Rastreio de vírus em castas recomendadas para a produção de

Propaganda
Bettencourt,
S.1; Simões, A.2; Pereira, A.3; Mendonça, D.1;
Monjardino, P.1; Lopes, M.S. 1; da Câmara Machado, A.1
1- IBB-CBA – L.A. Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia, Centro de Biotecnologia dos Açores, Departamento
de Agricultura, Universidade dos Açores
2- Secção de Protecção de Plantas, Departamento de Agricultura, Universidade dos Açores
3- Secção de Protecção de Plantas, Departamento de Agronomia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
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Açores – ilha do Pico 9/12 de Junho de 2011
Cerca de 60 espécies virais que afectam as videiras
Sendo a vinha uma cultura tradicional na história e
economia do arquipélago,
a investigação na Universidade dos Açores tem,
desde há muito,
aplicado esforços no conhecimento do estado
fitossanitário das castas tradicionais, com vista a futuros
programas de saneamento das videiras.
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Em 1996, um estudo efectuado por Lopes et al. (1997)1 indicou uma taxa
de infecção viral de 100% nas castas tradicionais dos Açores.
Especial atenção ao Vírus do enrolamento foliar da videira tipo 3 e o Vírus
do urticado da videira
Passados 15 anos e poucas medidas de contenção e eliminação de
viroses, o Centro de Biotecnologia dos Açores,
procedeu a um novo
levantamento de campo nas ilhas Pico e Terceira, abrangendo um maior
leque de viroses.
1Lopes
M. S., Mendonça D., Laimer da Câmara Machado M. and da Câmara Machado A. 1997.
Occurrence of grapevine fanleaf virus (GFLV) and grapevine leafroll associated virus III (GLRaV
III) in the Azorean Islands Terceira, Pico and Graciosa. 12th Meeting of the International Council
for the Study of Viruses and Virus-Like Diseases of the Grapevine. Lisbon, Portugal.
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Vírus causadores de danos na videira em estudo
Vírus do enrolamento foliar da videira tipo 1
Grapevine leafroll associated virus 1 (GLRaV-1)
Vírus do enrolamento foliar da videira tipo 2
Grapevine leafroll associated virus 2 (GLRaV-2)
Vírus do enrolamento foliar da videira tipo 3
Grapevine leafroll associated virus 3 (GLRaV-3)
Vírus do urticado da videira
Grapevine Fanleaf Virus (GFLV)
Vírus A da videira
Vírus B da videira
Grapevine Virus A (GVA)
Grapevine Virus B (GVB)
Vírus do marmoreado da videira
Grapevine Fleck Virus (GFkV)
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Provocam alterações na fisiologia e metabolismo da videira
Perda de vigor e morte precoce da planta
Maior susceptibilidade a factores ambientais adversos
Maior susceptibilidade a outras doenças e insectos
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Diminuição da viabilidade de enxertia e capacidade de enraizamento
Alterações na forma e tamanho da folha
com redução de taxa fotossitética
Nutrição reduzida do tronco
Reduzida acumulação de hidratos de carbono nas raízes
Atraso no abrolhamento e vingamento
do fruto
Menor qualidade e quantidade da colheita
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Cachos menos compactos
Bagos de tamanhos e peso diferentes
Bagos
em
diferentes
estados
de
maturação
Alteração dos compostos químicos do
bago que perduram no processo de
vinificação
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Alteração dos compostos químicos do bago
Diminuição dos açúcares
Aumento de acidez
Maior teor proteico, nomeadamente Pathogen related proteins
(PR- proteins)
-envolvidas nos mecanismos de defesa da planta (ex. vírus)
-estas mantêm-se no vinho após a vinificação
-contribuem para a turbidez
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GLRaV-3
Enrolamento as folhas para a página
inferior
Nas castas tintas as folhas apresentam
precocemente
um
tom
cobreavermelhado, nervuras principais verdes.
Nas castas brancas as folhas apresentam
um tom acobreado e ligeira clorose,
nervuras principais verdes.
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GFLV
Folhas pequenas, deformadas
recortes profundos
com
Amarelecimento (clorose) das folhas
do tipo mosaico
Sarmentos com entre-nós curtos, e
por vezes em zig-zag
Nós duplos com bifurcação
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Estado sanitário das zonas demarcadas para VLQPRD nos Açores *
Vírus
Ilha do Pico (%)
Ilha Terceira (%)
GLRaV-1
18,36
35,37
GLRaV-2
20,03
62,70
GLRaV-3
100,00
100,00
GFLV
83,48
90,61
GVA
50,53
90,61
GVB
29,20
27,57
GFkV
31,77
68,84
* Bettencourt, S., Simões, A. M. Á. e Pereira, A. M. N. (2009). Identificação de vírus em videiras
nas ilhas do Pico e Terceira (Açores). Revista de Ciências Agrárias. Dezembro. 33 (2): 14-22
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Associação
viral *
1 vírus
2 vírus
3 vírus
4 vírus
Pico
Terceira
12,12%
6,06%
GLRaV-3
30,30%
6,06%
GLRaV-3, GFLV
GLRaV-3, GVA/GFLV
21,21%
24,24%
GLRaV-3, GFLV, GVA
20,00%
36,36%
GLRaV-3, GFLV, GVA, GFkV
11,52%
5 vírus
6 vírus
7 vírus
21,21%
GLRaV-3, GFLV, GVA, GVB, GFkV
GLRaV-2, GLRaV-3, GFLV, GVA,
GFkV
3,64%
3,03%
GLRaV-1, GLRaV-3, GFLV, GVA, GVB,
GLRaV-1, GLRaV-2, GLRaV-3,
GFkV
GFLV, GVA, GFkV
0,91%
3,03%
* Bettencourt, S., Simões, A. M. Á. e Pereira, A. M. N. (2009). Identificação de vírus em videiras
nas ilhas do Pico e Terceira (Açores). Revista de Ciências Agrárias. Dezembro. 33 (2): 14-22
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Propagação de vírus
Longa distância - através de podas e enxertias de material
vegetal infectado.
Entre plantas - por vectores no solo (nemátodos) ou à superfície
(insectos: ex:cochonilhas).
Podem causar clorose e queda das folhas, reduzir o crescimento
da planta e favorecem o aparecimento de fumagina, que reduz a
taxa fotossintética e valor de mercado dos produtos.
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Uma das cochonilhas reconhecidas como vector de GLRaV-3 é a espécie
Pseudococcus viburni (Signoret)
Ovissaco
Ovos
Fêmea adulta
Macho adulto
Passam o Inverno em locais abrigados como debaixo do lenho/casca, em
zonas abaixo do solo ou em gomos vegetativos.
O 1º instar é particularmente importante na Primavera, quando este se
movimenta dos locais onde passam o Inverno para folhas e gomos jovens.
No Verão todos os instares podem ser encontrados sob o lenho solto dos
troncos, na base dos rebentos e nos cachos.
No Outono, os instares mais desenvolvidos, voltam ao lenho para se
prepararem para o Inverno.
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O impacto negativo dos vírus conduziu, nas últimas duas
décadas, à organização por todo o mundo de programas de
produção
de
material
vegetal,
quer
porta-enxertos
quer
enxertos, isento de viroses.
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Em quase todos os países vitícolas europeus e mundiais foram
adoptadas medidas de erradicação e contenção da propagação
de viroses.
A Comunidade Europeia formulou directrizes para o controlo de
propagação de viroses.
Portugal são reguladas pelo Decreto-Lei n.º 194/2006
Regula a produção, controlo, certificação e
comercialização de materiais de propagação vegetativa de
videira.
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Neste cenário é imperioso um programa de saneamento
das castas tradicionais açorianas
-Melhoramento genético das castas regionais
-Necessidade de responder às crescentes exigências de
produtividade e qualidade
-Iniciar um processo de valorização e rentabilização de produtos
regionais
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NÃO HÁ TRATAMENTO PARA VIDEIRAS INFECTADAS POR VÍRUS
SOLUÇÃO?
SUBSTITUIÇÃO DAS PLANTAS VIRÓTICAS POR PLANTAS SAUDÁVEIS
Como desenvolver este tipo de trabalho no contexto da situação
fitossanitária das casta?
-Métodos biotecnológicos para obtenção de material isento de viroses
-Garantia de distribuição de material vegetativo certificado (Decreto-Lei nº
194/2006 - certificação de materiais vitícolas)
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O IBB-CBA dispõe métodos biotecnológicos capazes de erradicar
estas viroses, nomeadamente pela conjugação de:
Iniciação
Métodos estes passíveis de
serem aplicados na viticultura
regional de forma a contribuir
para
uma
qualidade
melhoria
das
videiras
consequentemente
qualidade do bago
Aclimatação
Propagação
na
e
na
Enraizamento
Preparação
de
Meristemas
Termoterapia
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