SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Principais riscos ocupacionais no atendimento pré-hospitalar (riscos físicos) Washington Luiz Fernandes Discente do Curso de Graduação em Enfermagem UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá [email protected] Roberta dos Santos Souza Discente do Curso de Graduação em Enfermagem UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá [email protected] Renata Corrado Lins Discente do Curso de Graduação em Enfermagem UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guaruja [email protected] Gabriel Rodrigues de Mendonça Discente do Curso de Graduação em Enfermagem Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá e-mail: [email protected] Gabriel Garbelini Fogaça Discente do Curso de Graduação em Enfermagem UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá [email protected] Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Resumo Na metodologia usamos o estudo descritivo exploratório de revisão bibliográfica que foi realizado no período de junho à julho de 2010. A coleta de dados foi realizada através de bibliografias, artigos científicos e internet. Apresentaremos os riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais da equipe de Unidades de Suporte Básico e Avançado de vida em emergências. Utilizaremos como revisão bibliográfica a classificação dos riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho segundo a portaria nº 3.214/78, do ministério do trabalho e Emprego, em suas Normas Regulamentadoras (NR5) de medicina e segurança do trabalho que classificam os riscos em físicos, químicos, ergonômicos e acidentes. São considerados como riscos físicos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade. Palavras-chave: Riscos. Físicos. Ocupacionais. 1 Seção 1 – Curso de Graduação em Enfermagem – Meio Ambiente – Vulnerabilidade Ambiental. Apresentação: Oral. 1. Introdução O atendimento Pré-Hospitalar (APH) é uma modalidade de assistência especializada, fora do âmbito hospitalar, cuja finalidade de atendimento visa à manutenção da vida e/ou a minimização das seqüelas. O APH procura chegar à vítima nos primeiros minutos após ter ocorrido o agravo à sua saúde, sendo necessária, a prestação de atendimento adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS) (VALENTIM, 2008, p. 285 apud SANTOS, 2009 p. 1-3). O crescimento de serviços de APH é decorrente do aumento de vítimas de acidentes com traumas como resultados do próprio avanço científico e tecnológico que se, por um lado, traz incalculáveis benefícios para a humanidade, cobra também um ônus bastante significativo à sociedade por trazer um impacto negativo social e econômico, que gera o aumento das despesas previdenciárias e também o estresse pós-traumático nas relações familiares e sociais (VALENTIM, 2008, p. 290 apud SANTOS, 2009 p. 8-12). A necessidade da implementação do APH vem de uma necessidade eminente e crescente, pois o Brasil, nas últimas décadas, vem ocupando a posição de campeão mundial de acidentes de trânsito (KOWAL et al, 2006). Ainda no Brasil, o APH originou-se no final da década de 80 no Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Em 1990, no município de São Paulo, a assistência às urgências estava estruturada em um modelo baseado fundamentalmente na remoção desorganizada de pacientes graves aos hospitais públicos de referência, o que gerava um acúmulo de pacientes nesses serviços. “Esforços mais efetivos para implementar os serviços de APH ocorreram a partir do Plano Qüinqüenal de Saúde 1990/95, do Ministério da Saúde, que previa a estruturação de sistemas de atendimento às urgências” (Ministério da Saúde, 1991). Sabe-se que um grande impulso para a inserção das equipes de saúde no APH foi à criação do SAMU e, posteriormente, a privatização das rodovias federais e estaduais. Essa participação passou a ser tão importante que surgiram várias resoluções que culminaram na Portaria do Ministério da Saúde nº 2048, de 5 de novembro de 2002, que regulamenta todos os serviços de emergências, inclusive os móveis, com um tópico específico às Concessionárias de Rodovias (LIMA, 2000, p. 59-65 apud THOMAZ, 2001 p. 3-6). Consta no edital de concessão de rodovias que, entre os serviços delegados, deverá ser de competência específica a prestação de apoio aos usuários, incluindo, entre outros, primeiros socorros e atendimento médico a vítimas de acidentes de trânsito, com eventual remoção para hospitais. Assim, com as concessionárias de rodovias, a partir de 1998, surge o Atendimento Pré-Hospitalar Móvel Rodoviário que é voltado para a atenção 2 de urgência e emergência a todos os usuários que usufruem as rodovias privatizadas, denominando-se usuários todos aqueles que transitam em tais rodovias. (OLIVEIRA, 2003). O crescimento das empresas de ambulâncias que atuam no APH móvel rodoviário propiciou o aparecimento de uma nova área de atuação para os profissionais da saúde que, no entanto, ainda possuem conhecimento insuficiente sobre esse aspecto, dado que seus cursos técnicos ou de graduação oferecem conhecimento teórico-prático específico reduzido sobre o assunto, o que gera dificuldades para a atuação e o desenvolvimento do APH. (LIMA, 2000, apud THOMAZ, 2001). O cuidado pré-hospitalar da doença ou lesão é baseado no trabalho multidisciplinar entre enfermeiros, socorristas e médicos. O papel do enfermeiro no ambiente pré-hospitalar é multifacetado que inclui a prática, pesquisa, educação, gerenciamento, auditoria, e administração. (LIMA, 2000, p. 59-65 apud THOMAZ, 2001 p. 19). Observa-se empiricamente que o serviço de APH, seja urbano ou rodoviário, enfrenta inúmeras dificuldades, como a grande exposição da equipe aos riscos ocupacionais durante o atendimento às vítimas e/ou a escassez da literatura que possa servir de embasamento para a resolutividade de tais deficiências. Diante do exposto, decidiu-se realizar o presente estudo com o objetivo de identificar os fatores de riscos ocupacionais (químicos, físicos e biológicos) da equipe de saúde no APH. Justifica-se sua realização para poder alertar os profissionais sobre os fatores de riscos ocupacionais da atividade de APH, muitas vezes desconhecidos ou desprezados. O diagnóstico de uma situação é fundamental para a elaboração de qualquer programa de atenção à saúde. A identificação dos riscos ocupacionais da equipe de saúde durante o APH móvel servirá de subsídio para os serviços de APH no tocante ao planejamento e implementação de programas como também à prevenção de acidentes ocupacionais aos profissionais envolvidos no processo (ROBAZZI et al., 2008). 2. Objetivo geral Apresentar os riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais da equipe de Unidades de Suporte Básico e Avançado de vida em emergências. 3. Metodologia Este é um estudo descritivo exploratório de revisão bibliográfica que foi realizado no período de junho a julho de 2010. A coleta de dados foi feita através bibliografias, artigos científicos e internet. 3 Nessa pesquisa foram utilizados textos que mais contribuíram com o tema devido ao seu modo de explanação e atualidade sobre o assunto. 4. Revisão bibliográfica Utilizou-se como revisão bibliográfica a classificação dos riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho segundo a portaria nº 3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego, em suas Normas Regulamentadoras (NR5) de medicina e segurança do trabalho que classificam os riscos em físicos, químicos, ergonômicos e acidentes. São considerados como riscos físicos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade. Riscos químicos: poeiras, névoas, neblinas, gazes, vapores, substâncias, compostos ou produtos químicos. Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, trabalho em turno e noturno, monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico. Riscos de acidentes: maquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, presença de animais peçonhentos e outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. (ROBAZZI, 2008, p. 188-189 apud MORIYA, 2009, p. 0205). 4.1 RISCOS FÍSICOS 4.1.1 Ruídos As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos como, por exemplo, as sirenes e buzinas, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional, conforme mostra a tabela 1 em anexo. (Zanluca, J. C. 2009). Anexo 1 Tabela: Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 4 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 40 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Anexo extraído de: http://www.audiologiabrasil.org.br/legislacao/legislacao_4.pdf Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. Os níveis de ruído continuo ou intermitentes devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os termos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste Anexo. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ai nível imediato mais elevado. Não é permitida exposição a níveis de ruído de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a mesma das seguintes frações: C1 + c2 + c3 + ........... + Cn T1 + T2 + T3 + ........... + Tn Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na equação acima Cn indica o tempo total em que o trabalhados fica exposto a um nível de ruído especifico e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste anexo. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. (ZANLUCA, J. C. CLT, 2000, apud MORIYA, 2009). O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: 5 Fadiga nervosa, alterações mentais, perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias, hipertensão, modificação do ritmo cardíaco, modificação do calibre dos vasos sanguíneos, modificação do ritmo respiratório, perturbações gastrointestinais, diminuição da visão noturna, dificuldade na percepção de cores. Além destas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou definitiva da audição. (ZANLUCA, J. C. 2009) 4.1.2 Radiações ionizantes e não ionizantes e eletricidade A eletricidade é uma forma de energia (corrente elétrica) que pode fluir entre dois pontos, desde que entre eles exista uma diferença de potencial elétrico (voltagem ou tensão), ou seja, desde que um deles esteja mais carregado de energia elétrica que o outro. A corrente elétrica flui com maior facilidade através de materiais específicos (condutores), se houver um caminho completo para que se processe o fluxo (circuito). Se este é interrompido em qualquer ponto por um material não-condutor (isolante), o fluxo da eletricidade não se processa. Por exemplo: o fluxo de eletricidade que alimenta um aparelho eletrodoméstico só se processa quando o aparelho é ligado, com o que se completa o circuito. Se entre os dois pontos considerados não existir um condutor adequado, a corrente elétrica ainda assim poderá fluir, desde que a tensão ou voltagem entre os dois pontos seja muito grande. Por exemplo: o raio é uma descarga elétrica que cruza o ar (embora este seja um isolante), quando se estabelece grande diferença de carga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e a terra. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). São condutores a água, a maioria dos metais e os seres vivos. Nestes, a condutividade varia de tecido para tecido, sendo tão maior quanto maior o teor de água tecidual. Em outras palavras, é maior no sangue, nos músculos e nos nervos que nos ossos e na pele. Entretanto, a pele úmida torna-se boa condutora. São isolantes o ar seco, a madeira seca, os plásticos. A terra tem sempre carga elétrica nula em relação a qualquer fonte de energia elétrica e, por isso, ela sempre funciona como um enorme receptor de corrente elétrica. Qualquer fonte de eletricidade tende a se descarregar na terra, desde que com esta se estabeleça um circuito. Exemplo: uma pessoa pode tocar um cabo energizado, sem sofrer qualquer descarga elétrica, se estiver de pé sobre uma superfície isolante. Se tocar o solo com o pé, estabelecerá com seu próprio corpo um circuito entre a fonte de eletricidade e a terra e sofrerá a corrente elétrica através de seu corpo. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005 p. 291). A "afinidade" que a eletricidade tem pela terra explica o efeito protetor do aterramento de fontes de eletricidade: o fluxo de energia tende a se estabelecer pelo aterramento, poupando a pessoa de uma descarga às vezes fatal. A terra molhada funciona como um condutor. Assim, quando várias pessoas estão trabalhando com uma fonte de energia elétrica em região molhada pela chuva, um acidente envolvendo uma delas pode transferir a corrente elétrica às demais. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). 6 Eletroplessão é o termo técnico apropriado para designar a morte ocorrida em conseqüência de descarga elétrica acidental. A palavra eletrocussão refere-se ao ato de matar alguém, intencionalmente, por meio de choque elétrico, geralmente como penalidade judiciária. Alta tensão e baixa tensão são expressões usadas para designar, respectivamente, voltagens acima de 220 V (alta tensão) e igualou abaixo de 220 V (baixa tensão). Na produção da corrente elétrica há dispositivos que geram correntes que sempre fluem num mesmo sentido (corrente contínua) e outros que produzem correntes que alternam seu sentido (corrente alternada). (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005 p. 292). Não existe fonte de eletricidade absolutamente inócua. Mesmo a baixa voltagem que alimenta as residências pode provocar um acidente fatal numa pessoa cuja resistência à eletricidade esteja diminuída, por exemplo, por estar com o corpo molhado. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). 4.1.2.1 Efeitos da Corrente Elétrica Sobre o Organismo Os efeitos produzidos dependem de vários fatores: Condutividade: Dos tecidos corporais. Exemplo: uma pessoa molhada está sujeita a um acidente mais grave e até fatal, mesmo num acidente com baixa voltagem, porque a resistência de seu corpo diminui o que permite a uma corrente mais intensa circular por ela. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). Intensidade da corrente: Diretamente proporcional à voltagem ou tensão (quanto maior a tensão, maior a corrente que circula no circuito) e inversamente proporcional à resistência oferecida pelo circuito (quanto maior a resistência, menor a corrente). (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005 p. 293). Circuito percorrido no corpo: Exemplo: no circuito de um a outro dedo da mesma mão, a lesão é limitada aos dedos envolvidos, embora possa chegar à amputação. No circuito entre a mão esquerda e os pés, a passagem da mesma corrente pelo coração pode determinar gravíssima fibrilação ventricular. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). Duração da corrente: Quanto maior a duração, maior o efeito, ou seja, maior a lesão. Natureza da corrente: a corrente alternada é mais danosa que uma contínua de mesma intensidade, porque produz contrações musculares tetânicas que impedem a vitima de escapar do circuito e 7 provocam sudorese; esta diminui a resistência da pele e aumenta o fluxo da corrente pelo corpo. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005 p. 294). Efeitos da corrente elétrica sobre o organismo: ● ● ● ● Queimaduras; Fibrilação ventricular (choque de baixa voltagem); Parada cardiopulmonar; Fraturas. 4.1.2.2 Queimaduras por arco voltaico Podem ser observadas na superfície corporal exposta a um arco voltaico (quando um acidente estabelece uma voltagem tão intensa que a corrente elétrica flui pelo próprio ar, aquecendo-o e produzindo temperaturas de até dez mil graus centígrados). Ocorre carbonização da pele e dos tecidos subjacentes. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). 4.1.2.3 Queimaduras por chama O aquecimento produzido pelo arco voltaico chega a incendiar as roupas da vítima. 4.1.2.4 Queimaduras por carbonização direta A corrente percorrendo os tecidos corporais promove seu aquecimento ao ponto de coagulação e necrose. Observam-se áreas de queimadura nos pontos de entrada e saída da corrente elétrica, que podem ser pouco impressionantes. Entretanto, ao longo de todo o trajeto da corrente, encontram-se tecidos necrosados, especialmente músculos e vasos sangüíneos. A necrose de vasos leva a fenômenos trombóticos nas áreas irrigadas pelos vasos necrosados (necroses a distância do trajeto). (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005 p. 295). Fibrilação ventricular: Por lesão cardíaca direta. Parada cardiopulmonar: Por lesão dos centros vitais do bulbo do tronco encefálico. Fraturas: Produzidas por espasmos musculares severos, quedas e colisões da vítima arremessada contra anteparos rígidos. A radiação ionizante é uma forma de energia existente na natureza e produzida pelo homem com finalidades diversas, especialmente industriais e bélicas, em artefatos cuja segurança, uma vez comprometida, permite seu 8 acúmulo em grande quantidade no ambiente. Dependendo da dose de radiação a que fica exposto um ser vivo, lesões definitivas de seus tecidos podem levá-Io à morte a curto ou médio prazo. Os tecidos do organismo mais sujeitos às alterações produzidas a curto prazo pela radiação ionizante são a mucosa digestiva e a medula óssea (produtora dos elementos do sangue). A longo prazo, a radiação eleva a incidência de neoplasia (câncer). (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). 4.1.2.5 Tipos de vítimas de radiação ionizante Vítima Irradiada: Recebeu radiações ionizantes sem entrar em contato direto com a fonte de radiação. Sofre seus efeitos, mas não emite radiações ionizantes nem contamina o ambiente ou aqueles com quem entra em contato. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005 p. 296). Vítima Contaminada: Entrou em contato direto com a fonte de radiação e carrega consigo material irradiante seja na superfície corporal (contaminação externa em cabelos, pele e unhas), seja na intimidade do organismo (contaminação interna por ingestão ou inalação). Sofre os efeitos da irradiação, irradiam doses adicionais de radiação, que atingem o seu próprio organismo e dos que a cercam, contaminando o ambiente e os demais, comunicando-Ihes material radioativo depositado na superfície cutânea ou eliminado por suor, saliva, fezes, urina e secreções. A diferenciação entre um e outro tipo de vítima se faz pela história da exposição e pela detecção de radiação ionizante feita com detector. (Secretaria de estado de segurança pública – SESP; SIATE 2005). 4.1.3 Frio O controle da temperatura (termorregulação) é o mecanismo que mantém o organismo na temperatura operacional ótima, a qual afeta a taxa das reações químicas. Em humanos, a temperatura corporal média é de 36.8 °C, embora ela varie entre indivíduos e durante o dia. Condição anormal e perigosa na qual a temperatura do corpo cai abaixo de 35° Celsius (95 ° Fahrenheit). Normalmente a hipotermia é causada por exposição prolongada ao frio. Quando se perde mais calor do que a quantidade que o organismo pode gerar, podemos ter o quadro de hipotermia. (ADAM, 2000) Entre as causas mais freqüentes estão: cair de um barco em água muito fria ficar de cabeça desprotegida, ao ar livre, no inverno o uso de roupas molhadas por longo período exposto ao vento, fazer exercícios extenuantes, ou baixa ingestão de líquidos ou alimentos. Estas condições podem levar à hipotermia, mesmo em temperaturas acima do ponto de congelamento. (ADAM, 2000). 9 4.1.4 Calor As pessoas sofrem de doenças relacionadas ao calor quando o corpo do sistema de controle de temperatura está sobrecarregado. O corpo normalmente resfria-se pelo suor. Mas, sob certas condições, a transpiração não é suficiente. Nesses casos, a temperatura corporal de uma pessoa se levanta rapidamente. Temperatura corporal muito alta pode danificar o cérebro ou outros órgãos vitais. (ADAM, 2000) Vários fatores afetam a capacidade do corpo para esfriar-se durante o tempo extremamente quente. Quando a umidade é alta suor, não irá evaporar mais rapidamente, impedindo que o corpo de liberação de calor rapidamente. Outras condições que podem limitar a capacidade de regular a temperatura incluem idade avançada, obesidade, febre, desidratação, doença cardíaca, má circulação, queimaduras solares e de drogas e álcool. (ADAM, 2000). 5. Conclusão Considerando que as ações da área de Saúde do Trabalhador precisam ser direcionadas além do ambiente fabril, com utilização de uma abordagem profunda no seu aspecto cultural e sócio-econômico, capaz de condicionar melhores níveis de vida e de saúde em favor dos trabalhadores das diferentes categorias profissionais, novos estudos necessitam ser direcionados ao trabalho em APH com vistas a elaborar, aplicar e avaliar estratégias preventivas à ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e melhorar as condições de trabalho neste setor. 6. Referencial bibliográfico 1 - ADAM, copyright. Disponível em: <http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000038.htm>. Acesso em: 20 de junho de 2010. 2 – Atendimento pré-hospitalar. São Paulo, 1996.p.29,35 (texto de apoio institucional, 192 – Apostila). Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003471672006000100008&script=sci_arttext&tlng=e >. Acesso em: 08 de junho de 2010. 3 - Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Oda, Leila, Ávila, Suzana. Et al. Brasília. Ministério da Saúde, 1998. 4 - Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 195, de 18 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complementares para profissionais da saúde. [citado em 15 jan 2009] Disponível em: <http://www.portalcoren-rs.gov.br>. Acesso em: 30 de maio de 2010. 5 – FACCHINI, Percepção de exposição a cargas de trabalho e riscos de acidentes; abril de 1999. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s003489101999000200005&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 de junho de 2010. 6 - Goldim JR. Aspectos éticos da assistência em situações de emergência e urgência. [citado em 15 dez 2008] Disponível em: <http://www.bioetica.ufrgs.br/emergen.htm >. Acesso em: 15 de maio de 2010. 10 7 - Hirata RDC. Manual de biossegurança. Barueri (SP): Editora Manole; 2002. 8 – KOWAL et al, 2006; rev. bras. enferm. vol.59 nº 1 Brasília Jan./Fev. 2006 p.13 -14. 9 – LIMA apud THOMAZ. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2001 abr/jun. p. 3 -75. 10 - LOPES, A. C. 2006; Diagnósticos dos acidentes por animais peçonhentos, p. 1 – 4. Disponível em: < http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/peconh-prof.htm>. Acesso em: 20 de junho de 2010. 11 - Ministério da Saúde (Br). Lei nº 2048 de 5 de novembro de 2002. Dispõe sobre a regulamentação do Atendimento de Urgência e Emergência. [citado em 6 de mai 2007]. Disponível em: < http://www.google.com.br/wikipedia>. Acesso em: 10 de junho de 2010. 12 - OLIVEIRA, Departamento de química - UFPR Segurança do trabalho e Ambiente . Disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br>. Acesso em: 14 de maio de 2010. 13 - Pazzanezi AC. Manual Provisório em português do Pré-hospital Trauma Life Support. 4a ed. vol. 1; 2000. 14 - Revista emergência, GEYGER, abril de 2010. 15 – Robazzi et al, 2008, Silveira CA, Marziale MHP. O prontuário hospitalar auxiliando na identificação da violência no trabalho. Rev. Enferm UERJ. 2006; p 187-203. 16 - Secretaria de estado de segurança pública – Serviço de atendimento ao trauma em emergência (SESP); SIATE 2005 p. 291-300). 17 - VALENTIM. Riscos Ocupacionais na Saúde. 2008, p. 285-300. 18 – ZANLUCA, J. C. CLT Atualizada e Anotada, 2009. 11