PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA INFLUÊNCIA DOS DISTÚRBIOS ELÉTRICOS EM MÉDIA TENSÃO NA QUALIDADE DE ENERGIA - ESTUDO EM UM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO Dissertação submetida à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica Uiraçaba Abaetê Solano Sarmanho Porto Alegre, Agosto de 2005 INFLUÊNCIA DOS DISTÚRBIOS ELÉTRICOS EM MÉDIA TENSÃO NA QUALIDADE DE ENERGIA - ESTUDO EM UM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO UIRAÇABA ABAETÊ SOLANO SARMANHO Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia Elétrica, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. _____________________________________ Fernando Soares dos Reis, Dr. Ing. Orientador _____________________________________ Guilherme Alfredo Dentzien Dias, Dr. Eng. Co-Orientador _____________________________________ Marcos Telló, Dr. Eng. _____________________________________ Samir Ahmad Mussa, Dr. Eng. _____________________________________ Paulo F. Ribeiro, Ph.D. 2 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS, presença permanente em nossas vidas, Criador da vida, que nos deu a salvação por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo de Nazaré, que nos sustenta e orienta no dia-a-dia através de Espírito Santo. A Ele seja o louvor, a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos." ANTOINE DE SAINT- EXUPÉRY Desde que me conheço por gente, aprendi a ver a beleza dos textos de Saint-Exupéry. Quando iniciei a trabalhar com meu orientador, observei este lindo pensamento que acompanha os seus e-mails. Hoje, depois de conhecê-lo bem, posso dizer que a escolha foi certa, pois vejo nele, em seus critérios de julgamento e formação de equipe, o olhar de quem enxerga com o coração! Obrigado Professor Dr. Fernando por me aceitar e orientar nestes anos de convívio. Sou grato também a todos que com seu conhecimento, carinho e amizade contribuíram para a realização deste trabalho, em especial a equipe do LEPUC, Professor Me. Júlio César Marques de Lima, Eng. Reinaldo Tonkoski Junior, Eng. Gert Bolten Maizonave, Gabriel Bartz Ceccon e Erasmo José Dias Chiappetta Filho, que além de excelentes profissionais, deram muitas demonstrações de caráter bem formado e amizade. Tenham certeza de que tem o meu respeito, amizade e admiração. Obrigado! 3 DEDICATÓRIAS Dedico este trabalho a meu pai, Valentim, que me deu a formação de caráter, me ensinou que o melhor da vida é comer o pão honesto, obtido com esforço e inteligência; à minha mãe Lourdes, que me ensinou a amar o estudo e o trabalho, e, de maneira muito especial, à minha esposa Zélia e minha filha Ana Carolina, exemplos de amor, amizade e respeito, com as quais aprendi a ter alegria de viver. 4 Resumo da Dissertação apresentada a PUCRS como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica INFLUÊNCIA DOS DISTÚRBIOS ELÉTRICOS EM MÉDIA TENSÃO NA QUALIDADE DE ENERGIA – ESTUDO EM UM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO Uiraçaba Abaetê Solano Sarmanho Agosto 2005 Orientador: Fernando Soares dos Reis, Doutor. Área de concentração: Sistemas de Energia Linha de Pesquisa: Eletrônica industrial, automação e controle. Projeto de Pesquisa Vinculado: Estudo e Desenvolvimento de um Sistema Piloto para QEE Palavras-chaves: Harmônicas, Qualidade de Energia Elétrica. Número de Páginas: 368. RESUMO: Neste trabalho pretende-se avaliar a influência dos distúrbios elétricos de tensão, ocorridos em ambientes compostos por grande número de cargas não lineares conectadas a rede de baixa tensão, na rede de distribuição em média tensão, buscando estabelecer limites seguros para os índices de QEE mais adequados a esta realidade. Foi instalado na Faculdade de Engenharia da PUCRS, um medidor de qualidade de energia para monitorar sua subestação de energia, por um período de nove meses. Com as medições feitas por este qualímetro e por um levantamento de avarias realizado neste período nos equipamentos medidos, buscou-se determinar limites para os índices anteriormente referidos. Sabe-se que cargas não lineares são uma das grandes responsáveis pela introdução de correntes harmônicas na rede elétrica. Buscou-se então avaliar a correlação existente entre estas correntes harmônicas e a geração de tensões harmônicas. Foi realizado um exaustivo levantamento buscando identificar a quase totalidade das cargas presentes no prédio 30, 5 objetivando determinar um modelo para simulação para cada uma das diferentes cargas. A correlação entre as diversas cargas e a qualidade da energia na rede foi investigada em um ambiente virtual. Foi escolhido um programa de simulação, denominado PSIM®, no qual estes fenômenos puderam ser avaliados através de inúmeras simulações, levando-se em conta não só os diferentes tipos de cargas como também os parâmetros elétricos do transformador e da impedância da rede elétrica. 6 Abstract of Dissertation submitted to the Engineering Faculty of the PUCRS in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Electrical Engineering. STUDY OF THE INFLUENCE OF THE HARMONICS OF VOLTAGE AND CURRENT PRESENT ON AVERAGE VOLTAGE IN THE QUALITY OF ENERGY IN LOW VOLTAGE Uiraçaba Abaeté Solano Sarmanho August 2005 Supervisor: Fernando Soares dos Reis, Ph.D. Area of Concentration: Systems of Energy. Line of Research: Industrial electronics, automation and control. Entailed project of Research: Study and Development of a System Pilot for QEE. Keywords: Harmonics, Quality of Electric Power. Number of Pages: 368. ABSTRACT: To evaluate the influence of the electric disturbs, in consumers with a great number of non linear loads connected in the low voltage mains, in the medium voltage distribution grid, searching to establish safe limits of power quality indices focused in this kind, it will be shown in this work. Was installed in the Engineering School of the PUCRS, a power quality meter to monitor the energy grid (of the Engineering Build), for a nine months period. With the measurements realized by the power quality meter and by a damage listing realized in this period on the measured equipments, one searched to determine safe limits of power quality indices was made. It knows that non linear loads connected in the grid, are one of the great responsible by introduction of harmonics in the electric net. To evaluate the correlation between harmonics of current and the harmonics of voltage generation was searched. An exhausting survey, searching to identify almost all types of loads presents in the engineering build, to determine a model of simulation for each one of the different loads, was 7 made. The correlation between diverse types of load and the power quality in the electric net was investigated in a virtual environment. A simulation program called PSIM®, was chosen, in which these phenomena could have been evaluated through innumerable simulations, taking in account not only the different types of loads as also the electric parameters of the transformer and the impedance of the electric net. 8 SUMÁRIO Índice de Figuras ..................................................................................................................12 Lista de símbolos ..................................................................................................................35 Lista de Siglas.......................................................................................................................36 1 Introdução à Qualidade de Energia ..............................................................................40 2 Estado da Arte em Qualidade de Energia.....................................................................49 2.1 Introdução................................................................................................................ 49 2.2 Fatores Que Afetam a Qualidade............................................................................. 50 2.3 Harmônicas.............................................................................................................. 61 2.4 Indicadores .............................................................................................................. 84 2.5 Conclusão ................................................................................................................ 95 3 Sistema de Medição e os Resultados Experimentais....................................................99 3.1 Introdução................................................................................................................ 99 3.2 A Subestação ......................................................................................................... 100 3.3 Programas .............................................................................................................. 108 3.4 Resultados Experimentais ..................................................................................... 112 3.5 Conclusão .............................................................................................................. 152 4 LEVANTAMENTO DE CARGAS DA FACULDADE DE ENGENHARIA DA PUCRS 159 4.2 – Dados Coletados dos diversos tipos de Computadores do prédio 30....................... 162 4.3 - Dados Coletados para diversos tipos de condicionadores de ar e Nobreaks do Prédio 30 175 4.4 - Dados Coletados para diversos tipos de fontes CC e Osciloscópios do prédio 30 ... 188 9 4.5 - Dados Coletados para Dispositivos de refrigeração e preparação de alimentos no prédio 30 191 4.6 - Dados Coletados para os diversos tipos de monitores encontrados no Prédio 30 .... 208 4.7 - Dados Coletados para Projetores e Televisores no Prédio 30................................... 221 4.8 - Dados Coletados para diversos tipos de Reatores para Lâmpadas de Descarga encontrados no prédio 30................................................................................................... 230 4.9 - Dados Coletados para as máquinas didáticas no Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia. ............................................................................................... 239 4.9 Estudo Sobre a Representatividade das Cargas..................................................... 242 4.10 Conclusão .............................................................................................................. 245 5 Modelagem e Simulação de Cargas ...........................................................................253 5.1 Introdução.............................................................................................................. 253 5.2 Topologias Básicas de Cargas Não Lineares Monofásicas ................................... 254 5.3 Modelagem de Retificador Trifásico em Ponte de Graetz .................................... 271 5.4 Modelagem de Cargas Predominantemente Indutivas .......................................... 273 5.5 Modelagem de Cargas Predominantemente Resistivas ......................................... 276 5.6 Simulação de Cargas ............................................................................................. 276 5.7 Resultados de Simulação para Computadores............................................................. 279 5.8 Resultados de Simulação para Condicionadores de Ar e No-Breaks.......................... 286 5.9 Resultados de Simulação para Dispositivos de Refrigeração e Preparação de Alimentos 293 5.10 Resultados de Simulação para Monitores.................................................................. 301 5.11 Resultados de Simulação para Projetores.................................................................. 306 5.12 Resultados de Simulação para Reatores para Lâmpadas de Descarga ...................... 311 5.13 Resultados de Simulação para Máquinas Didáticas .................................................. 317 10 5.14 Simulações do Sistema de Distribuição .................................................................... 318 5.15 Conclusão .................................................................................................................. 365 6 Conclusões..................................................................................................................369 7 Referências Bibliográficas..........................................................................................375 8 Anexo I .......................................................................................................................377 11 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1 - Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro.............................................................. 42 Figura 1.2 - Demonstrativos constantes nas contas dos consumidores de concessionárias de energia elétrica. Exemplo da CEEE – Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul............................................................................................................. 43 Figura 2.1 - Fenômeno do corte (notching) (extraído de [4]).............................................. 59 Figura 2.2 - Fundamental e componente harmônica de quinta ordem somada, extraída de [4]. .................................................................................................................................... 64 Figura 2.3 - Carga linear alimentada por fonte retificada.................................................... 65 Figura 2.4 - Exemplos da influência da THD na determinação do fator de potência FP.... 69 Figura 2.5 - Influência da impedância Z da linha de alimentação....................................... 71 Figura 2.6 - Formas de onda de um circuito alimentado por uma fonte com retificador. ... 72 Figura 2.7 - Estágio de entrada convencional de fontes da alimentação............................. 73 Figura 2.8 - Forma de onda do envelope de corrente para classe D, extraída de [4]. ......... 74 Figura 2.9 - Saída do Analisador – Corrente x tempo [4]. .................................................. 79 Figura 2.10 - Saída do Analisador – Corrente em porcentual da fundamental x freqüência [4]. .................................................................................................................................... 79 Figura 2.11 - Histograma da THD da tensão [4]. ................................................................ 80 Figura 2.12 - Curva de distribuição da THD da tensão [4]. ................................................ 80 Figura 2.13 - Esquema do funcionamento de transdutor bobinado [4]. .............................. 81 Figura 2.14 - Precisão de transformadores de potencial em função da freqüência [4]........ 83 Figura 2.15 - Divisor capacitivo de tensão [4]. ................................................................... 84 Figura 3.1 - Aspecto físico do Transformador de 13.8 kV................................................ 101 12 Figura 3.2 - Instalação dos TPs e TCs na subestação do prédio 30 da PUCRS ................ 102 Figura 3.3 - Transformadores de tensão modelo VFI-15 .................................................. 103 Figura 3.4 - Transformadores de corrente modelo SC ...................................................... 104 Figura 3.5 - Chave de Aferição. ........................................................................................ 105 Figura 3.6 - Servidor de dados conectado ao ION 8500. .................................................. 106 Figura 3.7 - Ion 8500. ........................................................................................................ 108 Figura 3.8 - Tela do Vista.................................................................................................. 109 Figura 3.9 - Tela do Vista.................................................................................................. 110 Figura 3.10 - Tensão de linha com amostragem de 15 minutos. ....................................... 113 Figura 3.11 - Média das Tensões de linha entre as 3 fases com amostragem de 15 minutos.114 Figura 3.12 - Corrente na Fase “a”, amostrada de 15 em 15 minutos. .............................. 115 Figura 3.13 - Corrente na Fase “b”, amostrada de 15 em 15 minutos............................... 115 Figura 3.14 - Corrente na Fase “c”, amostrada de 15 em 15 minutos. .............................. 116 Figura 3.15 - Média da corrente nas três fases amostradas de 15 em 15 minutos............. 117 Figura 3.16 - Potência Ativa consumida durante o monitoramento. ................................. 117 Figura 3.17 - Potência Reativa consumida durante o monitoramento............................... 118 Figura 3.18 - Potência Aparente consumida durante o monitoramento. ........................... 118 Figura 3.19 - Fator de Potência. ........................................................................................ 119 Figura 3.20 - Freqüência.................................................................................................... 120 Figura 3.21 - THD de Tensão nas três fases...................................................................... 120 Figura 3.22 - THD de Corrente nas três fases. .................................................................. 121 Figura 3.23 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 18/12/2004 até 31/12/2004.................................................. 123 Figura 3.24 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 18/12/2004 até 31/12/2004.................................................. 123 13 Figura 3.25 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 18/12/2004 até 31/12/2004.................................................. 124 Figura 3.26 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 01/01/05 a 15/01/05............................................................. 124 Figura 3.27 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/01/05 a 15/01/05. ............................................................. 125 Figura 3.28 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/01/05 a 15/01/05............................................................... 125 Figura 3.29 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/01/05 a 31/01/05............................................................. 126 Figura 3.30 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/01/05 a 31/01/05. ........................................................... 126 Figura 3.31 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/01/05 a 31/01/05............................................................. 127 Figura 3.32 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 01/02/05 a 15/02/05............................................................. 127 Figura 3.33 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 01/02/05 a 15/02/05. ........................................................... 128 Figura 3.34 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/02/05 a 15/02/05, sem as sobretensões de 1,05pu............ 128 Figura 3.35 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/02/05 a 28/02/05............................................................. 129 Figura 3.36 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/02/05 a 28/02/05. ........................................................... 129 14 Figura 3.37 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/02/05 a 28/02/05............................................................. 130 Figura 3.38 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 01/03/05 a 15/03/05............................................................. 130 Figura 3.39 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 01/03/05 a 15/03/05. ........................................................... 131 Figura 3.40 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/03/05 a 15/03/05............................................................... 131 Figura 3.41 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/03/05 a 31/03/05............................................................. 132 Figura 3.42 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/03/05 a 31/03/05. ........................................................... 132 Figura 3.43 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) na fase “c” do período de 15/03/05 a 31/03/05................................................... 133 Figura 3.44 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 1/04/05 a 15/04/05............................................................... 133 Figura 3.45 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/04/05 a 15/04/05. ............................................................. 134 Figura 3.46 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/04/05 a 15/04/05............................................................... 134 Figura 3.47 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) na fase “a” do período de 15/04/05 a 30/04/05................................................... 135 Figura 3.48 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/04/05 a 30/04/05. ........................................................... 135 15 Figura 3.49 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/04/05 a 30/04/05............................................................. 136 Figura 3.50 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 1/05/05 a 15/05/05............................................................... 136 Figura 3.51 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/05/05 a 15/05/05. ............................................................. 137 Figura 3.52 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/05/05 a 15/05/05............................................................... 137 Figura 3.53 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/05/05 a 31/05/05............................................................. 138 Figura 3.54 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/05/05 a 31/05/05. ........................................................... 138 Figura 3.55 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/05/05 a 31/05/05, sem as sobretensões de 1,05pu.......... 139 Figura 3.56 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 1/06/05 a 15/06/05............................................................... 139 Figura 3.57 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/06/05 a 15/06/05. ............................................................. 140 Figura 3.58 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/06/05 a 15/06/05, sem as sobretensões de 1,05pu............ 140 Figura 3.59 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/06/05 a 30/06/05............................................................. 141 Figura 3.60 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/06/05 a 30/06/05. ........................................................... 141 16 Figura 3.61 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/06/05 a 30/06/05, sem as sobretensões de 1,05pu.......... 142 Figura 3.62 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 18/12/2005 até 31/12/2005. .................. 143 Figura 3.63 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/01/05 a 15/01/05................................ 143 Figura 3.64 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/01/05 a 31/01/05.............................. 144 Figura 3.65 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/02/05 a 15/02/05................................ 144 Figura 3.66 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/02/05 a 28/02/05.............................. 145 Figura 3.67 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/03/05 a 31/03/05.............................. 145 Figura 3.68 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/04/05 a 15/04/05................................ 146 Figura 3.69 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/04/05 a 30/04/05.............................. 146 Figura 3.70 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/05/05 a 15/05/05................................ 147 Figura 3.71 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/05/05 a 31/05/05.............................. 147 Figura 3.72 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/06/05 a 15/06/05................................ 148 17 Figura 3.73 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/06/05 a 30/06/05.............................. 148 Figura 3.74 - Gráfico do Percentual do valor de pico da Tensão Va (%) versus a duração do evento (s).................................................................................................................. 149 Figura 3.75 - Gráfico do Percentual do valor de pico da Tensão Vb (%) versus a duração do evento (s).................................................................................................................. 150 Figura 3.76 - Gráfico do Percentual do valor de pico da Tensão Vb (%) versus a duração do evento (s).................................................................................................................. 150 Figura 3.77 - Distribuição entre as fases dos eventos ocorridos. ...................................... 151 Figura 3.78 - Distribuição entre as fases dos eventos ocorridos potencialmente geradores de interrupções. ............................................................................................................. 151 Figura 4.1 - Osciloscópio THS 720P utilizado nas medições. .......................................... 160 Figura 4.2 - Sonda de Corrente com Resistores de Carbono............................................. 160 Figura 4.3 - Sonda de Corrente com Resistores de Níquel-Cromo. .................................. 160 Figura 4.4 - Sonda de Corrente HP 1146A........................................................................ 160 Figura 4.5 - Formas de Onda de Tensão e Corrente.......................................................... 163 Figura 4.6 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................... 163 Figura 4.7 - Harmônicos de Tensão. ................................................................................. 163 Figura 4.8 - Formas de Onda de Tensão e Corrente.......................................................... 165 Figura 4.9 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................... 165 Figura 4.10 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 165 Figura 4.11 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 168 Figura 4.12 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 169 Figura 4.13 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 169 Figura 4.14 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 170 18 Figura 4.15 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 170 Figura 4.16 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 170 Figura 4.17 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 172 Figura 4.18 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 172 Figura 4.19 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 172 Figura 4.20 - Figura 4.18 – Formas de Onda de Tensão e Corrente. ................................ 174 Figura 4.21 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 174 Figura 4.22 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 174 Figura 4.23 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 176 Figura 4.24 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 177 Figura 4.25 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 177 Figura 4.26 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 178 Figura 4.27 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 178 Figura 4.28 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 178 Figura 4.29 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 179 Figura 4.30 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 179 Figura 4.31 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 179 Figura 4.32 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 180 Figura 4.33 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 181 Figura 4.34 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 181 Figura 4.35 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 182 Figura 4.36 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 182 Figura 4.37 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 182 Figura 4.38 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 183 Figura 4.39 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 184 19 Figura 4.40 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 184 Figura 4.41 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 185 Figura 4.42 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 185 Figura 4.43 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 185 Figura 4.44 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 187 Figura 4.45 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 187 Figura 4.46 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 187 Figura 4.47 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 193 Figura 4.48 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 194 Figura 4.49 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 194 Figura 4.50 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 195 Figura 4.51 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 195 Figura 4.52 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 195 Figura 4.53 - Figura 4.49 – Formas de Onda de Tensão e Corrente. ................................ 197 Figura 4.54 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 197 Figura 4.55 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 197 Figura 4.56 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 200 Figura 4.57 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 201 Figura 4.58 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 201 Figura 4.59 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 202 Figura 4.60 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 202 Figura 4.61 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 202 Figura 4.62 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 203 Figura 4.63 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 203 Figura 4.64 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 203 20 Figura 4.65 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 205 Figura 4.66 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 206 Figura 4.67 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 206 Figura 4.68 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 207 Figura 4.69 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 207 Figura 4.70 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 207 Figura 4.71 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 209 Figura 4.72 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 209 Figura 4.73 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 209 Figura 4.74 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 211 Figura 4.75 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 211 Figura 4.76 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 211 Figura 4.77 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 213 Figura 4.78 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 213 Figura 4.79 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 213 Figura 4.80 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 215 Figura 4.81 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 216 Figura 4.82 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 216 Figura 4.83 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 220 Figura 4.84 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 220 Figura 4.85 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 220 Figura 4.86 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 222 Figura 4.87 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 222 Figura 4.88 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 222 Figura 4.89 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 224 21 Figura 4.90 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 224 Figura 4.91 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 224 Figura 4.92 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 225 Figura 4.93 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 225 Figura 4.94 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 225 Figura 4.95 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 227 Figura 4.96 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 227 Figura 4.97 - Harmônicos de Tensão................................................................................. 227 Figura 4.98 - Formas de Onda de Tensão e Corrente........................................................ 229 Figura 4.99 - Harmônicos de Corrente. ............................................................................. 230 Figura 4.100 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 230 Figura 4.101 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 231 Figura 4.102 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 231 Figura 4.103 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 231 Figura 4.104 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 232 Figura 4.105 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 233 Figura 4.106 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 233 Figura 4.107 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 234 Figura 4.108 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 234 Figura 4.109 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 234 Figura 4.110 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 235 Figura 4.111 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 235 Figura 4.112 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 235 Figura 4.113 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 236 Figura 4.114 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 237 22 Figura 4.115 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 237 Figura 4.116 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 238 Figura 4.117 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 239 Figura 4.118 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 239 Figura 4.119 - Formas de Onda de Tensão e Corrente...................................................... 240 Figura 4.120 - Harmônicos de Corrente. ........................................................................... 241 Figura 4.121 - Harmônicos de Tensão............................................................................... 241 Figura 4.122 - Contribuição de cada tipo de carga no consumo total. .............................. 244 Figura 5.1 - Fonte de alimentação típica dos circuitos eletrônicos. .................................. 255 Figura 5.2 - Circuito equivalente de uma fonte de alimentação típica dos circuitos eletrônicos. .................................................................................................................................. 255 Figura 5.3 - Formas de onda de tensão na carga, tensão na entrada do retificador e corrente na entrada do retificador circulando na instalação na presença de elevada indutância parasita. .................................................................................................................... 256 Figura 5.4 - Formas de onda de tensão na carga, tensão na entrada do retificador e corrente na entrada do retificador circulando na instalação........................................................ 257 Figura 5.5 - Aproximação linear da tensão no capacitor CCC............................................ 258 Figura 5.6 - Circuito equivalente da primeira etapa de funcionamento da fonte comutada.262 Figura 5.7 - Estrutura de um retificador trifásico em ponte de Graetz com carga resistiva.271 Figura 5.8 - Tensão e corrente de entrada no retificador trifásico e Tensão no barramento CC. .................................................................................................................................. 272 Figura 5.9 - Carga RL equivalente..................................................................................... 273 Figura 5.10 - Tensão e corrente de entrada típica de uma carga RL.................................. 274 Figura 5.11 - Circuito equivalente para carga não linear sem indutor de entrada............. 277 Figura 5.12 - Subcircuito criado para representar carga não linear sem indutor de entrada.277 23 Figura 5.13 - Circuito equivalente para carga não linear com indutor de entrada. ........... 278 Figura 5.14 - Subcircuito criado para representar carga não linear com indutor de entrada.278 Figura 5.15 - Circuito equivalente para carga indutiva. .................................................... 278 Figura 5.16 - Subcircuito criado para representar carga indutiva...................................... 279 Figura 5.17 - Circuito equivalente para carga resistiva. .................................................... 279 Figura 5.18 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 280 Figura 5.19 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 281 Figura 5.20 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 281 Figura 5.21 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 282 Figura 5.22 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 282 Figura 5.23 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 283 Figura 5.24 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 283 Figura 5.25 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 284 Figura 5.26 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 284 Figura 5.27 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 285 Figura 5.28 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 285 Figura 5.29 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 286 Figura 5.30 - Figura 5.30 – Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento.. 286 Figura 5.31 - Figura 5.31 – Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 287 Figura 5.32 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 287 Figura 5.33 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 288 Figura 5.34 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 288 Figura 5.35 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 289 Figura 5.36 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 289 Figura 5.37 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 290 24 Figura 5.38 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 290 Figura 5.39 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 291 Figura 5.40 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 291 Figura 5.41 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 292 Figura 5.42 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 292 Figura 5.43 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 293 Figura 5.44 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 293 Figura 5.45 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 294 Figura 5.46 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 294 Figura 5.47 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 295 Figura 5.48 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 295 Figura 5.49 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 296 Figura 5.50 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 296 Figura 5.51 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 297 Figura 5.52 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 297 Figura 5.53 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 298 Figura 5.54 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 298 Figura 5.55 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 299 Figura 5.56 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 299 Figura 5.57 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 300 Figura 5.58 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 300 Figura 5.59 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 301 Figura 5.60 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 301 Figura 5.61 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 302 Figura 5.62 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 302 25 Figura 5.63 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 303 Figura 5.64 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 303 Figura 5.65 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 304 Figura 5.66 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 304 Figura 5.67 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 305 Figura 5.68 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 305 Figura 5.69 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 306 Figura 5.70 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 306 Figura 5.71 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 307 Figura 5.72 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 307 Figura 5.73 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 308 Figura 5.74 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 308 Figura 5.75 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 309 Figura 5.76 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 309 Figura 5.77 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 310 Figura 5.78 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 310 Figura 5.79 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 311 Figura 5.80 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 312 Figura 5.81 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 312 Figura 5.82 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 313 Figura 5.83 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 313 Figura 5.84 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 313 Figura 5.85 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 314 Figura 5.86 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 314 Figura 5.87 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 315 26 Figura 5.88 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 315 Figura 5.89 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 316 Figura 5.90 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 316 Figura 5.91 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 317 Figura 5.92 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. ....................... 317 Figura 5.93 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação....................... 318 Figura 5.94 - Circuito equivalente do sistema de distribuição de energia......................... 319 Figura 5.95 - Circuito equivalente do sistema de distribuição de energia com os parâmetros obtidos. .................................................................... 321 Figura 5.96 - Circuito de simulação com carga resistiva conectada ao sistema elétrico... 322 Figura 5.97 - Formas de Onda de Tensão e Corrente na Carga......................................... 323 Figura 5.98 - Formas de Onda de Tensão e Corrente no Primário do Transformador...... 323 Figura 5.99 - Circuito de simulação com carga totalmente não-linear conectada ao sistema elétrico...................................................................................................................... 326 Figura 5.100 - Corrente na Carga. ..................................................................................... 328 Figura 5.101 - Tensão na Carga, em destaque o achatamento na forma de onda seguido de uma sobretensão. ...................................................................................................... 328 Figura 5.102 - Corrente no Primário. ................................................................................ 329 Figura 5.103 - Tensão no Primário.................................................................................... 330 Figura 5.104 - Espectro Harmônico da corrente na carga (Ias) e no primário do transformador (Iap) para a fase “a”.................................................................................................. 330 Figura 5.105 - Diagrama de Simulação do Sistema Elétrico com Carregamento Completo do Prédio. ...................................................................................................................... 333 Figura 5.106 - Diagrama do Subcircuito das Cargas Não-Lineares. ................................. 334 Figura 5.107 - Diagrama do Subcircuito das Cargas RL................................................... 335 27 Figura 5.108 - Tensão (x10) e Corrente na Carga. ............................................................ 336 Figura 5.109 - Corrente nas Cargas Não Lineares............................................................. 337 Figura 5.110 - Corrente nas Cargas RL............................................................................. 338 Figura 5.111 - Tensão (x 0,005) e Corrente no Primário do Transformador. ................... 338 Figura 5.112 - Espectro Harmônico da Corrente na Carga para as três fases. .................. 339 Figura 5.113 - Espectro Harmônico da Tensão na Carga para as três fases...................... 339 Figura 5.114 - Espectro Harmônico da Corrente no Primário para as três fases............... 340 Figura 5.115 - Espectro Harmônico da Tensão no Primário para as três fases. ................ 340 Figura 5.116 - Espectro Harmônico da Tensão na Carga e no Primário para a Fase “a”.. 341 Figura 5.117 - Espectros Harmônicos da Corrente na Carga e no Primário para a Fase “a”.342 Figura 5.118 - Tensão e Corrente no Primário em uma das fases obtida através das medições. .................................................................................................................................. 343 Figura 5.119 - Tensão e Corrente no Primário obtida por simulação em uma das fases. . 343 Figura 5.120 - Cargas com Características RL que permaneceram conectadas no sistema.344 Figura 5.121 - Corrente na Carga. ..................................................................................... 345 Figura 5.122 - Corrente no Primário do Transformador. .................................................. 346 Figura 5.123 - Tensão no Primário do Transformador...................................................... 346 Figura 5.124 - Corrente normalizada na carga e no primário do transformador. .............. 347 Figura 5.125 - Espectro Harmônico da Corrente normalizada na carga e no primário do transformador. .......................................................................................................... 347 Figura 5.126 - Diagrama elétrico do circuito simulado com 1188 computadores. ........... 352 Figura 5.127 - Corrente na carga. ...................................................................................... 353 Figura 5.128 - Tensão na carga. ........................................................................................ 353 Figura 5.129 - Corrente no primário.................................................................................. 354 Figura 5.130 - Tensão no primário. ................................................................................... 354 28 Figura 5.131 - Diagrama elétrico do circuito simulado com 4476 computadores. ........... 357 Figura 5.132 - Corrente na Carga. ..................................................................................... 358 Figura 5.133 - Tensão na Carga. ....................................................................................... 358 Figura 5.134 - Corrente no primário.................................................................................. 359 Figura 5.135 - Tensão no primário. ................................................................................... 359 Figura 5.136 - Diagrama elétrico do circuito simulado com 3363 computadores. ........... 362 Figura 5.137 - Forma de Onda da Corrente na Carga. ...................................................... 363 Figura 5.138 - Forma de Onda da Tensão na Carga.......................................................... 363 Figura 5.139 - Forma de Onda da Tensão (x10) e corrente na Carga na Carga. ............... 364 Figura 5.140 - Forma de Onda da Corrente no Primário do Transformador..................... 364 Figura 5.141 - Forma de Onda da Tensão no Primário do Transformador. ...................... 365 29 Índice de Tabelas Tabela 2.1-Principais Fenômenos causados por distúrbios eletromagnéticos classificados pelo IEC.................................................................................................................................... 50 Tabela 2.2 Categorias e Características típicas de fenômenos causados por distúrbios eletromagnéticos...............................................................................................................51 Tabela 2.3-Resumo da norma IEC 61000-3-2.......................................................................... 75 Tabela 2.4 – Espectro das harmônicas da Corrente [4]. ........................................................... 78 Tabela 2.5 – Limites de variação de tensões secundárias de distribuição................................ 87 Tabela 3.1 – Resumo dos dados da tensão de linha. .............................................................. 114 Tabela 3.2 – Resumo dos dados de corrente nas três fases. ................................................... 116 Tabela 3.3 – Resumo das Potências Ativa, Reativa e Aparente. ............................................ 119 Tabela 4.1 - Quadro resumo das medições............................................................................. 164 Tabela 4.2 - Quadro resumo das medições............................................................................. 164 Tabela 4.3 - Quadro resumo das medições............................................................................. 166 Tabela 4.4 - Quadro resumo das medições............................................................................. 166 Tabela 4.5 - Quadro resumo das medições............................................................................. 167 Tabela 4.6 - Quadro resumo das medições............................................................................. 167 Tabela 4.7 - Quadro resumo das medições............................................................................. 168 Tabela 4.8 - Quadro resumo das medições............................................................................. 169 Tabela 4.9 - Quadro resumo das medições............................................................................. 170 Tabela 4.10 - Quadro resumo das medições...........................................................................171 Tabela 4.11 - Quadro resumo das medições...........................................................................172 Tabela 4.12 - Quadro resumo das medições...........................................................................173 Tabela 4.13 - Quadro resumo das medições...........................................................................173 30 Tabela 4.14 - Quadro resumo das medições...........................................................................174 Tabela 4.15 - Quadro resumo das medições...........................................................................175 Tabela 4.16 - Quadro resumo das medições...........................................................................177 Tabela 4.17 - Quadro resumo das medições...........................................................................178 Tabela 4.18 - Quadro resumo das medições...........................................................................180 Tabela 4.19 - Quadro resumo das medições...........................................................................181 Tabela 4.20 - Quadro resumo das medições...........................................................................182 Tabela 4.21 - Dados de Placa. ................................................................................................ 183 Tabela 4.22 - Quadro resumo das medições...........................................................................184 Tabela 4.23 - Dados de Placa. ................................................................................................ 184 Tabela 4.24 - Quadro resumo das medições...........................................................................186 Tabela 4.25 - Dados de Placa. ................................................................................................ 186 Tabela 4.26 - Quadro resumo das medições...........................................................................187 Tabela 4.27 - Quadro resumo das medições...........................................................................188 Tabela 4.28 - Quadro resumo das medições...........................................................................189 Tabela 4.29 - Quadro resumo das medições...........................................................................189 Tabela 4.30 - Quadro resumo das medições...........................................................................190 Tabela 4.31 - Quadro resumo das medições...........................................................................190 Tabela 4.32 - Quadro resumo das medições...........................................................................191 Tabela 4.33 - Quadro resumo das medições...........................................................................191 Tabela 4.34 - Quadro resumo das medições...........................................................................192 Tabela 4.35 - Quadro resumo das medições...........................................................................192 Tabela 4.36 - Quadro resumo das medições...........................................................................193 Tabela 4.37 - Quadro resumo das medições...........................................................................194 Tabela 4.38 - Quadro resumo das medições...........................................................................194 31 Tabela 4.39 - Quadro resumo das medições...........................................................................196 Tabela 4.40 - Quadro resumo das medições...........................................................................196 Tabela 4.41 - Quadro resumo das medições...........................................................................197 Tabela 4.42 - Quadro resumo das medições...........................................................................198 Tabela 4.43 - Quadro resumo das medições...........................................................................198 Tabela 4.44 - Quadro resumo das medições...........................................................................199 Tabela 4.45 - Quadro resumo das medições...........................................................................199 Tabela 4.46 - Quadro resumo das medições...........................................................................200 Tabela 4.47 - Quadro resumo das medições...........................................................................201 Tabela 4.48 - Quadro resumo das medições...........................................................................202 Tabela 4.49 - Quadro resumo das medições...........................................................................204 Tabela 4.50 - Quadro resumo das medições...........................................................................204 Tabela 4.51 - Quadro resumo das medições...........................................................................205 Tabela 4.52 - Quadro resumo das medições...........................................................................206 Tabela 4.53 - Quadro resumo das medições...........................................................................207 Tabela 4.54 - Quadro resumo das medições...........................................................................209 Tabela 4.55 - Quadro resumo das medições...........................................................................210 Tabela 4.56 - Quadro resumo das medições...........................................................................211 Tabela 4.57 - Quadro resumo das medições...........................................................................212 Tabela 4.58 - Quadro resumo das medições...........................................................................212 Tabela 4.59 - Quadro resumo das medições...........................................................................214 Tabela 4.60 - Quadro resumo das medições...........................................................................214 Tabela 4.61 - Quadro resumo das medições...........................................................................215 Tabela 4.62 - Quadro resumo das medições...........................................................................216 Tabela 4.63 - Quadro resumo das medições...........................................................................216 32 Tabela 4.64 - Quadro resumo das medições...........................................................................217 Tabela 4.65 - Quadro resumo das medições...........................................................................217 Tabela 4.66 - Quadro resumo das medições...........................................................................218 Tabela 4.67 - Quadro resumo das medições...........................................................................218 Tabela 4.68 - Quadro resumo das medições...........................................................................219 Tabela 4.69 - Quadro resumo das medições...........................................................................219 Tabela 4.70 - Quadro resumo das medições...........................................................................220 Tabela 4.71 - Quadro resumo das medições...........................................................................221 Tabela 4.72 - Quadro resumo das medições...........................................................................221 Tabela 4.73 - Quadro resumo das medições...........................................................................223 Tabela 4.74 - Quadro resumo das medições...........................................................................223 Tabela 4.75 - Quadro resumo das medições...........................................................................224 Tabela 4.76 - Quadro resumo das medições...........................................................................226 Tabela 4.77 - Quadro resumo das medições...........................................................................226 Tabela 4.78 - Quadro resumo das medições...........................................................................227 Tabela 4.79 - Quadro resumo das medições...........................................................................228 Tabela 4.80 - Quadro resumo das medições...........................................................................228 Tabela 4.81 - Quadro resumo das medições...........................................................................229 Tabela 4.82 - Quadro resumo das medições...........................................................................230 Tabela 4.83 - Quadro resumo das medições...........................................................................232 Tabela 4.84 - Quadro resumo das medições...........................................................................233 Tabela 4.85 - Quadro resumo das medições...........................................................................234 Tabela 4.86 - Quadro resumo das medições...........................................................................236 Tabela 4.87 - Quadro resumo das medições...........................................................................237 Tabela 4.88 - Quadro resumo das medições...........................................................................238 33 Tabela 4.89 - Quadro resumo das medições...........................................................................239 Tabela 4.90 - Quadro resumo das medições...........................................................................241 Tabela 4.91 - Quadro resumo de cargas do prédio 30. ...........................................................242 Tabela 4.92 - Contribuição de cada tipo de carga no consumo total...................................... 244 Tabela 5.1 – Dados Obtidos na Simulação com Carga Resistiva........................................... 324 Tabela 5.2 – Dados Obtidos na Simulação com Carga Não-Linear....................................... 325 Tabela 5.3 – Equipamentos Considerados na Simulação. ......................................................332 Tabela 5.4 – Resultado da simulação com todos equipamentos ligados. ............................... 336 Tabela 5.5 – Resultado da simulação. ....................................................................................345 Tabela 5.6 – Dados dos equipamentos. .................................................................................. 349 Tabela 5.7 – Dados Obtidos na Simulação............................................................................. 351 Tabela 5.8 – Dados Obtidos na Simulação............................................................................. 356 Tabela 5.9 – Dados Obtidos na Simulação............................................................................. 361 34 LISTA DE SÍMBOLOS φ Ângulo de fase AR Acoustic Resonance an Coeficiente da série de Fourier BJT Bipolar Junction Transistor bn Coeficiente da série de Fourier Cs Capacitor Série Faraday (F) Cp Capacitor Paralelo Faraday (F) D1 Diodo 1 D2 Diodo 2 D3 Diodo 3 D4 Diodo 4 Graus (°) 35 LISTA DE SIGLAS ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico ANSI American National Standards Institute IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers EMI Interferência Eletromagnética FCC Federal Communications Commission DEC Duração Equivalente de Interrupção por Conjunto de consumidores FEC Freqüência Equivalente de Interrupção por Conjunto de Consumidores DIC Duração de Interrupção Individual por unidade Consumidora DMIC Duração Máxima de Interrupção Individual por unidade Consumidora FIC Freqüência de Interrupção Individual por unidade Consumidora CEEE Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul PQT (O.U.) PQT (urb) CNPE CCPE Percentual de consumidores com níveis de tensão de fornecimento inadequados (na ótica do usuário) Percentual de consumidores urbanos com níveis de tensão de fornecimento inadequados Conselho Nacional de Política Energética Comitê Coordenador do Planejamento da Expansão dos Sistemas Elétricos MME Ministério de Minas e Energia THD Distorção Harmônica Total DDT Distorção de Demanda Total SFE Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade DRP Duração Relativa da Transgressão de Tensão Precária DRC Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica 36 ICC Índice de Unidades Consumidoras com Tensão Crítica AGERGS Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul FEV Freqüência Equivalente de Violação de Tensão NEV Nível Equivalente de Violação de Tensão VEV Dispersão ou Variação Equivalente de Violação de Tensão DEV Duração Equivalente de Violação de Tensão TAC Tempo médio de Atendimento aos Consumidores quando da falha TAI Tempo médio de Atendimento aos consumidores de modo Individualizado NRP Nível de Reclamações Procedentes por 1000 consumidores ISC Nível de Satisfação dos Clientes QF Qualidade de Faturamento TMRF Tempo Máximo para Responder ao consumidor quando da reclamação sobre o Faturamento, a contar do momento da solicitação TMNL.1 Tempo Máximo para efetuar Nova Ligação de energia elétrica (em um ponto onde há rede elétrica e a mesma não precisa de reforço) a contar do momento da solicitação TMNL2 Tempo Máximo para efetuar Nova Ligação de energia elétrica (em um ponto onde ainda não há rede elétrica) a contar dos estudos concluídos e dos compromissos contratuais e legais obedecidos TMRPL1 Tempo Máximo para ResPonder solicitação de nova Ligação de energia elétrica em um ponto onde não há rede elétrica TMRPL2 Tempo Máximo para ResPonder a solicitação de nova Ligação de energia elétrica para prédios comerciais, industriais ou condomínios residenciais em local onde há rede de distribuição TMRR Tempo Máximo para Responder Reclamações de consumidores TMIQT Tempo Máximo admissível para Investigação de reclamação de Queda de Tensão TMIP Tempo Mínimo para avisar consumidores a respeito de Interrupções 37 Programadas de energia elétrica PIVCC Pagamento de Indenização pelo concessionário ao consumidor por Violação dos indicadores previstos no Contrato de Concessão – TRC Taxa de Reclamações por grupo de 100 mil Consumidores TS Taxa percentual de Solução de reclamações PRTR Percentual de Reclamações de queda de Tensão NU(u) Nível de Universalização dos serviços de energia elétrica em domicílios Urbanos NU(r) Nível de Universalização dos serviços de energia elétrica em domicílios Rurais MQTJ Matriz de Qualidade Técnica da J-ésima cidade ou região ITIC Information Technology Industry Council 38 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À QUALIDADE DE ENERGIA 39 1 INTRODUÇÃO À QUALIDADE DE ENERGIA A abertura do sistema energético brasileiro ao capital privado fez com que as empresas do setor elétrico voltassem seus esforços para a qualidade do produto oferecido, em função da concorrência que o processo de privatização desencadeou e das exigências normativas que a agência reguladora do setor elétrico (ANEEL) impôs as concessionárias. O problema da “qualidade do suprimento de energia” ou “qualidade da onda de tensão” como é conhecido, sempre foi objeto de preocupação das empresas fornecedoras de energia elétrica. O que é novidade é a ênfase que está sendo dada a esta interação, como uma área separada da engenharia de sistemas de energia. Segundo Bollen [1], o interesse pela qualidade de energia vem desde a publicação de um trabalho em 1968, que detalhava um estudo da marinha dos Estados Unidos para a especificação da energia para um equipamento eletrônico. De acordo com Oleskovicz [2], a “qualidade do setor elétrico” (conceito vinculado à qualidade de energia) é determinada pelo desempenho das concessionárias no fornecimento de energia elétrica. Seus parâmetros são: a conformidade, o atendimento ao consumidor e a continuidade. Esses parâmetros são pontos básicos para a definição dos diversos critérios de localização e arranjo das subestações, de critérios de escolha dos materiais e equipamentos de controle e proteção, regulação e configuração da rede de distribuição. A conformidade está relacionada com os fenômenos associados à forma de onda de tensão, tais como: flutuações, distorções harmônicas e variações momentâneas de tensão. Este conceito está vinculado às variações da tensão do sistema em relação a uma tensão idealizada, puramente senoidal, ou seja, de magnitude e freqüência constantes. O atendimento abrange a relação comercial existente entre as concessionárias e o consumidor. Neste parâmetro são considerados a cortesia, o tempo de atendimento às solicitações de serviços, o grau de presteza e o respeito aos direitos do consumidor. A continuidade corresponde ao grau de disponibilidade de energia elétrica ao consumidor. O ideal é que não haja interrupção no fornecimento de energia elétrica. Se houver, que seja a mínima possível e informada ao consumidor em tempo hábil, a fim de prevenir possíveis prejuízos decorrentes da falta de energia. Cabe aqui destacar alguns indicadores de desempenho tais como: DEC (Duração Equivalente de Interrupção por conjunto de consumidores - medido em horas), FEC (Freqüência Equivalente de Interrupção por Conjunto de Consumidores – medido em meses), DIC (Duração de Interrupção Individual 40 por unidade Consumidora – medido em horas), DMIC (Duração Máxima de Interrupção Individual por unidade Consumidora – medido em horas), FIC (Freqüência de Interrupção Individual por unidade Consumidora – medido em horas) entre outros, os quais serão abordados oportunamente. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem o papel de promover a qualidade da energia, regulamentar os padrões e garantir o cumprimento dos mesmos, estimular melhorias, zelar direta e indiretamente pela observância da legislação punindo os infratores quando necessário, e também definir os indicadores para acompanhamento do desempenho das concessionárias. Cabe também ao órgão regulador estabelecer metas de melhoria de continuidade mediante contratos e/ou negociação com as concessionárias. O setor elétrico brasileiro está estruturado conforme ilustra a Figura 1.1, extraída de [3]. Nesta representação a ANEEL está acima de todos os outros órgãos competentes, cabendo a esta o gerenciamento e as regulamentações. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no sistema interligado brasileiro, com objetivo de: (a) Promover a otimização da operação do sistema elétrico, visando o menor custo, observando os padrões técnicos, os critérios de confiabilidade e as regras de mercado; (b) Garantir que todas as empresas transmissoras e geradoras de energia elétrica do setor elétrico tenham acesso à rede de transmissão de forma não discriminatória; (c) Contribuir, de acordo com a natureza de suas atividades, para que a expansão do sistema elétrico se faça com o menor custo e vise as melhores condições operacionais futuras. 41 Figura 1.1 - Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro. No que diz respeito à conformidade, a Resolução nº 24 da ANEEL, de 27 de Janeiro de 2000, estabelece as disposições relativas à continuidade da distribuição de energia, a Resolução nº 505, de 26 de novembro de 2001 estabelece de forma atualizada e consolidada, as disposições relativas à conformidade dos níveis de tensão de energia elétrica em regime permanente. Estas resoluções tratam da conceituação de serviço adequado, do estabelecimento dos níveis de tensão de energia elétrica, bem como a definição dos limites de variação das tensões a serem observadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS e pelas concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica. Porém, o que existe atualmente com relação à conformidade, são apenas os limites inferior e superior de tensão, com relação à tensão nominal de operação. Quanto a normas e procedimentos que determinam limites no que diz respeito à geração de harmônicos, foram encontrados pelo autor somente a documentação para o setor Transmissão de Energia Elétrica constante em “Procedimentos de Rede” no site do ONS [3]. No que diz respeito aos indicadores de continuidade, são relatadas interrupções no fornecimento de energia em alguns demonstrativos constantes nas contas dos consumidores de energia elétrica, como demonstra a Figura 1.2. Estes indicadores, juntamente com alguns índices de atendimento e conformidade, são objetos de avaliação da qualidade do serviço prestado pelas concessionárias. 42 Figura 1.2 - Demonstrativos constantes nas contas dos consumidores de concessionárias de energia elétrica. Exemplo da CEEE – Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul. O conceito de qualidade da energia elétrica tem se modificado ao longo dos últimos anos. No decorrer deste período, foram incorporados novos parâmetros para a sua determinação. Estes parâmetros foram originados por meio de normas estabelecidas no âmbito nacional e internacional, exigindo que as empresas do setor elétrico estejam constantemente adequando-se a estas novas regras. Energia elétrica de boa qualidade é aquela que garante o funcionamento contínuo, seguro e adequado aos equipamentos elétricos e aos processos associados, sem afetar o meio ambiente e o bem estar das pessoas. O crescimento natural da complexidade das cargas conectadas a rede, exige das concessionárias uma constante preocupação com a qualidade da energia entregue aos seus clientes. Para tanto, as mesmas buscam determinar índices dos sistemas locais de forma a avaliar qual o real impacto que os distúrbios elétricos causam ao consumidor, assim como determinar qual a sua responsabilidade na geração destes fenômenos. Além disso, busca-se avaliar que parte desta responsabilidade deve ser passada aos consumidores, que através da inserção de cargas não lineares e faltas cometidas no sistema, acabam produzindo efeitos indesejáveis na rede a qual estão conectados. Para avaliar o efeito dos distúrbios elétricos presentes na planta elétrica e de forma a verificar a influência que o grande número de cargas não lineares presentes no ambiente 43 universitário é responsável, um sistema de monitoramento dos índices de qualidade deve ser empregado. Tal sistema deve ser capaz de coletar dados de regiões distintas, com demandas diferenciadas, centralizar, processar e disponibilizar estes dados, permitindo a elaboração de índices que meçam o desempenho do sistema de energia. Os avanços tecnológicos, principalmente os relacionados com as técnicas de processamento digital de sinais, tem permitido medir sinais elétricos cada vez com mais eficiência e confiabilidade. Contudo, a simples determinação da tensão e da corrente em tempo real, de modo a coletar transientes, correntes harmônicas, afundamentos de tensão entre outros, não fornece parâmetros para quantificar a qualidade da energia elétrica entregue aos consumidores. É necessário criar metodologias para definir índices e técnicas que permitam estimar a qualidade da energia elétrica. Para isto, é necessário avaliar o impacto que os distúrbios na rede elétrica têm sobre os equipamentos elétricos conectados a mesma. Este trabalho tem como seu principal objetivo, monitorar um sistema de distribuição em um ambiente universitário, visando analisar quais os principais problemas associados ao tema qualidade de energia, principalmente no que diz respeito à geração de harmônicos. Assim, será possível avaliar qual o impacto dos distúrbios elétricos no meio acadêmico, quais os prejuízos decorrentes destes eventos, além de permitir avaliar o rigor dos índices presentes normas nacionais e internacionais. Além disto serão realizadas simulações do sistema elétrico do prédio 30 da PUCRS, onde poderão ser observadas a influência das principais cargas não lineares conectadas a subestação, na geração de distúrbios e qual o impacto no sistema de distribuição que abastece esta subestação. Durante o estudo, foi realizado um levantamento das cargas conectadas a subestação deste prédio. Estes dados serão comparados com o resultado das simulações, objetivando validar o modelo da rede de distribuição em questão. Além disso, através de formulários distribuídos nas diversas secretarias e laboratórios localizados no prédio, serão coletados dados sobre falhas ocorridas durante o período de monitoramento, buscando correlacionar às falhas ocorridas com os dados provenientes do monitoramento da rede elétrica, de forma a determinar os principais fatores que contribuem para pane nos equipamentos elétricos. De posse dos dados que permitem determinar o impacto dos distúrbios nos equipamentos elétricos da universidade e de posse de um modelo de simulação do sistema de distribuição do prédio, será possível determinar se existem equipamentos que estão provocando alterações nos padrões da rede elétrica e qual o impacto de se conectar outros equipamentos com características não lineares a esta rede. 44 No capítulo 2 deste estudo, será realizada uma revisão geral dos conceitos de qualidade de energia, apresentando alguns dos diversos índices existentes nas normas nacionais e internacionais, assim como os fenômenos associados ao tema qualidade de energia, onde serão apresentadas as razões pelas quais as cargas não lineares desempenham papel tão importante na contaminação das redes. Além disso, serão descritos os índices de qualidade utilizados atualmente pelo ONS na supervisão do serviço de fornecimento de energia elétrica, entre eles DEC, FEC, FIC, DIC e PQT (Percentual de consumidores urbanos com níveis de tensão de fornecimento inadequados). No capítulo 3 será descrito o sistema elétrico da subestação na qual foi realizado o monitoramento da tensão e corrente, de forma a identificar os principais fenômenos que ocorrem nesta subestação, os equipamentos e programas utilizados neste monitoramento, bem como os critérios para a escolha dos parâmetros a serem utilizados no estudo. Também será descrito no capítulo 3 o resultado das medições realizadas e a determinação dos principais índices de qualidade do sistema em monitoramento. O capítulo 4 descreve a forma como foi realizado o levantamento das cargas conectadas a rede elétrica da subestação monitorada, de forma a determinar o perfil de carga do prédio. A modelagem das cargas encontradas no prédio para a simulação do sistema elétrico será relatada no capítulo 5, onde será mostrado o impacto das cargas não lineares na geração de harmônicos na rede elétrica do prédio, a partir da simulação realizada com os modelos aproximados das cargas conectadas na subestação do prédio monitorado. No capítulo 6 serão apresentadas as conclusões finais do trabalho, sendo feita uma análise de todos os resultados obtidos e em seguida serão formuladas algumas sugestões de trabalhos futuros a serem desenvolvidos, de forma a dar continuidade às pesquisas deste tema de grande importância. 45 CAPÍTULO 2 ESTADO DA ARTE EM QUALIDADE DE ENERGIA 46 2 Estado da Arte em Qualidade de Energia.....................................................................49 2.1 Introdução................................................................................................................ 49 2.2 Fatores Que Afetam a Qualidade............................................................................. 50 2.2.1 Transitórios.......................................................................................................52 2.2.1.1 Transitório Impulsivo .............................................................................................................52 2.2.1.2 Transitório Oscilatório............................................................................................................52 2.2.2 Variações de Curta Duração .............................................................................54 2.2.2.1 Interrupção .............................................................................................................................54 2.2.2.2 Subtensões ou Afundamentos de tensão (Sag) .......................................................................54 2.2.2.3 Sobretensões Momentâneas ou Saltos de tensão (Swell)........................................................55 2.2.3 Variações de Longa Duração............................................................................56 2.2.3.1 Sobretensões...........................................................................................................................56 2.2.3.2 Subtensões..............................................................................................................................56 2.2.3.3 Desligamentos (Interrupções Sustentadas – Sustained Interruptions) ....................................57 2.2.4 Desbalanceamento de Tensão...........................................................................57 2.2.5 Distorção na Forma de Onda ............................................................................57 2.2.5.1 Nível CC.................................................................................................................................57 2.2.5.2 Harmônicas.............................................................................................................................58 2.2.5.3 Inter-harmônicas.....................................................................................................................58 2.2.5.4 Cortes (Notching) ...................................................................................................................59 2.2.5.5 Ruído ......................................................................................................................................60 2.2.6 Flutuação de Tensão .........................................................................................60 2.2.7 Variações de Freqüência...................................................................................60 2.3 Harmônicas.............................................................................................................. 61 2.3.1 Definição de Harmônica...................................................................................62 2.3.1.1 Harmônicas Características ....................................................................................................62 2.3.1.2 Harmônicas não características...............................................................................................63 2.3.1.3 Fator de Harmônica ................................................................................................................63 47 2.3.2 O Problema da Distorção Harmônica...............................................................63 2.3.2.1 Tensão e Corrente de Entrada em uma Fonte Convencional ..................................................65 2.3.2.2 Considerando a Impedância da Rede Elétrica ........................................................................70 2.3.2.3 Quantificação da Taxa de Distorção Harmônica ....................................................................72 2.3.2.4 Norma Relativa à Corrente de Linha ......................................................................................74 2.3.3 Monitoramento de Harmônicas ........................................................................75 2.4 2.3.3.1 Equipamentos utilizados na análise de tensões e correntes não senoidais ..............................76 2.3.3.2 Requisitos de Resposta dos Instrumentos ...............................................................................77 2.3.3.3 Apresentação de Dados de Harmônicas..................................................................................78 2.3.3.4 Transdutores para Medidas de Harmônicas............................................................................80 2.3.3.4.1 Transdutores de Corrente ...............................................................................................81 2.3.3.4.2 Transdutores de Tensão..................................................................................................82 Indicadores .............................................................................................................. 84 2.4.1 Indicadores quanto a Interrupções....................................................................85 2.4.2 Indicadores quanto aos Níveis de Tensão ........................................................86 2.4.3 Novos Indicadores (Convênio ANEEL/AGERGS)..........................................87 2.4.4 Indicadores - Tempo de Atendimento, Reclamações e Satisfação do Cliente .89 2.4.5 Indicadores Comerciais ....................................................................................92 2.5 Conclusão ................................................................................................................ 95 48 2 ESTADO DA ARTE EM QUALIDADE DE ENERGIA 2.1 Introdução Uma regulamentação adequada para a qualidade dos serviços prestados por empresas do setor energético é sem dúvida um dos pontos mais importantes na consolidação da qualidade de energia recebida pelos consumidores. Baseando-se na experiência internacional das indústrias do setor energético, é aceito que a qualidade dos serviços de energia elétrica deve observar três aspectos principais, a saber: • Qualidade comercial: conceito vinculado à obrigatoriedade de garantir amplo direito de defesa aos consumidores nas suas relações com as empresas concessionárias de energia elétrica, incluindo-se também aspectos de natureza técnica no atendimento. • Continuidade dos serviços: conceito vinculado à duração e freqüência das interrupções no fornecimento de energia elétrica. Tanto a normalização quanto a literatura internacional apresentam vários indicadores que objetivam caracterizar o desempenho dos sistemas de energia elétrica. Neste aspecto, pode-se caracterizar a continuidade do serviço tanto do ponto de vista do sistema elétrico como do ponto de vista dos clientes. • Qualidade da onda de tensão: conceito vinculado às perturbações na onda de tensão, tais como: níveis de tensão na rede, afundamentos de tensão, sobretensões, distorções provocadas por harmônicas, micro – cortes, cintilação (flicker), entre outros. Trata-se neste aspecto, da regulamentação claramente vinculada a qualidade do produto de energia elétrica. Deve-se ter cuidado na abordagem destes aspectos, já que os mesmos estão associados com investimentos, custos de operação, manutenção e expansão das concessionárias, os quais afetam diretamente os interesses dos consumidores e podem indiretamente influir na competitividade do Estado e do País. 49 2.2 Fatores Que Afetam a Qualidade De acordo com o IEEE Std. 1159-1995 [4], o termo qualidade de energia se refere a uma grande variedade de fenômenos eletromagnéticos, que caracterizam a tensão e a corrente em um determinado momento. O incremento da utilização de equipamentos que causam distúrbios eletromagnéticos ou que são sensíveis a estes fenômenos tem aumentado o interesse na qualidade de energia nos últimos anos. Por conseguinte, diferentes segmentos da engenharia elétrica têm utilizado diferentes tecnologias para descrever estes fenômenos. A classificação dos fenômenos eletromagnéticos se dá em diferentes grupos, como é mostrado na Tabela 2.1, a qual foi extraída da norma IEEE Std. 1159-1995 [4]. Tabela 2.1-Principais Fenômenos causados por distúrbios eletromagnéticos classificados pelo IEC. Fenômenos Conduzidos de Baixa Freqüência Harmônicas, inter-harmônicas Sinais de sistemas (portadoras) Flutuações na tensão Afundamentos de tensão e interrupções Desbalanceamento de tensão Variação da freqüência da rede elétrica Tensões induzidas de baixa freqüência CC em redes CA Fenômenos Irradiados de Baixa Freqüência Campos magnéticos Campos elétricos Fenômenos Conduzidos de Alta Freqüência Ondas contínuas conduzidas de tensão e corrente Transitórios unidirecionais Transitórios oscilatórios Fenômenos Irradiados de Alta Freqüência Campos Magnéticos Campos Elétricos Campos Eletromagnéticos Ondas Contínuas Transitórios Fenômenos de Descarga Eletrostática 50 Pulsos Eletromagnéticos Nucleares Tabela 2.2 Categorias e Características típicas de fenômenos causados por distúrbios eletromagnéticos. Categoria Magnitude da Conteúdo Espectral Típico Duração Típica 1.1.1 Nanossegundo 5 ns de subida < 50 ns 1.1.2 Microssegundo 1 μs de subida 50 ns – 1 ms 0,1 ms de subida > 1 ms 1.2.1 Baixa Freqüência < 5 kHz 0,3 – 50 ms 0 – 4 pu 1.2.2 Média Freqüência 5 – 500 kHz 20 μs 0 – 8 pu 1.2.3 Alta Freqüência 0,5 – 5 MHz 5 μs 0 – 4 pu 2.1.1 Subtensão (Sag) 0,5 – 30 ciclos 0,1 – 0,9 pu 2.1.2 Sobretensão (Swell) 0,5 – 30 ciclos 1,1 – 1,8 pu 2.2.1 Interrupção 0,5 ciclos – 3 s < 0,1 pu 2.2.1 Subtensão (Sag) 30 ciclos – 3 s 0,1 – 0,9 pu 2.2.2 Sobretensão (Swell) 30 ciclos – 3 s 1,1 – 1,4 pu 2.3.1 Interrupção 3 s – 1 min < 0,1 pu 2.3.1 Subtensão (Sag) 3 s – 1 min 0,1 – 0,9 pu 2.3.2 Sobretensão (Swell) 3 s – 1 min 1,1 – 1,2 pu 3.1 Interrupções, sustentadas > 1 min 0 pu 3.2 Subtensão > 1 min 3.3 Sobretensão > 1 min Tensão Típica 1 Transitório 1.1 Impulsivo 1.1.3 Milissegundo 1.2 Oscilatório 2 Variações de Curta Duração 2.1 Instantânea 2.2 Momentânea 2.3 Temporária 3 Variações de Longa Duração 4 Desbalanceamento de Tensão Regime Permanente 0,5 – 2 % 5.1 Nível DC Regime Permanente 0 – 0,1 % 5.2 Harmônicas Regime Permanente 0 – 20 % 5.3 inter-harmônicas Regime Permanente 0–2% 5 Distorções na Forma de Onda 51 5.4 Impulso Regime Permanente 5.5 Noise Regime Permanente 0–1% Intermitente 0,1 – 7% 6 Flutuação de Tensão 7 Variações na Freqüência < 10 s Além desta classificação feita pelo IEC, os fenômenos podem ser enquadrados em diferentes categorias, uma vez que existem diferentes formas de resolver o problema da qualidade de energia, dependendo da intensidade e duração destes fenômenos. Estas categorias estão apresentadas na Tabela 2.2 e foram extraídas da norma IEEE Std. 11591995[4]. Para um melhor entendimento destes fenômenos, faz-se necessária a conceituação de algumas definições de acordo com as recomendações da norma IEEE Std. 1159-1995 [4]. 2.2.1 Transitórios É um evento indesejável e momentâneo que ocorre em um sistema. Uma das definições usadas para transitório é a de uma onda transitória de corrente, tensão ou potência em um circuito eletrônico. Os transitórios podem ser classificados em duas categorias: impulsivo e oscilatório. Estes termos refletem a forma de onda dos transitórios de corrente ou tensão encontrados nos sistemas. 2.2.1.1 Transitório Impulsivo O transitório impulsivo corresponde a uma repentina variação em freqüência, diferente da rede elétrica, que ocorre de forma unidirecional em polaridade, podendo ser positiva ou negativa. Estes impulsos são caracterizados por seu tempo de subida e descida. A causa mais comum para ocorrência de transitórios impulsivos são as descargas atmosféricas. Estes transitórios podem excitar o sistema elétrico de forma a produzir um distúrbio do tipo transitório oscilatório. 2.2.1.2 Transitório Oscilatório Um transitório oscilatório corresponde a uma repentina variação em tensão ou corrente que altera a polaridade da onda, podendo ser positiva ou negativa. Estes impulsos são caracterizados por seu conteúdo espectral, duração e magnitude. As subclasses do 52 conteúdo espectral são classificadas na Tabela 2.1 como sendo de alta, média ou de baixa freqüência. Estes transitórios podem ser medidos com ou sem a sua componente fundamental. Os transitórios, em que a componente principal de freqüência seja maior do que 500 kHz e que tenham duração típica medida em microssegundos, são considerados transitórios oscilatórios de alta freqüência. Estes transitórios são quase sempre causados por um evento de comutação, resultante da resposta do sistema local a um transitório impulsivo. Dispositivos utilizados em eletrônica de potência produzem transitórios oscilatórios de tensão como resultado da comutação. Estes transitórios situam-se na faixa de kHz até uns poucos ciclos da freqüência fundamental, e podem se repetir diversas vezes por ciclo de 60 Hz, dependendo do número de pulsos de disparo destes dispositivos, com magnitudes de até 0,1 pu. Um transitório cuja componente principal de freqüência situa-se entre 5 e 500 kHz e que tenha duração medida em dezenas de microssegundos (e/ou que possa ocorrer diversas vezes por ciclo de 60 Hz) é chamado de transitório oscilatório de média freqüência. A energização de um banco de capacitores nas proximidades de outro banco que já esteja em serviço pode resultar em um transitório oscilatório de dezenas de kHz. O banco energizado vê o banco não energizado como um caminho de baixa impedância, limitada apenas pela indutância no barramento de conexão do banco, a qual é normalmente baixa. Um transitório cuja componente principal de freqüência seja menor do que 5 kHz e que tenha duração entre 0,3 e 50 ms é considerado transitório oscilatório de baixa freqüência. Esta categoria de fenômenos é encontrada freqüentemente em sistemas de transmissão e distribuição e pode ser causado por diversos eventos, principalmente pela energização de bancos de capacitores. Normalmente, este transitório oscilatório de tensão possui componentes de freqüência entre 300 e 900 Hz, com picos de magnitude de aproximadamente 2 pu, porém, normalmente situando-se entre 1,3 e 1,5 pu e com duração entre 0,5 e 3 ciclos de rede. Transitórios oscilatórios cuja freqüência principal seja menor do que 300 Hz podem ser encontrados nos sistemas de distribuição de energia, geralmente associados com a ressonância no ferro e a energização de transformadores. Transitórios que envolvam capacitores em série também podem ser incluídos nesta categoria. Eles ocorrem quando a ressonância do sistema resulta na amplificação das componentes de baixa freqüência da corrente de partida dos transformadores (segundo e terceiro harmônicos) ou quando condições anormais no sistema resultam em ressonância no ferro. 53 2.2.2 Variações de Curta Duração As variações podem ser definidas como instantânea, momentânea ou temporária, dependendo de sua duração, as quais encontram-se classificadas na Tabela 2.2. Variações de curta duração são muitas vezes causadas por condições de falha, na energização de grandes cargas que requerem altas correntes de partida ou pelo mau contato entre a carga e a rede de energia. Dependendo da localização da falha e das condições do sistema, a falha pode causar também sobretensões (Swell), subtensões (Sag) ou até uma completa interrupção. A condição de falha pode também ocorrer no ponto de interesse ou mesmo longe deste. O impacto na tensão durante esta condição de falha pode ser classificado como uma variação de curta duração. Mudanças na corrente semelhantes às de tensão podem ser incluídas nas variações de curta duração. 2.2.2.1 Interrupção Uma interrupção ocorre quando a tensão da rede ou a corrente da carga caem a menos de 0,1 pu, por um período de tempo que não exceda 1 minuto. A ocorrência de Interrupção pode ocasionar falhas na rede de alimentação, falhas nos equipamentos e defeitos nos sistemas de controle. A duração das interrupções é medida a partir do momento em que a tensão se mantém abaixo de 10 % da tensão nominal. Algumas interrupções podem ser precedidas de subtensões quando estas interrupções ocorrem devido à falhas no sistema de distribuição. Uma subtensão ocorre entre o momento em que se inicia a falha e o equipamento de proteção entra em operação. Durante a falha na rede de alimentação, algumas cargas podem sofrer subtensões seguidas imediatamente de uma interrupção. A duração da interrupção dependerá da capacidade de rearme do equipamento de proteção. Rearmes instantâneos objetivam limitar a interrupção causada por uma falha não permanente que dure menos do que 30 ciclos. O atraso no rearme da proteção pode causar uma interrupção momentânea ou temporária. 2.2.2.2 Subtensões ou Afundamentos de tensão (Sag) Subtensões estão usualmente associadas com falhas no sistema, mas podem ser causadas pelo chaveamento de cargas pesadas como por exemplo, a partida de grandes motores. Também uma falha em um circuito de alimentação paralelo poderá resultar em uma queda no barramento da subestação que afetará todos os outros alimentadores até que esta 54 falha seja sanada. Normalmente as falhas são sanadas em um período de 3 a 30 ciclos, dependendo da magnitude da falha em corrente e o tipo de detecção (sobrecorrente ou interrupção). Afundamentos em tensão também podem ser causados por grandes mudanças de carga ou por partida de motores. Um motor de indução pode drenar de 6 a 10 vezes sua corrente máxima de operação durante a partida, provocando uma queda de tensão no sistema. Se a magnitude da corrente for grande com relação à corrente máxima de falha disponível no sistema, o afundamento de tensão resultante pode ser significativo. O termo “sag” foi utilizado na comunidade de qualidade de energia por muitos anos para descrever um tipo específico de distúrbio – a redução de tensão em curta duração. Este termo tem relação direta com o sentido literal da palavra, que é “queda”. Já o termo utilizado pela IEC para este fenômeno é conhecido como “dip”. Os dois termos são considerados equivalentes, sendo “sag” preferido pela comunidade norte-americana de qualidade de energia. Devido a uma falta de padronização, no início a duração dos eventos de afundamento não estava bem definida. A definição de afundamento em algumas publicações ficava na faixa entre 2 ms e dois minutos. Subtensões com tempos abaixo de meio ciclo de rede não eram consideradas como sendo uma mudança no valor eficaz da tensão na freqüência fundamental e por esta razão, estes eventos não eram considerados transitórios. Subtensões que duram mais do que um minuto, normalmente são controladas por reguladores de tensão. Estas subtensões são classificadas como variações de longa duração e podem estar associadas com uma grande variedade de falhas no sistema. A duração dos afundamentos é dividida em três categorias – instantânea, momentânea e temporária, as quais coincidem com as três categorias de interrupções e sobretensões. 2.2.2.3 Sobretensões Momentâneas ou Saltos de tensão (Swell) Um salto de tensão é definido como um incremento na tensão do sistema, com duração entre meio ciclo de rede e 1 minuto e com magnitudes típicas entre 1,1 e 1,8 pu. A magnitude também pode ser descrita pela tensão remanescente, que neste caso, será sempre maior do que 1,0 pu. Assim como o afundamento, as sobretensões, ou saltos de tensão, estão normalmente associados às condições de falha do sistema, porém são menos comuns. 55 Os saltos de tensão são caracterizados por sua magnitude (valor eficaz) e duração. A severidade com que o fenômeno de sobretensão atinge um sistema, durante uma condição de falha, depende do local da falha, da impedância do sistema e do aterramento. Em um sistema sem aterramento, a tensão de fase poderá ser de até 1,73 pu durante uma falha em alguma das outras fases. Perto da subestação, em um sistema aterrado, não haverá aumento de tensão nas fases que não ocorreram falhas, pois o transformador da subestação é usualmente conectado em delta, fornecendo um caminho de baixa impedância para este tipo de falha. O termo sobretensão momentânea pode ser utilizado como sinônimo de swell. 2.2.3 Variações de Longa Duração Variações de longa duração consideram desvios de tensão na freqüência da rede elétrica, por períodos maiores que 1 min. Estas variações podem ser do tipo sobretensão ou subtensão, dependendo da causa de sua variação, podendo também ser interrupções sustentadas. Sobretensões ou subtensões não são geralmente atribuídas à falhas na rede de alimentação. Normalmente são causadas por variações de cargas e chaveamentos no sistema. 2.2.3.1 Sobretensões Este fenômeno pode ser resultado de um desligamento de alguma carga ou variações na compensação reativa do sistema. Sistemas pobres em capacidade de regulação ou controle da rede permitem o surgimento de sobretensões. Configurações incorretas de derivações de transformadores também podem resultar em sobretensões no sistema. 2.2.3.2 Subtensões Subtensões são resultantes de eventos de natureza inversa as das sobretensões. O acionamento de cargas e o desligamento de bancos de capacitores podem causar subtensões até o momento que um equipamento de regulação de tensão atue, de modo a estabilizar a rede elétrica dentro das tolerâncias que o sistema foi projetado. Sistemas sobrecarregados também podem resultar em subtensões. O termo brownout é utilizado para descrever períodos sustentados de redução da tensão eficaz da rede elétrica, iniciada como estratégia para reduzir a potência entregue as cargas. Como se pode perceber, o termo brownout descreve basicamente o mesmo fenômeno que o termo subtensão. De forma a evitar confusões, é desaconselhado à utilização do termo 56 brownout pelo IEEE Std. 1159-1995 [4], devido ao fato de não haver definição formal ou clara sobre o mesmo. 2.2.3.3 Desligamentos (Interrupções Sustentadas – Sustained Interruptions) O decaimento à zero da tensão na rede elétrica por um período maior do que 1 minuto é considerado como um fenômeno de interrupção sustentada. Interrupções na tensão maiores que um minuto são, normalmente, permanentes e requerem alguma intervenção manual de forma a restaurar o sistema. Interrupções sustentadas são fenômenos específicos de sistemas de energia e não possuem relação com o termo desligamento (outage). O termo outage, definido em IEEE Std. 100-1992 [7], não se refere a um fenômeno específico, mas sim ao estado de um componente em um sistema que parou de funcionar como o esperado. 2.2.4 Desbalanceamento de Tensão O fenômeno do desbalanceamento pode ser determinado pela razão entre o desvio máximo e a média dos valores de tensão ou corrente nas três fases, o qual é expresso percentualmente. O desbalanceamento de tensão é definido como a razão entre a componente negativa de uma seqüência e a componente positiva desta mesma seqüência. Este fenômeno é usualmente atribuído a cargas desbalanceadas. 2.2.5 Distorção na Forma de Onda Distorções na forma de onda são desvios, em regime permanente, da onda senoidal na freqüência da rede elétrica, principalmente caracterizados pela alteração no conteúdo espectral da onda senoidal. Existem cinco principais tipos de distorção na forma de onda: 2.2.5.1 Nível CC A presença de um nível de tensão ou corrente CC em sistemas de energia senoidais (CA) pode ocorrer devido à presença de distúrbios geomagnéticos ou então pelo efeito da retificação encontrada em cargas não lineares. Para aumentar a vida útil de lâmpadas incandescentes, por exemplo, utilizam-se diodos para reduzir a tensão eficaz fornecida à lâmpada. Do ponto de vista da rede elétrica seria como acionar uma carga somente em meio ciclo de onda, que desta forma equivale a gerar um nível CC no barramento CA. A corrente 57 contínua em redes CA pode ser prejudicial ao sistema, causando saturação do transformador, estresse adicional nos isolamentos entre outros efeitos adversos. 2.2.5.2 Harmônicas Harmônicas são tensões ou correntes senoidais que possuem freqüências que são múltiplas inteiras da freqüência fundamental com que o sistema de fornecimento de energia opera. As harmônicas combinam-se com a tensão ou a corrente (na freqüência fundamental) e produzem distorções na forma de onda. Distorções harmônicas existem devido às características não lineares de dispositivos e cargas presentes no sistema de energia [5]. Normalmente, as distorções por harmônicas são modeladas como fontes de corrente que injetam harmônicas no sistema de alimentação. Distorções de tensão resultantes destas correntes causam quedas de tensão no sistema. As distorções harmônicas são um assunto que têm preocupado muitos consumidores e sobretudo as concessionárias dos sistemas de energia. Os níveis de distorção harmônica podem ser caracterizados pela análise de todo espectro de harmônicas considerando as amplitudes e ângulos de fase de cada componente harmônica individualmente. Também é comum utilizar uma medida global, a distorção harmônica total (THD), medida que considera a magnitude de toda a distorção harmônica apresentada. Harmônicas de corrente originam-se da operação normal de cargas não lineares conectadas ao sistema de alimentação. Os níveis de distorção de corrente podem ser caracterizados pela distorção harmônica total, mas muitas vezes isto pode gerar equívocos. Por exemplo, muitos controladores de velocidade ajustáveis poderão apresentar altos valores de distorção harmônica para a corrente de entrada quando estes operarem com cargas muito pequenas, isto porque a amplitude da harmônica de corrente é baixa, no entanto a distorção total é relativamente alta. Para caracterizar harmônicas de corrente de forma consistente, o IEEE definiu uma outra forma de medição, a distorção de demanda total (DDT). Este termo é o mesmo que a THD exceto que a distorção é expressa como uma medida percentual da razão entre a corrente de carga e a amplitude da corrente fundamental. 2.2.5.3 Inter-harmônicas Interharmônicas podem ser encontradas em todas as redes de energia. Elas podem surgir como freqüências discretas ou como um espectro de banda larga. As principais fontes 58 de distorções interharmônicas na forma de onda são os conversores estáticos de freqüência, os cicloconversores, os motores de indução e os equipamentos que produzem arcos voltaicos. Portadoras de sinais em linhas de transmissão também podem ser consideradas como distorções interharmônicas. Os efeitos das distorções interharmônicas não são bem conhecidos, porém tem-se observado sua influência em sinais transmitidos sobre linha de alimentação, as quais produzem tremulação visual nos visores dos equipamentos. Os ruídos de fundo podem ser incluídos na categoria de distorções interharmônicas [4]. A prática recomenda discutir este ruído separadamente, como um fenômeno eletromagnético distinto. 2.2.5.4 Cortes (Notching) A distorção por corte (notching) cuja tradução significa literalmente entalho, é um distúrbio periódico de tensão causado pela operação normal de equipamentos que utilizam dispositivos eletrônicos de comutação e ocorre quando a corrente é comutada de uma fase para outra. O corte de tensão ou notching é um caso especial de distorção que se situa entre os transitórios e a distorção harmônica. A figura 2.1 representa um sinal distorcido por um corte de tensão. Figura 2.1 - Fenômeno do corte (notching) (extraído de [4]) O corte pode ser caracterizado pelo espectro harmônico da tensão afetada pelo distúrbio, entretanto as componentes de freqüência associadas com o notching podem ser de freqüência elevada e desta forma, este tipo de fenômeno pode ser de difícil detecção com equipamentos de medida comuns, usualmente utilizados para análise de harmônicas. 59 2.2.5.5 Ruído O ruído é um sinal elétrico indesejado com um conteúdo espectral abaixo de 200 kHz sobreposto à tensão ou corrente da rede elétrica, nos condutores das fases ou nos condutores do neutro. O ruído nos sistemas energéticos pode ser causado por dispositivos eletrônicos de potência, circuitos de controle, equipamentos com arco elétrico, cargas não lineares e fontes chaveadas e é agravado em sistemas de energia com aterramentos deficientes. Basicamente o ruído consiste de distorções do sinal da rede elétrica que não podem ser classificados como distorções harmônicas ou transitórios. A faixa de freqüência e a magnitude do ruído dependem da fonte que o produz e as características do sistema, sendo tipicamente menor do que 1 % da magnitude da tensão. Os ruídos interferem no funcionamento de equipamentos eletrônicos como computadores e controladores programáveis. Os efeitos indesejados desta distorção podem ser minimizados com a utilização de filtros, de transformadores isoladores entre outros dispositivos. 2.2.6 Flutuação de Tensão As flutuações de tensão são variações sistemáticas no envelope da tensão ou uma série de mudanças aleatórias (randômicas) da tensão, onde sua magnitude não excede a faixa entre 0,95 e 1,05 pu. Qualquer carga que possuir variações significativas de corrente, principalmente na componente reativa, pode causar flutuações na tensão, erroneamente considerada como cintilação (flicker) de acordo com IEEE Std. 1159-1995 [4]. O termo cintilação (flicker) vem do impacto da flutuação de tensão na intensidade luminosa. A flutuação de tensão é a resposta do sistema de energia para variações de carga e o flicker é a resposta do sistema de iluminação a este fenômeno. Esta variação é visível aos olhos humanos. Conforme [4], o termo flicker deve ser evitado para não acarretar erros de interpretação dos fenômenos presentes no sistema. 2.2.7 Variações de Freqüência As concessionárias têm um controle efetivo da freqüência da rede elétrica, pois pequenas variações na freqüência podem causar sérios danos aos geradores e turbinas devido ao alto torque associado. É uma anomalia muito mais comum em redes alimentadas por geradores a diesel ou gasolina. Quando por algum motivo o gerador tem sua rotação alterada, 60 a freqüência se altera também e isto pode ocasionar desde o mau funcionamento até a queima dos equipamentos conectados a rede de alimentação. No Brasil a freqüência de operação é de 60 Hz e é para esta freqüência que as máquinas e equipamentos foram projetadas. Erros de sincronização de freqüência podem ocorrer em consumidores que apresentem grandes cargas retificadas. Estas cargas podem comprometer o funcionamento dos equipamentos utilizados para registrar os cruzamentos por zero extras da rede elétrica, de modo a estimar a freqüência de operação. Estes eventos são gravados como variações da freqüência registradas pelos controladores eletrônicos, mesmo não tendo ocorrido nenhuma alteração na freqüência fundamental da rede elétrica. 2.3 Harmônicas No final do século passado a Eletrônica de Potência alcançou níveis surpreendentes de desenvolvimento, tanto em relação aos novos dispositivos cada vez mais rápidos e robustos quanto às variações topológicas e as estratégias de comando e controle dos conversores estáticos. Devido a este grande desenvolvimento, os conversores estáticos são atualmente utilizados nas mais diversas aplicações industriais, sendo hoje uma das grandes áreas de pesquisa e desenvolvimento na Engenharia Elétrica. Apesar deste extraordinário desenvolvimento, ainda são utilizados estágios retificadores na entrada dos principais conversores estáticos, encontrados em equipamentos como fontes chaveadas, fontes lineares, UPS, carregadores de baterias, reatores eletrônicos, unidades retificadoras para telecomunicações, acionamento de máquinas elétricas, entre outros. Estes equipamentos empregam uma ponte retificadora a diodos acoplada a um capacitor de elevado valor para gerar um barramento CC, o qual é necessário para o funcionamento destes equipamentos eletrônicos. A associação desses componentes gera uma carga não-linear, que ao ser conectada ao sistema de energia elétrica comercial, provoca uma grave distorção na corrente de entrada, com a conseqüente injeção de elevado conteúdo harmônico de corrente no sistema de energia elétrica. Os principais efeitos [5] causados pelo elevado conteúdo harmônico da corrente são: • Distorção da tensão senoidal de entrada, comprometendo o funcionamento de outros equipamentos ligados ao mesmo ponto de energia; • Redução do fator de potência, com conseqüente elevação da circulação de reativos, contribuindo para o aumento do tamanho e do custo de todo o sistema de fornecimento de energia elétrica; 61 • Perdas adicionais nos semicondutores de potência e nos elementos da rede de transmissão e distribuição de energia, devido ao alto valor eficaz da corrente de entrada; • Possíveis sobre tensões devido a fenômenos de ressonância; • Erros em equipamentos de medição e proteção; • Elevação da corrente no condutor neutro em sistemas trifásicos; • Interferência eletromagnética nas cargas próximas ao conversor estático, principalmente em sistemas de comunicação e controle. As cargas não lineares alteram a natureza senoidal da corrente CA, resultando em um fluxo de correntes harmônicas no sistema elétrico que podem causar interferência em circuitos de comunicação e outros tipos de equipamentos. Especial atenção deve-se ter quando for utilizada compensação da energia reativa, na forma de capacitores para correção do fator de potência, juntamente com estas cargas não lineares. Tal associação pode criar condições favoráveis para que o sistema entre em ressonância em alguma das harmônicas associadas às cargas não lineares. 2.3.1 Definição de Harmônica De acordo com as recomendações da norma IEEE Std 519-1992 [7], harmônica é uma componente senoidal de uma onda periódica, tendo uma freqüência que é múltipla inteira da freqüência fundamental. 2.3.1.1 Harmônicas Características Os tipos mais comuns de harmônicas - as quais podem ser chamados de harmônicas características, são aquelas produzidas durante a operação normal de um equipamento conversor que utiliza semicondutores. Em um conversor de seis pulsos (retificador trifásico em ponte de Graetz), as harmônicas características são as que não são divisíveis por 2 e 3, por exemplo, a quinta, sétima, décima primeira, décima terceira e assim por diante. A equação (2.1) apresenta como é possível determinar estas harmônicas características. h = kq ± 1 onde k é um inteiro qualquer e q é o número de pulsos do conversor. 62 (2.1) 2.3.1.2 Harmônicas não características Existem também as harmônicas não características, que são aquelas que não são produzidas durante a operação normal de um equipamento conversor estático. Estas podem ser resultantes de freqüências de batimento, de uma demodulação de harmônicas características e da fundamental, de um desbalanceamento no sistema de alimentação, ângulo de atraso assimétrico ou operação de um cicloconversor. 2.3.1.3 Fator de Harmônica De acordo com a norma IEEE Std 519-1992 [7] o fator de harmônico é determinado pela razão entre a soma de todos os harmônicos (rss - root-sum-square) e o valor eficaz (rms - root-mean-square) da fundamental. As equações (2.2) e (2.3) apresentam a determinação do fator de harmônica da tensão fht e da corrente fhi respectivamente. fht = E32 + E52 + E72 ... E1 (2.2) fhi = I 32 + I 52 + I 72 ... I1 (2.3) onde E1, E3, E5, E7 são as harmônicas de tensão e I1, I3, I5, I7 são as harmônicas de corrente. 2.3.2 O Problema da Distorção Harmônica Como descrito anteriormente, harmônica é uma componente de uma onda periódica cuja freqüência é um múltiplo inteiro da freqüência fundamental. Tratando-se da rede elétrica convencional no Brasil, as freqüências das harmônicas são múltiplas de 60Hz. Os circuitos retificadores convencionais injetam uma grande quantidade de harmônicas de corrente na rede elétrica, uma vez que estes circuitos drenam corrente da rede somente no momento da carga do capacitor de filtro da fonte. A carga do capacitor ocorre nos picos da rede elétrica, assim toda energia absorvida da rede é transferida ao capacitor durante um curto intervalo de tempo. Estas correntes ficam circulando pela impedância da rede e acabam gerando distorções na tensão da rede elétrica. 63 Na Figura 2.2 é possível observar um exemplo onde a composição de duas formas de ondas senoidais puras, uma representando a fundamental e a outra a quinta harmônica, resulta em uma forma de onda completamente distorcida. Figura 2.2 - Fundamental e componente harmônica de quinta ordem somada, extraída de [4]. A eletrônica avançou bastante nestes últimos anos, embalada por uma demanda crescente por equipamentos que possuem na eletrônica de potência, a base para seu funcionamento. A quase totalidade dos equipamentos eletrônicos possui um retificador em ponte associado com um filtro capacitivo de elevado valor, tais como: fontes de alimentação, sistemas de alimentação ininterrupta, carregadores de baterias, reatores eletrônicos, acionamento de máquinas elétricas, etc. Assim, todos estes equipamentos têm algo em comum, ou seja, o retificador de entrada, o qual como já foi dito, injeta harmônicos de corrente na rede elétrica. As distorções presentes na rede elétrica fazem com que haja uma redução na qualidade da energia consumida uma vez que afeta diretamente os equipamentos conectados a mesma. Seguindo esta idéia de qualidade de energia, as distorções harmônicas presentes na rede, afetam o desempenho do sistema de energia nos seguintes aspectos: • Redução da máxima potência ativa absorvível da rede; • As harmônicas de corrente exigem um sobre dimensionamento da instalação elétrica e dos transformadores, além de aumentar as perdas devido ao efeito pelicular, que consiste numa redução da seção do fio por onde a corrente é transmitida, à medida que a freqüência das harmônicas e suas amplitudes aumentam em relação à componente fundamental; • A deformação da tensão pode causar mau funcionamento em outros equipamentos conectados a mesma rede; 64 • As componentes harmônicas podem causar ressonância no sistema de potência, ocasionando picos de corrente e de tensão os quais podem danificar os equipamentos conectados a esta rede elétrica; • O alto valor eficaz da corrente de entrada acarreta em um aumento das perdas nos semicondutores de potência e nos elementos de transmissão, o que faz encarecer as instalações elétricas e os equipamentos; • Elevação da corrente no condutor neutro em sistemas trifásicos; • Erros em equipamentos de medição; • Interferência eletromagnética; Do exposto acima, de como o sistema é afetado pelas distorções harmônicas, podese concluir que não é interessante nem do ponto de vista econômico e nem do ponto de vista técnico, utilizar equipamentos que possuam um baixo fator de potência devido à distorção harmônica. 2.3.2.1 Tensão e Corrente de Entrada em uma Fonte Convencional Num circuito retificador monofásico com filtro capacitivo, como o apresentado na Figura 2.3, a corrente drenada da rede não segue uma forma de onda senoidal, fazendo com que ocorra uma distorção na onda de tensão. A corrente também apresenta um deslocamento de fase. Com estas características, o fator de potência típico para este tipo de carga não linear (ponte retificadora) situa-se na faixa de 0,62, ou seja, somente 62% da potência consumida, é usada para produzir trabalho. D1 D2 CARGA LINEAR V1 C1 D4 D3 Figura 2.3 - Carga linear alimentada por fonte retificada. A tensão instantânea v1, na entrada do circuito representado na Figura 2.3, pode ser obtida pela expressão (2.4): v1 (ωt ) = 2 Vef sen ω t 65 (2.4) É simples a forma de cálculo do fator de potência em circuitos que apresentem tensão e corrente senoidais, porém quando os sinais não são senoidais, as harmônicas interferem na determinação do mesmo. O fator de potência não pode ser obtido precisamente através do cálculo tradicional, o qual considera apenas a defasagem entre a tensão e a corrente. Desta forma é importante levar em consideração a distorção harmônica total (THD) na determinação do fator de potência. Segundo Dos Reis [6], para se poder determinar o fator de potência levando em consideração a THD, deve-se analisar o circuito representado na Figura 2.3, o qual consiste de uma carga linear alimentada por um retificador com um filtro capacitivo, formando assim uma carga não linear. De acordo com Dos Reis [6], a determinação da distorção harmônica total pode ser feita considerando-se que apenas a componente fundamental da corrente produz trabalho. Deste modo, o fator de potência FP pode ser determinado pela equação (2.5). FP = P Vef ⋅ I (1) ef ⋅ cos φ (1) I (1) ef = = ⋅ cos φ (1) S Vef ⋅I ef I ef (2.5) Onde: é o valor eficaz da tensão senoidal de entrada v1. Vef I (1) ef é o valor eficaz da componente fundamental da corrente de entrada. I ef é o valor eficaz total da corrente de entrada. φ (1) é o ângulo de deslocamento entre a tensão instantânea v1 e a componente fundamental da corrente instantânea de entrada I (1) ef . A corrente consumida na entrada do circuito é obtida pela soma de suas componentes harmônicas. Esta corrente é expressa pela equação (2.6). n I (t ) = I ( 1) (t ) + ∑ I ( h ) (t ) h=2 Onde: I (t) é a corrente total de entrada. I(1) (t) é a componente fundamental da corrente de entrada. n ∑ h= 2 I (h ) (t ) é o somatório das harmônicas da corrente de entrada. 66 (2.6) Em termos eficazes, a corrente total consumida na entrada do circuito pode ser obtida pela expressão (2.7) ( I e f ) 2 = (I (1) ef ) + ∑ (I ( h ) ef ) n 2 2 (2.7) h=2 ou ainda, pode ser expressa pela equação (2.8) como: n I ef = ( I (1) ef ) 2 + ∑ ( I ( h ) ef ) 2 (2.8) h=2 Substituindo a equação (2.8) na equação (2.5), o fator de potência FP pode ser determinado pela expressão (2.9), como: I (1) ef FP = n ( I (1) ef ) + ∑ ( I ( h ) ef ) 2 . cos φ (1) (2.9) 2 h=2 Racionalizando o termo I(1)ef, o fator de potência FP pode ser expresso pela equação (2.10) como: cos φ (1) FP = n 1+ ∑ (I h=2 ( h ) ef (2.10) ) 2 ( I (1) ef ) 2 A distorção harmônica total THD presente em um circuito pode ser obtida pela expressão (2.11), como: n THD = ∑ = (I h=2 ( h ) ef )2 (2.11) I (1) ef Substituindo a equação (2.11) na equação (2.10), obtém-se a expressão (2.12) com a qual é possível relacionar o fator de potência e a distorção harmônica total. FP = cos φ(1) 1 + THD 67 2 (2.12) Uma analise superficial da equação (2.12) permite concluir que quanto maior for a THD, menor será o fator de potência e portanto, maior será a potência consumida da rede elétrica para gerar o mesmo trabalho. Dizer que o fator de potência de um equipamento é unitário significa afirmar que não existe defasagem entre a tensão e a corrente (φ(1) = 0) e que não existem harmônicas de corrente na entrada (THD = 0). Na Figura 2.4 são apresentados três exemplos que ilustram o efeito da THD no cálculo do fator de potência. Através destes três exemplos pode-se perceber as diferenças existentes entre a análise simplificada, normalmente utilizada em sistemas lineares e a análise completa anteriormente discutida, que considera o efeito da THD. No exemplo (a) tem-se tensão e corrente senoidais em fase e não há distorção harmônica da corrente de entrada, portanto o fator de potência é unitário. Já o exemplo (b) apresenta tensão e corrente senoidais defasadas, evidenciando a utilização de uma carga do tipo RL, porém não apresentando distorção harmônica da corrente. Logo o fator de potência equivale ao fator de deslocamento (cos φ(1)). Finalmente no exemplo (c) é apresentada uma corrente cuja forma de onda retangular apresenta muitos componentes harmônicos, porém está em fase com a tensão senoidal. Neste último exemplo fica claro que um fator de deslocamento unitário (cos φ(1) = 1) não implica em um fator de potência unitário. A corrente de entrada do exemplo (c) pode ser expressa como uma série de Fourier dada pela equação (2.13): I (t ) = sen 3ωt sen 5ωt sen nωt ⎞ ⎛ I ⎜ senωt + + + .... + ⎟ n ⎠ π 3 5 ⎝ 4 (2.13) O somatório das harmônicas da corrente de entrada pode ser obtido a partir da expressão (2.14), como: n ∑I h=2 ( h) (t ) = sen nωt ⎞ ⎛ sen 3ωt sen 5ωt + + .... + I⎜ ⎟ n ⎠ π ⎝ 3 5 4 (2.14) v(t) φ(1) = 0 i(t) cos φ(1) = 1 THD = 0 0 FP = 1 exemplo (a) 68 v (t) φ(1) = 30 i(t) o cos φ(1) = 0,86 THD = 0 0 30o FP = 0,86 exemplo (b) φ(1) = 0 v(t) cos φ(1) = 1 i(t) THD ≥ 0,1716 0 FP ≤ 0,92 exemplo (c) Figura 2.4 - Exemplos da influência da THD na determinação do fator de potência FP. No exemplo (c), a tensão e a corrente estão em fase (φ = 0o), porém a corrente não é senoidal. O somatório dos valores eficazes quadráticos das harmônicas da corrente de entrada, para a forma de corrente apresentada, é dado pela expressão (2.15). 2 ⎛ 4 I ⎞ ⎛1 1 1 ⎞ ⎟ ⎜ + + ... 2 ⎟ ∑ ( I ( h ) ef ) = ⎜⎜ ⎟ h=2 n ⎠ ⎝ π 2 ⎠ ⎝ 9 25 n 2 (2.15) O valor eficaz da componente fundamental da corrente de entrada, para esta forma de onda, é dado por (2.16): I (1) ef = 4 I π 2 (2.16) Pela definição, a taxa de distorção harmônica THD, pode ser obtida por (2.17), como: 69 ∑ (I n THD 2 = h=2 ) 2 ( h ) ef (2.17) (I ) 2 (1) ef Substituindo as expressões (2.15) e (2.16) em (2.17), a THD para o sinal retangular, pode ser obtida pela expressão (2.18), como: 2 ⎛ 4 I ⎞ ⎛1 1 1⎞ ⎜ ⎟ ⎜ π 2 ⎟ ⎜⎜ 9 + 25 + ... + n 2 ⎟⎟ ⎠ ⎠ ⎝ THD 2 = ⎝ 2 ⎛ 4 I ⎞ ⎜ ⎟ ⎜π 2 ⎟ ⎝ ⎠ (2.18) ou ainda em (2.19) como: THD 2 = 1 ⎞ ⎛ 1 1 + ... + 2 ⎟ ⎜ + n ⎠ ⎝ 9 25 ≥ 0,1715 (2.19) Substituindo (2.19) em (2.12) pode-se determinar o fator de potência do exemplo (c) pela expressão (2.20). FP = 1 1 + THD 2 ≤ 0,92 (2.20) Do resultado obtido fica evidente que o fator de potência depende da taxa de distorção harmônica (THD) e neste caso, mesmo estando a corrente e a tensão em fase, o fator de potência não é unitário. 2.3.2.2 Considerando a Impedância da Rede Elétrica O estágio retificador de entrada mais comum em fontes de alimentação está representado na Figura 2.5. O grande inconveniente deste circuito deve-se ao fato de só haver corrente circulando pelos diodos do retificador e portanto pela rede elétrica, durante a carga do capacitor, o que só ocorre em um curto intervalo de tempo no qual o valor instantâneo da tensão da rede excede a tensão do capacitor. Desta forma pode-se perceber que toda a energia é transferida à carga somente durante a carga do capacitor, impondo assim elevados picos de corrente. Estas elevadas correntes que circulam pela rede, cuja impedância não é nula conforme ilustra a Figura 2.5, irão deformar a tensão do barramento, introduzindo assim uma 70 distorção harmônica na tensão da rede de distribuição. É claro que a distorção da rede não será causada pela ação de apenas um conversor, mas sim pela ação de milhares destes equipamentos ligados à rede elétrica, todos sincronizados e drenando corrente somente nos picos da rede. Isto ocorrer devido ao grande número de equipamentos que utilizam este tipo de fonte de alimentação hoje em dia, como computadores, impressoras, TVs, vídeos, entre outros. Ou seja, segundo Dos Reis [6], a alimentação de cargas não lineares gera harmônicas de corrente que, ao circular pela impedância da rede, distorcem a tensão de entrada do circuito. i (t) + v (t) - Z + vz - v Ccc + Carga in - Figura 2.5 - Influência da impedância Z da linha de alimentação. A partir da observação do circuito representado na Figura 2.5, é possível analisar o comportamento da tensão e da corrente no circuito, através das equações (2.21) à (2.24): v (t ) = 2 Vef sen ω t (2.21) Z = R + jω L (2.22) vin (t ) = v (t ) − v Z (t ) (2.23) vZ (t ) = Z I (t ) (2.24) Assim, se a corrente I sofrer distorção, a queda de tensão vz(t) desenvolvida devido à impedância da rede, também sofrerá. A tensão de alimentação vin(t) também apresentará distorção devido à variação da corrente na entrada do circuito. Embora a THD da corrente de entrada possa ser de valor elevado, por exemplo entre 100% e 150%, a distorção causada na tensão de entrada, devido à impedância da rede, situa-se em um valor abaixo de 5%. A redução do fator de potência, que ocorre quando é feita a alimentação de cargas não lineares, é devido ao elevado valor eficaz da corrente de entrada, que é de natureza 71 pulsada. A Figura 2.6 apresenta as formas de onda de uma fonte de alimentação convencional com retificador na entrada. Como pode ser visto, a energia é entregue pela fonte de alimentação somente durante um curto período de tempo, próximo ao pico da onda da tensão. Uma vez que o fator de potência é definido como a relação entre a potência real (medida em watts) e o produto volt-ampér eficaz, o aumento do valor eficaz da corrente de entrada provoca uma diminuição no fator de potência. Tensão no Capacitor de Filtro Tensão na Entrada do Retificador 0 Corrente na Entrada, vista pela rede comercial Figura 2.6 - Formas de onda de um circuito alimentado por uma fonte com retificador. É importante salientar que um baixo fator de potência significa um maior valor eficaz de corrente circulando pelo circuito elétrico. Conforme apresentado anteriormente, este acréscimo no valor da corrente eficaz provoca perdas nas linhas e nos transformadores, elevando os custos de operação do sistema de energia. 2.3.2.3 Quantificação da Taxa de Distorção Harmônica De modo a demonstrar a metodologia de cálculo apresentada anteriormente, suponha uma fonte de alimentação conectada a uma rede de 120VAC, cuja topologia está representada na Figura 2.7, onde é possível observar seus diversos elementos. 72 + Ls C + + v (t) CF v CF Conversor i (t) v in - - R CC - Figura 2.7 - Estágio de entrada convencional de fontes da alimentação. onde: LS – representa a indutância parasita associada ao retificador de entrada ≈ 150 μH. CF – capacitor de filtragem ≈ 1μF/W. A tensão de entrada é definida por (2.25), como: v (t ) = Vcf sen (ω t ) (2.25) onde Vcf é a tensão de pico no capacitor de filtro. A corrente de entrada, decomposta em série de Fourier, é expressa em (2.26) como: I (t ) = I p (1) [ sen (ω t ) + 0,8 sen (3ω t ) + 0,5 sen (5ω t ) + 0,3 sen (7ω t ) + 0,22 sen (9ω t ) + 0,2 sen (11ω t ) + ...] (2.26) Logo, a Distorção Harmônica Total, pode ser determinada por (2.27) como: ∑ (I n THD = h=2 (I ) 2 ( h ) ef (1) ef ) = (0,8 )2 + (0,5 )2 + (0,3)2 + (0,22 )2 + (0,2 )2 + ... ≥ 1,12 (2.27) Ou seja, temos uma taxa de distorção harmônica da corrente de entrada, superior ou igual a 112 %. Desta forma, o fator de potência pode ser obtido por (2.28) como: FP = 1 1 + THD 2 73 ≅ 0,66 (2.28) 2.3.2.4 Norma Relativa à Corrente de Linha No Brasil, a regulamentação estabelece um fator de potência mínimo de 92% nas instalações consumidoras. Como foi visto anteriormente, as componentes harmônicas da corrente também contribuem para o aumento da corrente eficaz, elevando a potência aparente sem produzir potência ativa. A norma IEC 61000-3-2 [8], que substitui a norma IEC 60555-2 [9], limita a emissão de harmônicas de corrente na rede pública para equipamentos com consumo inferior ou igual a 16A por fase. Os equipamentos estão classificados em 4 categorias: Classe A: Equipamentos com alimentação trifásica equilibrada e todos aqueles não incluídos nas Classes B, C e D. Classe B: Ferramentas elétricas portáteis. Classe C: Dispositivos de iluminação, incluindo reguladores de intensidade. Classe D: Equipamentos com potência ativa de entrada inferior à 600W. Um equipamento é incluído nesta classe se a corrente de entrada, em cada semiciclo, se encontrar dentro do envelope de onda representado na Figura 2.8, num intervalo de pelo menos 95% da duração do semiciclo. Isto significa que pequenos picos de corrente que ultrapassarem este envelope, também farão parte desta classe. Figura 2.8 - Forma de onda do envelope de corrente para classe D, extraída de [4]. A Tabela 2.3 apresenta os valores máximos de amplitude para as harmônicas de corrente introduzidas por equipamentos, funcionando em regime permanente, ligados a redes com tensão entre fase e neutro de 220V a 240V. 74 Tabela 2.3-Resumo da norma IEC 61000-3-2. Classe A Classe B Classe C Classe D Corrente Corrente (>25W) (>10W, 300W) Máxima [A] Máxima [A] da fundamental [mA/W] 3 2,30 3,45 30.FP 3,4 2,3 5 1,14 1,71 10 1,9 1,14 7 0,77 1,155 7 1,0 0,77 9 0,40 0,60 5 0,5 0,40 11 0,33 0,495 3 0,35 0,33 13 0,21 0,315 3 0,296 0,21 3 3,85/n 2,25/n Ordem da Harmônica n Classe D [A] Harmônicas Ímpares 15 ≤ n≥ 39 0,15. 15 n 0,225. 15 n Harmônicas Pares 2 1,08 1,62 4 0,43 0,645 6 0,3 0,45 0,23. 8≤n≥40 8 n 2.3.3 0,35. 2 8 n Monitoramento de Harmônicas O monitoramento das harmônicas de tensão e corrente é essencial para a determinação da qualidade da energia elétrica oferecida aos consumidores pelas concessionárias. Pode-se justificar a realização de um monitoramento de harmônicas na rede elétrica, pelas seguintes razões: • Monitorar os valores das harmônicas presentes na rede, de forma a verificar a conformidade das mesmas com os valores recomendados e admissíveis das normas de qualidade de energia. • Testar equipamentos que geram harmônicas. 75 • Diagnosticar e ajustar equipamentos cujo desempenho, do ponto de vista da qualidade de energia, é inaceitável. • Detectar tendências de alteração de harmônicas de tensão e corrente ao longo do tempo, de forma diária, mensal ou sazonal. • Estudar o fluxo de cargas harmônicas. • Medir correntes e tensões harmônicas e seus respectivos ângulos de fase. Estas medidas podem ser realizadas com e sem a utilização de cargas não lineares de modo a auxiliar na determinação da impedância de chaveamento de harmônicas em um determinado local. Cabe ressaltar que na medição de harmônicas, devem ser utilizados equipamentos adequados para esta finalidade, os quais necessitam varrer o espectro de freqüência dentro de uma faixa compatível com o estudo que se deseja realizar – normalmente até a 50ª harmônica (3kHz), sob pena de atenuação dos resultados obtidos. Equipamentos utilizados para coletar informações básicas como tensão, corrente e freqüência normalmente não são adequados para esta tarefa devido as suas limitações na medição de harmônicas de ordem elevada com precisão. 2.3.3.1 Equipamentos utilizados na análise de tensões e correntes não senoidais Segundo a norma IEEE Std 1159-1995 [4], os equipamentos básicos, necessários para análise de tensões e correntes não senoidais são: Osciloscópios – A observação da forma de onda em um osciloscópio fornece informações qualitativas quanto ao grau e tipo de distorção harmônica presente no sinal. Em alguns casos, fenômenos de ressonância podem ser identificados pela presença de uma distorção visível nas formas de onda da tensão e da corrente. Analisadores de Espectro – Estes instrumentos mostram a distribuição da potência de um sinal em função da freqüência. Na medição, uma certa faixa de freqüência é varrida e todas as componentes, harmônicas e inter-harmônicas do sinal analisado, são apresentadas. Analisadores de Harmônicas – Estes instrumentos medem a amplitude e o ângulo de fase de um sinal periódico. Eles fornecem uma linha espectral dos sinais observados. A saída pode ser gravada e monitorada através de medidores digitais ou analógicos. Analisadores de Distorção – Estes instrumentos indicam a leitura da distorção harmônica total (THD) diretamente, sem a necessidade de nenhum tipo de processamento. 76 Equipamento Digital para Medição de Harmônicas – Análises digitais podem ser efetuadas por meio de duas técnicas básicas: 1) Filtros digitais – Este método é similar aos filtros analógicos. Analisadores digitais com canais duplos incluem filtragem digital. Na inicialização de uma medida, a faixa de freqüência ajustada configura os filtros digitais para trabalhar dentro desta faixa. Também a largura de banda é ajustada de forma a otimizar a captura de harmônicas de pequena amplitude na presença de fundamentais de grande amplitude. 2) Transformada Rápida de Fourier - Esta técnica é muito empregada na análise de sinais em tempo real, pois permite obter uma análise espectral muito rápida, sendo possível de ser utilizada em um grande número de aplicações. Conversores A/D de múltiplos canais e microcomputadores são utilizados para a realização das aquisições e processamento em tempo real. Cabe ressaltar que quando uma forma de onda é gravada, com largura de banda adequada, utilizando técnicas analógicas ou digitais, todas as análises (FFT, cálculo de harmônicas, estatísticas, impressão dos resultados, entre outras) podem ser realizadas posteriormente, utilizando-se recursos computacionais e demais facilidades de laboratório. 2.3.3.2 Requisitos de Resposta dos Instrumentos Para se obter medidas precisas das harmônicas de um sinal, de acordo com a norma IEEE Std 519-1992 [7], os seguintes requisitos devem ser observados: Precisão – O instrumento deve realizar a medição de uma harmônica constante (em regime permanente) com um erro compatível com os limites permitidos. É razoável a utilização de instrumentos com incertezas inferiores a 5% do limite permitido. Por exemplo, supondo um sistema trifásico de 480 V, onde a 11ª harmônica deve ser inferior que 0.7%. Neste caso, a tensão de fase da 11ª harmônica (V11), é inferior a 1,94 V. Isto significa que o instrumento deve ter uma incerteza menor do que 1,94 Volts ± 0,097 Volts. Seletividade – Seletividade de um instrumento corresponde à capacidade do equipamento de separar componentes harmônicas de freqüências diferentes. Uma forma prática de garantir uma boa seletividade é definir requisitos mínimos de atenuação em uma determinada freqüência, enquanto o instrumento é sintonizado em 60 Hz. Em muitas aplicações, a corrente fundamental é muito maior do que as correntes harmônicas. Mesmo assim, as correntes harmônicas podem ser suficientes para causar problemas como 77 interferências em equipamentos telefônicos. Nestes casos a faixa dinâmica do equipamento é um parâmetro importante a ser considerado. Média ou Valor Instantâneo – Se a medida das harmônicas variar rapidamente ao longo do tempo, é necessário então suavizar os valores destas componentes dentro de uma janela de tempo. Dois fatores se tornam importantes neste caso: a resposta dinâmica e a largura da banda. Resposta Dinâmica – Se, por exemplo, é desejado obter a média dentro de um período de 3 s, então a resposta do medidor deve ser idêntica a de um filtro passa baixa de primeira ordem, com constante de tempo de (1,5 ± 0,15 s). Largura da Banda – A largura da banda do instrumento irá afetar fortemente a leitura dos dados, especialmente quando houver grandes variações nos valores. É recomendada a utilização de instrumentos com largura de banda constante em toda a faixa de freqüência de operação. A largura de banda deve ser de (3 ± 0,5 Hz) entre o ponto de -3dB e a atenuação mínima de 40dB em uma freqüência fh + 15 Hz. Em situações onde há presença de inter-harmônicas e transitórios, uma largura de banda elevada irá causar erros de medida também elevados, devida à baixa seletividade do equipamento. 2.3.3.3 Apresentação de Dados de Harmônicas Uma vez coletados, os dados medidos podem ser apresentados tanto na forma de tabelas quanto na forma de gráficos, conforme ilustram a Tabela 2.4 e as Figuras 2.9 à 2.12, respectivamente. As Figuras 2.9 à 2.12 foram extraídas da norma IEEE Std 519-1992 [7]. Tabela 2.4 – Espectro das harmônicas da Corrente [4]. Freqüência (Hz) Amplitude (A) 0 80 20 40 60 80 020 140 05 0,3 2,4 ,0 1,7 ,5 ,2 ,6 78 Figura 2.9 - Saída do Analisador – Corrente x tempo [4]. O espectro das harmônicas da corrente está representado na Figura 2.10, cujos eixos estão em escala linear. Escalas logarítmicas também podem ser utilizadas e revelam componentes harmônicas menores que 5 % com maior facilidade. Figura 2.10 - Saída do Analisador – Corrente em porcentual da fundamental x freqüência [4]. Distribuições probabilísticas, como a representada na Figura2.11, também são utilizadas com gráficos de barra, cuja altura representa a freqüência relativa de ocorrências de uma quantidade de corrente harmônica. Distribuições probabilísticas, também conhecidas como histogramas, são gráficos de barra cuja altura representa a freqüência relativa de ocorrência de uma harmônica. A Figura 2.11 representa o histograma da taxa de distorção harmônica da tensão de entrada. 79 Figura 2.11 - Histograma da THD da tensão [4]. Esta informação também pode ser convenientemente mostrada na forma inversa da função distribuição, como mostra a Erro! Fonte de referência não encontrada.2. Nesta forma, a informação se torna uma grande aliada para se avaliar os efeitos das harmônicas em dispositivos como capacitores, motores, transformadores, etc. Figura 2.12 - Curva de distribuição da THD da tensão [4]. 2.3.3.4 Transdutores para Medidas de Harmônicas A medição de harmônicas é feita a partir de transdutores de corrente e de transdutores de tensão, os quais são utilizados no condicionamento dos sinais elétricos antes dos mesmos serem entregues aos equipamentos de medição. Em sistemas de baixa tensão, o 80 analisador pode ser conectado diretamente aos terminais da rede, permitindo assim determinar as componentes harmônicas da tensão. 2.3.3.4.1 Transdutores de Corrente Existem basicamente três tipos de transdutores de corrente. São eles: Transformador de Corrente, Bobinas de Exploração e Bobinas de Rogowski. Transformadores de Corrente (TCs) – Utilizados para a medição de correntes harmônicas com freqüências de até 10 kHz. Os TCs, normalmente utilizados na medição de sistemas de transmissão, tem precisão superior a 3%. Se a carga do TC for indutiva, haverá uma pequena defasagem na corrente. Alicates de corrente e dispositivos que utilizam o princípio do efeito Hall, permitem medir corrente sem a interrupção do circuito, fornecendo um sinal isolado, que pode ser conectado diretamente ao instrumento de medida. Bobinas de Exploração – O campo magnético nas proximidades de um condutor ou bobina carrega informações sobre as componentes harmônicas da corrente gerada por este campo. A amplitude da tensão harmônica induzida na bobina de exploração é proporcional à área efetiva do enrolamento, ao número de espiras, a amplitude do campo magnético produzido pela harmônica e a freqüência desta harmônica. Na Figura 2.13 está representada a utilização de uma bobina de exploração na medição de harmônicas de corrente, onde pode-se perceber que o campo magnético deve estar perpendicular à superfície da bobina. Figura 2.13 - Esquema do funcionamento de transdutor bobinado [4]. Esta técnica pode apresentar erros de medição, uma vez que não é possível garantir que o campo magnético induzido na bobina de exploração seja proveniente de uma única 81 fonte, ou seja, o campo magnético resultante pode estar sofrendo influência de outras fontes. Lembrando que a intensidade do campo magnético é inversamente proporcional ao quadrado da distância de sua fonte, de modo a minimizar este problema, é necessário colocar a bobina de exploração a uma pequena distância d do condutor, de modo a garantir que os demais condutores fiquem a uma distância superior à 20d. Desta forma, as medidas feitas neste condutor não serão substancialmente alteradas pelos campos magnéticos dos demais condutores. Bobinas de Rogowski – São bobinas moldadas em plástico sem núcleo metálico, projetadas de modo a evitar problemas de saturação do núcleo. Estas bobinas são indicadas na medição de altas correntes alternadas. 2.3.3.4.2 Transdutores de Tensão Nos sistemas elétricos de média e alta tensão, é necessária a utilização de transdutores de tensão de forma a condicionar os sinais medidos. Estes transdutores são utilizados para atenuar e isolar os sinais medidos. Existem basicamente três tipos de transdutores de tensão. São eles: transformadores de potencial indutivos (TPIs), transformadores de potencial capacitivos (TPCs) e os divisores capacitivos de potência (DCPs). Transformadores de Potencial Indutivos (TPIs) – São os transdutores mais facilmente encontrados no mercado. São projetados para operar na freqüência fundamental da rede elétrica. A ressonância ocorrida nos enrolamentos do TP, devido às harmônicas de tensão, pode causar grandes erros tanto em termos de relação de transformação quanto em termos de defasagem. A Erro! Fonte de referência não encontrada.4, obtida da norma IEEE Std 519-1992, apresenta a variação típica da relação de transformação em função da freqüência do sinal., A precisão da maioria dos TPs é da ordem de 3% (precisão considerada satisfatória), para sinais com freqüência inferior a 5 kHz. 82 Figura 2.14 - Precisão de transformadores de potencial em função da freqüência [4]. Transformadores de Potencial Capacitivos (TPCs) – Os transformadores de potencial capacitivos não podem ser utilizados na medição de harmônicas, pois normalmente, o maior pico de ressonância ocorre em freqüências inferiores a 200 Hz. Divisores Capacitivos de Potencial (DCPs) – Os divisores capacitivos de potencial são facilmente construídos, conforme ilustra a Erro! Fonte de referência não encontrada.5, extraída da norma IEEE Std 519-1992. Nas subestações de alta tensão, a utilização de um isolador com derivação capacitiva, é uma forma conveniente de se medir as componentes de tensão. Para este tipo de medição, é necessária a utilização de amplificadores de instrumentação com alta impedância de entrada. De forma a obter um bom resultado, estes amplificadores devem ser alimentados por baterias, ou utilizar fontes isoladas. As extremidades dos capacitores devem ser as menores possíveis em relação à entrada do analisador de modo a reduzir o erro na medida do ângulo de fase do sinal. Este equipamento tem limitação quanto à carga que ele pode fornecer sem saturar. Desta forma é necessário à utilização de um amplificador com uma alta impedância de entrada. 83 Figura 2.15 - Divisor capacitivo de tensão [4]. 2.4 Indicadores É crescente a demanda por uma melhoria na qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias de energia elétrica aos seus consumidores, os quais exigem uma pronta atuação do órgão regulador em benefício da sociedade. Até o momento, o processo de monitoração da qualidade do serviço oferecido pelas concessionárias baseou-se, principalmente, na coleta e no processamento dos dados de interrupção do fornecimento de energia elétrica (DEC e FEC) informados periodicamente pelas empresas à ANEEL. Os dados são tratados e avaliados pela Agência, que verifica assim o desempenho das concessionárias. Atualmente, está em implantação o Sistema ANEEL de Monitoramento da Qualidade da Energia Elétrica, que dará a Agência acesso direto e automático às informações sobre a qualidade do serviço prestado, sem que a mesma dependa de dados encaminhados pelas empresas. Através de uma conexão telefônica, o Sistema permite imediata recepção dos dados sobre interrupção e restabelecimento no fornecimento de energia elétrica e a conformidade dos níveis de tensão nos pontos em que os equipamentos de monitoração estão instalados. Assim é possível obter automaticamente, os indicadores da qualidade do serviço prestado pelas concessionárias de energia. Com este Sistema, a Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade SFE fará um acompanhamento da qualidade dos serviços prestados de forma mais eficiente, 84 além de dispor de uma ferramenta para permitir auditoria nos dados fornecidos pelas concessionárias. Os indicadores calculados pelo sistema são os de interrupção (DEC, FEC, DIC e FIC) relativos à duração e à freqüência das interrupções por conjunto de consumidores e por consumidor individual além dos de níveis de tensão (DRP, DRC e ICC) relativos à ocorrência da entrega de energia ao consumidor com tensões fora dos padrões de qualidade definidos pela ANEEL. Desta forma, é importante conhecer cada um dos índices utilizados pela agência reguladora. 2.4.1 Indicadores quanto a Interrupções Os indicadores duração equivalente da interrupção da energia elétrica por consumidor do conjunto considerado – (DEC) e de modo individualizado – (DIC) são obtidos pela expressão (2.29), como: n DEC = ∑ Ca( i )T( i ) Cs i =1 (2.29) Onde: n é o número de interrupções; Ca(i) é o número de consumidores atingidos pela i-ésima interrupção da energia elétrica; T(i) é o tempo de duração da i-ésima interrupção; Cs - número total de consumidores do conjunto; Obs.: O indicador DIC é obtido utilizando-se a expressão (2.29) onde Ca(i) = 1 e Cs = 1. Os indicadores freqüência equivalente da interrupção da energia elétrica por consumidor do conjunto considerado. – (FEC) e de modo individualizado (FIC), são obtidos pela equação (2.30), como: n FEC = ∑ Ca (i ) i =1 85 Cs (2.30) O indicador FEC pode ser desdobrando em FEC para interrupções de curta duração, conhecido por FEC curto, para intervalos de tempo menores do que três minutos e FEC, para interrupções com intervalos de tempo maiores ou iguais à três minutos. Onde: n - número de interrupções; Ca(i) - número de clientes atingidos pela i-ésima interrupção de energia elétrica; Cs - número total de consumidores do conjunto; Obs.: O indicador FIC é obtido utilizando-se a expressão (2.30) onde Ca=1 e Cs=1. 2.4.2 Indicadores quanto aos Níveis de Tensão O indicador percentual de consumidores com níveis de tensão de fornecimento inadequados (na ótica do usuário), PQT(O.U.), pode ser obtido por (2.31) como: PQT (OU ) = npi × 100 nct (2.31) Onde: npi - número de consumidores do conjunto que julgam ter níveis de tensão inadequada no período (periodicidade trimestral); nct - número total de consumidores do conjunto considerado; Obs.: Este indicador deverá ser obtido por amostragem, com nível de confiança maior ou igual a 95% e margem de erro inferior a 5%. O indicador percentual de consumidores urbanos com níveis de tensão de fornecimento inadequados, PQT(urb), pode ser obtido em (2.32) como: PQT (urb ) = nci + ncj × 200 × 100 nct (2.32) Onde: nci - número de consumidores urbanos do conjunto considerado com queda de tensão calculada (a partir de circuitos que apresentam queda de tensão) no período (periodicidade trimestral); 86 ncj - número de consumidores urbanos do conjunto com queda de tensão calculada pelas gerências regionais (a partir de cálculo elétrico a ser efetuado em 0,5% dos demais circuitos, escolhidos aleatoriamente, sem registro de queda de tensão) no período; nct - número total de consumidores urbanos do conjunto considerado; Obs.: Os cálculos serão realizados com base na informação contida no sistema de informática de cada concessionária. Os limites de variação de tensões secundárias de distribuição, previstos no indicador PQT(urb), estão representados na tabela 2.5 (Fonte: ANEEL): Tabela 2.5 – Limites de variação de tensões secundárias de distribuição. TENSÃO NOMINAL LIMITE DE VARIAÇÃO (VOLTS) 4 FIOS 2 OU 3 FIOS MÍNIMO MÁXIMO (VOLTS) (VOLTS) 220/127 201/116 229/132 380/220 348/201 396/229 440/220 201 229 230/115 216 230 254/127 116 132 TRIFÁSICO MONOFÁSICO 2.4.3 Novos Indicadores (Convênio ANEEL/AGERGS) Os Indicadores FEV, NEV, VEV, DEV e os com um grau mais elevado de detalhamento como a qualidade da onda (distorções harmônicas, flickers, entre outros), estão em fase de formulação pela ANEEL. Freqüência Equivalente de Violação de Tensão – FEV Representa a proporção de consumidores que receberam energia com níveis de tensão de fornecimento fora dos limites legais. O indicador FEV pode ser obtido por (2.33) como: 87 FEV = Cv Ca (2.33) Onde: Cv é o número de consumidores com violação dos limites de tensão; Ca é o número de consumidores da amostra; Nível Equivalente de Violação de Tensão – NEV Exprime a média dos níveis de tensão fora dos limites legais, referenciada à tensão de fornecimento dos consumidores considerados no FEV. O indicador NEV pode ser obtido pela expressão (2.34) como: Tg − Tl Tf NEV = g =1 z 2 ∑ (2.34) Onde: Tg é o nível de tensão medido fora dos limites estabelecidos em Portaria; Tl é o nível de tensão limite, superior ou inferior; Tf é o nível de tensão de fornecimento; z é o número de violações, superior ou inferior; Dispersão ou Variação Equivalente de Violação de Tensão – VEV Representa a variação relativa do NEV, significando o grau de dispersão de cada medida, em torno da média NEV. Exprime o desvio padrão relativo à média NEV. O indicador VEV pode ser obtido na equação (2.35), como: VEV = ⎞ ⎛ Tg − Tl ⎜ − NEV ⎟⎟ 2 ⎜ ⎠ ⎝ Tf ∑ z − 1 g =1 2 NEV Onde: Tg é o nível de tensão medido fora dos limites estabelecidos em Portaria; Tl é o nível de tensão limite, superior ou inferior; Tf é o nível de tensão de fornecimento; 88 (2.35) z é o número de violações, superior ou inferior; NEV é o nível equivalente de violação de tensão; Duração Equivalente de Violação de Tensão – DEV Exprime a média dos espaços de tempo de ultrapassagem dos limites legais de tensão de cada consumidor, com duração igual ou superior a cinco minutos, no período de observação de vinte e quatro horas. O indicador DEV pode ser obtido em (2.36), como: Cv DEV = x ∑∑ dvu v =1 u =1 Cv (2.36) Onde: Cv é o número de consumidores com violação dos limites de tensão v é o contador do número de consumidores com violação dos níveis de tensão, superior e/ou inferior aos níveis estabelecidos em Portaria, variando de 1 a Cv. dvu é o tempo de permanência da tensão de fornecimento fora dos limites preconizados, referente a cada consumidor v, desde que maior ou igual à cinco minutos x é o número de situações seqüenciais do consumidor v, que violaram os limites preconizados da tensão de fornecimento e com durações maiores ou iguais à cinco minutos, para um ciclo de 24h u é o contador do número de situações seqüenciais do consumidor v, que violaram os limites preconizados da tensão de fornecimento e com durações maiores ou iguais à cinco minutos, para um ciclo de 24 horas, variando de 1 a x 2.4.4 Indicadores - Tempo de Atendimento, Reclamações e Satisfação do Cliente Os indicadores tempo médio de atendimento aos consumidores quando da falha (TAC) e de modo individualizado (TAI) podem ser obtidos por (2.37) como: TAC = 1⎡ n ⎤ ∑ ti n ⎢⎣ i =1 ⎥⎦ Onde: n é o número de interrupções da energia elétrica; 89 (2.37) ti é o tempo decorrido entre a reclamação e o restabelecimento do i-ésimo consumidor. Este indicador pode ser desdobrado em TAC urbano e TAC rural. O indicador nível de reclamações procedentes por 1000 consumidores (NRP) pode ser obtido por (2.38) como: NRP = NR × 1000 NC (2.38) Onde: NR é o número de reclamações procedentes no período; NC é o número de consumidores do conjunto considerado. A ANEEL, na Resolução Nº 382 de 02/12/98, regulamenta que as reclamações deverão ser classificadas por tipo, conforme estabelecido a seguir: Estes indicadores estão em fase de estudo entre a ANEEL e a AGERGS e poderão ser registrados da seguinte forma: Por grupo, subgrupo e conjunto; Nível de tensão do fornecimento de energia elétrica; Serviços fora dos prazos regulamentares ou convencionados contratualmente; Valores cobrados na conta; Conta não entregue; Suspensão do fornecimento; Danos elétricos entre outros. As reclamações recebidas deverão ser registradas a cada mês conforme abaixo: Reclamações recebidas; Reclamações procedentes; Reclamações improcedentes. A concessionária deverá ainda informar o prazo médio para a solução das reclamações procedentes, por tipo e total. Os dados coletados deverão ter tratamento de modo a permitir uma análise mensal e anual, por empresa, grupo, subgrupo e conjunto, faixa de consumo, município e se é rural ou urbano. 90 O desenvolvimento destes e de outros indicadores estão sendo realizados pela ANEEL e pela AGERGS. O nível de satisfação dos clientes (ISC) pode ser obtido por (2.39), como: ISC = Pop.S × 100 Pop.T (2.39) Onde: Pop.S é a parcela da população satisfeita (soma dos conceitos bons e ótimos ou soma dos conceitos satisfeito e muito satisfeito) com os serviços prestados pela empresa. Não estão incluídos os conceitos regular (mais ou menos ou indiferente), ruim e péssimo ou insatisfeito e muito insatisfeito; Pop.T é a população total da amostragem. A duração equivalente da interrupção de energia elétrica para o consumidor Individual (DIC) pode ser obtido pela equação (2.40) como: n DIC = ∑ T (i ) (2.40) i =1 Onde: n é o número de interrupções; T(i) é o tempo de duração da i-ésima interrupção. A freqüência equivalente da interrupção individual de energia elétrica (FIC), pode ser obtida pela expressão (2.41) como: n FIC = ∑ Ca (i ) i =1 Onde: Ca(i) é o número de interrupção do consumidor individual no período; n é o número de interrupções. 91 (2.41) O indicador FIC pode ser desdobrado em FIC de curta duração, para intervalos de tempo menores do que três minutos e FIC, para intervalos de tempo maiores ou iguais à três minutos. 2.4.5 Indicadores Comerciais O indicador qualidade de faturamento (QF) pode ser obtido em (2.42) como: QF = NCA × 100 CL (2.42) Onde: NCA é o número de contas de luz anuladas e/ou refaturadas no período do conjunto CL é o número de contas lidas no período do conjunto Outros indicadores em estudo pela ANEEL/AGERGS são: Tempo máximo para responder ao consumidor quando da reclamação sobre o faturamento, a contar do momento da solicitação - TMRF. Tempo máximo para efetuar nova ligação de energia elétrica (em um ponto onde há rede elétrica e a mesma não precisa de reforço) a contar do momento da solicitação - TMNL1 Tempo máximo para efetuar nova ligação de energia elétrica (em um ponto onde ainda não há rede elétrica) a contar dos estudos concluídos e dos compromissos contratuais e legais obedecidos – TMNL2 Tempo máximo para responder solicitação de nova ligação de energia elétrica em um ponto onde não há rede elétrica – TMRPL1 Tempo máximo para responder a solicitação de nova ligação de energia elétrica para prédios comerciais, industriais ou condomínios residenciais em local onde há rede de distribuição – TMRPL2. Tempo máximo para responder reclamações de consumidores – TMRR 92 Tempo máximo admissível para investigação de reclamação de queda de tensão – TMIQT Tempo mínimo para avisar consumidores a respeito de interrupções programadas de energia elétrica – TMIP Pagamento de Indenização pelo Concessionário ao Consumidor por Violação dos Indicadores Previstos no Contrato de Concessão – PIVCC Estes indicadores estão definidos em (2.43) à (2.52) como: TMRF ≤ x (2.43) TNNL.1 ≤ x (2.44) TMNL.2 ≤ x (2.45) TMNL.2 ≤ x (2.46) TMRPL.1 ≤ x (2.47) TMRPL.2 ≤ x (2.48) TMRP ≤ x (2.49) TMIQT ≤ x (2.50) TMIP ≤ x (2.51) PIVCC ≤ x (2.52) Onde: O valor de "x" será definido pela AGERGS/ANEEL; A Unidade será em dias. A taxa de reclamações por grupo de 100 mil consumidores (TRC) pode ser definida em (2.53) como: TRC = R × 100.000 NC Onde: 93 (2.53) R é o número de reclamações de consumidores à concessionária; NC é o número de consumidores do conjunto considerado. O indicador deve ser apurado mensalmente, trimestralmente e anualmente e deverá ser desdobrado pelos tipos de reclamações (reclamações de queda de tensão, de faturamento, de interrupções elétricas, de atendimento inadequado etc.). A taxa percentual de solução de reclamações (TS), é definida em (2.54) como: TS = RR × 100 R (2.54) Onde: RR é o número de reclamações de consumidores resolvidas satisfatoriamente (do ponto de vista do consumidor) em 24 horas; R é o número total de reclamações do período. O percentual de reclamações de queda de tensão (PRTR), é descrito pela equação (2.55) como: TS = NRTR × 100 NRT (2.55) Onde: NRTR é o número de reclamações de tensão resolvidas em menos de 60 dias; NRT é o número total de reclamações de tensão existentes. O nível de universalização dos serviços de energia elétrica em domicílios urbanos – NU(u) é definido em (2.56) como: NU (u ) = NDA(u ) × 100 NTD (2.56) O nível de universalização dos serviços de energia elétrica em domicílios rurais – NU(r) é definido em (2.57) como: NU (r ) = NDA(r ) × 100 NDT 94 (2.57) Onde: NDA(u) é o número de domicílios urbanos do conjunto atendidos por energia elétrica no período NDA(r) é o número de domicílios rurais do conjunto atendidos por energia elétrica no período NTD é o número total de domicílios do conjunto considerado Obs.: O período de apuração anual é encerrado em dezembro de cada ano. A matriz de qualidade técnica da J-ésima cidade ou região (MQTJ) é definida pela equação (2.58) como: K ⎡ lij ⎤ ∑ ⎢ ⎥ × pi × 100 i =1 ⎣ Li ⎦ MQTJ = n ∑ Pi n (2.58) i =1 Onde: Iij é o desempenho verificado no i-ésimo indicador técnico pi pi é o peso atribuído ao i-ésimo indicador Li é o valor limite máximo admitido para o i-ésimo indicador considerado K é igual a 1 para indicador decrescente K é igual a -1 para indicador crescente Obs.: Pi e Li devem ser positivos e não nulos. O Período de apuração anual encerra em dezembro de cada ano. 2.5 Conclusão Neste capítulo foram tratados tópicos relacionados com o estado da arte em Qualidade de Energia. Nele foram abordados os fatores que afetam a qualidade dos serviços prestados aos consumidores, como: Transitórios, variações de curta duração, variações de longa duração, desbalanceamento, distorções na forma de onda, flutuação da tensão e variações de freqüência. Também foram abordados aspectos relacionados com as harmônicas e sua influência nas distorções presentes na rede de distribuição e principalmente, os indicadores de qualidade de energia definidos pela ANEEL e a sua importância para a definição de índices de 95 qualidade. Os indicadores relacionados com a qualidade de energia foram: Indicadores de interrupção, nível de tensão, tempo de atendimento, reclamações e satisfação do cliente, indicadores comerciais, bem como os novos indicadores que estão sendo propostos pela ANEEL/AGERGS. 96 CAPÍTULO 3 SISTEMA DE MEDIÇÃO E OS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 97 3 Sistema de Medição e os Resultados Experimentais....................................................99 3.1 Introdução................................................................................................................ 99 3.2 A Subestação ......................................................................................................... 100 3.2.1 O Transformador ............................................................................................100 3.2.2 Os Transformadores de Tensão e Corrente (TPs e TCs) ................................102 3.2.3 A Chave de Aferição ......................................................................................104 3.2.4 O Computador ................................................................................................105 3.2.5 O Qualímetro ..................................................................................................106 3.3 Programas .............................................................................................................. 108 3.3.1 ION Enterprise................................................................................................109 3.3.1.1 Gerenciador de Relatórios (Report View Mananger)................................................................110 3.3.1.2 ION Designer e Network Builder .............................................................................................110 3.3.1.3 Base de Dados SQL ..................................................................................................................111 3.3.1.4 Virtual ION Processor - VIP.....................................................................................................111 3.3.1.5 Designer....................................................................................................................................111 3.4 Resultados Experimentais ..................................................................................... 112 3.4.2 Medições Periódicas..........................................................................................113 3.4.3 Medição dos Fenômenos de Variação de Tensão e Transitórios ......................121 3.4.3.1 Sobretensões .............................................................................................................................122 3.4.3.2 Subtensões ................................................................................................................................142 3.4.2 Transientes.........................................................................................................149 3.5 Conclusão .............................................................................................................. 152 98 3 SISTEMA DE MEDIÇÃO E OS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 3.1 Introdução O sistema implementado é capaz de coletar, processar e disponibilizar dados de modo a permitir a visualização de índices que meçam o desempenho do sistema de energia. Foram utilizados equipamentos que utilizam técnicas de processamento digital de sinais, capazes de determinar tensão e corrente em tempo real, analisar transientes, correntes harmônicas, afundamentos de tensão entre outros, além de possíveis falhas que possam ou não ocorrer nas diferentes cargas. O prédio 30 da PUCRS possui grande número de cargas não lineares. Isto o torna adequado ao estudo proposto, pois o objetivo desta dissertação é monitorar um sistema de distribuição com características peculiares, próprias de ambientes universitários. O Objetivo é analisar os principais problemas associados ao tema qualidade de energia, principalmente no que diz respeito às harmônicas, avaliar qual o impacto dos distúrbios elétricos em média tensão no meio acadêmico, e quais os prejuízos decorrentes destes eventos. Dentro do prédio estão abrigados diversos laboratórios de pesquisa e de desenvolvimento, além de um grande número de equipamentos sensíveis a distúrbios elétricos. Muitas vezes os danos causados a estes equipamentos têm de ser ressarcidos pela Universidade ou mesmo pela concessionária, gerando custos adicionais desnecessários. Além disto, o prédio 30 da Faculdade de Engenharia da PUCRS (FENG) é o prédio que abriga o LEPUC (Laboratório de Eletrônica de Potência da PUCRS), o qual é responsável pela execução deste projeto. Levando em conta as condições técnicas das instalações elétricas e de comunicação de dados entre o qualímetro e o servidor, tais como disponibilidade de um ponto de conexão de rede dentro da subestação, existência de tomada de força estabilizada, ambiente protegido contra intempéries e de difícil acesso a pessoas não autorizadas. Estas condições são essenciais para o funcionamento dos equipamentos dentro da configuração pretendida. Pensando não só nas necessidades imediatas do projeto de pesquisa ao qual esta dissertação está vinculada, mas também na possibilidade de continuação deste projeto e no surgimento de novas aplicações, foi selecionado o qualímetro modelo ION 8500, pois o mesmo apresenta muitos recursos interessantes, os quais serão descritos de forma sucinta, no decorrer deste trabalho. 99 3.2 A Subestação Trata-se de uma subestação localizada no subsolo do prédio 30, em uma sala de alvenaria, com grades e persianas metálicas nas janelas e na porta, bem como uma divisória em seu interior, que isola o transformador de eventuais usuários que acessam a sala. Os equipamentos que compõem o sistema são descritos a seguir. 3.2.1 O Transformador A subestação utiliza um transformador da marca TRAFO, cujas especificações técnicas estão impressas nos dados de placa como sendo: • PI 304001 • Norma EB-91/71 • Fabricação 12/82 • N° 57832-G • Tipo TUC 500/ 15/ 1,2 • 3 fases • 500 kVA • 60 Hz • Líquido natural • Regime contínuo E l • Temperatura dos enrolamentos - 55 °C e do óleo - 50 °C Entrando em contato com o fabricante do transformador, foi ainda possível obter as 100 seguintes características técnicas: • Resistência do enrolamento do primário: 75,3 ohms; • Resistência do enrolamento do secundário: 0,0038 ohms; • Indutância parasita do primário: 245 mH; • Indutância parasita do secundário: 0,01 mH; • Indutância de magnetização do ponto de vista do primário: 1,3mH; • Número de espiras do primário: 1304; • Número de espiras do secundário: 12; • Corrente de Curto Circuito: 22,2 x Inom. A Figura 3.1 apresenta o aspecto físico do transformador da subestação, bem como o isolamento feito em torno do mesmo. O acesso ao transformador só é permitido por pessoas autorizadas da divisão de obras. Figura 3.1 - Aspecto físico do Transformador de 13.8 kV 101 3.2.2 Os Transformadores de Tensão e Corrente (TPs e TCs) A instalação de TCs e TPs na rede de alimentação de uma subestação de 13,8 kV, não é uma tarefa simples, pois a mesma apresenta uma série de dificuldades operacionais, a começar pela instalação, que necessita ser feita por profissionais habilitados, que estejam familiarizados com equipamentos e instalações de alta tensão. Além disto, é necessário agendar previamente, o desligamento da energia elétrica de todo o prédio. A Figura 3.2 ilustra a instalação dos TCs e TPs junto ao transformador. Para esta tarefa, a PUCRS cedeu sua equipe de profissionais da divisão de obras. Figura 3.2 - Instalação dos TPs e TCs na subestação do prédio 30 da PUCRS No condicionamento dos sinais foram utilizados transformadores de tensão modelo VFI-15 que possuem as seguintes características técnicas: • Utilizados para medição e proteção; • Isolamento em resina epóxi; • Primário enrolado; • Terminais do primário feitos em cobre; • Marcação permanente do primário e do secundário; • Relação nominal de 70:1; • Classe de isolamento de 15 kV; • Nível de isolamento de 110 kV; 102 • Potência térmica acima de 500 VA; • Atende as normas NBR-6855/92, IEC-44.2, ANSI C-57.13; A Figura 3.3 apresenta o aspecto físico dos transformadores empregados no condicionamento dos sinais de tensão. Figura 3.3 - Transformadores de tensão modelo VFI-15 No condicionando dos sinais de corrente, foram utilizados transformadores de corrente modelo SC, que possuem as seguintes características técnicas: • Utilizados para medição e proteção; • Isolamento em resina epóxi; • Primário enrolado; • Terminais do primário feitos em cobre; • Marcação permanente do primário e do secundário; • Polaridade Subtrativa; • Relação Nominal de 20:1 • Classe de isolamento de 15 kV; • Nível de isolamento de 110 kV; 103 • Fator térmico 1.2 (In); • Corrente térmica dinâmica (Ith) 80 (In) • Corrente para efeito dinâmico (Idyn) 2.5 xIth (In) • NBR-6856/92, IEC-44.1, ANSI C-57.13 A Figura 3.4 apresenta o aspecto físico dos transformadores empregados no condicionamento dos sinais de corrente. Figura 3.4 - Transformadores de corrente modelo SC 3.2.3 A Chave de Aferição É o dispositivo responsável pela interrupção dos sinais do qualímetro junto à rede elétrica, abrindo os sinais condicionados de tensão e corrente, sem interromper o fornecimento de energia para o funcionamento do medidor. Este dispositivo além de interromper os sinais condicionados de tensão e corrente, coloca ao mesmo tempo um curto circuito no secundário dos transformadores de corrente, pois os mesmos não podem trabalhar sem carga. A chave utilizada foi a do modelo BTS fabricada pela FARCEL, para ligação dos TPs e TCs junto ao qualímetro. A Figura 3.5 apresenta o aspecto físico da chave de aferição empregada na interrupção dos sinais de entrada do qualímetro junto à rede elétrica. 104 Figura 3.5 - Chave de Aferição. 3.2.4 O Computador De modo a poder armazenar e processar os dados, programar o qualímetro, bem como disponibilizar estes dados via rede de dados da PUCRS, foi implantado dentro da subestação uma conexão a um computador do tipo PC, conforme ilustra a figura 3.6, o qual conta com as seguintes especificações técnicas: • Processador Pentium 4 3GHz; • 1 GB de memória RAM; • Gravador de CD e de DVD; • 02 HD de 120 GB; • Monitor de vídeo 19 polegadas, teclado, mouse, e placa de rede. 105 Figura 3.6 - Servidor de dados conectado ao ION 8500. 3.2.5 O Qualímetro Para fazer o monitoramento das tensões, correntes e harmônicas, foi escolhido o qualímetro ION 8500, da Power Measurement, o qual possui as seguintes características: • Medição trifásica de tensão, corrente e potência; • Obtenção de valores instantâneos de tensão, corrente, freqüência e fator de potência nas três fases; • Medição de energia bi-direcional, absoluta, rede, tempo de uso; • 256 amostras por ciclo; • Medição de distorção harmônica individual e total até a 63ª harmônica; • Medição de magnitude e fase de harmônicas, e medição de inter-harmônicas; • Medição de afundamentos e sobretensões (SAG / SWELL); • Gravação das formas de onda; • Detecção de transientes; • Detecção do fator de Crista; • Detecção de flicker (Cintilação); • Captura a duração de desligamentos e o nível de tensão durante desligamentos trifásicos; O ION8500 possui uma série de requisitos de comunicação que permitem a conectividade do mesmo através de diversos dispositivos, tais como: • Comunicação de alarmes e dados via rede ou Internet; 106 • Duas portas RS-485. Opcionalmente uma das portas pode ser transformada em RS-232; • Uma porta ótica no painel frontal; O ION8500 possui uma série de recursos para captura e armazenamento dos dados coletados, tais como: • Número máximo de ciclos para captura contínua de formas de onda é 171.000 (16 amostras /ciclo X 96 ciclos); • Detecção de transientes maiores que 65us em 60 Hz; • Programa multi-usuário, com diversos níveis de segurança; • Permite a personalização de fórmulas utilizando os operadores aritméticos (+, x, -, /), comparativos (<, >, =, ≥, ≤, ≠), lógicos (AND, OR, NOT, TRUE, FALSE, IF), trigonométricos (SIN, COS, TAN, ASIN, ACOS, ATAN) e algébricos (PI, SQRT, POWER, SUM, SUMSQ, AVG, RMS, LOG10, LN, MAX, MIN); • Funções de segurança. O acesso à informação do medidor pode ser controlado e customizado para até 16 usuários com níveis de segurança que variam do acesso à leitura até direitos administrativos. • Função de auto-diagnóstico, que executa verificações avançadas do equipamento, inclusive do programa interno e dos dados registrados na partida e em uma base contínua. O monitoramento é continuo e as irregularidades são registradas e podem ser extraídas mediante leitura dos arquivos de “log” (através da conexão de rede), embora os avisos de erros críticos sejam indicados imediatamente no visor do painel frontal, para fácil identificação dos mesmos. • É compatível com o programa Power Measurement ION Enterprise, junto com o qual compõem um sistema completo de monitoração de energia, análise e sistemas de controle baseado em PC que permite desfrutar de todas as funções avançadas da série ION 8000. O ION8500 tem as seguintes características de precisão: • Tensão (L-L) (L-N) 0.1%; • Freqüência (47 – 63 Hz) ±0.02Hz; 107 • Corrente (I1, I2, I3) 0.1% + 0.002%; • Corrente (I4) 0.4%; • kW, kVAR, kVA (com fator de potência unitário) 0.2% + 0.001%; • kW, kVAR, kVA (±0.5 do fator de potência) 0.3% + 0.003%; • Harmônicas (até a 63ª) 1%; • Fator K 5%; • Fator de Crista 1% da escala total. O ION8500 trabalha dentro das seguintes condições ambientais: • Temperatura de operação: -40°C to 85°C; • Umidade: 5% a 95% não condensada. A Figura 3.7 apresenta o aspecto físico do qualímetro utilizado para a aquisição de dados, onde é possível observar no painel do mesmo, um display LCD com indicações completas do estado do equipamento, bem como uma conexão ótica para comunicação isolada entre o qualímetro e um computador. Figura 3.7 - Ion 8500. 3.3 Programas O pacote de programas que acompanha o equipamento possui uma série de recursos, permitindo várias formas de interação com o equipamento e com os dados que o mesmo disponibiliza. Com este pacote é possível até mesmo trabalhar com diversos equipamentos simultaneamente e realizar o gerenciamento de demandas e o monitoramento da qualidade de energia em diversos pontos. 108 O fabricante denomina o conjunto destes programas de “ION Enterprise”. Este pacote permite entre outras coisas, que o usuário disponibilize dados na internet, de modo a permitir a visualização de dados por usuários cadastrados ou não, embora não permita que os mesmos interfiram no sistema. Funcionando como servidor, o computador conectado ao qualímetro armazena dados, realiza atualizações de programas, gerencia as conexões de rede e gera relatórios. Estas funções estão disponíveis de forma restrita ou não, de acordo com o nível de privilégio do usuário. Convém observar que todas estas funções ocupam o servidor de tal forma que é conveniente tê-lo dedicado ao sistema, em tempo integral. 3.3.1 ION Enterprise É o pacote de programas fornecidos pela Power Measurement, para monitoramento, análise e controle de potência utilizado em conjunto com o qualímetro ION8500. A tela de abertura do programa de supervisão, conhecido como “VISTA”, está representada na Figura 3.8, onde é possível observar diversos botões. Esta tela pode ser configurável pelo usuário, dando mais flexibilidade ao sistema. Figura 3.8 - Tela do Vista. Com programa de supervisão VISTA podem ser realizadas as seguintes funções: • Análise da qualidade de energia; • Armazenamento de dados históricos e eventos em uma base de dados e compartilhamento destes dados em rede; • Captura de dados mediante conexões em série, por modem ou rede; • Personalização de gráficos e de alarmes; 109 • Análise e criação de relatórios sobre o perfil de qualidade de energia tomando como base os eventos; • Análise das perturbações mediante o traçado das formas de onda, curvas e histogramas; • Controle e processamento de dados de diversos medidores e início de ações ou alarmes em função dos resultados; • Proporciona visualização gráfica da informação em tempo real, análise e histórico dos dados já armazenados, informações sobre o estado do equipamento além de oferecer opções de controle. A Figura 3.9 apresenta um gráfico de Sag-Swell. • Permite representar os valores de medição em forma de leituras digitais, instrumentos virtuais ou gráficos de barras. • Gera gráficos de tendências, que tornam possível a rápida compreensão da evolução do sistema conectado ao servidor; Figura 3.9 - Tela do Vista. O Pacote do “ION Enterprise” possui ainda os seguintes módulos: 3.3.1.1 Gerenciador de Relatórios (Report View Mananger) • Elabora informes personalizados sobre o perfil da carga, distribuição de custos e da qualidade de energia; • Orienta o usuário na elaboração e atualização dos relatórios. 3.3.1.2 ION Designer e Network Builder • Permitem configurar graficamente e personalizar os medidores e o software “ION Enterprise” em toda rede. 110 3.3.1.3 Base de Dados SQL • Base de dados que registra todos os dados do sistema. • Organizador da base de dados (The Database Archiver) permite que o usuário arquive uma base de dados e até retire dados (recorte) sem parar o motor da base de dados. O organizador também permite especificar os tipos de registros do ION que você quer gravar ou apagar (registros de eventos, registros de dados, ou registros de forma de onda). • A manutenção da base de dados deve ser uma prioridade do administrador, é necessário assegurar-se de que a informação armazenada na base de dados do ION esteja sempre segura e disponível quando necessária. Arquivar regularmente a base de dados é o único método que garante para manter uma base de dados integra e sem perdas inesperadas. 3.3.1.4 Virtual ION Processor - VIP • Coordena a aquisição, processamento e controla funções de grupos de medidores. • O VIP permite coletar a informação disponível na rede de monitoração dos dispositivos. Também é possível catalogar, manipular, e/ou customizar dados antes de distribuir a informação aos diferentes departamentos que tem acesso ao sistema. O VIP pode ser compreendido como um dispositivo virtual, capaz de coletar e processar dados de diversos dispositivos, analisar a informação e executar funções de controle se necessário. As principais características do VIP são que ele funciona na memória de seu PC, não como um dispositivo remoto e contém uma ampla gama de módulos, que usa para processar a informação. 3.3.1.5 Designer • Permite configurar nós na rede. Um nó pode ser um programa que funciona em uma estação de trabalho, por exemplo, o usuário do registro do ION ou o processador virtual do ION (VIP). Pode também ser um dispositivo eletrônico inteligente independente (IED), como medidores da série do ION 8000 ou 7000. O “Designer” fornece um ambiente gráfico onde podemos facilmente visualizar uma configuração, e onde podemos ligar os módulos do ION para customizar uma aplicação particular. 111 • Com a representação gráfica de um nó, podemos facilmente cortar, copiar e colar funções dentro de um único nó ou entre nós, isto permite programar muitos nós, de forma rápida e eficiente. • Cada nó do ION contém certo número de módulos do ION. As ligações entre estes módulos são indicadas graficamente em um diagrama do nó. O diagrama do nó mostra todos os módulos programados atualmente no nó, além de indicar com linhas quais módulos são ligados entre si. Fornece também o acesso aos registros da instalação de cada módulo, possibilitando ajustá-los apropriadamente. 3.4 Resultados Experimentais A parte inicial deste capítulo foi utilizada para descrever o sistema de monitoramento implementado na rede de distribuição do prédio 30 da PUCRS, com o objetivo de orientar a construção de índices de qualidade do sistema elétrico deste prédio. Para tanto, a subestação de energia foi monitorada por seis meses e 13 dias, no período compreendido entre os dias 18 de dezembro de 2004 e 30 de junho de 2005. Os dados obtidos neste período foram analisados, de forma a obter índices quem garantissem a conformidade, no que diz respeito a qualidade de energia, das leituras realizadas com os parâmetros exigidos pela ANEEL. Cabe ressaltar que não existe nenhuma referência, entre as normas e regimentos da ANEEL, no que diz respeito à conformidade com relação à qualidade de energia, porém as concessionárias têm adotado os mesmos regimentos usualmente utilizados para a transmissão de energia. Na resolução 505, de 26 de novembro de 2001, a ANEEL estabeleceu disposições relativas à conformidade dos níveis de tensão de energia elétrica em regime permanente. Neste documento foram especificados somente os níveis de tensão para a distribuição e transmissão de energia elétrica. Neste trabalho, serão utilizados como referência, a resolução 505 da ANEEL e os padrões recomendados para transmissão de energia elétrica, assumindo que os mesmos são válidos também para a distribuição de energia elétrica. De forma a obter parâmetros, no que diz respeito à qualidade de energia do sistema de distribuição do Prédio 30, foram monitoradas a tensão e a corrente de entrada nas três fases do transformador da subestação deste prédio e a partir destes dados, foram extraídas as informações referentes à potência, ao fator de potência e a distorção harmônica total (THD). Além destes parâmetros, o sistema monitorou a ocorrência de afundamentos, elevações e transientes na tensão fornecida pela concessionária. A medição destes fenômenos e a análise dos dados obtidos durante o período de monitoramento serão apresentados a seguir. 112 3.4.2 Medições Periódicas Os valores eficazes de tensão e corrente nas três fases do transformador foram medidos em intervalos de 15 minutos, coletando-se 10 ciclos completos da rede elétrica por amostra, onde cada ciclo é composto de 256 pontos. Foram efetuadas as médias destes ciclos, de forma a buscar diminuir o efeito de transientes nas medidas e, sobre estas médias, foram efetuados os cálculos para determinar os valores eficazes de tensão e corrente. No total, foram analisadas 18441 amostras de corrente e tensão eficazes, obtidas no período de monitoramento da subestação. A Figura 3.10, representa o comportamento da tensão de linha no primário do transformador, onde é possível perceber que os valores de tensão mantiveramse dentro da faixa dos 12568 Volts e 13641 Volts. 7 Figura 3.10 - Tensão de linha com amostragem de 15 minutos. A Tabela 3.1 apresenta de forma resumida, o comportamento da tensão de linha, onde é possível observar as variações ocorridas durante o período de monitoramento, que ficaram entre 95,2% e 103,3%, em relação à tensão nominal de 13,2 kV. A resolução 505 da ANEEL, de 26 de novembro de 2001, estabelece os limites mínimo e máximo da tensão fornecida aos consumidores, que deve estar entre 93% e 105% da tensão nominal. Neste caso, as tensões fornecidas pela concessionária estiveram sempre dentro da faixa considerada adequada, durante todo o período de monitoramento. 113 Tabela 3.1 – Resumo dos dados da tensão de linha. Média (V) Desvio Padrão Valor Máximo Valor Mínimo (V) (V) (V) Vab 13095 133,1 13481 12568 Vbc 13240 142,6 13641 12678 Vca 13187 120,3 13577 12708 Média 13174 131,5 13558 12651 Na Figura 3.11, pode-se observar o comportamento da média das tensões de linha das três fases, ou seja, cada ponto corresponde à média dos valores eficazes das tensões de linha (Vab, Vbc e Vca), cujos valores são obtidos a partir da média dos 10 ciclos de rede para cada amostra coletada. Na tabela 3.1 também é possível verificar que a média da tensão nas 3 fases foi de 13174 Volts, ou seja, a variação corresponde à 99,8% da tensão nominal. Vll avg mean 13600 Vll avg mean 13500 13400 13300 13200 13100 13000 12900 12800 12700 12600 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.11 - Média das Tensões de linha entre as 3 fases com amostragem de 15 minutos. De forma semelhante ao processo de monitoramento da tensão, os valores eficazes de corrente foram obtidos a partir da amostragem feita em intervalos de 15 minutos, onde cada amostra é obtida a partir da média de 10 ciclos da rede elétrica (de forma a diminuir o efeito de transientes presentes nas medições), sobre a qual é calculado o valor eficaz da corrente. As 114 Figuras 3.12, 3.13 e 3.14, representam o comportamento das correntes nas fases “a”, “b” e “c”, respectivamente, durante o intervalo de monitoramento. Figura 3.12 - Corrente na Fase “a”, amostrada de 15 em 15 minutos. I b mean 23 I b mean 18 13 8 3 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.13 - Corrente na Fase “b”, amostrada de 15 em 15 minutos. 115 I c mean 23 I c mean 18 13 8 3 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.14 - Corrente na Fase “c”, amostrada de 15 em 15 minutos. Tabela 3.2, apresenta de forma resumida, as variações de corrente ocorridas nas três fases, durante o período de monitoramento. Como podemos observar, a corrente esteve sempre situada na faixa entre 3,74 A e 25,20 A, sendo que a média foi de 8,85 A. Tabela 3.2 – Resumo dos dados de corrente nas três fases. Média (A) Desvio Padrão Valor Máximo Valor Mínimo (A) (A) (A) Ia 8,85 4,23 24,53 3,77 Ib 8,75 4,08 23,96 3,74 Ic 8,97 4,32 25,20 3,76 Média 8,85 4,21 24,50 3,77 Na Figura 3.15 podemos observar o comportamento da média das correntes nas três fases, durante o período de monitoramento. 116 I avg mean 23 I avg mean 18 13 8 3 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.15 - Média da corrente nas três fases amostradas de 15 em 15 minutos. A partir dos dados de tensão e corrente, o próprio registrador fornece um relatório do comportamento da potência consumida no Prédio 30, durante o intervalo de monitoramento. As Figuras 3.16, 3.17 e 3.18 representam as potências ativa, reativa e aparente, respectivamente. kW tot mean 500 kW tot mean 450 400 350 300 250 200 150 100 50 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.16 - Potência Ativa consumida durante o monitoramento. 117 kVAR tot mean 210 190 170 150 130 110 90 70 50 30 10 18/12/04 kVAR tot mean 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.17 - Potência Reativa consumida durante o monitoramento. kVA tot mean 550 500 kVA tot mean 450 400 350 300 250 200 150 100 50 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.18 - Potência Aparente consumida durante o monitoramento. A Tabela 3.3 apresenta um resumo do consumo de energia gasto no prédio 30, durante o intervalo de monitoramento. A subestação do Prédio 30 foi projetada para fornecer 500 kVA, porém como é possível observar na Figura 3.18, este valor foi ultrapassado em certos momentos, chegando atingir um consumo de 536,1 kVA, ou seja, o consumo superou em 7,22% a potência nominal do transformador. A combinação de fatores - transformador trabalhando em plena carga e a presença de cargas não lineares no sistema pode gerar transtornos aos seus consumidores, devido ao surgimento de harmônicas de tensão no barramento de baixa tensão. 118 Tabela 3.3 – Resumo das Potências Ativa, Reativa e Aparente. Média Desvio Padrão Valor Máximo Valor Mínimo Potência Ativa (kW) 181,1 85,9 502,4 77,3 Potência Reativa (kVAR) 72,0 34,3 204,1 25,9 Potência Aparente (kVA) 195,1 92,0 536,1 82,0 O Fator de Potência também foi medido durante o período de monitoramento, onde foi possível determinar um fator de potência médio de 0,908, tendo atingido um valor máximo de 0,960 e mínimo de 0,850. O fator de potência mínimo ocorreu durante o período de férias da Universidade, como pode ser visto na Figura 3.19, que sinaliza com uma diminuição do seu valor entre os meses de dezembro e março. Fora deste intervalo, o fator de potência tende a se manter em torno de 0,92. PF lag mean 0,96 0,94 0,92 0,9 0,88 0,86 PF lag mean 0,84 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.19 - Fator de Potência. A Figura 3.20 representa o comportamento da freqüência de operação da rede de distribuição. Como é possível observar, ocorreram variações entre 59,93 Hz e 60,08 Hz, porém na maior parte do tempo, a freqüência se manteve dentro da faixa de 60 ± 0,03 Hz. 119 Freq mean 60,08 60,06 60,04 60,02 60 59,98 59,96 59,94 Freq mean 59,92 18/12/04 17/1/05 16/2/05 18/3/05 17/4/05 17/5/05 16/6/05 Figura 3.20 - Freqüência. Outro dado obtido durante o período de monitoramento foi a distorção harmônica total (THD) da tensão e da corrente. Nas Figuras 3.21 e 3.22 pode-se observar a variação da THD na tensão e na corrente, respectivamente, durante o período de monitoramento. Estes resultados estão sintetizados na Tabela 3.4. A THD da tensão esteve sempre entre 1,639% e 5,016%, ou seja, dentro da faixa aceitável, segundo a norma IEEE Std. 519-1992 [7]. Figura 3.21 - THD de Tensão nas três fases. 120 Já a THD da corrente esteve sempre dentro da faixa entre 1,541% e 19,026%, estando na média em 6,889%. Porém, não foi realizada uma análise do conteúdo individual das harmônicas de corrente, o que não nos permitiu verificar se houve ou não, um conteúdo harmônico que fosse considerado prejudicial ao sistema de acordo com a norma IEEE Std. 519-1992 [7]. Figura 3.22 - THD de Corrente nas três fases. Tabela 3.4 – Resumo da THD de tensão e de corrente. THD Média Desvio Padrão Valor Máximo Valor Mínimo Va 2,962 0,539 4,645 1,639 Vb 2,839 0,487 4,428 1,756 Vc 2,997 0,625 5,016 1,641 Ia 6,669 2,695 16,466 1,542 Ib 6,640 2,421 16,138 1,541 Ic 7,359 2,793 19,026 1,637 3.4.3 Medição dos Fenômenos de Variação de Tensão e Transitórios O sistema de monitoramento implementado é capaz de obter em tempo real, entre outras informações, os níveis de tensão presentes nos barramentos, de forma a permitir avaliar a ocorrência de fenômenos causados por distúrbios eletromagnéticos e armazenar estas 121 informações no banco de dados SQL, quando houver a ocorrência destes fenômenos. Este sistema foi configurado para capturar informações de sobretensões, subtensões, transitórios e flutuações de tensão (“flicker”), porém não foram relatadas ocorrências significativas dentro da base de dados armazenada, no que diz respeito a flutuações de tensão. 3.4.3.1 Sobretensões O ION8500 foi configurado de forma a capturar as informações necessárias para análise da severidade de ocorrências de sobretensão, ou seja, quando fossem detectadas sobretensões acima 1,05pu. Nestas situações o registrador de qualidade deveria armazenar as amplitudes nas três fases e a duração destes eventos. Nas Figuras 3.23 até 3.61 podemos observar os gráficos relativos à captura de sobretensões, onde, no eixo “y” tem-se a relação percentual entre a tensão registrada e a tensão nominal e no eixo “x”, a duração do evento. O fenômeno de sobretensão foi o que ocorreu em maior número, fazendo-se necessário à análise dos mesmos em ciclos de 15 dias, de forma a reduzir o volume de dados. Entretanto, em alguns períodos, constatou-se que devido o grande número de eventos ocorridos, não era possível realizar a análise dos dados com os equipamentos disponíveis, mesmo com uma base de tempo de 15 dias. Foram registrados este elevado número de ocorrências nos períodos entre 01/02/2005 e 15/02/2005 e entre 15/05/2005 e 30/06/2005. Nestes intervalos de tempo, optou-se por não relatar ocorrências com 1,05pu de amplitude na fase “c”, pois foi onde se observou o maior número de ocorrências. Aos gráficos que sinalizam as ocorrências de sobretensões, foi adicionada a curva ITIC (Information Technology Industry Council) (curva de tolerância), de modo a separar ocorrências de baixa e alta intensidade. Como é possível de se observar, não ocorreram sobretensões que saíssem da região de operação segura. 122 Figura 3.23 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 18/12/2004 até 31/12/2004. Figura 3.24 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 18/12/2004 até 31/12/2004. 123 Figura 3.25 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 18/12/2004 até 31/12/2004. Figura 3.26 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 01/01/05 a 15/01/05. 124 Figura 3.27 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/01/05 a 15/01/05. Figura 3.28 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/01/05 a 15/01/05. 125 Figura 3.29 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/01/05 a 31/01/05. Figura 3.30 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/01/05 a 31/01/05. 126 Figura 3.31 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/01/05 a 31/01/05. Figura 3.32 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 01/02/05 a 15/02/05. 127 Figura 3.33 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 01/02/05 a 15/02/05. Figura 3.34 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/02/05 a 15/02/05, sem as sobretensões de 1,05pu. 128 Figura 3.35 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/02/05 a 28/02/05. 7 Figura 3.36 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/02/05 a 28/02/05. 129 Figura 3.37 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/02/05 a 28/02/05. Figura 3.38 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 01/03/05 a 15/03/05. 130 Figura 3.39 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 01/03/05 a 15/03/05. Figura 3.40 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/03/05 a 15/03/05. 131 Figura 3.41 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/03/05 a 31/03/05. Figura 3.42 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/03/05 a 31/03/05. 132 Figura 3.43 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) na fase “c” do período de 15/03/05 a 31/03/05. Figura 3.44 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 1/04/05 a 15/04/05. 133 Figura 3.45 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/04/05 a 15/04/05. Figura 3.46 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/04/05 a 15/04/05. 134 Figura 3.47 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) na fase “a” do período de 15/04/05 a 30/04/05. Figura 3.48 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/04/05 a 30/04/05. 135 Figura 3.49 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/04/05 a 30/04/05. Figura 3.50 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 1/05/05 a 15/05/05. 136 Figura 3.51 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/05/05 a 15/05/05. Figura 3.52 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/05/05 a 15/05/05. 137 Figura 3.53 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/05/05 a 31/05/05. Figura 3.54 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/05/05 a 31/05/05. 138 Figura 3.55 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/05/05 a 31/05/05, sem as sobretensões de 1,05pu. Figura 3.56 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 1/06/05 a 15/06/05. 139 Figura 3.57 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 1/06/05 a 15/06/05. Figura 3.58 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 1/06/05 a 15/06/05, sem as sobretensões de 1,05pu. 140 Figura 3.59 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “a” no período de 15/06/05 a 30/06/05. Figura 3.60 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “b” no período de 15/06/05 a 30/06/05. 141 Figura 3.61 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão versus duração do evento na fase “c” no período de 15/06/05 a 30/06/05, sem as sobretensões de 1,05pu. 3.4.3.2 Subtensões Da mesma forma como foi realizada a configuração do qualímetro para analisar a severidade de ocorrência de sobretensões, o equipamento foi configurado para coleta de fenômenos de subtensão. O equipamento foi configurado para capturar eventos de subtensão que tivessem amplitude inferior a 0,95pu. A observação deste fenômeno, nesta subestação, é de grande relevância, pois conforme será apresentado no capítulo 4, as principais cargas conectadas a subestação monitorada são computadores e reatores eletrônicos, cargas muito suscetíveis a este tipo de distúrbio, pois possuem fontes chaveadas fortemente afetadas por subtensões. O número de ocorrências de subtensão foi bem inferior do que o número de ocorrências de sobretensões neste mesmo período, sendo que no período de 01/03/05 a 15/03/05 não foram registradas nenhuma ocorrência de subtensão. Isto fica claro observandose a Figura 3.62 à 3.73, onde estão representados os gráficos do percentual da tensão eficaz em relação a nominal versus a duração do evento. A estes gráficos foi adicionada a Curva ITIC de modo a separar as ocorrências de baixa e alta intensidade. Em cada gráfico é apresentado o valor percentual da tensão eficaz nas três fases durante o evento. Apesar de observarmos uma menor freqüência deste tipo de fenômeno, podemos observar que há uma 142 maior severidade em determinados eventos, onde chegou-se a registrar subtensões de 14 % do valor nominal com duração de 0,09 s, ou 5,4 ciclos da rede. Também é possível observar que estes fenômenos estão distribuídos de forma quase uniforme, não tendo ocorrido estes eventos de forma mais acentuada em uma determinada fase. Figura 3.62 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 18/12/2005 até 31/12/2005. Figura 3.63 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/01/05 a 15/01/05. 143 Figura 3.64 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/01/05 a 31/01/05. Figura 3.65 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/02/05 a 15/02/05. 144 Figura 3.66 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/02/05 a 28/02/05. Figura 3.67 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/03/05 a 31/03/05. 145 Figura 3.68 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/04/05 a 15/04/05. Figura 3.69 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/04/05 a 30/04/05. 146 Figura 3.70 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/05/05 a 15/05/05. Figura 3.71 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/05/05 a 31/05/05. 147 Figura 3.72 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 1/06/05 a 15/06/05. Figura 3.73 - Gráfico do percentual do valor de pico da tensão (%) versus duração do evento (s) para cada uma das fases do período de 15/06/05 a 30/06/05. 148 3.4.2 Transientes Seguindo o mesmo procedimento adotado nos casos de sobretensão e de subtensão, o equipamento foi configurado para capturar fenômenos que atinjissem valores superiores a 110% do valor nominal da tensão. Nas Figuras 3.75, 3.76 e 3.77 estão representados os gráficos percentuais do valor de pico em relação a tensão nominal versus a duração do evento em segundos, durante todo o período monitorado. Para facilitar nossa análise, foi adicionado ao gráfico o contorno da curva ITIC de forma a separar eventos de magnitude significativa dos demais. Os valores que constaram fora da área de operação segura, sem interrupção, foram marcados em vermelho. No total foram registradas 646 ocorrências entre as três fases, sendo que deste total, 23 ocorrências estavam fora da área de operação segura, o que corresponde a 4% do total das ocorrências. 145 Transiente em Va Curva ITIC 140 135 130 125 120 115 110 0,000010 0,000100 0,001000 0,010000 0,100000 Figura 3.74 - Gráfico do Percentual do valor de pico da Tensão Va (%) versus a duração do evento (s). 149 145 Transiente em Vb Curva ITIC 140 135 130 125 120 115 110 0,000010 0,000100 0,001000 0,010000 0,100000 Figura 3.75 - Gráfico do Percentual do valor de pico da Tensão Vb (%) versus a duração do evento (s). 145 Transiente em Vc Curva ITIC 140 135 130 125 120 115 110 0,000010 0,000100 0,001000 0,010000 0,100000 Figura 3.76 - Gráfico do Percentual do valor de pico da Tensão Vb (%) versus a duração do evento (s). 150 Em relação ao total dos eventos ocorridos, conforme se pode observar na Figura 3.77, apenas 27% deles ocorreram na fase “a”. Na fase “b” foi verificada a maioria dos eventos, ou seja, 40% do total, porém esta diferença não se apresenta de forma tão significativa quanto no caso das ocorrências de sobretensão, onde mesmo sem a realização de um estudo mais detalhado, pode-se perceber a predominância destes eventos na fase “c” bastando para isto simplemente observar os gráficos de ocorrências. Distribuição dos Eventos Ocorridos 27% 33% Va Vb Vc 40% Figura 3.77 - Distribuição entre as fases dos eventos ocorridos. Entretanto, considerando-se apenas os eventos que se situaram fora da área de segurança segundo a curva ITIC, a diferença no número de ocorrências entre as fases fica mais acentuada, conforme pode ser observado na Figura 3.78, onde é mostrada a distribuição deste tipo de evento entre as fases. Distribuição dos Eventos Ocorridos Fora da Região Segura Segundo a Curva ITIC 13% 39% Va Vb Vc 48% Figura 3.78 - Distribuição entre as fases dos eventos ocorridos potencialmente geradores de interrupções. 151 3.5 Conclusão A escolha do sistema implantado mostrou-se adequada, obtendo-se um sistema flexível e com grande capacidade de gerenciamento de dados e geração de relatórios, que disponibiliza a informação facilmente através da rede, reduzindo a necessidade de se deslocar uma pessoa até a subestação, a qual se configura como um ambiente insalubre e perigoso. Os equipamentos escolhidos mostraram-se robustos e seu manuseio acessível, embora seja necessário dedicar um bom tempo a configuração do sistema, de modo que o mesmo seja capaz de disponibilizar as informações dentro dos padrões desejados. A captura dos eventos que ocorreram no sistema de distribuição foi feita de forma adequada, possibilitando análises interessantes do ponto de vista da qualidade da energia disponibilizada. O fato de o qualímetro possuir bateria própria, também tornou possível analisarmos os desligamentos e faltas de fase, as quais causam sérios transtornos aos clientes. A proximidade entre o LEPUC e a subestação facilitou os trabalhos iniciais de instalação e de configuração dos equipamentos e programas. As condições técnicas de instalação mostraram-se satisfatórias, não sendo registrados defeitos até o presente momento. O fato de o ambiente ser de difícil acesso a pessoas não autorizadas, evitou que as configurações dos equipamentos fossem alteradas, salvaguardando com isto a qualidade da base de dados gerada. Existem ainda diversos recursos de hardware (qualímetro) e de software (ION Enterprise) que não foram utilizados neste monitoramento. Isto abre a possibilidade de novos projeto de pesquisa sem que haja significativo aporte de recursos financeiros, uma vez que os equipamentos utilizados possuem muitos recursos ainda disponíveis que não foram explorados, tais como entradas e saídas analógicas e digitais, que possibilitam ao qualímetro monitorar e fazer o acionamento de outros dispositivos. 152 CAPÍTULO 4 LEVANTAMENTO DE CARGAS DA FACULDADE DE ENGENHARIA DA PUCRS 153 CAPÍTULO 4 4 LEVANTAMENTO DE CARGAS DA FACULDADE DE ENGENHARIA DA PUCRS 159 4.2 – Dados Coletados dos diversos tipos de Computadores do prédio 30....................... 162 4.2.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - computador DELL – GX-150.......... 162 4.2.2 – Análise dos dados em regime - CPU P4 do LEPUC...................................... 164 4.2.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Computador DELL – GX 240 ......... 164 4.2.4 – Análise dos dados em regime - IBM Personal 350 ........................................ 166 4.2.5 – Análise dos dados em regime - Fast Computer P4 com DVD ....................... 166 4.2.6 – Análise dos dados em regime - WorkStation da Marca Sun Microsystems .. 167 4.2.7 – Análise dos dados em regime - Computador D’ Paula .................................. 167 4.2.8 – Tensão, corrente e análise harmônica - CPU IBM ThinkCenter P4 .............. 168 4.2.9 – Tensão, corrente e análise harmônica - CPU Compaq P4.............................. 169 4.2.10 – Análise dos dados em regime - CPU P4 ...................................................... 171 4.2.11 – Tensão, corrente e análise harmônica - CPU P3 Gateway torre .................. 171 4.2.12 – Análise dos dados em regime - Hewlett-Packard P4 ................................... 173 4.2.13 – Análise dos dados em regime - CPU Advance ............................................ 173 4.2.14 – Tensão, corrente e análise harmônica - Computador Hewlett-Packard Vectra173 4.2.15 – Análise dos dados em regime - Servidor Itanium 2 900-X4 ........................ 175 4.3 - Dados Coletados para diversos tipos de condicionadores de ar e Nobreaks do Prédio 30 175 4.3.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Multi Split Carrier 60kBTU ............ 176 4.3.2 – Tensão, corrente e análise harmônica - Multi Split Carrier 40kBTU ............ 177 4.3.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Multi split carrier 90kbtu................. 179 4.3.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Arcon 90kBTU ................................ 180 154 4.3.5 – Tensão, corrente e análise harmônica - Ventilador de Teto Martau .............. 181 4.3.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - Nobreak CP Modelo TEN 5kVA monofásico ................................................................................................................. 183 4.3.7 – Tensão, corrente e análise harmônica - No-break GPad 10kVA trifásico ..... 184 4.3.8 – Tensão, corrente e análise harmônica - No break dos servidores .................. 186 4.4 - Dados Coletados para diversos tipos de fontes CC e Osciloscópios do prédio 30 ... 188 4.4.1 – Análise dos dados em regime - Osciloscópio Hewlett-Packard 54645A....... 188 4.4.2 – Análise dos dados em regime – Fonte de Tensão CC 1611A ........................ 188 4.4.3 – Análise dos dados em regime - Fonte de Tensão Simétrica........................... 189 4.4.4 – Análise dos dados em regime - Gerador de sinal Agilent 331120ª................ 189 4.4.5 – Análise dos dados em regime - Gerador de Sinal Minipa 4202..................... 190 4.4.6 – Análise dos dados em regime - Osciloscópio Tecktronics 2465A................. 190 4.4.7 – Análise dos dados em regime - Fonte de Tensão MPS – 3003 ...................... 191 4.5 - Dados Coletados para Dispositivos de refrigeração e preparação de alimentos no prédio 30 191 4.5.1 – Análise dos dados em regime - Gelador de água Latina ................................ 192 4.5.2 – Análise dos dados em regime - Geladeira Cônsul-12 .................................... 192 4.5.3 – Análise dos dados em regime - Geladeira cônsul .......................................... 193 4.5.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Bebedouro........................................ 193 4.5.5 – Análise dos dados em regime - Geladeira Clímax ......................................... 194 4.5.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - Microondas LG................................ 195 4.5.7 – Análise dos dados em regime - Forno Elétrico .............................................. 196 4.5.8 – Tensão, corrente e análise harmônica - Freezer Horizontal ........................... 196 4.5.9 – Análise dos dados em regime - Freezer ......................................................... 198 4.5.10 – Análise dos dados em regime - Balcão Refrigerado .................................... 198 155 4.5.11 – Análise dos dados em regime - Máquina de Gelo........................................ 198 4.5.12 – Análise dos dados em regime - Balcão refrigerado pequeno ....................... 199 4.5.13 – Análise dos dados em regime - Espremedor de laranja e suco .................... 199 4.5.14 – Tensão, corrente e análise harmônica - Freezer da Pepsi............................. 200 4.5.15 – Tensão, corrente e análise harmônica - Freezer Sorvete.............................. 201 4.5.16 – Tensão, corrente e análise harmônica - Balcão Aquecedor ......................... 203 4.5.17 – Análise dos dados em regime - Sovadeira ................................................... 204 4.5.18 – Análise dos dados em regime - Fatiador ...................................................... 204 4.5.19 – Tensão, corrente e análise harmônica - Cafeteira Wallita............................ 205 4.5.20 – Tensão, corrente e análise harmônica - Cafeteira ........................................ 206 4.6 - Dados Coletados para os diversos tipos de monitores encontrados no Prédio 30 .... 208 4.6.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor DELL - Modelo E771p...... 208 4.6.2 – Análise dos dados em regime - Monitor LG StudioWorks 700s ................... 210 4.6.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor DELL modelo M570 ......... 210 4.6.4 – Análise dos dados em regime - Monitor GDM 20 E01.................................. 212 4.6.5 – Análise dos dados em regime - Monitor AOC Modelo 7E ............................ 212 4.6.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor LG Studioworks 77i .......... 212 4.6.7 – Análise dos dados em regime - Monitor IBM G40........................................ 214 4.6.8 – Análise dos dados em regime - Monitor Gateway ......................................... 214 4.6.9 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor IBM E50 ............................ 215 4.6.10 – Análise dos dados em regime - Monitor Compaq 5500............................... 216 4.6.11 – Análise dos dados em regime - Monitor LG EZ T910b............................... 217 4.6.12 – Análise dos dados em regime - Monitor Diamatron 1120nf........................ 217 4.6.13 – Análise dos dados em regime - Monitor Syncmaster 955df ........................ 217 4.6.14 – Análise dos dados em regime - Monitor Syncmaster 750s .......................... 218 156 4.6.15 – Análise dos dados em regime - Monitor DELL p991 19' ............................ 218 4.6.16 – Análise dos dados em regime - Monitor HP-72........................................... 219 4.6.17 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor HP71................................ 219 4.6.18 – Análise dos dados em regime - Monitor Philips .......................................... 221 4.6.19 – Análise dos dados em regime - Monitor Gateway 20’’ ............................... 221 4.7 - Dados Coletados para Projetores e Televisores no Prédio 30................................... 221 4.7.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Projetor Visograf PR 4400 .............. 222 4.7.2 – Análise dos dados em regime - Proxima Desktop Projector 4200................. 223 4.7.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Projetor Visiograf comum ............... 223 4.7.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Projetor Multimídia Proxima LS1 ... 225 4.7.5 – Análise dos dados em regime - Projetor PR2250........................................... 226 4.7.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - TV Philips modelo 20GL104-4 ....... 226 4.7.7 – Análise dos dados em regime - Projetor pr2250 ............................................ 228 4.7.8 – Análise dos dados em regime - TV Toshiba 29’............................................ 228 4.7.9 – Análise dos dados em regime - TV Philips TX 126x1672M ......................... 228 4.7.10 – Tensão, corrente e análise harmônica - Fliperama....................................... 229 4.8 - Dados Coletados para diversos tipos de Reatores para Lâmpadas de Descarga encontrados no prédio 30 .................................................................................................. 230 4.8.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator Reatronic 2x32W modelo: HRD 321 N PH.................................................................................................................... 230 4.8.2 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator eletromagnético Intral 2x40W232 4.8.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator Osram 2x32W ...................... 233 4.8.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator 2x110W CBI ........................ 235 4.8.5 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator eletrônico Helfont 2x32W ... 236 4.8.6 – Análise dos dados em regime - Lâmpada PL 20W ........................................ 237 157 4.8.7 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator Intral para lâmpada de vapor de sódio de 400 W........................................................................................................... 238 4.9 - Dados Coletados para as máquinas didáticas no Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia................................................................................................ 239 4.9.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Máquina Assíncrona com Carga ..... 240 4.9 Estudo Sobre a Representatividade das Cargas..................................................... 242 4.10 Conclusão .............................................................................................................. 245 158 4 LEVANTAMENTO DE CARGAS DA FACULDADE DE ENGENHARIA DA PUCRS No segundo capítulo deste trabalho, foi apresentado um sistema de monitoramento das tensões e correntes instantâneas no lado de alta tensão, da subestação de alimentação do prédio 30. A partir deste monitoramento foi possível obter o perfil do carregamento desta subestação, porém somente com estes dados não foi possível identificar a contribuição de cada tipo de carga no perfil da energia consumida. Neste capítulo será apresentado um levantamento das cargas conectadas na subestação do prédio 30, com o objetivo de determinar quais tipos de carga são mais significativas e identificar as suas características preponderantes do ponto de vista da entrada. Este estudo será a base para a determinação de modelos simplificados para a realização de simulações do sistema completo. Estas simulações permitirão verificar qual a influência de cada tipo de carga na qualidade de energia do consumidor. Buscando conhecer as cargas conectadas a esta subestação, iniciou-se a realização de um levantamento destas cargas. Uma equipe de estudantes visitou cada recinto do prédio 30 com uma planilha, realizando um censo dos equipamentos conectados à rede elétrica. Durante este levantamento, de cada modelo de equipamento foram medidas a tensão e corrente de entrada. Este levantamento foi realizado com um osciloscópio Tektronix THS 720P, conforme ilustra a Figura 4.1, equipados com sondas de corrente. As amostras da tensão e da corrente foram armazenadas para serem analisadas posteriormente. A partir dos dados obtidos de tensão e de corrente de entrada, foi utilizado o programa Wavestar, da Tektronix, para análise de formas de onda. Este programa permite calcular a potência ativa, reativa e aparente, o fator de potência, a distorção harmônica, o fator de deslocamento, os valores eficazes, o conteúdo espectral e a distorção harmônica total (THD) das formas de onda de tensão e corrente. Para a medição da corrente de entrada, foram utilizadas três tipos de sondas. A primeira sonda, utilizada para medidas de baixa potência, foi obtida com uma rede resistiva conectada em série com a carga e é composta por 10 resistores de 1Ω/1W de filme de carbono, todos em paralelo os quais permitem medir correntes de até 10 A. Esta sonda foi elaborada em nosso laboratório e está representada na Figura 4.2. A segunda sonda de corrente utilizada, também é composta de uma rede resistiva, porém com 10 resistores da 1Ω/5W de Níquel-Cromo, a qual permite medir correntes de até 22A. Esta sonda também foi montada em nosso laboratório e está representada na Figura 4.3. A terceira sonda de corrente foi da HewlettPackard, modelo HP 1146A a qual está representada na Figura 4.4, utilizada para correntes de 159 até 60A. A razão para se utilizar estes três tipos de sonda se deve ao fato de que a sonda de corrente HP 1146A tem seu desempenho comprometido para freqüências acima de 10kHz, podendo distorcer certos resultados, porém esta é a mais indicada para cargas que não podem ser desconectadas da rede elétrica e/ou sejam de alta potência, pois a mesma é isolada do circuito. Já a sonda construída com resistores de Níquel-Cromo, em sua característica intrínseca, insere uma indutância cujo valor pode ser representativo em determinadas medições, onde sinais de alta freqüência estão sobrepostos as correntes de baixa freqüência. A sonda construída com os resistores de filme de carbono é a mais indicada para se realizar as medições, porém este tipo de resistor é encontrado somente para baixas potências, o que limita a aplicação da sonda. Figura 4.1 - Osciloscópio THS 720P utilizado Figura 4.2 - Sonda de Corrente com Resistores nas medições. de Carbono. Figura 4.4 - Sonda de Corrente HP 1146A. Figura 4.3 - Sonda de Corrente com Resistores de Níquel-Cromo. 160 Durante o levantamento foram visitadas mais de 100 salas. As maiores dificuldades encontradas não foram de ordem técnica, mas no acesso aos 19 laboratórios especializados das duas faculdades (Engenharia e Informática) durante o período de funcionamento, uma vez que eram necessárias paradas para a realização das medições. Em muitos destes laboratórios a parada dos equipamentos não foi possível, pois poderia comprometer o bom funcionamento dos laboratórios. Além disso, o acesso a certos setores é restrito aos funcionários dos laboratórios, o fez que com que os resultados deste levantamento dependessem da disponibilidade destes funcionários. Devido a estas dificuldades, este levantamento levou cerca de 6 meses para ser concluído e compilado de modo a obter o perfil das cargas. A seguir serão apresentados os dados característicos das cargas medidas experimentalmente, incluindo os dados fornecidos pelo fabricante (dados de placa) e os dados de regime permanente coletados durante estes ensaios. Foram incluídas neste trabalho as formas de onda de tensão, corrente e as respectivas análises do espectro harmônico de tensão e corrente, somente para as cargas que apresentassem uma potência consumida pelo conjunto, formado pelos equipamentos do mesmo modelo, com consumo maior do que 1 kW. Isso foi feito de modo a evitar uma análise sobre um extenso volume de dados, apesar dos mesmos terem sido coletados e estarem disponíveis para consulta. É importante salientar que a soma das contribuições de cargas, cujo conjunto consume menos do que 1kW, representa menos de 5% da potência instalada no prédio, logo esta simplificação não trará prejuízos à análise na sua totalidade. 161 4.2 – Dados Coletados dos diversos tipos de Computadores do prédio 30 À continuação serão descritos os resultados experimentais obtidos a partir dos ensaios realizados em computadores de diferentes marcas e modelos. Os dados de placa encontrados no gabinete dos equipamentos também são apresentados. No prédio 30 da PUCRS existe uma grande quantidade dessas máquinas. Pela representatividade que este tipo de equipamento tem, decidiu-se por incluir os resultados obtidos através destes ensaios nesta dissertação, assim como um amplo estudo incluindo a modelagem e a simulação de forma individual e do conjunto, que será apresentado no capítulo seguinte. Observa-se que existem alguns computadores cujas fontes foram desenvolvidas utilizando-se os modernos corretores do fator de potência PFC (Power Factor Corrector), também conhecidos como pré-reguladores do fator de potência PFP (Power Factor Preregulator) ou ainda emuladores de resistência os quais tem como principal função drenar energia da rede com taxa de distorção harmônica nula THD=0 e fator de potência unitário FP = 1. 4.2.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - computador DELL – GX-150 Os dados de placa encontrados no gabinete do equipamento são os seguintes: freqüência de 50 ou 60 Hz, tensões de trabalho de 115 VCA ou 230 VCA, com correntes nominais de 2 A, para a tensão mais baixa e 1 A para a tensão mais alta. Foram encontrados 163 equipamentos deste modelo. Na Figura 4.3 abaixo representada, são mostradas as formas de onda de tensão e da corrente obtidas experimentalmente. A forma de onda de tensão apresenta um “achatamento” em torno do pico, devido à presença de um grande número de cargas não lineares existentes no prédio. Na mesma Figura se pode observar a forma de onda da corrente a qual apresenta características típicas do estágio de entrada de uma fonte chaveada convencional, constituída por um filtro EMI, o qual apresenta forte característica indutiva, o que reduz substancialmente a taxa de crescimento da corrente, além de uma ponte retificadora associada a um capacitor de elevado valor. Todo este conjunto encontra-se conectado diretamente à rede elétrica. Em paralelo a esse capacitor há um conversor CC-CC, responsável por adequar os níveis de tensão, fornecendo à carga uma tensão estabilizada. Este circuito, devido às suas características construtivas acima descritas, apresenta um comportamento não-linear, drenando energia da rede elétrica somente em uma estreita faixa angular em torno do pico de tensão da rede, como é de domínio público. O baixo fator de potência e a altíssima distorção 162 harmônica da forma de onda da corrente - como se pode observar nas Figuras 4.3 e 4.4 denunciam que não houve preocupação com qualidade de energia na construção desse conversor. Figura 4.5 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 71.8% 2.9% 64.6% 2.6% 57.5% 2.3% 50.3% 2.0% 43.1% 1.7% 35.9% 1.5% 28.7% 1.2% 21.5% 0.9% 14.4% 0.6% 7.2% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.6 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.7 - Harmônicos de Tensão. 163 Tabela 4.1 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,751 Corrente: 582 mA Fator de Deslocamento: 18,4º Potência: 54,6 W Potência Aparente: 72,8 VA THD na Tensão: 4,06% Potência Reativa: 48,1 VAR THD na Corrente: 82,53% 4.2.2 – Análise dos dados em regime - CPU P4 do LEPUC Observando-se esse equipamento, verificamos que não dispunha de dados nominais no seu chassi. Foram encontradas cinco máquinas desse mesmo modelo. Mesmo não sendo apresentado o gráfico de comportamento no tempo, verifica-se que este equipamento comporta-se de maneira muito semelhante ao do item 4.2.1. Pode-se daí inferir que tem as mesmas características, do ponto de vista da qualidade de energia. A tabela 4.2 apresenta uma síntese dos resultados obtidos. Tabela 4.2 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,692 Corrente: 713 mA Fator de Deslocamento: -6,75º Potência: 61,3 W Potência Aparente: 88,6 VA THD na Tensão: 4,08% Potência Reativa: 64 VAR THD na Corrente: 96,78% 4.2.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Computador DELL – GX 240 No chassi deste equipamento foram encontrados os seguintes valores nominais: freqüência 50/60 Hz, tensões de operação em 115 VCA ou 230 VCA, e correntes de 2 A para operação na primeira tensão e 1 A para a tensão de operação mais alta. Existem no prédio 106 equipamentos desse modelo. 164 Diferentemente do que se observa nas cargas anteriores, nota-se, além da oscilação de alta freqüência, a ação de um pré-regulador de fator de potência e de certo nível de filtragem de ruído, o que demonstra um esforço do fabricante no sentido de melhorar a qualidade de energia. Percebe-se que, apesar de não tratar-se de uma taxa de distorção harmônica ideal e um não muito alto fator de potência, esse equipamento mostra um desempenho muito melhor em comparação aos anteriores, e bastante razoável para esta faixa de potência. Tendo em vista tais constatações, modelar-se-á essa carga como uma impedância simples, totalmente composta de elementos passivos. Figura 4.8 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 24.5% 2.8% 22.0% 2.5% 19.6% 2.3% 17.1% 2.0% 14.7% 1.7% 12.2% 1.4% 9.8% 1.1% 7.3% 0.8% 4.9% 0.6% 2.4% 0.3% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.10 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.9 - Harmônicos de Corrente. 165 Tabela 4.3 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,866 Corrente: 395 mA Fator de Deslocamento: -12,3º Potência: 42,9 W Potência Aparente: 49,6 VA THD na Tensão: 4,05% Potência Reativa: 24,8 VAR THD na Corrente: 26,64% 4.2.4 – Análise dos dados em regime - IBM Personal 350 O equipamento cuja análise é mostrada a seguir não possui placa de identificação com os dados elétricos, mas pode-se assegurar com base nos resultados apresentados na tabela 4.4, pelo baixo fator de potência e pela enorme distorção harmônica injetada na rede, que se trata de uma fonte chaveada sem pré-regulador de fator de potência, do mesmo tipo da analisada no item 4.2.1. Em todo o prédio foram encontrados apenas cinco equipamentos desse modelo. Tabela 4.4 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,543 Corrente: 775 mA Fator de Deslocamento: 2,71º Potência: 52,3 W Potência Aparente: 96,3 VA THD na Tensão: 3,26% Potência Reativa: 80,9 VAR THD na Corrente: 151,65% 4.2.5 – Análise dos dados em regime - Fast Computer P4 com DVD É simples verificar que esse equipamento é análogo ao analisado no tópico anterior, apenas com potência maior conforme retratado na tabela 4.5 mostrada a continuação. Não foram localizados dados elétricos do fabricante, e há cinco máquinas idênticas a essa no prédio 30. 166 Tabela 4.5 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,676 Corrente: 1,67 A Fator de Deslocamento: -4,07º Potência: 141 W Potência Aparente: 209 VA THD na Tensão: 3,53% Potência Reativa: 154 VAR THD na Corrente: 103,64% 4.2.6 – Análise dos dados em regime - WorkStation da Marca Sun Microsystems Foram localizados cinco equipamentos desse tipo, com corrente nominal de 4 A para faixa de tensão de 200 a 240 VCA e de 8 A para tensões de 100 a 127 VCA. Há alguma melhoria em relação a uma fonte chaveada comum, conforme se pode observar na tabela 4.6. Tabela 4.6 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,890 Corrente: 1,16 A Fator de Deslocamento: -4,76º Potência: 127 W Potência Aparente: 143 VA THD na Tensão: 4,75% Potência Reativa: 65,4 VAR THD na Corrente: 45,54% 4.2.7 – Análise dos dados em regime - Computador D’ Paula Há sete computadores semelhantes no prédio, e em nenhum deles foram encontradas informações de parâmetros elétricos no chassi. Observa-se que não possui pré-regulador de fator de potência. 167 Tabela 4.7 - Quadro resumo das medições. Tensão: 130 V Fator de Potência: 0,408 Corrente: 154 mA Fator de Deslocamento: 7,3º Potência: 8,2 W Potência Aparente: 20,1 VA THD na Tensão: 3,89% Potência Reativa: 18,3 VAR THD na Corrente: 99,49% 4.2.8 – Tensão, corrente e análise harmônica - CPU IBM ThinkCenter P4 Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante, e foram encontrados 98 equipamentos desta marca e deste modelo. Trata-se de uma carga semelhante à do item 4.2.1. Figura 4.11 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 168 69.0% 2.1% 62.1% 1.9% 55.2% 1.7% 48.3% 1.5% 41.4% 1.3% 34.5% 1.1% 27.6% 0.8% 20.7% 0.6% 13.8% 0.4% 6.9% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.12 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.13 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.8 - Quadro resumo das medições. Tensão: 121 V Fator de Potência: 0,751 m Corrente: 814 mA Fator de Deslocamento: 14,1º Potência: 74 W Potência Aparente: 98,5 VA THD na Tensão: 2,30% Potência Reativa: 80,6 VAR THD na Corrente: 76,25% 4.2.9 – Tensão, corrente e análise harmônica - CPU Compaq P4 Os valores nominais encontrados no chassi são: faixa de tensão contínua de 100 até 240 VCA, e potência nominal de 300 W, e freqüência de operação de 50 ou 60 Hz. Foram encontrados 27 equipamentos iguais. Observa-se uma emulação muito boa de elemento passivo, à maneira daquele do item 4.2.3, porém com uma melhor filtragem do ruído de alta freqüência. 169 Figura 4.14 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. Figura 4.16 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.15 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.9 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,971 Corrente: 607 mA Fator de Deslocamento: 10,1º Potência: 73,4 W Potência Aparente: 75,6 VA THD na Tensão: 3,38% Potência Reativa: 18 VAR THD na Corrente: 18,49% 170 4.2.10 – Análise dos dados em regime - CPU P4 Há três equipamentos semelhantes no prédio, e não há identificação escrita no chassi que possibilite determinar os dados elétricos de projeto. Trata-se de uma carga semelhante à do item 4.2.1. Tabela 4.10 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 0,713 Corrente: 1,65 A Fator de Deslocamento: 0,522º Potência: 151 W Potência Aparente: 212 VA THD na Tensão: 4,25% Potência Reativa: 148 VAR THD na Corrente: 93,53% 4.2.11 – Tensão, corrente e análise harmônica - CPU P3 Gateway torre Os valores nominais fornecidos pelo fabricante para este equipamento são: Tensão 120-127 VCA/ 220-240 VCA, corrente 4 A/2 A, freqüência 50/60 Hz. Foram encontrados 11 equipamentos deste tipo. Os quais apresentam um claro comportamento não linear. Essa carga será modelada, devido ao comportamento que pode ser observado, à maneira descrita no item 4.2.1. 171 Figura 4.17 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 83.6% 3.1% 75.3% 2.8% 66.9% 2.5% 58.5% 2.2% 50.2% 1.9% 41.8% 1.6% 33.4% 1.3% 25.1% 0.9% 16.7% 0.6% 8.4% 0.3% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.18 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.19 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.11 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 0,678 Corrente: 597 mA Fator de Deslocamento: -1,08º Potência: 52 W Potência Aparente: 76,6 VA THD na Tensão: 4,36% Potência Reativa: 56,3 VAR THD na Corrente: 106,02% 172 4.2.12 – Análise dos dados em regime - Hewlett-Packard P4 Há três exemplares desse equipamento no prédio, e não há identificação escrita no chassi que permita determinar os dados nominais de operação elétrica. Trata-se de uma carga semelhante à do item 4.2.1. Tabela 4.12 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 0,610 Corrente: 714 mA Fator de Deslocamento: 0,374º Potência: 55,7 W Potência Aparente: 91,3 VA THD na Tensão: 4,36% Potência Reativa: 72,3 VAR THD na Corrente: 121,34% 4.2.13 – Análise dos dados em regime - CPU Advance Há cinco exemplares desse equipamento no prédio, e não há identificação escrita no chassi que permita determinar os dados nominais de operação elétrica. Trata-se também de uma carga semelhante à do item 4.2.1. Tabela 4.13 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,640 Corrente: 540 mA Fator de Deslocamento: 0,189º Potência: 43,5 W Potência Aparente: 68 VA THD na Tensão: 3,91% Potência Reativa: 52,3 VAR THD na Corrente: 113,87% 4.2.14 – Tensão, corrente e análise harmônica - Computador Hewlett-Packard Vectra O valor nominal fornecido pelo fabricante foi: Potência 52W. Foram encontrados 23 equipamentos, idem ao item 4.2.1. 173 Figura 4.20 - Figura 4.18 – Formas de Onda de Tensão e Corrente. 78.8% 4.2% 70.9% 3.8% 63.1% 3.4% 55.2% 3.0% 47.3% 2.5% 39.4% 2.1% 31.5% 1.7% 23.6% 1.3% 15.8% 0.8% 7.9% 0.4% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.21 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.22 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.14 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,708 Corrente: 537 mA Fator de Deslocamento: 0,211º Potência: 48 W Potência Aparente: 67,7 VA THD na Tensão: 5,60% Potência Reativa: 47,8 VAR THD na Corrente: 94,74% 174 4.2.15 – Análise dos dados em regime - Servidor Itanium 2 900-X4 Esse aparelho foi projetado, segundo os dados encontrados no seu chassi, para trabalhar em uma faixa de tensão contínua de 100 a 127 VCA, corrente de 5,5 A, com freqüência de 50 ou 60 Hz e potência máxima de 585 W. Existe somente um equipamento desses no prédio, mas é interessante mencionar a impressionante qualidade da forma de onda de corrente desse aparelho, que acompanha perfeitamente a amplitude instantânea da tensão, sem oscilação de alta freqüência perceptível, nem deformação em relação à senoidal, mesmo com a potência de operação relativamente alta. Tabela 4.15 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,992 Corrente: 3,15 A Fator de Deslocamento: -6,61º Potência: 390 W Potência Aparente: 392 VA THD na Tensão: 4,83% Potência Reativa: 48,4 VAR THD na Corrente: 6,20% 4.3 - Dados Coletados para diversos tipos de condicionadores de ar e Nobreaks do Prédio 30 A seguir são analisados os experimentos de medição realizados com os equipamentos de climatização dos ambientes do prédio 30 e com os equipamentos destinados a prover tensão em caso de interrupção momentânea no fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária, chamados UPS (Uninterruptible Power Supply). Os condicionadores de ar são equipamentos compostos preponderantemente por motores, o que explica a forma de onda característica de elemento passivo. Os mais utilizados são do tipo Split, constituídos de um condensador, colocado externamente ao prédio, um evaporador, que propicia o resfriamento do ar ambiente, além de um compressor do fluído refrigerante, que opera em alta velocidade. Geralmente são máquinas de grande potência, pois se destinam à climatização de grandes espaços e várias salas. São, portanto de grande contribuição na carga total do prédio. 175 Os “nobreaks” nome comercial dos sistemas de alimentação ininterrupta SAI ou UPS são constituídos de retificadores para carga da bateria interna, e inversores de freqüência para geração da tensão alternada de saída. Do ponto de vista da corrente elétrica de entrada, são somente retificadores de potência mais elevada. Devido a grande potência, e ao alto custo de implementação de uma solução para melhorar a qualidade de energia desses equipamentos, normalmente têm característica típica de um retificador simples de ponte completa com um capacitor na saída. 4.3.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Multi Split Carrier 60kBTU Não há placa de dados com os valores nominais de operação e foram encontrados 7 equipamentos no prédio. Para fins de modelagem, é importante considerar-se que se trata de uma carga trifásica ligada em delta, e que os dados coletados são os de fase, tanto para a corrente quanto para a tensão. Figura 4.23 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 176 4.0% 2.4% 3.6% 2.2% 3.2% 1.9% 2.8% 1.7% 2.4% 1.4% 2.0% 1.2% 1.6% 1.0% 1.2% 0.7% 0.8% 0.5% 0.4% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.24 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.25 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.16 - Quadro resumo das medições. Tensão: 122 V Fator de Potência: 0,794 Corrente: 21,5 A Fator de Deslocamento: 37,5º Potência: 2,09 kW Potência Aparente: 2,63 kVA THD na Tensão: 2,98% Potência Reativa: 1,6 kVAR THD na Corrente: 6,45% 4.3.2 – Tensão, corrente e análise harmônica - Multi Split Carrier 40kBTU Os valores nominais não foram registrados no corpo do equipamento. Foram encontrados 35 equipamentos. Essa carga se comporta de maneira idêntica à do item 4.3.1, exceto pela diferença na amplitude, e no fator de potência pouco maior, provavelmente devido a um maior carregamento mecânico. 177 Figura 4.26 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 4.7% 2.4% 4.2% 2.2% 3.8% 1.9% 3.3% 1.7% 2.8% 1.5% 2.4% 1.2% 1.9% 1.0% 1.4% 0.7% 0.9% 0.5% 0.5% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.28 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.27 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.17 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,825 Corrente: 14,9 A Fator de Deslocamento: 35,4º Potência: 1,51 kW Potência Aparente: 1,83 kVA THD na Tensão: 2,97% Potência Reativa: 1,04 kVAR THD na Corrente: 5,78% 178 4.3.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Multi split carrier 90kbtu Não há placa de dados com valores nominais nesse equipamento, há sete máquinas desse tipo instaladas no prédio. Figura 4.29 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 7.0% 2.7% 6.3% 2.5% 5.6% 2.2% 4.9% 1.9% 4.2% 1.6% 3.5% 1.4% 2.8% 1.1% 2.1% 0.8% 1.4% 0.5% 0.7% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.30 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.31 - Harmônicos de Tensão. 179 Tabela 4.18 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 763 m Corrente: 24 A Fator de Deslocamento: 40,1o Potência: 2,35 kW Potência Aparente: 3,08 kVA THD na Tensão: 3,27% Potência Reativa: 1,99 kVAR THD na Corrente: 10,12% 4.3.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Arcon 90kBTU Outra máquina com comportamento típico, cujos dados de operação elétrica não foram encontrados. Há cinco equipamentos desse tipo instalados. Figura 4.32 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 180 13.1% 2.8% 11.8% 2.5% 10.5% 2.2% 9.2% 2.0% 7.9% 1.7% 6.6% 1.4% 5.3% 1.1% 3.9% 0.8% 2.6% 0.6% 1.3% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.33 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.34 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.19 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,763 Corrente: 29 A Fator de Deslocamento: 40,1º Potência: 2,9 kW Potência Aparente: 3,08 kVA THD na Tensão: 3,65% Potência Reativa: 1,99 kVAR THD na Corrente: 13,66% 4.3.5 – Tensão, corrente e análise harmônica - Ventilador de Teto Martau Os valores nominais não foram fornecidos pelo fabricante. Foram encontrados 336 aparelhos. Este equipamento é constituído basicamente por um motor monofásico, com rotor bobinado externo, que gira envolvendo o estator. A defasagem é quase nula porque o seu sistema de funcionamento baseia-se em um capacitor, que gera uma corrente defasada, responsável pela corrente induzida no rotor, gerando movimento. 181 Figura 4.35 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 17.0% 2.7% 15.3% 2.4% 13.6% 2.2% 11.9% 1.9% 10.2% 1.6% 8.5% 1.4% 6.8% 1.1% 5.1% 0.8% 3.4% 0.5% 1.7% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.36 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.37 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.20 - Quadro resumo das medições. Tensão: 122 V Fator de Potência: 0,982 Corrente: 816 mA Fator de Deslocamento: -0,218º Potência: 97,6 W Potência Aparente: 99,4 VA THD na Tensão: 3,65% Potência Reativa: 18,9 VAR THD na Corrente: 19,34% 182 4.3.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - Nobreak CP Modelo TEN 5kVA monofásico Foram localizadas duas máquinas desse tipo no prédio, porém são exibidas aqui as formas de onda para ambas (a outra no item 4.3.7), por causa da visível diferença entre os respectivos carregamentos. Esse tipo de carga é bastante nocivo para a característica senoidal da tensão da rede, devido à alta taxa de distorção harmônica da corrente de entrada a qual é de grande amplitude. A tabela 4.21 mostra os valores de operação nominal encontrados na plaqueta de identificação: Tabela 4.21 - Dados de Placa. Modelo TEN 1650 A Potência P / F.P. = 0,8 5,0kVA / 4,0kW Entrada Tensões 110/115/120/127/220V Saída Tensões 110/115/120/127/220V Foi encontrado um equipamento no prédio. Figura 4.38 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 183 72.8% 3.6% 65.5% 3.2% 58.2% 2.9% 51.0% 2.5% 43.7% 2.2% 36.4% 1.8% 29.1% 1.4% 21.8% 1.1% 14.6% 0.7% 7.3% 0.4% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.40 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.39 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.22 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,687 Corrente: 15,3 A Fator de Deslocamento: 20,2º Potência: 1,29 kW Potência Aparente: 1,88 kVA THD na Tensão: 4,95% Potência Reativa: 1,37 kVAR THD na Corrente: 94,24% 4.3.7 – Tensão, corrente e análise harmônica - No-break GPad 10kVA trifásico Esse equipamento mostra um comportamento sensivelmente melhor que os seus equivalentes monofásicos, simplesmente por tratar-se de um equipamento trifásico, sem necessidade de um capacitor no barramento de corrente contínua. Há somente um exemplar desse modelo no prédio. Os valores informados em placa de identificação são informados na tabela 4.23. Tabela 4.23 - Dados de Placa. Modelo TEN 1650 A Potência P / F.P. = 0,8 5,0kVA / 4,0kW Entrada Configuração Trifásica Tensões 110/115/120/127/220V Tensões 110/115/120/127/220V Saída 184 Pode-se verificar na figura 4.36 a forma de onda de corrente de fase característica de um retificador de tensão trifásico de seis pulsos ou ponte de Graetz. Figura 4.41 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 23.3% 3.5% 21.0% 3.1% 18.6% 2.8% 16.3% 2.4% 14.0% 2.1% 11.7% 1.7% 9.3% 1.4% 7.0% 1.0% 4.7% 0.7% 2.3% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.42 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.43 - Harmônicos de Tensão. 185 Tabela 4.24 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,942 Corrente: 17,9 A Fator de Deslocamento: 5,58º Potência: 2,13 kW Potência Aparente: 2,26 kVA THD na Tensão: 4,93% Potência Reativa: 761 VAR THD na Corrente: 30,27% 4.3.8 – Tensão, corrente e análise harmônica - No break dos servidores A seguir apresentam-se as formas de onda de corrente e tensão para o segundo exemplar de UPS modelo TEN monofásico, com carregamento mais próximo do nominal do que o apresentado no item 4.3.4. Trata-se de exatamente a mesma forma de onda de corrente, porém somente com maior amplitude. Tabela 4.25 - Dados de Placa. Modelo TEN 1650 A Potência P / F.P. = 0,8 5,0kVA / 4,0kW Entrada Configuração Monofásica Tensões 110/115/120/127/220V Tensões 110/115/120/127/220V Saída 186 Figura 4.44 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 74.6% 3.4% 67.1% 3.1% 59.6% 2.7% 52.2% 2.4% 44.7% 2.1% 37.3% 1.7% 29.8% 1.4% 22.4% 1.0% 14.9% 0.7% 7.5% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.46 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.45 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.26 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,576 Corrente: 31,6 A Fator de Deslocamento: 22,8º Potência: 2,27 kW Potência Aparente: 3,95 kVA THD na Tensão: 5,00% Potência Reativa: 3,23 kVAR THD na Corrente: 100,96% 187 4.4 - Dados Coletados para diversos tipos de fontes CC e Osciloscópios do prédio 30 Os ensaios de aquisição das formas de onda foram realizados também com os osciloscópios e fontes de tensão de corrente contínua disponíveis na Faculdade de Engenharia. Constatou-se que este tipo de carga tem baixíssima representatividade dentre as outras do prédio, e optou-se, portanto, por ignorar seu efeito na qualidade de energia da rede interna do prédio. As formas de onda estão, porém, disponíveis para consulta, e apresenta-se aqui o resumo dos dados coletados. Tanto as fontes de tensão quanto os osciloscópios baseiam-se em retificadores associados a capacitores de grande valor, tornando característica comum os baixos fatores de potência e as altas taxas de distorção harmônica na forma de onda da corrente. 4.4.1 – Análise dos dados em regime - Osciloscópio Hewlett-Packard 54645A Há oito equipamentos desse tipo no prédio, os quais, segundo os dados encontrados em placas de identificação, operam em uma faixa contínua de tensão de 100 a 240 VCA, com potência máxima de 100 W. Tabela 4.27 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,765 Corrente: 625 mA Fator de Deslocamento: 9,84º Potência: 59,3 W Potência Aparente: 77,4 VA THD na Tensão: 4,12% Potência Reativa: 49,8 VAR THD na Corrente: 82,53% 4.4.2 – Análise dos dados em regime – Fonte de Tensão CC 1611A Segundo dados encontrados no invólucro do dispositivo, a tensão de operação é de 120VCA, a 50 ou 60 Hz, com potência nominal de saída de 180 W. Foram encontrados sete equipamentos desse tipo no prédio. 188 Tabela 4.28 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 961 Corrente: 491 mA Fator de Deslocamento: 7,22º Potência: 58 W Potência Aparente: 60,4 VA THD na Tensão: 3,34% Potência Reativa: 16,8 VAR THD na Corrente: 60,80% 4.4.3 – Análise dos dados em regime - Fonte de Tensão Simétrica Os valores nominais de operação encontrados em placa de identificação são os seguintes: Tensão 10-120 VCA / 220-240 VCA, Freqüência 50/60 Hz, Potência 720 W, Potência Aparente 850 VA. Há oito dispositivos desse modelo. Tabela 4.29 - Quadro resumo das medições. Tensão: 130 V Fator de Potência: 0,585 Corrente: 754 mA Fator de Deslocamento: 50,8º Potência: 57,3 W Potência Aparente: 97,9 VA THD na Tensão: 3,92% Potência Reativa: 79,5 VAR THD na Corrente: 41,41% 4.4.4 – Análise dos dados em regime - Gerador de sinal Agilent 331120ª Há quatro equipamentos desse modelo, com tensões de operação de 120 a 127 VCA e 220 a 230 VCA, freqüência de 45 a 440 Hz e potência de 50 VA. 189 Tabela 4.30 - Quadro resumo das medições. Tensão: 131 V Fator de Potência: 0,774 Corrente: 195 mA Fator de Deslocamento: 30,9º Potência: 30,3 W Potência Aparente: 39,1 VA THD na Tensão: 3,91% Potência Reativa: 24,7 VAR THD na Corrente: 47,60% 4.4.5 – Análise dos dados em regime - Gerador de Sinal Minipa 4202 Os valores nominais não foram registrados em placa pelo fabricante, e foram encontrados sete equipamentos desse tipo. Tabela 4.31 - Quadro resumo das medições. Tensão: 130 V Fator de Potência: 0,408 Corrente: 154 mA Fator de Deslocamento: 7,3º Potência: 8,2 W Potência Aparente: 20,1 VA THD na Tensão: 3,89% Potência Reativa: 18,3 VAR THD na Corrente: 99,49% 4.4.6 – Análise dos dados em regime - Osciloscópio Tecktronics 2465A Os quatro equipamentos encontrados possuem, gravado no invólucro, a faixa de tensões de operação que é: de 100 a 127 VCA. 190 Tabela 4.32 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,672 Corrente: 903 mA Fator de Deslocamento: -0,260º Potência: 76,1 W Potência Aparente: 113 VA THD na Tensão: 2,79% Potência Reativa: 83,8 VAR THD na Corrente: 116,16% 4.4.7 – Análise dos dados em regime - Fonte de Tensão MPS – 3003 Há oito dispositivos do mesmo modelo, apresentando dados de placa informando os parâmetros elétricos do equipamento os quais são: tensão de 110 a 120 VCA freqüência 50/60 Hz, potência 160 W e potência aparente de 200 VA. Tabela 4.33 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,660 Corrente: 154 mA Fator de Deslocamento: -49,5º Potência: 12,9 W Potência Aparente: 19,5 VA THD na Tensão: 4,07% Potência Reativa: 14,7 VAR THD na Corrente: 45,53% 4.5 - Dados Coletados para Dispositivos de refrigeração e preparação de alimentos no prédio 30 A rotina de aquisição de formas de onda para todas as cargas do prédio 30 foi também realizada com dispositivos de refrigeração, como geladeiras e bebedouros e aparelhos para preparação de alimentos encontrados na lancheria do prédio, como fornos e processadores de alimento em geral. Os dispositivos de refrigeração em geral podem - do ponto de vista da rede - ser resumidos nos motores dos compressores de fluído refrigerante, e podem, portanto ser 191 modelados como cargas passivas. As outras cargas são bastante diversas, e requerem análise individual. 4.5.1 – Análise dos dados em regime - Gelador de água Latina Há dois desses equipamentos de refrigeração de água no prédio, e não havia placa com parâmetros elétricos nominais de operação. Tabela 4.34 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,825 Corrente: 1,13 A Fator de Deslocamento: 35º Potência: 115 W Potência Aparente: 139 VA THD na Tensão: 3,05% Potência Reativa: 78,6 VAR THD na Corrente: 9,48% 4.5.2 – Análise dos dados em regime - Geladeira Cônsul-12 Trata-se de um refrigerador comum, sem indicação de dados elétricos. Há dois dispositivos desse tipo no prédio. Tabela 4.35 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,644 Corrente: 1,29 A Fator de Deslocamento: 50,4º Potência: 103 W Potência Aparente: 159 VA THD na Tensão: 3,21% Potência: Reativa: 122 VAR THD na Corrente: 7,70% 192 4.5.3 – Análise dos dados em regime - Geladeira cônsul Não há dados nominais em placa de identificação, e foi localizado somente um dispositivo de tal modelo. Tabela 4.36 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,897 Corrente: 2,78 A Fator de Deslocamento: -26º Potência: 308 W Potência Aparente: 344 VA THD na Tensão: 4,03% Potência Reativa: 152 VAR THD na Corrente: 8,31% 4.5.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Bebedouro O bebedouro não passa de um refrigerador com reservatório para água gelada, e será modelado como uma carga passiva comum. Não havia placa de identificação, e há no prédio sete bebedouros idênticos a esse. Figura 4.47 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 193 4.6% 2.4% 4.2% 2.1% 3.7% 1.9% 3.2% 1.7% 2.8% 1.4% 2.3% 1.2% 1.8% 0.9% 1.4% 0.7% 0.9% 0.5% 0.5% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.48 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.49 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.37 - Quadro resumo das medições. Tensão: 129 V Fator de Potência: 0,610 Corrente: 2,15 A Fator de Deslocamento: 53,1º Potência: 169 W Potência Aparente: 277 VA THD na Tensão: 2,96% Potência Reativa: 220 VAR THD na Corrente: 6,41% 4.5.5 – Análise dos dados em regime - Geladeira Clímax Há duas geladeiras desse tipo no prédio 30, sem placa de dados elétricos. A tabela 4.38 apresenta as características desta carga. Tabela 4.38 - Quadro resumo das medições. Tensão: 129 V Fator de Potência: 0,591 Corrente: 2,22 A Fator de Deslocamento: 54,1º Potência: 170 W Potência Aparente: 287 VA THD na Tensão: 3,22% Potência Reativa: 231 VAR THD na Corrente: 8,15% 194 4.5.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - Microondas LG Segundo os dados fornecidos no corpo do utensílio, a tensão de operação é de 120 VAC, a corrente nominal é 14 A e a potência é: 1500W. Foram encontrados dois equipamentos desse tipo na lancheria do prédio 30. A componente de terceira harmônica será desprezada na modelagem, resultando em componente passivo. Figura 4.50 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 31.1% 3.5% 28.0% 3.1% 24.9% 2.8% 21.8% 2.4% 18.7% 2.1% 15.6% 1.7% 1.4% 12.5% 1.0% 9.3% 0.7% 6.2% 0.3% 3.1% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.52 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.51 - Harmônicos de Corrente. 195 Tabela 4.39 - Quadro resumo das medições. Tensão: 127 V Fator de Potência: 0,895 Corrente: 10,4 A Fator de Deslocamento: 18,4º Potência: 1,18 kW Potência Aparente: 1,32 kVA THD na Tensão: 4,31% Potência Reativa: 590 VAR THD na Corrente: 33,89% 4.5.7 – Análise dos dados em regime - Forno Elétrico Há somente um equipamento desse tipo no prédio, sem dados elétricos no seu corpo. Os dados de aquisição permitem concluir que esse dispositivo pode ser modelado como um resistor puro. Tabela 4.40 - Quadro resumo das medições. Tensão: 120 V Fator de Potência: 1 Corrente: 7,21 A Fator de Deslocamento: -1,45º Potência: 868 W Potência Aparente: 868 VA THD na Tensão: 3,53% Potência Reativa: 22,3 VAR THD na Corrente: 3,53% 4.5.8 – Tensão, corrente e análise harmônica - Freezer Horizontal Há seis equipamentos desse tipo, sem placa com valores nominais de projeto. Como todos refrigeradores, será modelado como elemento passivo. 196 Figura 4.53 - Figura 4.49 – Formas de Onda de Tensão e Corrente. 7.8% 1.9% 7.0% 1.7% 6.2% 1.5% 5.5% 1.3% 4.7% 1.1% 3.9% 0.9% 3.1% 0.7% 2.3% 0.6% 1.6% 0.4% 0.8% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.54 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.55 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.41 - Quadro resumo das medições. Tensão: 217 V Fator de Potência: 0,626 Corrente: 1,63 A Fator de Deslocamento: 51,1º Potência: 222 W Potência Aparente: 354 VA THD na Tensão: 2,37% Potência Reativa: 276 VAR THD na Corrente: 9,38% 197 4.5.9 – Análise dos dados em regime - Freezer O equipamento, único no prédio, não possui placa de identificação com os dados elétricos de projeto. A tabela 4.42 apresenta um quadro resumo das medições realizadas. Tabela 4.42 - Quadro resumo das medições. Tensão: 213 V Fator de Potência: 0,688 Corrente: 3,21 A Fator de Deslocamento: 46,5º Potência: 469 W Potência Aparente: 682 VA THD na Tensão: 2,19% Potência Reativa: 495 VAR THD na Corrente: 8,26% 4.5.10 – Análise dos dados em regime - Balcão Refrigerado O equipamento, único no prédio, não possui placa de identificação com os dados elétricos de projeto. Tabela 4.43 - Quadro resumo das medições. Tensão: 213 V Fator de Potência: 0,108 Corrente: 3,21 A Fator de Deslocamento: 84,2º Potência: 469 W Potência Aparente: 37,5 VA THD na Tensão: 8,33% Potência Reativa: 37,3 VAR THD na Corrente: 11,70% 4.5.11 – Análise dos dados em regime - Máquina de Gelo O equipamento, único no prédio, não possui placa de identificação com os dados elétricos de projeto. 198 Tabela 4.44 - Quadro resumo das medições. Tensão: 217 V Fator de Potência: 0,527 Corrente: 3,04 A Fator de Deslocamento: 58,4º Potência: 348 W Potência Aparente: 660 VA THD na Tensão: 2,53% Potência Reativa: 561 VAR THD na Corrente: 7,26% 4.5.12 – Análise dos dados em regime - Balcão refrigerado pequeno O equipamento, único no prédio, não possui placa de identificação com os dados elétricos de projeto. Tabela 4.45 - Quadro resumo das medições. Tensão: 213 V Fator de Potência: 0,603 Corrente: 1,59 A Fator de Deslocamento: 53,3º Potência: 204 W Potência Aparente: 339 VA THD na Tensão: 2,43% Potência Reativa: 270 VAR THD na Corrente: 8,79% 4.5.13 – Análise dos dados em regime - Espremedor de laranja e suco Há somente um equipamento desse tipo, sem dados de operação elétrica em placa. Trata-se de um motor de pequena potência, com baixíssimo fator de potência. Pode ser emulado como elemento passivo. 199 Tabela 4.46 - Quadro resumo das medições. Tensão: 213 V Fator de Potência: 0,303 Corrente: 2,32 A Fator de Deslocamento: 72,6º Potência: 150 W Potência Aparente: 494 VA THD na Tensão: 2,46% Potência Reativa: 471 VAR THD na Corrente: 5,75% 4.5.14 – Tensão, corrente e análise harmônica - Freezer da Pepsi Há seis refrigeradores desse tipo, sem placa de identificação com os dados elétricos de projeto. Pode-se perfeitamente considerar como elemento passivo para efeito de modelagem. Figura 4.56 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 200 4.6% 2.0% 4.1% 1.8% 3.7% 1.6% 3.2% 1.4% 2.7% 1.2% 2.3% 1.0% 1.8% 0.8% 1.4% 0.6% 0.9% 0.4% 0.5% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.57 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.58 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.47 - Quadro resumo das medições. Tensão: 212 V Fator de Potência: 0,734 Corrente: 2,74 A Fator de Deslocamento: 42,8º Potência: 427 W Potência Aparente: 582 VA THD na Tensão: 2,46% Potência Reativa: 395 VAR THD na Corrente: 5,69% 4.5.15 – Tensão, corrente e análise harmônica - Freezer Sorvete Há cinco equipamentos semelhantes, sem placa de identificação com os dados elétricos de projeto. Pode-se perfeitamente considerar como uma carga RL para efeito de modelagem. 201 Figura 4.59 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 8.4% 1.9% 7.6% 1.7% 6.7% 1.5% 5.9% 1.4% 5.1% 1.2% 4.2% 1.0% 3.4% 0.8% 2.5% 0.6% 0.4% 1.7% 0.2% 0.8% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.61 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.60 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.48 - Quadro resumo das medições. Tensão: 211 V Fator de Potência: 0,757 Corrente: 2,35 A Fator de Deslocamento: 40,9º Potência: 375 W Potência Aparente: 496 VA THD na Tensão: 2,31% Potência Reativa: 324 VAR THD na Corrente: 9,49% 202 4.5.16 – Tensão, corrente e análise harmônica - Balcão Aquecedor Há somente um dispositivo desse modelo no prédio, sem dados elétricos de placa. O comportamento indutivo deve-se, provavelmente, aos elementos ventiladores que possui, com o objetivo de movimentar o ar aquecido no seu interior. Figura 4.62 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 4.7% 2.0% 4.3% 1.8% 3.8% 1.6% 3.3% 1.4% 2.8% 1.2% 2.4% 1.0% 1.9% 0.8% 1.4% 0.6% 0.9% 0.4% 0.5% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.64 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.63 - Harmônicos de Corrente. 203 Tabela 4.49 - Quadro resumo das medições. Tensão: 210 V Fator de Potência: 0,545 m Corrente: 3,04 A Fator de Deslocamento: 56,8º Potência: 349 W Potência Aparente: 640 VA THD na Tensão: 2,35% Potência Reativa: 537 VAR THD na Corrente: 7,22% 4.5.17 – Análise dos dados em regime - Sovadeira O único equipamento existente não possui informação de dados elétricos nominais. A característica altamente indutiva deve-se provavelmente à ausência de carregamento mecânico no momento da aquisição de dados. Tabela 4.50 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,245 Corrente: 15,3 A Fator de Deslocamento: 76,1º Potência: 468 W Potência Aparente: 1,91 kVA THD na Tensão: 3,72% Potência Reativa: 1,85 kVAR THD na Corrente: 5,87% 4.5.18 – Análise dos dados em regime - Fatiador Há somente uma máquina do tipo, sem placa de informação com dados do equipamento. O comportamento é muito semelhante ao do item 4.5.17, que também será modelado como elemento passivo. 204 Tabela 4.51 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,275 Corrente: 7,05 A Fator de Deslocamento: 74,6º Potência: 240 W Potência Aparente: 874 VA THD na Tensão: 3,68% Potência Reativa: 840 VAR THD na Corrente: 5,35% 4.5.19 – Tensão, corrente e análise harmônica - Cafeteira Wallita Nos sete equipamentos desse tipo encontrados pode-se verificar a tensão de operação de 127 VCA, com freqüência de 50 ou 60 Hz e potência nominal de 550 W. A forma de onda da figura 4.56 mostra que se trata-se de uma carga puramente resistiva. Figura 4.65 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 205 3.2% 2.9% 2.6% 2.2% 1.9% 1.6% 1.3% 1.0% 0.6% 0.3% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.66 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.67 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.52 - Quadro resumo das medições. Tensão: 132 V Fator de Potência: 0,997 Corrente: 4 A Fator de Deslocamento: 1,52º Potência: 527 W Potência Aparente: 528 VA THD na Tensão: 3,80% Potência: Reativa: 37,4 VAR THD na Corrente: 4,32% 4.5.20 – Tensão, corrente e análise harmônica - Cafeteira Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foi encontrado um equipamento. Trata-se da cafeteira do bar, por isso a elevada potência. Não foi investiga a razão para uma distorção harmônica da corrente tão elevada. 206 Figura 4.68 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. Figura 4.70 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.69 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.53 - Quadro resumo das medições. Tensão: 209 V Fator de Potência: 0,224 Corrente: 30,4 A Fator de Deslocamento: 77,6º Potência: 1,43 kW Potência Aparente: 6,36 kVA THD na Tensão: 2,55% Potência Reativa: 6,2 kVAR THD na Corrente: 15,25% 207 4.6 - Dados Coletados para os diversos tipos de monitores encontrados no Prédio 30 A maioria dos computadores opera em conjunto com um monitor, que funciona de maneira muito semelhante a um aparelho de televisão, e é normalmente a parte predominante do conjunto, em termos de potência. A etapa de alimentação é geralmente constituída por um retificador de ponte completa associado a um capacitor dimensionado para eliminar a ondulação de 120 Hz, resultando em altos valores de distorção harmônica e baixos fatores de potência, quando não são implementados com dispositivos pré-reguladores de fator de potência. À seqüência são listados todos os equipamentos encontrados no prédio que tem essa função, acompanhados das informações encontrados no invólucro do equipamento sobre os parâmetros elétricos do equipamento, dados elétricos medidos. Quando o conjunto de equipamentos do mesmo modelo tiver potência superior a 1000 W, são incluídos gráficos das formas de onda medidas nos condutores de alimentação e análise das suas componentes harmônicas de tensão e corrente. 4.6.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor DELL - Modelo E771p Há setenta e nove equipamentos desse modelo no prédio, e os dados de placa informam que a tensão de alimentação fica na faixa contínua de 100 a 240 VCA, em 50 ou 60 Hz. A corrente de operação vai de 0,8 a 1,6 A, de acordo com a tensão de operação. O período de tempo relativamente longo que o dispositivo leva para atingir a corrente de pico em cada ciclo deve-se provavelmente à presença de um indutor de alta reatância, inserido no circuito com o objetivo de aprimorar os seus parâmetros de qualidade energética. 208 Figura 4.71 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 72.5% 65.3% 58.0% 50.8% 43.5% 36.3% 29.0% 21.8% 14.5% 7.3% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.73 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.72 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.54 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,754 Corrente: 616 mA Fator de Deslocamento: 11,3º Potência: 57,1 W Potência Aparente: 75,8 VA THD na Tensão: 4,13% Potência Reativa: 49,7 VAR THD na Corrente: 83,85% 209 4.6.2 – Análise dos dados em regime - Monitor LG StudioWorks 700s Os dados na parte traseira do equipamento informam que ele opera numa faixa contínua de tensões de 100 a 240 VCA, em 50 ou 60 Hz e tem corrente nominal de operação igual a 2,0 A. Há seis equipamentos desse mesmo modelo, que mostram um desempenho semelhante ao do item 4.6.1. Tabela 4.55 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,692 Corrente: 713 mA Fator de Deslocamento: -6,75º Potência: 61,3 W Potência Aparente: 88,6 VA THD na Tensão: 4,08% Potência Reativa: 64 VAR THD na Corrente: 96,78% 4.6.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor DELL modelo M570 A etiqueta de dados na parte traseira do equipamento informa que ele opera numa faixa contínua de tensões de 100 a 240 VCA, em 50 ou 60 Hz com corrente nominal de operação igual a 1,4 A. Esse tipo de carga é bastante representativo, pois há 187 monitores M570 no prédio. A forma de onda de corrente na Figura 4.65 mostra uma grande taxa de variação da corrente no período que vai de zero à corrente de pico, e evidencia a não preocupação do seu projeto elétrico em relação à qualidade de energia. O mesmo pode-se concluir pela alta taxa de distorção harmônica e pelo baixo fator de potência. 210 Figura 4.74 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 82.3% 3.1% 74.1% 2.8% 65.9% 2.4% 57.6% 2.1% 49.4% 1.8% 41.2% 1.5% 32.9% 1.2% 24.7% 0.9% 16.5% 0.6% 8.2% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.76 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.75 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.56 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,683 Corrente: 635 mA Fator de Deslocamento: -4,19º Potência: 53,4 W Potência Aparente: 78,2 VA THD na Tensão: 4,43% Potência Reativa: 57,1 VAR THD na Corrente: 103,25% 211 4.6.4 – Análise dos dados em regime - Monitor GDM 20 E01 Há três equipamentos semelhantes, sem dados de operação elétrica. Observam-se qualidades semelhantes às do item 4.6.3. Tabela 4.57 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,632 Corrente: 1,43 A Fator de Deslocamento: 0,233º Potência: 113 W Potência Aparente: 178 VA THD na Tensão: 3,36% Potência Reativa: 138 VAR THD na Corrente: 122,40% 4.6.5 – Análise dos dados em regime - Monitor AOC Modelo 7E No prédio há cinco equipamentos semelhantes a esse. Possuem na parte traseira do invólucro, informações sobre a tensão de operação na faixa continua de 100 a 240VCA, em 50 ou 60 Hz, com potência de 90 W. Tabela 4.58 - Quadro resumo das medições. Tensão: 124 V Fator de Potência: 0,543 Corrente: 775 mA Fator de Deslocamento: 2,71º Potência: 52,3 W Potência Aparente: 96,3 VA THD na Tensão: 3,26% Potência Reativa: 80,9 VAR THD na Corrente: 151,65% 4.6.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor LG Studioworks 77i O fabricante registrou, em etiqueta de dados elétricos nos vinte equipamentos localizados, os seguintes parâmetros nominais de projeto: tensão de operação na faixa continua de 100 a 240VCA, em 50 ou 60 Hz, com corrente nominal de 2 A. 212 A Figura 4.68 mostra o comportamento típico do retificador monofásico associado a um capacitor de grande valor, resultando na alta taxa de distorção harmônica na forma de onda de corrente, conforme a figura 4.69, e em um baixo fator de potência. Figura 4.77 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 82.6% 3.2% 74.3% 2.9% 66.0% 2.6% 57.8% 2.2% 49.5% 1.9% 41.3% 1.6% 33.0% 1.3% 24.8% 1.0% 16.5% 0.6% 8.3% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.78 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.79 - Harmônicos de Tensão. 213 Tabela 4.59 - Quadro resumo das medições. Tensão: 132 V Fator de Potência: 0,650 Corrente: 878 mA Fator de Deslocamento: -6,62º Potência: 75,4 W Potência Aparente: 116 VA THD na Tensão: 3,80% Potência Reativa: 88,2 VAR THD na Corrente: 109,24% 4.6.7 – Análise dos dados em regime - Monitor IBM G40 Há sete equipamentos, com os seguintes parâmetros nominais de projeto: tensão de operação na faixa continua de 100 a 240VCA, em 50 ou 60 Hz, com corrente na faixa de 0,6 A 1,1 A. 4.6.3. Tabela 4.60 - Quadro resumo das medições. Tensão: 130 V Fator de Potência: 0,709 Corrente: 567 mA Fator de Deslocamento: -7,6º Potência: 52,2 W Potência Aparente: 73,6 VA THD na Tensão: 3,96% Potência Reativa: 51,9 VAR THD na Corrente: 93,73% 4.6.8 – Análise dos dados em regime - Monitor Gateway Há dez equipamentos, com os seguintes parâmetros nominais de projeto: tensão de operação na faixa continua de 100 a 240VCA, em 50 ou 60 Hz, com corrente igual a 1,0 A. 214 Tabela 4.61 - Quadro resumo das medições. Tensão: 129 V Fator de Potência: 0,668 Corrente: 968 mA Fator de Deslocamento: -5,56º Potência: 83,7 W Potência Aparente: 125 VA THD na Tensão: 4,08% Potência Reativa: 93,2 VAR THD na Corrente: 105,31% 4.6.9 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor IBM E50 Há noventa e oito equipamentos, somente com informação sobre a potência nominal de 73W. Figura 4.80 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 215 86.9% 2.1% 78.2% 1.9% 69.5% 1.7% 60.8% 1.5% 52.1% 1.2% 43.4% 1.0% 34.8% 0.8% 26.1% 0.6% 17.4% 0.4% 8.7% 0.2% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.81 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.82 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.62 - Quadro resumo das medições. Tensão: 122 V Fator de Potência: 0,571 Corrente: 803 mA Fator de Deslocamento: -14º Potência: 56,1 W Potência Aparente: 98,2 VA THD na Tensão: 2,26% Potência Reativa: 80,6 VAR THD na Corrente: 132,18% 4.6.10 – Análise dos dados em regime - Monitor Compaq 5500 Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foram encontrados quatorze equipamentos. Tabela 4.63 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,577 Corrente: 687 mA Fator de Deslocamento: 39,4º Potência: 49,6 W Potência Aparente: 86,1 VA THD na Tensão: 3,87% Potência Reativa: 70,3 VAR THD na Corrente: 89,97% 216 4.6.11 – Análise dos dados em regime - Monitor LG EZ T910b O único monitor existente apresenta os seguintes valores nominais registrados pelo fabricante: tensão de operação na faixa contínua de 90 a 264 VCA, freqüência de 47 a 63 Hz e potência máxima 83 W. Tabela 4.64 - Quadro resumo das medições. Tensão: 129 V Fator de Potência: 0,709 Corrente: 922 mA Fator de Deslocamento: 1,44º Potência: 84,2 W Potência Aparente: 119 VA THD na Tensão: 4,25% Potência Reativa: 83,7 VAR THD na Corrente: 94,91% 4.6.12 – Análise dos dados em regime - Monitor Diamatron 1120nf Existe somente um dispositivo no prédio, sem valores nominais registrados pelo fabricante. Tabela 4.65 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 0,956 Corrente: 858 mA Fator de Deslocamento: 15º Potência: 105 W Potência Aparente: 110 VA THD na Tensão: 4,21% Potência Reativa: 32 VAR THD na Corrente: 7,20% 4.6.13 – Análise dos dados em regime - Monitor Syncmaster 955df O único equipamento deste fabricante encontrado apresenta os seguintes valores nominais registrados pelo fabricante: tensão de operação na faixa contínua de 90 a 264 VCA, freqüência de 50 ou 60 Hz (com desvio de ±3 Hz) e potência máxima 100 W. 217 Tabela 4.66 - Quadro resumo das medições. Tensão: 127 V Fator de Potência: 0,954 Corrente: 612 mA Fator de Deslocamento: -10,3º Potência: 74,3 W Potência Aparente: 77,9 VA THD na Tensão: 4,27% Potência Reativa: 23,4 VAR THD na Corrente: 19,99% 4.6.14 – Análise dos dados em regime - Monitor Syncmaster 750s Os valores nominais registrados pelo fabricante são: tensão de operação na faixa contínua de 90 a 264 VCA, freqüência de 50 ou 60 Hz e potência máxima 80 W. Há cinco equipamentos desse tipo no prédio. Tabela 4.67 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 0,499 Corrente: 674 mA Fator de Deslocamento: 51,5º Potência: 43 W Potência Aparente: 86 VA THD na Tensão: 4,21% Potência Reativa: 74,6 VAR THD na Corrente: 82,59% 4.6.15 – Análise dos dados em regime - Monitor DELL p991 19' Os dois aparelhos existentes no prédio possuem os seguintes valores nominais registrados pelo fabricante: tensão de operação na faixa contínua de 90 a 264 VCA e freqüência de 50 ou 60 Hz. 218 Tabela 4.68 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 0,469 Corrente: 1,31 A Fator de Deslocamento: -49,7º Potência: 77 W Potência Aparente: 164 VA THD na Tensão: 4,12% Potência Reativa: 145 VAR THD na Corrente: 96,58% 4.6.16 – Análise dos dados em regime - Monitor HP-72 Os cinco equipamentos encontrados apresentam os seguintes valores nominais registrados pelo fabricante: tensão de operação na faixa contínua de 100 a 240 VCA, freqüência de 50 ou 60 Hz (com desvio de ±3 Hz) e potência máxima 100 W. Tabela 4.69 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,800 Corrente: 489 mA Fator de Deslocamento: 0,491º Potência: 49,1 W Potência Aparente: 61,5 VA THD na Tensão: 5,46% Potência Reativa: 36,9 VAR THD na Corrente: 82,51% 4.6.17 – Tensão, corrente e análise harmônica - Monitor HP71 Os valores nominais registrados pelo fabricante são: tensão de operação na faixa contínua de 100 a 240 VCA, freqüência de 50 ou 60 Hz (com desvio de ±3 Hz) e potência máxima 80 W. Há dezessete equipamentos desse tipo no prédio. 219 Figura 4.83 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 84.2% 3.7% 75.8% 3.3% 67.3% 2.9% 58.9% 2.6% 50.5% 2.2% 42.1% 1.8% 33.7% 1.5% 25.3% 1.1% 0.7% 16.8% 0.4% 8.4% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.85 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.84 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.70 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,583 Corrente: 788 mA Fator de Deslocamento: -4,29º Potência: 57,9 W Potência Aparente: 99,3 VA THD na Tensão: 4,75% Potência Reativa: 80,7 VAR THD na Corrente: 122,22% 220 4.6.18 – Análise dos dados em regime - Monitor Philips Os valores nominais registrados pelo fabricante são: tensão de operação na faixa contínua de 100 a 240 VCA, freqüência de 50 ou 60 Hz e potência 75 W. Foram encontrados sete equipamentos. Tabela 4.71 - Quadro resumo das medições. Tensão: 121 V Fator de Potência: 0,668 Corrente: 616 mA Fator de Deslocamento: -3,41º Potência: 49,7 W Potência Aparente: 74,5 VA THD na Tensão: 4,22% Potência Reativa: 55,4 VAR THD na Corrente: 106,55% 4.6.19 – Análise dos dados em regime - Monitor Gateway 20’’ Os valores nominais registrados pelo fabricante são: tensão de operação 110 ou 220 VCA, potência máxima 120 W. Foram encontrados dois equipamentos. Tabela 4.72 - Quadro resumo das medições. Tensão: 122 V Fator de Potência: 0,990 Corrente: 920 mA Fator de Deslocamento: -2,9º Potência: 111 W Potência Aparente: 112 VA THD na Tensão: 5,13% Potência Reativa: 16,1 VAR THD na Corrente: 8,06% 4.7 - Dados Coletados para Projetores e Televisores no Prédio 30 O procedimento sistemático de captura das formas de onda de tensão e corrente nos condutores de alimentação foi realizado também com os dois tipos de projetores predominantes no prédio: os retro-projetores e os projetores multimídia. Os primeiros podem 221 ser reduzidos às suas lâmpadas incandescentes de alta potência, com uma sensível contribuição dos exaustores de arrefecimento. Os projetores multimídia são completamente distintos com funcionamento semelhante aos monitores de computador, dotados de lâmpadas de alta potência. 4.7.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Projetor Visograf PR 4400 Este equipamento do tipo retro-projetor, que possui 26 representantes no prédio, não possui placa de dados nominais, e mostra, como pode ser visto na Figura 4.77, uma característica predominantemente resistiva, com uma pequena defasagem da onda de corrente, como resultado da presença do motor do sistema de resfriamento. Figura 4.86 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 3.0% 2.8% 2.7% 2.5% 2.4% 2.2% 2.1% 2.0% 1.8% 1.7% 1.5% 1.4% 1.2% 1.1% 0.9% 0.8% 0.6% 0.6% 0.3% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.88 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.87 - Harmônicos de Corrente. 222 Tabela 4.73 - Quadro resumo das medições. Tensão: 122 V Fator de Potência: 0,973 Corrente: 3,1 A Fator de Deslocamento: 13,3º Potência: 369 W Potência Aparente: 379 VA THD na Tensão: 4,11% Potência Reativa: 87 VAR THD na Corrente: 4,15% 4.7.2 – Análise dos dados em regime - Proxima Desktop Projector 4200 Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foi encontrado um equipamento. Os dados coletados mostram pouca preocupação no projeto com a qualidade de energia. Tabela 4.74 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,393 Corrente: 4,08 A Fator de Deslocamento: -61º Potência: 197 W Potência Aparente: 501 VA THD na Tensão: 4,25% Potência Reativa: 460 VA THD na Corrente: 84,39% 4.7.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Projetor Visiograf comum As duas unidades desse tipo encontradas não possuem dados nominais de operação. E as formas de onda mostradas na figura 4.80 denotam um comportamento praticamente resistivo indicando a provável utilização de um PFC na fonte de alimentação do equipamento. 223 Figura 4.89 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 2.4% 2.8% 2.1% 2.6% 1.9% 2.3% 1.7% 2.0% 1.4% 1.7% 1.2% 1.4% 1.0% 1.1% 0.7% 0.9% 0.5% 0.6% 0.2% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.90 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.91 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.75 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,994 Corrente: 5,88 A Fator de Deslocamento: 4,28º Potência: 736 W Potência Aparente: 740 VA THD na Tensão: 3,42% Potência Reativa: 78,5 VAR THD na Corrente: 3,16% 224 4.7.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Projetor Multimídia Proxima LS1 Os valores nominais registrados pelo fabricante são: tensão de operação 110 ou 240 VCA, potência máxima 190 W. Foi encontrado um equipamento. Figura 4.92 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 2.3% 2.6% 2.1% 2.4% 1.9% 2.1% 1.6% 1.8% 1.4% 1.6% 1.2% 1.3% 0.9% 1.1% 0.7% 0.8% 0.5% 0.5% 0.2% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.93 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.94 - Harmônicos de Tensão. 225 Tabela 4.76 - Quadro resumo das medições. Tensão: 121 V Fator de Potência: 0,995 Corrente: 1,62 A Fator de Deslocamento: -4,56º Potência: 195 W Potência Aparente: 196 VA THD na Tensão: 2,85% Potência Reativa: 19 VAR THD na Corrente: 4,05% 4.7.5 – Análise dos dados em regime - Projetor PR2250 Os valores nominais registrados pelo fabricante são: tensão de operação de 120 a 127 VCA, ou de 220 a 240 VCA, freqüência de 50 ou 60 Hz, corrente nominal 2 ou 4 A. Foram encontrados treze equipamentos. Tabela 4.77 - Quadro resumo das medições. Tensão: 130 V Fator de Potência: 0,625 Corrente: 636 mA Fator de Deslocamento: 4,2º Potência: 51,8 W Potência Aparente: 82,8 VA THD na Tensão: 4,14% Potência Reativa: 64,6 VAR THD na Corrente: 121,25% 4.7.6 – Tensão, corrente e análise harmônica - TV Philips modelo 20GL104-4 Há dois equipamentos, somente com informação sobre a potência nominal de 51W. 226 Figura 4.95 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 92.0% 2.5% 82.8% 2.3% 73.6% 2.0% 64.4% 1.8% 55.2% 1.5% 46.0% 1.3% 36.8% 1.0% 27.6% 0.8% 18.4% 0.5% 9.2% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.96 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.97 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.78 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 1 Corrente: 816 mA Fator de Deslocamento: -1,65º Potência: 60,5 W Potência Aparente: 60,3 VA THD na Tensão: 3,50% Potência Reativa: 0,0 VAR THD na Corrente: 10,59% 227 4.7.7 – Análise dos dados em regime - Projetor pr2250 Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foram encontrados quatro equipamentos. A elevada THD indica claramente a característica não linear da fonte de alimentação deste equipamento. Tabela 4.79 - Quadro resumo das medições. Tensão: 131 V Fator de Potência: 0,732 Corrente: 729 mA Fator de Deslocamento: -4,82º Potência: 70,2 W Potência Aparente: 95,8 VA THD na Tensão: 3,53% Potência Reativa: 65,3 VAR THD na Corrente: 87,46% 4.7.8 – Análise dos dados em regime - TV Toshiba 29’ Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foram encontrados quatro equipamentos. A elevada THD indica claramente a característica não linear da fonte de alimentação deste equipamento. Tabela 4.80 - Quadro resumo das medições. Tensão: 129 V Fator de Potência: 0,833 Corrente: 661 mA Fator de Deslocamento: -3,02º Potência: 71,3 W Potência Aparente: 85,5 VA THD na Tensão: 4,01% Potência Reativa: 47,3 VAR THD na Corrente: 99,43% 4.7.9 – Análise dos dados em regime - TV Philips TX 126x1672M Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foi encontrado um equipamento. 228 Tabela 4.81 - Quadro resumo das medições. Tensão: 129 V Fator de Potência: 0,787 Corrente: 288 mA Fator de Deslocamento: 28º Potência: 29,2 W Potência Aparente: 37,1 VA THD na Tensão: 3,21% Potência Reativa: 22,9 VAR THD na Corrente: 52,87% 4.7.10 – Tensão, corrente e análise harmônica - Fliperama Os valores nominais não foram registrados pelo fabricante. Foram encontrados dez equipamentos. O fliperama é um conjunto de monitor de baixa resolução e CPU, mas a figura 4.91 mostra uma qualidade sensivelmente superior na forma de onda de corrente. Figura 4.98 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 229 58.1% 2.8% 52.3% 2.5% 46.5% 2.2% 40.7% 1.9% 34.9% 1.7% 29.0% 1.4% 23.2% 1.1% 17.4% 0.8% 11.6% 0.6% 5.8% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.99 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.100 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.82 - Quadro resumo das medições. Tensão: 126 V Fator de Potência: 0,813 Corrente: 1,05 A Fator de Deslocamento: 12,4º Potência: 108 W Potência Aparente: 132 VA THD na Tensão: 3,89% Potência Reativa: 77,1 VAR THD na Corrente: 63,52% 4.8 - Dados Coletados para diversos tipos de Reatores para Lâmpadas de Descarga encontrados no prédio 30 Outra das principais cargas do prédio é a iluminação dos ambientes externos e internos, realizada totalmente através de lâmpadas de descarga. Os reatores eletrônicos para acionamento de lâmpadas fluorescentes são quase todos de ótima qualidade, de modo que a qualidade de energia da iluminação fica comprometida somente pelo reatores eletromagnéticos os quais ainda constituem parcela importante do conjunto total do consumo. A seguir mostram-se os resultados dos ensaios de aquisição das formas de onda de tensão e corrente de fase nos equipamentos desse tipo, à mesma maneira dos que foram realizados anteriormente. 4.8.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator Reatronic 2x32W modelo: HRD 321 N PH Uma rápida inspeção da figura 4.94 é suficiente para constatar que trata-se de um equipamento de alto desempenho do ponto de vista qualidade de energia elétrica, pois a forma 230 de onda de corrente assemelha-se muito àquela produzida por componentes puramente resistivos. Por esse motivo essa carga, apesar de bastante representativa no modelo total das cargas (foram encontrados ao total 414 reatores idênticos a esse), será modelada como um componente puramente resistivo do sistema. Os valores nominais fornecidos pelo fabricante são tensão 127 VCA, freqüência 50 ou 60 Hz, fator de potência 0.94 e THD +-15%. Figura 4.101 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 3.2% 2.7% 2.9% 2.4% 2.6% 2.1% 2.2% 1.9% 1.9% 1.6% 1.6% 1.3% 1.3% 1.1% 1.0% 0.8% 0.5% 0.6% 0.3% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.103 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.102 - Harmônicos de Corrente. 231 Tabela 4.83 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,985 Corrente: 486 mA Fator de Deslocamento: -6,79º Potência: 59 W Potência Aparente: 60 VA THD na Tensão: 3,53% Potência Reativa: 10,4 VAR THD na Corrente: 5,67% 4.8.2 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator eletromagnético Intral 2x40W Essa carga tem comportamento semelhante, e será modelada como carga RL. Os valores nominais fornecidos pelo fabricante são: Tensão 118 VCA, Freqüência 60 Hz, Fator de Potência 0.93, Corrente 0,8 A. Foram encontrados 853 equipamentos desse modelo, o que torna esta carga extremamente representativa na modelagem final. É o dispositivo de iluminação mais freqüente no prédio. Figura 4.104 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 232 23.4% 2.7% 21.1% 2.4% 18.7% 2.1% 16.4% 1.9% 14.1% 1.6% 11.7% 1.3% 9.4% 1.1% 7.0% 0.8% 4.7% 0.5% 2.3% 0.3% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.105 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.106 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.84 - Quadro resumo das medições. Tensão: 121 V Fator de Potência: 0,901 Corrente: 806 mA Fator de Deslocamento: -20,7º Potência: 87,8 W Potência Aparente: 97,4 VA THD na Tensão: 3,73% Potência Reativa: 42,2 VAR THD na Corrente: 24,91% 4.8.3 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator Osram 2x32W Essa carga tem comportamento semelhante, e será modelada de maneira idêntica à do item 4.8.1. Os valores nominais fornecidos pelo fabricante são: Marca Osram, Modelo Quicktronic QTIs 16W/32W digital, Multi-Tensão 120 VCA até 277 VCA, Freqüência 50 ou 60 Hz, Fator de Potência= 0.99. Foram encontrados 340 aparelhos do mesmo modelo. 233 Figura 4.107 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 2.8% 8.0% 2.5% 7.2% 2.2% 6.4% 1.9% 5.6% 1.7% 4.8% 1.4% 4.0% 1.1% 3.2% 0.8% 2.4% 0.6% 1.6% 0.3% 0.8% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.108 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.109 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.85 - Quadro resumo das medições. Tensão: 125 V Fator de Potência: 1 Corrente: 816 mA Fator de Deslocamento: -1,65º Potência: 60,5 W Potência Aparente: 60,3 VA THD na Tensão: 3,50% Potência Reativa: 0,0 VAR THD na Corrente: 10,59% 234 4.8.4 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator 2x110W CBI Tratam-se de reatores eletromagnéticos convencionais, com baixo fator de potência, e que serão representados nas simulações como cargas passivas. Há trinta e dois reatores desse tipo no prédio, e não foram encontrados dados de operação elétrica no invólucro do produto. Os quais serão modelados como cargas RL por uma questão de simplicidade. Figura 4.110 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 17.0% 2.2% 15.3% 2.0% 13.6% 1.8% 11.9% 1.5% 10.2% 1.3% 8.5% 1.1% 6.8% 0.9% 5.1% 0.7% 3.4% 0.4% 1.7% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.111 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.112 - Harmônicos de Tensão. 235 Tabela 4.86 - Quadro resumo das medições. Tensão: 123 V Fator de Potência: 0,632 Corrente: 1,74 A Fator de Deslocamento: 50,4º Potência: 136 W Potência Aparente: 214 VA THD na Tensão: 3,14% Potência Reativa: 166 VAR THD na Corrente: 17,29% 4.8.5 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator eletrônico Helfont 2x32W Essa carga tem comportamento semelhante, e será modelada de maneira idêntica à do item 4.8.1. Há trinta e dois reatores desse tipo no prédio, e não foram encontrados dados de operação elétrica no invólucro do produto. Figura 4.113 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 236 2.8% 1.9% 2.5% 1.7% 2.2% 1.5% 2.0% 1.3% 1.7% 1.1% 1.4% 0.9% 1.1% 0.8% 0.8% 0.6% 0.6% 0.4% 0.3% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.114 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.115 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.87 - Quadro resumo das medições. Tensão: 122 V Fator de Potência: 0,998 Corrente: 565 mA Fator de Deslocamento: -1,59º Potência: 68,9 W Potência Aparente: 69,1 VA THD na Tensão: 2,64% Potência Reativa: 4,15 VAR THD na Corrente: 4,03% 4.8.6 – Análise dos dados em regime - Lâmpada PL 20W Há trinta e dois reatores desse tipo no prédio, e o texto no invólucro do dispositivo informa somente que a faixa de tensão de operação está entre 110 e 127 VCA. Trata-se de um equipamento com representatividade no sistema. 237 baixo desempenho, porém baixíssima Tabela 4.88 - Quadro resumo das medições. Tensão: 128 V Fator de Potência: 0,590 Corrente: 286 mA Fator de Deslocamento: -24,1º Potência: 21,6 W Potência Aparente: 36,5 VA THD na Tensão: 2,76% Potência Reativa: 29,5 VAR THD na Corrente: 118,76% 4.8.7 – Tensão, corrente e análise harmônica - Reator Intral para lâmpada de vapor de sódio de 400 W O invólucro do dispositivo informa os seguintes dados: tensão 200 a 220 VCA, corrente 4.6 A, potência 400 W e fator de potência 0,42. Foram três reatores desse tipo no prédio. Trata-se de um reator convencional do tipo eletromagnético, que pode ser modelado como carga RL passivo, com baixíssimo fator de potência. Figura 4.116 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 238 6.4% 2.1% 5.8% 1.9% 5.1% 1.7% 4.5% 1.5% 3.8% 1.3% 3.2% 1.0% 2.6% 0.8% 1.9% 0.6% 1.3% 0.4% 0.6% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.118 - Harmônicos de Tensão. Figura 4.117 - Harmônicos de Corrente. Tabela 4.89 - Quadro resumo das medições. Tensão: 217 V Fator de Potência: 0,373 Corrente: 5,54 A Fator de Deslocamento: 68,1º Potência: 448 W Potência Aparente: 1,2 kVA THD na Tensão: 2,60% Potência Reativa: 1,11 kVAR THD na Corrente: 6,69% 4.9 - Dados Coletados para as máquinas didáticas no Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia. O prédio 40 da PUCRS possui um grande espaço no subsolo, chamado Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia, que dispõe de diversos equipamentos eletromecânicos com fins didáticos, como pequenos motores com seus respectivos componentes de acionamento, transformadores de potência. As cargas mais representativas deste laboratório são cinco bancadas de teste com máquinas elétricas didáticas, que são frequentemente utilizadas pelos alunos do curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas de Energia. Cada uma dessas bancadas possui, além de um freio eletromagnético que permite produzir e medir torque mecânico, máquinas elétricas dos principais tipos, acopladas a um eixo comum, o que torna possível fazê-las funcionar como motor ou como gerador, simulando-se cargas mecânicas ou acoplando-se eletricamente bancos de elementos passivos. 239 O ensaio a seguir foi realizado medindo-se as grandezas elétricas de entrada para um motor assíncrono com rotor bobinado. Durante o ensaio acionou-se o freio eletromagnético de modo a produzir o torque nominal de cada máquina. 4.9.1 – Tensão, corrente e análise harmônica - Máquina Assíncrona com Carga A figura 4.112 mostra as formas de onda de tensão e corrente obtidas em uma das fases de alimentação da bancada experimental didática, durante o acionamento como motor da máquina assíncrona com rotor bobinado de pólos lisos. Observa-se, que a carga mostrou-se naturalmente passiva e que se obteve um alto fator de potência devido ao carregamento mecânico do equipamento. As figuras 4.113 e 4.114 mostram que as componentes harmônicas de corrente geradas derivam tão somente das componentes harmônicas presentes na tensão senoidal da rede. Há cinco equipamentos desse tipo no laboratório. Os valores nominais localizados na placa de identificação da máquina são os seguintes: Rotação nominal de 1720 rpm, tensão de operação 220 VCA, corrente nominal 6.6 A, com potência nominal de 1.5 kW. Figura 4.119 - Formas de Onda de Tensão e Corrente. 240 3.1% 2.2% 2.8% 2.0% 2.5% 1.8% 2.2% 1.5% 1.9% 1.3% 1.6% 1.1% 1.2% 0.9% 0.9% 0.7% 0.6% 0.4% 0.3% 0.2% 0.0% 0.0% 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Harmonic magnitude as a % of the fundamental amplitude Figura 4.120 - Harmônicos de Corrente. Figura 4.121 - Harmônicos de Tensão. Tabela 4.90 - Quadro resumo das medições. Tensão: 113 V Fator de Potência: 0,933 Corrente: 3,18 A Fator de Deslocamento: 20,2º Potência: 336 W Potência Aparente: 360 VA THD na Tensão: 2,56% Potência Reativa: 129 VAR THD na Corrente: 3,52% 241 4.9 Estudo Sobre a Representatividade das Cargas A seguir apresenta-se um breve trabalho, o qual demonstrou ser pré-requisito essencial para a modelagem das cargas do prédio 30. Trata-se do levantamento sintético das quantidades existentes de cada uma das cargas associado à potência individual consumida por cada um dos dispositivos elétricos ensaiados. Apesar de simples, esse tipo de dado é extremante útil em ações de diagnóstico e planejamento de eficientização energética. À continuação é apresentada a tabela 4.91, contendo somente as cargas mais representativas, e que foram, por esse motivo, selecionadas para a simulação. Tabela 4.91 - Quadro resumo de cargas do prédio 30. Nº Equip. Total P.Unit. P.Total Contrib. 2 Computador DELL – GX-150 163 72,8 11866 1,84% 12 Computador DELL – GX 240 106 42,9 4547,4 0,71% 52 CPU IBM ThinkCenter P4 98 98,5 9653 1,50% 57 CPU Compaq P4 27 73,4 1981,8 0,31% 66 CPU P3 Gateway torre 11 76,6 842,6 0,13% 76 Computador Hewlett-Packard Vectra 23 67,7 1557,1 0,24% 44 Multi Split Carrier 60 kBTU 7 2630 55230 8,58% 45 Multi Split Carrier 40 kBTU 35 1830 192150 29,84% 46 Multi Split Carrier 90 kBTU 7 3080 64680 10,04% 61 Arcon 90 kBTU 5 3080 46200 7,17% 73 Nobreak CP Modelo TEN 5kVA 1 1880 1880 0,29% 88 No-break GPad 10kVA trifásico 1 2260 2260 0,35% 90 No-Break Servidores 5 kVA 1 3950 3950 0,61% 31 Bebedouro 7 277 1939 0,30% 242 74 Microondas LG 2 1320 2640 0,41% 94 Freezer horizontal 6 354 2124 0,33% 104 Freezer da Pepsi 3 582 1746 0,27% 105 Freezer Sorvete 5 496 2480 0,39% 106 Balcão Aquecedor 1 640 640 0,10% 29 Cafeteira Wallita 7 527 3689 0,57% 99 Cafeteira 1 6360 6360 0,99% 1 Monitor DELL - Modelo E771p 79 75,8 5988,2 0,93% 10 Monitor DELL modelo M570 187 78,2 14623 2,27% 28 Monitor LG Studioworks 77i 20 116 2320 0,36% 51 Monitor IBM E50 98 98,2 9623,6 1,49% 78 Monitor HP71 17 99,3 1688,1 0,26% 11 Projetor Visograf PR 4400 30 369 11070 1,72% 27 Projetor Visiograf comum 2 740 1480 0,23% 50 Projetor Multimídia Proxima LS1 1 196 196 0,03% 24 TV Philips modelo 20GL104-4 2 60,3 120,6 0,02% 22 ventilador Martau 336 97,6 32794 5,09% 91 Fliperama 10 132 1320 0,20% 20 Reator Reatronic 2x32W 414 60 24840 3,86% 21 Reator eletromagnético Intral 2x40W 853 97,4 83082 12,90% 23 Reator Osram 2x32W 340 60,3 20502 3,18% 54 Reator 2x110W CBI 32 214 6848 1,06% 58 Reator eletrônico Helfont 2x32W 32 69,1 2211,2 0,34% 60 Reator Intral para LVS de 400 W 3 1200 3600 0,56% 243 107 Máquina Assíncrona com Carga 5 360 1800 0,28% 112 Máquina Síncrona com Carga Nominal 5 302 1510 0,23% Carga Instalada Total: 644033 100,00% A tabela 4.92 e Figura 4.122 resumem a contribuição de cada tipo de carga, e permite fazer-se uma idéia do quanto uma carga específica pode influir no consumo de potência reativa e cooperar na deformação na forma de onda de tensão. Tabela 4.92 - Contribuição de cada tipo de carga no consumo total. Equip. Total P.Total Contrib. Computadores 844 74222,2 11,52% Iluminação 1674 141083,4 21,91% Conforto Térmico 390 391053,6 60,72% Outros 75 37674 5,85% Carga Instalada Total: 644033,2 100% Conforto Térmico; 60,72% Outros; 5,85% Computadores; 11,52% Iluminação; 21,91% Figura 4.122 - Contribuição de cada tipo de carga no consumo total. 244 4.10 Conclusão Este capítulo descreveu o minucioso levantamento, realizado neste trabalho, das características de cada um dos diferentes tipos de carga, conectadas ao transformador de potência da subestação do prédio 30. Este levantamento teve por objetivo à determinação de modelos simplificados destas cargas, de modo a permitir a realização de simulações do sistema completo. Estes modelos permitirão verificar qual a influência de cada tipo de carga na qualidade de energia fornecida ao consumidor. Para tanto, foi utilizado um osciloscópio digital com capacidade para armazenar em memória, as diferentes formas de onda coletadas, para posterior processamento através de um programa específico para análise de dados elétricos. A realização deste levantamento das cargas mostrou que, apesar do número significativo de diferentes tipos de cargas, estas podem ser agrupadas de acordo com suas características de tensão e corrente, o que facilitou o trabalho de modelagem destas cargas. Este minucioso trabalho de rastreamento dos equipamentos instalados bem como as visitas e a realização de medições nas mais de cem salas do prédio, levou cerca de seis meses para serem realizadas. Inicialmente foram analisadas as medições de todas as cargas consideradas como computadores. Estas cargas mostraram ser bastante diferentes quanto às suas características, havendo modelos que se caracterizaram pela total despreocupação com relação à qualidade de energia. Outros modelos pareceram incluir algum tipo de filtragem, com alguma melhora na amplitude das componentes harmônicas e houveram aqueles modelos dotados de bons sistemas pré-reguladores do fator de potência, com formas de onda de corrente com aparência muito próxima as de uma onda senoidal pura, com defasagem muito próxima de zero, em relação a tensão de entrada. Estes últimos modelos, infelizmente, são presentes em número bem menor do que aqueles providos de etapas de entrada com menor qualidade. Em seguida foi feita a análise das medições dos condicionadores de ar e dos sistemas de alimentação ininterrupta (UPS) existentes no prédio. Os primeiros demonstraram não ser grandes geradores de distorções harmônicas, apesar de serem razoáveis consumidores de energia reativa por causa dos motores empregados nos compressores de fluido refrigerante. Os dispositivos UPS, ao contrário, apresentaram largo conteúdo espectral e com harmônicas de amplitude elevada, além de serem cargas de alta potência, que desta forma contribuem para o aumento da distorção harmônica. Muito embora os UPS sejam dispositivos de alta potência e, portanto, apresentam elevadas correntes de entrada, estes produtos não possuem nenhum tipo de circuito de correção do fator de potência objetivando a melhoria da qualidade de 245 energia. Isso ocorre pois a presença de tais circuitos implicaria em um forte impacto no custo do produto e desta forma, inviabilizaria sua aceitação no mercado. Os dispositivos de refrigeração de alimentos, apresentados na seqüência, são cargas compostas quase que exclusivamente por motores elétricos, comportando-se, portanto, de maneira muito semelhante aos condicionadores de ar. No prédio 30, foram encontrados diversos equipamentos e utensílios destinados à preparação de alimentos, porém o consumo de energia dos mesmos é pouco expressivo quando comparado com a carga total do sistema. O próximo tipo de carga analisada incluiu as fontes de corrente contínua e os osciloscópios, que apesar de não possuírem circuitos de correção do fator de potência de modo a melhorar a qualidade de energia consumida, também são cargas não possuem representatividade com relação à potência consumida de modo a serem levados em consideração nas simulações. Quanto aos monitores dos computadores, há modelos com ótimos índices de qualidade na entrada, porém foram encontrados em pequena quantidade. A grande maioria dos equipamentos encontrados apresentou formas de onda da corrente de entrada típicas de um retificador monofásico associado a um grande capacitor, resultando em uma alta taxa de distorção harmônica e um baixo fator de potência. Os equipamentos de projeção em geral apresentam uma carga com comportamento predominantemente resistivo, já que a maior parte da potência consumida é utiliza pela lâmpada de projeção. Isso acontece também no caso dos projetores multimídia, que apresentam somente um pequeno ruído de alta freqüência. Os aparelhos de televisão são cargas não-lineares, mas também foram encontrados em pequeno número, não representando desta forma uma carga significativa ao sistema. Os reatores para lâmpadas de descarga podem ser eletrônicos ou eletromagnéticos. Os reatores eletromagnéticos são basicamente cargas indutivas e apresentam uma sensível distorção harmônica. Já os reatores eletrônicos, que teriam potencialidade para serem grandes geradores de ruído na rede, não são, muito embora sejam dispositivos com etapa de corrente contínua e, portanto, dotados de retificadores com capacitor além de representarem cerca de dez por cento da carga total do sistema. Isto ocorre devido ao atendimento às normas brasileiras em vigor para esses dispositivos (NBR14417 e NBR14418), as quais limitam os níveis máximos de geração de correntes harmônicas, fazendo com que todos os reatores eletrônicos tenham um comportamento quase que puramente resistivo. Apesar de existirem instalados no prédio em número quase igual aos reatores eletromagnéticos, sua carga somada é bem menor, devido à alta eficiência destes dispositivos. 246 Por último, além da análise feita em uma máquina didática do laboratório de conversão, fez-se um estudo da preponderância de cada um dos tipos de cargas existentes no prédio, na distorção do sinal presente no barramento, etapa essencial para o trabalho de simulação que será apresentado no capítulo seguinte. Como já era esperado, computadores, monitores e UPS constituem a principal fonte geradora de distorções harmônicas. Entretanto, devido à grande preponderância das cargas motoras indutivas, com baixos níveis de distorção harmônica, essas irregularidades acabam tornando-se bem menos expressivas na totalidade das cargas instaladas. Pode-se esperar, portanto, que a rede apresente ruído em níveis bastante oscilantes, de acordo com as circunstâncias sazonais. 247 CAPÍTULO 5 MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE CARGAS 248 CAPÍTULO 5 5 Modelagem e Simulação de Cargas ........................................................................... 253 5.1 Introdução.............................................................................................................. 253 5.2 Topologias Básicas de Cargas Não Lineares Monofásicas................................... 254 5.2.1 Modelagem de Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo sem Indutor..... 257 5.2.1.1 Determinação do Resistor Equivalente - R. ........................................... 259 5.2.1.2 Determinação do Capacitor Equivalente – CCC...................................... 259 5.2.2 Modelagem de Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo com Indutor .... 261 5.2.2.1 Determinação dos Componentes R, L e CCC equivalentes ............................ 262 5.3 Modelagem de Retificador Trifásico em Ponte de Graetz .................................... 271 5.4 Modelagem de Cargas Predominantemente Indutivas .......................................... 273 5.5 Modelagem de Cargas Predominantemente Resistivas......................................... 276 5.6 Simulação de Cargas ............................................................................................. 276 5.6.1 Simulação do Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo sem Indutor.......... 277 5.6.2 Simulação de Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo com Indutor ......... 278 5.6.3 Simulação de Cargas Predominantemente Indutivas ........................................ 278 5.6.4 Simulação de Cargas Predominantemente Resistivas....................................... 279 5.7 Resultados de Simulação para Computadores ............................................................ 279 5.7.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Computador DELL - GX 150. 280 5.7.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Computador DELL - GX 240 281 5.7.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação da CPU IBM ThinkCenter P4282 5.7.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação da CPU COMPAQ P4........... 283 249 5.7.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Cpu p3 Gateway torre ...... 284 5.7.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Computador HP Vectra.... 285 5.8 Resultados de Simulação para Condicionadores de Ar e No-Breaks.......................... 286 5.8.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Multi-Split Carrier 60 kBTU286 5.8.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Multi-Split Carrier 40 kBTU287 5.8.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Multi Split Carrier 90 kBTU288 5.8.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do ARCON 90 kBTU............ 289 5.8.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Nobreak CP modelo TEN 290 5.8.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Nobreak 10 kVA Trifásico291 5.8.7 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Nobreak dos servidores.... 292 5.9 Resultados de Simulação para Dispositivos de Refrigeração e Preparação de Alimentos 293 5.9.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação de bebedouro......................... 293 15.9.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Microondas LG .............. 294 15.9.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação de Freezer Horizontal.......... 295 15.9.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Freezer da Pepsi ............. 296 15.9.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Freezer Sorvete .............. 297 5.9.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Balcão Aquecedor............ 298 5.9.7 Tensão e corrente obtidas através de simulação da cafeteira Wallita ............... 299 5.9.8 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Cafeteira........................... 300 5.10 Resultados de Simulação para Monitores ................................................................. 301 5.10.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor Dell - Modelo E771p. 301 5.10.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor Dell modelo M570302 250 5.10.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor LG Studioworks 77i 303 5.10.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor IBM E50 .......... 304 5.10.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor HP 71 ............... 305 5.11 Resultados de Simulação para Projetores.................................................................. 306 5.11.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Projetor Visograf PR 4400306 5.11.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Projetor Visograf Comum307 5.11.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Projetor Multimídia Próxima LS1 308 5.11.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Ventilador de teto Martau309 5.11.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Fliperama ....................... 310 5.12 Resultados de Simulação para Reatores para Lâmpadas de Descarga...................... 311 5.12.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator Reatronic 2X32W311 5.12.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do reator eletromagnético Intral 2x40W 312 5.12.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator Osram 2X32W.... 313 5.12.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do reator 2x110W CBI........ 314 5.12.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator eletrônico Helfont 2X32W ....................................................................................................................... 315 5.12.7 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator Intral 400W Vapor de Sódio 316 5.13 Resultados de Simulação para Máquinas Didáticas.................................................. 317 5.13.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação de Máquina Assíncrona 1.5 kW com carga nominal ..................................................................................................... 317 5.14 Simulações do Sistema de Distribuição .................................................................... 318 251 5.14.1 Definições dos Parâmetros de Simulação da Subestação................................ 319 5.14.2 Simulação do Sistema Elétrico com Carga Puramente Resistiva ................... 321 5.14.3 Simulação do Sistema Elétrico com Carga Totalmente Não-Linear............... 324 5.14.4 Simulação do Sistema Elétrico com Carregamento Completo do Prédio....... 331 5.14.5 Simulação do Sistema Elétrico com Carregamento Médio............................. 342 5.14.6 Avaliação do Impacto das Cargas Não Lineares no Dimensionamento de Subestações ................................................................................................................ 348 5.15 Conclusão .................................................................................................................. 365 252 5 5.1 MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE CARGAS Introdução Neste capítulo serão apresentadas várias abordagens metodológicas que irão permitir a modelagem das diversas cargas encontradas na Faculdade de Engenharia da PUCRS. No estudo realizado no capítulo anterior, foi identificado que existe um grande número de cargas não lineares, constituídas por um retificador em ponte associado a um capacitor de filtragem, conectadas a subestação do prédio 30. Assim, surgiu à necessidade de que fosse desenvolvido um estudo específico que permitisse a modelagem destas cargas, o qual demandou um grande esforço. Na bibliografia não foi possível identificar nenhum trabalho que apresentasse uma solução para este problema, de forma completa, apresentando um modelo e uma metodologia de identificação das cargas não lineares, utilizando programa de simulação de circuitos eletroeletrônicos. Koval e Carter em seu trabalho [10] apenas descrevem o comportamento das cargas não lineares e em [11] apresentam um modelado destas cargas baseado no espectro harmônico medido das mesmas o qual não descreve o comportamento das cargas na presença de distorções harmônicas de tensão da rede. Reformat et al em [12] apresentam uma modelagem matemática não facilmente utilizável em programas de simulação, Karlsson e Hill em seu trabalho [13] seguem a mesma linha de Reformat. Porém Karimi e Mong em [14] apresentam um estudo muito próximo ao que será realizado neste trabalho sem, porém abordar o problema da identificação dos parâmetros do circuito equivalente que compõem estas cargas. Este capítulo tem como finalidade principal descrever a metodologia que foi adotada para permitir a identificação dos diferentes componentes que constituem as diferentes cargas em estudo. Buscar se ão correlacionar os dados obtidos no mapeamento, das diversas cargas existentes na Faculdade de Engenharia (FENG), realizado no capítulo anterior com a modelagem proposta de forma a possibilitar a identificação dos componentes equivalentes, resistores, indutores e capacitores, e a posterior simulação digital das diversas cargas em separado e em conjunto. Para tal fim, será empregado o programa de simulação PSIM® o qual apresenta a possibilidade de que sejam criados sub-circuitos que irão representar o comportamento das diferentes cargas. Assim, ao final deste capítulo serão apresentados os diversos subcircuitos relativos às diferentes cargas existentes na FENG, tais como PCs, monitores, reatores eletrônicos, reatores eletromagnéticos, equipamentos de refrigeração, ar-condicionado, ventiladores, motores elétricos, No-Breaks, retroprojetores, 253 projetores multimídia, forno elétrico entre outros. Será investigada a interação entre estas diversas cargas e o reflexo da geração das correntes harmônicas na tensão de distribuição em baixa e em média tensão. As perdas na instalação causada pelas cargas não lineares. A influência da impedância do transformador e das formas de conexão também será alvo deste estudo. E finalmente se buscará determinar se existe ou não à necessidade de se utilizar um estudo diferenciado para o dimensionamento da subestação quando as cargas são majoritariamente não lineares. 5.2 Topologias Básicas de Cargas Não Lineares Monofásicas No mundo de hoje a grande maioria das cargas são não lineares ou às vezes chamadas de eletrônicas por se tratarem na sua maioria de equipamentos eletrônicos, tais como: • Equipamentos de áudio; • Equipamentos de vídeo; • Equipamentos de entretenimento; • Computadores pessoais e industriais; • Monitores; • Impressoras; • Comandos Numéricos; • Controladores Lógicos Programáveis; • Reatores Eletrônicos para Lâmpadas de descarga; • Projetores Multimídia; • Osciloscópios; • Etc... Os quais têm na sua essência a necessidade de operar em corrente continua (CC), toda vez que o sistema de distribuição de energia se dá em corrente alternada (CA) se faz necessário a existência de uma etapa de conversão de energia intermediária para transformar a tensão alternada em tensão continua. Esta conversão é realizada por circuitos eletrônicos 254 denominados retificadores, os quais na maioria das aplicações de baixa potência são do tipo monofásico. O circuito retificador mais comumente utilizado nos dias de hoje é o retificador em ponte com filtro capacitivo. Esta estrutura constitui o estagio de entrada da grande maioria das fontes chaveadas do tipo of-the-line que são constituídas pelo estagio de entrada que converte a tensão alternada em tensão continua e um conversor CC-CC. A função deste conversor é de reduzir e estabilizar a tensão da rede retificada a níveis adequados para alimentar os delicados circuitos eletrônicos utilizadas nos equipamentos eletrônicos, como mostrado na figura 5.1. Figura 5.1 - Fonte de alimentação típica dos circuitos eletrônicos. Este conjunto retificador em cascata com um conversor CC-CC pode ser simplificado tratando o conversor CC-CC e sua carga, como uma carga resistiva equivalente, conforme se pode observar na figura 5.2 abaixo representada. Figura 5.2 - Circuito equivalente de uma fonte de alimentação típica dos circuitos eletrônicos. 255 Nas figuras 5.1 e 5.2, acima representadas o indutor L representa a indutância parasita do circuito ou mesmo a presença de um filtro EMI na entrado circuito. O capacitor CCC é o capacitor de filtragem do retificador e normalmente são utilizados capacitores de elevada capacitância quando se trabalha com retificadores de baixa tensão alimentando fontes lineares os quais conferem ao circuito retificador um baixo ripple de tensão. Nas fontes de alimentação comutadas um maior ripple é tolerado, pois o conversor CC-CC será responsável por adaptar os níveis de tensão e reduzir o ripple da tensão CC entregue aos circuitos eletrônicos. Contudo a grande desvantagem deste circuito consiste no fato do mesmo drenar energia da rede somente durante a etapa de carga do capacitor resultando em elevada distorção harmônica das correntes, estas correntes ao circular pela impedância da rede irão introduzir distorções harmônicas de tensão. Figura 5.3 - Formas de onda de tensão na carga, tensão na entrada do retificador e corrente na entrada do retificador circulando na instalação na presença de elevada indutância parasita. Somente como ilustração a figura 5.3 apresenta formas de onda típicas para este tipo de carga não linear. Observando-se esta figura fica claro o conceito de carga não linear eletrônica, pois não existe uma relação linear entre as formas de onda de tensão e corrente nos terminais da carga. De certa forma a presença da indutância de entrada é benéfica para a rede, toda vez que aumenta o tempo de duração da corrente. A figura 5.4 representa o mesmo circuito da figura 5.3 alimentando a mesma carga, porém sem a presença da indutância parasita. 256 Figura 5.4 - Formas de onda de tensão na carga, tensão na entrada do retificador e corrente na entrada do retificador circulando na instalação. Nesta figura, observa-se que: • A corrente de entrada apresenta uma elevadíssima taxa de crescimento (di/dt), a qual pode ser responsável pela elevação do nível das interferências eletromagnéticas (EMI) geradas pelo circuito; • Ocorre uma redução do intervalo de condução dos diodos; • Uma elevação significativa do valor máximo da corrente de entrada, uma vez que a potência permanece praticamente inalterada em ambos os casos. 5.2.1 Indutor Modelagem de Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo sem Existem equipamentos nos quais a indutância parasita L representada nas figuras 5.1 e 5.2 é desprezível nestes casos, utilizando-se uma aproximação linear, é possível a determinação de uma expressão que seja representativa da tensão sob o capacitor CCC, de forma bastante simples. Uma representação gráfica desta aproximação é ilustrada na figura 5.5 na qual VC MÁX e VC MIN representam os valores máximos e mínimos da tensão neste 257 capacitor, respectivamente; tD on e tD off representam os intervalos de condução e bloqueio dos diodos da ponte retificadora. Figura 5.5 - Aproximação linear da tensão no capacitor CCC. Com base na figura 5.5, acima representada, a tensão no capacitor CCC pode ser descrita por duas simples equações da reta, conforme ilustrado nas equações (5.1) e (5.2) representando a tensão naquele capacitor durante os intervalos de carga tD on e descarga tD off daquele componente. ⎛ VC MÁX − VC MIN vC (t ) = ⎜ ⎜ t D on ⎝ ⎞ ⎟ t + VC MIN ⎟ ⎠ ⎛ VC MÁX − VC MIN vC (t ) = VC MÁX − ⎜ ⎜ t D off ⎝ 258 ⎞ ⎟t ⎟ ⎠ 0 < t < tD on (5.1) td on < t < t D off (5.2) 5.2.1.1 Determinação do Resistor Equivalente - R. Conhecida a potência consumida pelo retificador e o valor médio da corrente de saída da ponte retificadora, vide figura 5.2 (iD out), é possível a determinação do valor do resistor equivalente R, uma vez que se pode assumir que toda componente continua desta corrente irá circular pela carga resistiva equivalente, e que a totalidade da componente alternada desta corrente é desviada pelo capacitor de filtro CCC. Para obtenção direta do valor médio da corrente de saída da ponte de diodos seria necessária a utilização de processos invasivos os quais não estão permitidos na maioria das situações. Uma simples análise do circuito representado da figura 5.2, permite que se observe que a corrente que irá circular na saída da ponte retificadora iD out nada mais é que o valor absoluto da corrente de entrada i(t). Desta forma, é possível a obtenção do valor médio da corrente iD out (ID Méd)de forma indireta conforme ilustra a equação (5.3) abaixo representada: I D Méd (ω t ) = 1 π ∫ π 0 i (ω t ) d ω t (5.3) O valor do resistor equivalente R pode agora ser facilmente determinado aplicando a lei de ohm, e lembrando que se está assumindo que a corrente que circula pelo resistor é constante e isenta de harmônicos, resultando na expressão (5.4) abaixo representada. R= 5.2.1.2 P I D Méd 2 (5.4) Determinação do Capacitor Equivalente – CCC. Sabe-se que durante todo o intervalo de tempo em que não há corrente circulando pela ponte retificadora (tD off) o capacitor CCC é responsável pelo fornecimento de energia a carga, em outras palavras ao resistor equivalente R, através deste conhecimento é possível a determinação do capacitor equivalente CCC. Isto posto, se pode concluir facilmente que durante o intervalo de condução dos diodos a carga é alimentada diretamente pela rede elétrica e o capacitor recebe a energia necessária para alimentar a carga durante o intervalo de 259 não condução dos diodos. Ao final do ciclo de descarga do capacitor CCC, depois de transcorrido o tempo (tD off), a tensão vc(t) = VC MIN, o mesmo não esta completamente descarregado, e em seus terminais encontra-se disponível uma energia mínima EMIN, a qual pode ser determinada através do uso da expressão clássica da energia armazenada em um capacitor, a expressão (5.5) abaixo representada expressa esta energia. 1 EMIN = CCC VC MIN 2 2 (5.5) Ao final do ciclo de carga do capacitor, o qual ocorre durante o intervalo (tD on), o mesmo encontra-se completamente carregado e sob seus terminais tem-se a tensão VC MÁX e associada a esta tensão tem-se a máxima energia disponível (EMÁX) a qual é expressa pela equação (5.6). 1 EMÁX = CCC VC MÁX 2 2 (5.6) Do anteriormente exposto se conclui que a energia fornecida pelo capacitor C e dissipada no resistor equivalente R durante o intervalo (tD off) é a diferença entre a energia máxima e a energia mínima armazenada no capacitor. Assim, a partir das expressões (5.5) e (5.6) se pode obter a expressão da energia fornecida pelo capacitor C a carga, durante o intervalo (tD off) (ΔEC): ( 1 Δ EC = CCC VC MÁX 2 − VC MIN 2 2 ) (5.7) A expressão da energia dissipada no resistor equivalente R durante o intervalo (tD off) (ER) também pode ser expressa a partir da definição de energia conforme representado na equação (5.8) abaixo representada. tD off ER = ∫ tD off vR (t ) iR (t ) dt = 0 ∫ 0 vC (t ) 2 dt R Substituindo-se a expressão (5.2) na expressão (5.8) obtém-se: 260 (5.8) t D off ER = ∫ 0 1 R ⎡ ⎛ VC MÁX − VC MIN ⎢VC MÁX − ⎜ ⎜ t D off ⎢⎣ ⎝ 2 ⎞ ⎤ ⎟⎟ t ⎥ dt ⎠ ⎥⎦ (5.9) Resolvendo a expressão (5.9) encontra-se a expressão da energia dissipada no resistor durante o bloqueio dos diodos, a qual se apresenta a continuação: ER = t D off (V 3R 2 C MÁX + VC MÁX VC MIN + VC MIN 2 ) (5.10) Igualando-se as expressões (5.7) e (5.10) obtém-se uma expressão a partir da qual se pode determinar o valor do capacitor CCC conforme mostra a expressão (5.11). CCC Onde VC MÁX ( 2 2 2 t D off VC MÁX + VC MÁX VC MIN + VC MIN = 2 3 R V − VC MIN 2 e VC MIN ( C MÁX ) ) (5.11) representam os valores máximos e mínimos da tensão do capacitor CCC os quais podem ser facilmente determinados tomando-se a tensão VC MÁX igual ao pico da tensão de entrada e VC MIN como sendo o valor da tensão de entrada v(t) no instante em que os diodos começam a conduzir. 5.2.2 Indutor Modelagem de Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo com Atualmente, a grande maioria das fontes de alimentação comerciais são do tipo comutada, ou chaveada, as quais apresentam uma estrutura clássica como a representada na figura (5.1). Devido à presença do conversor CC-CC operando em alta freqüência a inclusão de filtros EMI é praticamente inevitável, assim o indutor L representado naquela figura não poderá ser considerado desprezível. A continuação será apresentado um estudo que visa criar uma metodologia para identificar os valores de todos os componentes equivalentes apresentados na figura (5.2), os quais são o capacitor CCC, o indutor L e o resistor R, a partir das medidas das formas de onda de tensão e corrente realizadas no capítulo anterior. 261 5.2.2.1 Determinação dos Componentes R, L e CCC equivalentes A partir do estudo que foi realizado no item 5.2.1.1 o resistor R equivalente pode ser determinado da mesma forma ali descrita utilizando-se para tanto a expressão (5.4), dado que a inclusão do indutor L em nada afeta o procedimento ali descrito. Por outro lado, os valores do capacitor CCC e do indutor L não podem ser obtidos sem a determinação das expressões que representam à evolução da corrente de entrada e da tensão no capacitor, pois devido à presença do indutor a tensão no capacitor não mais assume valores idênticos aos da tensão de entrada como pode ser observado no exemplo representado na figura 5.3. Para obtenção das equações de i(t), vC(t) e iC(t) será utilizada a abordagem clássica da eletrônica de potência que consiste em estudar o comportamento do circuito nas suas diversas etapas de funcionamento. Assim, o circuito da figura 5.2 pode ser redesenhado conforme mostrado na figura 5.6, a qual representa a primeira etapa de funcionamento do circuito retificador na qual a tensão da rede é aplicada diretamente ao circuito via condução dos diodos, esta etapa ocorre durante o intervalo de tempo no qual se da à carga do capacitor CCC e existe durante o intervalo tD on. A continuação serão apresentadas o conjunto de equações diferenciais que descrevem o comportamento do circuito retificador de entrada o qual é bastante conhecido do ponto de vista qualitativo, porém existe uma grande carência de informação do ponto de vista quantitativo. Neste trabalho pretende-se preencher esta lacuna apresentando uma ampla analise quantitativa, baseada no equacionamento deste circuito permitindo assim a identificação e o modelado dos diversos equipamentos estudados no capítulo anterior. Figura 5.6 - Circuito equivalente da primeira etapa de funcionamento da fonte comutada. 262 A corrente de entrada i(t) pode ser obtida conforme mostrado na equação abaixo: i ( t ) = iC ( t ) + iR ( t ) (5.12) Sendo as correntes no capacitor e no resistor obtidas a partir dos conceitos básicos de circuitos elétricos, as equações (5.13) e (5.14) descrevem a evolução destas variáveis. iC ( t ) = CCC iR ( t ) = d vC ( t ) dt vC ( t ) (5.13) (5.14) R Desta forma, a corrente de entrada pode ser obtida substituindo-se as expressões (5.13) e (5.14) na expressão (5.12) resultando na expressão (5.15) abaixo representada. i ( t ) = CCC d vC ( t ) dt + vC ( t ) R (5.15) Uma expressão para tensão de entrada pode ser obtida aplicando-se ao circuito, representado na figura 5.6, a lei das malhas resultando na expressão (5.16). v (t ) = L d i (t ) dt + vC ( t ) (5.16) Isolando-se a tensão no capacitor CCC, vC (t), se pode reescrever a expressão (5.16) resultando na expressão (5.17) mostrada a continuação: vC ( t ) = v ( t ) − L d i (t ) dt Substituindo-se a expressão (5.15) na expressão (5.17) obtém-se: 263 (5.17) vC ( t ) = v ( t ) − L d vC ( t ) vC ( t ) ⎞ d ⎛ + ⎜ CCC ⎟ dt⎝ dt R ⎠ d2 L d vC ( t ) − vC ( t ) 2 dt R dt (5.19) d2 L d vC ( t ) + vC ( t ) + vC ( t ) = v ( t ) 2 dt R dt (5.20) vC ( t ) = v ( t ) − LCCC LCCC (5.18) Solucionando-se a equação diferencial de segunda ordem representada na expressão (5.20) é possível a determinação da tensão no capacitor CCC e posteriormente a determinação da expressão da corrente de entrada através da expressão 5.15. É de fundamental importância recordar que não se trata de um circuito linear, mas sim de um circuito não linear, porém linear por partes, que esta sendo estudado. Portanto é necessário expressar corretamente o momento em que ocorre o início desta etapa de funcionamento, o qual ocorre quando a tensão no capacitor CCC torna-se igual à tensão da rede depois de transcorrido o intervalo (tD off), para realizar este trabalho a tensão da rede não será expressa como uma simples onda senoidal mas sim como uma composição de duas formas de onda uma senoidal e outra cossenoidal, operando na mesma freqüência, conforme a representação abaixo. A sen (ω t ) + B cos (ω t ) = Sendo: A2 + B 2 sen (ω t + φ ) (5.21) ⎛B⎞ A2 + B 2 é igual ao valor de pico da tensão da rede e φ = tg −1 ⎜ ⎟ o ângulo ⎝ A⎠ de defasagem entre a corrente na entrada do retificador e a tensão da rede. Os coeficientes A e B podem então ser obtidos conforme expresso nas equações (5.21) e (5.22) respectivamente. A= B= 2 Vo (5.22) 2 Vo tg (φ ) (5.23) 1 + tg 2 (φ ) 1 + tg 2 (φ ) 264 Esta modificação na forma de definir a tensão de entrada v(t) visa simplificar a solução da equação diferencial expressa na equação (5.20) assim substituindo-se a expressão (5.21) na equação (5.20) obtém-se a expressão (5.24). LCCC d2 L d vC ( t ) + vC ( t ) + vC ( t ) = A sen (ω t ) + B cos (ω t ) 2 dt R dt (5.24) Aplicando-se a transformada de Laplace a equação (5.24) se obtém a expressão (5.25). ⎧ ⎫ d2 L d L ⎨ LCCC vC ( t ) + vC ( t ) + vC ( t ) ⎬ = L 2 R dt dt ⎩ ⎭ { A sen ( ω t ) + B cos ( ω t )} (5.25) As transformadas de Laplace da primeira e da segunda parte da equação (5.25) são apresentadas nas equações (5.26) e (5.27), abaixo representadas: ⎧ ⎫ d2 L d L vC ( t ) + vC ( t ) ⎬ = LCCC s 2VC ( s ) − sVC (0) − V 'C (0) + ( sVC ( s ) − VC (0) ) + VC ( s ) L ⎨ LCCC 2 vC ( t ) + dt R dt R ⎩ ⎭ ( L ) { A sen (ω t ) + B cos (ω t )} = Aω Bs + 2 2 s +ω s + ω2 2 (5.26) (5.27) Assim a equação (5.25) pode ser reescrita conforme mostrado na equação (5.28). ( ) LCCC s 2VC ( s ) − sVC (0) − V 'C (0) + L Aω Bs ( sVC ( s ) − VC (0) ) + VC ( s ) = 2 2 + 2 2 (5.28) R s +ω s +ω Colocando em evidência o termo VC(s) obtém-se a expressão (5.31) a qual é mostrada abaixo: ⎛ s 1 ⎞ 1⎞ Aω Bs ⎛ ' LCCC ⎜ s 2 + + + 2 ⎟ VC ( s ) − LCCC ⎜ s + ⎟ VC (0) − LCCC V C (0) = 2 2 RCCC LCCC ⎠ R⎠ s +ω s + ω2 ⎝ ⎝ (5.29) 265 Aω Bs 1⎞ ⎛ + 2 + LCCC ⎜ s + ⎟ VC (0) + LCCC V 'C (0) 2 2 s +ω s +ω R⎠ ⎝ VC ( s ) = ⎛ s 1 ⎞ LCCC ⎜ s 2 + + ⎟ RCCC LCCC ⎠ ⎝ 2 VC ( s ) = Aω LCCC ⎛ 2 s 1 ⎞ 2 2 + ⎜s + ⎟ s +ω RCCC LCCC ⎠ ⎝ ( ) + Bs LCCC ⎛ 2 s 1 ⎞ 2 2 + ⎜s + ⎟ s +ω RCCC LCCC ⎠ ⎝ ( ) ⎛ 1 ⎞ VC (0) ⎜ s + ⎟ RCCC ⎠ ⎝ + ⎛ 2 s 1 + ⎜s + RCCC LCCC ⎝ ⎞ ⎟ ⎠ (5.30) + V 'C (0) ⎛ 2 s 1 ⎞ + ⎜s + ⎟ RCCC LCCC ⎠ ⎝ (5.31) Para que se possa conhecer a expressão temporal da tensão vC(t) se deve aplicar a transformada inversa de Laplace a equação (5.31), para tanto é necessário reescrever esta equação de forma que seja possível obter esta transformada inversa para cada termo a partir de transformadas conhecidas. Um método bastante eficiente consiste em expressar a equação que se deseja obter a transformada inversa na forma de um somatório de frações este método é conhecido como método das frações parciais. Para operacionalizar este método cada termo da equação (5.31) será tratado individualmente conforme mostrado abaixo: Aω ⎛ 1 ⎞ 2 s 2 + LCCC ⎜ s 2 + ⎟ s +ω RCCC LCCC ⎠ ⎝ ( Bs ⎛ s 1 ⎞ 2 2 LCCC ⎜ s 2 + + ⎟ s +ω RCCC LCCC ⎠ ⎝ ( = C1 s + C2 C3 + C4 ( s − b ) + 2 s2 + ω 2 ( s − b) + a2 ) ( = ) C5 s + C6 ) (s 2 +ω 2 + C7 + C8 ( s − b ) ) ( s − b) 2 + a2 (5.32) (5.33) Os valores de a e b foram definidos a partir da expressão (5.34), conforme mostrada abaixo: ( ) s 2 − 2 b s + a 2 + b2 = s 2 + Assim é fácil concluir que: 266 s 1 + RCCC LCCC (5.34) b= − a 2 + b2 = 1 2 R CCC (5.35) 1 L CCC (5.36) Com base nas expressões (5.32), (5.33), (5.35) e (5.36) é possível à determinação dos coeficientes C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7 e C8 conforme segue: C1 = Aω 2 b a 2 + 2 b3 (a 2 + b 2 − 2 a ω + ω 2 )(a 2 + b 2 + 2 a ω + ω 2 ) (5.37) C 2 = Aω a 4 − a 2 ω 2 + 2 a 2 b 2 −ω 2 b 2 + b 4 a2 + b2 − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω +ω 2 ( )( ) (5.38) C3 = Aω − a4 + a2 ω 2 + b4 +ω 2 b2 a 2 + b2 − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω + ω 2 ) (5.39) ( C 4 = Aω )( ( ) − 2b a 2 + 2b3 a2 + b2 − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω + ω 2 ( )( a 4 + 2 a 2 b 2 − a 2 ω 2 −ω 2 b 2 + b 4 a2 + b2 − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω +ω 2 C5 = B ( C6 = B ) (5.40) ) (5.41) − 2 bω 2 a 2 + 2 b3 ω 2 a 2 + b2 − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω +ω 2 ) (5.42) b a 2 ω 2 + ω 2 b3 + b5 + 2 a 2 b3 + b a 4 C7 = B 2 2 a + b − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω +ω 2 ) (5.43) − a4 + 2 a2 b2 − a2 ω 2 − ω 2 b2 + b4 C8 = B 2 a + b2 − 2 aω +ω 2 a2 + b2 + 2 aω +ω 2 (5.44) )( ( ( ( ( )( ) )( ( )( ) ) O terceiro termo da equação (5.31) pode ser reescrito conforme mostrado na equação (5.45), abaixo representada: 267 ⎛ 1 ⎞ 1 ⎛ ⎞ VC (0) ⎜ s + ⎟ ⎜ ⎟ RCCC ⎠ R CCC s b b ⎝ ⎟ = VC (0) ⎜ − + + 2 2 2 2 ⎛ 2 s 1 ⎞ ⎜ ( s − b) + a2 ( s − b) + a2 ( s − b) + a2 ( s − b) + a2 ⎟ + ⎜ ⎟ ⎜s + ⎟ RCCC LCCC ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ (5.45) Substituindo-se a expressão (5.35) na equação (5.45) tem-se: ⎛ 1 ⎞ VC (0) ⎜ s + ⎟ ⎛ ⎞ RCCC ⎠ s −b b ⎝ ⎟ = VC (0) ⎜ − ⎜ ( s − b )2 + a 2 ( s − b )2 + a 2 ⎟ ⎛ 2 s 1 ⎞ ⎝ ⎠ + ⎜s + ⎟ RC LC CC CC ⎠ ⎝ (5.46) O último termo da equação (5.31) possui transformada inversa de Laplace tabelada, porém a derivada da tensão no capacitor CCC no instante inicial, V’C(0), necessita ser determinada, para tanto se pode reescrever a expressão (5.15) isolando-se esta tensão e lembrando que a corrente de entrada no inicio da condução é nula, i(0) = 0. Desta forma a tensão V’C(0) pode ser determinada pela expressão (5.47). d vC ( 0 ) dt = − vC ( 0 ) R CCC (5.47) Substituindo-se a equação (5.35) na expressão (5.47) obtém-se: d vC ( 0 ) dt = 2 b vC ( 0 ) (5.48) Com base em todo o exposto se pode apresentar a tensão VC(s) da forma como representado abaixo na equação (5.50). VC ( s ) = ⎛ C1 s + C2 C3 + C4 ( s − b ) C5 s + C6 C7 + C8 ( s − b ) s −b b + + 2 + + VC (0) ⎜ − 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ⎜ s +ω s +ω ( s − b) + a2 (s − b) + a (s − b) + a ⎝ ( s − b) + a ( ) ( ) ⎞ 2 b VC (0) ⎟+ ⎟ ( s − b )2 + a 2 ⎠ (5.49) VC ( s ) = b VC (0) C1 s + C 2 C3 + C 4 ( s − b ) C5 s + C6 C7 + C8 ( s − b ) ⎛ ( s − b ) VC (0) + + 2 + +⎜ + 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ⎜ s +ω s +ω (s − b) + a (s − b) + a ⎝ (s − b) + a (s − b) + a2 ( ) ( ) ⎞ ⎟ ⎟ ⎠ (5.50) 268 Consultando-se uma tabela de transformadas inversas de Laplace, por exemplo, em Spiegel [15], encontra-se que: 1 sen (ω t ) = 2 ω s +ω (5.51) s = cos (ω t ) s + ω2 (5.52) 2 2 1 ( s − b) 2 + a2 s −b ( s − b) 2 +a 2 ebt sen (at ) a (5.53) = ebt cos (at ) (5.54) = Aplicandose a transformada inversa de Laplace, a equação (5.50) e levando-se em consideração as expressões (5.15), (5.51), (5.52), (5.53) e (5.54) é possível obter as expressões da tensão no capacitor CCC, vc(t) e da corrente na entrada do retificador, i(t), conforme expresso abaixo: ⎛ b v ( 0 ) + C3 + C7 ⎛ C + C6 ⎞ vC ( t ) = ⎜ 2 sen (ω t ) + ( C1 + C5 ) cos (ω t ) + ⎜ C ⎟ a ⎝ ω ⎠ ⎝ ⎞ bt bt ⎟ e sen ( at ) + ( vC ( 0 ) + C4 + C8 ) e cos (at ) ⎠ (5.55) i (t ) = vc ( t ) R ⎛ ⎞ ⎛ b sin ( a t ) ⎞ cos ( a t ) ⎟ + (Vco − C1 − C5 ) ebt ( b cos ( a t ) − a sin ( a t ) ) ⎟ + CCC ⎜ ( C2 + C6 ) cos (ω t ) − ( C1 + C5 ) sin (ω t ) ω + ( bVco + C3 + C7 ) ebt ⎜ ⎜ ⎟ a ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ (5.56) De posse destas equações é possível montar um sistema de equações que permita a determinação dos parâmetros de circuito desejados, os quais são: • Resistor equivalente R; • Capacitor equivalente CCC; • Indutor equivalente L; Observand o as expressões (5.37) à (5.44) vê-se que os coeficientes C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7 e C8 dependem dos parâmetros a e b definidos nas expressões (5.35) e (5.36) que por sua vez são 269 função dos parâmetros de circuito que se querem determinar quais sejam: R, L e CCC. O sistema de equações pode ser montado utilizando-se para tanto os valores obtidos a partir dos resultados experimentais. Para montar este sistema de equações foram eleitos alguns pontos de interesse de fácil obtenção, os quais são apresentados à continuação: • O instante, inicial t = 0, neste momento sabe-se que a tensão vc(0) é igual a tensão de entrada (vc(0) = v(0)) e a corrente de entrada é nula (i(0) =0). Este momento pode ser identificado, como sendo o instante em que a corrente, na entrada do retificador, começa a evoluir a partir de zero. Sendo a tensão da rede no instante inicial, v(0), obtida a partir das medidas realizadas. • O instante em que ocorre o pico da corrente de entrada (tp), neste ponto a derivada da corrente é nula, logo a tensão no indutor L também o é, portanto toda a tensão da rede é aplicada ao capacitor CCC. Em resumo (i(tp) = Ip) e (vC(tp) = v(tp)), sendo os valores de tp, v(tp) e Ip obtidos a partir das medidas realizadas. • Sabe-se que depois de transcorrido o intervalo de condução dos diodos tD on a corrente de entrada volta a ser nula. Em resumo (i(tD on) = 0) sendo o valor de tD on obtido a partir das medidas realizadas. Como se pode observar foi estabelecido um sistema de cinco equações para determinar três variáveis (R, L e CCC). Convêm ressaltar que se trata de um conjunto de equações transcendentais e, portanto sem solução analítica por isso utilizou-se um maior numero de equações do que aquele essencial para obtenção da resposta. Foram observados vários problemas de convergência do algoritmo de solução do conjunto de equações de forma que se optou por determinar o valor do resistor equivalente segundo a expressão (5.4) descrita anteriormente. Esta alternativa viabilizou a convergência do algoritmo para valores de indutor equivalente L e o capacitor equivalente CCC coerentes com os resultados experimentais, dado que não existe uma única combinação destes componentes que solucione o conjunto de equações descrito anteriormente. Portanto a solução encontrada depende muito das condições inicias empregas (valores iniciais de R, L e C). A ferramenta escolhida para solucionar o sistema de equações foi o programa MathCad 2000 Professional. 270 5.3 Modelagem de Retificador Trifásico em Ponte de Graetz Os retificadores trifásicos constituem o estágio de entrada de uma diversidade de equipamentos, sua principal aplicação esta associada a equipamentos de alta potência (acima de 1 kW), tais como: inversores de freqüência, sistemas de alimentação ininterrupta SAIs ou UPS (Uninterrupt Power Supply), carregadores de bancos de baterias, máquinas operatrizes entre outros. Na figura 5.7 é mostrado o circuito típico de um retificador trifásico com carga resistiva. Figura 5.7 - Estrutura de um retificador trifásico em ponte de Graetz com carga resistiva. Este tipo de circuito fornece uma tensão de saída com ripple consideravelmente pequeno mesmo sem filtragem adicional, conforme se pode observar na figura 5.8. Usualmente utilizam-se capacitores para reduzir ainda mais o ripple da tensão de saída e absorver eventuais devoluções de energia provenientes the um conversor conectado a saída deste retificador, porém o efeito deste tipo de filtragem será ignorado, pois, o único equipamento encontrado no prédio 30 apresenta formas de onda similares às abaixo expostas na figura 5.8. 271 Figura 5.8 - Tensão e corrente de entrada no retificador trifásico e Tensão no barramento CC. Buscando-se encontrar o valor de um resistor equivalente que permita a modelagem de circuitos que tenham características semelhantes a do referido circuito, a partir do teorema do valor médio, facilmente pode-se obter a tensão média no barramento CC, como pode ser observado na equação 5.57. T Vcc = 1 3 v(t ) d t = ∫ T 0 π 2π 3 ∫ π 3 2 Vo sen (ω t ) dω t = 3 3 2 π Vo (5.57) 3 A potência dissipada no resistor pode ser calculada a partir da lei de ohm utilizandose a equação (5.58). P= VCC 2 R (5.58) Isolando-se o valor da resistência equivalente R, a partir da equação (5.58) e substituindo o resultado da equação (5.57) nesta equação encontra-se a expressão (5.59) que permite o cálculo do resistor equivalente R para o modelo do retificador trifásico em ponte de Graetz. 272 2 ⎛3 3 2 ⎞ Vo ⎟ ⎜ 2 π ⎝ ⎠ = 1.82 Vo R= 3P P (5.59) Onde P é a potência de entrada medida em uma das fases. 5.4 Modelagem de Cargas Predominantemente Indutivas Cargas como geladeiras, condicionadores de ar, ventiladores, entre outros equipamentos, em regime permanente, podem ser considerados como uma carga predominantemente indutiva ou simplesmente R e L, como o circuito mostrado na Figura 5.9, onde v(t) é a tensão da rede elétrica, i(t) é a corrente que circula pela carga e Z a impedância equivalente do circuito RL. A pesar de serem cargas de simples modelagem as mesmas são muito importantes, pois como foi destacado no capítulo anterior o consumo de energia gasto com equipamentos de ar-condicionado é responsável pela fatia mais significativa do conjunto. Atuando, por assim dizer, como um filtro de qualidade de energia, fazendo com que a corrente total consumida pela instalação seja majoritariamente senoidal. Figura 5.9 - Carga RL equivalente. A impedância equivalente Z do circuito RL da figura 5.9 pode ser escrita como: 273 Z = R + jω L (5.60) onde ω = 2 π f rede , Que na forma polar pode ser descrita pelo seu módulo |Z| expresso na equação (5.61) e pela sua fase (φRL) representada na equação (5.62). Z = R 2 + (ω L ) 2 ⎛ ωL ⎞ ⎟ ⎝ R ⎠ φRL = tg −1 ⎜ (5.61) (5.62) Tipicamente, neste tipo de carga a corrente se encontra atrasada em relação à tensão, conforme pode ser observado na Figura 5.10. Figura 5.10 - Tensão e corrente de entrada típica de uma carga RL. Empregando-se a lei de ohm se pode escrever que: 274 Z= Vo Io (5.64) Onde Vo e Io são os valores eficazes da tensão e da corrente no circuito. Assim sendo, o fator de deslocamento da corrente de entrada, medido durante os ensaios, é igual à fase da impedância equivalente do circuito RL, ou seja, φRL = fator de deslocamento. Desta forma, oportunamente, a equação (5.61) e (5.62) podem ser reescritas conforme mostra a equação (5.65). Z = R 1 + tg (φRL ) 2 (5.65) O valor do resistor do circuito RL equivalente pode ser facilmente obtido, isolando-se o valor do resistor equivalente R na expressão (5.65) obtêm-se: R= Z 1 + tg (φRL ) = Vo Io 1 1 + tg (φRL ) = Vo I o 1 + tg (φRL ) (5.66) Por sua vez, o valor do indutor L equivalente, pode ser obtido com base na expressão (5.62). Resultando na expressão (5.67). L= R tg (φ ) ω (5.67) Onde o fator de deslocamento, assim como os valores eficazes de tensão e corrente foram obtidos a partir dos ensaios realizados, possibilitando assim a determinação dos componentes do circuito equivalente. 275 5.5 Modelagem de Cargas Predominantemente Resistivas Foram encontradas na Faculdade de Engenharia algumas cargas resistivas monofásicas, como aquecedores, cargas RL com compensação de fator de potência capacitiva e fontes de alimentação de PCs e reatores eletrônicos de última geração incluindo um pré-reguladores de fator de potência (PFPs Power Factor Preregulators ou PFCs Power Factor Correctors), foram modelados como cargas resistivas puras por simplicidade empregando-se para tanto a lei de ohm sintetizada na equação (5.68). R= 5.6 Vo Io (5.68) Simulação de Cargas Tendo sido desenvolvido um conjunto de ferramentas que permite a identificação dos diversos parâmetros que compõem o circuito equivalente das cargas encontradas no prédio 30 da PUCRS, Faculdade de Engenharia. A tarefa que se delineia é a elaboração de uma série de circuitos equivalentes que possam ser utilizados para representar, via simulação digital, o comportamento de todas estas cargas de forma isolada e no seu conjunto, buscando desta forma avaliar o impacto destas na qualidade de energia da instalação. Utilizou-se o software PSIM®6.0 como ambiente de simulação para realização deste estudo. Neste item, serão apresentados os modelos desenvolvidos e os resultados obtidos a partir destes modelos, para a maioria dos equipamentos ensaiados e descritos no capítulo anterior, na mesma seqüência que os mesmos foram apresentados, simplificando assim a comparação dos resultados experimentais com os resultados de simulação. Os modelos que serão apresentados foram obtidos utilizando-se a metodologia de identificação dos componentes equivalentes apresentada nos itens anteriores deste capítulo. O programa de simulação utilizado permite o desenvolvimento de subcircuitos os quais foram amplamente empregados neste trabalho para 276 representar as diferentes cargas. No total serão apresentados os modelos e os resultados de simulação para 40 equipamentos localizados no prédio 30 da Faculdade de Engenharia. Ao final do capítulo todo o conjunto de cargas do prédio será simulado, levando-se em conta as impedâncias das redes de média e baixa tensão assim como a impedância e a forma de conexão do transformador da subestação. 5.6.1 Simulação do Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo sem Indutor Para representar as cargas não lineares descritas no item 5.2.1 constituídas por um retificador de entrada conectado a um filtro capacitivo, sem indutância parasita significativa, o circuito abaixo representado na figura 5.11, foi elaborado no qual se podem identificar univocamente todos os componentes em estudo. A figura 5.12 apresenta um subcircuito especialmente elaborado para representar este tipo de carga. Este subcircuito é um recurso do software PSIM®6.0 e tem como principal objetivo simplificar o trabalho de montagem do sistema completo dentro do ambiente de simulação, bastando ao usuário incluir os valores dos componentes indicados, capacitor C e resistor R. Figura 5.11 - Circuito equivalente para carga não linear sem indutor de entrada. Figura 5.12 - Subcircuito criado para representar carga não linear sem indutor de entrada. 277 5.6.2 Simulação de Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo com Indutor Para representar as cargas não lineares descritas no item 5.2.2 constituídas por um retificador de entrada conectado a um filtro capacitivo e indutância parasita com valor significativa, o circuito abaixo representado na figura 5.13, foi elaborado no qual se podem identificar univocamente todos os componentes em estudo. A figura 5.14 apresenta um subcircuito especialmente elaborado para representar este tipo de carga, bastando ao usuário incluir os valores dos componentes indicados, indutor L, capacitor C e resistor R. Figura 5.13 - Circuito equivalente para carga não linear com indutor de entrada. Figura 5.14 - Subcircuito criado para representar carga não linear com indutor de entrada. 5.6.3 Simulação de Cargas Predominantemente Indutivas Para representar o comportamento das cargas indutivas um indutor em série com o resistor foi utilizado conforme se pode observar abaixo na figura 5.15, foi elaborado no qual se podem identificar claramente estes componentes. A figura 5.16 apresenta um subcircuito especialmente elaborado para representar este tipo de carga. Figura 5.15 - Circuito equivalente para carga indutiva. 278 Figura 5.16 - Subcircuito criado para representar carga indutiva. 5.6.4 Simulação de Cargas Predominantemente Resistivas Para representar o comportamento das cargas resistivas um simples resistor foi utilizado conforme se pode observar abaixo na figura 5.17, ao contrário das situações anteriormente descritas nenhum subcircuito foi elaborado para representar este componente dada a simplicidade do mesmo. Figura 5.17 - Circuito equivalente para carga resistiva. 5.7 Resultados de Simulação para Computadores Finalizando este capítulo serão apresentadas, a continuação, uma série simulações, individuais e de conjunto, realizadas a partir dos circuitos equivalentes elaborados para a maioria equipamentos ensaiados e descritos no capítulo anterior, na mesma seqüência que os mesmos foram apresentados, simplificando assim a tarefa de comparação dos resultados experimentais com os resultados de simulação. Também, serão apresentados os modelos desenvolvidos. 279 5.7.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Computador DELL - GX 150. Observando as formas de onda de tensão e corrente obtidas, através dos ensaios realizados no decorrer deste trabalho e retratadas no capítulo anterior, para este equipamento específico verifica-se claramente que o mesmo possui uma fonte de alimentação chaveada clássica. As fontes deste tipo também são conhecidas como fontes de alimentação off the line constituídas na sua maioria por um retificador em ponte associado a um capacitor eletrolítico, cuja função deste bloco é a conversão CA-CC e a filtragem da tensão CC, a saída deste conjunto é conectado a um conversor CC-CC operando em alta freqüência. Devido à presença deste conversor, CC-CC, a corrente de entrada apresenta um ruído de alta freqüência observado nos ensaios, no entanto este ruído não será tratado neste capítulo, por não causar impacto nos parâmetros de qualidade de energia, este tipo de interferência é alvo de estudos no campo da compatibilidade eletromagnética (EMC – Electromagnetic Compatibility) os quais estão fora do escopo deste trabalho. Este equipamento apresenta, portanto uma marcante característica não linear assemelhando-se as formas de onda da figura 5.3 as quais são típicas deste tipo de fonte, a relativa baixa taxa de crescimento da corrente (di/dt) indica a presença de um elevado indutor de entrada incluído normalmente como parte integrante do filtro EMI (Electromagnetic Interference) da fonte chaveada. As figuras 5.18 e 5.19 apresentam o circuito equivalente para este equipamento, explicitando os valores dos parâmetros R, L e C obtidos segundo a metodologia de identificação proposta neste capítulo e as formas de onda de tensão e corrente obtidas empregando o circuito equivalente mostrado na figura 5.18 e o programa de simulação digital PSIM®6.0. As quais reproduzem as formas de onda de tensão e corrente medidas com grande representatividade. Figura 5.18 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 280 Figura 5.19 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.7.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Computador DELL - GX 240 O equipamento em estudo apresenta forma de onda de corrente praticamente senoidal o que permite intuir que a fonte de alimentação deste equipamento inclua um estagio pré-regulador do fator de potência (PFC – Power Factor Corrector) resultando em um comportamento resistivo do mesmo. Assim com base na potência consumida foi elaborado um modelo resistivo representado na figura 5.20. Figura 5.20 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. A figura 5.21 apresenta as formas de onda de tensão e corrente na carga obtida a partir do circuito equivalente adotado. Obviamente as distorções na forma de onda da corrente não são observáveis face ao modelo simplificado adotado. 281 Figura 5.21 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.7.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação da CPU IBM ThinkCenter P4 Verifica-se que as formas de onda de tensão e corrente na entrada deste equipamento apresentam características muito similares aquelas descritas no item 5.7.1 resultando assim na utilização da mesma configuração de modelo de simulação apresentada na figura 5.22 na qual se podem observar os valores dos respectivos parâmetros equivalentes R, L e C para o equipamento em estudo. Na figura 5.23 as formas de onda de tensão e corrente para esta carga são apresentadas. Figura 5.22 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 282 Figura 5.23 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.7.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação da CPU COMPAQ P4 Verifica-se que as formas de onda de tensão e corrente na entrada deste equipamento apresentam características muito similares aquelas descritas no item 5.7.2 resultando assim na utilização da mesma configuração de modelo de simulação apresentada na figura 5.24 na qual se podem observar o valor do resistor equivalente R para o equipamento em estudo. Na figura 5.25 as formas de onda de tensão e corrente para esta carga são apresentadas. Figura 5.24 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 283 Figura 5.25 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.7.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Cpu p3 Gateway torre Verifica-se que as formas de onda de tensão e corrente na entrada deste equipamento apresentam características muito similares aquelas descritas no item 5.7.1 resultando assim na utilização da mesma configuração de modelo de simulação apresentada na figura 5.26 na qual se podem observar os valores dos respectivos parâmetros equivalentes R, L e C para o equipamento em estudo. Na figura 5.27 as formas de onda de tensão e corrente para esta carga são apresentadas. Figura 5.26 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 284 Figura 5.27 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.7.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Computador HP Vectra Verifica-se que as formas de onda de tensão e corrente na entrada deste equipamento apresentam características muito similares aquelas descritas no item anterior resultando assim na utilização da mesma configuração de modelo de simulação apresentada na figura 5.28 na qual se podem observar os valores dos respectivos parâmetros equivalentes R, L e C para o equipamento em estudo. Na figura 5.29 as formas de onda de tensão e corrente para esta carga são apresentadas. Figura 5.28 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 285 Figura 5.29 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8 Resultados de Simulação para Condicionadores de Ar e No-Breaks 5.8.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Multi-Split Carrier 60 kBTU Como se poderia supor os equipamentos de ar-condicionado apresentam comportamento fortemente indutivo toda vez que o componente principal destes equipamentos é o compressor de ar o qual a sua vez necessita de um motor elétrico para o seu perfeito funcionamento. Normalmente a máquina empregada é o motor de indução o qual pode ser simplesmente modelado como um circuito RL conforme mostra a figura 5.30, abaixo representada. As respectivas formas de onda de tensão e corrente são mostradas na figura 5.31. Figura 5.30 - Figura 5.30 – Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 286 Figura 5.31 - Figura 5.31 – Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Multi-Split Carrier 40 kBTU Da mesma forma como descrito no item anterior, o presente equipamento de ar condicionado apresenta características similares como seria esperado dado se tratar de equipamento do mesmo fabricante apenas apresentando potência nominal inferior. A figura 5.32, abaixo apresenta o circuito equivalente empregado para simular o comportamento deste equipamento. As respectivas formas de onda de tensão e corrente são mostradas na figura 5.33. Figura 5.32 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 287 Figura 5.33 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Multi Split Carrier 90 kBTU Da mesma forma como descrito nos itens anteriores, o presente equipamento de ar condicionado apresenta características similares aos demais como seria esperado dado se tratar de equipamento do mesmo fabricante apenas apresentando potência nominal superior. A figura 5.34, abaixo apresenta o circuito equivalente empregado para simular o comportamento deste equipamento. As respectivas formas de onda de tensão e corrente são mostradas na figura 5.35. Figura 5.34 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 288 Figura 5.35 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do ARCON 90 kBTU Da mesma forma como descrito nos itens anteriores, o presente equipamento de ar condicionado apresenta características similares apesar de tratar de equipamento de outro fabricante apenas apresentando potência nominal superior. A figura 5.36, abaixo apresenta o circuito equivalente empregado para simular o comportamento deste equipamento. As respectivas formas de onda de tensão e corrente são mostradas na figura 5.37. Figura 5.36 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 289 Figura 5.37 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Nobreak CP modelo TEN Verifica-se que as formas de onda de tensão e corrente na entrada deste equipamento apresentam características muito similares aquelas descritas no item 5.7.1 resultando assim na utilização da mesma configuração de modelo de simulação apresentada na figura 5.38 na qual se podem observar os valores dos respectivos parâmetros equivalentes R, L e C para o equipamento em estudo. Na figura 5.39 as formas de onda de tensão e corrente para esta carga são apresentadas. Figura 5.38 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 290 Figura 5.39 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Nobreak 10 kVA Trifásico Este equipamento é único na Faculdade de Engenharia e apresenta formas de onda bastante similares as obtidas por simulação. Contudo sabe-se que equipamento deste tipo inclui um capacitor de filtro a sua saída, porém o efeito deste será considerado desprezível conforme ressaltado no item 5.3. O circuito equivalente é mostrado na figura 5.40 e as formas de onda de tensão e corrente são mostradas na figura 5.41 ambas apresentadas a continuação. Figura 5.40 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 291 Figura 5.41 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.8.7 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Nobreak dos servidores Verifica-se que as formas de onda de tensão e corrente na entrada deste equipamento apresentam características muito similares aquelas descritas no item 5.7.1 resultando assim na utilização da mesma configuração de modelo de simulação apresentada na figura 5.42 na qual se podem observar os valores dos respectivos parâmetros equivalentes R, L e C para o equipamento em estudo. Na figura 5.43 as formas de onda de tensão e corrente para esta carga são apresentadas. Figura 5.42 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 292 Figura 5.43 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.9 Resultados de Simulação para Dispositivos de Refrigeração e Preparação de Alimentos 5.9.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação de bebedouro De forma análoga ao observado com os equipamentos de ar-condicionado este bebedouro também dispõem de um compressor para resfriar a água e, portanto irá apresentar característica de carga RL. O circuito equivalente bem como as formas de onda obtidas por simulação são apresentadas nas figuras 5.44 e 5.45 respectivamente. Figura 5.44 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 293 Figura 5.45 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 15.9.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Microondas LG Este equipamento apresentou um comportamento claramente não linear que foi aproximado a um comportamento linear, dada a pouca representatividade desta carga no computo geral e a dificuldade de se modelar esta carga peculiar. O circuito equivalente adotado foi o de uma carga RL conforme se pode observar na figuras 5.46 e 5.47. Figura 5.46 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 294 Figura 5.47 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 15.9.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação de Freezer Horizontal De forma análoga ao observado com os equipamentos de ar-condicionado e no bebedouro este equipamento também dispõe de um compressor para resfriar a água e, portanto também irá apresentar característica de carga RL. O circuito equivalente bem como as formas de onda obtidas por simulação são apresentadas nas figuras 5.48 e 5.49 respectivamente. Figura 5.48 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 295 Figura 5.49 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 15.9.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Freezer da Pepsi As mesmas considerações apresentadas no item anterior são validas no presente caso desta forma apresentam-se as figuras 5.50 e 5.51 como resultados do presente estudo. Figura 5.50 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 296 Figura 5.51 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 15.9.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Freezer Sorvete Em uma instalação comercial como é um ambiente universitário é plausível que existam uma grande quantidade de cargas empregando motores elétricos para diversos fins inclusive o de refrigeração de gêneros alimentícios. Ao fim ao cabo são mais de cinco mil pessoas vinculadas a Faculdade de Engenharia. As figuras 5.52 e 5.53 representam o circuito equivalente adotado e as formas de onda de tensão e corrente obtidas através da simulação. Figura 5.52 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 297 Figura 5.53 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.9.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Balcão Aquecedor Na mesma linha descrita no item 5.7.18 cabe ressaltar que o prédio 30 dispõe de um bar o qual oferece a comunidade acadêmica uma série de refeições e lanches rápidos, existindo uma gama de produtos que necessitam ser mantidos aquecidos para se tornarem mais atrativos aos consumidores. Para realizar este fim existe este equipamento o qual nada mais é que um simples resistor. As figuras 5.54 e 5.55 apresentam os resultados obtidos. Figura 5.54 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 298 Figura 5.55 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.9.7 Tensão e corrente obtidas através de simulação da cafeteira Wallita Mania mundial e produto nacional mais famoso no exterior o café brasileiro também é preparado nas instalações do prédio 30 em diversos setores. Modernamente as cafeteiras são empregadas para preparar esta deliciosa bebida. Para preparar o café é imperativo dispor de água aquecida nas cafeteiras o aquecimento da água se da por meio de um resistor. As figuras 5.56 e 5.57 apresentam o circuito equivalente da cafeteira e as formas de onda de tensão e corrente na mesma. Figura 5.56 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 299 Figura 5.57 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.9.8 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Cafeteira O bar do prédio 30 responsável pelo atendimento de toda a comunidade docente e discente dispõe de uma cafeteira de elevada potência. O modelo adotado assim como as formas de onda obtidas são mostradas a continuação nas figuras 5.58 e 5.59 respectivamente. Figura 5.58 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 300 Figura 5.59 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.10 Resultados de Simulação para Monitores 5.10.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor Dell - Modelo E771p. A continuação serão abordados um grande número de monitores de vídeo os quais a semelhança das CPUs já descritas anteriormente também dispõe de uma fonte chaveada para sua alimentação comportando-se portanto como cargas não lineares. Portanto nos itens subseqüentes uma variedade destes equipamentos será apresentada. As figuras 5.60 e 5.61 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação respectivamente. Figura 5.60 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 301 Figura 5.61 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.10.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor Dell modelo M570 As figuras 5.62 e 5.63 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para o monitor DELL modelo M570. Cabe ressaltar que este monitor não apresenta valor significativo para a indutância de entrada e, portanto a mesma não será considerada. Figura 5.62 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 302 Figura 5.63 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.10.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor LG Studioworks 77i As figuras 5.64e 5.65 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para o monitor LG Studioworks 77i. Figura 5.64 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 303 Figura 5.65 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.10.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor IBM E50 As figuras 5.66e 5.67 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para o monitor IBM E50. Figura 5.66 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 304 Figura 5.67 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.10.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Monitor HP 71 As figuras 5.68e 5.69 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para o monitor HP 71. Figura 5.68 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 305 Figura 5.69 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.11 Resultados de Simulação para Projetores 5.11.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Projetor Visograf PR 4400 Uma instituição de ensino superior normalmente dispõe de um grande número de equipamentos retroprojetores utilizados como ferramenta de apoio a docência. Na Faculdade de Engenharia da PUCRS dispõe-se de uma grande variedade destes equipamentos, os quais basicamente são constituídos por uma lâmpada de alta potência e um ventilador de baixa potência para resfriamento da mesma. O ventilador confere ao circuito características levemente indutivas. As figuras 5.70e 5.71 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este equipamento. Figura 5.70 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 306 Figura 5.71 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.11.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Projetor Visograf Comum Neste equipamento uma mínima defasagem entre a tensão e a corrente também foi observada devido a o baixo consumo do ventilador frente ao consumo da lâmpada. As figuras 5.72e 5.73 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este equipamento. Figura 5.72 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 307 Figura 5.73 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.11.3 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Projetor Multimídia Próxima LS1 Este tipo de equipamento vem ganhando cada vez mais espaço no ambiente acadêmico nos últimos dez anos o seu preço caiu em torno de 100 %. Hoje ainda dispomos de um número reduzido destes equipamentos na Faculdade, todavia a expectativa é de aumento deste tipo de equipamento devido a sua grande versatilidade que permite a projeção em tela de apresentações multimídia a partir de computador pessoal ou equipamento de vídeo. Por se tratar de equipamento eletrônico de última geração e pela forma de onda da corrente, a qual é praticamente senoidal e em fase com a tensão apresentando ruído de alta freqüência concluíse que o mesmo incorpore uma fonte chaveada com PFC. Portanto será modelada como um simples resistor. As figuras 5.74e 5.75 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este equipamento. Figura 5.74 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 308 Figura 5.75 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.11.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Ventilador de teto Martau Este equipamento, constituído basicamente por motor monofásico de indução, apresenta uma clara característica não linear causando a saturação do núcleo para valores instantâneos de corrente em torno de um amper. No entanto, para correntes instantâneas inferiores a um amper o equipamento se comporta como uma resistência ôhmica e seu valor pode ser obtido facilmente aplicando-se a lei de ohm para os valores instantâneos de corrente inferiores a um amper. O efeito da saturação foi modelado por um indutor saturado disponível na biblioteca do PSIM® o capacitor de arranque também foi modelado. As figuras 5.76 e 5.77 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este equipamento. Figura 5.76 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 309 Figura 5.77 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.11.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Fliperama As figuras 5.78e 5.79 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para o Fliperama que se encontra no centro acadêmico da Faculdade de Informática, por se tratar de um PC dedicado o mesmo apresenta o mesmo padrão de formas de onda das cargas eletrônicas. Figura 5.78 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 310 Figura 5.79 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.12 Resultados de Simulação para Reatores para Lâmpadas de Descarga 5.12.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator Reatronic 2X32W Estima-se que cerca de 17% (dados da Eletrobrás/Procel 1999) de toda energia consumida no Brasil é transformada em iluminação artificial. Em uma instituição de ensino superior privada, na qual a grande maioria das aulas ocorre no período da noite e mesmo durante o dia utiliza-se iluminação artificial o consumo esperado é maior do que a média nacional. Cálculos realizados indicam um percentual de 21,91% da energia consumida no prédio gasto em iluminação. A quase totalidade dos reatores eletrônicos utilizados na Faculdade de Engenharia são de última geração empregando pré-reguladores do fator de potência dando aos mesmos características de cargas puramente resistivas conforme se observa nas figuras 5.80 e 5.81 abaixo representadas. Esta característica se deve em grande parte a entrada em vigor de normas nacionais, NBR 14417 [16] e NBR 14418 [17], que limitam a geração de harmônicas de baixa freqüência em reatores eletrônicos. Com estas normas em vigor grande parte do problema de qualidade de energia associado a cargas não lineares foi resolvido. 311 Figura 5.80 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. Figura 5.81 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.12.2 Tensão e corrente obtidas através de simulação do reator eletromagnético Intral 2x40W Os antigos reatores eletromagnéticos ainda são maioria na Faculdade de Engenharia sendo 52,96% deste tipo e o restante eletrônicos, porém estes são responsáveis por 65,5% do consumo total de energia gasto em iluminação. Este tipo de equipamentos são mais robustos, porém apresentam como desvantagem um comportamento indutivo devido as suas características construtivas. Assim, portanto o modelo utilizado é do tipo R e L conforme mostrado na figura 5.82 os resultados de simulação são apresentados na figura 5.83. 312 Figura 5.82 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. Figura 5.83 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.12.4 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator Osram 2X32W As formas de onda obtidas mediante os ensaios permitem concluir que este equipamento é um reator eletrônico que também incorpora um estágio de pré-regulação do fator de potência a exemplo a exemplo do equipamento descrito no item 5.7.31. As figuras 5.84 e 5.85 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este reator. Figura 5.84 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 313 Figura 5.85 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.12.5 Tensão e corrente obtidas através de simulação do reator 2x110W CBI Trata-se de um reator eletromagnético com núcleo saturado, causando distorção da corrente, porém para efeitos de simulação apenas a defasagem entre a tensão e a corrente foi considerada. As figuras 5.86 e 5.87 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este reator. Figura 5.86 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 314 Figura 5.87 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.12.6 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator eletrônico Helfont 2X32W Os dados de placa e as formas de onda obtidas mediante os ensaios permitem concluir que este equipamento é um reator eletrônico que também incorpora um estágio de pré-regulação do fator de potência a exemplo a exemplo do equipamento descrito no item 5.7.31. As figuras 5.88 e 5.89 retratam o circuito equivalente e as formas de onda de tensão e corrente obtidas mediante simulação para este reator. Figura 5.88 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 315 Figura 5.89 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.12.7 Tensão e corrente obtidas através de simulação do Reator Intral 400W Vapor de Sódio A iluminação externa do prédio 30 é realizada com lâmpadas de alta intensidade de descarga de vapor de sódio. Os ensaios realizados apontam para um comportamento de carga RL devido à presença do reator eletromagnético sem compensação capacitiva. Desta forma a modelagem foi realizada com base em um circuito deste tipo conforme se apresenta na figura 5.90, os resultados da simulação são apresentados na figura 5.91. Figura 5.90 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 316 Figura 5.91 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.13 Resultados de Simulação para Máquinas Didáticas 5.13.1 Tensão e corrente obtidas através de simulação de Máquina Assíncrona 1.5 kW com carga nominal Existe na Faculdade de Engenharia da PUCRS um laboratório de máquinas o qual também foi focalizado neste estudo. A figura 5.92 apresenta o modelo adotado para representar a máquina em estudo e os resultados de simulação são apresentados na figura 5.93. O comportamento de carga RL também foi observado conforme era esperado. Figura 5.92 - Circuito equivalente utilizado para simular o equipamento. 317 Figura 5.93 - Formas de onda de tensão e corrente obtidas por simulação. 5.14 Simulações do Sistema de Distribuição A partir da modelagem dos circuitos equivalentes que representam o comportamento de todas estas cargas de forma isolada e no seu conjunto, buscou-se avaliar o impacto destas na qualidade de energia da instalação. Os modelos apresentados foram obtidos utilizando-se a metodologia de identificação dos componentes equivalentes apresentada anteriormente. Conforme foi dito anteriormente, o programa de simulação utilizado permite o desenvolvimento de subcircuitos os quais foram amplamente empregados neste trabalho para representar as diferentes cargas. Serão apresentadas, a seguir, simulações buscando averiguar qual a influência das cargas conectadas na rede de baixa tensão na rede de média tensão. Estas simulações estão assim subdivididas: a) Iniciar-se-á com a descrição dos parâmetros de simulação desta subestação e então será realizada uma simulação considerando-se que toda a carga do prédio apresente características resistivas e esteja no limite suportado pela subestação. b) Todo o conjunto de cargas do prédio será simulado, levando-se em conta as impedâncias das redes de média e baixa tensão, assim como a impedância e a forma de conexão do transformador da subestação. Nesta simulação serão utilizados os modelos apresentados. 318 c) Nesta simulação foram desconectadas algumas cargas objetivando encontrar o carregamento monitorado em um determinado instante, o qual foi abordado no capítulo 3 e será aqui apresentado novamente para simplificar a comparação. d) A última simulação realizada, apresenta uma análise da influência das cargas não lineares no dimensionamento das subestações através de simulações de uma situação hipotética na qual todas as cargas seriam não lineares. É importante ressaltar que os itens acima listados nada mais são que alguns exemplos utilizados para mostrar a versatilidade da metodologia proposta, não cobrindo de forma alguma o espectro de possibilidades reais. 5.14.1 Definições dos Parâmetros de Simulação da Subestação Na Figura 5.94 é apresentado o circuito equivalente do sistema de geração, transmissão e distribuição de energia, juntamente com a subestação. Nesta figura, podem-se observar os blocos que compõe este sistema equivalente simplificado e a conexão para as cargas a serem conectadas na rede de baixa tensão. Figura 5.94 - Circuito equivalente do sistema de distribuição de energia. 319 O sistema de geração de energia é representado por uma fonte de tensão senoidal trifásica, caracterizada pela sua freqüência e sua tensão de linha eficaz. A impedância equivalente dos geradores e dos sistemas de transmissão e distribuição é representada, de forma simplificada, por uma carga RL obtida através da impedância de curto circuito obtida junto o setor responsável pelas instalações elétricas desta universidade. A impedância utilizada foi obtida a partir da potência de curto circuito, disponibilizada pela companhia de energia elétrica, na entrada da Universidade, sendo que durante seu percurso existem outros consumidores conectados a esta mesma linha. Todas as análises que serão apresentadas à continuação modelam estes consumidores de forma muito simplificada considerando-os como uma carga resistiva equivalente, obtida a partir da queda de tensão do gerador até a subestação. Esta aborsdagem foi adotada para minimizar o tempo de simulação, no entanto outras configurações são possíveis. O transformador da subestação foi modelado a partir dos dados fornecidos pelo fabricante. Estas dados são a resistências (Rp e Rs) e indutâncias (Lp e Ls) de disperção do primário e secundário respectivamente, relação de transformação (Np e Ns) e a indutância de magnetização do ponto de vista do primário (Lm). Além disso, a impedância equivalente dos cabos de distribuição em baixa tensão foi obtida através de uma estimativa onde se considerou o comprimento médio de fios até as cargas e o valor de sua indutância por metro e a queda de tensão proporcionada pela impedância. As tabelas utilizadas para este dimensionamento são apresentadas no Anexo I, Catalogo de Dimensionamento de Condutores Elétricos em Baixa Tensão, fornecido pela Pirelli®. Os valores obtidos para cada parâmetro são mostrados na Figura 5.95. 320 Figura 5.95 - Circuito equivalente do sistema de distribuição de energia com os parâmetros obtidos. 5.14.2 Simulação do Sistema Completo Considerando Carga Puramente Resistiva Utilizando-se a modelagem obtida, foi realizada uma simulação preliminar considerando-se que estivesse conectada a subestação uma carga com característica resistiva pura drenando a potência máxima suportada pela subestação. Na Figura 5.96 está representado o circuito simulado onde estão conectadas as sondas necessárias para a aquisição dos sinais junto ao modelo de simulação. Os resultados da simulação são apresentados nas figuras 5.97, 5.98 e na Tabela 5.1. Na Figura 5.97 é apresentada à tensão e a corrente na carga, onde se pode observar que ambas encontram-se em fase. Na Figura 5.98 se pode observar que há um deslocamento entre a tensão e a corrente no primário do transformador devido a sua impedância e a impedância dos cabos de baixa tensão. 321 Figura 5.96 - Circuito de simulação com carga resistiva conectada ao sistema elétrico. 322 Figura 5.97 - Formas de Onda de Tensão e Corrente na Carga. Figura 5.98 - Formas de Onda de Tensão e Corrente no Primário do Transformador. 323 Na Tabela 5.1 encontram-se os dados relativos à potência, fator de potência e fator de deslocamento na carga e no primário do transformador. Pode-se constatar a presença de potência reativa no primário do transformador devido às impedâncias parasitas. Não foi constatada uma queda de tensão significativa no primário do transformador devido à carga elevada no transformador. O fator de potência obtido no primário é próximo da unidade, como já era esperado por tratar-se de uma carga resistiva e as impedâncias parasitas não serem grandes o suficiente para prejudicá-lo. A distorção harmônica total encontrada em todas as correntes e tensões foi nula, o que também já era esperado devido à característica da carga. Tabela 5.1 – Dados Obtidos na Simulação com Carga Resistiva. Primário do Carga Transformador Tensão 0,999 pu 0,968 pu 554,292 kW 498,327 kW Potência Reativa 56,735 kVAR 0 kVAR Potência Aparente 557,188 kVA 498,327 kVA Potência Ativa Fator de Potência 0,995 1 Fator de Deslocamento 6,07° 0° 5.14.3 Simulação do Sistema Elétrico com Carga Totalmente Não-Linear Com o objetivo de verificar a influência das cargas não lineares no sistema de distribuição de energia, foi realizada uma simulação onde a carga conectada na baixa tensão fosse uma carga não-linear, do tipo fonte de tensão chaveada, que absorvesse 500 kW de potência ativa, da mesma forma que foi realizada no item anterior para uma carga resistiva. Na Figura 5.99 é mostrado o diagrama do circuito simulado. Neste diagrama é possível observar que se optou por utilizar o tipo de carga não linear mais encontrado dentro do ambiente universitário, os um retificadores em ponte com filtro capacitivo. Foi projetado um retificador em ponte com filtro capacitivo para que drenasse um terço da potência de saída. Buscou-se também que este retificador tivesse uma forma de onda de corrente próxima à encontrada nas aquisições realizadas no capítulo anterior. É importante salientar que não se trata de um caso real, mas sim uma aplicação da ferramenta de simulação para avaliar 324 como seria o comportamento do sistema se a totalidade das cargas fosse deste tipo. Na Tabela 5.2 encontra-se um resumo dos principais dados obtidos pela simulação. Tabela 5.2 – Dados Obtidos na Simulação com Carga Não-Linear. Primário do Transformador Carga 0,990 pu 0,990 pu 560,792 kW 499,998 kW -172,425 kVAR -411,210 kVAR 586,701 kVA 647,373 kVA Fator de Potência 0,956 0,770 Fator de Deslocamento -3,41° -10,5° THD Ia 29,50 % 56,73 % THD Ib 29,50 % 56,72 % THD Ic 29,50 % 56,78 % THD Va 0,840 % 10,98 % THD Vb 0,810 % 10,83 % THD Vc 0,890 % 10,72 % Tensão Potência Ativa Potência Reativa Potência Aparente 325 Figura 5.99 - Circuito de simulação com carga totalmente não-linear conectada ao sistema elétrico. 326 Pelos dados da Tabela 5.2 pode ser observado que entre o primário e a carga há uma perda de 60,794 kW devido às impedâncias parasitas do transformador e as perdas nos cabos de baixa tensão. A potência reativa na carga demonstra a sua forte característica capacitiva. Por estes dados é possível presumir que o conjunto transformador e cabos formam um filtro que diminuem os reativos deste sistema, tornando-o menos prejudicial ao sistema que cargas fortemente indutivas. O Fator de Potência no primário não foi tão significativamente prejudicado devido às características da carga. Conforme se pode verificado na tabela, o fator de potência, que na carga é de 0,770, na subestação aparece em 0,956, ou seja, dentro de valores aceitáveis para a média tensão. O baixo fator de potência encontrado na carga é, principalmente, devido à alta distorção harmônica de corrente na corrente. Conforme pode ser visto na Tabela 5.2, a THD de corrente chegou a 56,78 %. Esta alta distorção acabou gerando distorções na tensão, que apresentou THD de até 10,98 %. Estes efeitos são mais significativos na baixa tensão, conforme será verificado pelas formas de onda a seguir. Na Figura 5.100 é apresentada a forma de onda de corrente na carga para as três fases. Esta forma de onda é típica dos retificadores de onda completa com filtro capacitivo encontrados durante o levantamento de cargas realizado. O efeito deste tipo de carga na tensão fornecida para as cargas fica claro na figura 5.101, onde temos a tensão nas três fases. Nesta figura está em destaque o achatamento característico originado por excesso de cargas não lineares neste tipo de sistema. Na simulação, este achatamento é seguido por uma sobretensão. 327 Figura 5.100 - Corrente na Carga. Figura 5.101 - Tensão na Carga, em destaque o achatamento na forma de onda seguido de uma sobretensão. Pelos dados da Tabela 5.2 pode ser observado que no primário a THD de corrente e tensão é atenuada. Na Figura 5.102 é apresentada a corrente no primário do transformador. Pode-se observar que este tipo de forma de onda é muito mais próximo de uma senoide em 328 comparação com a forma de onda da figura 5.100. Pela Tabela 5.2 encontra-se um valor máximo de THD de corrente de 29,50 %. Na tensão este efeito não é tão severo quanto no secundário. Conforme pode ser visto na figura 5.103, a forma de onda da tensão no primário não apresenta grandes distorções. A THD máxima de tensão encontrada foi de 0,890 %, ou seja está dentro de níveis aceitáveis. Entretanto nesta simulação foi considerado que o conjunto de consumidores conectados na mesma rede tem perfil de carga resistiva, o que acaba se tornando uma espécie de filtro para a tensão disponível no primário do transformador. A minimização da THD tem auxílio da conexão delta-estrela do transformador. Na figura 5.104 é mostrado o espectro harmônico da corrente na carga e no primário do transformador para a fase “a”em escala logarítmica. As correntes foram normalizadas de forma a garantir uma escala padrão em ambos os casos. Nessa Figura podese observar um forte conteúdo de 3ª. e 5ª. harmônicas na carga. Entretanto no primário pode ser observado que a componente de 3ª. harmônica não está presente, isto devido a característica de ligação do transformador que faz com que toda e qualquer harmônica múltipla de três seja anulada desde que a carga se encontre de forma equilibrada. Figura 5.102 - Corrente no Primário. 329 Figura 5.103 - Tensão no Primário. Figura 5.104 - Espectro Harmônico da corrente na carga (Ias) e no primário do transformador (Iap) para a fase “a”. 330 5.14.4 Simulação do Sistema Elétrico com Carregamento Completo do Prédio A partir da modelagem dos equipamentos conectados a rede elétrica do prédio 30, foi realizada uma simulação com todas as cargas modeladas. Na figura 5.105 é apresentado o diagrama elétrico da simulação realizada. Observa-se que foi utilizado o recurso dos subcircuitos neste software, com o objetivo de melhor organizar o trabalho, dado a grande diversidade de cargas. Portanto foram montados dois subcircuitos, um para as cargas não lineares e outro para as cargas com característica predominante RL. O subcircuito das cargas não-lineares é apresentado na Figura 5.106, onde os números referências das Cargas são apresentados na Tabela 5.3. Nesta tabela estão descritos todos os equipamentos considerados na simulação, qual o modelo aproximado utilizado e a quantidade dentro da universidade. O rastreamento da fase em que cada equipamento está conectado não foi realizada durante o levantamento de cargas devido a indisponibilidade de um equipamento apropriado para realizar tal tarefa. Portanto foi assumido que o sistema estivesse equilibrado e buscou-se mantê-lo sempre desta forma na distribuição das cargas. O subcircuito das cargas lineares com características indutivas está representado na figura 5.107. Conforme pode ser observado na Tabela 5.3 este tipo de equipamento é predominante na simulação. Além destes blocos de subcircuitos, foram consideradas as cargas resistivas como uma única carga equivalente conectada ao sistema, facilmente calculada pelo paralelo das resistências encontradas no capítulo anterior, levantamento de cargas. Conforme pode ser observado na Figura 5.105, foram adicionados medidores de corrente nos terminais dos subcircuitos para buscar identificar a contribuição das cargas não lineares e das cargas indutivas no sistema como um todo. Os resultados da simulação encontram-se resumidos na Tabela 5.4 e serão discutidos a seguir. 331 Tabela 5.3 – Equipamentos Considerados na Simulação. Nº 1 2 10 11 12 20 21 22 23 27 28 29 31 44 45 46 51 52 54 57 58 60 61 66 73 76 78 88 90 91 94 99 104 105 106 107 Onde: Equip. Modelo Quant. RLC Monitor Dell - Modelo E771p 79 RLC Computador Dell - Gx 150 163 RC Monitor Dell modelo M570 187 R Visograf pr 4400 30 R Computador Dell - Gx 240 106 RL Reator Reatronic 2X32W 414 RL Reator Eletromagnetico Intral 2x40w 853 Lsat Ventilador Martau 336 RL Reator Osram 2X32W 340 RL Projetor Visiograf 2 RLC LG Studioworks 77i 20 R Cafeteira Wallita 7 RL Bebedor 7 RL Multi Split Carrier 60 kBTU 7 RL Multi Split Carrier 40 kBTU 35 RL Multi Split Carrier 90 kBTU 7 RLC Monitor IBM E50 98 RLC Cpu Ibm Thinkcenter p4 98 RL Reator 2x110w CBI 32 R Computador Compaq p4 27 R Reator Eletronico Helfonte 2X32W 32 RL Reator Intral 400W Vapor de Sódio 3 RL Arcondicionado 90 kBTU 5 RLC Computador P3 Gateway 11 RLC No Break sala 242 1 RLC Hp Vectra 23 RLC Monitor Hp 71 17 RTRIF No-Break GPAD 10 kVA 1 RLC No-Break Servidores 5 kVA 1 RLC Fliperama 10 RL Freezer horizontal 6 RL Cafeteira 1 RL Freezer da Pepsi 3 RL Freezer Sorvete 5 RL Balcao Aquecedor 1 RL Motor Assincrono com carga 5 RLC = Retificador de Onda completa Monofásico com Filtro Capacitivo e Indutor de Entrada RL = Carga Linear com Característica Indutiva RTRIF = Retificador Trifásico Lsat = Indutor Saturado 332 Figura 5.105 - Diagrama de Simulação do Sistema Elétrico com Carregamento Completo do Prédio. 333 Figura 5.106 - Diagrama do Subcircuito das Cargas Não-Lineares. 334 Figura 5.107 - Diagrama do Subcircuito das Cargas RL. Conforme pode ser observada na Tabela 5.4 a potência ativa na carga é de 517,416 kW, sendo a potência Aparente de 581,355 kVA. No Primário a potência aparente chega a 689,965 kVA, superando em 38 % a potência nominal do transformador. Este fato é preocupante, pois nos relatos dos dados obtidos durante o monitoramento da subestação, houve momentos que a carga esteve levemente acima do valor nominal. Providências deverão ser tomadas, pois a adição de cargas de potência nesta subestação poderá resultar em sobrecarga, podendo gerar faltas no sistema elétrico. O fator de potência encontrado é considerado muito baixo e pode ser atribuído ao fato de que as cargas predominantemente indutivas são predominantes no sistema. A THD máxima de corrente encontrada foi de 3,98 %, um valor extremamente baixo, o que mostra que em plena carga não há ocorrência de altos índices de THD. Na tensão, a THD máxima encontrada foi de 1,160 %, o que não é um valor expressivo em comparação com os 5% recomendados na IEEE Std. 519-1995. 335 Tabela 5.4 – Resultado da simulação com todos equipamentos ligados. Primário do Transformador Carga 0,990 pu 0,920 pu 603,286 kW 517,416 kW 334,810 kVAR 265,055 kVAR 689,965 kVA 581,355 kVA 0,875 0,891 28,65° 26,865° THD Ia 0,973 % 3,390 % THD Ib 0,430 % 3,480 % THD Ic 0,639 % 3,980 % THD Va 0,000 % 0,706 % THD Vb 0,000 % 1,160 % THD Vc 0,000 % 0,902 % Tensão Potência Ativa Potência Reativa Potência Aparente Fator de Potência Fator de Deslocamento Na Figura 5.108 é mostrada a tensão e corrente na carga. Observa-se que nas três fases encontra-se uma baixa distorção na forma de onda. O deslocamento entre a tensão e a corrente deixe evidente a razão do baixo fator de potência. Figura 5.108 - Tensão (x10) e Corrente na Carga. 336 Na Figura 5.109 é mostrada a corrente nas cargas não lineares. Nesta figura se observa o efeito dos diferentes pontos de comutação dos diodos que torna a forma de onda mais próxima de uma triangular. A suavização da forma de onda é atribuída a carga do tipo indutor saturado, onde há uma característica senoidal até a saturação do indutor. O efeito do retificador trifásico aparece no instante em que entra em condução e aparecem cortes simétricos na forma de onda, próximo a intersecção das correntes. Entretanto a amplitude da corrente não é alta, se comparado com a amplitude da corrente total na carga da Figura 5.108. Figura 5.109 - Corrente nas Cargas Não Lineares. Na Figura 5.110 é apresentada a corrente nas cargas predominantemente indutivas (RL). A amplitude chega a 2 kA, mais de quatro vezes superior a corrente das cargas não lineares. O efeito das cargas resistivas é desprezível diante destas grandezas, sendo esta responsável por pouco mais de 50 A por fase. Desta forma fica evidente a influência das cargas indutivas no perfil de carga do prédio. Entretanto estas cargas não estão ligadas durante o tempo todo, sendo que a maioria destas cargas é típica de verão, como os condicionadores de ar, o que pode explicar o baixo fator de potência obtido neste período durante as aquisições de dados apresentadas no capítulo 3. 337 Na Figura 5.111 são apresentadas a tensão e corrente no primário do transformador. Nesta Figura pode ser observada a defasagem de 28,65° entre a corrente e a tensão nas três fases. Mais uma vez não foi encontrada distorção significativa em nenhuma forma de onda. Figura 5.110 - Corrente nas Cargas RL. Figura 5.111 - Tensão (x 0,005) e Corrente no Primário do Transformador. 338 O espectro harmônico da corrente na carga é apresentado na Figura 5.112. Com relação aos harmônicos há uma presença do terceiro e do quinto harmônico. Foi considerado significativo distorções acima de 1% da fundamental. Esta distorção é refletida na tensão, como pode ser observado na Figura 5.113. Figura 5.112 - Espectro Harmônico da Corrente na Carga para as três fases. Figura 5.113 - Espectro Harmônico da Tensão na Carga para as três fases. 339 Na Figura 5.114, o espectro harmônico da corrente no primário é apresentado. Com a exceção dos harmônicos múltiplos de três, o conteúdo harmônico da corrente é refletido no primário com alguma atenuação. Com relação aos harmônicos há uma presença significativa do quinto harmônico. Esta distorção é refletida na tensão, porém com menor intensidade devido a capacidade do sistema, conforme pode ser observado na Figura 5.115. Este efeito é minimizado, pois outros consumidores conectados no mesmo barramento foram considerados com perfil resistivo. Figura 5.114 - Espectro Harmônico da Corrente no Primário para as três fases. Figura 5.115 - Espectro Harmônico da Tensão no Primário para as três fases. 340 Com o objetivo de verificar a diferença dos harmônicos na tensão entregue a carga com a tensão no primário, as curvas de tensão na fase “a” foram normalizadas, permitindo uma comparação do seu conteúdo espectral. Na Figura 5.116, os espectros harmônicos da tensão no primário e na carga da fase “a” são apresentados na forma normalizada e na Figura 5.117 é realizada a mesma operação com as correntes no primário e na carga. No caso da tensão é constatado um baixo conteúdo harmônico em relação a carga, observando-se a corrente, onde o conteúdo permanece semelhante, exceto para as harmônicas de terceira ordem, não há uma atenuação significativa dos harmônicos. Comparando-se com o caso onde foi introduzida uma carga não linear pura no sistema, é mostrada a importância do balanceamento das cargas, principalmente para as cargas não lineares, onde há um cancelamento das correntes de terceiro harmônico na conexão delta-estrela do transformador, atuando como um filtro. Figura 5.116 - Espectro Harmônico da Tensão na Carga e no Primário para a Fase “a”. 341 Figura 5.117 - Espectros Harmônicos da Corrente na Carga e no Primário para a Fase “a”. 5.14.5 Simulação do Sistema Elétrico com Carregamento Médio Conforme foi visto no capítulo 3, a potência na subestação não é constante. Grande parte do tempo, a potência se encontra bem abaixo do valor nominal da subestação. Dentro do banco de dados das medições realizadas na subestação, foi escolhido um determinado momento cuja carga apresentasse uma distorção harmônica considerável e a potência estivesse próxima à média da potência obtida nas medições. O momento escolhido foi o dia 13 de junho de 2005 as 4 h onde o sistema de medição obteve a forma de onda mostrada na Figura 5.118. Foram desconectadas as cargas referentes aos condicionadores de ar e algumas outras cargas de características RL de forma a chegar em uma forma de onda de grandeza semelhante a obtida na simulação. A forma de onda obtida é apresentada na Figura 5.119 e as cargas do tipo RL que permaneceram conectadas são mostradas na Figura 5.120. Nesta situação a corrente na carga tem característica predominante não linear, como pode ser visto na Figura 5.121. Observa-se que na tensão não há uma distorção como ocorre na figura 5.119. Atribui-se a isso o fato do conjunto de consumidores conectados que está conectado ao mesmo barramento ser considerado resistivo, pois caso estes estivessem gerando harmônicos, estes se somariam aos gerados na subestação e poderia 342 causar deformações na forma de onda. Na tabela 5.5 é apresentado o resumo das informações obtidas na simulação. A potência total obtida foi de 126,101 kVA no primário, Devido a baixa carga as distorções na corrente não causaram nenhuma deformação na tensão no primário. Figura 5.118 - Tensão e Corrente no Primário em uma das fases obtida através das medições. Figura 5.119 - Tensão e Corrente no Primário obtida por simulação em uma das fases. 343 Figura 5.120 - Cargas com Características RL que permaneceram conectadas no sistema. 344 Figura 5.121 - Corrente na Carga. Tabela 5.5 – Resultado da simulação. Primário do Transformador Carga 1,00 pu 1,06 pu 111,067 kW 107,042 kW Potência Reativa 59,713 kVAR 40,563 kVAR Potência Aparente 126,101 kVA 114,470 kVA 0,881 0,935 27,90° 11.15° THD Ia 6,470 % 26,21 % THD Ib 5,210 % 27,05 % THD Ic 5,600 % 27,69 % THD Va 0,000 % 0,535 % THD Vb 0,000 % 1,298 % THD Vc 0,000 % 0,952 % Tensão Potência Ativa Fator de Potência Fator de Deslocamento Na Figura 5.122 é exibida a corrente no primário para as três fases, onde se observa a característica não linear nas três formas de onda. Apesar disso, a tensão, como é mostrada na 345 Figura 5.123, não é afetada. Comparando-se com a corrente da carga, a corrente no primário possui uma característica mais próxima de uma senóide, o que é reiterado pela THD que está em torno de 5,6 %, bem inferior aos 27 % apresentados na carga. Na Figura 5.124 é realizada a normalização das correntes no primário e na carga, onde fica mais claro a suavização da forma de onda da carga no primário. Grande parte dessa suavização se deve a atenuação das harmônicas de ordem múltiplas de três, como fica claro na Figura 5.125 no espectro harmônico da corrente no primário do transformador e na carga normalizadas. Figura 5.122 - Corrente no Primário do Transformador. Figura 5.123 - Tensão no Primário do Transformador. 346 Figura 5.124 - Corrente normalizada na carga e no primário do transformador. Figura 5.125 - Espectro Harmônico da Corrente normalizada na carga e no primário do transformador. 347 5.14.6 Avaliação do Impacto das Cargas Não Lineares no Dimensionamento de Subestações No capítulo 3, foi apresentado um levantamento das cargas que são conectadas no sistema elétrico do prédio 30. Se observarmos os dados fornecidos pelos fabricantes e os resultados das medições, em todos os casos o valor fornecido pelo fabricante ultrapassa o valor obtido pela simulação. Isto é se deve ao fato dos fabricantes considerarem a pior condição possível de operação, onde são encontrados seus valores máximos. No caso dos ensaios apresentados neste trabalho, foram realizados na própria rede elétrica e estavam sujeitos as condições propostas por ela no momento da aquisição dos dados. Nesta seção será realizada uma comparação dos dados fornecidos pelo fabricante com os dados obtidos na aquisição dos dados para uma carga não linear escolhida, no caso um conjunto computador e monitor da marca Dell, onde se considerará que a subestação fornecerá energia para um número máximo de computadores que possam ser conectados de acordo com os dados de simulação e do fabricante. Serão apresentadas três simulações onde serão dimensionado o número de equipamentos máximo que o sistema estaria adequado. Na primeira simulação será utilizado para este dimensionamento os dados de placa fornecidos pelo fabricante e serão conectados o número total de equipamentos obtidos por este dimensionamento na subestação e então realizada a simulação. No segundo momento será realizado o mesmo dimensionamento, porém utilizando-se os dados da potência ativa obtidos nas medições. E então, será finalizada com um dimensionamento utilizando-se os dados da potência aparente obtidas na simulação e então realizada a simulação para este número de equipamentos. Para estas simulações os equipamentos escolhidos foram o Computador Dell - Gx 150 e o Monitor Dell - Modelo E771p e seus dados são apresentados na Tabela 5.6. Estes dados serão utilizados para o Dimensionamento nos itens a seguir. 348 Tabela 5.6 – Dados dos equipamentos. Computador Dell - Gx 150 Monitor Dell - Modelo E771p Dados Obtidos nas Medições: Dados Obtidos nas Medições: Tensão:125 Volts Tensão: 123 Volts Corrente: 582 mA Corrente: 616 mA Potência: 54.6 Watts Potência: 57.1 Watts Tensão THD: 4.06% Tensão THD: 4.13% Corrente THD: 82.53% Corrente THD: 83.85% Fator de Potência: 751 m Fator de Potência: 0.754 Fator de deslocamento: 18.4 Graus Fator de Deslocamento: 11.3 Graus Potência Instantânea: 72.8 VA Potência Instantânea: 75.8 VA Potência Reativa: 48.1 VAR Potência Reativa: 49.7 VAR Dados Fornecido pelo Fabricante: Dados Fornecido pelo Fabricante: Freqüência 50/60Hz, Freqüência 60-50hz Tensão 115/230~ Tensão Ac 100-240V~ Corrente 1/2 A. Corrente 1.6-0.8 A 5.14.6.1 Dimensionamento a partir dos dados de placas dos equipamentos De acordo com os dados do fabricante, apresentados na tabela 5.6, a potência consumida pelo computador pode ser definida na equação 5.69, onde PCPU é a potência no computador, V a tensão e I a Corrente fornecida pelo fabricante. PCPU = V I = 230 V ⋅1 A = 230 W (5.69) Da mesma forma pode ser calculada a potência consumida pelo monitor que é apresentada na equação 5.70, onde PM é a potência no monitor, V a tensão e I a Corrente fornecida pelo fabricante. PM = V I = 240 V ⋅ 0.8 A = 192 W (5.70) A potência consumida por um computador ligado com um monitor pode ser calculada na equação 5.71. P = PCPU + PM = 230 W + 192 W = 422 W (5.71) Com estes dados é possível calcular o número máximo de computadores com seus monitores que podem ser conectados a subestação sabendo-se que a subestação tem capacidade de 500 kVA. Na equação 5.72 é encontrado o valor máximo de computadores que poderiam ser conectados na subestação de 1184 equipamentos. n= 349 ST = 1184 P (5.72) Na figura 5.126 é apresentado o diagrama elétrico da simulação realizada para 1188 computadores. Chegou-se a este número para permitir que fossem distribuídos igualmente nas 3 fases os conjuntos computadores e monitores. Neste diagrama se observa que foi utilizado um subcircuito com os 1188 computadores e monitores, onde estão os modelos equivalentes destes. Na tabela 5.7 são apresentados os dados obtidos na Simulação. Conforme pode ser observado, a potência aparente no primário chegou apenas a 226,998 kVA, ou seja, 45,4 % da potência nominal. O que já era esperado, pois os dados dos fabricantes são obtidos para uma pior condição de operação, que dificilmente é atingida. O fator de potência encontrado no primário é alto, pois como podemos observar nos dados da carga, ela possui característica capacitiva, logo, as impedâncias do transformador e dos cabos, de característica fortemente indutiva, acabam compensando os reativos da carga. 350 Tabela 5.7 – Dados Obtidos na Simulação. Primário do Transformador Carga 1,00 pu 1,04 pu 223,291 kW 213,578 kW Potência Reativa 40,856 kVAR -131,295 kVAR Potência Aparente 226,998 kVA 250,707 kVA Fator de Potência 0,983 0,853 Fator de Deslocamento 6,67° -3,67° THD Ia 15,23 % 58,50 % THD Ib 15,05 % 57,93 % THD Ic 14,96 % 58,47 % THD Va 0,000 % 3,97 % THD Vb 0,000 % 4,12 % THD Vc 0,000 % 4,25 % Tensão Potência Ativa Na figura 5.127 é apresentada a corrente na carga, com característica de um retificador monofásico com filtro capacitivo e indutor. Os picos de corrente distorcem a forma de onda de tensão, como pode ser visto na Figura 5.128. Esta deformação já apresenta 4,25 %, perto dos 5 % recomendados por norma, mesmo sem essa carga estar próxima ao valor nominal da subestação. Entretanto no primário esta deformação na tensão não é verificada, como pode ser observado na figura 5.130. A corrente, Figura 5.128, devido ao tipo de conexão em que o transformador é conectado, não manifesta distorção harmônica do mesmo nível que na carga. 351 Figura 5.126 - Diagrama elétrico do circuito simulado com 1188 computadores. 352 Figura 5.127 - Corrente na carga. Figura 5.128 - Tensão na carga. 353 Figura 5.129 - Corrente no primário. Figura 5.130 - Tensão no primário. 354 5.14.6.2 Dimensionamento a partir da potência ativa medida De acordo com os dados obtidos no levantamento de cargas e apresentados na tabela 5.6, a potência ativa consumida pelo conjunto computador e monitor pode ser calculada na equação 5.73, onde PCPU é a potência ativa no computador e PM é a potência ativa no monitor. P = PM + PCPU = 57,1W + 54, 6W = 111, 7 W (5.73) Assim é possível calcular o número máximo de computadores com seus monitores que podem ser conectados a subestação sabendo-se que a subestação tem capacidade de 500 kVA. Na equação 5.74 é encontrado o valor máximo de computadores que poderiam ser conectados na subestação de 4476 equipamentos. n= ST = 4476 P (5.74) Na figura 5.131 é apresentado o diagrama elétrico da simulação realizada para 4476 computadores e monitores igualmente distribuídos nas 3 fases. Neste diagrama se observa que foi utilizado um subcircuito com os 4476 computadores e monitores, onde estão os modelos equivalentes destes. Na tabela 5.8 são apresentados os dados obtidos na Simulação. 355 Tabela 5.8 – Dados Obtidos na Simulação. Primário do Transformador Carga 0,997 pu 0,953 pu 661,701 kW 581,011 kW 115,252 kVAR 338,479 kVAR 671,663 kVA 672,415 kVA Fator de Potência 0,985 0,862 Fator de Deslocamento 7,14° 1,34° THD Ia 15,23 % 55.83 % THD Ib 15,05 % 55.35 % THD Ic 14,96 % 55.92 % THD Va 0,000 % 12,76 % THD Vb 0,000 % 13,05 % THD Vc 0,000 % 12,92 % Tensão Potência Ativa Potência Reativa Potência Aparente 356 Figura 5.131 - Diagrama elétrico do circuito simulado com 4476 computadores. 357 Conforme pode ser observado, a potência aparente no primário chegou a 671,663 kVA, ou seja, 135,3 % da potência nominal. No que diz respeito a distorção harmônica na corrente, não houve grandes diferenças do que no caso anterior, inclusive a THD de corrente encontrada foi inferior a encontrada no dimensionamento anterior. A forma de onda de corrente é apresentada na Figura 5.132. Entretanto, a tensão na carga chegou a apresentar THD de 13,05 %. Na Figura 5.133 é apresentada a forma de onda da tensão na carga. O grande problema que este dimensionamento vai causar é a sobrecarga na subestação, mostrando que a potência ativa não pode ser utilizada como critério para dimensionamento. Figura 5.132 - Corrente na Carga. Figura 5.133 - Tensão na Carga. 358 No primário, a corrente apresenta uma distorção na forma de onda menos crítica que na carga, conforme pode ser observado na Figura 5.134. Na tensão, apresentada na Figura 5.135, a forma de onda não possui distorção. Figura 5.134 - Corrente no primário. Figura 5.135 - Tensão no primário. 359 5.14.6.3 Dimensionamento a partir da potência aparente medida A partir dos dados obtidos no levantamento de cargas e apresentados na tabela 5.6, a potência Instantânea, ou aparente, consumida pelo conjunto computador e monitor pode ser calculada na equação 5.75, onde PCPU é a potência aparente no computador e PM é a potência aparente no monitor. P = PM + PCPU = 75,8W + 72,8W = 148,6W (5.75) Assim é possível calcular o número máximo de computadores com seus monitores que podem ser conectados a subestação sabendo-se que a subestação tem capacidade de 500 kVA. Na equação 5.76 é encontrado o valor máximo de computadores que poderiam ser conectados na subestação de 3364 equipamentos. n= ST = 3364 P (5.76) Na figura 5.136 é apresentado o diagrama elétrico da simulação realizada para 3363 computadores e monitores igualmente distribuídos nas 3 fases. Neste diagrama se observa que foi utilizado um subcircuito com os 3363 computadores e monitores, onde estão os modelos equivalentes destes. Na Tabela 5.9 são apresentados os dados obtidos na Simulação. 360 Tabela 5.9 – Dados Obtidos na Simulação. Primário do Secundário do Transformador Transformador 1,00 pu 0,987 pu 497,571 kW 450,191 kW Potência Reativa 95,272 kVAR -290,569 kVAR Potência Aparente 506,610 kVA 535,819 kVA Fator de Potência 0,982 0,842 Fator de Deslocamento 5,38° -0,909° THD Ia 17,49 % 60,95 % THD Ib 17,24 % 60,39 % THD Ic 17,32 % 60,99 % THD Va 0,000 % 10,35 % THD Vb 0,000 % 10,60 % THD Vc 0,663 % 10,51 % Tensão Potência Ativa 361 Figura 5.136 - Diagrama elétrico do circuito simulado com 3363 computadores. 362 Na tabela 5.9, a potência aparente no primário encontrada é de 506,610 kVA, ou seja, próximo do valor nominal da subestação. No que diz respeito a distorção harmônica na corrente, não houve grandes diferenças do que nos outros dois casos, a máxima encontrada foi de 60,99 %. A forma de onda de corrente é apresentada na Figura 5.137. No que diz respeito a tensão na carga, sua THD chegou a 10,60 %., um valor alto que pode ser prejudicial a outros equipamentos. Na Figura 5.138 é apresentada a forma de onda da tensão na carga. Figura 5.137 - Forma de Onda da Corrente na Carga. Figura 5.138 - Forma de Onda da Tensão na Carga. 363 Na Figura 5.139, é apresentada a tensão e corente na carga, onde se pode observar a característica capacitiva da carga. Nesta figura foi adicionada uma tensão de referência com conteúdo harmônico nulo e amplitude igual a da fundamental de tensão com o objetivo de facilitar a visualização da deformação ocorrida na forma de onda. Observa-se que há um afundamento seguido de sobretensão na forma de onda da corrente. Este fenômeno é característico de subestações com grande quantidade deste tipo de carga. No primário, conforme pode ser observado na Figura 5.140, a corrente apresenta uma distorção na forma de onda menos crítica que na carga, chegando a uma THD de 17,49 %. Na tensão, apresentada na Figura 5.141, a forma de onda não apresentou distorção. Figura 5.139 - Forma de Onda da Tensão (x10) e corrente na Carga na Carga. Figura 5.140 - Forma de Onda da Corrente no Primário do Transformador. 364 Figura 5.141 - Forma de Onda da Tensão no Primário do Transformador. 5.15 Conclusão Neste capítulo, foi apresentado um completo estudo que permitiu a elaboração de um conjunto de circuitos equivalentes destinados a simular os diversos equipamentos encontrados no prédio os quais foram ensaiados na sua totalidade e os resultados apresentados no capítulo anterior. Os circuitos equivalentes para máquinas elétricas e cargas RL e R foram adotados a partir da teoria clássica de circuitos. Simples manipulações de expressões algébricas foram utilizadas para a identificação dos valores equivalentes destes componentes. Com relação às cargas não lineares constituídas pelas fontes de alimentação chaveadas dos PCs, monitores de vídeo e reatores eletrônicos um árduo trabalho foi necessário para elaboração da metodologia proposta, dado que na bibliografia não foram encontrados métodos de identificação dos componentes dos circuitos equivalentes destes tipos de carga, assim o método de identificação proposto nesta dissertação, se constitui em uma contribuição original deste trabalho. A partir dos circuitos equivalentes obtidos foram realizadas simulações para todos os equipamentos descritos no capítulo anterior, utilizando-se para tal fim o mesmo valor 365 eficaz da tensão de alimentação medida durante os ensaios, visando assim validar a metodologia proposta. Somente as formas de onda de tensão e corrente foram apresentadas para evitar que este capítulo se tornasse mais extenso. Os resultados obtidos foram encorajadores e validaram os métodos propostos, contudo foram necessários ajustes no caso das fontes chaveadas, pois em várias situações o algoritmo não era capaz de determinar os valores dos componentes de forma exata. Atribui-se esta falha à dificuldade de se obter com exatidão, a partir dos ensaios, os parâmetros necessários, tais como: • A tensão da rede no instante inicial t = 0, vc(0). • O instante exato em que ocorre o pico da corrente de entrada (tp). • O valor exato da tensão da rede no instante em que a corrente da rede é máxima, vC(tp) = v(tp)). • O instante exato em que a corrente de entrada se anula (toff). Observando-se as figuras apresentadas no capítulo anterior facilmente se pode constatar que realmente não é possível ter grande precisão na coleta destes pontos de interesse. Outro grande fator de imprecisão é o elevado conteúdo harmônico presente na tensão de alimentação das cargas, dado que o método de identificação das cargas foi concebido para uma tensão de alimentação isenta de harmônicas. Foram realizadas simulações de todo conjunto, constituído por: um gerador ideal trifásico; impedância do alimentador; demais cargas conectadas a este alimentador (foram feitos estudos da influência do tipo de cargas conectadas neste alimentador na qualidade de energia, para tanto foram considerados dois casos extremos: cargas puramente resistivas e cargas do tipo não linear empregadas nas fontes de alimentação); transformador da subestação (para modelar este equipamento foi considerando o modelo completo, no qual as indutâncias de dispersão do primário e do secundário, a indutância magnetizante e as resistências de perdas foram consideradas); a impedância dos cabos foi considerada e por fim foram conectadas as cargas do prédio modelas segundo a metodologia proposta. Foram realizadas simulações para diferentes condições de carga. Uma vez que a maior contribuição para o consumo do prédio vem dos equipamentos de ar-condicionado, e dado que estes drenam correntes senoidais, a distorção harmônica das correntes introduzidas pelas fontes dos PCs e reatores eletrônicos no computo 366 geral não é significativa nos meses de verão quando condicionadores de ar operam a plena carga. Nos meses de inverno, a população evita o uso do ar-condicionado por questões culturais, assim a maioria dos equipamentos adquiridos na Faculdade de Engenharia não dispõe de ciclo reverso. Nesta época do ano o prédio apresenta basicamente um consumo voltado para alimentação dos PCs, monitores, iluminação (reatores eletromagnéticos e eletrônicos), geladeiras, equipamentos do bar e alguns aquecedores de ar baseados em resistores de potência. O resultando em uma predominância de cargas não lineares na instalação, apesar de que as correntes possam apresentar um elevado conteúdo harmônico mesmo na hipótese de que somente as cargas não lineares sejam conectas ao transformador o resultado, apesar de previsível é surpreendente. Como a potência total destas cargas é muito inferior à capacidade da instalação o impacto da injeção dos harmônicos de corrente na geração de harmônicos de tensão é minimizado pela baixa impedância da rede a qual foi dimensionada para potência total da instalação. No que diz respeito ao dimensionamento do sistema para operar com cargas não lineares, foi visto que, caso este dimensionamento sejam realizados a partir dos dados de placa dos equipamentos, não deverão ocasionar problemas no sistema elétrico, pois os dados fornecidos são superestimados. Entretanto, o dimensionamento a partir da potência ativa resultará em sobrecarga no sistema elétrico. A utilização da potência aparente medida do equipamento como parâmetro de projeto poderá ser arriscado, tendo em vista que estes equipamentos operam com fontes chaveadas e há sistemas de compensação caso a tensão no barramento caia, o que não foi contemplado no modelo proposto, contudo este parâmetro permite encontrar valores mais próximos da realidade de operação. Devido à conexão triângulo-estrela do transformador da subestação, o mesmo age como um filtro praticamente eliminando o terceiro harmônico dado que o sistema é praticamente equilibrado. Minimizando assim a influência das componentes harmônicas de corrente, geradas em baixa tensão no sistema de distribuição de média tensão de 13.8 kV. 367 CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES 368 6 CONCLUSÕES Neste trabalho foi desenvolvido um amplo estudo abordando o tema qualidade de energia onde se pode avaliar o efeito dos distúrbios elétricos presentes na planta elétrica do Prédio 30 da PUCRS, de forma a verificar a influência que o grande número de cargas não lineares tem nos índices de qualidade deste prédio. Tal sistema permitiu a obtenção de índices de avaliação do desempenho do sistema de energia. No capítulo 2 foram tratados tópicos relacionados com o estado da arte em Qualidade de Energia. Nele foram abordados os fatores que afetam a qualidade dos serviços prestados aos consumidores, como: Transitórios, variações de curta duração, variações de longa duração, desbalanceamento, distorções na forma de onda, flutuação da tensão e variações de freqüência. Também foram abordados aspectos relacionados com as harmônicas e sua influência nas distorções presentes na rede de distribuição e principalmente, os indicadores de qualidade de energia definidos pela ANEEL e a sua importância para a definição de índices de qualidade. Os indicadores relacionados com a qualidade de energia foram: Indicadores de interrupção, nível de tensão, tempo de atendimento, reclamações e satisfação do cliente, indicadores comerciais, bem como os novos indicadores que estão sendo propostos pela ANEEL/AGERGS. No capítulo 3, analisamos o sistema implantado, o qual se mostrou adequado, flexível e com grande capacidade de gerenciamento de dados e geração de relatórios, que disponibiliza a informação facilmente através da rede, reduzindo a necessidade de se deslocar uma pessoa até a subestação. Os equipamentos escolhidos mostraram-se robustos e seu manuseio acessível, embora seja necessário dedicar um bom tempo a configuração do sistema, de modo que o mesmo seja capaz de disponibilizar as informações dentro dos padrões desejados. A captura dos eventos que ocorreram no sistema de distribuição foi feita de forma adequada, possibilitando análises interessantes do ponto de vista da qualidade da energia disponibilizada. O fato de o qualímetro possuir bateria própria, também tornou possível analisarmos os desligamentos e faltas de fase, as quais causam sérios transtornos aos clientes. A proximidade entre o LEPUC e a subestação facilitou os trabalhos iniciais de instalação e de configuração dos equipamentos e programas. As condições técnicas de instalação mostraram-se satisfatórias, não sendo registrados defeitos até o presente momento. 369 O fato de o ambiente ser de difícil acesso a pessoas não autorizadas, evitou que as configurações dos equipamentos fossem alteradas, salvaguardando com isto a qualidade da base de dados gerada. Existem ainda diversos recursos de hardware (qualímetro) e de software (ION Enterprise) que não foram utilizados neste monitoramento. Isto abre a possibilidade de novos projetos de pesquisa sem que haja significativo aporte de recursos financeiros, uma vez que os equipamentos utilizados possuem muitos recursos ainda disponíveis não ainda explorados, tais como entradas e saídas analógicas e digitais, que possibilitam ao qualímetro monitorar e fazer o acionamento de outros dispositivos. No capítulo 4 foi descrito o minucioso levantamento, realizado neste trabalho, das características de cada um dos diferentes tipos de carga, conectadas ao transformador de potência da subestação do prédio 30. Este levantamento teve por objetivo a determinação de modelos simplificados destas cargas, de modo a permitir a realização de simulações do sistema completo. A realização deste levantamento das cargas mostrou que, apesar do número significativo de diferentes tipos de cargas, estas podem ser agrupadas de acordo com suas características de tensão e corrente, o que facilitou o trabalho de modelagem destas cargas. Inicialmente foram analisadas as medições de todas as cargas consideradas como computadores. Estas cargas mostraram ser bastante diferentes quanto às suas características, havendo modelos que se caracterizaram pela total despreocupação com relação à qualidade de energia. Outros modelos pareceram incluir algum tipo de filtragem, com alguma melhora na amplitude das componentes harmônicas. Houveram aqueles modelos dotados com bons sistemas pré-reguladores de fator de potência, onde se observou formas de onda de corrente muito próximas às de uma onda senoidal pura, com defasagem muito perto de zero, em relação à tensão de entrada. Estes últimos modelos, infelizmente, são presentes em número bem menor do que aqueles providos de etapas de entrada com menor qualidade. Em seguida foi feita a análise das medições dos condicionadores de ar e dos sistemas de alimentação ininterrupta (UPS) existentes no prédio. Os primeiros demonstraram não serem grandes geradores de distorções harmônicas, apesar de serem razoáveis consumidores de energia reativa devido aos motores empregados nos compressores de fluido refrigerante. Os dispositivos UPS, ao contrário, apresentaram largo conteúdo espectral com harmônicas de amplitude elevada, além de serem cargas de alta potência, que desta forma contribuem para o aumento da distorção harmônica. Muito embora os UPS sejam dispositivos de alta potência e, portanto, apresentam elevadas correntes de entrada, estes produtos não possuem nenhum tipo 370 de circuito de correção do fator de potência objetivando a melhoria da qualidade de energia. A presença de tais circuitos implicaria em um forte impacto no custo do produto e desta forma, inviabilizaria sua aceitação no mercado. Quanto aos monitores dos computadores, há modelos com ótimos índices de qualidade na entrada, porém foram encontrados em pequena quantidade. A grande maioria dos equipamentos encontrados apresentou formas de onda da corrente de entrada típicas de um retificador monofásico associado a um grande capacitor, resultando em uma alta taxa de distorção harmônica e um baixo fator de potência. Os equipamentos de projeção em geral apresentam uma carga com comportamento predominantemente resistivo, já que a maior parte da potência consumida é utilizada pela lâmpada de projeção. Isso acontece também no caso dos projetores multimídia, que apresentam somente um pequeno ruído de alta freqüência. Os reatores para lâmpadas de descarga podem ser eletrônicos ou eletromagnéticos. Os reatores eletromagnéticos são basicamente cargas indutivas e apresentam uma sensível distorção harmônica. Já os reatores eletrônicos, que teriam potencialidade para serem grandes geradores de ruído na rede, não são, muito embora sejam dispositivos com etapa de corrente contínua e, portanto, dotados de retificadores com capacitor, além de representarem cerca de dez por cento da carga total do sistema. Isto ocorre devido ao atendimento às normas brasileiras em vigor para esses dispositivos (NBR14417 e NBR14418), as quais limitam os níveis máximos de geração de correntes harmônicas, fazendo com que todos os reatores eletrônicos tenham um comportamento quase que puramente resistivo. Apesar de existirem instalados no prédio em número quase igual aos reatores eletromagnéticos, sua carga somada é bem menor, devido à alta eficiência destes dispositivos. Por último, além da análise feita em uma máquina didática do laboratório de conversão, fez-se um estudo da preponderância de cada um dos tipos de cargas existentes no prédio, na distorção do sinal presente no barramento, etapa essencial para o trabalho de simulação que foi apresentado no capítulo 5. Como já era esperado, computadores, monitores e UPS constituem a principal fonte geradora de distorções harmônicas. Entretanto, devido à grande preponderância das cargas motoras indutivas, com baixos níveis de distorção harmônica, essas irregularidades acabam tornando-se bem menos expressivas na totalidade das cargas instaladas. Pode-se esperar, portanto, que a rede apresente ruído em níveis bastante oscilantes, de acordo com as circunstâncias sazonais. 371 No capítulo 5, foi apresentado um completo estudo que permitiu a elaboração de um conjunto de circuitos equivalentes destinados a simular os diversos equipamentos encontrados no prédio. Os circuitos equivalentes para máquinas elétricas e cargas RL e R foram adotados a partir da teoria clássica de circuitos, simples manipulações de expressões algébricas foram utilizadas para a identificação dos valores equivalentes destes componentes. Com relação às cargas não lineares constituídas pelas fontes de alimentação chaveadas dos PCs, monitores de vídeo e reatores eletrônicos, um árduo trabalho foi necessário para elaboração da metodologia proposta, dado que na bibliografia não foram encontrados métodos de identificação dos componentes dos circuitos equivalentes destes tipos de carga, assim o método de identificação proposto nesta dissertação, se constitui em uma contribuição original deste trabalho. A partir dos circuitos equivalentes obtidos foram realizadas simulações para todos os equipamentos descritos, utilizando-se para tal fim o mesmo valor eficaz da tensão de alimentação medida durante os ensaios, visando assim validar a metodologia proposta. Somente as formas de onda de tensão e corrente foram apresentadas para evitar que este capítulo se tornasse mais extenso. Os resultados obtidos foram encorajadores e validaram os métodos propostos, contudo foram necessários ajustes no caso das fontes chaveadas, pois em várias situações o algoritmo não era capaz de determinar os valores dos componentes de forma exata. Atribui-se esta falha devido à dificuldade de se obter com exatidão, a partir dos ensaios, os parâmetros necessários, tais como: • A tensão da rede no instante inicial t = 0, vc(0). • O instante exato em que ocorre o pico da corrente de entrada (tp). • O valor exato da tensão da rede no instante em que a corrente da rede é máxima, vC(tp) = v(tp)). • O instante exato em que a corrente de entrada se anula (toff). Outro grande fator de imprecisão é o elevado conteúdo harmônico presente na tensão de alimentação das cargas, dado que o método de identificação das cargas foi concebido para uma tensão de alimentação isenta de harmônicas. Foram realizadas simulações de todo conjunto, constituído por: um gerador ideal trifásico; impedância do alimentador; demais cargas conectadas a este alimentador; transformador da subestação (para modelar este equipamento foi considerando o modelo completo, no qual as indutâncias de dispersão do primário e do secundário, a indutância 372 magnetizante e as resistências de perdas foram consideradas); a impedância dos cabos foi considerada e por fim foram conectadas as cargas do prédio modeladas segundo a metodologia proposta. Foram realizadas simulações para diferentes condições de carga. Uma vez que a maior contribuição para o consumo do prédio vem dos equipamentos de ar-condicionado, e dado que estes drenam correntes senoidais, a distorção harmônica das correntes introduzidas pelas fontes dos PCs e reatores eletrônicos no computo geral não é significativa nos meses de verão quando condicionadores de ar operam a plena carga. Nos meses de inverno, a população evita o uso do ar-condicionado por questões culturais, assim a maioria dos equipamentos adquiridos na Faculdade de Engenharia não dispõe de ciclo reverso. Nesta época do ano o prédio apresenta basicamente um consumo voltado para alimentação dos PCs, monitores, iluminação (reatores eletromagnéticos e eletrônicos), geladeiras, equipamentos do bar e alguns aquecedores de ar baseados em resistores de potência. Este fato resulta em uma predominância de cargas não lineares na instalação, apesar de que as correntes possam apresentar um elevado conteúdo harmônico mesmo na hipótese de que somente as cargas não lineares sejam conectas ao transformador o resultado. Como a potência total destas cargas é muito inferior à capacidade da instalação o impacto da injeção dos harmônicos de corrente na geração de harmônicos de tensão é minimizado pela baixa impedância da rede a qual foi dimensionada para potência total da instalação. No que diz respeito ao dimensionamento do sistema para operar com cargas não lineares, foi visto que, caso este dimensionamento sejam realizados a partir dos dados de placa dos equipamentos, não deverão ocasionar problemas no sistema elétrico, pois os dados fornecidos são superestimados. Entretanto, o dimensionamento a partir da potência ativa resultará em sobrecarga no sistema elétrico. A utilização da potência aparente obtida a partir de medição do equipamento como parâmetro de projeto poderá ser arriscado, tendo em vista que estes equipamentos operam com fontes chaveadas e há sistemas de compensação caso a tensão no barramento caia. Este fator não foi contemplado no modelo proposto, contudo este parâmetro permite encontrar valores mais próximos da realidade de operação. Novos critérios de modelagem devem ser estudados, buscando chegar-se mais próximo da realidade dos equipamentos conectados a subestação através de uma nova montagem do algoritmo de modelagem proposto. Uma alternativa seria estudar outras formas de identificação dos componentes dos circuitos equivalentes utilizados na simulação. 373 A partir dos resultados de simulação, foi possível observar que devido à conexão triângulo-estrela do transformador da subestação, o mesmo age como um filtro praticamente eliminando o terceiro harmônico dado que o sistema é praticamente equilibrado. Minimizando assim a influência das componentes harmônicas de corrente, geradas em baixa tensão no sistema de distribuição de média tensão de 13.8 kV. Como foi possível observar, a energia fornecida pela concessionária CEEE é de boa qualidade, compatível com as exigências de um ambiente onde existem muitos instrumentos de precisão e alto custo. Portanto, pode-se sugerir como continuação deste trabalho, a análise de uma rede em que esteja presente significativa distorção harmônica, de modo a propiciar condições reais para identificação das cargas que mais distorcem a energia consumida. Além disso, novos métodos de análise podem ser desenvolvidos, principalmente envolvendo o estudo com Redes Neurais Artificiais e Algoritmos Genéticos, para a detecção de anomalias e identificação de suas fontes geradoras. 374 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Bollen, M.H.J. Understanding Power Quality Problems: Voltage Sags and Interruptions IEEE Press, ISBN: 0-7803-4713-7, 2000. [2] Oleskovicz, M. Qualidade da Energia Elétrica: conceitos e definições direcionadas a sistemas industriais, II Workshop de Proteção: Estudos Avançados de Proteção de Motores em Média Tensão Schweitzer Engineering Laboratories, Comercial Ltda e Departamento de Engenharia Elétrica - Eesc/Usp, São Carlos, SP, 2005. [3] Modelo Setorial Segundo o ONS , Disponível em http://www.ons.org.br, extraído em 28 de junho de 2005. [4] IEEE Std. 1159-1995, IEEE Recommended Practice for Monitoring Electric Power Quality; IEEE Standards Board, 1995. [5] Dias, G. A. 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