UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Letras e

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de História
Disciplina: Brasil Independente I
(Noturno)
Prof.ª. Dra. Zilda Márcia Grícoli Iokoi
Eduardo Aparecido Nakamura – Nº USP: 6885711
Flávio Landim – Nº USP: 6518422
Michelle Taborda – Nº USP: 7618418
Renan Biller – Nº USP: 7620189
Yukio Takada – Nº USP: 7665721
PROPOSTA DE MATERIAL
DIDÁTICO
A REVOLTA DOS MALÊS
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Departamento de História
INTRODUÇÃO
A Semana da Consciência Negra
A proposta de trabalho para o material didático que será apresentado busca
uma ação conjunta com a Semana da Consciência Negra, evento oficial do
calendário escolar brasileiro. Durante a semana são realizadas diversas
atividades para resgatar e promover a luta do negro pela busca de sua
inserção na sociedade.
Diante de uma programação especial para celebrar a Semana da Consciência
Negra, que começará na segunda-feira da semana do feriado (20 de
novembro) e se estende até a sexta-feira, as atividades serão desenvolvidos
atingindo as mais diversas expressões artísticas e culturais: música, cinema,
entrevistas, artes e história.
Tudo para comemorar a data que simboliza a luta contra o preconceito e a
discriminação, bem como estimula a reflexão sobre a importância africana
na formação econômica, social e cultural do Brasil.
Programação Especial para a Semana da Consciência Negra
Abertura da Semana da Consciência Negra
Apresentação de dança típica
Oficinas
Confecção de máscaras, adornos e amuletos
Maquiagem facial e tranças
Poesias
HQ’s – Histórias em Quadrinhos e Grafitagem
Música
Coral
Análise de letra e obra
Rafael Pondé: Revolta dos Malês
Exposição
Máscaras e Poesias
HQ’s – Histórias em Quadrinhos: a Revolta do Malês
Dança
Oficina e apresentação de Capoeira
Festa de Nossa Senhora do Rosário
Cinema
Filmes nacionais e internacionais
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ATIVIDADE – 01
VISITANDO O MUSEU AFRO BRASIL
Esta atividade deverá ser desenvolvida entre o final do primeiro semestre e
início do segundo. Para a condução da atividade propõe-se utilizar a catálogo
“Uma Visita ao Museu Afro Brasil”, disponível como recurso didático
facilitador da visitação ao Museu e distribuída no local ou para acesso
através
do
link:
http://www.museuafrobrasil.org.br/editor/assets/uma_visita_ao_museu.pdf
O Museu Afro Brasil, localizado no Parque do Ibirapuera, em São
Paulo, convida a uma reflexão sobre a afrobrasilidade.
Fonte: Afroeducação
Painel do núcleo “História e Memória”
Em uma das pontas da marquise do
Parque Ibirapuera, um prédio de linhas
arrojadas e inconfundíveis, traçadas
por Oscar Niemeyer, encontra-se uma
rica narrativa da história do negro no
Brasil e no mundo.
Lá, o negro aparece como sujeito e
objeto, como vê e como é visto, num
movimento que possibilita a reflexão
sobre a negritude de cada um. É o
Museu Afro Brasil, com 11 mil m² e
cerca de 4.500 obras expostas.
O artista plástico Emanoel Araujo é o diretor, curador e proprietário de boa
parte do acervo. Ele já organizou exposições com a temática afro no mundo
inteiro. Uma de suas maiores intenções era ter, em São Paulo, um espaço
artístico permanente e aberto a todos para discutir a afrobrasilidade. “Os
negros não têm hábito de frequentar museus porque nós vivemos numa
sociedade racista, sexista e com outros tipos de preconceitos, que afastam
as pessoas da arte, da cultura. E esse nosso projeto é uma forma de
aproximar o museu do seu público”, afirma o curador.
O Museu Afro Brasil existe desde 2004, quando foi criado, por decreto, pela
ex-prefeita Marta Suplicy. Como não houve a elaboração de um Projeto de
Lei na Câmara Municipal, aconteceu um desentendimento: o museu existia,
embora não estivesse regulamentado. Isso quer dizer, por exemplo, que não
havia orçamento destinado ao museu pela prefeitura. Por isso, tornou-se
uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), em
agosto de 2005, e deixou de ser administrado pela Secretaria Municipal de
Cultura. Segundo Ana Lúcia Lopes, coordenadora do núcleo de educação do
museu, o maior desafio da gestão é conseguir verba. “Fizemos um projeto
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para trazer a população para cá, com um ônibus que partia de diversos
pontos de cultura da cidade. Trouxemos cerca de 8 mil pessoas, mas não
conseguimos continuar por falta de dinheiro”, explica ela.
Metáforas
As exposições temporárias do Museu Afro Brasil abrem espaço para artistas
do mundo inteiro com temas que, por vezes, não se relacionam diretamente
com a negritude, mas, de alguma forma, dialogam com o museu. Já o
acervo permanente divide-se em seis núcleos: “África”, “Trabalho e
escravidão”, “O Sagrado e o Profano”, “Religiosidade Afro-Brasileira”,
“História e memória” e “Arte”. A disposição do acervo dentro do museu foi
concebida de forma proposital, construindo uma narrativa histórica. “Não
existe uma seqüência lógica, mas uma simultaneidade de relações. Todos os
núcleos têm interfaces entre eles”, explica Ana Lúcia.
Obras do núcleo “O Sagrado e o Profano”
Os educadores que coordenam as visitas ao
museu têm que tentar reverter, em 75 minutos
– tempo de duração das visitas guiadas –,
preconceitos culturais arraigados há anos pela
sociedade. “Muitas escolas se recusam a vir aqui
ou pedem para pular a parte de religiosidade”,
revela Juliana Ribeiro, historiadora e educadora
do museu, referindo-se às reações que
presencia
quando
alguns
estudantes
e
professores passam pelas vestimentas e
adornos usados no candomblé, que fazem parte
do acervo. “Temos que lidar com o preconceito,
mesmo em crianças muito pequenas e até em
idosos. O papel do educador é aproveitar para
desconstruir essas coisas que estão na cabeça
das pessoas.”
De acordo com ela, é muito difícil os visitantes entenderem o fio condutor do
Afro Brasil sem a presença do educador. “Ao contrário de muitos outros
museus, ele não é de fácil compreensão. Muitas pessoas saem daqui dizendo
que acharam muito confuso, que não entenderam a proposta”, conta. A
historiadora destaca a riqueza de metáforas na concepção artística do
curador para dispor as obras como causadora da dificuldade de
compreensão. Mas, mesmo sem mediação, ela afirma que dificilmente
alguém sai de lá sem se sensibilizar, de alguma forma, com as obras e o
resgate histórico ali presentes.
Biblioteca afro-brasileira
O museu abriga a biblioteca Carolina Maria de Jesus, com 6 mil títulos, entre
livros, teses, revistas e artigos, em sua maioria, voltados para a temática do
negro. “Tem arte africana e brasileira, cultura brasileira, muitas coisas sobre
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o tráfico de pessoas, a escravidão, a abolição e religiosidade”, define a
bibliotecária Romilda Silva. O acervo não pode ser emprestado, mas a
consulta é livre durante o horário de funcionamento do museu.
Para agendar a visita:
Serviço – Museu Afro Brasil
Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº - Pavilhão Manoel da Nóbrega
Parque do Ibirapuera, Portão 10
Horário de funcionamento: das 10h às 17h (o museu não abre às segundasfeiras)
Telefones: 5579-8542 / 5579-7716 / 5579-6399
UTILIZANDO A CATÁLOGO “UMA VISITA AO MUSEU AFRO BRASIL”
O catálogo distribuído no Museu Afro Brasil será nosso facilitador para a
utilização do material didático apresentado. Encontraremos nas páginas 16 e
17 do material o estímulo inicial para uso do recurso proposto, assim
havendo a possibilidade de trabalhar a temática Revolta dos Malês.
1 – Na página 16 encontramos o trecho: “A maior rebelião escrava de que
se tem notícia, no Brasil, foi a Revolta dos Malês, acontecida em Salvador,
na Bahia, em janeiro de 1835”.
2 – Na página 17, a ilustração “Livrinho encontrado preso ao pescoço de um
negro morto durante a insurreição dos Malês, na Bahia, em 1835”.
A partir destes dois elementos provocadores, o professor deverá propor
discussões em sala de aula, apresentando o conteúdo de forma abrangente,
através de textos dos pesquisadores que se aprofundaram no tema da
Revolta, o professor deverá estimular uma profunda reflexão acerca do
tema: “A Revolta dos Malês: maior rebelião escrava de que se tem
notícia no Brasil”.
Um plano de aula bem elaborado será fundamental para abordagem do
assunto e investigação dos fatos que contribuíram para a significação e
desenvolvimento da Revolta dos Malês.
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ATIVIDADE – 02
COMO FAZER SUA HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Antes de iniciar, você deverá planejar como vai conduzir toda a sua história,
uma dica interessante para o desenvolvimento de seu roteiro é decidir quem
são os personagens.
1. Criação dos personagens
O ideal é ter em mente cada personagem:
personalidade, aspecto físico, estilo das roupas, virtudes,
entre outras. Desenhe cada um dos personagens em
várias posições e expressões faciais bem marcadas.
Além de desenhar os personagens de perfil, de frente,
olhando de cima, é bom desenhá-los em posições de
ação para que o desenhista se familiarize com os traços
do personagem. Usando como exemplo o cavalo; é bom
desenhá-lo cavalgando, dando coice, relinchando etc.
Para desenhar, utilize lápis de 2B a 6B, folha de papel
A4 branca. Os quadrinistas utilizam papel A3.
As linhas de todos os elementos das páginas são
marcadas, com lápis: quadros, personagens, cenários,
balões, etc.
Após fazer o rascunho do desenho, coloque a folha sobre uma mesa de vidro
transparente com uma lâmpada embaixo, coloque outra folha em branco
sobre o rascunho e passe a limpo o desenho finalizando-o com lápis.
Após finalizar o desenho a lápis pinte-o com tinha nanquim preta, utilize
caneta nanquim para detalhes e pincel para preenchimento.
Para deixar o seu desenho mais profissional, você poderá optar por colorir.
Faça a digitalização da imagem e trate-a com o Photoshop.
2. Argumento e roteiro
onomatopeias.
Argumento é a ideia geral da
história (começo, meio e fim). O
roteiro
deve
ser
planejado
quadro a quadro. Aqui ocorre a
diagramação das páginas com
cenas descritas e os diálogos
definidos. Você poderá trabalhar
em
dupla,
deixando
um
responsável pela escrita nos
quadrinhos, chamado letrista,
ele utilizará tinta nanquim nos
textos
dos
balões
e
nas
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3. Diagramação
Outra
forma
de
fazer
a
diagramação é utilizando um
software gráfico. No desenho ao
lado, para desenhar o balão e a
escrita foi utilizado o CorelDraw.
Também é possível diagramar
com o Indesign ou PageMaker.
Fonte: http://www.osca.com.br/quadrinhos.htm
AGORA É COM VOCÊ!
Diante de todo o conteúdo consultado e investigado sobre a Revolta do
Malês, desenvolva a sua história. Será de sua responsabilidade a seleção
dos personagens que participarão da trama, importante também, recontar
os fatos oficialmente conhecidos.
Você poderá ter o auxílio do professor de Artes.
Abaixo, mais algumas dicas para facilitar o desenvolvimento de sua criação:
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Fonte: Revista The DFC
FIQUE POR DENTRO
A Escola Olodum lançou em
novembro de 2010, em sua sede
no Pelourinho, Bahia, a cartilha
“Revolta dos Malês - A saga dos
muçulmanos baianos”.
Os traços do cartunista Mauricio
Pestana retratam o episódio
histórico (Revolta dos Malês)
nem sempre presente nos livros
didáticos, mas que se soma a
muitos
outros
fatos
que
demonstram a coragem, a
determinação e a capacidade
dos negros de se insurgirem
contra
a
exploração
e
a
opressão.
Maurício Pestana é publicitário,
cartunista, escritor e roteirista,
com trabalhos publicados no
Brasil e no exterior. Sua obra
tem
se
destacado,
principalmente pela luta em
favor dos direitos humanos e
cidadania plena das minorias brasileiras.
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ATIVIDADE – 03
ANALISANDO A MÚSICA “A REVOLTA DOS MALÊS”
A proposta com esta atividade é associar o ensino da leitura e
produção de texto à música. Sabemos que o ser humano é, por
natureza, um ser musical, que possui um ritmo. Para tanto, nada
melhor do que valer-se desse recurso para atrair, seduzir e
encantar.
A atividade deverá ser desenvolvida junto a programação da oficina
de música, na temática, análise da letra e obra.
O professor, antes de uma interpretação coletiva da letra da
música, deverá propor aos participantes que façam uma análise
vocabular das palavras desconhecidas. Depois, incentivará a
interpretação de cada verso da letra da música.
http://www.youtube.com/watch?v=9SpYhdZWtU4
Composição e interpretação: Rafael Pondé
CD solo e independente: Átomos Palavras Canções, 2004
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A REVOLTA DOS MALÊS
Perto do Abaeté tem um nego mandigueiro
Descendente do Malês, povo nobre e guerreiro
Faz dali o seu terreiro
Na roda de Capoeira ou orando ao Deus Allah
Veste branco às sextas-feiras
Usa xale e patuá
(seu avô era um Alufá)
Esse nego um dia fez revolta
A revolta dos Malês, foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
O canto de apear o boi
(foi o Male que trouxe)
E se você vestir um abadá
(foi o Male que trouxe)
O misticismo e a superstição
(foi o Malê que trouxe)
A moda de viola do sertão
(foi o Male que trouxe)
Tapas, Haussás, baribas
Negos e mandingas
A Revolta dos Malês, foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
Questionário
1) Quem são os malês?
2) Dê que forma a letra apresenta, Deus, o ser humano e a natureza?
3) Que importância tem essa música nos dias atuais?
4) Em sua opinião, por quê, a música utiliza tantas palavras pouco
usuais em nossa linguagem cotidiana?
5) Selecione três instrumentos desta tradição religiosa e ilustre na
oficina de quadrinhos.
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ATIVIDADE – 03
ESTRUTURANDO A EXPOSIÇÃO DE HQ’S
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Esta atividade dependerá de uma seleção dos das histórias em
quadrinhos desenvolvidas durante a oficina para a proposta:
Revolta dos Malês.
Inicialmente, através de seleção prévia, no espaço dedicado a
exposição, deverão ser expostos os quadrinhos desenvolvidos em
sala de aula.
A visitação ao Museu Afro Brasil também será fundamental para a
estrutura e organização da exposição. Aqui a proposta é apreender
diferentes momentos históricos, diferentes movimentos e
linguagens artísticas, e perceber semelhanças e diferenças no
modo de ver e de viver de cada povo africano.
Os alunos durante a visita deverão ser orientados a perceber se
existe material impresso e se está à disposição do público, ler as
informações que constam nas paredes e nos painéis, observar se
há presença ou não de guias e se há salas interativas. Diante
destas informações, a proposta é estruturar uma exposição com
dos trabalhos de quadrinhos desenvolvidos, sugerindo inclusive que
se faça uma reprodução similar a estrutura do Museu visitado.
Pedir que os visitantes, munidos da letra da música: “A Revolta dos
Malês”, reconheça nos desenhos, os elementos mencionados pelo
interprete. Estimular a comparação em as diferentes histórias
contadas para a mesma história é fundamental, desenvolver o
olhar e a percepção do visitante.
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