Programa - Fulbright Portugal

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AGRADECIMENTOS
Exmo. Senhor Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Prof. Doutor Adriano Moreira
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Prof. Doutor António Arantes e Oliveira
Exmo. Senhor Reitor da Universidade Nova de Lisboa, Prof. Doutor António Rendas
Exmo. Senhor Director do Serviço de Hematologia do IPO de Lisboa, Prof. Doutor António Parreira
Exmo. Senhor Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, Tenente-General Nelson Santos
Exmo. Senhor Maestro Titular da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, Capitão João Afonso Cerqueira
Exmo. Senhor Director-Adjunto da RDP Antena 2, Dr. João Almeida
Aladge Baldé, Ana Mandillo, Ana e Gervásio Moura, Alexandre Branco Weffort, Francisco Sequeira, Helena Telles Antunes, Isabel
Bandeira, Joana Táboas, João Madureira, Padre José Tolentino de Mendonça, Leonor Cardoso, Luís Gomes, Luís Pedro Tavares,
Marco Ferreira, Maria Salomé Soares Pais, Miguel Telles Antunes, Paula Azguime, Pedro Sampaio, Sofia Telles Antunes, Susana
Soares Antunes, Vanessa Pereira, Violeta Barradas e todos os que, de variadas maneiras, contribuiram para a realização deste projecto.
Henri Tomasi,
Fanfares Liturgiques
Jean-Sébastien Béreau,
Tu és a esperança, a madrugada,
sobre o poema de Eugénio de Andrade,
para piano, violoncelo, trompete, tenor e banda sinfónica
(estreia mundial)
César Franck, Sinfonia em ré menor
OBRAS
INTÉRPRETES
HENRI TOMASI (1901-1971), Fanfares liturgiques, da ópera Miguel Mañara
Henri Tomasi, compositor e maestro de origem corsa nascido em Marselha (França) em 1901 e falecido em Paris em 1971,
produziu um notável conjunto de obras orquestrais (nomeadamente uma série de concertos para vários instrumentos solistas),
mas a sua reputação repousa essencialmente nas óperas que nos legou. Entre elas, Miguel Mañara ocupa um lugar de destaque,
sendo considerada por alguns comentadores a sua obra-prima.
Foi nos anos de 1941-42, em plena II Guerra Mundial, que Tomasi começou uma série de retiros no Monastère de la SainteBaume, perto de Marselha, com o intuito de escrever o seu drama lírico Miguel Mañara, e talvez com a intenção de entrar na
vida religiosa. O libreto da ópera, sobre texto do poeta místico lituano (residente em França) Oscar Vladislas de Lubicz-Milosz,
é da autoria do compositor e trata da suposta conversão de Miguel Manãra, cuja fama de sedutor parece não corresponder aliás à
realidade histórica da personagem que viveu em Sevilha no séc. XVII e aí fundou a Irmandade da Santa Caridade.
Seja como fôr, a ideia da conversão traduz-se na obra lírica de Tomasi em momentos de grande tensão que perduram nas
Fanfares liturgiques extraídas da ópera e estreadas em Monte-Carlo em 1947 pela Orquestra Colonne sob a direcção de Paul
Paray; os quatro andamentos que compõem esta obra, Annonciation, Evangile, Apocalypse e Procession du Vendredi Saint,
remetem-nos para importantes momentos e símbolos da vida cristã.
JEAN-SEBASTIEN BEREAU (1934), Tu és a esperança, a madrugada,
para Piano, Violoncelo, Trompete, Tenor e Banda Sinfónica, sobre poema de Eugénio de Andrade.
Trata-se sem dúvida de uma obra de carácter programático, concebida especificamente para esta ocasião e para os solistas, o
maestro e o agrupamento em destaque, tendo em conta as especificidades de cada um deles (a obra utiliza aliás dois temas
populares eslovenos, um português e um francês, de acordo com as nacionalidades dos solistas e do maestro para quem foi
escrita).
Cada um dos instrumentos solistas personifica uma determinada postura ou abordagem perante a problemática da doença. Se o
piano, instrumento preponderante, sugere uma reacção de carácter eminentemente rítmico e enérgico, debatendo-se desse ponto
de vista contra a adversidade, o violoncelo condensa uma expressividade algo distorcida, num registo agudo, em tom de
esforçado lamento. O trompete assume-se como um arauto, anunciando o apaziguamento final que será concretizado, por
último, na intervenção da voz de tenor sobre as palavras de esperança de Eugénio de Andrade, extraídas do seu livro As mãos e
os frutos.
Os diferentes instrumentos solistas retiram-se na ordem inversa da da respectiva entrada; as relações que ao longo da obra
estabelecem entre si explicam-se por uma trama de episódios concretos que correspondem à história pessoal dos protagonistas.
Tu és a esperança, a madrugada não se adequa ao perfil de um concerto para solistas e orquestra, mas sim de um concerto para
orquestra com a intervenção de vários solistas: por um lado, porque a participação do piano, do violoncelo, do trompete e do
tenor não obedecem ao cânone virtuosístico comum em obras do género; por outro lado, porque os diferentes grupos
instrumentais da banda recebem um tratamento específico e diferenciado, à maneira de um “concerto para orquestra”; por
último, no plano simbólico, porque a mensagem de solidariedade que se pretende veicular valoriza a importância do outro e da
colectividade na sublimação da experiência eminentemente solitária da doença.
CESAR FRANCK (1822-1890), Sinfonia em ré menor
Compositor e organista originário de Liège (Bélgica) residindo em Paris desde os seus 13 anos, César Franck assumiu um papel
preponderante no panorama musical francês da segunda metade do séc. XIX, nomeadamente através da influência notótia que
exerceu sobre um grupo de discípulos entre os quais se contam Vincent d'Indy, Henri Duparc, Guillaume Lekeu e Ernest
Chausson, entre outros. Numa altura em que o debate entre a música dita “pura” e “programática” ainda se encontrava aceso,
Franck foi conotado com um germanismo musical inspirado nas figuras tutelares de Beethoven e Wagner, o que nem sempre lhe
grangeou a admiração do público francês. A forma cíclica de algumas das suas obras (entre as quais a Sinfonia em Ré menor), o
cromatismo e liberdade modulatória da sua linguagem (também expressos na mesma obra) caracterizam a sua abordagem,
particularmente inovadora no plano da pesquisa formal e harmónica, embora por vezes considerada pesada e formalista por
alguns detractores.
Escrita entre 1887 e 1888 sob a instigação dos discípulos do compositor, a Sinfonia em ré menor é, nas palavras de Franck, uma
obra “clássica”. Embora em três andamentos, ela compreende os quatro painéis típicos da sinfonia beethoveniana, e isto porque
os tradicionais Andante e Scherzo centrais se encontram unidos (aliás de tal forma que, depois de desenvolvido todo o potencial
deste último eles aparecem sobrepostos). No primeiro andamento, duas exposições do material temático evoluem em
tonalidades diferentes (ré menor e fá menor); no útlimo, todos os temas anteriormente apresentados são relembrados, não a
título de citações, mas antes investidos de novos papéis.
Na interpretação simbólica levada a cabo por alguns dos discípulos de Franck que haviam estimulado a sua composição,
nomeadamente Vincent d'Indy e Auguste Sérieyx, a obra representa uma ascenção contínua em direcção a uma luminosa
plenitude; o conflito tonal entre dois centros preponderantes corresponderá então à luta de opostos que se resolve, por fim, com
o triunfo da luz sobre as trevas. Claude Debussy (mais tarde bastante crítico em relação a Franck) acolheu a sinfonia com grande
entusiasmo, saudando entre outras particularidades o vigor das ideias musicais, e Paul Dukas viu nela uma manifestação do
“esplendor da vida”.
Ana Telles
BANDA SINFÓNICA DA GUARDA NACIONAL REPUBLICANA Em 1838, por decreto de D. Maria II, nasce a Banda da
Guarda Municipal que, mais tarde, com a implantação da República, passou a chamar-se Banda de Música da Guarda Nacional
Republicana.
Actualmente a Banda de Música está na dependência da Unidade de Segurança e Honras de Estado, sendo que constitui um dos
órgãos que o Ex.mo Comandante-Geral tem à sua disposição para, no âmbito da actividade musical, concorrer com a sua acção no
âmbito das actividades de Representação a nível do Protocolo de Estado, cerimónias militares, culturais e recreativas e de divulgação
da GNR.
Dos muitos êxitos obtidos em digressões fora do País destacam-se em 1892 o Concurso Internacional de Bandas Militares em
Badajoz; em 1910 em Madrid, S. Sébastian e Barcelona; em 1930, digressão ao Brasil; em 1963, na Holanda participando na NATOTAPTOE e em Paris gravando concertos para a Rádio; em 1965, representando Portugal no IV Centenário da Fundação do Rio de
Janeiro; no mesmo ano na cidade de Badajoz; em 1980, em Mons (Bélgica) no 20º Festival Internacional de Bandas Militares; em
1987, Cáceres, intercâmbio cultural entre Portugal e Espanha; em 1988, Cáceres e Plasência, (Espanha) jornada de solidariedade
com a zona sinistrada do Chiado (Lisboa); em 1995, Modena (Itália) para participar no 4º Festival Internacional de Bandas Militares;
em 1996, Basileia (Suíça) para participar no 5º Festival Internacional de Bandas de Polícia; em 1998, digressão ao Luxemburgo
tendo actuado em três cidades: Differdange, Luxemburgo e Vianden, tendo obtido grande êxito sobretudo no concerto efectuado na
sala de concertos do Conservatório do Luxemburgo.; em 2007 no Musikschau der Nationen, Bremen (Alemanha).
Ainda, de salientar, os tradicionais concertos de Ano Novo com a presença de Sua Excelência o Sr. Presidente da República. Em 2005
a Banda foi distinguida com o prémio “Amália” na categoria de Música Clássica. Em 2006 foi conferido à Banda, por S. Ex.ª O Sr.
Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, o Título de Membro-honorário da Ordem do Infante D. Henrique.
O Maestro Capitão João Afonso Cerqueira é o actual maestro da Banda Sinfónica da GNR, tendo a coadjuvá-lo o Sargento-chefe
Armindo Pereira Luís.
JEAN SÉBASTIEN BÉREAU, DIRECÇÃO MUSICAL E ARTÍSTICA Jean-Sébastien Béreau estudou no Conservatório de
Paris com Darius Milhaud, Olivier Messiaen, Louis Fourestier e Maurice Martenot, entre outros. Dirigiu os Conservatórios de Metz,
Rouen e Estrasburgo. Durante quinze anos foi professor de Direcção de Orquestra e responsável pelas três orquestras do
Conservatório Nacional Superior de Música de Paris; colaborou com Pierre Boulez e Leonard Bernstein.
A par da sua actividade docente, Jean-Sébastien Béreau tem desenvolvido uma intensa carreira internacional como maestro. Dirigiu
algumas das mais prestigiosas orquestras em Paris, Moscovo, Bruxelas, Luxemburgo, Lisboa, Roma, Manila, Taipé, entre outras.
Dirigiu a “Orquestra dos Mil”, composta de mil músicos escolhidos entre os solistas de todas as principais orquestras francesas.
Colaborou com solistas como Aldo Ciccolini, Samson François, Pierre Barbizet, Robert Casadesus, Paul Badura-Skoda, Philippe
Entremont, Tatiana Nicolaeva, Yvonne Loriod, Roger Muraro, Maria João Pires, Pierre-Laurent Aimard, Jean Guillou, Yuri
Bashmet, Jean-Pierre Rampal, Pierre-Yves Artaud, Pascal Moraguès, Maurice Allard, Maurice André, Tierry Caens, Bernard
Soustrot, Régine Crespin, Nicolai Gedda, entre muitos outros. Além de várias condecorações francesas, entre as quais a “Ordre du
Mérite”, foi-lhe atribuído o Prémio de Composição da fundação americana W. and N. Copley. Actualmente, ensina direcção de
orquestra no Conservatório Nacional de Região de Lille.
ANA TELLES, PIANO Estudou em Lisboa, Paris e Nova Iorque com Yvonne Loriod-Messiaen, Sara Buechner e Nina Svetlanova
(Piano), entre outros. Obteve o grau de Bachelor of Arts (Piano Performance) na Manhattan School of Music e o de Master of Musical
Arts (na mesma especialidade) na New York University. Doutorou-se em História da Música e Musicologia na Universidade de Paris
IV - Sorbonne em cotutela com a Universidade de Évora, com uma tese subordinada ao tema “Luís de Freitas Branco (1890-1955):
um percurso biográfico e estético através da obra para piano”, orientada por Danièle Pistone e Rui Vieira Nery. Mantém uma intensa
actividade de concertista. Integra o grupo Sond'Arte Electric Ensemble e é Professora Auxiliar da Universidade de Évora.
AJDA ZUPANCIC, VIOLONCELO Nasceu na República da Eslovénia em 1972. Estudou no Conservatório de Música de
Ljubljana, com Ciril Skerjanec, e no Conservatório de Winterthur (Suíça), com Susanne Basler Novsak. Colaborou com várias
orquestras: Sinfónica da RTV Ljubljana, Sinfónica de Zurique, Gulbenkian, Metropolitana de Lisboa, do Porto, Sinfonietta de
Lisboa. Em 1991 ganhou o concurso para violoncelista da Orquestra do Porto, lugar do qual abdicou para prosseguir os seus estudos
na Suíça. Em 1995 foi vencedora do concurso Prémio Jovens Músicos, acumulando também o Prémio Maestro Silva Pereira. Em
1999 concluiu a Licenciatura em Violoncelo na Escola Superior de Música de Lisboa, na classe da Profª. Clélia Vital. Actualmente é
violoncelista da Orquestra Sinfónica Portuguesa, desenvolvendo uma intensa actividade no domínio da música de câmara. Lecciona
no Conservatório de Música Dom Dinis (Odivelas).
JOÃO MOREIRA, TROMPETE João Moreira nasceu a 11 de Junho de 1970 e toca trompete desde os 11 anos de idade. É
licenciado em jazz e música contemporânea pela New School for Social Research (Nova York); é professor da Escola de Jazz do Hot
Clube de Portugal desde 1989, coordenador do Curso de Jazz do Conservatório de Música da Madeira desde 1999, e professor da
Licenciatura em Música do Instituto Piaget desde 2004.
Integra actualmente os seguintes agrupamentos: Septeto de Pedro Moreira, Sexteto de Bernardo Moreira, Paula Oliveira e Bernardo
Moreira, Lena d'Água, Underpressure, In loko (de Carlos Barretto), Big Band HCP, Sexteto HCP, Estardalhaço Brass Band e LUME
(Lisbon Underground Music Ensemble). Dirige também o seu próprio quarteto com o qual executa as suas composições.
JOÃO RODRIGUES, TENOR Estudou Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional e na Escola Superior de Música de
Lisboa. Frequentou cursos de aperfeiçoamento com Liliana Bizineche, João Lourenço e Jill Feldman. É co-fundador do Coro
Gregoriano de Lisboa, do Quarteto Tetvocal e do Ensemble Vocal Introitus. Cantou como solista com várias orquestras, entre as quais
a Orquestra Gulbenkian, a Sinfonietta de Lisboa, a Filarmonia das Beiras, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e a Orquestra
Metropolitana de Lisboa. É membro do Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, tendo integrado os elencos de várias óperas. Foi
Monostatos na Flauta Mágica apresentada no Festival Musicatlântico. Cantou em estreia absoluta O meu Poemário Infantil de
Eurico Carrapatoso, concerto com transmissão directa para a União Europeia de Rádios.
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