5º Simpósio de Meteorologia e Geofísica da APMG (Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica) / 8º Encontro Luso-Espanhol de Meteorologia Antes de mais, permitam-me que vos transmita em nome do Município de Peniche, o sentimento de enorme satisfação e orgulho pelo facto da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica ter escolhido o concelho de Peniche para a realização do 5º Simpósio de Meteorologia e Geofísica e 8º Encontro Luso-Espanhol de Meteorologia, para os quais o Município de Peniche decidiu dar o seu apoio, na medida das suas possibilidades. Ao falarmos de Meteorologia, clima e tempo, um denominador comum assume cada vez mais uma maior importância no nosso quotidiano, deixando se ser uma mera “suspeição”, um “indício de”, “uma simples projecção a longo prazo”, tornando-se sim numa realidade incontornável – AS ALTERAÇÕES CLIMÀTICAS. Cada vez mais ocorrem situações de seca prolongada, acentuadas tempestades e situações de cheias com efeitos catastróficos. A sociedade actual, face aos contragimentos causados pelas alterações climáticas, necessita de modelos de previsão do estado do tempo que se aproximem o mais possível da realidade, para que as populações possam ser alertadas a tempo e os Municípios possam desenvolver todos os esforços, de modo a evitar desastres, mais ou menos graves, tal como os que foram verificados em Portugal nos finais de Outono de 2006. Como tal, quero deixar aqui a minha palavra de apreço pelos esforços que a vossa comunidade desenvolve no âmbito da ciência da meteorologia, esperando que esta reunião contribua decisivamente para o avanço do estado actual dos conhecimentos e que a curto prazo nos congratulemos pelo facto de os objectivos definidos terem sido alcançados. Ainda recentemente, mais precisamente há 2 semanas atrás, teve lugar em Paris mais uma conferência do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, grupo científico criado pelas Nações Unidas em 1988, a qual confirmou a extensão do aquecimento global em curso e o grau de responsabilidade humana, forneceu as previsões sobre o fenómeno, as suas consequências e os seus impactos regionais e apontou pistas para os decisores políticos. Do relatório produzido, destacaram-se os seguintes aspectos: - 2005 e 1998 foram os anos mais quentes desde que existem registos e seis dos sete anos mais quentes de sempre ocorreram desde o ano de 2001; - As observações do oceano, da atmosfera, a neve o gelo mostram dados consentâneos com o aquecimento global. - O derretimento dos glaciares fez subir o nível do mar cerca de 0,5 milímetros ao ano entre 1961 e 2003 e 0,8 entre 1993 e 2003. O Ártico perde em cada década, desde 1978, 7,4% da sua superfície gelada no Verão. Como principal causa os cientistas apontam os gases de efeito de estufa, sobretudo o dióxido de carbono, mas também o metano ou os óxidos de nitrogénio que se libertam durante a queima de carvão, petróleo ou gás. Como contributo efectivo para a redução da emissão dos gases de efeito de estufa, o Município de Peniche tem vindo a apostar na promoção das energias renováveis: - Ao nível da energia eólica, foi em 2006 instalado o 1º Parque Eólico do Concelho de Peniche - Parque Eólico das Cezaredas, constituído por 13 aerogeradores correspondendo a uma potência instalada de 21.7 megawatts; - Ao nível da energia das ondas, está actualmente a passar por Peniche o desenvolvimento de 2 diferentes tecnologias, uma associada às ondas de superfície e uma outra relacionada com as ondas de fundo. Relativamente a esta última tecnologia, é de referir que o Município de Peniche tem vindo a realizar todos os esforços possíveis, e em conjunto com a empresa promotora, para que, e num futuro próximo, Peniche possa também produzir energia eléctrica a partir de um outro tipo de fonte renovável, a qual é abundante e uma característica intrínseca do nosso território – o MAR. Como medidas mitigadoras das alterações climáticas, o Município de Peniche, dada a sua qualidade de território costeiro, tem vindo a investir ao nível da preservação dos seus sistemas dunares, estando actualmente em curso a “Construção do Sistema de Estabilização do Cordão Dunar Norte” (investimento superior a 23 mil euros) e pretendendo-se para breve vir a proceder-se ao re-povoamento das zonas dunares com flora autóctone, característica deste tipo de ecossistemas, de modo a fazer face a acentuada deterioração que alguns desses locais apresentam. Espero muito sinceramente que as nossas magníficas condições naturais sirvam de “musa inspiradora” para o bom desenrolar dos vossos trabalhos dos próximos dias. Estou certo de que serão muito bem recebidos em Peniche. Espero que no final do 5º Simpósio de Meteorologia e Geofísica e do 8º Encontro LusoEspanhol de Meteorologia sintam uma enorme vontade voltar a Peniche um dia mais tarde voltar, de modo a desfrutarem do que de melhor temos para oferecer: Praias galardoadas com Bandeira Azul e Praias Acessíveis, Magníficas Paisagens Naturais algumas delas com importância geológica ao nível mundial e reconhecida unanimemente pela comunidade cientifica internacional, a Reserva Natural Marinha das Berlengas, a Gastronomia, o Artesanato, etc etc…