capa Rev Cirurgia nova:Layout 1 - Revista Portuguesa de Cirurgia

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Junho 2010
10/06/30
Revista Portuguesa
de
N.° 13
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Pronto a usar 1
Hemostase rápida (3 a 5 min.) e eficaz 1,2,3,4
Elevada capacidade adesiva 1,5
Elevada flexibilidade (adapta-se à superfície dos orgãos e aos seus movimentos) 6
Reabsorção e biodegradação em 24 semanas 7
Prevenção da formação de aderências 7,8
Armazenamento à temperatura ambiente, durante 36 meses 1
0211TC1036AP
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irurgia
II Série
capa Rev Cirurgia nova:Layout 1
INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RCM DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Tachosil, esponja medicamentosa. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 5,5 mg de Fibrinogénio humano e 2 UI de
Trombina humana, por cm2. FORMA FARMACÊUTICA Esponja medicamentosa de cor creme, com o lado activo de cor amarela. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS TachoSil é indicado em adultos para o tratamento de apoio
em cirurgia, para melhoria da hemostase, para promover a colagem dos tecidos e para apoio de suturas em cirurgia vascular quando as técnicas de apoio padrão se mostram insuficientes. POSOLOGIA E MODO DE
ADMINISTRAÇÃO: Utilização restrita a cirurgiões experientes. Ausência de informações suficientes para utilização em doentes pediátricos. Número de esponjas a aplicar dependente da necessidade clínica fundamental
do doente e do tamanho da área da ferida. Dosagens individuais tipicamente estabelecidas em 1 a 3 esponjas (9,5 cm x 4,8 cm); relatada a aplicação de um máximo de 7 esponjas. Aplicação local. Manusear e aplicar
em condições estéreis. Aplicar o lado amarelo, activo na superfície com hemorragia/perda de fluidos e manter suavemente premido durante 3 a 5 minutos. Cobrir 1 a 2 cm além das extremidades da ferida; se for
utilizada mais do que uma esponja, sobrepor as extremidades. Pode cortar-se no tamanho correcto. CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade a qualquer um dos constituintes. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS
DE UTILIZAÇÃO Apenas para aplicação local. Não utilizar intravascularmente. Em caso de aplicação intravascular acidental, possibilidade de ocorrência de complicações tromboembólicas, que podem pôr em risco a
vida do doente. Ausência de dados específicos sobre utilização em neurocirurgia ou em cirurgia de anastomoses gastrointestinais. Possibilidade de reacções de hipersensibilidade de tipo alérgico: urticária, urticária
generalizada, aperto no peito, sibilo, hipotensão e anafilaxia. Interromper a administração caso ocorram estes sintomas. Em caso de choque, respeitar os padrões médicos actuais de tratamento. Apesar de várias
medidas para prevenção de infecções, quando se administram medicamentos preparados a partir de sangue humano ou plasma, não pode excluir-se totalmente a possibilidade de transmissão de agentes infecciosos,
vírus desconhecidos ou emergentes e outros agentes patogénicos. Foram tomadas medidas consideradas eficazes para vírus com envelope tais como VIH, VHB e VHC e para o vírus sem envelope VHA, que podem
apresentar um valor limitado contra vírus sem envelope como o parvovírus B19. A infecção pelo parvovírus B19 pode ser grave em mulheres grávidas (infecção fetal) ou em indivíduos com imunodeficiência ou
eritropoiese aumentada (ex. anemia hemolítica). Recomenda-se vivamente, em cada administração, o registo do nome do doente e do número de lote do produto. TachoSil só deve ser administrado em mulheres
grávidas ou a amamentar se tal for claramente necessário. INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS E OUTRAS FORMAS DE INTERACÇÃO Pode ocorrer desnaturação do produto após exposição a soluções contendo álcool,
iodo ou metais pesados (ex. soluções antisépticas). EFEITOS INDESEJÁVEIS Doenças do sistema imunitário: pouco frequente hipersensibilidade ou reacções alérgicas, casos isolados de evolução para anafilaxia grave.
Vasculopatias: muito raro tromboembolismo se aplicado intravascularmente. Perturbações gerais e alterações no local de administração: frequente pirexia. Exames complementares de diagnóstico: raramente
formação de anticorpos contra os componentes da cola de fibrina/hemostáticos. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2004 / 8 de Junho de
2009. Medicamento Sujeito a receita médica restrita. Para mais informações deverá contactar o titular de autorização de introdução no mercado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1Resumo das Características do Medicamento; 2Frilling A, Stravrou G, Mischinger HJ, de Hemptinne B, Rokkjaer M, Klempnauer J et al. Effectiveness of a new carrier-bound fibrin sealant
versus argon beamer as hemostatic agent during liver resection: a randomized prospective trial. Langenbeck’s Arch Surg 2005; 390(2):114-120; 3Broelsch CE, Frühaus NR, de Hemptinne B, Klempnauer J, Mischinger HJ,
Büchler M et al. TachoSil as haemostatic treatment in hepatic surgery. HPB7/(Suppl 1): 28. 2005; 4Van Poppel H, Siemer S, Lahme S, Altziebler S, Machtens S, Strohmaier W, Wechsel H-W, Goebell P, Schmeller N, berneder
R, Stolzenburg J-U, Becker H,Lüftenegger W, Tetens V, Joniau S. Kidney tumour resection with use of TachoSil as haemostatic treatment. Abstract no. 630, Annual Congress of the European Association of Urology, Paris, 5-8
April 2006; 5Carbon R, et al. 6th World Congress on TRAUMA, SHOCK, INFLAMMATION AND SEPSIS — Pathophysiology, Immune Consequences and Therapy, Mar 2004, LMU Munich, Klinikum Grosshadern; 6Lang G, Csekeo
A, Stamatis G, Lampl L, Hagman L, Marta GM, Mueller MR, Klepteko W. Efficacy and safety of topical application of human fribinogen /thrombin-coated collagen patch (TachoComb) for treatment of air leakage after standard
lobectomy. Eur J Cardiothoracic Surg 2004; 25:160-166; 7Osada H et al. Clinical evaluation of a haemostatic and anti-adhesion preparation used to prevent post surgical adhesion. J Int Med Research 1999, 27:247-252;
8
Osada H, Minai M, Yoshida T, Satoh K. Use of fibrin adhesive to reduce post-surgical adhesion reformation in rabbits. J Int Med Res 1999; 27:242-246.
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Junho 2010
Revista Portuguesa de Cirurgia
II Série
ISSN 1646-6918
Órgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Cirurgia
CASO CLÍNICO
Duplicação Gástrica
Nunes S.¹, Campos J. C.¹, Cunha M.¹, M. Silva2, Martinho F.¹
¹Serviço de Cirurgia II (Dir.: Dr. Fernando Martinho);
²Serviço de Anatomia Patológica (Dir.: Drª. Fernanda Xavier da Cunha)
Hospitais da Universidade de Coimbra, Portugal
INTRODUÇÃO
Antecedentes pessoais e familiares irrelevantes.
Ao exame objectivo apresentava-se consciente,
orientada e colaborante. Anictérica, mucosas coradas e
hidratadas, apirética e normotensa. Abdómen doloroso à palpação profunda da região epigástrica, sem
sinais de irritação peritoneal e sem massas palpáveis ou
organomegálias.
Analiticamente sem altera- ções significativas.
A endoscopia digestiva alta não revelou alterações.
A TAC abdominal evidenciou a nível da região epigástrica, junto à parede gástrica e em íntima relação com
esta a existência de uma estrutura com 3,0 cm de diâmetro e com 6,5 cm de extensão, não captando contraste
admitindo tratar-se de quisto de duplicação (fig.1).
As duplicações do tubo digestivo são muito raras,
sendo as duplicações gástricas ainda mais excepcionais
(2 a 7 % do total das duplicações GI). São consideradas anomalias congénitas, diagnosticadas principalmente nos primeiros anos de vida. Raramente o diagnóstico é feito na idade adulta. As duplicações gástricas podem ser tubulares ou quísticas com sintomatologia inespecífica. São mais frequentes no sexo feminino (6:7= 2:1) e de localização preferencial na
grande curvatura (1).
Em 1959 Rowling definiu os seguintes critérios de
diagnóstico de duplicação gástrica (1):
• quisto em continuidade com a parede gástrica;
• parede do quisto contendo músculo liso em continuação com camada muscular gástrica;
• quisto revestido por epitélio do tubo digestivo.
CASO CLÍNICO
Doente sexo feminino, 46 anos, raça caucasiana
seguida em consulta por um quadro clínico caracterizado por epigastralgias, enfartamento pós-prandial e
vómitos alimentares esporádicos com 6 meses de evolução. Negando perdas hemáticas visíveis, astenia, anorexia, emagrecimento e alterações do trânsito intestinal.
Fig. 1
Revista Portuguesa de Cirurgia (2010) (13):35-37
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A ecoendoscopia revelou formação quística, de conteúdo hipoecogénico adjacente à parede gástrica, a
nível da pequena curvatura com 6x6 cm. Foi realizada
punção aspirativa que foi inconclusiva.
Perante a hipótese diagnóstica de duplicação gástrica procedeu-se a uma laparotomia exploradora,
tendo-se constatado lesão adjacente à pequena curvatura gástrica, quística, não comunicando com o lúmen
gástrico. Procedeu-se à excisão local da lesão (fig.2).
O estudo anátomo-patológico revelou tratar-se de
quisto ciliado do intestino anterior (quisto de duplicação).
O pós-operatório decorreu sem incidentes. A
doente já foi observada em consulta de follow-up
encontrando-se assintomática.
não são comunicantes. As duplicações tubulares
(menos frequentes) ocorrem 1/3 dos casos e comunicam frequentemente com o aparelho intestinal adjacente (2).
O revestimento mucoso é muito variável. Pode ser
idêntico à mucosa do segmento do aparelho gastrointestinal adjacente, particularmente quando existe
comunicação, ou pode ser semelhante a qualquer
outro segmento do mesmo aparelho, ou pode mesmo
ter mucosa do aparelho respiratório (2).
As duplicações têm origem a partir de distúrbios no
desenvolvimento embrionário do aparelho gastrointestinal, tendo sido propostas várias teorias para explicar o seu aparecimento. Segundo Bremer às seis semanas do desenvolvimento embrionário o lúmen do
intestino é ocluído pela rápida proliferação de células
epiteliais.
Consequentemente, surgem vacúolos que no seu
desenvolvimento natural coalescem e formam um
novo lúmen. A persistência de um destes vacúolos
separada do lúmen forma uma duplicação, sendo a
duplicação o resultado da recanalização de um lúmen
aberrante – divertículo, o que explicaria as formas esféricas, mas não as tubulares (2, 4, 5). Contra esta teoria
existe o facto de que as duplicações ocorrem no bordo
mesentérico, enquanto as formações epiteliais se
situam em toda a circunferência do intestino. A sua
teoria também não explica a possibilidade de existir
um septo entre a duplicação e o órgão normal, além de
possuir camada muscular (2). Segundo Bentley as
duplicações são explicadas pela persistência do canal
neuroentérico (orifício transitório que comunica no
embrião a ectoderme com a endoderme) este defeito
embriológico seria responsável por outras anomalias
vertebrais que estão associadas. Mellish e Koop sugeriram o envolvimento de factores como trauma, hipoxia e desenvolvimento fetal prematuro como sendo
responsáveis por múltiplas duplicações encontradas em
associação com outras anomalias, tais como malrotação ou atrésia (2).
Nos adultos tem sido descrita transformação
maligna das duplicações, sendo consideradas lesões
benignas nas crianças (2).
Fig. 2
DISCUSSÃO
As duplicações podem ser encontradas em todo o
aparelho digestivo, desde a boca até ao ânus, sendo o
íleon o segmento mais afectado. São muito variáveis
em tamanho e podem comunicar com o aparelho gastrointestinal (2).
As duplicações gástricas são das mais raras do aparelho digestivo (4 a 7%), sendo as mais comuns a nível
da grande curvatura, seguindo-se a parede posterior, a
pequena curvatura, a parede anterior e o piloro (3).
As duplicações esféricas ocorrem mais no esófago e
porção proximal do aparelho digestivo e normalmente
Nunes S., Campos J. C., Cunha M., M. Silva, Martinho F.
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dos achados imagiológicos pré-operatórios, achados
per-operatórios e estudo anatomo-patológico.
Existem casos descritos na literatura de transformação maligna destas lesões em adultos (5). Uma das
hipóteses consideradas para transformação maligna é
de que o epitélio imaturo produza antigénios oncofetais (6).
O tratamento preconizado é cirúrgico, não existindo uma técnica standart. Recomenda-se excisão
completa da duplicação.
O prognóstico destas lesões é bom.
A sintomatologia é variável e inespecífica. Os sintomas mais frequentes são a dor, síndrome obstrutivo,
hemorragia e anemia (resultado da ulceração péptica
da mucosa). A dor pode ser resultado do aumento de
tensão intraquística, ulceração da mucosa gástrica,
compromisso vascular (3).
Os diagnósticos diferenciais mais frequentes são o
divertículo gástrico, leiomioma gástrico, cistadenoma
do pâncreas, pseudoquisto pancreático, tumor suprarrenal esquerda e quisto mesentérico.
O diagnóstico definitivo é baseado na combinação
REFERÊNCIAS
1. Ch. Glaser, V Kuzinkovas, Ch. Maurer, A Glattli; W.G. Mouton, H.U. Baer. A large duplication cyst of the stomach in an adult presenting as
pancreatic pseudocyst. Digestive Surgery 1998; 15 (6): 703 – 706
2. Ivânia Itália Salvador, Manoel E. S.Modelli, Célio Rodrigues Pereira. Duplicação de cólon: relato de caso e revisão de literatura. Jornal Pediatria (Rio J) 1996; 72 (4); 254-257
3. Agha FP, Gabriele OF, Abdulla FH. Complete gastric duplication. AJR Am J Roentgenol, 1981; 137: 406-407
4. G W Holcomb, 3rd, A Gheissari, J A O’Neill, Jr, N A Shorter, and H C Bishop. Surgical management of alimentary tract duplications. Ann
Surg. 1989 February; 209 (2); 167-174
5. K. Kuraoka, H. Nakayama, T. Kagowa, T. Ichikawa, W. Yasui. Adenocarcinoma arising from a gastric duplication cyst with invasion to the stomach: a case report with literature review Journal of Clinical Pathology 2004; 57:428 - 431
6. X B D’ Journo, V Moutardier, O Turrini, J Guiramand, B Lelong, C Pesenti, G Monges, M Giovannini, J R Delpero. Gastric duplication in
na adult mimicking mucinous cystadenoma of pâncreas. Journal of Clinical Pathology, 2004 November; 57(11); 1215-1218
Contactos:
DR.ª SOFIA NUNES
Hospitais da Universidade de Coimbra – Serviço de Cirurgia II
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Duplicação gástrica
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