1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – NÍVEL MESTRADO REGINALDO RODRIGUES VICENTE ESTRUTURA GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE Leptodactylus latrans (STEFFEN, 1815) (AMPHIBIA, ANURA) DE DUAS DIFERENTES PAISAGENS DOS CAMPOS GERAIS DO PARANÁ CASCAVEL-PR AGOSTO/2014 2 REGINALDO RODRIGUES VICENTE ESTRUTURA GENÉTICA DE POPULAÇÕES DE Leptodactylus latrans (STEFFEN, 1815) (AMPHIBIA, ANURA) DE DUAS DIFERENTES PAISAGENS DOS CAMPOS GERAIS DO PARANÁ Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Conservação e Manejo de Recursos Naturais – Nível Mestrado, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais Área de Concentração: Conservação e Manejo de Recursos Naturais Orientador: Prof. Dr. Vladimir Pavan Margarido CASCAVEL-PR AGOSTO/2014 3 Ficha Catalográfica Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca Central do Campus de Cascavel – Unioeste Vicente, Reginaldo Rodrigues Estrutura genética de populações de Leptodactylus latrans (Steffen 1815) (Amphibia, Anura) de duas diferentes paisagens dos Campos Gerais do Paraná / Reginaldo Rodrigues Vicente — Cascavel, PR: UNIOESTE, 2014. 31 p. Orientador: Prof. Dr. Vladimir Pavan Margarido Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Bibliografia. 1. Cuidado parental. 2. FST. 3. Marcador molecular 4. Vagilidade. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. 4 ―O que prevemos raramente ocorre; o que menos esperamos geralmente acontece.” (Benjamin Disraeli) 5 Agradecimentos À Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, pela estrutura que possibilitou a realização de todas as minhas atividades. Ao Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, coordenação e equipe de professores, pela ajuda, auxílio e conselhos durante o meu aperfeiçoamento no mestrado. A nossa assistente Márcia Cruz pela presteza e dedicação em nossa passagem pelo programa. À Fundação Araucária e ao CNPq pelo financiamento de projetos, e à CAPES pela bolsa concedida. Ao Prof. Dr. Vladimir Pavan Margarido por ter me aceitado como seu orientando, contribuindo grandemente para minha formação profissional e pessoal. Agradeço-o também pela dedicação dentro e fora do laboratório, através de seus conselhos, seus encaminhamentos e sua imensa compreensão. Muito obrigado! À Profa. Dra. Rafaela Maria Moresco, pela paciência de lidar com minhas ansiedades, incentivar e me “co-orientar” de forma sincera e dedicada. Foi ótimo poder contar com uma pessoa tão carismática como você. Obrigado! Às pessoas que de alguma forma colaboraram nessa minha caminhada, contribuindo positivamente em minha vida. Destaco entre eles o Professor Roberto Laridondo Lui e as Professoras Jocicléia Konerat e Vanessa Bueno. Agradeço também aos colegas de laboratório pelos dias em companhia com sorrisos e crescimento pessoal. Muito obrigado a minha grande colega e amiga Sama Beatriz Kuhn por estar comigo do começo ao fim desta trajetória, se mostrando uma pessoa extremamente maravilhosa e carismática. Desejo o melhor a você Sama! Aos meus grandes amigos Claudecir Castilho Martins e Marco Eugênio da Silva que desde minha chegada a Cascavel, sempre estiveram comigo em parceria. A minha médica Dr. Yara pelo suporte prestado nesta caminhada. Aos meus irmãos Raquel, Rafael, Robson pelos sorrisos e pela alegria em todos os dias da minha vida. Por fim aos meus pais Ivanir e Sebastião, as pessoas mais importantes da minha vida, que revigoram meus sonhos e engrandecem meu espírito a cada Dia. Agradeço-os pelo apoio incondicional em minha vida em todos os sentidos. 6 Sumário Lista de figuras ___________________________________________________________________ i Lista de tabelas __________________________________________________________________ ii Resumo_______________________________________________________________________ 11 Introdução ____________________________________________________________________ 12 Materiais e métodos _____________________________________________________________ 13 Resultados ____________________________________________________________________ 14 Discussão _____________________________________________________________________ 15 Referências ____________________________________________________________________ 17 Anexo I_______________________________________________________________________ 27 7i Lista de figuras Figura 1 - Locais de coleta de Leptodactylus latrans em São Lourenço do Oeste (SC) _________ 22 Figura 2 - Géis de agarose com os resultados do marcador ISSR em Leptodactylus latrans para os quatro primers: (a) primer (GGAC)3A; (b) primer (GGAC)3C; (c) primer (GGAC)3T e (d) primer (ACA)5G _____________________________________________________________________ 23 Figura 3 - Dendograma Neighbor-Joining construído a partir da análise de ISSR em Leptodactylus latrans baseado no índice de similaridade de Jaccard com 10.000 permutações ______________ 24 Figura 4 - Gráfico de dispersão construído a partir da análise de ISSR em Leptodactylus latrans com as principais coordenadas baseadas no índice de similaridade de Jaccard _______________ 25 8 ii Lista de tabelas Tabela 1 - Comparação entre pares de populações de Leptodactylus latrans baseada em análise de ISSR ________________________________________________________________________ ___26 9 10 Análise de Inter Simple Sequence Repeat verifica alta endogamia e estruturação genética em Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) em curtas distâncias Reginaldo Rodrigues Vicente e Vladimir Pavan Margarido* Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Rua Universitária 2069, Jardim Universitário, 85819-110 Cascavel, PR, Brasil; *Autor para correspondência: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Rua Universitária 2069, Cascavel, PR 85819-110, Brazil, Tel.: +55 45 3220-3235; Fax: +55 45 3224-4566. e-mail: [email protected] Analysis of Inter Simple Sequence Repeat (ISSR) checks high inbreeding and genetic structuration in Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) over short distances. Periódico: Population Ecology - http://www.springer.com/life+sciences/ecology/journal/10144 11 Resumo Leptodactylus latrans é caracterizada como uma rã de grande porte (80 a 120 mm) que apresenta cuidado parental. Seus ovos são depositados em ninhos de espumas preferencialmente em lagoas permanentes, cujo comportamento favorece o aumento da sobrevivência de sua prole, podendo refletir diretamente na estrutura genética populacional. O objetivo deste trabalho foi determinar a diversidade e estrutura genética de Leptodactylus latrans em 4 lagoas do bioma Mata Atlântica (Santa Catarina - SC)/Paraná - PR) através do marcador nuclear ISSR. Foram coletados 36 indivíduos (9 indivíduos/lagoa), sendo 3 lagoas em São Lourenço do Oeste [SC -Lagoa 1/Lagoa 2 (distantes 500m); Lagoa 2/Lagoa 3 (distantes 1.000m); Lagoa 1/Lagoa 3 (distantes 1.500m)] distantes 37 km da lagoa de Francisco Beltrão - PR. Dos 91 loci obtidos, 81 loci foram polimórficos, com 68,35% de variação intrapopulacional e 31,65% de variação interpopulacional. O índice de diferenciação genética interpopulacional (FST) exibiu valores moderados entre as subpopulações de São Lourenço do Oeste (0,054 ≤ FST ≤ 0,218), e alta diferenciação entre as subpopulações de São Lourenço do Oeste e de Francisco Beltrão (0,403 ≤ FST ≤ 0,499), sendo confirmado pelo dendograma Neighbor-joining baseado no índice de similaridade de Jaccard. Foi verificada baixa heterozigosidade esperada nas 4 populações analisadas (0,1892≤ He ≤ 0,2485), indicando alto grau de endogamia. Os resultados obtidos revelam a existência de baixo fluxo gênico mesmo entre indivíduos de lagoas pouco distantes (500m), e sugerem uma alta influência na estruturação genética populacional relacionada aos fatores ecológicos reprodutivos, tais como cuidados parentais, que favorecem sobrevivência da prole, e a fidelidade aos sítios de vocalização. Palavras-chave: Cuidado parental, FST, Marcador molecular, Vagilidade 12 Introdução Ao longo do tempo e espaço, o processo de evolução biológica resultou numa alta gama de biodiversidade, a qual traz consigo o acúmulo de variações hereditárias polimórficas que acabam se fixando e estabelecendo novas unidades taxonômicas como as espécies (Santos et al. 2009). Atualmente, porém, se observa que conservar toda essa biodiversidade tem sido um árduo trabalho para a comunidade científica, que tem visado minimizar e compreender os impactos das ações antrópicas responsáveis por formar pequenos e isolados fragmentos dos ecossistemas naturais, que se tornaram importantes loci de conservação das espécies e suas populações (Costa & Scariot 2003; Ficetola & Bernardi 2004; Ewers 2005). Embora a diversidade genética possibilite as populações se adaptarem diante das alterações ambientais de variadas origens, para se determinar a diversidade genética de uma espécie é preciso compreender a sua estrutura populacional, ou seja, a distribuição heterogênea de seus alelos e genótipos no tempo e espaço, seu fluxo gênico, seleção natural, deriva genética, sendo notadamente importante correlacionar estes fatores aos aspectos ecológicos da espécie (Hamrick 1982; Costa & Scariot 2003; Telles 2005). Assim, percebe-se que fatores evolutivos e ecológicos também se estabelecem como responsáveis pela compreensão da diferenciação genética presente nas populações (Epperson 2003; Rousset 2004). Em populações de anfíbios vários estudos vêm gradativamente contribuindo para o melhor entendimento dos seus fatores evolutivos e ecológicos (Wilbur 1997; Funk et al. 2005; Wagner et al. 2005). No entanto, embora vários anfíbios apresentem alta distribuição e expansão geográfica, este grupo se caracteriza com perfil filopátrico de baixa dispersão populacional e dependência de ambientes úmidos ou aquáticos devido a seu pequeno porte e permeabilidade da pele (Blaustein et al. 1994; Oliveira 2011). Dentro do grupo de anfíbios, ordem Anura e família Leptodactylidae, Leptodactylus latrans (Stefeen, 1815) (=Leptodactylus ocellatus) é caracterizada como uma rã de grande porte (80 a 120 mm) e de hábitos carnívoros, cujos estudos são basicamente voltados a relatos de sua ocorrência, dieta e análises morfológicas, deixando assim uma lacuna de conhecimento no que se refere aos seus hábitos ecológicos e comportamentos reprodutivos atrelados a sua estrutura populacional (Scott et al. 1987; Santos et al. 2009; Lavilla et al. 2010; Pazinato et al. 2011; Borges 2012). Com o surgimento e avanço da biologia molecular, alguns estudos feitos em populações de anfíbios, como os de Silva et al. (2007) e Moresco et al. (2013), vêm mostrando a praticidade de se usar marcadores moleculares para analisar a diversidade genética de populações de anfíbios 13 relacionando seus resultados a suas características ecológicas e evolutivas. Telles et al. (2006), em um estudo de genética de paisagem, ressaltam que o uso de marcadores moleculares possibilita visualizar regiões polimórficas, ou seja, variabilidade genética intra e interpopulacional, sendo muito útil nos estudos de monitoramento de diversidade genética de populações de anfíbios. Diante dos vários marcadores moleculares existentes, alguns têm sido amplamente utilizados em estudos de anfíbios, como as isoenzimas (Bisconti et al. 2011), RAPD (Telles et al. 2006; Silva et al. 2006), DNA mitocondrial (Vences et al. 2005; Funk et al. 2007) e microssatélites (Martínes & París 2005; Conte et al. 2011). Moresco et al. (2013) recentemente fizeram o uso pioneiro do marcador ISSR (Inter Simple Sequence Repeat) em anuros neotropicais, obtendo ótimos resultados, e mostrando ser este extremamente útil e eficiente no diagnóstico da diversidade genética de populações de anfíbios. No entanto, embora na literatura se verifique que o marcador molecular ISSR produza excelentes resultados e tenha baixo custo em relação aos demais marcadores, este apresenta estudos escassos de diversidade e estrutura genética de populações em anfíbios (Zhou et al. 2011). O presente estudo teve como objetivo analisar a diversidade genética intra e interpopulacional de L. latrans em lagoas naturais nos Campos Gerais da Mata Atlântica por meio do uso de marcadores moleculares ISSR, relacionando estes resultados a aspectos ecológicos. Materiais e métodos As coletas foram realizadas em 4 lagoas naturais e permanentes do Bioma Mata Atlântica, no ecossistema de Campos Gerais, estando 3 lagoas no município de São Lourenço do Oeste, Santa Catarina (26º21’50‖ S; 52º56’43‖ O) (Figura 1) e uma em Francisco Beltrão (Ao lado da Universidade Paranaense, 26º07’90’’ S; 53º05’06’’ O), Paraná. As lagoas analisadas estão dispostas da seguinte forma: lagoas 1 e 2 distantes 500m, lagoas 2 e 3 distantes 1.000m, lagoas 1 e 3 distantes 1.500m, e lagoa 4 (Francisco Beltrão) distante cerca de 37 km das lagoas de São Lourenço do Oeste. As coletas foram realizadas nos períodos de setembro/2011 a abril de 2013. Foram coletados no total 36 indivíduos, sendo 9 indivíduos de cada lagoa (Licença temporária conforme SISBIO 31060-1), e sacrificados por submersão corporal completa em etanol 20% (Comitê de Ética na Experimentação Animal a Aulas Práticas - CEEAAP/Unioeste - Protocolo nº 66/10). Foi retirado tecido hepático dos indivíduos e fixado em etanol 100% para posterior extração de DNA. A extração de DNA foi realizada com o GenElute™ Mammalian Genomic Miniprep Kit (SigmaAldrich, Buchs, SG, Switzerland), seguindo recomendações do fabricante. A quantificação do DNA 14 genômico foi realizada em gel de agarose 1%, utilizando a comparação com o peso molecular do marcador Low DNA Mass Ladder (Invitrogen Life Technologies Corporation, Grand Island, NewYork, USA). Após a quantificação, o DNA foi diluído a uma concentração final de 10 ng/μl. Para a amplificação dos fragmentos ISSR foram utilizados os primers (GGAC)3A, (GGAC)3C, (GGAC)3T e (ACA)5G. As condições de amplificação do DNA através de PCR foram as recomendadas por Fernandes-Matioli et al. (2000) com modificações. A mistura de reação de amplificação consistiu em Tris-KCl, 2 mM de MgCl2, 0,92 mMprimer, dNTP mM 0,38, 1 Taq U/reação da DNA polimerase, e DNA (10 ng) e água suficiente para perfazer um volume de 13 μl. As condições de amplificação do DNA, via PCR, ocorreram em termociclador programado para 4 ciclos de 45s a 94 °C, 1 min a 51 °C e 1 min a 72 °C, seguido por 29 ciclos de 45 s a 94° C, 1 min a 48 °C e 1 min a 72 °C. Após o último ciclo de amplificação, a mistura de reação foi arrefecida e mantido a 4 °C. Controles negativos sem DNA foram incluído em cada conjunto de amplificações. Depois da amplificação, amostras que consistiam 7 μl da mistura de reação de PCR foram submetidas a eletroforese em 1,4% gel de agarose e coradas com brometo de etídio (0,2 μg/ml). Em seguida o material foi visualizado e fotografado em um transiluminador de luz UV, com sistema de captura de imagem Quantum ST4 v16.04 e câmera digital 1.4 megapixels através do software Quantum-capt. Os fragmentos foram lidos como presença (1) e ausência (0) de bandas para a obtenção de uma matriz binária. A matriz de distância genética entre pares foi obtida pelo índice de similaridade de Jaccard, para construir o dendrograma Neighbor-Joining, utilizou-se o programa FreeTree e Mega 6.0. As principais coordenadas de dispersão (scatter plot) foram obtidas utilizando os programas DistPCoA e Statistica 7.1. A diferenciação genética foi examinada através da aplicação do teste de Mantel, com 10.000 permutações para a matriz de similaridade Jaccard utilizando o programa Mantel-Struct 1.0. A análise da variância molecular (AMOVA), heterozigosidade esperada (He) e o índice de diferenciação genética (FST) foram obtidos pelo programa Arlequim 3.5.1.2. Por meio de AMOVA, a variação genética foi separada em dois níveis: por lagoa (intrapopulacional) e entre lagoas (interpopulacional). Resultados Foram encontrados 91 loci, sendo 58 polimórficos (64%) para a subpopulação da lagoa 1, 52 loci polimórficos (57%) na lagoa 2 e 43 loci polimórficos (47%) na lagoa 3, com variação intrapopulacional de 68,35% e variação interpopulacional 31,65%. Os fragmentos amplificados 15 estavam entre 1430 e 160 para o primer (GGAC)3A, 1200 e 230 para o primer (GGAC)3C, 1650 e 210 para o primer (GGAC)3T e 2250 e 290 para o primer (ACA)5G (Figura 2). A análise do dendograma (Figura 3) revelou 3 agrupamentos, sendo um oriundo da lagoa 3, outro da lagoa 4, e outro formado pelas lagoas 1 e 2. O gráfico de dispersão das principais coordenadas construídas com os dois principais vetores próprios (0,260 e 0,100 de variação, respectivamente), também obtida com o índice de similaridade de Jaccard, vem corroborar o dendograma Neighbor-Joining indicando também 3 principais agrupamentos (Figura 4). A diferenciação genética entre as subpopulações obtida pelo teste de Mantel exibiu valores moderados (0,25 > FST ≥ 0,05) entre as 3 subpopulações (lagoas) de São Lourenço do Oeste, e alta diferenciação (FST > 0,25) entre as subpopulações de São Lourenço do Oeste e de Francisco Beltrão (Tabela 1). A dissimilaridade genética intrapopulacional foi quase a mesma para todas as lagoas, fixando valores de 0,444 na Lagoa 1, 0,415 na Lagoa 2, 0,379 na Lagoa 3 e 0,394 na lagoa 4. A heterozigosidade esperada (He) se demonstrou baixa e foi quase a mesma para todas as subpopulações, sendo de 0,2484 ± 0,2144 na Lagoa 1, 0,2423 ± 0,2341 na Lagoa 2, 0,2045 ± 0,2340 na Lagoa 3 e na 0,1892 ± 0,2192 lagoa 4. Discussão A heterozigosidade esperada se mostrou similar e baixa para todas as subpopulações analisadas no presente estudo (0,1892≤ He ≤ 0,2485), indicando portanto alto grau de endogamia nas 4 subpopulações, mesmo estas estando a curtas (500, 1.000 e 1.500m), resultados oriundos do perfil filopátrico da espécie. Neste contexto, alguns anfíbios muitas vezes apresentam forte fidelidade ao seu habitat, que culmina em baixa habilidade dispersiva, reduzindo o fluxo gênico entre populações (Burns et al. 2004; Funk et al. 2005; Silva 2006). Seppä e Laurila (1999) identificaram que Rana temporaria também se caracteriza como um anfíbio de perfil filopátrico e baixa dispersão, fatores estes que contribuem para redução da sua variabilidade genética culminando em endogamia e o isolamento de suas populações (Ficetola & Di Bernardi 2004, Johansson et al. 2007). Já Conte et al. (2009), utilizando microssatélites analisaram 160 indivíduos de subpopulações de Physalaemus cuvieri de diversas regiões do Brasil e encontraram valores de He bem maiores (0,30 ≤ He ≤ 0,85), indicando excesso de heterozigosidade esperada e definindo a população global de seu estudo como panmítica. Os resultados da análise genética do dendograma e gráfico de dispersão demonstraram agrupamentos isolados e bem definidos das subpopulações das lagoas 3 e 4, e misto entre as lagoas 16 1 e 2, e também indicaram moderada diferenciação genética (0,054 ≤ FST ≤ 0,218) entre as 3 lagoas de São Lourenço do Oeste, e alta diferenciação (FST > 0,403) entre as 3 subpopulações de São Lourenço do Oeste em relação à Francisco Beltrão. Em estudo com RAPD entre populações de L. latrans distantes 38 Km no estado de São Paulo, também verificou-se alta diferenciação genética (FST = 0,53) (Arruda & Versute 2008). Moresco et al. (2013), com o marcador ISSR em populações distantes 35 Km de P. cuvieri, que se caracteriza como uma espécie de pequeno porte, obteve resultado similar (FST = 0,072) ao encontrado no presente trabalho em distâncias bem menores (500, 1.000 e 1.500m). Neste contexto, verifica-se que distância geográfica não deve ser compreendida como a variável de maior influência no fluxo gênico e, consequentemente na diferenciação genética de populações de anfíbios. Contudo, um anfíbio de pequeno porte como P. cuvieri com diferenciação genética interpopulacional menor que L. latrans em distâncias semelhantes, acaba tendo menor diferenciação entre suas populações devido a estratégias ecológicas diferentes. Kuhn (2014), em estudo utilizando o marcador ISSR em populações de Scinax granulatus de uma mesma lagoa, mas de diferentes lados e diferentes bromélias, encontrou baixa diversidade genética (FST < 0,05) entre as populações dos diferentes lados, mas verificou o isolamento de uma população em uma das bromélias. O autor sugere que estratégias reprodutivas e o desenvolvimento da prole na bromélia até a fase adulta foram os responsáveis pela diferenciação genética dos indivíduos naquela bromélia, uma vez que era composta por uma fêmea adulta e 4 juvenis. O comportamento ecológico voltado ao deslocamento em anfíbios acaba sendo um fator preponderante para a diferenciação genética de suas populações. Mesquita e Wirderhercker (2003) em estudo sobre deslocamento de anfíbios, verificaram uma variação de deslocamento médio em L. latrans entre zero e 30m. Embora esta espécie seja de grande porte, ela se mostra filopátrica e fiel principalmente ao sítio de vocalização, informações estas que corroboram para a redução de fluxo gênico, alta endogamia intrapopulacional e alta diferenciação genética interpopulacional mesmo em curtas distâncias. Estas tendências podem ser acentuadas quando somadas as características de reprodução mencionadas por Oliveira (2011), que descreve L. latrans com intenso cuidado a prole, cujo comportamento favorece o aumento da sobrevivência e fixação de alelos em suas populações, resultando em baixa heterozigosidade. Seus ovos são depositados em ninhos de espumas preferencialmente em lagoas permanentes (Crump 1996) e são agraciados com cuidados parentais (defesa, direcionamento da prole e construção de canaletas) (Rodrigues, 2008). Heyer (1969) complementa que, além de cuidados com a prole, esta espécie também apresenta girinos em grupos, outro comportamento que remete uma herança genética comum em suas populações, indicando também uma conservação dos alelos, o que diminui a heterozigosidade de suas populações. 17 Portanto, os resultados aqui obtidos indicam que características comportamentais de L. latrans refletem em alta influência na estruturação genética populacional, relacionados aos fatores ecológicos reprodutivos da espécie, tais como a fidelidade aos sítios de vocalização e cuidados parentais que favorecem a sobrevivência da prole, e levando ao baixo fluxo gênico e alta endogamia. Agradecimentos Os autores são gratos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pela autorização da captura de espécimes. Os autores agradecem a Unioeste pelo suporte técnico. Este estudo foi financiado pela Fundação Araucária (Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná), CAPES (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Ensino Superior) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Referências Arruda MP, Versute EM (2008) Cytogenetic and random amplified polymorphic DNA analysis of Leptodactylus species from rural and urban environments (Anura, Amphibia). Genet Mol Res 7:161-176 Bisconti R, Canastrelli D, Nascetti G (2011) Genetic diversity and evolutionary history of the Tyrrhenian treefrog Hyla sarda (Anura: Hylidae): adding pieces to the puzzle of Corsica-Sardinia biota. Biol J Linn Soc 103:159-167 Blaustein AR, Wake DB, Sousa WP (1994) Amphibian declines: Judging stability, persistence, and susceptibility of populations to local and global extinctions. 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Sichuan J Zool 30:321-325 22 Figura 1: Locais de coleta de Leptodactylus latrans em Francisco Beltrão (PR) e São Lourenço do Oeste (SC). 23 a b c d Figura 2: Géis de agarose com os resultados do marcador ISSR em Leptodactylus latrans para os 4 primers: (a) primer (GGAC)3A; (b) primer (GGAC)3C; (c) primer (GGAC)3T e (d) primer (ACA)5G. 24 Figura 3: Dendograma Neighbor-Joining construído a partir da análise de ISSR em Leptodactylus latrans baseado no índice de similaridade de Jaccard com 10.000 permutações. 25 Figura 4: Gráfico de dispersão construído a partir da análise de ISSR em Leptodactylus latrans com as principais coordenadas baseadas no índice de similaridade de Jaccard. 26 Tabela 1: Comparação entre pares de populações de Leptodactylus latrans baseada em análise de ISSR Pares de Distância FST p r Z Z10.000 Dissimilaridade populações geográfica comparadas (Km) Lagoa 1 x 0.5 0.054 0.0321 0.159 36.304 35.593 0.448 1.5 0.218 0.0001 0.504 40.460 37.093 0.499 36.8 0.403 0.0002 0.863 50.111 42.514 0.619 1.0 0.135 0.0001 0.300 36.272 34.337 0.448 36.9 0.424 0.0001 0.885 49.901 41.840 0.616 37.0 0.499 0.0002 0.902 52.682 42.606 0.650 genética Lagoa 2 Lagoa 1 x Lagoa 3 Lagoa 1 x Lagoa 4 Lagoa 2 x Lagoa 3 Lagoa 2 x Lagoa 4 Lagoa 3 x Lagoa 4 Distância aproximada em quilômetros (Km), índice de diferenciação genética interpopulacional (FST), nível de significância para a dissimilaridade genética (p), correlação entre duas matrizes (r), robustez relacionada aos dados originais (Z), e depois de 10.000 permutações (Z10 000), dissimilaridade genética utilizando o Coeficiente Jaccard. 27 Anexo I Instructions for Authors: Population Ecology GENERAL The author(s) guarantee(s) that the manuscript will not be published elsewhere in any language without the consent of the copyright owners, that the rights of third parties will not be violated, and that the publisher will not be held legally responsible should there be any claims for compensation. When submitting manuscripts online, the author(s) must state in ―Comments (cover letter to the Editor-in-Chief)‖ that no part of the manuscript has been published or considered for publication elsewhere, in any language. Without this statement, the manuscript cannot be considered for publication. Comments could also contain a brief introduction of the manuscript (NOT an abstract) and reason(s) for submitting it to Population Ecology. Authors wishing to include figures or text passages that have already been published elsewhere are required to obtain permission from the copyright owners and to include evidence that such permission has been granted when submitting their papers. Any material received without such evidence will be assumed to originate from the authors. Editorial office Dr. Kazunori Sato, Chief Editor Faculty of Engineering, Shizuoka University 3-5-1 Johoku, Naka-ku, Hamamatsu 432-8561, Japan Enquiries to the Editorial Office: e-mail: popecol+fsc.hokudai.ac.jp (replace "+" with "@" to use this e-mail address) ONLINE MANUSCRIPT SUBMISSION Authors must submit their articles to Population Ecology online to facilitate quick and efficient processing. Electronic submission substantially reduces the editorial processing and reviewing time and shortens overall publication time. 28 Please log directly onto the link below and upload your manuscript following the instructions given on screen. If you have any difficulty while submitting your manuscript online, click on Help in the upper left corner. PREPARATION OF MANUSCRIPTS Manuscripts must be in English. The text should be double-spaced with 3-cm margins on A4-size pages. Number lines and pages consecutively throughout the manuscript and arrange them in the following order: title page, abstract, key words, text, acknowledgments, references, tables, figure legends. Title page: The title page must include the title, along with the names and affiliations of all authors. Also give the full name, address, and e-mail address of the author who is to receive and approve page proofs. Other authors may also have their e-mail addresses included if they wish.The title page must also include information about the structure of the manuscript: the number of text pages, the number of figure(s)/table(s), and any other notes. Abstract and key words: An abstract should be no longer than 250 words, and should concisely summarize the contents and main conclusions of the article. A list of up to 6 key words must immediately follow the abstract. Key words should not include words used in the article title. Text: Authors should consult recent issues for details of style and presentation. Scientific names and mathematical parameters should be in italics. The complete scientific names (genus, species, and authority) should be cited for every organism on first appearance in the text: the authority can be omitted in the case of an organism from a cited paper. References: References should be cited in the text by the author and year. The reference list at the end of the paper should include only works cited in the text and should be arranged alphabetically by the name of the first author. Citations of "unpublished results" or papers "in preparation" should be included in the text but not in the reference list. References should be cited as follows: journal papers—names and initials of all authors, year in parentheses, full title, journal as abbreviated in accordance with international practice, volume number, first and last page numbers; books—names and initials of all 29 authors, year, chapter title, names of all editors, full title, edition, publisher, place of publication. Responsibility for the accuracy of bibliographic data rests entirely with the author. Tables: Each tables must be on separate page with short, informative titles. Tables should be numbered consecutively with Arabic numerals. Double-space all parts of each table. Figures: The figures should match the size of either the column width (8.4 cm) or the printing area (17.4 × 23.4 cm). Figure parts should be identified by lowercase roman letters (a, b, etc.). If illustrations are supplied with uppercase labeling, lowercase letters will still be used in the figure legends and citations. Figure legends should be placed at the end of the text. For production, the publisher requires figure files to be prepared following the Technical Instructions for Manuscripts and Illustrations in Electronic Form, published in most issues. Color figures will always be published in color in the online version. In print, however, they will appear in color only if the author agrees to make a contribution (JPY 152 000 per article) to printing costs. Otherwise, the figures will be printed in black and white. Please note that, in such cases, it is authors’ responsibility to prepare figures to be illustrative enough to convey the necessary information even after they are converted into black and white. Units of measurements The International System of Units (SI) should be used. ELECTRONIC SUPPLEMENTARY MATERIAL Electronic Supplementary Material (ESM) for a paper will be published in the electronic edition of this journal provided the material is: submitted in electronic form together with the manuscript. Accepted after peer review: ESM may consist of: Information that cannot be printed: animations, video clips, sound recordings (use QuickTime, .avi, .mpeg, animated GIFs, or any other common file format). Information that is more convenient in electronic form: sequences, spectral data, etc. Legends must be brief, self-sufficient explanations of the ESM. ESM is to be numbered and referred to as S1, S2, etc. After acceptance for publication, ESM will be published as received from the author in the online version only. Reference will be given in the printed version. 30 AFTER ACCEPTANCE Upon acceptance of your article you will receive a link to the special Author Query Application at Springer’s web page where you can sign the Copyright Transfer Statement online and indicate whether you wish to order OpenChoice. Once the Author Query Application has been completed, your article will be processed and you will receive the proofs. You will also receive a separate e-mail for ordering offprints and printing of figures in color. Open Choice In addition to the normal publication process (whereby an article is submitted to the journal and access to that article is granted to customers who have purchased a subscription), Springer provides an alternative publishing option: Springer Open Choice. A Springer Open Choice article receives all the benefits of a regular subscription-based article, but in addition is made available publicly through Springer’s online platform SpringerLink. We regret that Springer Open Choice cannot be ordered for published articles. Springer Open Choice (Link to http://springer.com/openchoice) Copyright transfer: Authors will be asked to transfer copyright of the article to the Publisher (or grant the Publisher exclusive publication and dissemination rights). This will ensure the widest possible protection and dissemination of information under copyright laws. Open Choice articles do not require transfer of copyright as the copyright remains with the author. In opting for open access, they agree to the Springer Open Choice Licence. Offprints: Offprints can be ordered by the corresponding author. Color illustrations: Online publication of color illustrations is free of charge. For color in the print version, authors will be expected to make a contribution towards the extra costs Proof reading: The purpose of the proof is to check for typesetting or conversion errors and the completeness and accuracy of the text, tables and figures. Substantial changes in content, e.g., new results, corrected values, title and authorship, are not allowed without the approval of the Editor. After online publication, further changes can only be made in the form of an Erratum, which will be hyperlinked to the article. Online First: 31 The article will be published online after receipt of the corrected proofs. This is the official first publication citable with the DOI. After release of the printed version, the paper can also be cited by issue and page numbers. Publication Fee: No charge is required of either members or nonmembers of The Society of Population Ecology.