representam até 95% das plantas: carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Dos 5% restantes, 2,5% é cálcio (nas calcíferas) e 2,5% é o resto ( K2O, P2O5, S, Mg, Si, Fe, Cu, Zn, Li,.....) , e é nesse resto que os agricultores gastam anualmente seus escassos recursos financeiros. No manejo de nossa fruticultura tropical, temos dois preciosos recursos naturais: a energia solar e água. Com essas duas ferramentas, e manejando as gramíneas e leguminosas nas entre linhas das culturas com roçadeiras, igual manejamos o pasto como no Pastoreio Racional Voisin (Pinheiro Machado, 2004), estaremos transformando a energia luminosa em energia química, com a geração de carbono via biomassa. Do carbono gerado, 65% é utilizado pela atividade biológica, representando a respiração do solo, 30% em compostos orgânicos e 5% em húmus. Do carbono respirado as bactérias são responsáveis pelo consumo de 63% e os fungos por 25% Na tese de doutorado a eng. agr. Soraya França, comparando a atividade microbiana em pomar de citros orgânico (Suppia Agropecuária), com citros convencional concluiu: Convencional Orgânico Respiração basal (mg CO2 g solo dia) 35 ± 1,6* Biomassa – C (mg C g solo ) 13,6 ± 1,0 213,8± 15,8 14 281,3± 22,0* Quociente metabólico (qCO2) 0,12± 0,01* 0,06± 0,003 (*) indica que há diferença entre médias (P£ 0,05) pelo teste t. nº amostras compostas = 5 No manejo orgânico a biomassa radicular das ervas espontâneas, juntamente com os compostos e exsudatos orgânicos estruturam e agregam o solo. A mesma pesquisa compara o desenvolvimento do sistema radicular no solo do citros orgânico, em massa de matéria fresca de raiz em 14,5± 5,3*gL de solo e no citros convencional somente 4,3± 0,4 gL solo. Além do sistema radicular do citros orgânico explorar uma área volumétrica de solo maior, apresenta 22 espécies de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) contra somente 12 espécies no convencional. Dentre as espécies identificadas temos Glomus sinuosum, Acaulospora scrobiculata e Scutellospora cerradensis. Esses fungos vivendo simbióticamente no sistema radicular das plantas, se alimentam dos aminoácidos e açúcares gerados pelas mesmas e através de sua respiração atuam no ciclo do etileno (Pinheiro Machado, 2004), solubilizando os minerais do solo para a nutrição das plantas. Para fundamentarmos ainda o entendimento da importância das relações bióticas na nutrição vegetal em clima tropical, as plantas ao transformarem a energia luminosa em química produzem polissacarídeos, que através dos exsudatos radiculares, vão nutrir a microbiota do solo. Como exemplo, no período vegetativo do milho, chegam ao solo 1.250.000 litros de exsudatos radiculares por hectare. Esse abundante volume de açúcares, aminoácidos, ácidos orgânicos, ácidos graxos, fatores de crescimento, nucleotídeos, flavomonas, enzimas e compostos miscelâneos ( Cardoso & Freitas ), são uma grande usina de energia movimentando uma verdadeira fábrica biológica composta de bactérias, fungos e actinomicetos, que a resultante da sua produção é a nutrição da própria planta. A importância dessas relações simbióticas pode ser medida pela presença dos microrganismos na absorção de nutrientes pelas plantas, quando comparados com ambientes em sua ausência, como centeio em hidroponia, a diferença para o N = +144% e P = +74%, no milho no solo para o K = +143% e tomateiro em hidroponia para o P = +200% (Moreira & Siqueira, 2002). Entre os exsudatos radiculares produzidos temos os ácidos orgânicos (propiônico, cítrico, oxálico etc.), que somados aos ácidos orgânicos provenientes da decomposição da matéria orgânica, atuarão solubilizando os minerais do solo e disponibilizando-os assim para a nutrição vegetal. Especificamente o ácido cítrico reagindo com o alumínio, 15 neutralizará sua ação tóxica inclusive nas áreas mais profundas do solo ( Miyazawa ). Através das interconexões apresentadas: fotosínteseÛbiomassaÛexsudatos radicularesÛmicrorganismosÛácidos orgânicosÛmineraisÛnutrição vegetal temos a fábrica biogeoquímica trabalhando e nutrindo a fruticultura tropical de forma cíclica e perpetuamente sustentável. Perpetuamente sustentável? Os solos tropicais são predominantemente muito intemperizados e, portanto com baixa fertilidade natural. Já temos a fábrica natural solubilizadora de nutrientes, mas se nossos solos se tornaram ou são pobres, temos que recompor os seus minerais através da aplicação de farinhas de rochas, ou seja a prática da rochagem. Recomenda-se aplicações de 1 a 2 toneladas / ha / ano de farinhas de rochas, até que os pomares indiquem parâmetros ideais de produtividade. Atualmente no Brasil, a prospecção das rochas agronomicamente importantes, como os trabalhos do ambientalista Adoniel Amparo identificando principalmente as silicatadas, está ocorrendo à regionalização e uso dessas fontes. No norte do país temos o MB4, no centro o S.N. IPIRÁ e no sudeste e sul o ITAFÉRTIL e GEOBÁSICO, entre as fontes mais utilizadas. Os fatos atuais nos indicam um verdadeiro ponto de inflexão negativo com alta vulnerabilidade da agricultura nacional. Se observarmos pela ótica das causas xenobióticas, os efeitos fitopatológicos são óbvios e a impotência das práticas convencionais, está claramente evidenciada pela verdadeira exclusão social na agricultura nacional. Nos últimos 10 anos 12.000 citricultores deixaram a atividade,ou seja, 40% do setor (Gazeta Mercantil, 13/10/03). Cancro, Morte Súbita, Alternaria, Pinta Preta, Amarelinho e agora o Amarelão na citricultura, Sigatoka Negra na banana, Amarelão no melão e Ferrugem Asiática na soja. Quem vai pagar a conta? Calote dos sojicultores em Goiás (Gazeta Mercantil, 12/4/04), cafeicultores em Minas Gerais e produtores de maçã de Santa Catarina também não estão conseguindo pagar. Serão somente os impactos xenobióticos os culpados, pela exclusão do agricultor do agronegócio? Pesquisa na maçã, avaliando o tempo de cultivo, gerando desequilíbrio biológico na cultura (Moreira&Siqueira, 2002) : Idade da Micromicetos* macieira Pseudomonas Actinomicetos % % 100 100 % 2 anos 100 16 19 anos 35 41 24 anos 121 37 29 70 anos 214 0 36 71 (*)Micromicetos = Fungos : Penicilium, Fusarium, Alternaria, Helminthosporium, etc. No período de 70 anos, enquanto a presença dos microrganismos benéficos actinomicetos e bactérias tenderam a zero, a população dos fungos predominantemente decompositores duplicou, vulnerabilizando a cultura. Porque naturalmente com o tempo, na monocultura ocorre esse desequilíbrio biológico? Dentro do conceito trofobiótico (Chaboussou, 1980) poderíamos argumentar que uma simples carência mineral, estresse hídrico e momento fisiológico como o florescimento, entre outros fatores, estariam gerando desequilíbrio metabólico, e assim o excesso de aminoácidos e açúcares na planta, permitiriam os fungos se multiplicarem e gerarem dano econômico. Mas porque também a população das bactérias não cresce, considerando o desequilíbrio metabólico na cultura? Basicamente porque esses microrganismos apresentam preferência por fontes tróficas e de energia diferentes. Enquanto os fungos decompositores são predominantemente quimiorganotróficos, obtendo energia da oxidação de moléculas orgânicas e tendo como fonte de carbono e de elétrons as substâncias orgânicas, são os mais abundantes no solo em densidade e diversidade. Portanto com o passar dos anos, evolutivamente satisfaz suas necessidades troficas na própria fonte orgânica que é a monocultura. Já as bactérias são predominantemente quimiolitotróficas, as que obtêm os elétrons, a energia de fontes inorgânicas como os minerais presentes nas rochas e fotolitotróficas as que obtêm energia da luz solar, e captam do CO2, a sua fonte de carbono e não da matéria orgânica como os fungos quimiorganotróficos. No manejo orgânico em clima predominantemente tropical, temos que privilegiar a eficácia bacteriológica, principalmente quando enfocamos o ciclo do nitrogênio e a fixação biológica do nitrogênio atmosférico (FBN). Somente os organismos que apresentam a enzima nitrogenase, que reduz o N2 para a forma inorgânica combinada NH3, tornando-o disponível para as plantas, são chamados de fixadores de nitrogênio ou diazotróficos. Considerando as necessidades troficas das bactérias e cianobactérias diazotroficas como a Azotobacter e Beijerinckia são fotolitotróficas e as Nitrosomonas são quimiolitotroficas, ao praticarmos a rochagem, estaremos favorecendo a sua atividade nos solos, incrementando assim o nitrogênio nas 17 culturas. A maioria das diazotróficas são de vida livre ocorrendo nos solos, na rizosfera, filosfera das plantas, e no trato intestinal das minhocas, cupins e de certos animais. Nos ruminantes como os bovinos, de 60 a 70% da população biológica ruminal são bactérias. Portanto ao integrarmos os bovinos com a produção agrícola, estaremos equilibrando biologicamente através das bactérias provenientes do esterco, os ciclos biogeoquícos na monocultura tropical. A fruticultura e outras culturas, estão implantadas em propriedades com poucos ou nenhum animal bovino e para sua integração no manejo, recomenda-se a produção biotecnologicamente natural do biofertilizante BIOGEO (Amparo A.,2004). Em tanques apropriados, em área ensolarada, o agricultor adicionado água + esterco bovino + MICROGEO (recomendações ver www.microgeo.com.br <http://www.microgeo.com.br/> ) produzirá de forma contínua, o biofertilizante que ao ser pulverizado na biomassa e nas culturas, estará equilibrando biologicamente as relações biogeoquímicas, otimizando a produção e perpetuando com sanidade as culturas agrícolas (Medeiros, 2003). Como um software dirige de forma programada as informações no computador, o MICROGEO, é um substrato orgânico que nutrindo de forma programada, através da sua reposição de manutenção nos tanques de biofertilizante, dirige a atividade biológica ruminal, para uma fermentação biotecnologicamente desejada e biodinamicamente vivificadora. Pulverizações com Biogeo + manejo da biomassa + rochagem = Fruticultura (agricultura) biogeoquimicamente sustentável, portanto orgânica. _____ CITRICULTURA ORGÂNICA: MANEJO DOS PROCESSOS Paulo Antônio D’Andréa A primeira dúvida do agricultor para converter seu pomar convencional em orgânico, se refere a que momento exatamente no manejo ele para de utilizar em sua cultura os agrotóxicos e fertilizantes químicos. Procuro explicar que a transição para o manejo orgânico, não depende das pragas e doenças, e muito menos da fertilidade do solo. Depende sim do nível de envolvimento ou melhor, do comprometimento do agricultor com as rotinas das atividades de manejo, respeitando os processos cíclicos da natureza, e 18 sua firme determinação em perpetuar a atividade agrícola, no ambiente que é patrimônio da humanidade. Não existe ‘data marcada’ para a transição e sim a mudança de entendimento e compreensão, com aprendizado e conhecimento para as ações de conversão, portando a mudança está na ‘cabeça’ do agricultor e não no campo. Quando o agricultor entender que o solo e as plantas são vivos, como nós somos orgânicos, ele estará praticando agricultura como a sua própria vida. Nós só mudamos quando saímos da zona de conforto, é assim também na agricultura, porém na maioria das vezes, quando o agricultor percebe, já esta fora da atividade. Essa exclusão social ocorre em média em 30 anos, coincidindo não com o envelhecimento dos pomares, e sim com a morte do solo (degradação biológica e física). No manejo de qualquer atividade agrícola, temos que respeitar as condições edafoclimáticas onde a cultura está implantada, e considerando que a citricultura brasileira está implantada em diferentes regiões, fazer recomendações genéricas de manejo do pomar orgânico, estaríamos incorrendo nos erros da ‘receita’ na agricultura convencional. Como exemplo do manejo de processos na citricultura, citarei as práticas da Fazenda Vahali, localizada em São Carlos, no Estado de São Paulo. Pomar com 48.000 plantas de pêra coroa, valência e natal, com 15 anos de idade, implantado em latossolo amarelo de baixa fertilidade, com densidade de 320 plantas/ha. Desde de 1994 não são aplicados os acariciadas, fungicidas e herbicidas convencionais, e também há 10 anos não recebe adubação química fosfatada. Em 1996, foi realizada calagem com uma ton/ha de calcário, e em 97, a rochagem com uma ton/ha de pó de basalto. O ano de 2000 foi o último que o pomar foi adubado quimicamente com nitrogênio e potássio, e recebeu uma ton/ha de MB4. Em 2001, a rochagem foi de uma ton/ha de S.N.IPIRÁ; e em 2002 e 2003, respectivamente uma ton/ha de ITAFÉRTIL. (esclarecimento do Autor: o S. N. de Ipirá foi substituído pela oneração excessiva dos custos do transporte). No manejo da biomassa, predominantemente brachiária, são utilizadas dois tipos de roçadeiras, a Roçokop para roçar debaixo das copas das árvores e a chamada ecológica, que joga lateralmente a biomassa roçada do meio da rua do pomar. No período das águas, com o objetivo da geração de maior volume de biomassa, as ervas espontâneas são roçadas no florescimento, sendo bem baixa a altura de corte, sem deixar o solo descoberto. No início do inverno, deixamos as ervas sementearem, só roçando antes da colheita das frutas. Com objetivo de condicionar a vivificação do solo e intensificação dos ciclos biogeoquímicos, no período das águas, são realizadas pulverizações com Biogeo sobre a biomassa, após cada roçada, com diluição de 50%, em baixa vazão. No tanque de produção contínua do Biogeo que é aplicado no solo , é adicionado um saco (25 kg) de Microgeo, para cada 10.000 litros de Biogeo consumido nas pulverizações. Neste último ano citrícula (de julho/03 a junho/04), foram realizadas nas 19 quadras de citros, de 2 a 3 pulverizações foliares com a calda Super-S20 a 2%, e de 4 a 5 pulverizações, em baixa vazão com Biogeo, em lados alternados das plantas, variando a diluição em água de 1% no inverno até 5% no verão. Para manutenção da fermentação do Biogeo foliar, adicionar no tanque de produção um saco de Microgeo, para cada 1.000 litros de Biogeo pulverizado. Otimizando a fotossíntese do pomar e das ervas espontâneas, e devido ao porte das árvores, temos realizado podas laterais e ‘de topo’, praticamente ‘penteado’ as plantas com no máximo 30 cm de corte, em média a cada dois anos. Com função de quebra-vento, nos carreadores do pomar, temos implantado a grevílea, e sendo a maior parte das divisas da fazenda cercadas com mata. Nos pomares em formação alem das praticas apresentadas, temos manejado a biomassa também com a introdução dos adubos verdes, feijão guandu e nabo forrageiro.Em função do estágio inicial de rejuvenescimento do solo (biocenose) e da evolução da interação clima-planta-solo, ainda vulnerabilizando o conjunto, o agricultor pode utilizar em seu pomar, pequenas doses de fertiprotetores a base de cobre (Ferticobre) e silício (Bugran-Protect), como também extratos vegetais, como o óleo de nim + melaço como isca para as moscas, entomopatógenos como o Bolveril e o semioquímico Macex para o controle das formigas.Os custos diretos de produção na Fazenda Vahali são de US$ 0,5/planta para os insumos, de aproximadamente US$ 1,0/planta para os operacionais e de US$ 0,8/cx para colheita+frete.A estimativa da safra 2003/04, que está sendo realizada é de 110.000 caixas (40,8 kg/cx), com média de 2,3 caixas/ planta. O agricultor manejando e respeitando os ciclos biogeoquímicos, e regulando os processos metabólicos das plantas, estará vivendo e perpetuando sua tão nobre atividade. Referências Bibliográficas * Amparo, A. Processos Orgânicos Sustentáveis: uma Visão Holística, apostila, 2004. · Chaboussou, F. Plantas Doentes Pelo Uso de Agrotóxicos: a teoria da Trofobiose, tradução de Maria J. Guazzelli, Porto Alegre, L&PM, 1987. · França, S. C., Comunidades de fungos micorrízicos arbusculares nos manejos convencional e orgânico de citros e suas interações com Phytophthora parasítica, ESALQ/USP, 2004. · Machado, L.C. Pinheiro, Pastoreio Racional Voisin: tecnologia agroecológica para o terceiro milênio Porto Alegre, Cinco Continentes, 2004. 20 * Medeiros, M.B, Wanderley, P. A, Biofertilizantes Líquidos: Processo trofobiótico para proteção de plantas em cultivos orgânicos. Revista nº 31, Biotecnologia, Ciência & Desenvolvimento, www.biotecnologia.com.br <http://www.biotecnologia.com.br/> . Brasília, 2003. * Miyazawa, Pavan, Calegari, Colombelli, Neutralização da Acidez do Subsolo por Material Vegetal, IAPAR, Londrina. * Moreira, F. M. & Siqueira, J. O., Microbiologia e Bioquímica do Solo, Lavras, Editora UFLA, 2002. _____ Alimentação É preciso se conhecer a importância da boa alimentação, não só para a saúde individual, mas para a economia que poderia fazer se mudassem as informações distorcidas, conscientizando e evitando que a população consumisse alimentos prejudiciais ao corpo humano, elas trazem enormes prejuízos ao erário público, com a manutenção de casas de saúde, onde as despesas cada dia aumentam e mesmo assim com pior atendimento servem ao povo, recebem ignominiosas remunerações, elas respondem com péssimos atendimentos, tornando essa atividade, a saúde pública, um evento de difícil solução. Vamos citar alguns fatos que elucidam as distorções na alimentação, não só para o país, mas para todo o mundo Ocidental: o alimento que mais se coaduna e está de acordo com as proporções entre os elementos químicos primordiais do nosso corpo, o sódio e potássio, é o cereal, e dentre eles o mais consumido no nosso planeta é o arroz. A proporção media entre estes elementos químicos que compõem o nosso corpo, gira em torno de sete para um, o que eqüivale a mesma proporção contida nesse alimento, isto informa: o cereal é o alimento mais perfeito na sua composição, é o que mais se adapta as nossas necessidades nutriticionais. Vejamos o que acontece com a manipulação do cereal para ser em grande parte posto a disposição dos consumidores menos avisados; tiram-lhe todas as substancias essenciais, principalmente os sais minerais e as vitaminas, inclusive o amido, e os vendem, esses considerados erroneamente sub produtos, para os laboratórios farmacológicos, afim de produzirem os remédios para cura de doenças e males gerados pela pouca nutrição fornecida pelo carbohidrato, único elemento restante da industrialização perversa e criminosa, naquele que seria o ideal e mais econômico suporte alimentar. Ainda não satisfeitos as industrias para elevarem o preço e melhorar a apresentação do produto, muitas vezes unta-o com parafina, ou outros compostos alienígenas à sua composição, dando-lhe uma aparência de limpeza e brilho, que o torna bonito e agradável à visão. Em várias industrias são acrescentados elementos que se dizem vitaminados, 21 configurando um contra-senso, retiraram o que lhe era próprio, inclusive onerando-o na operação erroneamente ou maldosamente denominada de “beneficiamento”, agora querem compensar as perdas nutricionais do produto, acrescentando misturas que não são as melhores balanceadas, onerando mais uma vez o produto para abastecer ao incauto e desprotegido consumidor. No sentido de alertar a população, passamos a narrar um fato que não está muito longe na nossa história: Na famigerada guerra do Vietinã, a paisagem visual lembrava uma luta entre o gigante de um lado e um Pigmeu do outro. Os soldados Norte Americanos eram abastecidos com as mais belas e atrativas iguarias, compostas inclusive com todo tipo de doces e chocolates, ingeriam também sorvetes e outras espécies de alimentos sofisticados, os seus fardamentos eram esnobes e as armas que portavam, as mais modernas. Do outro lado os Vietnamitas, povo de baixa estatura, tese amarela, aparências sem maiores destaques, as fardas eram as mais simples e de baixo custo, a alimentação a mais comum, porém a mais nutritiva e saudável, pois se constituía quase que totalmente de arroz integral, produzido sem adubos e defensivos químicos. Nas batalhas, os Americanos se esmeravam com preparativos e faziam planos e estratagemas complicados, só que lhes faltavam a garra, a vontade, a motivação, (objetivo) e acima de tudo faltava-lhes energia, pela deficiência dos componentes nutritivos dos seus alimentos, e o resultado; quando menos se esperava, surgiam á frente um batalhão de homens destemidos e motivados e acima de tudo sabiamente alimentados e em pouco tempo dizimavam todas as resistências dos contendores. Acontecia que, enquanto os Americanos permaneciam nos acampamentos confortáveis e aparentemente bem alimentados, os Vietcongos embrenhavam nas matas e em muitos locais escavavam túneis de longas e intrincadas trajetórias, chegando quase sob os locais onde se encontravam os seus adversários, surpreendendo-os. Nessas missões nas matas e nos subterrâneos, só um alimento era capaz de resistir e ser transportado com facilidade, era o arroz, que hoje temos a informação que em muitos casos era mastigado cru, sem nenhum ingrediente, mas que mantinha os soldados com toda energia, dando-lhes coragem e disposição para baterem seus inimigos. Quanto ao resultado final do embate, torna-se desnecessário o comentário, pela farta informação existente. O ELEMENTO HUMANO, é credor de uma alimentação farta e saudável, e de uma assistência a saúde, desde o nascimento, até o amadurecimento do corpo, e na decrepitude da sua velhice. 22 Autor: Rubem Prates ( Exscutivo da Ipirá Fértil Ltda) NOSSO PLANETA – A TERRA “O PLANETA Terra é uma jóia inestimável. Vulnerabilidade, não diante de imaginárias invasões externas (guerra dos mundos), mas sim, diante da patologia mental de sua própria população”. Só assim podemos entender o comportamento e a agressão de que ele é vítima. “Nossa nave está só”. O que caracteriza este planeta e o torna distinto dos demais deste sistema solar é a maravilhosa sinfonia da evolução orgânica. Temos temperatura propícia à química da vida, pela distância certa do nosso sol e uma atmosfera muito especial. “VIU DEUS TUDO QUANTO FIZERA, E EIS QUE ERA MUITO BOM”. Fim da mensagem encaminhada --- 23