Gabriela Carvalho Fernandes Identificação de mulheres em risco para câncer de mama hereditário por mutação nos genes BRCA1 e BRCA2: contribuição dos dados patológicos, história familiar e modificadores genéticos do risco de câncer. Barretos, SP 2015 Gabriela Carvalho Fernandes Identificação de mulheres em risco para câncer de mama hereditário por mutação nos genes BRCA1 e BRCA2: contribuição dos dados patológicos, história familiar e modificadores genéticos do risco de câncer. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Fundação PIO XII – Hospital de Câncer de Barretos para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde. Área de Concentração: Oncologia Orientador: Profa. Dra. Edenir Inêz Palmero Barretos, SP 2015 F363i Fernandes, Gabriela Carvalho Identificação de mulheres em risco para câncer de mama hereditário por mutação nos genes BRCA1 e BRCA2: contribuição dos dados patológicos, história familiar e modificadores genéticos do risco de câncer. / Gabriela Carvalho Fernandes. - Barretos, SP 2015. 173 f. : il. Orientadora: Edenir Inêz Palmero. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de Barretos, 2014. 1. Neoplasias da Mama. 2. Neoplasias da mama/triplo negativo. 3. Hereditariedade. 4. Mutação. 5. Genes BRCA1. 6. Genes BRCA2. I. Autor. II. Palmero, Edenir Inês CDD 616.994 49 Dedicatória Dedico este trabalho a três pessoas especiais e muito importantes em minha vida, meus pais Fernandes Antonio Silva e Silvana Carvalho da Silva, e meu noivo Evandro Gonçalves Silva, pela paciência e também por me ajudarem de todas as maneiras possíveis durante essa caminhada. Que fique registrado o meu profundo agradecimento e admiração por essas pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida. Dedico também esse trabalho a uma quarta pessoa não menos amada, mesmo que não esteja entre nós sempre foi a maior incentivadora do meu sucesso que fique aqui registrado meu eterno carinho e admiração a minha avó Terezinha Gonçalves Carvalho que sempre esteve ao meu lado, agradeço a paciência, as orações, o amor e o carinho que me dedicou em cada dia de sua vida. Agradecimentos Agradeço a Deus por sempre iluminar o meu caminho, me ajudando enfrentar cada batalha, me proporcionando força e determinação nesta etapa tão importante de minha vida, permitindo a realização deste objetivo tão almejado. A minha orientadora Prof. Dra. Edenir Inêz Palmero, pela oportunidade e credibilidade em mim depositada, e também pela dedicação e incansável empenho para o desenvolvimento desse trabalho, agradeço também os ensinamentos e a amizade que me dedica. Aos meus pais Fernandes Antonio da Silva e Silvana Carvalho da Silva, maiores incentivadores e grandes torcedores do meu sucesso, pelo que investiram em mim, pela confiança, incentivo durante essa jornada, pelo amor, carinho, paciência, atenção e por estarem ao meu lado em todos os momentos de alegria e dificuldades vividas nesse período. Ao meu noivo, Evandro Gonçalves Silva, um agradecimento especial, pela paciência, compreensão, amor, carinho, companheirismo, incentivo e por nunca deixar-me desanimar. Aos meus irmãos Anderson Fernandes da Silva, Vinicius Carvalho Fernandes e Luis Felipe Carvalho Silva, pelo companheirismo, incentivo, união e por toda amizade que me dedicam. Ao meu primo Julio Cesar de Souza, por todo apoio e incentivo. Aos grandes amigos do Centro de Diagnóstico Molecular André, Juliana, Flavia, Thaís, Adriane, Cristina, Aline e Deise, pelas palavras de incentivo, pelo companheirismo, carinho, cumplicidade e amizade que me dedicam. A grande amiga de todas as horas Allini Mafra por todos os socorros prestados fora de hora com a análise estatística do projeto. Ao amigo Cleyton Zanardo de Oliveira pelo suporte e auxílio nas análises estatísticas e pela amizade. Ao NAP (Núcleo de Apoio ao Pesquisador) por todo suporte prestado. Ao departamento de Oncogenética pelas informações fornecidas. Ao departamento de mastologia, em especial ao Dr. Rodrigo Michelli pela imensurável colaboração na inclusão de pacientes. As amigas do mestrado Allini Mafra, Camila Crovador, Paula Aguilar, Larissa Kuil, pelos almoços de sexta e por proporcionarem momentos divertidos e agradáveis mesmo quando estávamos com a ‘’corda no pescoço’’. Aos pacientes agradeço pela participação voluntária. Ao departamento de Pós Graduação (Brenda e Silvana) pela paciência e esclarecimento de dúvidas. Aos assessores da banca de acompanhamento Dr. Victor Evangelista e Dr. Rene Aloisio Vieira pela dedicação e sugestões. A todos meus amigos e familiares, não menos importantes que de alguma forma fazem ou fizeram parte da minha vida e me auxiliaram ao longo desse dois longos anos. “Deus não nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos.” ALBERT EINSTEIN Sumário 1. INTRODUÇÃO 18 1.1 Câncer de Mama – Aspectos Gerais 18 1.2 Câncer de Mama – Fatores de Risco 19 1.3 Câncer de Mama Hereditário – Aspectos Gerais 19 1.4 Câncer de Mama Hereditário no Brasil 20 1.5 Câncer de Mama Hereditário – Principais Síndromes de Predisposição Hereditária 1.5.1 Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário 1.5.1.1 Aspectos Clínicos 1.5.1.2 Aspectos Moleculares 1.5.1.3 Diagnóstico Molecular 1.5.2 Síndrome de Li-Fraumeni 1.5.2.1 Síndrome de Li Fraumeni – Aspectos Moleculares 1.5.3 Síndrome de Cowden 1.5.4 Síndrome de Prediposição Hereditária ao câncer de Mama e câncer Colorretal 1.5.5 Ataxia-Telangiectasia 1.5.6 Síndrome de Peutz-Jeghers 1.5.7 Câncer Gástrico Difuso Hereditário 24 24 25 27 29 30 31 32 33 34 34 35 1.6 Câncer de Mama Hereditário – Identificação das famílias em risco 35 1.6.1 Identificação das famílias em risco – Modelos epidemiológicos para identificação das famílias em risco 36 1.6.2 Identificação das famílias em risco – Presença de mutações germinativas em genes de predisposição e/ou suscetibilidade ao câncer 39 1.6.3 Identificação das famílias em risco - História Familiar 39 1.6.4 Identificação das famílias em risco – Contribuição das características histopatológicas do tumor 40 1.6.5 Identificação das famílias em risco - Polimorfismos: Modificadores Genéticos do Risco de Câncer 42 2. JUSTIFICATIVA 45 3. OBJETIVOS 46 3.1. Objetivo Geral 46 3.2. Objetivos Específicos 46 4. MATERIAL E MÉTODOS 47 4.1 Delineamento do Estudo 47 4.2 Critérios de inclusão 47 4.3 Critérios de exclusão 48 4.4 Casuística 48 4.5 Metodologia 4.5.1 Coleta de dados clínicos e de história familiar 4.5.2. Análises Imunohistoquímicas e moleculares 50 50 50 4.6 Armazenamento dos Dados e Análise Estatística 54 4.7 Aspectos Éticos 55 4.8 Uso das Informações e Publicações 55 5. RESULTADOS 56 5.1 Caracterização Geral da Amostra 56 5.2 Caracterização do Perfil Histopatológico e Imunohistoquímico das amostras utilizadas 62 5.3 Frequência dos polimorfismos rs2981582 (gene FGFR2), rs3803662 (região contendo TNRC9), rs889312 (região contendo MAP3K1), rs3817198 (gene LSP1) e rs13281615 70 5.4 Associação entre os polimorfismos rs3803662, rs2981582, rs13281615, rs889312 e rs3817198 com o perfil histopatológico e imunohistoquímico do tumor e com a história familiar de câncer 72 5.5 Identificação de indivíduos não-testados para mutações germinativas em BRCA1/2 que poderiam se beneficiar do teste pela combinação de seus dados histopatológicos e dos diferentes polimorfismos analisados 96 6. DISCUSSÃO 6.1.1 Grupo amostral 6.1.2 Características dos tumores 6.1.3 História pessoal e familiar de câncer 6.1.4 Polimorfismos 6.1.5 Características que influenciam na presença de mutações germinativas em BRCA1/BRCA2 101 101 102 106 109 111 7 . CONCLUSÃO 115 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 118 9.ANEXOS 128 Lista de figuras Figura 1: Representação esquemática dos genes BRCA1 e BRCA2, dos seus exons 28 codificantes, proteínas e domínios funcionais. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Classificação molecular. 52 Tabela 2: Detalhamento das reações de PCR realizadas. 53 Tabela 3: Caracterização geral da amostra e fatores de risco. 57 Tabela 4: Características anatomopatológicas relacionadas ao câncer de mama geral e por grupo. 58 Tabela 5: Características da história pessoal e familiar de câncer geral e por grupo. 60 Tabela 6: Probabilidade de mutação dos tumores de mama (por grupo). 62 Tabela 7: Características imunohistoquímicas dos tumores de mama (por grupo). 63 Tabela 8: Suptipo molecular dos tumores de mama (por grupo). 64 Tabela 9: História familiar de câncer conforme subtipo molecular. 65 Tabela 10 : Relação entre Triplo Negatividade e história familiar de câncer. 66 Tabela 11 : História familiar de câncer conforme status do receptor hormonal para as mulheres TN, por grupo. 67 Tabela 12: Características imunohistoquímicas e subtipo molecular conforme gene mutado. 69 Tabela 13: Frequência dos polimorfismos rs3803662 no gene TNRC9, rs2981582 no gene FGFR2, rs13281615, rs889312 no gene MAP3K1 e rs3817198 no gene LSP1, por grupo. 71 Tabela 14 : Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e Receptores Hormonais (geral). 72 Tabela 15: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e Receptores Hormonais (por grupo). 73 Tabela 16: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e Receptores Hormonais (geral). 74 Tabela 17: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e Receptores Hormonais (por grupo). 75 Tabela 18: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs13281615 e Receptores Hormonais (geral). 76 Tabela 19: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs13281615 e Receptores Hormonais (por grupo). 77 Tabela 20: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e Receptores Hormonais (geral). 78 Tabela 21: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e Receptores Hormonais (por grupo). 79 Tabela 22: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e Receptores Hormonais (geral). 80 Tabela 23: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e Receptores Hormonais (por grupo). 81 Tabela 24: Correlação entre frequência do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e a história familiar de câncer (por grupo). 84 Tabela 25: Correlação entre frequência do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e a história familiar de câncer (por grupo). 86 Tabela 26: Correlação entre frequência do polimorfismo rs13281615 e a história familiar de câncer (por grupo). 88 Tabela 27: Correlação entre frequência do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e a história familiar de câncer (por grupo). 90 Tabela 28: Correlação entre frequência do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e a história familiar de câncer (por grupo). 92 Tabela 29: Características de história familiar do grupo 1 versus os grupos 2, 3 e 4. 96 Tabela 30: Características histopatológicas e imunohistoquímicas do grupo 1 versus os grupos 2, 3 e 4. 97 LISTA DE ABREVIATURAS RCV Risco Cumulativo Vital RE Receptor de Estrógeno RP Receptor de Progesterona CK Citoqueratina SNP Polimorfismo de Nucleotídeo Simples TN Triplo Negativo INC Inconclusivo RR Risco Relativo CM Câncer de Mama AG Aconselhamento Genético NCCN Rede Nacional de Câncer ASCO Sociedade Americana de Oncologia Clinica VUS Variante de Significado Clínico Desconhecido HBOC Câncer de Mama e Ovário Hereditários aCGH Hibrização Genômica Comparativa MLPA Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification SLF Síndrome de Li-Fraumeni SLFL Síndrome de Li-Fraumeni Like FISH Hibridização in Situ Fluorescente HER Fator de Crescimento Epidermal Resumo Justificativa: Do total de casos de câncer de mama cerca de 5-10% são causados por mutações germinativas em genes de predisposição ao câncer. A história familiar de câncer bem como as características histopatológicas dos tumores BRCA- associados são indicadores importantes de risco para o câncer de mama hereditário e podem auxiliar na identificação de indivíduos em risco. Somado a isso, trabalhos recentes identificaram polimorfismos associados à história familiar de câncer e/ou ao tipo histológico do tumor, que conferem um aumento na suscetibilidade ao câncer. Objetivo: Dessa forma, o presente projeto teve como objetivo principal analisar a capacidade preditiva dessas três variantes (história familiar de câncer, características histopatológicas do tumor e presença de polimorfismos modificadores do risco de câncer) na identificação de mulheres com câncer de mama hereditário em quatro grupos de mulheres, todas elas afetadas por câncer de mama. Materiais e Métodos: As mulheres foram divididas em quatro grupos, i) mulheres com mutação germinativa deletéria nos genes BRCA1 ou BRCA2; ii) mulheres com Variante de Significado Clínico Desconhecido (VUS) nos genes BRCA1 e/ou BRCA2; iii) mulheres sem mutação germinativa e VUS identificada nos genes BRCA1 e BRCA2 e, iv) mulheres com câncer de mama esporádico e que não foram submetidas a teste genético de BRCA1/BRCA2. Resultados: Foram incluídas no estudo 287 mulheres: 51 no grupo 1, 53 no grupo 2, 100 no grupo 3 e 83 mulheres no grupo 4. Observamos que 51,2% das mulheres do grupo 4 possuíam idade superior a 50 anos no momento do diagnóstico (idade média 51,65) enquanto que nos grupos 1, 2 e 3 a idade média ao diagnóstico era 41,8, 34,9 e 38,3 anos, respectivamente. A análise imunohistoquímica mostrou que 57 mulheres eram triplonegativas (receptor de estrógeno, progesterona e HER2 negativos), sendo 24 delas do grupo 1. Dentre as 24 triplo negativas do grupo 1, 22 eram mutadas no gene BRCA1. Em relação aos polimorfismos analisados, encontramos associação entre o SNP rs3803662 (no gene TNRC9) e história familiar de câncer. Também verificamos associação entre o polimorfismo rs889312 (gene MAP3K1) e presença de câncer de mama bilateral. Com relação ao SNP rs3817198 (no gene LSP1), uma associação entre a presença do alelo T e aumento no número de casos de câncer foi observada. Conclusão: Cabe salientar a importância de que outros fatores, além do número de casos de câncer e da idade ao diagnóstico, sejam levados em consideração para a identificação das famílias em risco. Além disso, dada a frequência aumentada da triplo negatividade apenas nos casos BRCA1 mutados sugere-se que os tumores BRCA1 e BRCA2 mutados apresentam comportamentos distintos (BRCA2 é mais similar aos tumores esporádicos, com idades mais tardia ao diagnóstico e menor frequência de triplo negatividade), que devem ser levados em consideração ao identificar as famílias em risco para câncer hereditário, bem como ao definir a melhor estratégia para a realização do teste genético para BRCA1 e BRCA2. Palavras chaves: Câncer de mama, hereditariedade, câncer de mama triplo negativo, mutação, BRCA1, BRCA2 . Abstract Background: Approximately 5-10% of all breast cancer cases are caused by germline mutations in cancer predisposing genes. Family history of cancer and histopathological characteristics of BRCA-associated tumors are important indicators of risk for hereditary breast cancer, and may help in the identification of at-risk individuals. Besides, recent studies have identified polymorphisms associated with family history of cancer and/or histological type of tumor. These polimorphisms confer an increased susceptibility to cancer. Objective: Thus, this project aimed to assess the predictive ability of these three variables (family history of cancer, histopathological characteristics of the tumor and presence of specific polimorphisms) in the identification of women with hereditary breast cancer in four groups (all of them constituted by women with personal history of breast cancer): Material and Methods: The women were divided into four groups, i) women with deleterious germline mutation in BRCA1 or BRCA2 genes; ii) women with a variant of unknown significance (VUS) in BRCA1 and/or BRCA2 genes; iii) women without germline mutation and VUS identified in the BRCA1 and BRCA2 genes, and iv) women with sporadic breast cancer who have not undergone genetic testing of BRCA1 / BRCA2. Results: Were included in the study, 287 women were included: 51 in group 1, 53 in group 2, 100 in group 3 and 83 in the “control” group. We observe that 51,2% of women in group 4 were older than 50 years at diagnosis (mean age 51.65 years) while in groups 1, 2 and 3 the mean age at diagnosis was 41.8, 34.9 and 38.3 years, respectively. The immunohistochemical analysis showed that 57 women were triple-negative (estrogen, progesterone and HER2 receptors negative), being 24 from group 1. From these 24 women, 22 were mutated for BRCA1 gene. Regarding the polymorphisms, an association was found between the SNP rs3803662 (in TNRC9 gene) and a family history of cancer. We also verified an association between rs889312 polymorphism (gene MAP3K1) and the presence of bilateral breast cancer. Regarding the SNP rs3817198 (LSP1 gene), an association between the T allele and an increased number of cancer cases was observed. Conclusions: We should reinforce that, beside the number of cases and age at diagnosis, other factors should be taken into account for the identification of families at-risk. In addition, given the increased frequency of triple negativity in BRCA1 mutated cases, we suggested that BRCA1 and BRCA2-mutated tumors behaves differently (BRCA2 is more similar to sporadic tumors with later age at diagnosis and lower frequency of triple negative tumors) which must be taken into consideration when identifying families at risk for hereditary cancer, as well as to define the best strategy for genetic testing for BRCA1 and BRCA2. Key words: Breast cancer, heredity, triple negative breast cancer, mutation, BRCA1, BRCA2. 1. Introdução 1.1 Câncer de Mama – Aspectos Gerais O câncer é considerado um problema de saúde pública há muito tempo em países desenvolvidos. No entanto, aumento na incidência de câncer tem sido também observado em países de baixa renda, especialmente na América Latina1. Devido ao seu prognóstico relativamente bom (dados europeus apontam uma taxa de sobrevivência de 91% no primeiro ano pós-diagnóstico e de 65% nos 5 anos subsequentes), o câncer de mama (CM) é hoje o mais prevalente no mundo. Existem, atualmente, em torno de 3,7 milhões de mulheres “sobreviventes” nos primeiros 5 anos após o diagnóstico. Este é um número significativo se comparado a outros tumores, como por exemplo, o câncer de pulmão, que registra 1,3 milhões de “sobreviventes” (homens e mulheres) após 5 anos do diagnóstico2,3. No entanto, no Brasil, as neoplasias da mama são a principal causa de mortalidade por câncer entre mulheres. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de novos casos de câncer de mama esperados em 2014 é de 57.120, com um risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres. Na região Sudeste do Brasil ocorre maior incidência entre as mulheres com uma taxa estimada de 69 casos novos a cada 100 mil4. Do total de casos de câncer de mama diagnosticados a cada ano, estima-se que 5% a 10% sejam hereditários, ou seja, causados por uma alteração genética herdada que confere a seu portador um risco de câncer significativamente maior que o da população em geral. Os rápidos avanços em técnicas de biologia molecular nas últimas décadas resultaram na identificação de genes que, quando alterados, aumentam significativamente o risco de desenvolver câncer de mama, câncer de ovário e outros tumores, dentre os quais destacamse os genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA25,6. 18 1.2 Câncer de Mama – Fatores de Risco O Câncer de mama é uma doença multifatorial. Dentre os fatores de risco associados encontram-se densidade da mama aumentada, história de menarca precoce (idade da primeira menstruação) ou menopausa tardia (após os 50 anos de idade), obesidade após a menopausa, uso de contraceptivos orais ou reposição de hormônios orais (estrogênio e progesterona) no período pós-menopausa, nuliparidade e primeira gravidez após os 30 anos de idade4. Fatores genéticos também estão associados ao maior risco de desenvolvimento de câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) mulheres que apresentam mutação germinativa nos genes BRCA1 e BRCA2 têm 85% de chance de desenvolver câncer de mama antes dos 70 anos de idade4. Além disso, estudos apontam que o Risco Relativo (RR) para desenvolvimento de câncer de mama para quem tem 1 familiar de primeiro grau com câncer é de 1,25 (0,83-1,87) e de 4,79 (0,77-29,78) para quem tem 2 ou mais familiares de primeiro grau afetados. Para aquelas pessoas com familiares de primeiro e segundo graus com câncer, o risco varia de 4,44 (1,49-13,17) para quem tem 2 familiares a 6,14 (1,75-21,56) para quem tem 4 familiares de primeiro ou segundo graus com CM 7. Visando a redução do risco de câncer de mama algumas estratégias de manutenção da saúde podem ser utilizadas, tais como realização de atividade física, diminuição da ingestão de álcool, alimentação regular e a prática regular (conforme sexo e faixa etária) das diferentes estratégias de detecção precoce preconizadas, tais como mamografia, exame clínico da mama, auto-exame das mamas7. 1.3 Câncer de Mama Hereditário – Aspectos Gerais Atualmente estima-se que 5-10% do total de casos de câncer de mama sejam hereditários. O câncer de mama hereditário acontece no contexto de uma síndrome de predisposição hereditária ao câncer, condição em que os indivíduos herdam um risco aumentado para o desenvolvimento de uma ou mais neoplasias. Diversos genes já foram descobertos e associados a um aumento no risco de desenvolvimento de câncer de mama, 19 sendo a grande maioria deles genes supressores tumorais, como por exemplo os genes BRCA1 e BRCA25,6. As famílias com câncer hereditário, de uma forma geral, apresentam uma ou mais das seguintes características: i) Dois ou mais familiares diagnosticados com câncer; ii) Um membro da família diagnosticado com câncer antes dos 50 anos de idade; iii) Vários membros da familia afetados pelo mesmo tipo de câncer; iv) Um familiar afetado por mais de um tipo de câncer e v) Um ou mais membros da família afetados com um câncer raro8,9. Uma vez identificadas, essas famílias devem ser encaminhadas a programas especializados em Genética e Câncer e uma ou mais sessões de aconselhamento genético devem ser realizadas9. O aconselhamento genético (AG) é um processo de comunicação da possibilidade de ocorrência de uma doença genética e, no caso do AG para câncer, é direcionado a indivíduos e famílias com suspeita de desenvolvimento de alguma síndrome de predisposição hereditária ao câncer. O processo de aconselhamento genético é iniciado com a identificação de indivíduos em risco para uma síndrome de predisposição hereditária ao câncer e posterior detalhamento da história familiar através da construção e análise do heredograma envolvendo o máximo possível de gerações e indivíduos da família em questão. Além da construção e avaliação detalhada do heredograma, são feitas estimativas de risco e cálculos da probabilidade de mutação, abordagens essas fundamentais para o manejo correto do paciente e de seus familiares9. Sempre que possível a suspeita clínica deve ser confirmada através do teste genético9 . 1.4 Câncer de Mama Hereditário no Brasil Embora na última década alguns serviços de Genética e Câncer tenham sido criados no Brasil, ainda existem poucos serviços especializados em oncogenética, sendo que a maioria deles está localizada nos hospitais universitários de algumas capitais brasileiras, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil10. Apesar do relativo aumento no atendimento de oncogenética, o número atual de serviços públicos especializados que são oferecidos à população está muito abaixo das necessidades do país11,12. 20 Trabalho realizado por Horovitz13 em 2003 mostrou que testes genéticos diagnósticos estavam disponíveis em apenas 47 dos 66 serviços de Genética e Câncer (públicos) existentes no Brasil. Dentre os testes oferecidos, 83% oferecem citogenética convencional, 55% citogenética de alta resolução, 36% possuem testes para erros inatos do metabolismo, e 32% realizam triagem pré natal. Apenas cerca de 50% desses laboratórios oferecem técnicas de biologia molecular para determinados grupos de doenças incluindo retardo mental, síndromes dismórficas, câncer hereditário, infertilidade, etc. Conforme destacado por Penchaszadeh14 e colaboradores as principais dificuldades relacionadas a criação e estabelecimento de centros especializados em oncogenética residem no fato que as doenças genéticas ainda não são consideradas prioridades. Além disso ainda existem cuidados a serem tomados em outras áreas da saúde; os serviços genéticos são caros e voltados principalmente para doenças raras e a população não tem consciência dos riscos e das possibilidades de prevenção. Apesar dessas dificuldades os serviços de genética no Brasil vêm crescendo ao longo do tempo10. Em 2014 foi implementada, pelo Ministério da Saúde, a Política para doenças raras, que embora não contemple os tumores hereditários, pode ser um primeiro passo para o reconhecimento da importância das doenças genéticas. Dentro do contexto da nova portaria, um contexto de atendimento multidisciplinar foi estabelecido, no qual o médico geneticista apresenta papel fundamental. Paralelamente ao crescimento (mesmo que lento) dos serviços de genética, ou como uma consequência deles, estudos envolvendo famílias em risco para câncer de mama hereditário têm surgido, conforme pode ser visto, resumidamente, no texto abaixo 15. Estudo realizado por Dufloth e colaboradores, avaliou a presença de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 em 31 mulheres brasileiras com câncer de mama e história familiar positiva. Dos casos testados 4 foram positivos, sendo uma mutação no gene BRCA1 e três em BRCA2. Dessa forma a prevalência de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 encontrada pelo estudo foi de 13% 16. A prevalência de mutações em BRCA1 e BRCA2 em pacientes brasileiras com câncer de mama também foi avaliada em estudo realizado por Gomes17 e colaboradores. Foram incluídas no estudo 402 mulheres com câncer de mama. Do total de mulheres testadas, 9 (2,3%) eram portadoras de mutação (6 em BRCA1 e 3 em BRCA2). A mutação mais 21 frequentemente encontrada foi a mutação fundadora 5382insC no gene BRCA1 (atualmente conhecida como c.5266dupC). O estudo sugere que um teste genético rápido e barato pode ser desenvolvido para o rastreamento dessas mutações fundadoras que são relevantes na população brasileira17. Em estudo realizado em 2009 por Palmero e colaboradores18, foi avaliada a prevalência de câncer de mama hereditário/familial e qual seria a aceitação de um programa de avaliação de risco de câncer genético (GRCA). O trabalho teve início a partir de uma coorte criada em 2004 em Porto Alegre chamada de Núcleo Mama – Porto Alegre (NMPOA) composta por 9.218 mulheres com câncer de mama. Mulheres do NMPOA que foram identificadas com alguma história familiar positiva de câncer foram encaminhadas para o GRCA. Das 9.218 mulheres inscritas no NMPOA 1.286 relataram história familiar positiva de câncer, e destas, 902 mulheres aceitaram ser encaminhadas para o NMPOA. Das 902 mulheres avaliadas, 214 mulheres possuíam história familiar sugestiva de predisposição hereditária ao câncer de mama, destas 183 tinham critério para síndrome de Li-fraumeni. A prevalência geral do fenótipo de câncer de mama hereditário foi de 6,2% (IC 95%) 18. A prevalência da mutação fundadora c.5266dupC (gene BRCA1) foi descrita em trabalho recente realizado por Ewald e colaboradores19 em 137 indivíduos brasileiros em risco para síndrome de predisposição ao câncer de mama e ovário hereditários (Hereditary Breast and Ovarian Cancer - HBOC). O estudo avaliou a prevalência de 3 mutações fundadoras em uma população não Judaica com critérios bem definidos para HBOC. A freqüência da mutação c.5266dupC foi de 5,2%. No entanto, quando selecionados apenas os casos com câncer de mama bilateral, a frequência aumentou para 12,1%. As outras duas mutações avaliadas (c.68_69del no gene BRCA1) e (c.5946del no gene BRCA2) não foram encontradas nesse grupo amostral. Com isso o estudo conclui que a triagem para as 3 mutações fundadoras não é justificável na nossa população, mas que a avaliação da presença da mutação c.5266dupC no gene BRCA1 deve ser levada em conta em pacientes de alto risco devido a sua alta prevalência19. A frequência de mutações nos genes BRCA1, BRCA2 e TP53 em mulheres jovens foi investigada por Carraro e colaboradores20. Em estudo publicado pelos referidos autores foram analisadas 54 mulheres com câncer de mama diagnosticado em idade inferior a 35 anos. Além do status mutacional foram analisadas as características do tumor, tais como 22 positividade/negatividade para os receptores hormonais, estrógeno, progesterona e HER2. Mutações germinativas foram encontradas em 12 dos 54 pacientes (22%), sendo 7 mutados em BRCA1, 4 em BRCA2 e 1 mutado em TP53. 31,4% dos pacientes testados apresentavam história familiar positiva de câncer e, desses, 43,7% eram portadores de mutação germinativa patogênica (37,5% em BRCA1 e 6,2% em BRCA2). O estudo demonstrou ainda que 50% dos pacientes com receptores hormonais negativos eram portadores de mutação em BRCA1, percentual esse que aumentava para 83% quando apenas os casos com história familiar positiva eram considerados20. Mais recentemente o câncer de mama e ovário hereditários foram avaliados quanto a presença de mutações pontuais e variações no número de cópias em pacientes brasileiras por Silva e colaboradores21. Foram avaliadas por sequenciamento e MLPA 120 pacientes com critérios clínicos para HBOC quanto a presença de mutações germinativas nos genes, BRCA1/BRCA2, TP53, CHEK2 1100delC. Na sequência os pacientes foram analisados quanto a variações no número de cópias em 14 genes de suscetibilidade ao câncer de mama (PTEN, ATM, NBN, RAD50, RAD51, BRIP1, PALB2, MLH1, MSH2, MSH6, TP53, CDKN2A, CDH1 e CTNNB1) através de Hibrização Genômica Comparativa (aCGH). A taxa de detecção de mutações foi de 26%. Dos 31 casos positivos, 20 eram mutados no gene BRCA1, incluindo 2 casos com variação no número de cópias, e 7 tiveram mutação identificada no gene BRCA2. Além disso, 3 pacientes apresentavam a mutação p. Arg337His no gene TP53, e um paciente apresentava a mutação c.1100delC em CHEK2. Os resultados do estudo mostraram uma alta frequência de mutações em BRCA1/BRCA2, notadamente no gene BRCA1 (64,5%). Além disso, a mutação em TP53 (Arg337His) sugere que todos os pacientes com câncer de mama com critérios para HBOC e negativos para BRCA1/BRCA2 devem ser testados para a mutação p.Arg337His no gene TP5321. A prevalência da mutação p.Arg337His no gene TP53 também foi descrita em famílias brasileiras com câncer de mama hereditário em trabalho realizado por Cury22 e colaboradores. O estudo determinou a prevalência dessa mutação em uma população com câncer de mama e com critério para HBOC e também em uma população saudável (controle). Do total de casos com câncer de mama a mutação estava presente em dois casos, e ausente em todos os controles. O trabalho sugere que o rastreamento genético para pacientes brasileiros que preencham critério para Síndrome de Predisposição ao Câncer de 23 Mama e Ovário Hereditários e com história familiar de tumores relacionados a Síndrome de Li-fraumeni deve iniciar pela análise da mutação p.Arg337His no gene TP5322. Embora ainda não se tenha um claro panorama da frequência e prevalência de mutações germinativas deletérias em toda a população Brasileira, os estudos que vem sendo realizados e publicados nos últimos anos demonstram uma clara preocupação em modificar esse cenário de falta de conhecimento acerca da nossa população21. 1.5 Câncer de Mama Hereditário – Principais Síndromes de Predisposição Hereditária 1.5.1 Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário A Síndrome de Predisposição ao Câncer de Mama e Ovário Hereditários (HBOC) é causada, principalmente, por alterações genéticas nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA25,6. Embora existam uma série de estudos investigando o papel de outros genes na predisposição hereditária ao câncer de mama e de ovário, não há, até o presente momento, outros genes associados a essa síndrome que confiram um risco de câncer significativamente aumentado como o causado pela presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 23–25. Acredita-se que o gene BRCA1 seja responsável por cerca de 50% de todos os casos de câncer de mama hereditário. No entanto, esse percentual depende de uma série de fatores, como por exemplo dos tipos de tumores presentes nas famílias avaliadas26. Portadoras de mutação germinativa no gene BRCA1 têm um risco cumulativo vital (RCV) de desenvolver câncer de mama de 44% a 68% até os 70 anos de idade. Além disso, o RCV para câncer de ovário nessas pacientes também é significativamente maior, e pode chegar até 60% aos 70 anos de idade26,27. Outros tumores que parecem ser mais frequentes em portadores (as) de mutações em BRCA1 incluem o câncer de tuba uterina, o câncer de próstata e tumor de Wilms28. Além disso, diversos estudos relatam um risco aumentado para câncer de mama masculino associado a mutações germinativas em BRCA1, embora represente uma associação menos frequente do que a relatada para câncer de mama masculino e mutações germinativas no gene BRCA229,30. 24 O gene BRCA2, quando alterado, aumenta o risco de desenvolvimento de múltiplos tumores. BRCA2 é responsável por cerca de 30% a 40% de todos os casos de câncer de mama hereditários. O RCV para câncer de mama em mulheres portadoras de mutações germinativas nesse gene é similar ao risco de portadoras de mutações germinativas em BRCA1 (44% a 68% até os 70 anos de idade)28,31 enquanto que o risco para câncer de ovário é de 15% a 30%32,33. Embora menor que o RCV para câncer de ovário associado a mutações germinativas em BRCA1, este risco ainda é 10 vezes maior que o da população em geral34. Homens com mutações germinativas em BRCA2 têm um RCV significativamente maior que o da população de desenvolver câncer de mama, cerca de 6% até os 70 anos de idade, o que representa um aumento de 80-100 vezes o risco para a população em geral33. Além de câncer de mama e ovário, há um aumento do RCV para diversos outros tumores: tumores de vias biliares, bexiga, esôfago, pâncreas, próstata, estômago, sistema hematopoiético, cavidade oral e faringe, e melanoma35,36. 1.5.1.1 Aspectos Clínicos Segundo a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), famílias que apresentem um ou mais dos critérios listados abaixo são classificadas clinicamente como portadoras da Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário e deverão ser acompanhadas de forma adequada. Os critérios propostos pela ASCO são: 37 Três ou mais casos de câncer de mama e um caso de câncer de ovário em qualquer idade ou; Mais de três casos de câncer de mama em idade menor ou igual a 50 anos ou; Pares de irmãs (ou mãe e filha) com uma das seguintes combinações de tumores diagnosticados em idade inferior a 50 anos: - dois casos de câncer de mama ou; - dois casos de câncer de ovário ou; - um caso de câncer de mama mais um caso de câncer de ovário. Além dos critérios preconizados pela ASCO, existem os critérios propostos pela NCCN (National Comprehensive Cancer Network38, que são mais abrangentes que os propostos pela ASCO e incluem: 25 Família com mutação detectada em BRCA1 e BRCA2; História pessoal de câncer de mama associada a um ou mais dos seguintes critérios: - diagnóstico antes dos 45 anos; - diagnóstico antes dos 50 anos com: segundo tumor primário; 1 ou mais familiares com câncer de mama em qualquer idade. - diagnóstico antes dos 60 anos com: câncer de mama triplo negativo. - diagnóstico em qualquer idade com: 1 ou mais familiares com câncer de mama antes dos 50 anos; 2 ou mais familiares com câncer de mama em qualquer idade; 1 ou mais familiares com câncer de ovário epitelial; 2 ou mais familiares com câncer de pâncreas e/ou câncer de próstata em qualquer idade; 1 caso de câncer de mama masculino; ascendência étnica associada a uma alta frequência de mutações deletérias. História pessoal de câncer de ovário do tipo epitelial. História pessoal de câncer de mama masculino. História pessoal de câncer de pâncreas ou próstata em qualquer idade com 2 ou mais familiares com câncer de mama e/ou ovário e/ou pâncreas ou próstata em qualquer idade. Com relação às estratégias de redução de risco, sabe-se que a mastectomia bilateral profilatica é a intervenção com maior redução de risco de câncer de mama, principalmente em mulheres com mutações em BRCA1 e BRCA239,40. Além disso a oforectomia bilateral profilática também tem um valor significativo para a redução do risco de câncer de ovário em mulheres mutadas, podendo reduzir em até 90% o risco de câncer de ovário e em 50% o risco para câncer de mama41. 26 1.5.1.2 Aspectos Moleculares O gene BRCA1 é um gene supressor tumoral localizado no cromossomo 17, composto por 22 exons codificantes e codifica para uma proteína de 1863 aminoácidos (Figura1). A proteína brca1 apresenta em sua estrutura uma região amino-terminal, conhecida como dedo-de-zinco (‘’Zinc-finger’’) que é caracterizada por uma sequência de aminoácidos com três cisteínas, uma histidina e quatro cisteínas em proximidade42,43, além de uma variabilidade no processamento decorrente da heterogeneidade das junções intron-exon da região 5’ do gene. Além do motivo dedo-de-zinco na região N-terminal, econtram-se, ao longo do exon 11 dois domínios de localização nuclear. A proteína brca1 apresenta também uma região de interação com rad51 e, na região carboxi-terminal da proteína, ocorre uma concentração de aminoácidos de carga negativa que formam dois domínios BRCT, envolvidos na manutenção da estabilidade da proteína brca143–47. O supressor tumoral BRCA2 localiza-se no cromossomo 13 e é composto de 26 exons codificantes que codificam a proteína brca2, a qual apresenta 3418 aminoácidos ao longo de sua extensão (Figura 1). Essa proteína possui, oito repetições de 30-80 aminoácidos (domínio BRC) no exon 11 como característica marcante, repetições essas que estão relacionadas com a interação com a proteína rad51, a qual atua nos processos de reparo e recombinação. A proteína brca2 apresenta, além desses domínios, uma região de ativação transcricional e uma região adicional de interação com rad5148. A proteína brca2 juntamente com rad51, está envolvida na manutenção da estabilidade genômica através de seu papel nos processos de reparo de quebra das duas fitas de DNA por recombinação homóloga 49. 27 Figura 1 - Representação esquemática dos genes BRCA1 e BRCA2, dos seus exons codificantes, proteínas e domínios funcionais. Fonte: Palmero EI50 De uma forma geral a função de ambos os supressores tumorais (BRCA1 e BRCA2) está relacionada a aspectos do metabolismo celular, tais como controle do ciclo celular, reparo de danos ao DNA e regulação da expressão gênica. Alterações na função da proteína, na transcrição e também no reparo do DNA são notadas quando mutações patogênicas são encontradas nesses genes, podendo levar a uma instabilidade genômica, a qual está diretamente relacionada ao desenvolvimento do câncer. Mutações nos genes BRCA1/BRCA2 conferem um risco aumento de desenvolvimento de câncer, e o acúmulo de alterações causadas pela inativação desses genes define o destino celular, podendo levar à apoptose, reparo dos danos sofridos ou proliferação celular descontrolada51. Muitas similaridades são observadas entre os genes BRCA1/BRCA2: ambos codificam proteínas extensas, possuem um primeiro exon não codificante e um central (exon 11) que compreende mais de 60% da região codificadora. Além disso, os dois genes possuem um 28 padrão similar de regulação do ciclo celular e, uma grande heterogeneidade genética, onde a presença de mutações germinativas ao longo de toda a extensão de ambos leva ao mesmo fenótipo: uma predisposição aumentada para o câncer de mama e ovário. Os efeitos da especificidade tecidual dos genes BRCA1/BRCA2 são vistos principalmente em órgãos como mama, ovário, útero e próstata pois são órgãos hormônio-responsivos52,53. 1.5.1.3 Diagnóstico Molecular A pesquisa de mutações germinativas em BRCA1 e BRCA2 é considerada como laboriosa, de alta complexidade e cara. Essa dificuldade deve-se, principalmente, ao tamanho do gene e extensa heterogeneidade molecular que a doença apresenta. Com raríssimas excessões (ex. população de judeus Ashkenazi), os genes BRCA1 e BRCA2 não possuem hotspots, de forma que toda a extensão de ambos os genes deve ser analisada. Mais de 4.000 alterações pontuais e grandes rearranjos gênicos já foram descritos em ambos os genes 54. O padrão ouro para a detecção de mutações germinativas é o sequenciamento bidirecional convencional (Sanger) de toda a região codificadora dos genes BRCA1 e BRCA2. Recentemente foram desenvolvidas plataformas de nova geração para realização de sequenciamento conhecido como NGS – Next Generation Sequencing. As plataformas NGS são capazes de gerar informação sobre milhões de pares de bases em uma única corrida, auxiliando de forma considerável na realização do teste genético25,55. Com o surgimento da tecnologia associada aos sequenciadores de nova geração (NGS), novas estratégias para o teste genético e diagnóstico molecular estão surgindo, as quais vêm demonstrando algumas vantagens em relação à eletroforese capilar (sequenciamento Sanger), como, por exemplo, a capacidade de gerar, com a mesma sensibilidade e especificidade oferecidas pelo sequenciamento convencional (Sanger), vários Megabases de informação em uma única corrida, bem como a capacidade de testar vários pacientes em um único experimento e num curto espaço de tempo (uma semana a 10 dias). A capacidade de multiplexar o experimento, ou seja, analisar vários genes e pacientes em 29 uma mesma “corrida” diminui o custo de realização do teste e amplia o número de pacientes que podem ser analisados por experimento54,56–58. De maneira complementar, realiza-se a busca por grandes rearranjos gênicos (deleções e/ou duplicações), sendo que a principal metodologia utilizada para essa finalidade é o MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification). A técnica de MPLA é um método sensível que visa a quantificação relativa do número de moléculas hibridizadas, a técnica descrita por Schouten59 em 2002 e posteriormente comercializada pela empresa MRC-Holland60 (http://www.mlpa.com) é capaz de detectar quantitativamente deleções e duplicações. A técnica é constituída de quatro fases: Denaturação, hibridização, ligação e amplificação, onde um par de primers universais é ligado a uma sonda sequencia específica, os quais irão amplificar de forma proporcional à quantidade de DNA presente na amostra que está sendo analisada. Os dados gerados são comparados com de amostras normais e, na sequencia, resultados acerca da quantidade de cada exon do gene em análise são liberados. 1.5.2 Síndrome de Li-Fraumeni A Síndrome de Li-Fraumeni (SLF) é uma síndrome autossômica dominante, rara, de predisposição hereditária a vários tipos de câncer, especialmente sarcomas, câncer de mama, tumores do sistema nervoso central e tumores adrenocorticais em idade jovem. É uma síndrome caracterizada pela sua alta penetrância, na qual os afetados têm um risco de cerca de 50% de desenvolver algum tipo de câncer até os 40 anos de idade comparado a 1% na população em geral e, até os 60 anos esse risco chega a 90%61–63. A incidência dessa síndrome é maior em mulheres devido à alta frequência de câncer de mama. A síndrome é causada por mutações germinativas no gene supressor tumoral TP53, considerado o “guardião do genoma” pelo seu papel central no processo de reparo de danos ao DNA, na regulação do ciclo celular e na apoptose64,65. Indivíduos portadores de mutações no gene TP53 tendem a desenvolver tumores em idades extremamente jovens e, além disso, os portadores apresentam alto risco de ocorrência de múltiplos tumores primários. Visando abranger famílias com espectro tumoral similar ao das famílias com SLF, mas que não 30 preenchiam os critérios clínicos inicialmente estabelecidos, foram propostos critérios adicionais, denominados como Síndrome de Li Fraumeni like (LFL). Dentre esses critérios cabe destacar os propostos por Birch, Eeles e, mais recentemente os critérios de Chompret66–69. 1.5.2.1 Síndrome de Li Fraumeni – Aspectos Moleculares O gene TP53 está localizado no braço curto do cromossomo 17 e é composto de 11 exons, sendo o primeiro não-codificante. A proteína p53 apresenta cinco domínios estruturais e funcionais: a) um domínio de transativação N-terminal (região correspondente aos aminoácidos 1 a 62); b) um domínio regulatório, rico em prolinas (aminoácidos 63 a 97); c) um domínio central, de ligação sequência-específica ao DNA (aminoácidos 102 a 292), domínio esse no qual estão localizadas mais de 90% das mutações somáticas e germinativas “clássicas” já descritas no gene TP53; d) um domínio de oligomerização (aminoácidos 323 a 356), onde está localizada a mutação fundadora Brasileira p.Arg337His, e um domínio Cterminal envolvido na regulação da ligação ao DNA (aminoácidos 363 a 393) 70–73. Embora a grande maioria das mutações já descritas no gene TP53 localizem-se entre os exons 5 a 8 (região correpondente ao domínio de ligação ao DNA), recentemente, diversos estudos têm descrito mutações em outras regiões do gene, como por exemplo no domínio de oligomerização (tetramerização), as quais também estão associadas ao desenvolvimento tumoral. No Brasil, uma mutação particular no exon 10 do gene TP53 (situado na região correspondente ao domínio de oligomerização da proteína), mais precisamente no códon 337 (c.1010G>A, p.Arg337His) vêm sendo descrita em várias famílias aparentemente nãorelacionadas. A mutação foi primeiramente identificada em crianças com carcinoma adrenocortical da região de Curitiba, Paraná72. Conforme relatado por Ribeiro72 e colaboradores, não havia qualquer relato de outros tipos de câncer nas 35 famílias das crianças identificadas com a mutação p.Arg337His, sugerindo dessa forma que essa mutação fosse tumor-específica, isto é, estivesse relacionada exclusivamente com um aumento no risco de câncer adrenocortical, sem aumento de risco para outros tumores relacionados a SLF/LFL72–74. 31 Posteriormente, em estudo realizado por Achatz75 e colaboradores, 45 famílias brasileiras (das regiões Sul e Sudeste do Brasil) com critérios clínicos para LFL foram testadas para a presença de mutações germinativas no gene TP53 e, destas, 6 (13,3%) apresentavam a mutação descrita por Ribeiro. No entanto, diferentemente das famílias analisadas pelo grupo de Curitiba, nas famílias descritas por Achatz o espectro tumoral referido era variado, com famílias com e sem a presença de tumores adrenocorticais75. Posteriormente, estudo realizado por Palmero74 e colaboradores indicou que a frequência populacional da mutação p.Arg337His na região Sul do Brasil é de 0,3%. Os pesquisadores analisaram a frequência da mutação em um grupo de 750 mulheres assintomáticas, com idade entre 40 e 69 anos, que realizavam rastreamento mamográfico e a mesma foi detectada em 2 das 750 participantes (frequência alélica de 0,0015). Esse dado de frequência populacional foi corroborado por uma estimativa recente feita em recémnascidos do estado do Paraná, região Sul do Brasil, que também aponta para uma frequência populacional da mutação p.Arg337His de 0,3% 71. Considerando a elevada frequência dessa mutação nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a presença de um efeito fundador foi investigada por vários pesquisadores. Trabalho realizado por Garritano76 e colaboradores utilizando um painel de 29 Tag SNPs demonstrou que todos os portadores da mutação p.Arg337His analisados possuíam o mesmo haplótipo, e que a mutação estava segregando no mesmo alelo. Ainda, conforme os autores, a probabilidade de que esta mutação tenha surgido de forma independente em todos os casos analisados é de 3,1x10-9 comprovando desta forma a presença do efeito fundador e provendo um raro exemplo de persistência de uma mutação deletéria em uma população miscigenada como a Brasileira76. 1.5.3 Síndrome de Cowden A síndrome de Cowden é uma doença genética de herança autossômica dominante, causada por mutações no gene PTEN. O gene PTEN é um supressor tumoral constituído por 9 exons, está localizado no braço longo do cromossomo 10 e codifica para uma tirosina fosfatase que atua na manutenção do controle de proliferação celular 77. 32 Aproximadamente 30% das mulheres portadoras de mutação no gene PTEN desenvolvem câncer de mama (risco cumulativo vital de 25 a 50% na segunda década de vida). Outros tumores frequentemente diagnosticados em mulheres com mutação nesse gene são: adenocarcinoma de endométrio e carcinomas de tireóide. Além disso há uma maior predisposição para doenças malignas da tireóide e para lesões cutâneas tais como triquilemonas, fibromas, papilomas e queratoses. Cerca de 99% dos indivíduos portadores de mutações germinativas no gene PTEN apresentam alguma manifestação até a terceira década de vida77,78. 1.5.4 Síndrome de Prediposição Hereditária ao câncer de Mama e câncer Colorretal A síndrome de predisposição hereditária aos cânceres de mama e cólon foi descrita por Meijers-Heijboer79 e colaboradores em 2003, e se caracteriza pela presença de uma deleção de base única no gene CHEK2 na posição 1100delC. Famílias com essa alteração apresentam uma predisposição aumentada para o desenvolvimento de câncer de mama e câncer colorretal e essa famílias não apresentam mutações nos genes relacionados a síndrome de Lynch ou em BRCA1/BRCA279. Estudos descrevem que mulheres portadoras da mutação CHEK2 1100 delC tem risco duas vezes maior de desenvolver um segundo câncer de mama e menor tempo de sobrevida livre de recorrência. Além disso a presença dessa mutação está associada a um risco três a cinco vezes maior para o desenvolvimento de câncer de mama 79–81. O gene CHEK2 é um gene supressor de tumor de baixa penetrância composto de 15 éxons localizado no braço longo do cromossomo 22. O CHEK2 codifica uma proteína quinase envolvida no controle dos pontos de checagem do ciclo celular. A deleção da Citosina na posição 1100 no exon 10 do gene CHEK2 resulta na introdução de um codon de parada na posição 380 e consequente perda da atividade quinase da proteína 79–81. 33 1.5.5 Ataxia-Telangiectasia A Ataxia-Telangiectasia é um doença com padrão de herança autossômico recessivo caracterizada por ataxia cerebelar na infância associada à coreoatetose, disartria, anormalidades no movimento ocular, deterioração neurológica progressiva, telangiectasias faciais e conjuntivais, imunodeficiência e hiperpigmentação da mácula. A síndrome está associada a mutações no gene ATM. Indivíduos portadores de mutação no gene ATM têm uma extrema sensibilidade à radiação ionizante, e um consequente aumento no risco de desenvolvimento de múltiplos tumores, principalmente leucemias e linfomas (80% dos casos). Outros tumores descritos em associação com a síndrome incluem câncer de mama, melanoma, meduloblastoma, glioma, meningioma, carcinoma basocelular, hepatocarcinoma, disgerminoma de ovário e leiomioma uterino. Homens adultos, têm um aumento de 70% no risco de câncer gástrico. Apesar de ser uma síndrome autossômica recessiva, mulheres heterozigotas apresentam risco significativamente aumentado para câncer de mama em relação às homozigotas para o aleno normal82,83. O gene ATM está localizado no braço longo do cromossomo 11, possui 63 exons e está envolvido principalmente na resposta celular a danos ao DNA83. 1.5.6 Síndrome de Peutz-Jeghers A Síndrome de Peutz-Jeghers é caracterizada pela associação de pólipos gastrointestinais e a presença de pigmentação mucocutânea. Os pólipos hamartomatosos são mais comuns no intestino delgado, mas também podem ocorrer no estômago e intestino grosso. A hiperpigmentação mucocutânea apresenta-se como máculas azuladas a castanho escuro em torno da boca, mucosa oral, olhos, dedos e região perianal 84. A síndrome é transmitida com padrão de herança autossômico dominante e está associada a mutações germinativas no gene STK11 (LKB1). Portadores de mutações têm um risco cumulativo vital aumentado para câncer colorretal, gástrico, pancreático, mamário e ovariano. Os homens podem ocasionalmente desenvolver tumor de células de Sertoli calcificante, associado a ginecomastia. O diagnóstico é baseado nos achados clínicos. 34 Naqueles com fenótipo clássico, o resultado molecular é positivo para mutações no gene STK11 em 100% dos casos. Nos casos sem história familiar, mutações são encontradas em até 90% dos casos84. O gene STK11 é um supressor tumoral constituído por 10 exons, localizado no braço curto do cromossomo 19. Codifica uma proteína quinase envolvida em interações entre proteínas e na apoptose85. 1.5.7 Câncer Gástrico Difuso Hereditário A síndrome de câncer gástrico difuso hereditário é uma síndrome com padrão de herança autossômica dominante e está associada a presença de mutações germinativas no gene CDH1, o qual codifica a molécula de adesão celular E-caderina. Mutações neste gene têm sido descritas em 30%-50% das famílias com a síndrome. Os critérios para o diagnóstico clínico foram estabelecidos pelo International Gastric Cancer Consortium. Em indivíduos afetados, a maioria dos diagnósticos de câncer gástrico é feita antes dos 40 anos de idade. O risco cumulativo vital de desenvolver esse tumor é de 67% em homens e 83% em mulheres. Mulheres afetadas têm um risco cumulativo vital de 40% de desenvolver carcinoma lobular de mama86,87. O gene CDH1 é um gene supressor tumoral localizado no braço longo do cromossomo 16 e apresenta 16 exons. A proteína por ele codificada (e-caderina) é uma glicoproteína de adesão célula-célula que é cálcio-dependente, composta de cinco repetições caderina extracelulares, uma região transmembrana e uma cauda citoplasmática altamente conservada. A perda de função desse gene está relacionada com aumento da proliferação e invasão celular e metástase88. 1.6 Câncer de Mama Hereditário – Identificação das famílias em risco A possibilidade de identificar famílias de risco elevado para o desenvolvimento de câncer torna possível o emprego de uma abordagem preventiva e de detecção precoce do 35 câncer. Os indivíduos considerados de alto risco devem ser encaminhados para o aconselhamento genético, onde a hipótese diagnóstica pode ser confirmada bem como informações sobre a doença, sua forma de herança, estratégias de redução de risco e as chances de recorrência para outros familiares podem ser transmitidas e discutidas. A identificação de indivíduos/famílias em risco para câncer hereditário é importante por várias razões. Primeiro, porque indivíduos afetados apresentam RCV muito superior ao da população para vários tipos de câncer. Segundo, porque outros familiares de um indivíduo afetado podem estar em risco para o câncer hereditário. Terceiro, porque medidas de rastreamento intensivo e intervenções preventivas (cirurgias profiláticas e quimioprofilaxia) se mostram eficazes em reduzir significativamente o risco de câncer em portadores de mutação. 89–91. No caso da predisposição hereditária ao câncer de mama, que é uma doença de início na vida adulta, o diagnóstico pré-sintomático de um indivíduo afetado tem um enorme potencial para redução do risco de câncer. Por outro lado, a identificação precisa de um indivíduo não-afetado em uma família de risco permite tranquilizar o indivíduo e elimina os gastos e complicações de rastreamento e intervenções preventivas desnecessárias92,93. 1.6.1 Identificação das famílias em risco – Modelos epidemiológicos para identificação das famílias em risco Alguns modelos estatísticos foram criados para estimar o risco de câncer de mama ao longo da vida e também auxiliar na decisão de medidas de rastreamento e prevenção primária para pacientes assintomáticos. Para a maioria dos modelos a história familiar de câncer é o fator mais importante no cálculo desse risco. Alguns modelos levam em consideração fatores de risco pessoal associados, como Índice de Massa Corporal (IMC), idade da menarca e menopausa, uso de terapias de reposição hormonal, etnia e patologias mamárias prévias. O modelo de GAIL94 é um dos modelos criados para estimar o risco atual (em 5 anos) e o risco cumulativo vital (até 90 anos de idade) de desenvolver câncer de mama, considerando para isso o número de familiares de primeiro grau diagnosticados com câncer 36 de mama, além de fatores como idade atual da mulher, idade na primeira menstruação, idade ao nascimento do primeiro filho, realização de biópsias prévias, etnia, história prévia de carcinomal ductal ou lobular in situ. A exemplo de outros modelos, o modelo de Gail também apresenta suas limitações, já que considera apenas os casos de câncer de mama em primeiro grau, enquanto outros tipos de câncer e grau de parentesco são negligenciados. Além disso a idade ao diagnóstico não é levada em consideração para o cálculo do risco de desenvolvimento do câncer de mama94,95. Outro modelo muito utilizado para estimar o risco de desenvolvimento de câncer de mama ao longo da vida é o modelo de CLAUS96, criado para estimar o risco cumulativo em diversas faixas etárias, considerando a idade ao diagnóstico e o número de familiares de primeiro e segundo grau afetados com câncer de mama. O modelo de CLAUS considera de uma forma mais completa a história familiar, porém, não inclui em sua estimativa de risco a presença de câncer de mama bilateral, ovário e câncer de mama masculino96. Além dos modelos para estimativa de risco de desenvolvimento de câncer ao longo da vida, existe uma série de modelos desenvolvidos para estimativa da probabilidade de mutação em genes de predisposição hereditária. No caso dos genes BRCA1 e BRCA2, vários modelos para estimativa da probabilidade de mutação encontram-se disponíveis na literatura e auxiliam na indicação do teste molecular para confirmação da suspeita clínica. Dentre os diversos modelos existentes cabe destacar o modelo desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia, chamado de “modelo de Couch” seguido do “Couch modificado”97,98, o modelo desenvolvido por Shattuck-Eidens ou “Myriad I” 99 , e o “Myriad II”, que é uma extensão do previamente utilizado Myriad I100 . Além disso, existem ainda os modelos “BRCAPRO”100,101, o “escore de Manchester” desenvolvido por Evans e colaboradores102–104 e o BOADICEA, proposto por Antoniou e colaboradores105,106. Além da diversidade de modelos existentes, há também uma grande diversidade no ponto de corte utilizado pelos diversos centros que realizam os testes genéticos para os genes BRCA1 e BRCA2, sendo que alguns centros estabelecem como ponto de corte uma probabilidade mínima de 10% enquanto outros usam um limiar mínimo de 20% como ponto de corte para selecionar os indivíduos que serão submetidos ao teste genético107,108. Cada um dos modelos epidemiológicos acima listados apresenta suas vantagens e limitações determinadas pelo método, tamanho e tipo da população utilizada para criar o 37 modelo. Dentre as limitações encontradas, está o fato de alguns modelos desconsiderarem a presença de câncer de mama bilateral, ou ainda a presença na família de casos de câncer de próstata ou pâncreas (no caso das tabelas de prevalência de mutação Myriad, por exemplo), previamente associados na literatura a mutações em genes BRCA. Essas informações por outro lado, são incorporadas no cálculo de probabilidade do modelo de Couch modificado (Penn II). Uma ressalva importante a ser considerada é que também não há nenhum estudo de validação destes modelos em mulheres brasileira. Para que estes modelos sejam realmente considerados aplicáveis à nossa população, a qual é altamente miscigenada, estudos maiores, com avaliação clínica e molecular completa de famílias com critérios clínicos para a Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário terão que ser conduzidos. Uma dificuldade adicional na estimativa da probabilidade de mutação é a estrutura familiar limitada de muitos pacientes, com muitos familiares já falecidos há vários anos, número reduzido de mulheres em algumas gerações e a baixa penetrância dessas alterações em homens. Estudo realizado por Weitzel109 e colaboradores definiu como tendo estrutura limitada aquelas famílias com menos de duas mulheres aparentadas em primeiro ou segundo graus com idade superior a 45 anos em ambas as linhagens, materna e paterna, de um caso índice. O estudo relatado por Weitzel e colaboradores incluiu análise dos genes BRCA1 e BRCA2 em 261 mulheres com câncer de mama antes dos 50 anos de idade e sem história familiar (primeiro e segundo graus) de câncer. Destas, 50% pertenciam a famílias com estrutura limitada. Alterações germinativas em BRCA1 ou BRCA2 foram detectadas em 13,7% das pacientes provenientes de famílias com estrutura limitada e em 5,2% daquelas com estrutura adequada. Após comparação da probabilidade de mutação obtida a partir de diferentes modelos disponíveis na literatura com a taxa de mutações detectada pelo sequenciamento dos genes, os autores verificaram a insensibilidade dos diferentes modelos à presença de uma estrutura familiar limitada109. Outra limitação que concerne à grande maioria dos modelos atualmente disponíveis para a estimativa da probabilidade de mutação nos genes BRCA refere-se ao fato de que as características histopatológicas dos tumores BRCA-associados não são levadas em consideração (o modelo de Manchester foi apenas recentemente revisado para a 38 incorporação dos dados histopatológicos no escore final que fornece a estimativa da probabilidade de mutação). 1.6.2 Identificação das famílias em risco – Presença de mutações germinativas em genes de predisposição e/ou suscetibilidade ao câncer Existem, atualmente mais de 30 loci gênicos associados à suscetibilidade ao câncer de mama. Dentre esses, conforme mencionado previamente, destacam-se os genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2, os quais conferem aos portadores de alterações germinativas, um risco extremamente elevado para o desenvolvimento de câncer de mama e ovário 20,21,25,110. Além dos genes BRCA1/BRCA2, outros genes tais como TP53, PTEN, STK11 e CDH1 estão associados a um alto risco de desenvolvimento de câncer de mama, provavelmente pelo fato de que, nas síndromes em que estão envolvidos, o tumor de mama faz parte do espectro tumoral. Além dos genes associados a um risco elevado de desenvolvimento de câncer de mama, existe um grupo associado a um risco moderado, estando esses genes envolvidos principalmente em vias de reparo de danos ao DNA, tais como ATM, CHEK2, BRIP1, PALB2, NBS1, RAD51C. Algumas dessas variantes são bastante comuns, com frequências alélicas de até 1%. E, por último, existem cerca de 20 genes de baixo risco (RR entre 1,1 e 1,3), cuja frequência do menor alelo pode ser de até 5%, e que coletivamente ocasionam um pequeno aumento na suscetibilidade ao câncer de mama111,112. 1.6.3 Identificação das famílias em risco - História Familiar A história familiar de câncer de mama e ovário aumento o risco para estes tipos de câncer. Mulheres com pelo menos um familiar de primeiro grau com câncer de mama tem um risco de 2 a 4 vezes de desenvolver câncer de mama. Fatores como aumento no número de familiares afetados e idade jovem ao diagnóstico aumentam o risco 113. A identificação de pacientes com risco aumentado começa pela obtenção da histrória familiar detalhada e precisa, auxliando assim, a determinar o risco 113. Pacientes com 39 aumento no risco de câncer de mama por causa da história familiar devem ser informados e instruídos quanto aos planos de sobrevida. Idealmente, mulheres com história familiar de câncer de mama e ovário devem ser referidas para aconselhamento genético e se julgadas apropriadas, deve-se oferecer o teste genético114. O teste genético muitas vezes começa por uma pessoa afetada, se a mutação é identificada em uma pessoa afetada, o teste genético para uma mutação específica pode ser oferecido para outras pessoas da família (baseado em um padrão autossômico dominante os filhos de um portador terá 50% de chance de portar a mesma mutação)9. 1.6.4 Identificação das famílias em risco – Contribuição das características histopatológicas do tumor Além da história familiar, características histopatológicas dos tumores estão intrinsecamente relacionadas com o câncer de mama hereditário. Indivíduos com mutações germinativas no gene BRCA1 apresentam um excesso de carcinomas mamários ductais do tipo medular. Em trabalho realizado por Meyer e colaboradores115 o carcinoma do tipo medular foi avaliado quanto às suas características mamográficas e ultrasonográficas, e os autores afirmam que, embora o carcinoma medular apresente marcadores biológicos compatíveis com alta agressividade ele apresenta um prognóstico intermediário e apesar de raro na população geral, é encontrado com relativa freqüência em pacientes de alto rsico 115. Além disso, estudo realizado por Young e colaboradores destacou que mulheres com câncer de mama triplo-negativo (com negatividade para os receptores hormonais estrógeno (ER) e progesterona (PR), bem como ausência de amplificação do gene HER2) e diagnosticadas em idade precoce são candidatas a realização do teste genético para BRCA1, mesmo que não apresentem história familiar de câncer de mama ou ovário116. De forma similar ao proposto por Young, diversos estudos apontam para um excesso de tumores triplo-negativos dentre os pacientes com mutações germinativas no gene BRCA1117,118. Além disso, tumores associados a BRCA1 expressam normalmente um ou mais dos marcadores “basais” como citoqueratina 5/6 (CK5/6), 14 (CK14), EGFR, SMA, P-caderina, caveolina 1. Outro marcador associado à presença de mutações germinativas em BRCA1 é o 40 Ki67, que é um marcador de proliferação celular. Estudos sugerem que a presença de um Ki67 com expressão superior a 25% é um indicativo da presença de mutações germinativas em BRCA1119. Através da utilização única e exclusiva de dados histomorfológicos para classificar tumores, Liderau120 e colaboradores, bem como Chang121 e colaboradores, utilizando como amostra indivíduos da população em geral com câncer de mama jovem, independentemente da história familiar, identificaram mutações germinativas em BRCA1 em 29,6% e 25% respectivamente. No entanto quando dados da história familiar de câncer foram incorporados aos modelos, a taxa de detecção de mutações aumentou para 53%. Outro estudo interessante, realizado por Farshid122 e colaboradores demonstrou que, utilizando apenas dados histopatológicos, independente da informação clínica ou da história familiar de câncer, conseguiu-se identificar os tumores associados a mutações germinativas em BRCA1 com uma sensibilidade de 92% e uma especificidade de 86%. Dessa forma podese concluir que as características morfológicas, a tripla negatividade para os receptores hormonais, assim como um tumor do tipo “basal-like”(estrógeno negativo, progesterona negativo, HER-2 negativo, receptor de citoqueratina 5/6 e/ou CK14 positivo e/ou EGFR positivo) são altamente preditivos para a presença de mutações germinativas em BRCA1. Em consonância com o acima exposto, estudos apontam que, para o caso hipotético de uma mulher de 30 anos de idade, a probabilidade de possuir uma mutação germinativa no gene BRCA1 aumenta em 10 vezes se a paciente for triplo-negativa e, além disso, apresentar positividade para os marcadores CK5/6 e CK14104. Sendo assim, a incorporação de dados referentes à patologia do tumor do probando ou de membros da família pode resultar num aumento da capacidade de distinguir entre indivíduos portadores de mutações germinativas em BRCA1, BRCA2 daqueles com câncer de mama esporádico ou que ocorrem por alteração em um supostamente existente gene BRCAX, auxiliando dessa forma na identificação de indivíduos que melhor se beneficiariam do teste genético de predisposição ao câncer. Tendo como referência os receptores hormonais ER, PR, HER2, Ki67 e as citoqueratinas 5/6, 14 ou ainda EGRF, o câncer de mama vêm sendo classificado em cinco subtipos distintos: 1) luminal A (ER positivo e/ou PR positivo, HER-2 negativo e Ki-67 <14%), 2) luminal B- her-2 negativo (ER positivo e/ou PR positivo, HER-2 negativo e Ki-67 >14%), 41 luminal B- her-2 positivo (ER positivo e/ou PR positivo, HER-2 positivo e qualquer resultado de Ki-67), 3) HER-2 ou “HER-2 super expresso” (ER negativo, PR negativo, HER-2 positivo), 4) basal-like (ER negativo, PR negativo, HER-2 negativo, receptor de citoqueratina 5/6 positiva e/ou CK14 positivo e/ou EGFR positivo)123. Diferenças clínicas também são observadas entre os diferentes subtipos moleculares e tem sido descritas na literatura. Em estudo realizado por Carey124 e colaboradores foi analisada a sobrevida em cinco anos para pacientes apresentando os diferentes subtipos moleculares e, a taxa de sobrevida das mulheres do subtipo luminal A foi de 65-94%, para as luminal B 83-92%, para os casos com superexpressão de HER-2 a taxa de sobrevida foi de 3971%, e por fim o subtipo basal-like teve taxa de sobrevida de 51-93%. Adicionalmente, aquelas com câncer de mama do tipo ‘’normal’’ tiveram uma sobrevida entre 44-91%124. Cabe destacar que aproximadamente 70% dos tumores triplo-negativos são do subtipo basal-like dentre as mulheres portadoras de mutação em BRCA125. 1.6.5 Identificação das famílias em risco - Polimorfismos: Modificadores Genéticos do Risco de Câncer Outro fator de risco importante e que merece ser abordado refere-se à presença de modificadores genéticos do risco de câncer, tais como polimorfismos, os quais quando associados a um determinado padrão morfológico podem levar a um aumento no risco de desenvolvimento do câncer de mama. Dados provenientes de um estudo de associação realizado por Easton126 e colaboradores envolvendo genotipagem em larga escala em 4.398 casos (mulheres com câncer de mama) e 4.316 controles, seguido de uma etapa de validação que envolveu 21.860 casos e 22.578 controles identificou polimorfismos de base única (SNPs) em 5 “loci” associados com risco de desenvolvimento de câncer de mama: 1) rs2981582 no gene FGFR2, o qual codifica para um receptor de tirosina quinase que atua no desenvolvimento da glândula mamária; 2) rs3803662 localizado numa região contendo TNRC9 (também conhecido como TOX3); 3) rs889312 localizado numa região contendo MAP3K1 além de dois genes hipotéticos, o MGC33648 e o MIER3; 4) rs3817198 no gene LSP1; e, 5) o SNP rs13281615 o qual está situado em uma região que não contém nenhum 42 gene conhecido (8q24), mas na qual já foram detectadas variantes associadas a risco aumentado para câncer de próstata e câncer colorretal. Os autores puderam correlacionar a presença de variantes nas regiões supramencionadas a características histopatológicas como positividade ou negatividade para os receptores hormonais estrógeno e progesterona, grau de desenvolvimento do tumor, presença de nódulos, tamanho, histologia e estágio ao diagnóstico. Dentre os 5 SNPs acima referidos, 3 (rs2981582 em FGFR2, rs3803662 em TNRC9 e rs889312 em MAP3K1) foram significativamente associados a risco aumentado de câncer de mama em indivíduos receptores de estrógeno. Mulheres homozigotas para o SNP rs3803662 e tumores estrógeno-negativos apresentavam um risco 1,28 (95%CI = 1.13–1.45) vezes maior de desenvolver câncer de mama do que mulheres homozigotas para o alelo “selvagem” presente em 53% dos controles)126,127. Além disso, trabalho publicado por Gorodnova128 e colaboradores demonstrou evidência de associação entre os polimorfismos rs2981582 (P=0.02), rs3803662 (P=0.03) e rs13281615 (P=0.05) e presença de história familiar positiva de câncer de mama, sendo os alelos variantes mais frequentemente encontrado em mulheres com familiares de primeiro grau afetados por câncer quando comparados com mulheres com história pessoal de câncer de mama, porém com ausência de história familiar para câncer. Outro fato interessante ressaltado pelo mesmo grupo de pesquisadores foi a associação detectada entre a presença do SNP rs2981582 e frequência de câncer de mama bilateral. As associações encontradas são de magnitude similar às já descritas para variantes nos genes CHEK2 e ATM. Mais recentemente uma revisão de literatura envolvendo esses mesmos polimorfismos foi desenvolvida por Fanale129 e colaboradores, onde, após avaliação de estudos de associação envolvendo todo o genoma (GWAS) em câncer de mama observaram que alguns polimorfismos (SNPs) em cinco genes estavam associados ao desenvolvimento de câncer de mama: TNRC9, FGFR2, MAP3K1, H19 e LSP1. O SNP mais fortemente associado ao câncer de mama (rs29811582) está localizado no gene FGFR2, que está amplificado ou super expresso em 5-10% dos casos de câncer de mama. O SNP rs3803662 no gene TNRC9 mostra uma associação mais forte com câncer de mama, e parece estar correlacionado com a presença de metástases ósseas. O SNP rs889312 no gene MAP3K1 mostrou uma associação com o risco aumento de câncer de mama somente em portadores de mutação no gene BRCA2, não estando associada com um risco aumentado em portadores de mutação em 43 BRCA1. O SNP rs3817198 em LSP1 foi associado com aumento do risco de desenvolvimento de câncer de mama em portadores de mutação em BRCA2. O estudo destaca, por fim, a importância da identificação dos polimorfismos e da sua associação com a doença, bem como o papel que podem desempenhar para uma melhor compreensão do mecanismo biológico do câncer de mama, o que pode contribuir para uma melhora na prevenção, detecção e tratamento precoce da doença129. Tendo em mente os fatores acima expostos, pretendemos, no presente estudo, avaliar o impacto de uma história familiar positiva para câncer, de fatores imunohistoquímicos e histopatológicos, bem como a presença de modificadores genéticos do risco de câncer na identificação de indivíduos com predisposição hereditária ao câncer de mama por mutações germinativas nos genes BRCA1 e/ou BRCA2. 44 2. Justificativa Considerando a alta incidência e prevalência do câncer de mama no Brasil, o fato de que em torno de 10% desses tumores são causados por alterações germinativas em genes de predisposição hereditária ao câncer e, a importância de identificar esses indivíduos em risco pelo potencial de prevenção existente, justifica-se a realização do teste genético para a identificação de mutações germinativas nos genes BRCA1/BRCA2. No entanto, considerando a complexidade dos genes envolvidos e o alto custo para a realização do teste genético, assim como o possível impacto psicológico decorrente do teste, o mesmo não pode ser oferecido sem distinção a todos os indivíduos com história pessoal de câncer de mama ou de ovário. Dessa forma, o presente estudo pretende realizar uma ampla caracterização de um grupo amostral em risco para e/ou com câncer de mama hereditário de forma a compreender o impacto da história familiar de câncer, das características histopatológicas do tumor assim como de modificadores genéticos do risco de câncer na identificação de pacientes com câncer de mama hereditário. Acreditamos que o somatório de fatores relacionados à história familiar de câncer, padrão histopatológico dos tumores e presença de modificadores genéticos do risco de câncer (polimorfismos) permitirão uma pré-seleção mais acurada de indivíduos que melhor se beneficiarão do teste genético de predisposição ao câncer. 45 3. Objetivos 3.1. Objetivo Geral Verificar a presença de história familiar positiva de câncer, características histopatológicas e imunohistoquímicas dos tumores mamários, bem como a presença de polimorfismos modificadores do risco de câncer de mama e sua associação com a presença de mutação germinativa nos genes BRCA1 ou BRCA2 em mulheres com câncer de mama hereditário. 3.2. Objetivos Específicos I) Caracterizar um grupo de mulheres com câncer de mama hereditário e/ou em risco para câncer de mama hereditário quanto a fatores de risco para câncer de mama (história pessoal e familiar de câncer, exposição hormonal) e quanto a probabilidade de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2); II) Caracterizar o perfil histopatológico e imunohistoquímico (quanto aos receptores de Estrógeno, Progesterona, HER2, citoqueratina 5/6, citoqueratina 14 e Ki67) em amostras tumorais emblocadas em parafina, de mulheres com e sem mutação nos genes BRCA1 e BRCA2; III) Avaliar a frequência dos polimorfismos rs2981582 no gene FGFR2; rs3803662 localizado numa região contendo TNRC9; rs889312 localizado numa região contendo MAP3K1; rs3817198 no gene LSP1; e, rs13281615 em mulheres com câncer de mama com e sem mutação nos genes BRCA1 e BRCA2; IV) Correlacionar a frequência dos diferentes polimorfismos com o perfil histopatológico e imunohistoquímico do tumor e com a história familiar de câncer; V) Estimar o número de indivíduos não-testados para mutações germinativas em BRCA1/BRCA2 que poderiam se beneficiar do teste pela combinação de seus dados histopatológicos e da história familiar de câncer. 46 4. Material e Métodos 4.1 Delineamento do Estudo Parte I: Estudo de coorte retrospectivo de análise de marcadores imunohistoquímicos em material biológico já existente (blocos de parafina armazenados junto ao Setor de Anatomia Patológica do Hospital de Câncer de Barretos). Os materiais biológicos selecionados conforme critérios de inclusão foram alocados aos grupos de pesquisa, conforme descrito abaixo (item 4.4 Casuística). Parte II: Estudo de coorte retrospectivo da frequência de polimorfismos genéticos em material biológico já existente (DNA extraído de sangue periférico e analisado para a presença de mutações pontuais e rearranjos nos genes BRCA1 e BRCA2 junto ao Centro de Diagnóstico Molecular do Hospital de Câncer de Barretos). Os materiais biológicos selecionados conforme critérios de inclusão foram alocados aos grupos de pesquisa, conforme descrito abaixo (item 4.4 Casuística). Ainda na parte II do presente estudo, no que concerne às mulheres alocadas ao Grupo 4 (mulheres com história pessoal de câncer de mama porém que não apresentam critérios para teste genético), a coleta de material biológico foi feita de forma prospectiva, após o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a coleta de sangue e participação no estudo (Ver anexo 1). 4.2 Critérios de inclusão História pessoal de câncer de mama; Ter realizado sessão de aconselhamento genético (grupos 1, 2 e 3) para realização de teste genético para os genes BRCA1/BRCA2 e assinado TCLE específico do departamento (anexo 2); Presença de câncer de mama supostamente esporádico (grupo 4); 47 Voluntariedade em participar do estudo (manifestada através do preenchimento do TCLE, grupos 1, 2, 3 e 4); Probabilidade de mutação nos genes BRCA1/BRCA2 (estimada pela tabela de prevalência de mutação Myriad) <5% (grupo 4); Ausência de história pessoal e familiar de câncer de ovário (grupo 4); Ausência de história pessoal e familiar de câncer de mama <40 anos (grupo 4). 4.3 Critérios de exclusão Pacientes que não possuem bloco de parafina na Instituição ou cujo bloco de parafina não apresente tecido tumoral, ou ainda aqueles cuja utilização do materail biológico remanescente possa comprometer futuros testes/retestes diagnósticos; Pacientes portadoras de mutação germinativa, mas com história pessoal de câncer de ovário. 4.4 Casuística Tratam-se de grupos amostrais de conveniência, nos quais o material biológico (material tumoral emblocado parafina e DNA extraído a partir de sangue periférico) era proveniente de mulheres com as seguintes características: Grupo 1: 51 mulheres com história pessoal e familiar de câncer de mama com mutação germinativa patogênica identificada nos genes BRCA1 e/ou BRCA2; Grupo 2: 53 mulheres com história pessoal e familiar de câncer de mama com presença de Variante de Significado Clínico Desconhecido (VUS) identificada nos genes BRCA1 e/ou BRCA2; 48 Grupo 3: 100 mulheres com história pessoal e familiar de câncer de mama sem mutação patogênica e/ou de significado clínico desconhecido identificada nos genes BRCA1 e/ou BRCA2; Grupo 4: 83 mulheres com história pessoal de câncer de mama, não selecionadas pela história familiar de câncer e que não realizaram o teste genético para análise de mutações nos genes BRCA1 e/ou BRCA2. As mulheres pertencentes aos grupos 1, 2 e 3 foram selecionadas junto ao Departamento de Oncogenética do HCB e enviadas para realização de teste genético (sequenciamento gênico e MLPA) para os genes BRCA1/BRCA2 devido a uma história pessoal e/ou familiar sugestiva de síndrome de predisposição hereditária ao câncer de mama e ovário (HBOC). As mulheres do grupo 4 foram selecionadas junto ao Departamento de Mastologia como um grupo com câncer de mama supostamente esporádico. Observação 1: Os critérios utilizados pelo Departamento de Oncogenética do HCB para indicação do teste genético para BRCA1/BRCA2 são: a) História pessoal de câncer de mama antes dos 40 anos de idade; b) História pessoal de câncer de ovário em qualquer idade, com história familiar positiva de câncer; c) Critérios clínicos estabelecidos pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO); d) Probabilidade de mutação nos genes BRCA1/BRCA2 (estimada pelas Tabelas de prevalência de Myriad) superior a 30%. Observação 2: Para a classificação das variantes germinativas identificadas e subsequente classificação das pacientes como pertencentes ao grupo 1 ou 2, foram utilizados os seguintes bancos de dados: BIC (Breast Cancer Information Core), HGMD (Human Genome Mutation Database), e LOVD IARC (Leiden Open Variation Database). No caso de inconsistências entre os 3 bancos de dados, as informações constantes no LOVD IARC foram priorizadas, seguidas daquelas disponíveis no HGMD e, apenas nos casos em que ambos os bancos não contiverem as informações necessárias foram utilizadas as informações disponíveis no banco de dados BIC. Observação 3: Todas as mulheres incluídas no estudo estão (ou estavam) em atendimento junto ao Hospital de Câncer de Barretos, local onde foi realizado o recrutamento das mesmas bem como a coleta do material biológico (sangue) que foi utilizado no presente trabalho (no caso do grupo 4 esse recrutamento e coleta foram realizados de maneira prospectiva). 49 4.5 Metodologia 4.5.1 Coleta de dados clínicos e de história familiar A coleta de dados clínicos foi realizada através de revisão de prontuário médico geral. Os dados referentes à história familiar foram obtidos através de revisão do prontuário do Departamento de Oncogenética. Todos os dados foram coletados em ficha de coleta específica para o estudo (anexo 3). 4.5.2. Análises Imunohistoquímicas e moleculares a) Imunohistoquímica Inicialmente, as lâminas foram desparafinizadas por incubação em xilol 58°C durante 10 min; seguido de dois banhos de xilol à temperatura ambiente, um banho em solução de álcool e xilol na proporção de 1:1, um banho em álcool absoluto e banhos sequenciais em álcool 95%, 90%, 80%, 70% e 50% e em água corrente para hidratação dos cortes histológicos. Após estes processos foi feita a recuperação antigênica pelo calor, com banho de imersão das lâminas em solução tampão Citrato de Sódio 10 mM, pH 6,0, seguido de resfriamento à temperatura ambiente. A seguir, ocorreu o bloqueio da peroxidase com Peróxido de Hidrogênio (H2O2) 3%, durante 15 minutos, seguido de lavagem das lâminas com água destilada e tampão Tris-HCl (50 mM, pH 9,5). A seguir, os cortes histológicos foram lavados em salina tamponada com fosfatos (PBS 10 mM pH 7,4) durante 30 min à temperatura ambiente, seguido de bloqueio com solução contendo 20 mM tampão fosfato de sódio, pH 7,4; 0,45M NaCl; 0,3% Triton X-100 e 5% de leite em pó desnatado, por 4 h, à temperatura ambiente. Posteriormente, foram lavados em água corrente e incubados com o anticorpo primário (diluído em albumina bovino, conforme o anticorpo e o título), em câmara úmida a 4°C overnight na geladeira. No dia seguinte, os cortes foram lavados em água destilada e incubados com o anticorpo secundário biotinilado (Kit LSAB anti-mouse, rabbit ou goat) por 30 minutos em temperatura ambiente. Para a revelação das reações, seguiu-se uma lavagem em solução de PBS, seguida de incubação dos cortes com 50 estreptavidina conjugada por 30 minutos em temperatura ambiente, com posterior lavagem em solução de PBS seguida de aplicação da DAB líquida (DAKO). Seguiu-se com nova lavagem em água corrente e com a contracoloração com Hematoxilina de Harris; imersão das lâminas em água amoniacal (solução de hidróxido de amônio a 0,2%) seguida de nova lavagem em água corrente e desidratação dos cortes em álcool absoluto, finalizando-se com imersão das lâminas em Xilol e montagem das lamínulas com Entellan (Merck). Foram utilizados os seguintes anticorpos: 1) Anticorpo monoclonal contra ERα (clone SP1, Neomarkers (Lab Vision), Fremont, CA, USA, 1:50); 2) Anticorpo monoclonal contra PgR (clone PgR 636, Dako, Glostrup, Denmark, 1:50); 3) Anticorpo policlonal contra HER2 (HercepTest™ antibody, Dako, 1:500); 4) Anticorpo monoclonal contra Ki67 (clone MIB-1, Dako, 1:50); 5) Anticorpo monoclonal contra CK5/6 (clone D4/16B4, Zymed (Invitrogen), Carlsbad, CA, USA, 1:25); 6) Anticorpo monoclonal contra CK14 (1:40, clone LL002, Newcastle (Tyne), Novocastra, reino Unido). Observação: A confirmação da qualidade e do diagnóstico anátomo-patológico de todas as amostras foi realizada por um patologista (CSN) do Departamento de Anatomia Patológica deste Hospital. Em todos os casos foram utilizadas lâminas cujo percentual de células tumorais correspondia a pelo menos 60% do total de células. Classificação: Para as análises das reações imunohistoquímicas realizadas, foram consideradas as seguintes classificações: Para os receptores de estrógeno (ER), progesterona (PR), citoqueratina 5/6 (CK56), citoqueratina 14 (CK14) foram consideradas duas categorias (negativo e positivo). Para o marcador de proliferação celular Ki67, os índices de proliferação celular foram agrupados em duas categorias <=14% e >14%. Para o receptor de HER2, além das categorias positivo e negativo, foi considerada uma terceira categoria, denominada inconclusiva, e para esses casos foi realizada análise de HER-2 por FISH (Hibridização in Situ 51 Fluorescente) utilizando Zytovision Zytolight SPEC Her-2/CEN17 Dual Color Probe (conforme detalhado abaixo). Tabela 1: Classificação molecular Luminal A ER e/ou PR positivos, HER2 negativo e ki-67 <14% Luminal B1 - HER2 negativo ER e/ou PR positivos, HER2 negativo ki-67 >14% Luminal B2 - HER2 positivo ER e/ou PR positivos, HER2 positivo, independente do resultado de ki-67 ER e PR negativos e HER2 positivo HER2 super expresso Basal-like ER/PR/HER2 negativos e uma das citoqueratinas CK5/6 e CK14 positiva Fonte: Goldhirsch WC 123. b) FISH A reação de FISH utiliza recursos moleculares para analisar os cromossomos. Para essa metodologia foram utilizadas lâminas de 5µm, com região tumoral previamente marcada, seguida de fixação em estufa a 60°C e posterior desparafinização a 80°C. Após etapa de preparação da lâmina seguiu-se o protocolo de Hibridização in Situ Fluorescente para tumores sólidos, que consta de uma primeira etapa de pré hibridização, seguida de hibridização e por fim a pós hibridização. Ao término da reação é realizada a análise utilizando o microscópio Nikon ECLIPSE 50i no software Apllied Spectral Imaging FISH View versão 7.0. c) Extração de DNA genômico e análise de polimorfismos por sequenciamento bi-direcional Os DNAs genômicos extraídos (utilizando o Kit QIAamp Blood DNA Mini-Kit, Qiagen) e quantificados (NanoDrop) foram analisados quanto à presença dos polimorfismos rs2981582 no gene FGFR2; rs3803662 localizado numa região contendo TNRC9 (também conhecido como TOX3); rs889312 localizado numa região contendo MAP3K1; rs3817198 no gene LSP1; e, rs13281615. Para a análise dos polimorfismos em questão, os fragmentos contendo as regiões de interesse foram amplificados através da reação em cadeia da 52 polimerase (PCR), na seguinte condição: Denaturação inicial (94°C – 3’), denaturação, anelamento e extensão (94°C – 1’45’’ / temp. de anelamento (conforme tabela2) – 1’ / 72°C - 1’) por 35 vezes, e extensão final 72°C – 10’. Todos os fragmentos foram amplificados com a utilização da enzima Hot Star Taq (Qiagen). Após amplificação seguiu-se purificação dos produtos com a utilização da enzima ExoSap (USD products) e sequenciamento bi-direcional utilizando o Kit BigDye terminator v3.1 (Applied Biosystems, USA). A eletroforese foi realizada no sequenciador automatizado modelo 3500 (Applied Biosystems,USA). Tabela 2: Detalhamento das reações de PCR realizadas. Polimorfismo rs3817198 - LSP1 Primer Forward Primer Reverse Tamanho Temperatura Fragmento annealing (Pb) (°C) gcctggagccctgttgcagg tgctagccctgtggtggcca 259 70 gctgttgagccaagtagacccac acctggccaagcctacacttcc 400 65 rs889312 – MAP3K1 gggcctgggtccttagcattcc tgccctgaagtgagtagggctgt 430 65 rs2981582 – FGFR2 caccccacgacagagatgtgt cgccggtgtcacagctttggaa 367 60 rs3803662 – TNRC9 ccttcagcaggaggggcccc ccaaagcaccaactatgaga 238 60 rs13281615 d) Análise de mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 Embora não faça parte do presente trabalho de uma forma direta (essa análise molecular é realizada pelo Centro de Diagnóstico Molecular do HCB), a investigação de mutações e rearranjos nos genes BRCA1/BRCA2 (que nos permitiu a classificação do grupo amostral em grupos) foi feita da seguinte forma: Investigação de mutações pontuais e pequenos rearranjos foram realizadas através de amplificação por PCR Multiplex de todos os exons codificantes dos genes BRCA1 (NCBI; NM_007294.3) e BRCA2 (NCBI; NM_000059.3) e suas respectivas regiões intrônicas flanqueadoras imediatamente adjacentes, seguido de sequenciamento bi-direcional, 53 utilizando duas plataformas (sequenciador ABI 3500 XL) e sequenciador de nova geração (Ion Torrent PGM, Applied Biosystems). A investigação de grandes rearranjos foi realizada através da técnica de MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification). Para o gene BRCA1 foi utilizado o kit Salsa MLPA P002 Probemix, sendo que todas as alterações encontradas foram confirmadas pelo kit Salsa MLPA P087 Probemix. Em relação ao BRCA2 o kit utilizado foi o Salsa MLPA P045 Probemix e o kit utilizado para confirmação seria o kit Salsa MLPA P077 Probemix (http://www.mlpa.com), no caso de algum rearranjo em BRCA2 ter sido identificado. 4.6 Armazenamento dos Dados e Análise Estatística Trata-se de uma amostra de conveniência, onde foram incluídas todas as mulheres com diagnóstico de câncer de mama testadas para BRCA1 e BRCA2 previamente no Centro de Diagnóstico Molecular, e, conforme o resultado do teste, as mulheres foram alocadas em um dos grupos do estudo. Para armazenamento dos dados e análise estatística foi utilizado o programa SPSS v.21.0 for Windows (Chicago, IL). As variáveis categóricas foram descritas por frequências absolutas e frequências relativas percentuais. As correlações foram feitas pelo método do qui-quadrado e método exato de fishser. O nível de significância considerado em todos os testes foi de 5%. Com o intuito de se realizar uma análise de regressão logística múltipla a amostra foi divida em dois grupos (mutados e não mutados) que compôs a resposta do modelo. Realizamos então uma análise univariada através do teste Qui-quadrado ou Exato de Fisher para selecionar as variáveis que foram analisadas conjuntamente, considerando para isso um nível de significância de 0,2, com o intuito de ter mais chance de selecionar as variáveis que pudessem ser significativas para o estudo. A análise múltipla foi realizada inicialmente com todas as variáveis selecionadas na análise univariada e as consideradas não significativas nessa etapa foram retiradas, uma por vez, do modelo, até obtermos um resultado onde todas as variáveis foram consideradas significativas a um nível de significância de 0,05. 54 4.7 Aspectos Éticos O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com número 423/2010. Todas as pacientes incluídas no estudo preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes da sua inclusão no mesmo (Anexos 1 e 2). Os dados contidos nas fichas de coleta somente poderão ser utilizados/acessados pelos pesquisadores do estudo e comissão de ética da Instituição em que se realiza o estudo. O registro dos dados e análise dos mesmos é de responsabilidade dos investigadores principais e foi realizado exclusivamente pelos mesmos. 4.8 Uso das Informações e Publicações Os investigadores do estudo têm absoluta responsabilidade pelos dados obtidos e os resultados não serão publicados ou fornecidos a terceiros, sem o consentimento por escrito de todos os investigadores. 55 5. Resultados 5.1 Caracterização Geral da Amostra No presente estudo foram incluídas 287 mulheres com história pessoal de câncer de mama, sendo 51 no grupo 1 (30 com história positiva de câncer e presença de mutação germinativa no gene BRCA1 e 21 com história pessoal e familiar de câncer e mutação no gene BRCA2), 53 no grupo 2 (com história positiva de câncer, com presença de Variante de Significado Clínico Desconhecido nos genes BRCA1 e/ou BRCA2), 100 no grupo 3 (com história positiva de câncer sem mutação germinativa patogênica nos genes BRCA1 e BRCA2). E, no grupo 4, foram incluídas 83 mulheres com diagnóstico de câncer de mama (supostamente esporádico) não selecionadas pela história familiar de câncer. A maioria das mulheres participantes do estudo era procedente do estado de São Paulo (64,8%). As mulheres em sua maioria eram casadas (64,8%), e não fumantes (80,1%). Com relação aos fatores de risco (hormonais) para câncer de mama, observamos que 23,6% das mulheres estavam na menopausa no momento do diagnóstico e 79,4% apresentavam gestação prévia. Outros dados de caracterização da amostra e dos fatores de risco associados ao câncer de mama encontram-se detalhados na Tabela 3. Os dados anátomopatológicos das amostras consideradas no estudo encontram-se sumarizados na Tabela 4. 56 Tabela 3: Caracterização geral da amostra e fatores de risco. Variável Total N (%) Procedência São Paulo 184 (64,8) Outros 100 (35,2) Estado Civil Solteira 54 (19,2) Casada 182 (64,8) Divorciada 31 (11,0) Viúva 14 (5,0) Escolaridade Analfabeto 3 (1,1) Esino fundamental incompleto 14 (5,1) Esino fundamental completo 40 (14,4) Ensino médio incompleto 54 (19,5) Ensino médio completo 90 (32,5) Superior completo 76 (27,4) Sexo Feminino 287 (100,0) Masculino 0 (0,0) Idade da menarca 7 a 11 anos 58 (23,8) 12 a 13 anos 114 (46,7) >14 72 (29,5) Idade ao nascimento do promeiro filho <=20 71 (38,6) >20 e <=24 52 (28,3) >24 e <=29 38 (20,7) >29 23 (12,4) Fumante Sim 27 (10,4) Não 205 (80,2) Ex-fumante 24 (9,4) Etilista Sim 5 (2,0) Não 249 (98,0) Menopausa ao diagnóstico Sim 51 (23,6) Não 165 (76,4) Gestação prévia Sim 201 (79,4) Não 52 (20,6) 57 Tabela 3 (Cont.): Caracterização geral da amostra e fatores de risco. Variável Total N (%) Uso de Anticoncepcional Oral Sim 128 (54,0) Não 109 (46,0) Uso de Terapia de Reposição Hormonal Sim 27 (11,8) Não 202 (70,4) Tabela 4: Características anatomopatológicas relacionadas ao câncer de mama (geral e por grupo). Variável Grupo 1 N (%) Grupo 2 N (%) Grupo 3 N (%) Grupo 4 N (%) Total N (%) Grau histológico P valor * 0,010 Grau I 1 (2,6) 4 (8,5) 10 (11,9) 6 (8,2) 21 (8,6) Grau II 21 (53,8) 29 (61,7) 39 (46,4) 49 (67,1) 138 (56,8) Grau III 17 (43,6) 14 (29,8) 35 (41,7) 18 (24,7) 84 (34,6) Estadio T patológico 0,040 T1 14 (28,6) 18 (34,6) 33 (37,1) 29 (39,2) 94 (35,6) T2 16 (32,7) 15 (28,8) 31 (34,8) 28 (37,8) 90 (34,1) T3 9 (18,4) 11 (21,2) 15 (16,9) 9 (12,2) 44 (16,7) T4 10 (20,4) 8 (15,4) 10 (11,2) 8 (10,8) 36 (13,6) N patológico 0,493 N0 26 (52,0) 25 (48,1) 49 (54,4) 48 (65,8) 148 (55,58) N1 17 (34,0) 22 (42,3) 26 (28,9) 16 (21,9) 81 (30,6) N2 4 (8,0) 3 (5,8) 11 (12,2) 6 (8,2) 24 (9,1) N3 3 (6,0) 2 (3,8) 4 (4,4) 3 (4,1) 12 (4,5) Metástase 0,105 M0 45 (91,8) 52 (100,0) 86 (95,6) 72 (98,6) 255 (96,6) M1 4 (8,2) 0 (0,0) 4 (4,4) 1 (1,4) 9 (3,4) *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). Quando essa mesma análise é realizada considerando o grupo 1 (com mutação) de forma separada de acordo com o gene mutado, notamos uma pequena diferença no grau histológico, onde 56,5% das mulheres mutadas em BRCA1 tinham grau histológico 3 vs 25% 58 das mutadas em BRCA2 (p=0,03). As demais variáveis também foram analisadas da mesma forma porém nenhuma diferença foi notada. A maioria dos tumores diagnosticados eram do tipo ductal 236 casos (91,8%), seguido de carcinoma lobular (10 casos, 3,9%) e carcinoma medular (4 casos, 1,6%). Quando realizamos uma análise detalhada das mulheres com carcinoma medular observamos que dentre as 4 mulheres com esse diagnóstico, 2 pertenciam ao grupo 1 (com presença de mutação germinativa), sendo que uma delas apresentava mutação no gene BRCA1 e outra no gene BRCA2, 1 mulher no grupo 2 (com VUS - Variante Significado Clínico Desconhecido no gene BRCA1), e por fim, observamos 1 mulher com esse mesmo diagnóstico no grupo 4. Em relação a idade ao diagnóstico, no grupo 1 a média de idade foi de 41,88 anos (desvio padrão 10,5 e mediana de 42 anos, variando de 23 a 67 anos), no grupo 2 a média foi 34,91 anos (desvio padrão: 10 e mediana 32 anos, variando de 16 a 63 anos), no grupo 3 a média de idade foi 38,37 anos (desvio de 10,8 e mediana de 38, intervalo de 20 a 73 anos) enquanto no grupo 4 a média de idade ao diagnóstico foi 51,65 anos (desvio padrão de 9,9 e mediana de 51 anos, intervalo de 32 a 74 anos). Informações adicionais sobre a história pessoal assim como a familiar de câncer (gerais e por grupo) foram obtidos a partir da análise dos heredogramas e encontram-se detalhadas na Tabela 5. 59 Tabela 5: Características da história pessoal e familiar de câncer (geral e por grupo). Variável Grupo 1 N (%) Grupo 2 N (%) Grupo 3 N (%) Grupo 4 N (%) Total N (%) Idade ao diagnóstico P valor* <0,001 ≤30 8 (15,7) 24 (44,4) 30 (30,3) 0 (0,0) 62 (21,7) >30 e ≤50 34 (66,7) 25 (46,3) 56 (56,6) 40 (48,8) 155 (54,2) >50 9 (17,6) 5 (9,3) 13 (13,1) 42 (51,2) 69 (24,1) Presença de outros tipos de câncer 0,005 Sim 20 (40,8) 16 (30,2) 28 (29,5) 11 (13,4) 75 (26,9) Não 29 (59,2) 37 (69,8) 67 (70,5) 71 (86,6) 204 (73,1) Número de gerações afetadas **(ver rodapé) 1 9 (17,6) 11 (20,4) 16 (16,2) 45 (62,5) 81 (29,3) 2 20 (39,2) 25 (46,3) 50 (50,5) 24 (33,3) 119 (43,1) 3 19 (37,3) 18 (33,3) 30 (30,3) 3 (4,2) 70 (25,4) 4 3 (5,9) 0 (0,0) 3 (3,0) 0 (0,0) 6 (2,2) Presença de câncer de mama bilateral (na família) <0,001 Não 41 (80,4) 49 (90,7) 95 (95,0) 71 (100,0) 256 (92,8) Sim 10 (19,6) 5 (9,3) 5 (5,0) 0 (0,0) 20 (7,2) Presença de câncer de mama masculino (na família) 0,071 Não 51 (100,0) 52 (96,3) 100 (100,0) 71 (100,0) 274 (99,3) Sim 0 (0,0) 2 (3,7) 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (0,7) Presença de câncer de de ovário (na família) <0,001 Não 38 (74,5) 50 (92,6) 89 (89,0) 71 (100,0) 248 (89,9) Sim 13 (25,5) 4 (7,4) 11 (11,0) 0 (0,0) 28 (10,1) Número de casos de câncer (na família) <0,001 ≤3 8 (15,7) 18 (33,3) 40 (40,0) 54 (75,0) 120 (43,3) >3 43 (84,3) 36 (66,7) 60 (60,0) 18 (25,0) 157 (56,47) Número de casos de câncer de mama (na família) <0,001 ≤3 23 (45,1) 44 (81,5) 77 (77,8) 72 (100,0) 216 (78,3) >3 28 (54,9) 10 (18,5) 22 (22,2) 0 (0,0) 60 (21,7) Número de óbitos por câncer (na família) <0,001 ≤3 32 (62,7) 43 (79,6) 90 (90,9) 69 (97,2) 234 (85,1) >3 19 (37,3) 11 (20,4) 9 (9,1) 2 (2,8) 41 (14,9) 60 Tabela 5 (Cont.): Características da história pessoal e familiar de câncer (geral e por grupo). Variável Grupo 1 N (%) Grupo 2 N (%) Grupo 3 N (%) Grupo 4 N (%) Total N (%) Número de óbitos por câncer de mama (na família) P valor* 0,004 ≤3 46 (90,2) 51 (94,4) 98 (99,0) 71 (100,0) 266 (96,7) >3 5 (9,8) 3 (5,6) 1 (1,0) 0 (0,0) 9 (3,3) **Dado o número amostral muito baixo em alguns dos grupos, não foi possível realizar o teste estatístico. *Qi-quadrado / Exato de Fisher Nota: Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). Ainda como parte da caracterização geral da amostra, utilizamos diferentes modelos de estimativa de probabilidade de mutação (nos genes BRCA1/BRCA2). A Tabela 6 mostra um detalhamento, por grupo, das probabilidades obtidas com a utilização dos modelos de Myriad (tabelas de prevalência de mutação disponibilizada pelos Laboratórios Myriad), modelo de Penn II e escore de Manchester. Para os modelos de Myriad e Penn II, as probabilidades foram agrupadas da seguinte forma: até 10% (probabilidade considerada baixa), entre 10% e 30% (probabilidade moderada) e acima de 30% (probabilidade alta). Para o escore de Manchester (que atribui pontos e não percentual) a subdivisão foi: até 10 (probabilidade considerada baixa), entre 10 e 30 pontos (probabilidade moderada) e acima de 17 pontos (probabilidade alta). Dentre as mulheres do grupo 1 notamos que 82,4% tinham probabilidade moderada (>10% e <=30%), essa mesma tendência não é vista nos demais grupos, 44,4%, 49,0% e 0% grupos 2, 3 e 4 respectivamente. O mesmo é notado para os demais modelos de cálculo de probabilidade. 61 Tabela 6: Probabilidade de mutação dos tumores de mama (por grupo). Probabilidade de mutação Grupo 1 N (%) Grupo 2 N (%) Grupo 3 N (%) Grupo 4 N (%) Myriad P valor* <0,001 <=10% >10% e <=30% >30% 5 (9,8) 30 (55,6) 49 (49,0) 71 (100,0) 42 (82,4) 24 (44,4) 49 (49,0) 0 (0,0) 4 (7,8) 0 (0,0) 2 (2,0) 0 (0,0) PEN II-BRCA1 <0,001 <=10% 30 (58,8) 40 (74,1) 74 (74,0) 71 (100,0) >10% e <=30% 18 (35,3) 13 (24,1) 25 (25,0) 0 (0,0) 3 (5,9) 1 (1,9) 1 (1,0) 0 (0,0) >30% PEN II-BRCA2 <=10% 0,001 46 (90,2) 41 (75,9) 88 (88,0) 70 (98,6) >10% e <=30% 5 (9,8) 13 (24,1) 12 (12,0) 1 (1,4) >30% 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Manchester-BRCA1 <0,001 <=10 23 (45,1) 42 (77,8) 79 (79,0) 71 (86,6) >10 e <=17 18 (35,3) 11 (20,4) 17 (17,0) 0 (0,0) >17 10 (19,6) 1 (1,8) 4 (4,0) 0 (0,0) Manchester-BRCA2 <0,001 <=10 24 (47,1) 44 (81,5) 80 (80,0) 71 (100,0) >10 e <=17 22 (43,1) 9 (16,7) 18 (18,0) 0 (0,0) 5 (9,8) 1 (1,9) 2 (2,0) 0 (0,0) >17 *Qi-quadrado Nota: Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). 5.2 Caracterização do Perfil Histopatológico e Imunohistoquímico das amostras utilizadas Como mencionado anteriormente o tipo histológico mais frequente identificado foi o ductal invasivo. Quanto ao padrão imunohistoquímico, não foi possível fazermos a caracterização de toda a amostra para todos os marcadores em questão, dada a má qualidade ou má conservação de alguns blocos, bem como devido ao fato que, para vários espécimes não havia material tumoral remanescente no bloco de parafina. Dados anatomopatológicos relacionados aos tumores encontram-se na Tabela 4 acima. Os resultados das análises imunohistoquímicas dos tumores estão descritos na Tabela 7. 62 Tabela 7: Características imunohistoquímicas dos tumores de mama (por grupo). Variável Grupo 1 N (%) Grupo 2 N (%) Grupo 3 N (%) Grupo 4 N (%) Receptor Estrógeno P valor* <0,001 Negativo 28 (58,3) 19 (35,8) 32 (34,8) 19 (23,2) Positivo 20 (41,7) 34 (64,2) 60 (65,2) 63 (76,8) Receptor Progesterona 0,020 Negativo 28 (58,3) 18 (34,0) 44 (46,8) 33 (40,2) Positivo 20 (41,7) 35 (66,0) 50 (53,2) 49 (59,8) Receptor ErbB (HER2) 0,012 Negativo 42 (89,4) 37 (72,5) 59 (64,8) 63 (76,8) Positivo 4 (8,5) 14 (27,5) 30 (33,0) 19 (23,2) Inconclusivo** 1 (2,1) 0 (0,0) 2 (2,2) 0 (0,0) Triplo Negativas <0,001 Sim 24 (51,1) 7 (13,2) 18 (19,6) 8 (9,8) Não 23 (48,9) 46 (86,8) 74 (80,4) 74 (90,2) CK5/6 0,002 Negativo 17 (60,7) 24 (92,3) 40 (74,1) 58 (90,6) Positivo 11 (39,3) 2 (7,7) 14 (25,9) 6 (9,4) CK14 0,016 Negativo 22 (71,0) 28 (90,3) 43 (75,4) 59 (81,9) Positivo 9 (29,0) 3 (9,7) 13 (22,8) 13 (18,1) Ki67 <0,001 <=14% 3 (8,1) 3 (7,7) 12 (16,0) 23 (31,9) >14% 34 (91,9) 36 (92,3) 63 (84,0) 49 (68,10) **Amostras cuja análise por FISH não foi realizada dada ausência de tumor no bloco de parafina. *Qi quadrado / Exato de Fisher Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). Como pode ser observado na tabela 7 , existe uma diferença importante no perfil dos quatro grupos. No grupo constituído pelas mulheres com mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 há um predomínio de negatividade para os receptores hormonais ER/PR/HER2, quando comparado às mulheres dos três outros grupos do estudo. Além disso uma maior positividade para os marcadores CK56 e CK14 pôde ser observada no grupo 1 quando comparado aos demais grupos. Para as mulheres nas quais os resultados de citoqueratina puderam ser obtidos, realizamos uma classificação conforme o subtipo molecular do tumor, considerando os seguintes grupos: Luminal A, Luminal B (HER2 negativo), Luminal B (HER2 positivo), HER2 63 super-expresso e basal-like. A classificação adotada para essa subdivisão encontra-se descrita na Tabela 1, seção da metodologia item 4.5.2 – a. A tabela 8 apresenta os resultados dessa análise por grupo amostral. Tabela 8: Suptipo molecular dos tumores de mama (por grupo). Variável Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 N (%) N (%) N (%) N (%) Subtipo Molecular Luminal A P valor ** 1 (3,3) 1 (2,6) 8 (11,0) 19 (26,0) Luminal B (Her2 negativo) 16 (53,3) 22 (57,9) 25 (34,2) 31 (42,5) Luminal B (Her2 positivo) 4 (13,3) 9 (23,7) 19 (26,0) 12 (16,4) HER2 super expresso 0 (0,0) 5 (13,2) 11 (15,1) 7 (9,6) Basal like 9 (30,0) 1 (2,6) 10 (13,7) 4 (5,5) **Dado o número amostral muito baixo em alguns dos grupos, não foi possível realizar o teste estatístico. Ainda em relação ao subtipo molecular, pudemos observar que o subtipo predominante em todos os grupos foi o Luminal B sem expressão de HER2. Nos grupos 2 e 3, o segundo subtipo molecular predominante também foi Luminal B, porém com expressão de HER2. Nos casos de câncer de mama supostamente esporádicos, o segundo subtipo mais frequente foi o Luminal A. Por outro lado, um número considerável (30%) de famílias do grupo 1 (com mutação germinativa nos genes BRCA1/BRCA2) foram classificadas como sendo basal-like. Dessa forma, estratificamos ainda mais o grupo de mulheres mutadas que foram classificadas como basal-like e vimos que 88,8% destas mulheres eram portadoras de mutação germinativa no gene BRCA1 e apenas uma mulher (11,2%) apresentava mutação no gene BRCA2. Realizamos, na sequência, uma correlação entre dados da história familiar de câncer e o subtipo molecular dos tumores. Os resultados dessa correlação estão representados na Tabela 9. 64 Tabela 9: História familiar de câncer conforme subtipo molecular. Variável Luminal A N (%) Luminal HER2 – Luminal N (%) N (%) HER2 + Her-2 expresso N (%) Basal like N (%) Número de casos de câncer P valor* 0,106 <=3 16 (59,3) 40 (43,5) 20 (47,6) 9 (42,9) 7 (30,4) >3 11 (40,7) 52 (56,5) 22 (52,4) 12 (57,1) 16 (69,6) Presenca cancer mama bilateral 0,020 Sim 0 (0,0) 6 (6,5) 4 (9,5) 2 (9,5) 4 (17,4) Não 26 (100,0) 86 (93,5) 38 (90,5) 19 (90,5) 19 (82,6) Presença cancer mama masculino 0,599 Sim 0(0,0) 1 (1,1) 1 (2,4) 0 (0,0) 0 (0,0) Não 26 (100,0) 91 (98,9) 41 (97,6) 21 (100,0) 23 (100,0) Número de gerações com câncer ** 1 11 (40,7) 27 (29,3) 15(36,6) 6 (28,6) 4 (17,4) 2 13 (48,1) 42 (45,7) 17 (41,5) 9 (42,9) 10 (43,5) 3 3 (11,1) 21 (22,8) 8 (19,5) 5 (23,8) 9 (39,1) 4 0 (0,0) 2 (2,2) 1 (2,4) 1 (4,8) 0 (0,0) Número de casos cancer de mama 0,022 <=3 25 (92,6) 73 (79,3) 37 (88,1) 17 (81,0) 16 (69,6) >3 2 (7,4) 19 (20,7) 5 (11,9) 4 (19,0) 7 (30,4) Idade ao diagnóstico <=30 anos 0,005 2 (6,9) 20 (21,3) 11 (25,0) 7 (30,4) 10 (41,7) >30 e <=50 anos 16 (55,2) 46 (48,9) 26 (59,1) 12 (52,2) 10 (41,7) >50 anos 11 (37,9) 28 (29,8) 7 (15,9) 4 (17,4) 4 (16,7) **Dado o número amostral muito baixo em alguns dos grupos, não foi possível realizar o teste estatístico. *Qi-quadrado / Exato de Fisher Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). Quando os dados de subtipo molecular são comparados às informações de história familiar de câncer, observamos que no subtipo basal-like há uma tendência (embora não estatisticamente significativa) para número de casos de câncer maior que 3, e presença de câncer de mama bilateral na família e diagnóstico mais precoce do câncer de mama (mais de 40% dos casos diagnosticados em idade inferior a 30 anos), em contraste com os dados dos 65 casos classificados como luminal A, onde há menor número de casos de câncer em geral e também número de casos de câncer de mama e nenhum caso de câcer de mama bilateral. Considerando a provável importância da triplo negatividade dentre as mulheres com mutação germinativa nos genes BRCA1/BRCA2, analisamos a relação entre a triplo negatividade e a história familiar de câncer, de forma geral (Tabela 10) e também com as amostras estratificadas por grupo (Tabela 11). Tabela 10: Relação entre Triplo Negatividade e história familiar de câncer (geral). Variável TN Não TN Sim N (%) N (%) Número de casos de câncer P valor* 0,016 <=3 100 (47,8) 18 (32,7) >3 109 (52,2) 37 (67,3) Presenca câncer mama bilateral 0,123 Sim 14 (6,7) 6 (10,9) Não 194 (93,3) 49 (89,1) Presença câncer mama masculino 0,625 Sim 2 (1,0) 0 (0,0) Não 206 (99,0) 55 (100,0) Número de gerações com câncer 0,016 1 67 (32,2) 13 (23,6) 2 92 (44,2) 23 (41,8) 3 45 (21,6) 17 (30,9) 4 4 (1,9) 2 (3,6) Número de casos câncer de mama 0,003 <=3 174 (83,3) 36 (65,5) >3 35 (16,7) 19 (34,5) Idade ao diagnóstico 0,052 <=30 anos 45 (20,7) 15 (26,3) >30 e <=50 anos 116 (53,5) 30 (52,6) >50 anos 56 (25,8) 12 (21,1) TN= Triplo Negativas *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). 66 Tabela 11: História familiar de câncer conforme status do receptor hormonal para as mulheres TN (por grupo). Variável TN não N (%) TN sim N (%) P valor* Número de casos de câncer Grupo 1 0,019 <=3 7 (30,4) 1 (4,2) >3 16 (69,6) 23 (95,8) <=3 15 (32,6) 3 (42,9) >3 31 (67,4) 4 (51,7) <=3 29 (39,2) 9 (50,0) >3 45 (60,8) 9 (50,0) Grupo 2 0,277 Grupo 3 0,148 Grupo 4 0,364 <=3 49 (74,2) 5 (83,3) >3 17 (25,8) 1 (16,7) Presença câncer mama bilateral Grupo 1 0,230 Sim 4 (17,4) 6 (25,0) Não 19 (82,6) 18 (75,0) Grupo 2 0,478 Sim 5 (10,9) 0 (0,0) Não 41 (89,1) 7 (100,0) Grupo 3 0,328 Sim 5 (6,8) 0 (0,0) Não 69 (93,2) 18 (100,0) Grupo 4 ** Sim 0 (0,0) Não 65 (100,0) 0 (0,0) 6 (100,0) Número de gerações com câncer Grupo 1 0,057 1 6 (26,1) 2 (8,3) 2 10 (43,5) 10 (41,7) 3 5 (21,7) 11 (45,8) 4 2 (8,7) 1 (4,2) Grupo 2 0,188 1 9 (19,6) 2 (28,6) 2 21 (45,7) 3 (42,8) 3 16 (34,8) 2 (28,6) 4 0 (0,0) 0 (0,0) 1 12 (16,4) 4 (22,2) 2 38 (52,1) 9 (50,0) 3 21 (28,8) 4 (22,2) 4 2 (2,7) 1 (5,6) Grupo 3 0,132 67 Tabela 11 (cont.): História familiar de câncer conforme status do receptor hormonal para as mulheres TN (por grupo). Variável TN não N (%) TN sim N (%) P valor* Número de gerações com câncer Grupo 4 0,188 1 40 (60,6) 5 (83,3) 2 23 (34,8) 1 (16,7) 3 3 (4,5) 0 (0,0) 4 0 (0,0) 0 (0,0) <=3 13 (56,5) 9 (37,5) >3 10 (43,5) 15 (62,5) Número de casos câncer de mama Grupo 1 0,101 Grupo 2 0,254 <=3 39 (84,8) 5 (71,4) >3 7 (15,2) 2 (28,6) Grupo 3 0,133 <=3 56 (75,4) 16 (88,9) >3 18 (24,3) 2 (11,1) Grupo 4 ** <=3 66 (100,0) 6 (100,0) >3 0 (0,0) 0 (0,0) Idade ao diagnóstico Grupo 1 <=30 anos 0,061 1 (4,3) 5 (20,8) >30 e <=50 anos 17 (73,9) 15 (66,7) >50 anos 5 (21,7) 3 (12,5) Grupo 2 0,226 <=30 anos 21 (45,7) 3 (42,9) >30 e <=50 anos 21 (45,7) 3 (42,9) 4 (8,7) 1 (14,3) >50 anos Grupo 3 0,128 <=30 anos 23 (31,1) 7 (38,9) >30 e <=50 anos 40 (54,1) 9 (50,0) >50 anos 11 (14,9) 2 (11,1) Grupo 4 <=30 anos 0,115 0 (0,0) 0 (0,0) >30 e <=50 anos 38 (51,4) 2 (25,0) >50 anos 36 (48,6) 6 (75,0) TN= Triplo Negativas **Não foi possível realizar a análise comparativa no grupo 4. * Qi-quadrado / Exato de Fisher Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). 68 Foi observada uma diferença na história familiar (número de casos com câncer) quando comparamos as mulheres triplo negativas com as não triplo negativas. Quando as mulheres foram agrupadas (grupos 1 a 4 conforme status mutacional de BRCA1/BRCA2), pudemos observar que a diferença deve-se ao grupo 1, no qual 95,8% das mulheres triplo negativas possuem mais de 3 casos de câncer na família. No que se refere a idade ao diagnóstico, não estratificadas por grupo, nenhuma diferença foi identificada quando comparadas as mulheres triplo negativas e não triplo negativas. Adicionalmente, pudemos observar que, embora não tenha tido significância estatística as mulheres triplo negativas do grupo 1 apresentam mais casos de câncer de mama e um percentual considerável de casos com idade inferior a 30 anos de idade (20,8%) dos casos. Dado que o padrão de positividade/negatvividade dos receptores hormonais do grupo 1 diferiu bastante daquele observado nos demais grupos, optamos por subdividir o grupo 1 conforme o gene mutado (BRCA1 ou BRCA2) para analisar o padrão de expressão desses marcadores nesses dois subgrupos de pacientes (tabela 12). Tabela 12: Características imunohistoquímicas e subtipo molecular conforme gene mutado. MUTADA BRCA1 MUTADA BRCA2 N (%) N (%) Triplo Negativas 22 (91,6) 2 (8,4) 24 (100,0) CK5/6 Positivo 8 (72,7) 3 (27,3) 11 (100,0) CK14 Positivo 8 (88,8)() 1 (11,2) 9 (100,0) Ki-67 >14% 17 (50,0) 17 (50,0) 34 (100,0) Luminal A 1 (100,0) 0 (0,0) 1 (100,0) Luminal B – her2 negativo 4 (25,0) 12 (75,0) 16 (100,0) Luminal B – her2 positivo 0 (0,0) 4 (100,0) 4 (100,0) HER2 super expresso 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Basal-like 8 (88,8) 1 (11,2) 9 (100,0) Variável Total N (%) Subtipo molecular Quando o grupo 1 (com mutação germinativa) foi estratificado em mutadas BRCA1 e mutadas BRCA2 observamos que 91,6% das mulheres triplo negativas eram mutadas no gene BRCA1 e apenas 8,4% no gene BRCA2. Adicionalmente, pudemos observar a diferença do índice de positividade (elevada) para as citoqueratinas 5/6 e 14 para as mulheres 69 mutadas em BRCA1 versus as mulheres mutadas em BRCA2. Em relação ao subtipo molecular, a maioria das mutadas em BRCA1 foram classificadas como basal-like, enquanto que nas mutadas em BRCA2 o subtipo predominate foi o luminal B. 5.3 Frequência dos polimorfismos rs2981582 (gene FGFR2), rs3803662 (região contendo TNRC9), rs889312 (região contendo MAP3K1), rs3817198 (gene LSP1) e rs13281615 Foram considerados no presente estudo os seguintes polimorfismos: rs2981582 no gene FGFR2, rs3803662 no gene TNRC9, rs13281615, rs889312 no gene MAP3K1 e rs3817198 no gene LSP1 A Tabela 13 apresenta a frequência genotípica dos 5 polimorfismos avaliados, bem como a sua distribuição nos diferentes grupos do presente estudo. 70 Tabela 13: Frequência dos polimorfismos rs3803662 (TNRC9), rs2981582 (FGFR2), rs13281615, rs889312 (MAP3K1) e rs3817198 (LSP1) por grupo. Variável Grupo 1 N (%) Grupo 2 N (%) Grupo 3 N (%) Grupo 4 N (%) rs3803662 (TNRC9) P valor* 0,027 AA 5 (9,8) 12 (22,6) 17 (17,3) 16 (19,5) AG 27 (52,9) 24 (45,3) 47 (48,0) 37 (45,1) GG 19 (37,3) 17 (32,1) 34 (34,7) 29 (35,4) rs2981582 (FGFR2) 0,031 AA 14 (27,5) 9 (16,7) 26 (26,3) 19 (23,2) AG 22 (43,1) 33 (61,1) 49 (49,5) 43 (52,4) GG 15 (29,4) 12 (22,2) 24 (24,2) 20 (24,4) rs13281615 0,029 AA 14 (27,5) 11 (20,4) 27 (27,0) 23 (28,0) AG 24 (47,1) 26 (48,1) 48 (48,0) 37 (45,1) GG 13 (25,5) 17 (31,5) 25 (25,0) 22 (26,8) rs889312 (MAP3K1) 0,029 CC 8 (15,7) 8 (14,8) 11 (11,0) 8 (9,8) CA 21 (41,2) 20 (37,0) 55 (55,0) 36 (43,9) AA 22 (43,1) 26 (48,1) 34 (34,0) 38 (46,3) rs3817198 (LSP1) 0,023 TT 26 (51,0) 28 (51,9) 44 (44,4) 38 (46,3) TC 22 (43,1) 24 (44,4) 43 (43,4) 38 (46,3) CC 3 (5,9) 2 (3,7) 12 (12,1) 6 (7,3) *Qi-quadrado Nota: Nota: Valores em negrito indicam valores com significancia estatística (p<0,05). Conforme pode ser observado na tabela acima, o genótipo heterozigoto do SNP rs3803662 foi mais frequente nos 4 grupos. No grupo 1 pudemos observar uma menor frequência do homozigoto AA quando comparados aos outros 3 grupos. Em relação ao polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 observamos uma maior prevalência de heterozigotos nos quatro grupos analisados, tendência essa também observada no SNP rs13281615. Ainda em relação ao polimorfismo rs13281615 cabe ressaltar uma maior frequência do genótipo GG (31,5%) no grupo 2 quando comparado aos outros 3 grupos. Já em relação ao polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 observamos que grande parte das 71 mulheres dos grupos 1, 2 e 3 (43,1%, 48,1% e 46,3) apresentavam homozigose para o alelo A, enquanto no grupo 3 a maioria das mulheres apresentavam o genótipo heterozigoto CA (55%). Por último o polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 mostrou a presença do alelo T em homozigose em mais de 50% das mulheres dos grupos 1 e 2. Já para os grupos 3 e 4 a presença do alelo T em homozigose esteve presente em 44,4% e 46,3% respectivamente, sendo que no grupo 3 (WT) houve uma freqüência relativamente aumentada do genótipo CC. 5.4 Associação entre os polimorfismos rs3803662, rs2981582, rs13281615, rs889312 e rs3817198 com o perfil histopatológico e imunohistoquímico do tumor e com a história familiar de câncer Primeiramente verificamos se havia ou não associação entre os polimorfismos analisados com o perfil imunohistoquímico dos tumores considerados. Os dados das correlações com o status dos receptores hormonais (ER/PR e HER2) estão detalhados nas tabelas 14 a 23. Tabela 14: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e Receptores Hormonais (geral). AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) Negativo 16 (16,3) 42 (42,9) 40 (40,8) 98 (100,0) Positivo 33 (18,9) 84 (48,3) 57 (32,8) 174 (100,0) Negativo 25 (20,5) 51 (41,8) 46 (37,7) 122 (100,0) Positivo 24 (15,8) 78 (51,3) 50 (32,9) 152 (100,0) Negativo 32 (16,0) 98 (49,3) 69 (34,7) 199 (100,0) Positivo 14 (21,2) 26 (39,4) 26 (39,4) 66 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 3 (100,0) Receptores Hormonais Estrógeno 0,035 Progesterona 0,068 Her-2 Inconclusivo P valor* 0,037 3 (100,0) *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 72 Tabela 15: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e Receptores Hormonais (por grupo). Receptores Hormonais AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) P valor* Estrógeno Grupo 1 0,127 Negativo 3 (10,7) 12 (42,9) 13 (46,4) 28 (100,0) Positivo 2 (10,0) 12 (60,0) 6 (30,0) 20 (100,0) Grupo 2 0,138 Negativo 3 (15,8) 10 (52,6) 6 (31,6) 19 (100,0) Positivo 9 (27,3) 13 (39,4) 11 (33,3) 33 (100,0) Grupo 3 0,114 Negativo 7 (21,8) 11 (34,3) 14 (43,9) 32 (100,0) Positivo 9 (15,5) 31 (53,4) 18 (31,1) 58 (100,0) Grupo 4 0,131 Negativo 3 (15,8) 9 (47,3) 7 (36,9) 19 (100,0) Positivo 13 (20,6) 28 (44,4) 22 (35,0) 63 (100,0) Negativo 3 (10,8) 13 (46,4) 12 (42,8) 28 (100,0) Positivo 2 (10,0) 11 (55,0) 7 (35,0) 20 (100,0) Negativo 3 (16,6) 8 (44,5) 7 (38,9) 18 (100,0) Positivo 9 (26,5) 15 (44,1) 10 (29,4) 34 (100,0) Negativo 10 (23,3) 17 (39,5) 16 (37,2) 43 (100,0) Positivo 6 (12,2) 28 (57,1) 15 (30,7) 49 (100,0) Negativo 9 (27,3) 13 (39,4) 11 (33,3) 33 (100,0) Positivo 7 (14,3) 24 (49,0) 18 (36,7) 49 (100,0) Progesterona Grupo 1 0,165 Grupo 2 0,106 Grupo 3 0,113 Grupo 4 0,075 Her-2 Grupo 1 0,191 Negativo 4 (9,6) 22 (52,4) 16 (38,0) 42 (100,0) Positivo 0 (0,0) 1 (25,0) 3 (75,0) 4 (100,0) Inconclusivo 1 (0,0) 0 (0,0) (0,0) 1 (100,0) Negativo 8 (21,7) 17 (45,9) 12 (32,4) 37 (100,0) Positivo 4 (30,7) 5 (38,6) 4 (30,7) 13 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 11 (19,4) 27 (47,3) 19 (33,3) 57 (100,0) Positivo 3 (10,0) 15 (50,0) 12 (40,0) 30 (100,0) Inconclusivo 2 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (100,0) Grupo 2 0,153 Grupo 3 Negativo 0,109 Grupo 4 0,079 Negativo 9 (14,3) 32 (50,8) 22 (34,9) 63 (100,0) Positivo 7 (36,9) 5 (26,2) 7 (36,9) 19 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) *Qi-quadrado / exato de Fisher Nota: Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 73 Tabela 16: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e Receptores Hormonais (geral). Receptores Hormonais AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) Estrógeno P valor* 0,020 Negativo 20 (20,7) 47 (48,4) 30 (30,9) 97 (100,0) Positivo 45 (25,4) 94 (53,2) 38 (21,4) 177 (100,0) Progesterona 0,014 Negativo 22 (18,0) 66 (54,0) 34 (28,0) 122 (100,0) Positivo 43 (28,0) 76 (49,3) 35 (22,7) 154 (100,0) Her-2 0,025 Negativo 46 (22,9) 100 (49,7) 55 (27,4) 201 (100,0) Positivo 18 (27,3) 36 (54,5) 12 (18,2) 66 (100,0) Inconclusivo 1 (33,4) 2 (66,6) 0 (0,0) 3 (100,0) *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 74 Tabela 17: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e Receptores Hormonais (por grupo). Receptores Hormonais AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) P valor* Estrógeno Grupo 1 0,114 Negativo 7 (25,0) 12 (42,9) 9 (32,1) 28 (100,0) Positivo 7 (35,0) 8 (40,0) 5 (25,0) 20 (100,0) Grupo 2 0,038 Negativo 0 (0,0) 14 (73,7) 5 (26,3) 19 (100,0) Positivo 9 (26,5) 18 (52,9) 7 (20,6) 34 (100,0) Grupo 3 0,073 Negativo 8 (25,8) 12 (38,7) 11 (35,5) 31 (100,0) Positivo 15 (25,0) 34 (56,6) 11 (18,3) 60 (100,0) Grupo 4 0,149 Negativo 5 (26,3) 9 (20,9) 5 (25,0) 19 (100,0) Positivo 14 (73,7) 34 (79,2) 15 (75,0) 63 (100,0) Negativo 6 (21,4) 13 (46,4) 9 (32,2) 28 (100,0) Positivo 8 (40,0) 7 (35,0) 5 (25,0) 20 (100,0) Negativo 1 (5,6) 15 (83,3) 2 (11,1) 18 (100,0) Positivo 8 (22,9) 17 (48,5) 10 (28,6) 35 (100,0) Negativo 9 (20,9) 19 (44,2) 15 (34,9) 43 (100,0) Positivo 14 (28,0) 28 (56,0) 8 (16,0) 50 (100,0) Negativo 6 (18,2) 19 (57,6) 8 (24,2) 33 (100,0) Positivo 13 (26,5) 24 (48,9) 12 (24,6) 49 (100,0) Progesterona Grupo 1 0,080 Grupo 2 0,180 Grupo 3 0,025 Grupo 4 0,113 Her-2 Grupo 1 0,082 Negativo 11 (26,2) 19 (45,2) 12 (28,6) 42 (100,0) Positivo 2 (50,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 4 (100,0) Inconclusivo 1 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (100,0) Negativo 6 (16,2) 21 (56,7) 10 (27,1) 37 (100,0) Positivo 3 (21,4) 9 (64,3) 2 (14,3) 14 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Negativo 16 (27,2) 25 (42,3) 18 (30,5) 59 (100,0) Positivo 7 (24,1) 18 (62,0) 4 (13,9) 29 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 2 (100,0) 0 (0,0) 2 (100,0) Grupo 2 0,131 Grupo 3 0,085 Grupo 4 0,134 Negativo 13 (20,7) 35 (55,5) 15 (23,8) 63 (100,0) Positivo 6 (31,6) 8 (42,1) 5 (26,3) 19 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) *Qi-quadrado / exato de Fisher Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 75 Tabela 18: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs13281615 e Receptores Hormonais (geral). Receptores Hormonais AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) Estrógeno P valor* 0,056 Negativo 26 (26,5) 42 (42,8) 30 (30,7) 98 (100,0) Positivo 47 (26,5) 86 (48,7) 44 (24,8) 177 (100,0) Progesterona 0,056 Negativo 36 (29,3) 54 (43,9) 33 (26,8) 123 (100,0) Positivo 38 (24,7) 74 (48,0) 42 (27,3) 154 (100,0) Her-2 0,056 Negativo 52 (25,9) 93 (46,2) 56 (27,9) 201 (100,0) Positivo 17 (25,4) 32 (47,7) 18 (26,9) 67 (100,0) Inconclusivo 2 (66,6) 1 (33,4) 0 (0,0) 3 (100,0) *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 76 Tabela 19: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs13281615 e Receptores Hormonais (por grupo). Receptores Hormonais AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) P valor* Estrógeno Grupo 1 0,151 Negativo 7 (25,0) 15 (53,6) 6 (21,4) 28 (100,0) Positivo 7 (35,0) 6 (30,0) 7 (35,0) 20 (100,0) Grupo 2 0,121 Negativo 4 (21,0) 7 (36,8) 8 (42,2) 19 (100,0) Positivo 7 (20,6) 18 (52,9) 9 (26,5) 34 (100,0) Grupo 3 0,100 Negativo 9 (28,1) 13 (40,6) 10 (31,3) 32 (100,0) Positivo 16 (26,7) 32 (53,3) 12 (20) 60 (100,0) Grupo 4 0,138 Negativo 6 (31,6) 7 (36,8) 6 (31,6) 19 (100,0) Positivo 17 (27,0) 30 (47,6) 16 (25,4) 63 (100,0) Negativo 7 (25,0) 16 (57,1) 5 (17,9) 28 (100,0) Positivo 7 (35,0) 5 (25,0) 8 (40,0) 20 (100,0) Negativo 4 (22,2) 7 (38,9) 7 (38,9) 18 (100,0) Positivo 7 (20,0) 18 (51,4) 10 (28,6) 35 (100,0) Negativo 15 (34,1) 17 (38,6) 12 (27,3) 44 (100,0) Positivo 11 (22,0) 28 (56,0) 11 (22,0) 50 (100,0) Negativo 10 (30,3) 14 (42,4) 9 (27,3) 33 (100,0) Positivo 13 (26,5) 23 (47,0) 13 (26,5) 49 (100,0) Progesterona Grupo 1 0,132 Grupo 2 0,148 Grupo 3 0,102 Grupo 4 0,118 Her-2 Grupo 1 0,169 Negativo 11 (26,2) 19 (45,2) 12 (28,6) 42 (100,0) Positivo 2 (50,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 4 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 1 (100,0) 0 (0,0) 1 (100,0) Negativo 7 (19,0) 20 (54,0) 10 (27,0) 37 (100,0) Positivo 3 (21,4) 4 (28,6) 7 (50,0) 14 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 14 (23,7) 29 (49,1) 16 (27,2) 59 (100,0) Positivo 9 (30,0) 15 (50,0) 6 (20,0) 30 (100,0) Inconclusivo 2 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (100,0) Grupo 2 0,117 Grupo 3 Negativo 0,030 Grupo 4 0,127 Negativo 20 (31,7) 25 (39,7) 18 (28,6) 63 (100,0) Positivo 3 (15,8) 12 (63,1) 4 (21,1) 19 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) *Qi-quadrado / exato de Fisher Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 77 Tabela 20: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e Receptores Hormonais (geral). Receptores Hormonais CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) Estrógeno P valor* 0,073 Negativo 13 (13,3) 44 (44,9) 41 (41,8) 98 (100,0) Positivo 22 (12,4) 81 (45,8) 74 (40,6) 177 (100,0) Progesterona 0,066 Negativo 12 (9,7) 61 (49,5) 50 (43,1) 123 (100,0) Positivo 23 (14,9) 65 (42,2) 66 (42,9) 154 (100,0) Negativo 27 (13,4) 90 (44,7) 84 (41,9) 201 (100,0) Positivo 7 (10,5) 32 (47,7) 28 (41,8) 67 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 1 (33,3) 2 (66,7) 3 (100,0) Her-2 0,062 *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 78 Tabela 21: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e Receptores Hormonais (por grupo). Receptores Hormonais CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) P valor* Estrógeno Grupo 1 0,141 Negativo 5 (17,8) 11 (39,2) 12 (43,0) 28 (100,0) Positivo 3 (15,0) 7 (35,0) 10 (50,0) 20 (100,0) Grupo 2 0,152 Negativo 3 (15,8) 6 (31,6) 10 (52,6) 19 (100,0) Positivo 5 (14,7) 13 (38,2) 16 (47,1) 34 (100,0) Grupo 3 0,136 Negativo 4 (12,5) 18 (56,2) 10 (31,3) 32 (100,0) Positivo 7 (11,7) 34 (56,7) 19 (31,6) 60 (100,0) Grupo 4 Negativo 1 (5,2) 9 (47,4) 9 (47,4) 19 (100,0) Positivo 7 (11,1) 27 (42,9) 29 (46,0) 63 (100,0) Negativo 4 (14,3) 11 (39,3) 13 (46,4) 28 (100,0) Positivo 4 (20,0) 7 (35,0) 9 (45,0) 20 (100,0) Negativo 2 (11,1) 6 (33,3) 10 (55,6) 18 (100,0) Positivo 6 (17,1) 13 (37,1) 16 (45,8) 35 (100,0) Negativo 4 (9,1) 28 (63,6) 12 (27,3) 44 (100,0) Positivo 7 (14,0) 25 (50,0) 18 (36,0) 50 (100,0) Negativo 2 (6,0) 16 (48,5) 15 (45,5) 33 (100,0) Positivo 6 (12,2) 20 (40,9) 23 (46,9) 49 (100,0) 0,147 Progesterona Grupo 1 0,147 Grupo 2 0,122 Grupo 3 0,124 Grupo 4 0,130 Her-2 Grupo 1 0,173 Negativo 8 (19,0) 15 (35,7) 19 (45,3) 42 (100,0) Positivo 0 (0,0) 3 (75,0) 1 (25,0) 4 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 1 (100,0) 1 (100,0) Negativo 7 (18,9) 13 (35,1) 17 (46,0) 37 (100,0) Positivo 0 (0,0) 5 (35,7) 9 (64,3) 14 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Negativo 6 (10,1) 33 (55,9) 20 (34,0) 59 (100,0) Positivo 5 (16,6) 17 (56,7) 8 (26,7) 30 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 1 (50,0) 1 (50,0) 2 (100,0) Grupo 2 0,046 Grupo 3 0,107 Grupo 4 0,147 Negativo 6 (9,5) 29 (46,0) 28 (44,5) 63 (100,0) Positivo 2 (10,5) 7 (36,9) 10 (52,6) 19 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) *Qi-quadrado / exato de Fisher Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 79 Tabela 22: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e Receptores Hormonais (geral). TT N (%) TC N (%) CC N (%) Total N (%) Negativo 51 (52,6) 40 (41,2) 6 (6,2) 97 (100,0) Positivo 80 (45,2) 83 (46,9) 14 (7,9) 177 (100,0) Receptores Hormonais Estrógeno 0,042 Progesterona 0,077 Negativo 61 (50,0) 50 (41,0) 11 (9,0) 122 (100,0) Positivo 71 (46,1) 74 (48,1) 9 (5,8) 154 (100,0) Negativo 98 (48,8) 89 (44,3) 14 (6,9) 201 (100,0) Positivo 39 (51,4) 31 (40,7) 6 (7,9) 76 (100,0) 0 (0,0) 3 (100) 0 (0,0) 3 (100,0) HER-2 Inconclusivo P valor* 0,042 *Qi-quadrado Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 80 Tabela 23: Correlação entre frequência dos genótipos do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e Receptores Hormonais (por grupo). Receptores Hormonais TT N (%) TC N (%) CC N (%) P valor* Estrógeno Grupo 1 0,109 Negativo 13 (46,4) 12 (42,9) 3 (10,7) 28 (100,0) Positivo 11 (55,0) 9 (45,0) 0 (0,0) 20 (100,0) Negativo 10 (52,6) 8 (42,1) 1 (5,3) 19 (100,0) Positivo 18 (53,0) 15 (44,1) 1 (2,9) 34 (100,0) Negativo 19 (61,3) 11 (35,5) 1 (3,2) 31 (100,0) Positivo 22 (36,6) 30 (50,0) 8 (13,4) 60 (100,0) Grupo 2 0,193 Grupo 3 0,007 Grupo 4 0,162 Negativo 9 (47,3) 9 (47,3) 1 (5,4) 19 (100,0) Positivo 29 (46,0) 29 (46,0) 5 (8,0) 63 (100,0) Negativo 14 (50,0) 12 (42,8) 2 (7,2) 28 (100,0) Positivo 10 (50,0) 9 (45,0) 1 (5,0) 20 (100,0) Progesterona Grupo 1 0,186 Grupo 2 0,171 Negativo 10 (55,5) 8 (44,5) 0 (0,0) 18 (100,0) Positivo 18 (51,4) 15 (42,8) 2 (5,8) 35 (100,0) Negativo 25 (58,1) 14 (32,6) 4 (9,3) 43 (100,0) Positivo 13 (28,2) 28 (60,9) 5 (10,9) 46 (100,0) Negativo 12 (36,3) 16 (48,5) 5 (15,2) 33 (100,0) Positivo 26 (53,1) 22 (44,9) 1 (2,0) 49 (100,0) Negativo 22 (52,4) 18 (42,9) 2 (4,7) 42 (100,0) Positivo 1 (25,0) 2 (50,0) 1 (25,0) 4 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 1 (100) 0 (0,0) 1 (100,0) Negativo 20 (54,0) 15 (40,6) 2 (5,4) 37 (100,0) Positivo 6 (42,9) 8 (57,1) 0 (0,0) 14 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Grupo 3 0,024 Grupo 4 0,015 Her-2 Grupo 1 0,075 Grupo 2 0,201 Grupo 3 0,119 Negativo 26 (44,1) 26 (44,1) 7 (11,8) 59 (100,0) Positivo 14 (48,3) 13 (44,8) 2 (6,9) 29 (100,0) 0 (0,0) 2 (100,0) 0 (0,0) 2 (100,0) Negativo 30 (47,6) 30 (47,6) 3 (4,8) 63 (100,0) Positivo 8 (42,1) 8 (42,1) 3 (15,8) 19 (100,0) Inconclusivo 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) Inconclusivo Grupo 4 0,098 *Qi-quadrado / exato de Fisher Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 81 Quando realizamos análise dos diferentes polimorfismos com os receptores hormonais notamos uma frequência aumentada de heterozigose nos indivíduos com receptor de estrógeno positivo. No caso do SNP rs3803662 no gene TNRC9, um percentual considerável dos indivíduos cujo receptor hormonal era negativo apresentava homozigose para o alelo G. Em relação ao Her-2 a associação foi com a negatividade, sendo que 79,9% desses casos estavam em heterozigose. Quando a mesma análise é realizada com o SNP rs2981582 no gene FGFR2, notamos a presença do genótipo hetrozigoto AG em 53,2% dos casos com receptor de estrógeno positivo. Adicionalmente tanto para estrógeno quanto para progesterona, notamos um aumento na frequência do alelo A nos casos cujo receptor ER ou PR eram positivos. O SNP rs3817198 no gene LSP1 apresentou associação com receptor de estrógeno, estando o alelo T (em homozigose) mais freqüente nos casos cujo receptor de estrógeno era negativo e a combinação de ambos os alelos (heterozigose) ocorreu com mais freqüência nos casos ER positivos. Em relação aos SNPs rs13281615 e rs889312, não encontramos associação da freqüência dos mesmos com os receptores hormonais considerados. Quando a análise dos polimorfismos com os receptores hormonais é realizada de forma separada entre os grupos estudados notamos algumas associações. Em relação ao SNP rs2981582 no gene FGFR2 notamos associação do grupo 2 com o receptor de estrógeno, onde a presença de homozigotos AA não foi observada e, heterozigose AG estava presente em 73,7% dos casos estrógeno negativos. Adicionalmente quando essa mesma análise é realizada para o SNP rs13281615 observamos uma associação com a negatividade de her-2 no grupo 3, sendo que 49,1%, eram heterozigotos AG. Já para o SNP rs889312 no gene MAP3K1 a associação com her-2 negativo é vista no grupo 2, 46,0%, dos casos negativos tinha a presença em homozigose do alelo A. E por fim o SNP rs3817198 no gene LSP1 mostrou associação com receptor de estrógeno no grupo 3, onde 50,0% dos casos estrógeno positivo eram heterozigotos (TC). Por fim, no caso do SNP rs3803662 no gene TNRC9, a frequência aumentada do alelo G em homozigose fica mais evidente nos grupos 1 e 3, onde a maioria dos casos cujo receptor de estrógeno é negativo apresentam genótipo GG; Na sequência, realizamos uma correlação entre os polimorfismos com as características da história familiar classicamente associadas à presença de síndromes de 82 predisposição hereditária ao câncer de mama (como idade ao diagnóstico, número de gerações afetadas, número de casos de câncer, número de casos de câncer de mama, presença de câncer de mama bilateral, câncer de ovário). Uma análise dos genótipos versus os receptores hormonais foi realizada considerando separadamente os indivíduos mutados em BRCA1 com aqueles com mutação identificada no gene BRCA2, porém nenhuma associação foi observada nessa análise (dados não mostrados). A análise da história familiar de câncer com os diferentes polimorfimos estudados encontra-se detalhada nas tabelas 24 a 28. 83 Tabela 24: Correlação entre frequência do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de casos de câncer Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Presenca câncer mama bilateral Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Presença câncer ovário Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Número de gerações com câncer Grupo 1 1 2 3 4 Grupo 2 1 2 3 4 AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (25,0) 3 (7,0) 2 (25,0) 25 (58,1) 4 (50,0) 15 (34,9) 8 (100,0) 43 (100,0) 6 (33,3) 6 (17,1) 5 (27,7) 19 (54,3) 7 (38,9) 10 (28,6) 18 (100,0) 35 (100,0) 5 (12,8) 12 (20,3) 18 (46,2) 29 (49,2) 16 (41,0) 18 (30,5) 39 (100,0) 59 (100,0) 11 (20,4) 3 (16,6) 24 (44,4) 10 (55,6) 19 (35,2) 5 (27,8) 54 (100,0) 18 (100,0) P valor* 0,235 0,149 0,055 0,147 0,198 1 (10,0) 4 (9,8) 6 (60,0) 21 (51,2) 3 (30,0) 16 (39,0) 10 (100,0) 41 (100,0) 2 (40,0) 10 (20,8) 1 (20,0) 23 (48,0) 2 (40,0) 15 (31,2) 5 (100,0) 48 (100,0)) 1 (20,0) 16 (17,2) 2 (40,0) 45 (48,4) 2 (40,0) 32 (34,4) 5 (100,0) 93 (100,0) 0 (0,0) 13 (18,3) 0 (0,0) 34 (47,9) 0 (0,0) 24 (33,8) 0 (0,0) 71 (100,0) 0 (0,0) 5 (13,2) 7 (53,8) 20 (52,6) 6 (46,2) 13 (34,2) 13 (100,0) 38 (100,0) 1 (25,0) 11 (22,5) 3 (75,5) 21 (42,9) 0 (0,0) 17 (34,6) 4 (100,0) 49 (100,0) 3 (27,3) 14 (16,1) 5 (45,4) 42 (48,3) 3 (27,3) 31 (35,6) 11 (100,0) 87 (100,0) 0 (0,0) 13 (18,3) 0 (0,0) 34 (47,9) 0 (0,0) 24 (33,8) 0 (0,0) 71 (100,0) 1 (11,1) 4 (20,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 3 (33,3) 8 (40,0) 13 (68,4) 3 (100,0) 5 (55,6) 8 (40,0) 6 (31,6) 0 (0,0) 9 (100,0) 20 (100,0) 19 (100,0) 3 (100,0) 5 (45,5) 4 (16,0) 3 (17,7) 0 (0,0) 4 (36,4) 12 (48,0) 8 (47,0) 0 (0,0) 2 (18,1) 9 (36,0) 6 (35,3) 0 (0,0) 11 (100,0) 25 (100,0) 17 (100,0) 0 (0,0) 0,234 0,253 ** 0,098 0,175 0,122 ** 0,086 0,039 84 Tabela 24 (Cont.): Correlação entre frequência do polimorfismo rs3803662 no gene TNRC9 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de gerações com câncer Grupo 3 1 2 3 4 Grupo 4 1 2 3 4 Número de casos cancer de mama Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Idade ao diagnóstico Grupo 1 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 2 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 3 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 4 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (12,5) 9 (18,0) 5 (17,9) 1 (33,3) 8 (50,0) 24 (48,0) 14 (50,0) 1 (33,3) 6 (37,5) 17 (34,0) 9 (32,1) 1 (33,4) 16 (100,0) 50 (100,0) 28 (100,0) 3 (100,0) 10 (22,2) 3 (12,5) 1 (33,3) 0 (0,0) 18 (40,0) 15 (62,5) 1 (33,3) 0 (0,0) 17 (37,8) 6 (25,0) 1 (33,4) 0 (0,0) 45 (100,0) 24 (100,0) 3 (100,0) 0 (0,0) 3 (13,0) 2 (7,1) 8 (34,8) 19 (67,9) 12 (52,2) 7 (25,0) 23 (100,0) 28 (100,0) 11 (25,6) 1 (10,0) 18 (41,9) 6 (60,0) 14 (32,5) 3 (30,0) 43 (100,0) 10 (100,0) 11 (14,5) 6 (28,6) 37 (48,7) 9 (42,8) 28 (36,8) 6 (28,6) 76 (100,0) 21 (100,0) 14 (19,4) 0 (0,0) 34 (47,2) 0 (0,0) 24 (33,4) 0 (0,0) 72 (100,0) 0 (0,0) 0 (0,0) 4 (11,8) 1 (11,1) 4 (50,0) 16 (47,0) 7 (77,8) 4 (50,0) 14 (41,2) 1 (11,1) 8 (100,0) 34 (100,0) 9 (100,0) 4 (16,7) 7 (29,2) 1 (20,0) 14 (58,3) 10 (41,6) 0 (0,0) 6 (25,0) 7 (29,2) 4 (80,0) 24 (100,0) 24 (100,0) 5 (100,0) 3 (10,0) 9 (16,6) 4 (30,8) 12 (40,0) 28 (51,9) 7 (53,9) 15 (50,0) 17 (31,5) 2 (15,3) 30 (100,0) 54 (100,0) 13 (100,0) 0 (0,0) 10 (25,0) 6 (14,3) 0 (0,0) 12 (30,0) 25 (59,5) 0 (0,0) 18 (45,0) 11 (26,2) 0 (0,0) 40 (100,0) 42 (100,0) P valor* 0,066 0,107 0,089 0,167 0,061 ** 0,041 0,083 0,004 0,106 *Qi-quadrado / exato de Fisher **Não foi possível realizar a análise comparativa no grupo 4 para as variáveis presença de câncer de mama bilateral, presença de câncer de ovário e idade ao dignóstico. Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 85 Tabela 25: Correlação entre frequência do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de casos de câncer Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Presenca câncer mama bilateral Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Presença câncer ovário Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Número de gerações com câncer Grupo 1 1 2 3 4 Grupo 2 1 2 3 4 AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (25,0) 12 (27,9) 1 (12,5) 21 (48,8) 5 (62,5) 10 (23,3) 8 (100,0) 43 (100,0) 4 (22,2) 5 (13,9) 10 (55,6) 23 (63,9) 4 (22,2) 8 (22,2) 18 (100,0) 36 (100,0) 11 (27,5) 15 (25,4) 17 (42,5) 32 (54,2) 12 (30,0) 12 (20,4) 40 (100,0) 59 (100,0) 15 (27,7) 2 (11,1) 25 (46,3) 13 (72,2) 14 (26,0) 3 (16,7) 54 (100,0) 18 (100,0) P valor* 0,074 0,164 0,100 0,144 0,111 3 (30,0) 11 (26,8) 6 (60,0) 16 (39,0) 1 (10,0) 14 (34,2) 10 (100,0) 41 (100,0) 0 (0,0) 9 (18,3) 4 (80,0) 29 (59,2) 1 (20,0) 11 (22,5) 5 (100,0) 49 (100,0) 1 (20,0) 25 (26,6) 3 (60,0) 46 (48,9) 1 (20,0) 23 (24,5) 5 (100,0) 94 (100,0) 0 (0,0) 17 (24,0) 0 (0,0) 38 (53,5) 0 (0,0) 16 (22,5) 0 (0,0) 71 (100,0) 2 (15,4) 12 (31,6) 7 (53,9) 15 (39,5) 4 (30,7) 11 (28,9) 13 (100,0) 38 (100,0) 0 (0,0) 9 (18,0) 3 (75,0) 30 (60,0) 1 (25,0) 11 (22,0) 4 (100,0) 50 (100,0) 0 (0,0) 26 (29,2) 8 (80,0) 41 (46,1) 2 (20,0) 22 (24,7) 10 (100,0) 89 (100,0) 0 (0,0) 17 (24,0) 0 (0,0) 38 (53,5) 0 (0,0) 16 (22,5) 0 (0,0) 71 (100,0) 2 (22,2) 8 (40,0) 2 (10,5) 2 (66,7) 3 (33,3) 6 (30,0) 13 (68,4) 0 (0,0) 4 (44,5) 6 (30,0) 4 (21,1) 1 (33,3) 9 (100,0) 20 (100,0) 19 (100,0) 3 (100,0) 1 (9,1) 6 (24,0) 2 (11,1) 0 (0,0) 6 (54,5) 15 (60,0) 12 (66,6) 0 (0,0) 4 (36,4) 4 (16,0) 4 (22,3) 0 (0,0) 11 (100,0) 25 (100,0) 18 (100,0) 0 (0,0) 0,257 0,249 ** 0,129 0,269 0,111 ** 0,077 0,109 86 Tabela 25 (Cont.): Correlação entre frequência do polimorfismo rs2981582 no gene FGFR2 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de gerações com câncer Grupo 3 1 2 3 4 Grupo 4 1 2 3 4 Número de casos câncer de mama Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Idade ao diagnóstico Grupo 1 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 2 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 3 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 4 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 3 (18,7) 14 (8,4) 8 (27,6) 1 (33,3) 7 (43,8) 23 (13,7) 17 (58,6) 1 (33,3) 6 (37,5) 13 (77,9) 4 (13,8) 1 (33,4) 16 (100,0) 50 (100,0) 29 (100,0) 3 (100,0) 14 (31,1) 3 (12,5) 0 (0,0) 0 (0,0) 22 (48,9) 14 (58,3) 2 (66,3) 0 (0,0) 9 (20,0) 7 (29,2) 1 (33,4) 0 (0,0) 45 (100,0) 24 (100,0) 3 (100,0) 0 (0,0) 6 (26,1) 8 (28,6) 7 (30,4) 15 (53,6) 10 (43,5) 5 (17,8) 23 (100,0) 28 (100,0) 9 (20,5) 0 (0,0) 25 (56,8) 8 (66,6) 10 (22,7) 4 (33,4) 44 (100,0) 10 (100,0) 18 (23,7) 7 (31,8) 38 (50,0) 11 (50,0) 20 (26,3) 4 (18,2) 76 (100,0) 22 (100,0) 17 (23,6) 0 (0,0) 38 (52,8) 0 (0,0) 17 (23,6) 0 (0,0) 72 (100,0) 0 (0,0) 2 (25,0) 10 (29,4) 2 (22,2) 4 (50,0) 13 (38,2) 5 (55,6) 2 (25,0) 11 (32,4) 2 (22,2) 8 (100,0) 34 (100,0) 9 (100,0) 6 (25,0) 3 (12,0) 0 (0,0) 12 (50,0) 18 (72,0) 3 (60,0) 6 (25,0) 4 (16,0) 2 (40,0) 24 (100,0) 25 (100,0) 5 (100,0) 10 (33,3) 13 (23,2) 3 (25,0) 12 (40,0) 31 (55,4) 6 (50,0) 8 (26,7) 12 (21,4) 3 (25,0) 30 (100,0) 56 (100,0) 12 (100,0) 0 (0,0) 10 (25,0) 9 (21,4) 0 (0,0) 19 (47,5) 24 (57,1) 0 (0,0) 11 (27,5) 9 (21,5) 0 (0,0) 40 (100,0) 42 (100,0) P valor* 0,035 0,025 0,063 0,162 0,087 ** 0,125 0,080 0,085 0,125 * Qi-quadrado / exato de Fisher **Não foi possível realizar a análise comparativa no grupo 4 para as variáveis presença de câncer de mama bilateral, presença de câncer de ovário e número de casos de câncer de mama. Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 87 Tabela 26: Correlação entre frequência do polimorfismo rs13281615 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de casos de câncer Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Presenca câncer mama bilateral Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Presença câncer ovário Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Número de gerações com câncer Grupo 1 1 2 3 4 Grupo 2 1 2 3 4 AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (25,0) 12 (27,9) 6 (75,0) 18 (41,8) 0 (0,0) 13 (33,3) 8 (100,0) 43 (100,0) 7 (41,2) 4 (11,1) 8 (47,0) 17 (47,2) 2 (11,8) 15 (41,7) 18 (100,0) 36 (100,0) 12 (30,0) 15 (25,0) 22 (55,0) 26 (43,3) 6 (15,0) 19 (31,7) 40 (100,0) 60 (100,0) 15 (27,8) 3 (16,6) 27 (50,0) 8 (44,4) 12 (22,2) 7 (38,8) 54 (100,0) 18 (100,0) P valor* 0,133 0,003 0,039 0,056 0,008 1 (10,0) 13 (31,7) 3 (30,0) 21 (51,2) 6 (60,0) 7 (17,1) 41 (100,0) 10 (100,0) 0 (0,0) 11 (22,5) 1 (20,0) 25 (51,0) 4 (80,0) 13 (26,5) 5 (100,0) 49 (100,0) 2 (40,0) 25 (26,3) 1 (20,0) 47 (49,5) 2 (40,0) 23 (24,2) 95 (100,0) 5 (100,0) 0 (0,0) 18 (25,3) 0 (0,0) 34 (47,9) 0 (0,0) 19 (26,8) 0 (0,0) 71 (100,0) 5 (38,5) 9 (23,7) 6 (46,1) 18 (47,3) 2 (15,4) 11 (29,0) 13 (100,0) 38 (100,0) 1 (25,0) 10 (20,0) 3 (75,0) 23 (46,0) 0 (0,0) 17 (34,0) 4 (100,0) 50 (100,0) 5 (45,4) 22 (24,7) 3 (27,3) 45 (50,6) 3 (27,3) 22 (24,7) 11 (100,0) 89 (100,0) 0 (0,0) 18 (25,3) 0 (0,0) 34 (47,9) 0 (0,0) 19 (26,8) 0 (0,0) 71 (100,0) 2 (22,2) 3 (15,0) 9 (47,4) 0 (0,0) 4 (44,5) 14 (70,0) 5 (26,3) 1 (33,3) 3 (33,3) 3 (15,0) 5 (26,3) 2 (66,7) 9 (100,0) 20 (100,0)) 19 (100,0) 3 (100,0) 6 (54,6) 3 (12,0) 2 (1,2) 0 (0,0) 4 (36,3) 14 (56,0) 8 (44,4) 0 (0,0) 1 (9,1) 8 (32,0) 8 (44,4) 0 (0,0) 11 (100,0) 25 (100,0) 18 (100,0) 0 (0,0) 0,020 0,245 ** 0,086 0,167 0,130 ** 0,090 0,003 88 Tabela 26 (Cont.): Correlação entre frequência do polimorfismo rs13281615 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de gerações com câncer Grupo 3 1 2 3 4 Grupo 4 1 2 3 4 Número de casos câncer de mama Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Idade ao diagnóstico Grupo 1 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 2 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 3 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 4 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 6 (37,5) 16 (32,0) 5 (16,6) 0 (0,0) 8 (50,0) 23 (46,0) 14 (46,7) 2 (66,7) 2 (12,5) 11 (22,0) 11 (36,7) 1 (33,3) 16 (100,0) 50 (100,0) 30 (100,0) 3 (100,0) 13 (28,9) 4 (16,6) 1 (33,3) 0 (0,0) 24 (53,3) 10 (41,7) 1 (33,3) 0 (0,0) 8 (17,8) 10 (41,7) 1 (33,4) 0 (0,0) 45 (100,0) 24 (100,0) 3 (100,0) 0 (0,0) 5 (21,7) 9 (32,1) 14 (60,9) 10 (35,8) 4 (17,4) 9 (32,1) 23 (100,0) 28 (100,0) 10 (22,7) 1 (10,0) 21 (47,7) 5 (50,0) 13 (29,6) 4 (40,0) 44 (100,0) 10 (100,0) 22 (28,6) 5 (22,7) 35 (45,4) 12 (54,6) 20 (26,0) 5 (22,7) 77 (100,0) 22 (100,0) 18 (25,0) 0 (0,0) 35 (48,6) 0 (0,0) 19 (26,4) 0 (0,0) 72 (100,0) 0 (0,0) 4 (50,0) 7 (20,5) 3 (33,3) 4 (50,0) 18 (53,0) 2 (22,2) 0 (0,0) 9 (26,5) 4 (44,5) 8 (100,0) 34 (100,0) 9 (100,0) 8 (33,3) 2 (8,0) 1 (20,0) 8 (33,3) 15 (60,0) 3 (60,0) 8 (33,4) 8 (32,0) 1 (20,0) 24 (100,0) 25 (100,0) 5 (100,0) 11 (36,6) 13 (23,2) 3 (23,1) 13 (43,4) 27 (48,2) 8 (61,5) 6 (20,0) 16 (28,6) 2 (15,4) 30 (100,0) 56 (100,0) 13 (100,0) 0 (0,0) 13 (32,5) 10 (23,8) 0 (0,0) 19 (47,5) 18 (42,9) 0 (0,0) 8 (20,0) 14 (33,3) 0 (0,0) 40 (100,0) 42 (100,0) P valor* 0,005 0,033 0,148 0,130 0,130 ** 0,034 0,097 0,065 0,049 * Qi-quadrado / exato de Fisher **Não foi possível realizar a análise comparativa no grupo 4 para as variáveis presença de câncer de mama bilateral, presença de câncer de ovário e número de casos de câncer de mama. Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 89 Tabela 27: Correlação entre frequência do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de casos de câncer Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Presença câncer mama bilateral Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Presença câncer ovário Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Número de gerações com câncer Grupo 1 1 2 3 4 Grupo 2 1 2 3 4 CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) 2 (25,0) 6 (14,0) 2 (25,0) 19 (44,1) 4 (50,0) 18 (41,9) 8 (100,0) 43 (100,0) 4 (22,2) 4 (11,1) 7 (38,9) 13 (36,1) 7 (38,9) 19 (52,8) 18 (100,0) 36 (100,0) 5 (12,5) 6 (10,0) 19 (47,5) 36 (60,0) 16 (40,0) 18 (30,0) 40 (100,0) 60 (100,0) 3 (5,6) 3 (16,6) 24 (44,4) 9 (50,0) 27 (50,0) 6 (33,4) 54 (100,0) 18 (100,0) P valor* 0,205 0,077 0,109 0,048 0,079 2 (20,0) 6 (14,6) 6 (60,0) 15 (36,6) 2 (20,0) 20 (48,8) 10 (100,0) 41 (100,0) 2 (40,0) 6 (12,2) 3 (60,0) 17 (34,7) 0 (0,0) 26 (53,1) 5 (100,0) 49 (100,0) 1 (20,0) 10 (10,5) 3 (60,0) 52 (54,7) 1 (20,0) 33 (34,8) 5 (100,0) 95 (100,0) 0 (0,0) 6 (8,2) 0 (0,0) 33 (45,2) 0 (0,0) 34 (46,6) 0 (0,0) 71 (100,0) 1 (7,6) 7 (18,4) 6 (46,2) 15 (39,5) 6 (46,2) 16 (42,1) 13 (100,0) 38 (100,0) 0 (0,0) 8 (16,0) 1 (25,0) 19 (38,0) 3 (75,0) 23 (46,0) 4 (100,0) 50 (100,0) 1 (9,0) 10 (11,2) 5 (45,5) 50 (56,2) 5 (45,5) 29 (32,6) 11 (100,0) 89 (100,0) 0 (0,0) 6 (8,4) 0 (0,0) 33 (46,5) 0 (0,0) 32 (45,1) 0 (0,0) 71 (100,0) 0 (0,0) 5 (25,0) 3 (15,8) 0 (0,0) 6 (66,7) 4 (20,0) 9 (47,3) 2 (66,4) 3 (33,3) 11 (55,0) 7 (36,9) 1 (33,3) 9 (100,0) 20 (100,0) 19 (100,0) 3 (100,0) 0,019 0,199 ** 0,147 0,164 0,156 ** 0,088 0,081 3 (27,3) 3 (12,0) 2 (11,1) 0 (0,0) 3 (27,3) 10 (40,0) 7 (38,9) 0 (0,0) 5 (45,4) 12 (48,0) 9 (50,0) 0 (0,0) 11 (100,0) 25 (100,0) 18 (100,0) 0 (0,0) 90 Tabela 27 (Cont.): Correlação entre frequência do polimorfismo rs889312 no gene MAP3K1 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de gerações com câncer Grupo 3 1 2 3 4 Grupo 4 1 2 3 4 Número de casos câncer de mama Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Idade ao diagnóstico Grupo 1 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 2 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 3 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 4 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) 1 (6,3) 6 (12,0) 4 (13,3) 0 (0,0) 9 (56,2) 22 (44,0) 20 (66,7) 3 (100,0) 6 (37,5) 22 (44,0) 6 (20,0) 0 (0,0) 16 (100,0) 50 (100,0) 30 (100,0) 3 (100,0) 3 (6,7) 2 (8,3) 1 (33,3) 0 (0,0) 18 (40,0) 14 (58,4) 1 (33,3) 0 (0,0) 24 (53,3) 8 (33,3) 1 (33,4) 0 (0,0) 45 (100,0) 24 (100,0) 3 (100,0) 5 (21,8) 3 (10,7) 9 (39,1) 12 (42,8) 9 (39,1) 13 (46,5) 23 (100,0) 28 (100,0) 7 (15,9) 1 (10,0) 17 (38,6) 3 (30,0) 20 (45,5) 6 (60,0) 44 (100,0) 10 (100,0) 9 (11,7) 2 (9,1) 40 (51,9) 15 (68,2) 28 (36,4) 5 (22,7) 77 (100,0) 22 (100,0) 6 (8,4) 0 (0,0) 33 (45,8) 0 (0,0) 33 (45,8) 0 (0,0) 72 (100,0) 0 (0,0) 1 (12,5) 6 (17,6) 1 (11,1) 3 (37,5) 13 (38,2) 5 (55,5) 4 (50,0) 15 (44,2) 3 (33,4) 8 (100,0) 34 (100,0) 9 (100,0) 3 (12,5) 3 (12,0) 2 (40,0) 7 (29,1) 11 (44,0) 2 (40,0) 14 (58,4) 11 (44,0) 1 (20,0) 24 (100,0) 25 (100,0) 5 (100,0) 5 (16,7) 4 (7,1) 2 (15,4) 13 (43,3) 34 (60,8) 8 (61,5) 12 (40,0) 18 (32,1) 3 (23,1) 30 (100,0) 56 (100,0) 13 (100,0) 0 (0,0) 1 (2,5) 7 (16,7) 0 (0,0) 15 (37,5) 21 (50,0) 0 (0,0) 24 (60,0) 14 (33,3) 0 (0,0) 40 (100,0) 42 (100,0) P valor* 0,023 0,031 0,103 0,146 0,116 ** 0,121 0,030 0,085 0,002 * Qi-quadrado / exato de Fisher **Não foi possível realizar a análise comparativa no grupo 4 para as variáveis presença de câncer de mama bilateral, presença de câncer de ovário e número de casos de câncer de mama. Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 91 Tabela 28: Correlação entre frequência do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de casos de câncer Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Presenca câncer mama bilateral Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Presença câncer ovário Grupo 1 Sim Não Grupo 2 Sim Não Grupo 3 Sim Não Grupo 4 Sim Não Número de gerações com câncer Grupo 1 1 2 3 4 Grupo 2 1 2 3 4 TT N (%) TC N (%) CC N (%) Total N (%) 2 (25,0) 24 (55,9) 5 (62,5) 17 (39,5) 1 (12,5) 2 (4,6) 8 (100,0) 43 (100,0) 10 (55,5) 18 (50,0) 7 (38,9) 17 (47,2) 1 (5,5) 1 (2,8) 18 (100,0) 36 (100,0) 19 (47,5) 25 (42,4) 13 (32,5) 30 (50,8) 8 (20,0) 4 (6,8) 40 (100,0) 59 (100,0) 28 (51,9) 7 (38,9) 22 (40,7) 9 (50,0) 4 (7,4) 2 (11,1) 54 (100,0) 18 (100,0) P valor* 0,067 0,196 0,100 0,105 0,081 3 (30,0) 23 (56,1) 6 (60,0) 16 (39,0) 1 (10,0) 2 (4,9) 41 (100,0) 10 (100,0) 2 (40,0) 26 (53,0) 3 (60,0) 21 (42,9) 0 (0,0) 2 (4,1) 5 (100,0) 49 (100,0) 1 (20,0) 43 (45,7) 1 (20,0) 42 (44,7) 3 (60,0) 9 (9,6) 5 (100,0) 94 (100,0) 0 (0,0) 35 (49,3) 0 (0,0) 30 (42,3) 0 (0,0) 6 (8,4) 0 (0,0) 71 (100,0) 11 (84,6) 15 (39,4) 1 (7,7) 21 (55,3) 1 (7,7) 2 (5,3) 13 (100,0) 38 (100,0) 3 (75,0) 25 (50,0) 1 (25,0) 23 (46,0) 0 (0,0) 2 (4,0) 4 (100,0) 50 (100,0) 4 (40,0) 40 (45,0) 4 (40,0) 39 (43,8) 2 (20,0) 10 (11,2) 10 (100,0) 89 (100,0) 0 (0,0) 35 (49,3) 0 (0,0) 30 (42,2) 0 (0,0) 6 (8,5) 0 (0,0) 71 (100,0) 6 (66,7) 9 (45,0) 10 (52,6) 1 (33,3) 2 (22,2) 10 (50,0) 8 (42,1) 2 (66,7) 1 (11,1) 1 (5,0) 1 (5,3) 0 (0,0) 9 (100,0) 20 (100,0) 19 (100,0) 3 (100,0) 4 (36,4) 12 (48,0) 12 (66,6) 0 (0,0) 6 (54,5) 13 (52,0) 5 (27,8) 0 (0,0) 1 (9,1) 0 (0,0) 1 (5,6) 0 (0,0) 11 (100,0) 25 (100,0) 18 (100,0) 0 (0,0) 0,292 0,017 ** 0,018 0,249 0,156 ** 0,103 0,042 92 Tabela 28 (Cont.): Correlação entre frequência do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 e a história familiar de câncer (por grupo). História familiar Número de gerações com câncer Grupo 3 1 2 3 4 Grupo 4 1 2 3 4 Número de casos cancer de mama Grupo 1 <=3 >3 Grupo 2 <=3 >3 Grupo 3 <=3 >3 Grupo 4 <=3 >3 Idade ao diagnóstico Grupo 1 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 2 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 3 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos Grupo 4 <=30 anos >30 e <=50 anos >50 anos TT N (%) TC N (%) CC N (%) Total N (%) 11 (68,8) 20 (40,0) 11 (37,9) 1 (33,3) 5 (31,2) 25 (50,0) 11 (37,9) 2 (66,7) 0 (0,0) 5 (10,0) 7 (24,2) 0 (0,0) 16 (100,0) 50 (100,0) 29 (100,0) 3 (100,0) 25 (55,5) 10 (41,7) 0 (0,0) 0 (0,0) 17 (37,8) 12 (50,0) 2 (66,7) 0 (0,0) 3 (6,7) 2 (8,3) 1 (33,3) 0 (0,0) 45 (100,0) 24 (100,0) 3 (100,0) 0 (0,0) 13 (56,5) 13 (46,4) 8 (34,8) 14 (50,0) 2 (8,7) 1 (3,6) 23 (100,0) 28 (100,0) 21 (47,7) 7 (70,0) 22 (50,0) 2 (20,0) 1 (2,3) 1 (10,0) 44 (100,0) 10 (100,0) 36 (47,3) 8 (36,4) 31 (40,8) 12 (54,5) 9 (11,9) 2 (9,1) 76 (100,0) 22 (100,0) 35 (48,6) 0 (0,0) 31 (43,0) 0 (0,0) 6 (8,4) 0 (0,0) 72 (100,0) 0 (0,0) 6 (75,0) 16 (47,0) 4 (44,4) 1 (12,5) 17 (50,0) 4 (44,4) 1 (12,5) 1 (3,0) 1 (11,2) 8 (100,0) 34 (100,0) 9 (100,0) 10 (41,7) 15 (60,0) 3 (60,0) 13 (54,1) 10 (40,0) 1 (20,0) 1 (4,2) 0 (0,0) 1 (20,0) 24 (100,0) 25 (100,0) 5 (100,0) 17 (56,7) 20 (35,7) 7 (58,3) 11 (36,7) 27 (48,2) 5 (41,7) 2 (6,6) 9 (16,1) 0 (0,0) 30 (100,0) 56 (100,0) 12 (100,0) 0 (0,0) 17 (42,5) 21 (50,0) 0 (0,0) 20 (50,0) 18 (42,9) 0 (0,0) 3 (7,5) 3 (7,1) 0 (0,0) 40 (100,0) 42 (100,0) P valor* 0,007 0,020 0,175 0,195 0,124 ** 0,100 0,109 0,085 0,120 * Qi-quadrado / exato de Fisher **Não foi possível realizar a análise comparativa no grupo 4 para as variáveis presença de câncer de mama bilateral, presença de câncer de ovário e número de casos de câncer de mama. Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,05). 93 Quando a comparação entre os diferentes genótipos é realizada contra características da história familiar de câncer, observamos pelo menos uma associação para todos os SNPs avaliados no presente estudo. Para o SNP rs3803662 no gene TNRC9 associações foram encontradas com número de gerações afetadas com câncer e idade ao diagnóstico. Notamos que 45,5% das mulheres do grupo 2 com apenas uma geração afetada com câncer eram do genótipo AA, sendo que para todos os demais grupos e variáveis o genótipo predominate foi o AG. No que se refere à idade ao diagnóstico, notamos que 50,0% das mulheres do grupo 1 e grupo 3 apresentavam homozigose para o alelo G, e, a proporção de homozigose para esse alelo vai diminuindo à medida em que a idade ao diagnóstico aumenta (presente em 41,2% daquelas com diagnóstico entre 30 e 50 anos e em 11,1% daquelas diagnosticadas após os 50 anos de idade). Quando a comparação da história familiar é feita com o SNP rs2981582 (no gene FGFR2) embora o dado não tenha apresentado significância estatística, observamos que mulheres do grupo 1 com genótipo GG apresentavam um menor número de casos de câncer (62,5% com menos de 3 casos de câncer na família) e menor número de casos de câncer de mama (43,5% relataram a existência de menos de 3 casos de câncer de mama na família). Em relação ao SNP rs13281615 uma associação foi encontrada com a presença de câncer de mama bilateral, sendo que 60,0% dos casos do grupo 1 com câncer de mama bilateral apresentavam genótipo GG (versus 17,1% ds casos sem história familiar de câncer de mama bilateral). O mesmo se repetiu nos grupos 2 e 3 (80% de GG nas mulheres com mama bilateral do grupo 2 vs 26,5% naquelas sem mama bilateral e, no grupo 3 a diferença foi de 40% para 24,2%). Em relação ao número de casos de câncer observamos que o genótipo homozigoto G estava presente em 41,7% das famílias do grupo 1 com mais de 3 casos de câncer, em 31,7% e em 38,8% das famílias dos grupos 2 e 3 respectivamente que apresentavam mais de 3 casos de câncer nas suas famílias. Adicionalmente, embora trate-se de um número amostral reduzido, cabe destacar que 66,7% das mulheres do grupo 1 com 4 gerações afetadas eram homozigotas GG, ocorrendo uma tendência a um aumento na freqüência de homozigotas GG à medida em que aumenta o número de gerações afetadas por câncer. No caso do polimorfismo rs889312 (gene MAP3K1), chamou a nossa atenção o fato de que a medida em que a idade ao diagnóstico aumenta, diminui a freqüência de homozigotos para o alelo A nos 4 grupos considerados. 94 No polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 notamos a mesma tendência: uma pequena associação com o número de gerações afetadas com câncer para os grupos 2, 3 e 4. E a presença de câncer de mama bilateral foi observada no grupo 3 em 60,0% dos casos com genótipo CC. Já o câncer de ovário esteve presente em 84,6% do grupo 1 com genótipo TT normal. Adicionalmente, a comparação da frequência dos diferentes genótipos versus a história familiar foi realizada considerando separadamente as mulheres com mutação no gene BRCA1 versus as mutadas no gene BRCA2. Dado o número amostral restrito de pacientes com mutação deletéria identificada nesses genes, a estratificação em grupos por gene mutado limitou as análises estatísticas a serem realizadas, no entanto algumas tendências puderam ser observadas, onde destaca-se o fato de que todas as mulheres mutadas no gene BRCA2 com câncer de mama bilateral eram homozigotas para o alelo G no rs132281615 e, dentre as mutadas em BRCA1 e com câncer de mama bilateral, 86% apresentavam pelo menos um alelo G. Adicionalmente, em relação ao rs3817198, todas as mulheres com mutação no gene BRCA1 e com câncer de ovário apresentavam pelo menos um alelo T, (sendo 88,9% homozigotas TT), o mesmo não foi observado para as mutadas em BRCA2 e com história pessoal de câncer de ovário (p=0,006). No entanto para que conclusões possam ser realizadas acerca da associação desses polimorfismos com o status mutacional de BRCA1/2 e com a história familiar de câncer, um número maior de pacientes com essas características precisa ser genotipado. Embora esses achados possam ser ocasionais e devidos ao pequeno número amostral analisado, vários achados merecem destaque e necessitam ser validados em um número amostral maior, como por exemplo a associação identificada entre o SNP rs13281615 e achados da história familiar, tais como presença de câncer de mama bilateral, idade ao diagnóstico e número de casos de câncer presentes na família. Cabe ressaltar que, embora interessantes e promissores, tratam-se de achados preliminares que necessitam de confirmações e validações posteriores. 95 5.5 Identificação de indivíduos não-testados para mutações germinativas em BRCA1/2 que poderiam se beneficiar do teste pela combinação de seus dados histopatológicos e dos diferentes polimorfismos analisados Para que os indivíduos não-testados, mas em risco para câncer hereditário, pudessem ser identificados era necessário que as características que distinguem os grupos (mutados e não mutados) fossem identificadas. Para tanto realizamos, inicialmente, uma comparação da história familiar e das características histopatológicas e imunohistoquímicas do grupo 1 versus os grupos 2, 3 e 4. Os resultados dessas comparações encontram-se detalhados nas tabelas 29 e 30. 96 Tabela 29: Características de história familiar do grupo 1 versus os grupos 2, 3 e 4. Variável (Grupo 1) Grupo 2 Presença de câncer de mama P valor Grupo 3 0,130 bilateral P valor Grupo 4 0,005 <0,001 Sim 9,3 5,0 0 Não 90,7 95,0 100,0 Presença de câncer de mama * masculino * * Sim 0 0 0 Não 100 100 100 Presença de câncer de ovário 0,012 0,021 <0,001 Sim 7,4 11,0 0 Não 92,6 89,0 100 Número de gerações afetadas 0,331 com câncer 0,558 <0,001 1 20,4 16,2 62,5 2 46,3 50,5 33,3 3 33,3 30,3 4,2 4 0 3,0 0 Numero de casos de câncer de <0,001 mama <0,001 <0,001 <=3 81,5 77,8 100,0 >3 18,5 22,8 0,0 Total de casos de câncer 0,036 0,002 <0,001 <=3 33,3 40,0 75,0 >3 66,7 60,0 25,0 Número de óbitos por câncer de 0,480 mama 0,018 0,011 <=3 94,4 99,0 100 >3 5,6 1,0 0 Total de óbitos por câncer 0,83 <0,001 <0,001 <=3 70,6 90,9 97,2 >3 20,4 9,1 2,8 Idade ao diagnóstico 0,005 P valor 0,144 <0,001 <=30 44,4 30,3 0,0 >30 e <=50 46,3 56,6 48,8 >50 9,3 13,1 51,2 *Análise de comparação com correção de Bonferroni Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,02). 97 Tabela 30: Características histopatológicas e imunohistoquímicas do grupo 1 versus os grupos 2, 3 e 4. Variável (Grupo 1) Grupo 2 (%) Local do tumor P valor Grupo 3 (%) 0,619 P valor Grupo4 (%) 0,664 0,379 Unilateral 94,4 96,0 100,0 Bilateral 5,6 4,0 0,0 Anatomopatológico 0,317 1,0 1,0 Carcinoma ductal invasivo 85,1 94,4 92,1 Outros 14,9 5,6 7,9 Grau histológico 0,309 0,263 0,090 1 8,5 11,9 8,2 2 61,7 46,4 67,1 3 29,8 41,7 24,7 Receptor de estrógeno 0,024 0,008 <0,001 Negativo 35,8 34,8 23,2 Positivo 64,2 65,2 76,8 Receptor de progesterona 0,014 0,194 0,046 Negativo 34,0 46,8 40,2 Positivo 66,0 53,2 59,8 Her – 2 0,019 0,004 0,030 Negativo 72,5 64,8 76,8 Positivo 27,5 33,0 23,2 Duvidoso 2,2 Ki-67 1,000 <=14 7,7 >14 92,3 Citoqueratina 5/6 Negativo 92,3 Positivo 7,7 Citoqueratina 14 16,0 90,3 Positivo 9,7 Triplo negativo 13,2 Não 86,8 Subtipo Molecular 68,1 0,213 74,1 0,001 90,6 25,9 9,4 0,748 76,8 0,212 81,9 23,2 <0,001 Sim 0,006 31,9 84,0 0,054 Negativo 0,0 0,378 0,007 18,1 <0,001 19,6 <0,001 9,8 80,4 0,004 P valor 90,2 0,013 0,001 Luminal A 2,6 11,0 26,0 Luminal Her 2 negativo 57,9 34,2 42,5 Luminal Her2 positivo 23,7 26,0 16,4 Basal like 2,6 13,7 5,5 Her 2 superexpresso 13,2 15,1 9,6 *Análise de comparação com correção de Bonferroni Nota: Valores em negrito indicam valores com significância estatística (p<0,02). 98 Na sequência uma analíse multivariada foi realizada, onde o grupo mutado foi comparado com os três outros grupos (agrupados sob a classificação de “não-mutados”) quanto a todas as variáveis presentes nas tabelas 29 e 30 acima. Com essa análise múltipla pudemos identificar quais características diferiam entre os dois grupos e o “peso” que cada uma dessas características conferia para a chance de “ser portador de mutação germinativa nos genes BRCA1/BRCA2’’. Dentre as variáveis analisadas, as que apresentaram resultados estatisticamente significativos e que merecem destaque dada sua relação com a presença de mutação germinativa deletéria nos genes BRCA1/BRCA2 são: triplo negatividade (risco aumentado (odds ratio) em 5,883 vezes (IC 95%, 2,562 a 13,510, p<0,001); presença na família de câncer de mama bilateral: aumento no risco de 5,797 vezes (IC 95%, 1,797 a 18,701, p=0,003), número de casos de câncer de mama: risco aumentado de 5,033 vezes (IC 95%, 2,149 a 11,788, p<0,001), presença de câncer de ovário: risco de 4,412 vezes (IC 95%, 1,531 a 12,716, p=0,006), total de óbitos por câncer: risco de 2,906 vezes (IC 95%, 1,077 a 7,840, p=0,035). Considerando as variáveis que se destacaram como relacionadas a um aumento na chance de possuir mutação germinativa deletéria nos genes BRCA1/BRCA2, analisamos de forma criteriosa, dentre as mulheres do grupo 4 (não testadas para BRCA1/BRCA2) para verificar se haveria alguma que, mesmo não tendo preenchido os critérios para teste genético estabelecidos pelo Departamento de Oncogenética do HCB (probabilidade de mutação pelas tabelas de prevalência de mutação Myriad superior a 30%, preenchimento de um ou mais dos critérios clínicos preconizados pela ASCO, além de história pessoal de câncer de mama em idade inferior a 40 anos e história pessoal ou familiar de câncer de ovário) possuía um risco aumentado de câncer de mama e/ou ovário hereditários. Dessa forma, através dessa análise dos heredogramas e laudos anátomo patológicos , identificamos 8 mulheres cujo tumor era triplo negativo. Ao analisar o heredograma dessas 8 famílias notamos que uma delas apresentava um segundo fator de risco (além da triplo negatividade), que é a presença de mais de 3 casos de câncer na família. Casos como esse devem ser encaminhados para a Oncogenética para avaliação de risco genético, dada a combinação de dados histopatológicos e de história familiar que apresentam. 99 Cabe dessa forma destacar a importância de considerar, para a identificação de pacientes em risco, não apenas a idade ao diagnóstico, mas outros fatores, tais como presença de triplo negatividade no tumor, presença de câncer de mama bilateral, associação de história familiar de câncer de mama e de ovário, múltiplos casos e óbitos na família de uma mesma patologia (no caso o câncer de mama), de forma a identificar e acompanhar corretamente as famílias em risco para câncer hereditário. 100 6. Discussão O presente estudo foi realizado com o objetivo de caracterizar a história familiar de câncer, as características histopatológicas e imunohistoquímicas dos tumores mamários, bem como a presença de polimorfismos modificadores do risco de câncer de mama e avaliar a associação destas variáveis com a presença de mutação germinativa nos genes BRCA1 ou BRCA2 em mulheres com câncer de mama hereditário. 6.1 Caracterização Geral: 6.1.1 Grupo amostral Foram incluídas no estudo 287 mulheres com câncer de mama e divididas em 4 grupos como descrito previamente na metodologia. Todas as participantes do estudo foram tratadas no Hospital de Câncer de Barretos, e em sua maioria eram provenientes do estado de São Paulo (64,8%). Essa divisão em 4 grupos foi feita no intuito de identificar características da história familiar, histopatológicas, imunohistoquímicas e relacionadas a modificadores de risco como polimorfismos, que poderiam estar associadas com a presença de mutação germinativa deletéria nos genes BRCA1/BRCA2, e que dessa forma poderiam auxiliar na identificação de indivíduos/famílias em risco para câncer de mama hereditário. Dentre as 287 mulheres incluídas, 83 foram recrutadas junto ao Departamento de Mastologia e não foram selecionadas pela história familiar, tendo um papel de grupo comparativo, cujas características refletiriam padrões frequentes nos tumores de mama esporádicos. Na verdade, além de não terem sido selecionadas para história familiar, todas aquelas famílias que, após a confecção do heredograma, preenchiam critérios para HBOC (seja através de critérios clínicos ASCO, seja pelas tabelas de prevalência myriad, ou ainda pela simples presença de casos de câncer de ovário, câncer de mama jovem, câncer de mama masculino) foram excluídas do estudo ou inclusas em um dos outros três grupos caso viessem a passar pelo Departamento de Oncogenética e fossem referenciadas para 101 realização do teste genético. Nesse caso o grupo para o qual seriam alocadas dependeria do resultado da análise mutacional de BRCA1 e BRCA2. No que se refere às demais 204 participantes do estudo, todas foram encaminhadas pelo Departamento de Oncogenética da Instituição para realização de teste genético para BRCA1/BRCA2, devido a uma história pessoal e/ou familiar sugestiva de câncer de mama hereditário. Dados que os critérios utilizados pela clínica são variados (critérios ASCO, myriad superior a 20%/30%, ou ainda a simples presença de um caso de câncer de ovário, ou um caso de câncer de mama jovem), a frequência de mutações identificada não foi tão elevada como seria esperado, já que esta está diretamente relacionada ao rigor dos critérios utilizados para indicação do teste, e, quanto mais sugestiva for a história familiar, somada a uma idade jovem e ainda aliada a uma histopatologia sugestiva de hereditariedade, maior a chance de que a família seja portadora de uma mutação germinativa patogênica (conforme pode ser observado nos resultados obtidos no presente trabalho). 6.1.2 Características dos tumores Com relação aos dados anatomopatológicos e aos receptores hormonais, tivemos uma perda considerável, já que vários pacientes haviam realizado a cirurgia em outras Instituições e, em consequência não havia material biológico disponível para análise e, em muitos casos, nem o laudo anátomo-patológico constava no prontuário médico da paciente. Adicionalmente, vários blocos de parafina apresentavam má qualidade de material ou ainda má conservação, e em vários espécimes não havia material tumoral remanescente no bloco de parafina. O tipo histológico mais frequente diagnosticado entre as mulheres foi o ductal invasivo (84,4%). Diferentemente do esperado, mesmo para as mulheres com mutação germinativa identificada, a presença de carcinoma medular foi baixa (1,6%). Em trabalho realizado pelo grupo CIMBA, no qual foram analisados 4.325 portadores de mutações em BRCA1 e 2.568 em BRCA2, encontrou-se uma frequência de 9,4% de tumores medulares dentre os casos mutados em BRCA1 e, 2,2% dentre os mutados em BRCA2130. 102 No que se refere ao grau histológico, observamos em todos os grupos que a maioria dos tumores apresentava grau II. No entanto, nos grupos 1 (mulheres mutadas) e 3 (mulheres testadas WT para os genes BRCA1/BRCA2) um número grande de casos apresentava grau III (43,6% e 41,7% do total de cada grupo respectivamente). Conforme resultados publicados pelo CIMBA no estudo supracitado, 77% das mulheres com mutações em BRCA1 apresentavam grau III bem como 50% das mutadas em BRCA2130. No presente estudo, quando estratificadas conforme o gene mutado, 56,5% das mulheres cujo gene alterado era o BRCA1 apresentavam grau III e 25% das mutadas em BRCA2. Em relação aos receptores hormonais ER, PR e HER2, observamos que a maioria dos tumores do grupo 1 eram negativos para estrógeno e progesterona, diferentemente dos demais grupos, onde a positividade de ambos os receptores prevaleceu. No caso de HER2 a maior parte das pacientes (independentemente de grupo) apresentava resultados negativos de expressão. Adicionalmente, conforme esperado, a maioria dos casos triplo negativos estavam no grupo 1, ou seja, nos indivíduos com mutação germinativa nos genes BRCA1/BRCA2 (51,1%). No grupo cujos pacientes apresentavam variantes de significado clínico desconhecido o percentual de triplo negatividade foi levemente superior ao do grupo supostamente esporádico (13,2% de TN no grupo das mulheres com VUS e 9,8% naquelas não selecionadas para história familiar e não testadas para mutações nos genes BRCA1/BRCA2). Nas mulheres testadas negativas o percentual de TN foi de 19,6% . Quando estratificamos as mulheres mutadas conforme o gene alterado, observamos que 75,9% das mulheres com tumores triplo negativos eram portadoras de mutação em BRCA1, enquanto que apenas 11,1% eram mutadas em BRCA2, dados esses que corroboram achados prévios da literatura, que apontam uma maior incidência de triplo negatividade naquelas mulheres cuja mutação deletéria afeta o gene BRCA1. Em estudo realizado por Young e colaboradores o câncer de mama triplo negativo também foi associado à presença de mutações em BRCA1. Os pesquisadores analisaram 54 mulheres com pouca ou nenhuma história familiar de câncer de mama ou ovário e com história pessoal de câncer de mama triplo negativo diagnosticado antes do 40 anos de idade. Essas mulheres foram encaminhadas para teste genético, e, 5 delas apresentaram mutações deletérias em BRCA1 e apenas uma em BRCA2. Os autores destacam que mulheres com 103 câncer de mama triplo negativo diagnosticados em idade jovem devem ser candidatas à realização do teste genético em BRCA1, mesmo com ausência de história familiar de câncer de mama e ovário 116. Estudo realizado por Mavaddat130 e colaboradores (grupo CIMBA) encontrou uma frequência de 69% de triplo negativas dentre 3.797 portadores de mutações em BRCA1 e de 16% dentre 2.392 mutados em BRCA2 analisados. Em estudo publicado por Carraro20 e colaboradores a frequência de triplo negativas dentre as mutadas em BRCA1 foi de 50% (em mulheres com câncer de mama em idade jovem não selecionadas para história familiar) e, esse percentual aumentou para 83% naqueles casos com diagnóstico jovem e história familiar positiva20. Achados semelhantes foram vistos em outro trabalho que avaliou os casos de câncer de mama triplo negativo em idade jovem, realizado por Robertson 131 e colaboradores. Foram selecionados para o estudo 308 indivíduos com câncer de mama triplo negativo, desse total dois grupos foram criados, o primeiro composto por 159 indivíduos não selecionados por idade ou história familiar e o segundo composto por 149 indivíduos selecionados por idade jovem ao diagnóstico ou presença de alguma história familiar positiva de câncer. Do total de indivíduos testados 45 mutações foram detectadas em BRCA1. O estudo evidenciou que indivíduos com câncer de mama triplo negativo diagnosticado antes dos 50 anos tem uma probabilidade superior a 10% de ser portador de mutação em BRCA1, e, com base nesses dados, o estudo conclui que mulheres com câncer de mama triplo negativo e idade jovem ao diagnóstico são candidatas à realização do teste genético em BRCA1131. Similarmente aos estudos acima destacados, em nosso estudo também observamos uma associação entre triplo negatividade e história familiar de câncer. Ao compararmos a variável triplo negatividade com a história familiar de câncer notamos que 95,8% das mulheres com câncer de mama triplo negativo do grupo 1 tinham mais de 3 casos de câncer na família. Quando a mesma comparação é realizada independentemente de grupo, observamos que 67,3% das mulheres triplo negativas possuíam mais de 3 casos de câncer na família e 34,5% apresentam 3 ou mais gerações afetadas por câncer. Quando apenas o câncer de mama é considerado, verificamos que 34,5% das triplo negativas apresentam 3 ou mais casos de câncer de mama na família, versus 16,7% das não triplo negativas. 104 Para os casos em que o resultado da imunohistoquímica pôde ser obtido, realizamos uma classificação do subtipo molecular conforme classificação descrita por Goldhirsch 123 e detalhada na seção de metodologia (item 4.5.2 - A) do presente trabalho. Os dados obtidos dessa análise mostraram que 30% das mulheres com mutação germinativa nos genes BRCA1 ou BRCA2 foram classificadas como basal-like, o que é uma fração reduzida quando comparado ao descrito na literatura. Em trabalho publicado por Andrés e colaboradores 92 pacientes foram testados e classificados quanto ao subtipo molecular. Dentre os pacientes testados, 7 apresentavam mutações deletérias nos genes BRCA1/BRCA2 (7,6%). Do total de pacientes com mutação 4 eram do tipo basal-like (57,1%)132. No entanto, ao dividirmos as mulheres do grupo 1 conforme o gene mutado, observamos que 88,8% das mulheres com o gene BRCA1 mutado possuíam tumor do tipo basal-like versus 11,2% daquelas mutadas no gene BRCA2. Quando comparamos o subtipo molecular com a história familiar de câncer observamos uma associação do subtipo luminal B (subtipo molecular mais comum nas mulheres com o gene BRCA2 alterado) com presença de mais de 3 casos de câncer na família. A mesma tendência foi notada no subtipo her2-superexpresso e luminal A. Por outro lado, o subtipo basal-like mostrou uma considerável associação com a presença de câncer de mama bilateral (presente em 17,4% das pacientes com câncer de mama do tipo basal-like), com presença de mais de 3 casos de câncer de mama na família e, um número expressivo de indivíduos classificados como basal like tiveram idade ao diagnóstico inferior a 30 anos (41,7% dos casos), em contraste com os casos classificados como Luminal A, onde uma grande parcela dos casos foram diagnosticados em idade superior a 50 anos (37,9%). Similarmente ao nosso estudo, em trabalho realizado por Turkoz 125 e colaboradores foram avaliados alguns fatores de risco para câncer de mama e sua associação com os diferentes subtipos moleculares. Esse trabalho envolveu 1.884 casos com câncer de mama e avaliou a história familiar de câncer. De forma semelhante aos nossos achados, o estudo mostrou que a idade ao diagnóstico >40 anos pareceu ser um fator de risco para o subtipo luminal A. Além da idade ao diagnóstico o estudo de Turkoz avaliou outras variáveis relacionadas a história familiar, porém nenhuma diferença significativa entre os subtipos e história familiar foi identificada. O estudo destaca também uma limitação (a qual compartilhamos no presente estudo), acerca da classificação do subtipo molecular basal-like, visto que não foi 105 possível obter resultado de citoqueratina para todos pacientes avaliados, dado que a mesma não é realizada de maneira rotineira nos casos de câncer de mama na grande maioria dos serviços de patologia. 6.1.3 História pessoal e familiar de câncer Além de uma caracterização dos dados tumorais do nosso grupo amostral, revisamos criteriosamente os heredogramas das famílias incluídas no estudo. Ao compararmos a história familiar das mulheres alocadas para os grupos 2 e 3 versus aquelas do grupo 1, observamos que nos dois grupos supramencionados (2 e 3) há uma parcela significativamente elevada de casos de câncer de mama em idade jovem (inferior a 30 anos de idade). Uma das possíveis explicações para a não detecção de mutações em um grupo supostamente em risco está no fato de muitas dessas famílias terem sido referidas para teste genético por apresentarem história pessoal de câncer de mama jovem, porém sem história familiar “significativa” de câncer de mama e/ou ovário, o que, aparentemente, não é um indicador “per si” da presença de mutações germinativas nos genes BRCA. Esse fato pode ser constatado quando observamos a média de idade ao diagnóstico dos grupos analisados no presente estudo: enquanto que no grupo 1 a média de idade ao diagnóstico foi de 41,88 anos, no grupo 2 foi de 34,91 e para o grupo 3 a média de idade foi de 38,37 anos. Em contrapartida, quando a variável em questão é o número de casos de câncer de mama, 54,9% das mulheres do grupo 1 apresentam mais de 3 casos na sua família versus 18,5% e 22,3% nos grupos 2 e 3 respectivamente. Adicionalmente, notamos que 86,6% das mulheres do grupo 4 não tinham presença de outros tipos de câncer na família, enquanto que uma história familiar de outros tumores (excetuando mama) estava presente em 40,8% das famílias do grupo 1. Cabe ainda destacar que a presença de câncer de mama bilateral e câncer de ovário se constituíram em características que diferenciaram o grupo 1 dos demais, estando presente em 19,6% e 25,5% das mulheres do grupo 1 respectivamente, e em menos de 10% (no caso do câncer de mama bilateral) ou de 15% (no caso do câncer de ovário) das mulheres pertencentes aos demais grupos. 106 Os dados da história pessoal e familiar de câncer foram utilizados para o cálculo da probabilidade de mutação nessas famílias. Para isso, conforme detalhado previamente, diferentes modelos foram utilizados. No que se refere aos dados obtidos a partir das tabelas de prevalência de mutação Myriad, quando comparamos as mulheres do grupo 1 com as demais, observamos que a maioria daquelas com mutação identificada nos genes BRCA1/BRCA2 (82,4%) tinham probabilidade de mutação entre 10% e 30%, o que era esperado, já que tratam-se de famílias que comprovadamente possuem uma mutação patogênica segregando nos genes considerados pelo modelo em questão. Pudemos observar ainda a diversidade existente entre os modelos o que deve ser uma conseqüência das variáveis que cada um deles considera para o cálculo da probabilidade de mutação bem como os tipos de escore aplicados para o cálculo da probabilidade final (no caso dos modelos de Manchester e Penn II), sendo que para ambos os modelos, em todos os grupos (inclusive no grupo 1) a maioria das participantes foi classificada como risco baixo (inferior a 10% ou a 10 pontos, no caso do Manchester), o que indica uma tendência desses modelos para subestimar a probabilidade real de mutação, reforçando mais uma vez a necessidade da utilização concomitante de mais de um modelo quando esse for um critério para seleção de famílias para realização do teste genético. A possibilidade de que outros genes possam ser a causa da história familiar de câncer nos grupos 2 e 3 deve ser cuidadosamente analisada. Sabe-se hoje que os genes BRCA1 e BRCA2 respondem apenas por uma parcela do total de casos de câncer de mama e ovário hereditários e diversos esforços vêm sendo realizados por pesquisadores do mundo inteiro na tentativa de identificar outro(s) genes relacionados a esse tipo de neoplasia. Mutações no gene BRIP1 (FANCJ) e PALB2 (FANCN) estão associadas a um risco cumulativo vital de câncer de mama de 20% a 50%. Além disso, a presença de mutações germinativas nos genes TP53, ATM, PTEN, STK11, CDH1, CHEK2, RAD51C estão associados a um risco moderado a alto de desenvolvimento de câncer de mama69,87,133–139. Diversos estudos vêm publicando a utilização de painéis gênicos para investigação da presença de mutações patogênicas em outros genes que não BRCA em famílias com HBOC. Trabalho publicado por Walsh25 em 2011 selecionou para investigação 273 mulheres com carcinoma de ovário, 48 com carcinoma de peritônio, 31 com câncer de tuba uterina e 8 com carcinoma de endométrio. Todos os casos foram selecionados no momento do diagnóstico e não por idade ou histórico familiar. Os 107 carcinomas primários foram relacionados com a presença de mutação, sendo que mais de 30% dos casos com mutação não tinham presença de história familiar de câncer de mama e ovário. O estudo mostra a importância da realização do teste genético em outros genes além dos genes BRCA1 e BRCA2 25. Estudo recentemente realizado por Silva e colaboradores com 120 pacientes com critério para Síndrome de Predisposição ao câncer de Mama e Ovário Hereditários (HBOC), investigou a presença de mutação nos genes BRCA1/2, TP53, CHEK2 1100delC, e, adicionalmente, analisou a presença de variações no número de cópias em 14 genes de suscetibilidade ao câncer de mama (PTEN, ATM, NBN, Rad50, Rad51, BRIP1, PALB2, MLH1, MSH2, MSH6, TP53, CDKN2A, CDH1 e CTNNB1). Foram identificadas 31 mutações patogênicas sendo 20 delas localizadas no gene BRCA1 (incluindo 2 casos com variação no número de cópias e 18 mutações pontuais) e 7 no gene BRCA2. No estudo também foi detectado um caso com mutação p.Arg337His em TP53 e um paciente com mutação em CHEK2 1100delC. Os resultados do estudo mostraram uma alta frequência de mutação em BRCA1/BRCA2 com alta prevalência de mutações em BRCA1 (64,5%). Além disso a mutação em TP53 (p.Arg337His) sugere que todos os pacientes com câncer de mama com critérios para HBOC caso negativos para BRCA1/BRCA2 devem ser testados para TP53 (p.Arg337His). Apesar da alta frequência de mutação detectada, de maneira similar ao aqui reportado, há um grande número de pacientes com presença de história familiar positiva de câncer, idade jovem ao diagnóstico, além de outras características relacionadas ao câncer de mama, porém, com ausência de mutação germinativa em BRCA1/BRCA221. A busca contínua por uma melhor compreensão das características das famílias em risco para câncer de mama hereditário, bem como pela determinação do risco de câncer da forma mais acurada possível é fundamental. O conhecimento de qual gene está alterado e qual o risco associado a essa alteração possibilita uma melhora significativa nas decisões acerca do manejo do risco, bem como pode aumentar a gama de estratégias preventivas e de redução de risco (exemplo cirurgias profiláticas) a serem oferecidas. 108 6.1.4 Polimorfismos Polimorfismos genéticos atualmente estão sendo avaliados como modificadores do rsico genético de doenças por diversos grupos de pesquisa. Estudo realizado pelo grupo CIMBA130 (Consortium of Investigators of Modifiers of BRCA1/2) avaliou a frequência de cinco polimorfismos previamente publicados como relacionados a um aumento no risco de câncer de mama hereditário, em pacientes portadoras de mutação em BRCA1/BRCA2, bem como em pacientes em risco para câncer hereditário e naqueles com câncer de mama supostamente esporádico. A análise dos diferentes polimorfismos foi realizada contra características da história familiar de câncer e contra o status dos receptores hormonais estrógeno, progesterona e HER2. Notou-se uma relação do receptor de estrógeno negativo com a idade ao diagnóstico mais jovem ao diagnóstico nos casos com mutação em BRCA1 que nos BRCA2 e essa mesma tendência é notada nos tumores triplo negativos, o grau histológico mais alto parece estar associado também com os casos estrógeno negativos, mostrando a relevancia das carcterísticas patológicas, e destacando a impotância dos modificadores do risco de câncer portadores de mutação em BRCA1/2130. Ao compararmos a distribuição dos genótipos dos 5 polimorfismos analisados com o status dos receptores hormonais de estrógeno, progesterona e HER2, notamos que, no caso do SNP rs3803662 no gene TNRC9 há uma frequência aumentada de homozigotos GG dentre os indivíduos cujo receptor de estrógeno era negativo (de forma similar ao relatado previamente por Easton126 e colaboradores em 2007) e, embora não tenha alcançado uma significância estatística, pudemos observar que essa diferença foi mais acentuada dentre as mulheres dos grupos 1 e 3. Em relação ao SNP rs2981582 localizado no gene FGFR2, observamos uma frequência aumentada do alelo A nas mulheres cujos receptores de estrógeno e progesterona eram positivos (p=0,020 e p=0,014 respectivamente) e esse aumento de frequência dentre os indivíduos cujo receptor hormonal (ER e PR) eram positivos foi independente do grupo a que a mulher pertencia. No caso do polimorfismo rs3817198 no gene LSP1 houve uma menor frequência do homozigoto C em todos os grupos analisados. Em relação aos demais polimorfismos estudados não encontramos nenhuma associação estatisticamente significativa quando comparados com o status de receptor hormonal. 109 Existem, na literatura diversos estudos avaliando o impacto dos polimorfismos no risco de câncer e sua associação com características tumorais. De acordo o trabalho publicado por Tapper 140 e colaboradores em 2008, alguns polimorfismos que alteram o risco de câncer de mama estão sendo descobertos. O trabalho realizado pelo autor supracitado tinha como objetivo avaliar como essas variantes podem influenciar no prognóstico do câncer de mama e no risco e, para isso foram analisadas 1.001 mulheres com câncer de mama invasivo não familiar diagnosticadas em idade precoce, versus um grupo com câncer de mama hereditário, quanto à presença e freqüência de 206 polimorfismos (SNPs) em 30 genes candidatos. Foi encontrada associação com o aumento do risco de desenvolvimento de câncer de mama nos SNPs CASP8, TOX3 (anteriormente conhecido como TNRC9) e ESR1. Os autores relataram ainda uma associação entre oito SNPs em seis genes (MAP3K1, DAPK1, LSP1, MMP7, TOX3 e ESR1) e outro em uma região sem genes em 8q24, com sobrevida. Para os SNPs nos genes MMP7, TOX3 e MAP3K1 os efeitos da sobrevida foram independentes dos principais fatores prognósticos clínicos conhecidos. O efeito do SNP em ESR1 na sobrevida mostrou-se mais significativo quando foram avaliados apenas os tumores ER-positivos. Quando os casos foram estratificando de acordo com as características tumorais notou-se que os SNPs em FGFR2 e TOX3 estão associados à doença. Por fim o estudo demonstrou que vários SNPs estão associados com a sobrevida. Em alguns casos, pode ser devido a um efeito sobre as características do tumor que tem impacto no prognóstico; em outros casos, o efeito parece ser independente destes fatores de prognóstico140. Resultados publicados por Fanale e colaboradores em 2012 demonstraram associação de alguns polimorfismos (SNPs) s com câncer de mama. Os genes nos quais os polimorfismos descritos estão são: TNRC9, FGFR2, MAP3K1, H19 e LSP1. O SNP mais fortemente associado está localizado no gene FGFR2, o qual está super expresso em 5-10% dos casos de câncer de mama. O SNP no gene TNRC9 mostra uma associação mais forte com câncer de mama, e parece estar correlacionado com a presença de metástases ósseas e receptor de estrógeno positivo. O SNP rs889312 no gene MAP3K1 mostrou uma sensibilidade somente em portadores de mutação no gene BRCA2, não estando associado com um risco aumentado em portadores de mutação em BRCA1. Diversos SNPs em LSP1 e H19 provavelmente foram associados ao risco de desnvolvimento de câncer. O estudo então conclui que a identificação de polimorfismos modificadores do risco pode levar à uma 110 melhor compreensão do mecanismo biológico do câncer de mama, podendo assim melhorar a prevenção, a detecção e tratamento precoce da doença129. Os resultados das análises da presença e frequência dos 5 polimorfismos aqui considerados foram comparados com a história familiar de câncer. Nessa comparação diversas associações foram identificadas, tanto com o número de casos de câncer na família (associados com SNPs rs2981582 e rs13281615), com presença de câncer de mama bilateral (SNP rs13281615), idade ao diagnóstico (SNP rs3803662, rs889312) e com número de gerações afetadas por câncer (SNP rs13281615). Muitos dos achados aqui obtidos corroboram dados da literatura, tal como a associação encontrada entre o SNP rs13281615 e a história familiar positiva de câncer, correlação essa reportada previamente por Gorodnova e colaboradores em 2010128. Os dados obtidos com as análises de polimorfismos necessitam ser validados em um grupo amostral maior. No entanto, caso essas associações se confirmem, teremos mais um dado fundamental para a compreensão da epidemiologia do câncer hereditário e também do câncer familial na nossa população. 6.1.5 Características que influenciam na presença de mutações germinativas em BRCA1/BRCA2 A história familiar de câncer é o principal indicador para realização do teste genético. No entanto diversos estudos têm apontado para o fato de que muitas mulheres são candidatas à realização do teste genético pela combinação dos dados histopatológicos e imunohistoquímicos do tumor, além de fatores relacionados à sua história pessoal e familiar de câncer.No presente estudo, após uma ampla caracterização do grupo amostral em questão, realizamos uma ”análise múltipla”, onde comparamos o grupo sabidamente com câncer de mama hereditário (grupo 1, com mutação germinativa nos genes BRCA1/BRCA2) quanto a diversas características da história familiar e do tumor (características histopatológicas e imunohistoquímicas) na tentativa de identificar quais são as variáveis mais importantes para distinguir esses grupos e consequentemente quais seriam as 111 características a serem observadas em um paciente para indicá-lo ou não para a realização do teste genético. Com base nos resultados da análise supracitada notamos uma diferença estatisticamente significativa para quase todas as variáveis de história familiat analisadas quando a comparação é feita entre o grupo 1 e o grupo 4, o que seria esperado, já que o grupo 4 é constituído por mulheres com câncer de mama supostamente esporádico. Quando a mesma análise é realizada com as características histopatológicas e imunohistoquímicas a mesma tendência é vista, sendo as características marcantes, o receptor de estrógeno, Ki-67, triplo negatividade e subtipo molecular com destaque para os casos basal-like presentes quase que exclusivamente dentre as mulheres do grupo 1. Quando comparamos o grupo 1 com os grupos 2 e 3, grupos esses em risco para câncer de mama hereditário, mas sem mutação patogênica identificada nos genes testados, destacamos quais características diferem entre esses grupos: presença de câncer de mama bilateral e câncer de ovário, número de casos de câncer de mama e total de casos de câncer, óbitos por câncer de mama e total de óbitos, idade ao diagnóstico, receptores de estrógeno, progesterona, Her-2, citoqueratina 5/6, triplo negatividade e subtipo molecular. Em trabalho realizado pelo grupo CIMBA o câncer de mama e ovário foram investigados quanto às suas características histopatológicas e imunohistoquímicas em portadores e não portadores de mutação em BRCA1/BRCA2. Foram avaliados 4,325 portadores de mutação em BRCA1 e 2,568 em BRCA2, e, como resultado, os autores destacaram uma forte associação com o receptor de estrógeno negativo e idade mais jovem ao diagnóstico para os casos mutados em BRCA1 quando comparados com os portadores de mutação em BRCA2. Os autores relatam ainda que a idade ao diagnóstico era menor nos casos mutados em BRCA1 que nas portadoras de BRCA2. Em ambos, os tumores estrógeno negativos apresentaram maior grau histológico que os tumores estrógeno positivo. Tumores lobulares foram mais relacionados com a presença de mutação em BRCA2, já os tumores do tipo medular foram mais relacionados com a presença de mutação em BRCA1. Em relação ao câncer de ovário não foi observado diferença significativa entre os portadores de mutação em BRCA1 e BRCA2. As características patológicas dos tumores associados a BRCA1/2 podem 112 ser relevantes na previsão do risco, nas medidas profiláticas e nas estratégias de rastreamento clínico. No presente estudo, considerando todas as variáveis que aparentam estar associadas ao câncer de mama hereditário, realizamos uma análise multivariada e, obtivemos o seguinte resultado: triplo negatividade demonstrou estar fortemente associada à presença de mutações deletérias nos genes BRCA1/BRCA2 e ocasiona um aumento de 5,883 vezes (IC 95%, p<0,001); presença de câncer de mama bilateral com um aumento de 5,797 vezes no risco (IC 95, p=0,003), número de casos de câncer de mama (aumento de 5,033 vezes (IC 95%, p<0,001)), presença de câncer de ovário (aumento de 4,412 vezes no risco (IC 95%, p=0,006)), e, por último, total de óbitos por câncer, ocasionando um aumento de 2,906 vezes no risco de ser portador de câncer de mama hereditário (IC 95%, p=0,035). Em estudo desenvolvido por Robertson e colaboradores o câncer de mama triplo negativo pode ser um possível indicador de para realização do teste genético em BRCA1 para indivíduos menores que 50 anos. O estudo realizou o teste genetico em BRCA1 em 308 indivíduos com câncer de mama, 159 com câncer de mama triplo negativo e 149 com idade jovem ao diagnóstico e história familiar. Dos 308 indivíduos testados 45 eram portadoras de mutação. O presente estudo mostrou que as mulheres com câncer de mama triplo negativo antes dos 50 anos de idade tem mais de 10% de probabilidade de mutação, e conclui que esses indíviduos são candidatos a realização do teste genético. Estudo realizado por Fostira e colaboradores avaliou em uma coorte de 403 mulheres a prevalência de mutações em BRCA1 nos casos de câncer de mama triplo-negativo, independente do fator idade e história familiar de câncer. A média de idade ao diagnóstico em geral foi de 50 anos, a prevalência de casos de câncer de mama invasivo triplo negativo foi de 8%, os resultados de mutação em BRCA1 foram obtidos através de sequenciamento direto. Foram encontradas 65 mutações em BRCA1 dentre os 403 pacientes com câncer de mama invasivo representando 16%. A média de idade das mulheres portadoras de mutação foi de 39 anos. De um total de 106 mulheres diagnosticadas com câncer de mama triplo negativo em idade jovem, 38 (36%) tinham mutação em BRCA1 . Das 65 mulheres portadoras de mutação 15 (23%) não relataram história familiar de câncer. Dados como esse indicam que mulheres com câncer de mama triplo negativo diagnosticado em idade jovem 113 são candidatas a realização do teste genético em BRCA1 independente da história familiar de câncer de mama e ovário141. Por fim, cabe destacar que apesar dos critérios relativamente restritos aplicados pelo Departamento de Oncogenética para a seleção dos pacientes que deveriam ser testados e da ampla metodologia utilizada para análise dos genes envolvidos, o risco alto/moderado de câncer atribuído às famílias (no caso das famílias dos grupos 2 e 3 do presente estudo) permanece inexplicado. Parte disso pode ser devido ao fato de que as alterações podem estar em outros genes ainda não associados ao câncer de mama hereditário ou à presença de alterações genéticas em genes de risco moderado a alto para as quais as pacientes não foram testadas (tais como TP53 e PALB2). Adicionalmente cabe destacar a importância de uma caracterização clínica, patológica e molecular das famílias (tal como a aqui realizada) de forma a incluir outras variáveis, além da história familiar de câncer, como critério para a seleção/identificação de mulheres/famílias em risco para câncer de mama hereditário. Como limitações do presente estudo cabe destacar o número reduzido de tumores para os quais a análise imunohistoquímica das citoqueratinas pôde ser realizada e, como consequência, a classificação do subtipo molecular foi realizada para uma pequena parcela do grupo amostral considerado. Adicionalmente, a análise dos polimorfismos e sua associação com dados de história familiar bem como com dados do tumor deverá passar por uma fase de validação em um número amostral maior para que conclusões/especulações possam ser emitidas. 114 7 . Conclusão 1) Quando realizamos a caracterização das mulheres, em relação aos fatores de risco (hormonais) para câncer de mama, notamos que 23,6% das mulheres estavam na menopausa no momento do diagnóstico, mais da metade das mulheres (54%) faziam uso de anticoncepcional, 79,4% delas tiveram pelo menos uma gestação antes do diagnóstico e apenas 11,8% realizaram terapia de reposição hormonal. Quando analisamos a história familiar notamos que as mulheres do grupo 4 tinham em sua grande maioria menos de três casos de câncer presente na família (75%), já as mulheres dos grupos 1, 2 e 3 tinham 15,7%, 33,3%, 40% respectivamente. Por fim caracterizamos os grupos quanto a probabilidade de apresentar mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 e observamos que 82,4%, 44,4% e 49% das mulheres dos grupos 1, 2 e 3 apresentavam probabilidade de mutação moderada entre 10 e 30%. 2) Observamos um predomínio de negatividade para os receptores hormonais ER, PR e HER2 no grupo 1 quando comparado aos grupos 2, 3 e 4. Os grupos 2 e 3 apresentaram um padrão intermediário entre os grupos 1 e 4. Quando o grupo 1 foi estratificado entre mutadas em BRCA1 e mutadas em BRCA2, pudemos verificar que grande parte da negatividade observada para os receptores devia-se aos casos com mutações germinativas em BRCA1. Além da triplo-negatividade, um número considerável de mulheres do grupo 1 eram basal-like. As famílias das mulheres cujos tumores eram TN apresentavam um número maior de casos de câncer de mama do que aquelas com pelo menos um dos receptores positivos. 3) Em relação a análise da frequência dos cinco polimorfismos, observamos que para o polimorfismo no gene TNRC9 o genótipo heterozigoto foi o mais frequente entre as mulheres do grupo 1, já o polimorfismo no gene FGFR2 observamos uma maior prevalência de heterozigotos em todos os grupos analisados, a mesma tendência foi observado para o polimorfismo rs13281615. Já em relação ao polimorfismo no gene MAP3K1 notamos que grande parte das mulheres dos grupos 1, 2 e 3 estavam em homozigose para o alelo A. E por último o polimorfismo no gene LSP1 mostrou presença do alelo T em homozigose na maioria 115 das mulheres dos grupos 1, 2 e 3. Com base nesses resultados observamos correlação na distribuição dos genótipos dos 5 SNPs analisados quando comparados aos 4 grupos aqui considerados, então devemos destacar que esses resultados são fundamentais para a compreensão da epidemiologia do câncer hereditário e também do câncer familial na nossa população (pois a maioria das associações previamente relatadas na literatura foram entre as mulheres com câncer aparentemente familial). 4) Quando comparamos os polimorfismos com os receptores imunohistoquímicos, encontramos associação estatisticamente significativa para alguns dos polimorfismos analisados, são eles: rs3803662 no gene TNRC9, rs2981582 localizado no gene FGFR2 e o polimorfismo rs3817198 no gene LSP1. Já em relação aos demais polimorfismos estudados não encontramos nenhuma associação estatisticamente significativa quando comparados com o status de receptor hormonal. Quando avaliamos a distribuição dos genótipos em relação a história familiar observamos associações para todos os SNPs avaliados no presente estudo. Associação com número de casos de câncer também foi verificada para os SNPs rs13281615 e rs3803662 (no gene TNRC9), além de associação com idade ao diagnóstico. Já o polimorfismo rs889312 (gene MAP3K1) apresentou associação com o número de casos de câncer na família, presença de câncer de mama bilateral, número de gereações afetadas com câncer, e idade ao diagnóstico. O polimorfismo rs2981582 (gene FGFR2) apresentou associação apenas com o número de gerações afetadas com câncer. Por fim o SNP rs3817198 (no gene LSP1) apresentou uma associação com a presença de câncer de mama bilateral, presença de câncer ovário e número de gerações afetadas com câncer. Esses SNPs se foram relevantes na análise da história familiar e devem ser validados uma casuística maior. 5) Observamos, dentre os 83 casos do grupo 4 (não selecionados por sua história familiar), 8 classificadas como triplo negativas, dentre essas apenas uma apresentou mais de 3 casos de câncer presente na família. A triplo negatividade apresentou uma forte relação com a presença de mutação (risco aumentado (odds ratio) em 5,883 vezes (IC 95%, 2,562 a 13,510, p<0,001). Tendo em vista essas características pelo menos uma das mulheres do grupo 4 deveria ter sido encaminhada para realização do teste genético. 116 Por fim, dentre as variáveis analisadas, cabe destacar a importância da triplo negatividade, do número de casos de câncer e de câncer de mama presente na família, a presença de câncer de ovário e de câncer de mama bilateral e a idade ao diagnóstico. Essas variáveis devem ser consideradas conjuntamente no momento do aconselhamento genético. Dessa forma concluímos que, não apenas a história familiar é fundamental para indicação do teste genético, mas também as características do tumor são importantes e não devem ser negligenciadas. Perspectivas: Com base nos resutados obtidos, destacamos algumas características relevantes, a presença de polimorfismos modificadores do risco parece estar relacionado com a história familiar de câncer, dados como esse precisam ser validados em uma casuística maior para validação. As citoqueratinas se mostraram muito importantes para classificação dos diferentes subtipos, visto que grande parte das mulheres com mutação em BRCA1 eram do subtipo basal-like, com base nesses achados sugerimos que a realização das citoqueratinas sejam feitas de rotina proporcionando assim uma classificação molecular completa. 117 8. Referências bibliográficas 1 De Moura Gallo CV, Azevedo E Silva Mendonça G, de Moraes E, Olivier M, Hainaut P. 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É prática rotineira, deste hospital, usar parte do tumor e/ou material biológico (saliva, sangue e outros) retirado para exames clínicos laboratoriais e diagnóstico definitivo. O restante do tumor ou do material biológico que é retirado e não é utilizado é congelado e armazenado para novos exames, se necessário, caso contrário, são descartados conforme legislação sanitária regulamentar sobre o assunto. Para obter um maior conhecimento sobre o câncer, médicos e pesquisadores deste Hospital desenvolvem pesquisa clínica e científica. Através dessa pesquisa é possível conhecer melhor os mecanismos da doença e, portanto, tentar oferecer novas possibilidades de diagnóstico, prognóstico e tratamento. Estes estudos somente serão possíveis se realizados em fragmentos de tumores removidos ou em material biológico colhido (saliva, sangue dentre outros). Estamos solicitando a sua permissão para guardar e utilizar um fragmento do tumor e/ou material biológico retirados de você e que não são mais necessários para o seu diagnóstico. Esclarecemos que a obtenção e o estudo dos referidos fragmentos de tumor e material biológico não implicarão em riscos adicionais ao seu tratamento, diagnóstico ou prognóstico, nem tampouco, em aumento no tempo e período para a execução dos procedimentos necessários. O depositário destes tecidos será o Banco de Tumores do Hospital de Câncer de Barretos. Este material poderá ser usado em pesquisas futuras. A eventual inclusão de seu material em projetos de pesquisa só ocorrerá após apreciação e aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital. A utilização para qualquer outro fim deverá ter apreciação e aprovação do Comitê de Armazenamento e Utilização de Materiais Biológicos desta Instituição. Sua privacidade e identidade serão sempre preservadas. A eventual inclusão dos resultados em publicação científica ou outros meios será feita sempre de modo a manter o seu anonimato, já que todo material do Banco de Tumores é 128 codificado. No entanto, como o Diretor do Banco tem acesso a sua identidade, em casos de pesquisas genéticas que caracterizam alterações que envolvam riscos para seus familiares podem lhe ser informados, se esse for seu desejo. Ressalta-se ainda que não existirá quaisquer benefícios ou direitos financeiros a receber sobre os eventuais resultados decorrentes da utilização do seu fragmento de tumor e/ou material biológico. Ressalta-se ainda que, se você não concordar em doar o material para o Banco de Tumores, sua decisão não influenciará, de nenhum modo, no seu tratamento. A autorização para armazenamento e utilização destas amostras é por prazo indeterminado, podendo ser cancelada por aviso escrito ao Diretor do Banco de Tumores desta Instituição. Caso você tenha questões a fazer sobre este Termo de Consentimento, ou alguma dúvida que não tenha sido esclarecida pelo seu médico, por gentileza, entre em contato com a Comissão de Ética Medica, pelo telefone (17) 3321-6600, ramal 6875. Você receberá uma cópia deste documento e o original será arquivado em seu prontuário. Somente assine este se consentir. Declaração Eu, ..............................................................declaro estar ciente das informações ora prestadas, tendo lido atentamente e concordado com todo o teor, DOANDO meu material biológico (tumor, tecido, sangue, saliva e outros) integralmente para a Fundação Pio XII. (escrever Sim ou Não) ......................... consinto (concordo) que meu material biológico, quando não necessário para o meu diagnóstico, possa ser coletado, guardado e utilizado pelo Banco de Tumores desta Instituição, perante aprovação prévia do Comitê competente. Autorizo também acesso a meus dados de idade, sexo, fatores epidemiológicos relacionados, e outras informações do meu prontuário médico, diagnóstico, tratamento e história familiar e sua utilização, desde que minha identidade seja mantida em confidencialidade. Se a resposta anterior for SIM, minha informação e amostra poderão ser usadas em teste genéticos, que podem identificar risco de doenças genéticas para meus familiares. Nesse caso (escrever Sim ou Não), ...................... quero ser informado da descoberta. 129 Por expressão de verdade firmo o presente Termo. Barretos/SP, _________ de _________________________ de ___________ Nome do(a) paciente Assinatura do(a) paciente Nome do responsável Assinatura do responsável 130 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE MUTAÇÕES EM GENES DE PREDISPOSIÇÃO HEREDITÁRIA AO CÂNCER PROCEDIMENTO DA INVESTIGAÇÃO: Esse é um teste que está sendo oferecido pelo Hospital de Câncer de Barretos e sua participação não vai influenciar ou modificar seu acesso a qualquer tratamento médico. A sua participação é voluntária, e dessa forma você tem o direito a se recusar a participar do teste genético, e você pode desistir de fazê-lo a qualquer momento. Você também tem a opção de realizar o teste anonimamente, situação em que seu DNA será estudado para identificar alterações em genes de predisposição ao câncer, mas, nesse caso, não lhe será dito o resultado. O teste genético pode lhe proporcionar uma estimativa mais precisa do risco de desenvolver câncer ao longo de sua vida, além de permitir determinar se você tem uma alteração genética que pode ser transmitida para seus filhos. Este teste não tem uma precisão de 100% e há limitações sobre o ele pode lhe revelar. É importante destacar que este teste não vai lhe trazer informações sobre o seu estado de saúde atual. Inicialmente você participará de pelo menos duas consultas de aconselhamento genético, onde terá a oportunidade de discutir os possíveis benefícios, limitações e riscos da análise dos genes de predisposição hereditária ao câncer em seu caso. Você precisará fornecer informações detalhadas sobre sua história familiar, inclusive informações sobre parentes que tiveram câncer ao longo de suas vidas. A princípio, esse aconselhamento é realizado individualmente, mas você poderá trazer um familiar ou outra pessoa para acompanhar a consulta. Será sugerido que você forneça informações sobre esta avaliação que está sendo realizada a outros familiares. O teste genético normalmente requer a retirada de 10 ml de sangue periférico. Em raras situações será necessário coletar sangue novamente para realizar o teste. A avaliação psicológica estará disponível antes e após a realização do teste genético. O teste genético não é pago pelo SUS ou por planos de saúde privados, sendo possibilitado para você gratuitamente pelo Hospital do Câncer de Barretos (HCB). Não é um teste de rastreamento de câncer a ser oferecido para a população em geral, somente para pacientes e famílias que preencham os critérios clínicos pré-estabelecidos pela equipe da Oncogenética. 131 RESULTADOS: Quando a análise estiver concluída, você será contactado (a) e convidado (a) a marcar uma consulta para receber o resultado do exame pessoalmente. Nenhuma informação será fornecida por telefone ou carta, independente do resultado. Quando o resultado do teste laboratorial estiver disponível, você poderá adiar ou recusar o recebimento destes resultados. Excepcionalmente, o resultado poderá ser fornecido a um de seus familiares, se autorizado previamente por você e se esta pessoa estiver acompanhando a investigação. Quando você receber o resultado de seu teste, terá a opção de transmitir ou não esse resultado a outros familiares. Se outros familiares tiveram indicação do teste e decidirem participar, eles serão atendidos pela equipe da Oncogenética para receber explicações e orientações, e então assinar formulário de consentimento e coleta de sangue para a realização do teste. Nenhuma informação médica a seu respeito será fornecida a outros familiares durante o processo de entrevistas sem o seu consentimento expresso e por escrito. DURANTE O ACONSELHAMENTO, SERÁ EXPLICADO QUE HÁ TRÊS POSSÍVEIS RESULTADOS: 1) Ter herdado um gene de predisposição ao câncer alterado (mutação genética). Saiba que, a presença de uma mutação gênica não indica a certeza de desenvolvimento do câncer, mas sim, uma chance aumentada para o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, que irá variar dependendo da região do material genético em que estiver a mutação. O risco pode ser diferente para homens e mulheres, dependendo do tipo de câncer em questão. 2) Não ter herdado um gene de predisposição ao câncer alterado (mutação genética). Com isso, podemos chegar à conclusão que uma alteração nos genes para as quais você foi testado não explica sua história pessoal e familiar de câncer. Ainda assim, é possível que você tenha herdado um outro gene de predisposição ao câncer para o qual ainda não há testes disponíveis. 3) Ser impossível de determinar se você herdou ou não um gene de predisposição ao câncer alterado (teste inconclusivo). Se o teste laboratorial for inconclusivo, você terá a opção de repetir o teste em outra data. Neste caso, o laboratório continuará estudando sua amostra de sangue (DNA) à procura de outros genes alterados que possam estar contribuindo para a ocorrência de câncer. Porém, se esse for o caso, não há prazo ou promessa de um resultado conclusivo para essa segunda investigação. RISCOS E DESCONFORTO: Normalmente há riscos mínimos e infreqüentes envolvidos na coleta de uma amostra de sangue. Estes riscos incluem: dor no local da coleta, sangramento, hematoma (uma marca roxa na pele) e infecção. Os riscos do teste genético são primariamente de origem psicológica. Saber que você tem um gene de predisposição ao câncer alterado poderia causar depressão, ansiedade, raiva e medo do futuro. Este resultado poderia afetar as suas relações com familiares e entes queridos. Se você descobrir que 132 tem um gene de predisposição alterado, e tornar pública essa informação, isso poderia gerar algum tipo de discriminação especialmente por companhias de seguro, planos de saúde, empregadores e até mesmo familiares. BENEFÍCIOS DA INFORMAÇÃO: Este teste pode fornecer uma informação que torna possível calcular com maior precisão se você ou seus parentes, inclusive seus filhos, têm maior risco de desenvolver certos tipos de câncer. Se este for o caso, vocês serão aconselhados quanto às opções de prevenção do câncer e seguimento a longo prazo. Se você descobrir que não herdou um gene alterado, você poderá evitar exames de detecção precoce ou cirurgias preventivas desnecessárias e, além disso, você não vai transmitir essa alteração para os seus filhos. O fato de descobrir que você não tem uma predisposição maior ao câncer para o qual você foi testado poderá lhe trazer uma grande sensação de alívio ao descobrir o resultado do teste. USO DA AMOSTRA DE SANGUE: Qualquer amostra de sangue obtida com a finalidade de realizar este teste ficará armazenada no Hospital de Câncer de Barretos. Estamos solicitando também a sua permissão para armazená-lo junto ao Laboratório de Patologia Molecular e utilizá-lo em pesquisas futuras, que tenham como objetivo conhecer melhor os mecanismos do surgimento e progressão do câncer. A eventual inclusão de seu material biológico em projetos de pesquisa só ocorrerá após apreciação e aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital de Câncer de Barretos. CONFIDENCIALIDADE: O resultado final do teste genético será mantido unicamente em arquivos do Departamento da Oncogenética. Somente será registrada no prontuário médico a sua participação no teste genético, mas não o resultado. O resultado somente poderá ser fornecido a qualquer outra pessoa, instituição, empresa ou seguros de saúde mediante sua autorização por escrito. Os dados usados para pesquisa ou publicações científicas não terão a identificação dos participantes. PEDIDO DE MAIS INFORMAÇÕES: Você pode fazer mais perguntas sobre o teste genético a qualquer momento para qualquer pessoa da equipe da Oncogenética. Nosso telefone de contato é (17)3321 6600, no Hospital de Câncer de Barretos, ramal 7059. ACOMPANHAMENTO MÉDICO Você e seus familiares em risco para câncer poderão ser acompanhados periodicamente pela equipe da Oncogenética se assim o desejarem, inclusive realizando os exames necessários conforme os protocolos pré-estabelecidos para cada caso.. 133 DOCUMENTAÇÃO DE CONSENTIMENTO: Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido para manter comigo. Uma outra cópia deste consentimento será mantida pelo Departamento de Oncogenética e uma terceira cópia será mantida no laboratório de Patologia Molecular do Hospital de Câncer de Barretos. 1. Eu gostaria de saber os resultados de meu teste genético, os quais poderão me dar informações sobre o risco de ter um gene alterado que aumenta o risco de desenvolvimento de câncer. Marque com um X: Sim ( ) Não ( ) 2. Eu dou permissão para que minha amostra seja estocada para futuras pesquisas na área de genética e câncer no Hospital de Câncer de Barretos. Marque com um X: Sim ( ) Não ( ) 3. No caso de novas informações sobre o risco de câncer, mais especificamente sobre os tipos de câncer que ocorrem na minha família, ou de novas pesquisas nessa área das quais eu poderia participar, gostaria que a equipe da Oncogenética entrasse em contato comigo. Marque com um X: Sim ( ) Não ( ) 4. Em caso de impossibilidade de receber o resultado do teste genético, autorizo a seguinte pessoa a recebê-lo por mim (pessoalmente): Nome:__________________________________________________________________ RG:_______________________________CPF:__________________________________ Endereço:________________________________________________________________ Eu concordo em realizar a análise genética e aceito os riscos. Eu entendo as informações fornecida por este documento e eu tive a oportunidade de fazer perguntas e esclarecer dúvidas que eu tinha sobre o teste, o procedimento, os riscos associados e as alternativas. ______________________________ _________________ Participante Data _________________ Data de Nascimento ______________________________ _________________ Testemunha Data _______________________________ __________________ Equipe Oncogenética Data 134 Anexo 3 ETIQUETA IDENTIFICAÇÃO 1 Nome 2 RGH Data de Nascimento DD-MM-AAAA 4 Data de Admissão Hospitalar DD-MM-AAAA 5 Sexo 3 6 1- Feminino; 2- Masculino Cor - Padrão IBGE ou exterior 1- Branco; 2- Pardo; 3- Negro; 4- Amarelo; 99- Ignorado Estado Civil 7 0- Solteiro; 1-Casado / União estável; 2- Separado / Divorciado; 3-Viúvo; 99- Ignorado Escolaridade 8 9 10 11 12 13 14 15 1- Analfabeto; 2- 1 Grau Incompleto; 3- 1º Grau Completo; 4- 2º Grau Incompleto; 5- 2º Grau Completo; 6- Superior; 99-ignorado Profissão Procedencia Tem diagnóstico de câncer 0- Não; 1- Sim; 99- Ignorado 1- Múltiplos tumores primários 2- Tumor em idade jovem 3- Tumor bilateral 4- Multifocalidade/sincronicidade 5- Sítio tumoral não usual 6- Histologia rara 7- Tumor de mama masculino 8- Tumor em associação com doença genética/anomalia congênita 9- História familial 10- Outros 99- Ignorado Qual o sítio do tumor primário? (se tiver mais que um descrever o mais recente primeiro) Ano do diagnóstico Idade ao diagnóstico 16 Descrever o anatomopatológico (Tipo, Grau) 17 Receptor de estrógeno 18 Receptor de progesterona 19 20 21 22 23 24 Her-2 Estadiamento (TNM) Já teve outro tipo de câncer, em outra parte do corpo 0- Não; 1- Sim; 99- Ignorado Quantos outros primários? Já teve algum tipo de Tumor Benigno? 0- Não; 1- Sim; 99- Ignorado Qual o sítio do tumor benigno 1- Rim 7- Meningeoma 135 23456- Suprarrenal Pâncreas Hipófise Osso Tireóide 8- Mioma 9- Lipoma 10-Cerebelo 11- Outros____________________ 99- Ignorado Lesões benignas da mama 0- Não; 1- Sim; 99- Ignorado 25 26 Biópsia de mama por lesão suspeita 0- Não; 1- Sim; 99- Ignorado Cirurgias 27 28 29 30 31 32 33 Mamografia regularmente Menarca Menopausa Idade primeira gestação Parto normal Cesária 34 Aborto 35 Anticoncepcional 36 37 38 0- Não; 1- Sim; 99- Ignorado Reposição hormonal Fumante 0- Não; 1- Sim Etilista 0- Não; 1- Sim 136 Anexo 4 137 Anexo 5 Manuscrito submetido para Hereditary Cancer in Clinical Practice. Association of polymorphisms with a family history of cancer and the presence of germline mutations in the BRCA1/BRCA2 genes Gabriela Carvalho Fernandes1,2, Rodrigo AD Michelli, MD3, Cristovam ScapulatempoNeto1,2,4, Edenir I Palmero, PhD1,2,3,5. Authors Primary Affiliations: 1. Molecular Oncology Research Center, Barretos Cancer Hospital, Brazil. 2. Post-Graduate Program in Oncology, Barretos Cancer Hospital, Brazil. 3. Oncogenetics Department, Barretos Cancer Hospital, Brazil. 4. Pathology Department, Barretos Cancer Hospital, Brazil. 5. Barretos School of Health Sciences, Dr. Paulo Prata – FACISB, Brazil. Acknowledgements This project was financially supported by CNPq and Barretos Cancer Hospital internal research funds (PAIP). Correspondence to: Edenir Inêz Palmero, PhD Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos Av Antenor Duarte Vilela, 1331 – Barretos, SP, Brazil, CEP 14784-400 Telephone number: + 55 17 3321 6600 ext 7057 Fax number: + 55 17 3321 6600 Email: [email protected] Running head: Polymorphisms in Hereditary Breast Cancer. 138 Disclaimer: This study does not have any conflicts of interest. Abstract: Introduction: Breast cancer (BC) is an important public health problem worldwide. In Brazil, breast cancer is the most frequently diagnosed tumor and the leading cause of cancer death in women. Hereditary cancer represents approximately 5 to 10% of BC cases. Even outside the hereditary cancer context, the presence of polymorphisms acting as genetic modifiers may contribute to a better or worse prognosis. Not much is known about the hereditary BC epidemiology in Brazil or about the influence of polymorphisms on hereditary predisposition. Objective: This study examined the role of five different polymorphisms in four groups of women with BC: Group 1: women with a germline mutation in the BRCA1/2 genes; Group 2: women with variants of uncertain significance in BRCA1/2; Group 3: women with no mutations in BRCA1/2; and Group 4: "sporadic BC“. Patients and methods: The women included in groups 1, 2 and 3 were patients from the Department of Oncogenetics of the Barretos Cancer Hospital who had undergone genetic testing because of a clinical suspicion of hereditary predisposition syndrome. Group 4 included women from the Department of Mastology at the same institution. The constitutive DNA was analyzed for the presence of polymorphisms at rs2981582 (FGFR2 gene); rs3803662 (TNRC9); rs889312 (MAP3K1); rs3817198 (LSP1 gene); and rs13281615 (8Q24). The analyses were performed using PCR amplification and bi-directional sequencing. Results: No differences were identified in the frequency of the polymorphisms that were analyzed among the four groups. However, some associations were identified, such as the occurrence of bilateral breast cancer and homozygosity for the G allele in rs13281615 as well as the correlation between the SNPs rs2981582 and rs13281615 and the number of cancer cases in the family. Regarding the G allele of rs13281615, we observed that the proportion of individuals who were homozygous for this allele increased with the number of generations affected by cancer. Regarding the hormone receptors, we observed an increased frequency in G homozygotes (rs3803662) among estrogen receptor-negative individuals. For rs2981582 (FGFR2), we observed an increased frequency of the T allele in 139 women who were positive for the estrogen and progesterone receptors (p=0.020 and p=0.014, respectively). Conclusion: The results presented here provide interesting data on the modifying effect of polymorphisms on a family history of cancer; this may be a variable to consider in the analysis of tumor diversity, and of the family history observed in families with hereditary breast cancer (even in those harboring the same type of genetic alteration). 140 Introduction In Brazil, breast neoplasms are the main cause of death by cancer among women (1). It is currently estimated that 5-10% of the total number of breast cancer (BC) cases are hereditary. BRCA1 and BRCA2 are among the genes associated with hereditary breast cancer (2, 3). Women harboring a germline mutation in the BRCA1 gene show a lifetime cumulative risk (LCR) between 44 and 68% of developing breast cancer until 70 years of age. Moreover, the LCR for ovarian cancer in these patients is also significantly higher and may reach 60% by 70 years of age (4, 5). The BRCA2 gene, when altered, is responsible for approximately 30 to 40% of all cases of hereditary breast cancer. The LCR for breast cancer in women harboring germline mutations in this gene is similar to the risk of carriers of germline mutations in BRCA1 (44 to 68% until 70 years of age) (6, 7), whereas the risk of ovarian cancer ranges from 15 to 30% (8, 9). Families with mutations in BRCA1/2 differ in terms of age at diagnosis, the number of family members affected, and tumor prognosis. Currently, several reports in the literature point to the role of polymorphisms as genetic modifiers of the risk of cancer in families and as responsible factors for part of this diversity identified in the families with known mutations. In 2007, a large study was conducted by Easton and collaborators (10) involving genome-wide association studies (GWAS) of 4,398 cases (women with breast cancer) and 4,316 controls, followed by a validation step involving 21,860 cases and 22,578 controls. This study identified single nucleotide polymorphisms (SNPs) in five loci that were associated with the risk of developing breast cancer: 1) rs2981582 (C>T) in gene FGFR2, which encodes a tyrosine kinase receptor that acts in the development of the mammary glands; 2) rs3803662 (C>T), localized in a region that includes TNRC9; 3) rs889312 (A>C), localized in a region that includes MAP3K1 in addition to two putative genes, MGC33648 and MIER3; 4) rs3817198 (T>C) in gene LSP1; and 5) rs13281615 (A>G), which resides in a region that does not include any known gene (8q24) but where variants associated with an increased risk of prostate and colorectal cancer have been identified. The authors correlated the presence of the above mentioned polymorphisms with histopathological characteristics such as positivity or negativity for the estrogen and progesterone hormone receptors, stage of tumor development, nodes, size, histology and stage at diagnosis. Among the five SNPs mentioned above, three (rs2981582, rs3803662 and rs889312) were significantly associated with an 141 increased risk of breast cancer in estrogen receptor-positive individuals. Women who were TT homozygous in SNP rs3803662 and who had estrogen-negative tumors exhibited a risk of developing breast cancer that was 1.28-fold (95% CI = 1.13–1.45) higher than women who were homozygous for the wild-type allele (present in 53% of the controls). Additionally, a study involving 1,267 patients with breast cancer identified that individuals who were CT heterozygous or TT homozygous for rs3803662 exhibited a higher probability of having breast cancer diagnosed before the age of 60 years (p=0.025) (11). Studies involving rs3817198 have found that the least frequent allele (C) leads to an increase of approximately 10% in the risk of breast cancer in Caucasian women; however, the same allele has a protective effect among women of African ascent (12, 13). Considering the factors described above and the possible modifying effect conferred by polymorphisms, the objective of this study was to evaluate the frequency of the polymorphisms rs2981582, rs3803662, rs889312, rs3817198, and rs13281615 in women with breast cancer, with or without mutations in the BRCA1 and BRCA2 genes, and to correlate the frequency of the different polymorphisms with the family history of cancer and with the histopathological features of the tumors. Materials and Methods Cases This project was approved by the Research Ethics Committee of the Barretos Cancer Hospital. All the participants in the study were treated at this institution and signed an informed consent form. The women from the oncogenetics department underwent genetic testing for mutations in the BRCA1 and BRCA2 genes and, based on the results, were allocated to three different groups: a) Group 1: 51 women with a personal and family history of breast cancer with a pathogenic germline mutation in the BRCA1 and/or BRCA2 genes; b) Group 2: 53 women with a personal and family history of breast cancer with the presence of a variant of unknown clinical significance (VUS) identified in the BRCA1 and/or BRCA2 genes; c) Group 3: 100 women with a personal and family history of breast cancer without a pathogenic mutation and/or mutation of unknown clinical significance identified in the BRCA1 and/or BRCA2 genes. Additionally, there were 83 women included with a personal history of breast cancer who were not selected according to their cancer family history and 142 who did not undergo genetic testing for the analysis of mutations in the BRCA1 and/or BRCA2 genes (“sporadic” group). Molecular Analysis For the polymorphism analysis, DNA was extracted using the QIAamp Blood DNA Mini-Kit (Qiagen) according to the manufacturer's instructions. Genotyping was performed through PCR amplification using the Hot Start Taq enzyme (Qiagen). Following amplification, the products were purified with the ExoSap enzyme (USB products) and sequenced bidirectionally using the BigDye Terminator v3.1 Kit (Applied Biosystems, USA). Electrophoresis was run in the automated sequencer model 3500 (Applied Biosystems, USA). For the analysis of mutations in the BRCA1 and BRCA2 genes and the subsequent separation of the participants into the three study groups, a multiplex PCR amplification of all coding exons of the BRCA1 (NCBI; NM_007294.3) and BRCA2 (NCBI; NM_000059.3) genes and their respective flanking intronic regions was performed, followed by bidirectional sequencing using two platforms (ABI 3500 XL sequencer) and a new generation sequencer (Ion Torrent PGM, Applied Biosystems). In addition, large rearrangements were investigated using the multiplex ligation-dependent probe amplification (MLPA) technique. Statistical Analysis The program SPSS v.21.0 for Windows (Chicago, IL) was used for the statistical analysis. The categorical variables were described using absolute frequencies and relative percentage frequencies. The correlations were obtained using the Chi-square and Fisher’s exact tests. The level of significance adopted in all the tests was 5%. Results The following polymorphisms were considered in this study: rs2981582 in gene FGFR2, rs3803662 in gene TNRC9, rs13281615 and rs889312 in gene MAP3K1 and rs3817198 in gene LSP1. 143 Table 1 presents the genotype frequency of the five polymorphisms that were evaluated and their distribution in the different study groups. Table 1: Frequency of polymorphisms rs3803662 (TNRC9), rs2981582 (FGFR2), rs13281615, rs889312 (MAP3K1) and rs3817198 (LSP1) per group. Variable Group 1 N (%) Group 2 N (%) Group 3 N (%) Group 4 N (%) rs3803662 (TNRC9) P value* 0.027 TT 5 (9.8) 12 (22.6) 17 (17.3) 16 (19.5) CT 27 (52.9) 24 (45.3) 47 (48.0) 37 (45.1) CC 19 (37.3) 17 (32.1) 34 (34.7) 29 (35.4) rs2981582 (FGFR2) 0.031 TT 14 (27.5) 9 (16.7) 26 (26.3) 19 (23.2) CT 22 (43.1) 33 (61.1) 49 (49.5) 43 (52.4) CC 15 (29.4) 12 (22.2) 24 (24.2) 20 (24.4) rs13281615 (8q24) 0.029 AA 14 (27.5) 11 (20.4) 27 (27.0) 23 (28.0) AG 24 (47.1) 26 (48.1) 48 (48.0) 37 (45.1) GG 13 (25.5) 17 (31.5) 25 (25.0) 22 (26.8) rs889312 (MAP3K1) 0.029 CC 8 (15.7) 8 (14.8) 11 (11.0) 8 (9.8) CA 21 (41.2) 20 (37.0) 55 (55.0) 36 (43.9) AA 22 (43.1) 26 (48.1) 34 (34.0) 38 (46.3) rs3817198 (LSP1) 0.023 TT 26 (51.0) 28 (51.9) 44 (44.4) 38 (46.3) TC 22 (43.1) 24 (44.4) 43 (43.4) 38 (46.3) CC 3 (5.9) 2 (3.7) 12 (12.1) 6 (7.3) *Chi-square Group 1: women with germline mutations in the BRCA1/BRCA2 genes; Group 2: women with VUS in the BRCA1/BRCA2 genes; Group 3: women WT for the BRCA1/BRCA2 genes; Group 4: control, sporadic group. Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). Although there were no marked differences in the frequency of the polymorphisms studied among the four groups, some findings are noteworthy: i) there was a higher frequency of TT homozygotes for rs3803662 in the groups comprising women without mutations in the BRCA1/BRCA2 genes; ii) regarding rs889312, an increase was observed in 144 the frequency of heterozygous individuals among those without mutations or VUS in BRCA1/2; and iii) the groups with mutations and VUS had higher frequencies of homozygosity for the “normal” allele and of heterozygosity for the SNP rs3817198 compared to the WT and sporadic groups, which had a relatively increased frequency of CC homozygotes compared to groups 1 and 2. The analysis of the family history of cancer according to the different polymorphisms studied is detailed in Table 2. 145 Table 2: Correlations between the genotype frequencies of the polymorphisms and the family history of cancer (overall). Number of cancer cases Presence of bilateral breast cancer Presence of ovarian cancer Number of generations with cancer Number of breast cancer cases Polymorphism ≤3 >3 Yes No Yes No 1 2 3 4 ≤3 >3 rs3803662 - TT N (%) 24 (20.2) 24 (15.5) 4 (20.0) 43 (17.0) 4 (14.3) 43 (17.5) 18 (22.2) 20 (16.8) 9 (13.4) 1 (16.7) 39 (18.2) 9 (15.2) rs3803662 - TC N (%) 49 (41.2) 83 (53.6) 9 (45.0) 123 (48.6) 15 (53.6) 117 (47.6) 33 (40.7) 59 (49.6) 36 (53.7) 4 (66.6) 97 (45.3) 34 (57.6) rs3803662 - CC N (%) 46 (38.6) 48 (30.9) 7 (35.0) 87 (34.4) 9 (32.1) 85 (34.7) 30 (37.1) 40 (33.6) 22 (32.9) 1 (16.7) 78 (36.5) 16 (27.2) Total N (%) 119 (100.0) 155 (100.0 20 (100.0) 253 (100) 28 (100) 245 (100.0) 81 (100) 119 (100) 67 (100) 6 (100) 214 (100) 59 (100) P value* (p=0.729) (p=0.883) (p=0.959) (p=0.885) (p=0.538) rs2981582 - TT N (%) 32 (26.6) 34 (21.8) 4 (20.0) 62 (24.3) 2 (7.5) 64 (25.8) 20 (24,7) 31 (26,0) 12 (17,4) 3 (50,0) 50 (23,3) 15 (25,0) rs2981582 - TC N (%) 53 (44.2) 89 (57.1) 13 (65.0) 129 (50.6) 18 (66.6) 124 (50.0) 38 (46.9) 58 (48.7) 44 (63.7) 1 (16.6) 108 (50.2) 34 (56.6) rs2981582 - CC N (%) 35 (29.2) 33 (21.1) 3 (15.0) 64 (25.1) 7 (25.9) 60 (24.2) 23 (28.4) 30 (25.3) 13 (18.9) 2 (33.4) 57 (26.5) 11 (18.4) Total N (%) 120 (100.0) 156 (100) 20 (100.0) 255 (100) 27 (100) 248 (100.0) 81 (100) 119 (100) 69 (100) 6 (100) 215 (100) 60 (100) P value* (p=0.729) (p=0.721) (p=0.154) (p=0.665) (p=0.329) rs13281615 - AA N (%) 36 (30.0) 34 (21.7) 3 (15.0) 67 (26.1) 11 (39.3) 59 (23.8) 27 (33.3) 26 (21.8) 17 (24.3) 0 (0.0) 55 (25.5) 15 (25.0) rs13281615 - AG N (%) 64 (53.3) 69 (43.9) 5 (25.0) 127 (49.6) 12 (42.8) 120 (48.4) 40 (49.4) 61 (51.3) 28 (40.0) 3 (50.0) 105 (48.6) 27 (45.0) rs13281615 -GG N (%) 20 (16.7) 54 (34.4) 12 (60.0) 62 (24.3) 5 (17.9) 69 (27.8) 14 (17.3) 32 (26.9) 25 (35.7) 3 (50.0) 56 (25.9) 18 (30.0) Total N (%) 120 (100) 157 (100) 20 (100.0) 256 (100) 28 (100) 248 (100) 81 (100) 119 (100) 70 (100) 6 (100) 216 (100) 60 (100) P value* 0.003 0.005 0.078 0.005 0.667 rs889312 - CC N (%) 14 (11.6) 19 (12.1) 5 (25.0) 28 (10.9) 2 (7.1) 31 (12.5) 7 (8.7) 16 (13.4) 10 (14.4) 0 (0.0) 27 (12.5) 6 (10.0) rs889312 - CA N (%) 52 (43.4) 77 (49.0) 12 (60.0) 117 (45.7) 12 (42.9) 117 (47.2) 36 (44.4) 50 (42.0) 37 (52.8) 5 (83.3) 99 (45.8) 30 (50.0) rs889312 - AA N (%) 54 (45.0) 61 (38.9) 3 (15.0) 111 (43.4) 14 (50.0) 100 (40.3) 38 (46.9) 53 (44.6) 23 (32.8) 1 (16.7) 90 (41.6) 24 (40.0) Total N (%) 120 (100) 157 (100) 20 (100) 256 (100) 28 (100) 248 (100) 81 (100) 119 (100) 70 (100) 6 (100) 216 (100) 60 (100) P value* 0.469 0.006 0.260 0.066 0.932 rs3817198 - TT N (%) 59 (49.1) 74 (47.4) 6 (30.0) 127 (49.8) 18 (66.7) 115 (46.3) 46 (56.8) 51 (42.9) 33 (47.8) 2 (33.3) 105 (48.8) 28 (46.7) rs3817198 - TC N (%) 47 (39.2) 73 (49.8) 10 (50.0) 109 (42.7) 6 (22.2) 113 (45.6) 30 (37.1) 60 (50.4) 26 (37.7) 4 (66.7) 92 (42.8) 28 (46.7) rs3817198 - CC N (%) 14 (11.7) 9 (5.8) 4 (20.0) 19 (7.5) 3 (11.1) 20 (8.1) 5 (6.1) 8 (6.7) 10 (14.5) 0 (0.0) 18 (8.4) 4 (6.6) Total N (%) 120 (100) 156 (100) 20 (100) 255 (100) 27 (100) 248 (100) 81 (100) 119 (100) 69 (100) 6 (100) 215 (100) 60 (100) P value* 0.635 0.029 0.183 0.097 0.960 *Chi-square Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 146 When comparing the genotypes with the family history of cancer, some potential associations were identified, including the occurrence of bilateral breast cancer and homozygosity for the G allele in rs13281615 and rs889312 in which 85% of women with bilateral breast cancer had at least one C allele versus 57% of those with unilateral breast cancer. Likewise, 85% of the women with bilateral breast cancer had at least one T allele in rs2981582. Furthermore, regarding allele G in rs13281615, we observed that the proportion of individuals who were homozygous for this allele increased with the number of generations affected by cancer. Moreover, we observed that in the case of rs3803662 and rs2981582, heterozygous TC individuals presented a higher number of cancer cases (in general) and a higher number of breast cancer cases. Detailed data on the frequency of the different genotypes versus the family history of cancer with the women subgrouped according to their BRCA1 and BRCA2 gene mutation status are found in supplemental Tables 1 to 5. In addition, the frequency of the different genotypes was compared to the family history by separately considering the women with a mutation in BRCA1 to those with mutations in BRCA2. Given the limited sample size of patients with a deleterious mutation identified in these genes, the group stratification per mutated gene limited the statistical analyses that were conducted. However, some trends could be observed, for example, all of the women with mutations in the BRCA2 gene with bilateral breast cancer were homozygous for the G allele in rs132281615, and among those with mutations in BRCA1 and with bilateral breast cancer, 86% had at least one G allele. Moreover, in regard to rs3817198, all of the women with mutations in BRCA1 and with ovarian cancer had at least one T allele (with 88.9% being TT homozygotes); however, the same pattern was not observed for the women with mutations in BRCA2 and a personal history of ovarian cancer (p=0.006). To reach a conclusion on the association of these polymorphisms with the BRCA1/2 mutational status and with a family history of cancer, more patients with these characteristics must be genotyped. The data correlating the genotypes of the five polymorphisms that were analyzed with the status of the hormone receptors (estrogen, progesterone and HER2) are shown in Table 3. 147 Table 3: Correlation between the genotype frequencies of the polymorphisms and the hormone receptors (overall). Estrogen Progesterone Her-2 Polymorphisms Negative Positive Negative Positive Negative Positive rs3803662 - TT N (%) 16 (16.3) 33 (18.9) 25 (20.5) 24 (15.8) 32 (16.0) 14 (21.2) 3 (100.0) rs3803662 - TC N (%) 42 (42.9) 84 (48.3) 51 (41.8) 78 (51.3) 98 (49.3) 26 (39.4) 0 (0.0) rs3803662 - CC N (%) 40 (40.8) 57 (32.8) 46 (37.7) 50 (32.9) 69 (34.7) 26 (39.4) 0 (0.0) Total 98 (100.0) 174 (100.0) 122 (100.0) 152 (100.0) 199 (100.0) 66 (100.0) 3 (100.0) P value* 0.035 0.068 Inconclusive 0.037 rs2981582 - TT N (%) 20 (20.7) 45 (25.4) 22 (18.0) 43 (28.0) 46 (22.9) 18 (27.3) 1 (33.4) rs2981582 – CT N (%) 47 (48.4) 94 (53.2) 66 (54.0) 76 (49.3) 100 (49.7) 36 (54.5) 2 (66.6) rs2981582 – CC N (%) 30 (30.9) 38 (21.4) 34 (28.0) 35 (22.7) 55 (27.4) 12 (18.2) 0 (0.0) Total 97 (100.0) 177 (100.0) 122 (100.0) 154 (100.0) 201 (100.0) 66 (100.0) 3 (100.0) P value* 0.020 0.014 0.025 rs13281615 - AA N (%) 26 (26.5) 47 (26.5) 36 (29.3) 38 (24.7) 52 (25.9) 17 (25.4) 2 (66.6) rs13281615 - AG N (%) 42 (42.8) 86 (48.7) 54 (43.9) 74 (48.0) 93 (46.2) 32 (47.7) 1 (33.4) rs13281615 - GG N (%) 30 (30.7) 44 (24.8) 33 (26.8) 42 (27.3) 56 (27.9) 18 (26.9) 0 (0.0) Total 98 (100.0) 177 (100.0) 123 (100.0) 154 (100.0) 201 (100.0) 67 (100.0) 3 (100.0) P value* 0.056 0.056 0.056 rs889312 - CC N (%) 13 (13.3) 22 (12.4) 12 (9.7) 23 (14.9) 27 (13.4) 7 (10.5) 0 (0.0) rs889312 - CA N (%) 44 (44.9) 81 (45.8) 61 (49.5) 65 (42.2) 90 (44.7) 32 (47.7) 1 (33.3) rs889312 - AA N (%) 41 (41.8) 74 (40.6) 50 (43.1) 66 (42.9) 84 (41.9) 28 (41.8) 2 (66.7) Total 98 (100.0) 177 (100.0) 123 (100.0) 154 (100.0) 201 (100.0) 67 (100.0) 3 (100.0) P value* 0.073 0.066 0.062 rs3817198 - TT N (%) 51 (52.6) 80 (45.2) 61 (50.0) 71 (46.1) 98 (48.8) 39 (51.4) 0 (0.0) rs3817198 - TC N (%) 40 (41.2) 83 (46.9) 50 (41.0) 74 (48.1) 89 (44.3) 31 (40.7) 3 (100) rs3817198 - CC N (%) 6 (6.2) 14 (7.9) 11 (9.0) 9 (5.8) 14 (6.9) 6 (7.9) 0 (0.0) Total 97 (100.0) 177 (100.0) 122 (100.0) 154 (100.0) 201 (100.0) 76 (100.0) 3 (100.0) P value* 0.042 0.077 0.042 *Chi-square Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 148 When the different polymorphisms were analyzed with the hormone receptors, we observed an increased frequency of heterozygotes for rs3803662 in individuals with estrogen receptor (ER)-positive tumors, in individuals with progesterone receptor (PR)positive tumors and in individuals who were negative for the HER2 receptor. Regarding rs2981582, individuals with at least one T allele more frequently exhibited positivity for the three receptors (ER, PR and HER2). We also observed an increased frequency of the WT allele among ER-negative individuals. For the SNPs rs13281615 and rs889312, no association was found between their frequencies and the hormone receptors considered. When the analysis of the polymorphisms with the hormone receptors was conducted separately for the groups studied (supplementary Tables 6 to 10), we noted some associations. Regarding the SNP rs2981582 in gene FGFR2, we observed an association between group 2 (with VUS in the BRCA1/2 genes) with the ER in which the presence of TT homozygotes was not observed, and TC heterozygosity was present in 73.7% of the ERnegative cases. Additionally, when this analysis was performed for the SNP rs13281615, we observed an association with HER-2 negativity in group 3 (WT for BRCA1/2), with 49.1% of individuals being AG heterozygotes. For the SNP rs889312 in gene MAP3K1, an association with HER-2-negative tumors was observed in group 2, and 46.0% of the negative cases were homozygous for the A allele. The SNP rs3817198 in gene LSP1 showed an association with the ER in group 3 (WT), in which 50.0% of the ER-positive cases were heterozygous (TC). Finally, in the case of the SNP rs3803662 in gene TNRC9, the increased frequency of allele C homozygosity was more evident in groups 1 and 3, in which most cases of ER-negative tumors have the CC genotype. An analysis of genotypes versus hormone receptors was conducted by separately considering the individuals with BRCA1 mutations and those with identified mutations in BRCA2, but no association was observed in this analysis (data not shown). The association between the genotypes in the five SNPs considered and the age at diagnosis was evaluated. Although no significant association was identified, these data are shown in Table 4. 149 Table 4: Mean age of the polymorphism genotypes. Polymorphism Mean Age Standard Deviation CC 42.11 14.937 CA 43.67 11.628 AA 40.48 11.726 rs13281615 (8q24) AA 41.09 13.669 AG 41.92 11.003 GG rs2981582 (FGFR2) 43.61 12.573 AA 41.12 12.189 AG 42.42 12.184 GG 42.33 12.113 AA 43.06 10.707 AG 43.00 13.239 GG 40.73 11.374 TT 41.68 12.642 TC 42.27 11.672 CC 43.55 11.995 rs889312 (MAP3K1) rs3803662 (TNRC9) rs3817198 (LSP1) Discussion Genetic polymorphisms are being widely evaluated as modifiers of the genetic risk of disease by several research groups. A study conducted by Garcia-Closas and collaborators (14) evaluated the frequency of five polymorphisms that were previously reported to be associated with an increased risk of breast cancer (10) and investigated whether the association between these polymorphisms and the risk of breast cancer was somehow influenced by clinically relevant tumoral features in 23,039 cases of invasive breast cancer and in 26,273 controls from 20 different studies. The authors found that common genetic variants (polymorphisms) influenced the pathological tumor subtype, which provided additional evidence of the biologically distinct behavior of ER-positive versus ER-negative tumors. In this study, we compared the genotype distribution of the five polymorphisms that were previously reported in the literature to be associated with the risk of breast cancer (10, 150 14, 15) in three groups of women: women with putative hereditary breast cancer, with or without germline mutations in the BRCA1 and BRCA2 genes, women with VUS identified in one of those genes, and women with putative sporadic breast cancer. The genotype data from the five polymorphisms were then correlated with the family history of cancer and the histopathological features of the tumors, always considering a possible influence of the mutational status of BRCA1/2. When we compared the genotypes of the polymorphisms analyzed with the pathological characteristics of the tumors, we noted that, in the case of the SNP rs3803662 in gene TNRC9, there was an increased frequency of GG homozygotes among ER-negative individuals (as previously reported by Easton and collaborators (10) in 2007), and although the difference was not statistically significant, it was possible to observe that this difference was stronger among women in groups 1 (with mutations) and 3 (WT). Regarding the SNP rs2981582, which was localized in gene FGFR2, we observed an increased frequency of the T allele in women who were positive for the estrogen and progesterone receptors (p=0.020 and p=0.014, respectively); this increase in frequency among individuals positive for the hormone receptors (ER and PR) did not depend on the group to which the women belonged. There are several studies evaluating the effects of polymorphisms on the risk of cancer and their association with tumoral features. According to the study published by Tapper and collaborators (16) in 2008, some polymorphisms capable of altering the risk of breast cancer are being discovered. The study conducted by the above mentioned authors had the objective of evaluating how those variants may influence the prognosis and risk of developing breast cancer. For this purpose, 1,001 women with non-familial, invasive breast cancer that was diagnosed at early age were analyzed compared to a group of women with hereditary breast cancer; the presence and frequency of 206 SNPs in 30 candidate genes were evaluated in the two groups. An association with an increased risk of developing breast cancer was found in the SNPs localized in the CASP8, TNRC9 and ESR1 genes. The authors also reported an association between survival and eight SNPs in six genes (MAP3K1, DAPK1, LSP1, MMP7, TOX3 and ESR1) and another SNP in a gene-free region in 8q24. For the SNPs in genes MMP7, TOX3 and MAP3K1, the survival effects did not depend on the known main clinical prognosis factors. The effect of the SNP in ESR1 on survival was more significant when only ER-positive tumors were evaluated. When the cases were stratified according to 151 tumor features, it was observed that the SNPs in FGFR2 and TOX3 were associated with the disease. Finally, the study showed that several SNPs were associated with survival. In some cases, this association may occur because of an effect on the tumor characteristics that has an impact on prognosis; in other cases, the effect appears to be independent of these prognostic factors (16). Results published by Fanale and collaborators (17) in 2012 demonstrated the association of some SNPs with breast cancer. The genes in which the polymorphisms described reside in are TNRC9, FGFR2, MAP3K1, H19 and LSP1. The most strongly associated SNP is localized in gene FGFR2, which was overexpressed in 5-10% of the cases of breast cancer. The SNP in gene TNRC9 showed a stronger association with breast cancer and appeared to be correlated with the presence of bone metastases and positivity for the estrogen receptor. The SNP rs889312 in gene MAP3K1 showed sensitivity only in individuals harboring mutations in BRCA2, and it was not associated with an increased risk in carriers of BRCA1 mutations. Several SNPs in LSP1 and H19 were most likely associated with the risk of developing cancer. Therefore, the study concluded that the identification of risk-modifying polymorphisms may lead to a better understanding of the biological mechanism of breast cancer, thus improving the prevention, detection and early treatment of the disease. The results of the analyses of the presence and frequency of the five polymorphisms considered here were compared to the family history of cancer. Several associations were identified in that comparison, either with the number of cancer cases in the family (associated with the SNPs rs2981582 and rs13281615), with the presence of bilateral breast cancer (SNP rs13281615) or with the number of generations affected by cancer (SNP rs13281615). Moreover, regarding allele G of rs13281615, we observed that the proportion of individuals who were homozygous for this allele increased as the number of generations affected by cancer increased. Many of the findings described here corroborate data in the literature, such as the association found between SNP rs13281615 and a positive family history of cancer, which was a correlation previously reported by Gorodnova and collaborators in 2010 (18). The effect of polymorphisms on the family history of cancer was also reported by Huijts and collaborators (19), who showed an association between rs2981582 in gene FGFR2 152 and the average number of first- and second-degree relatives with breast and/or ovarian cancers (P = 0.05). The authors also found an association with the age at diagnosis, in which individuals who were heterozygous or homozygous for the least frequent allele for rs3803662 had a higher probability of having the cancer diagnosed at an age younger than 60 years. An association with age at diagnosis was not observed in this study for any of the five polymorphisms considered. However, the data obtained and the possible associations identified with the tumor pathological features and with the family history of cancer must be validated using a larger sample size. Nonetheless, if these associations are confirmed, we will have additional data to understand the epidemiology of hereditary and familial cancer in our population. Conclusion Some potential associations were found between the five polymorphisms analyzed in this study previously reported in the literature as being associated and an increase in the risk of breast cancer, with an emphasis placed on the effect of these polymorphisms on the family history of cancer and on hormone receptor positivity/negativity. These findings must be interpreted with caution because of the limited sample size in this study. The data must be validated with a larger number of cases and, if confirmed, the clinical relevance of the associations identified and their applicability in medical practice must be considered carefully. However, the results presented here provide interesting information on the modifying effect of polymorphisms on the family history of cancer and may be a variable to consider in the analysis of tumor diversity, and of the family history observed in families with hereditary breast cancer (even in those harboring the same type of genetic alteration). Acknowledgments This study was supported by a grant from Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Edital MCT/CNPq 14/2010, processo 480760/2010-1. 153 References 1. INCA. (2015) Portal - Instituto Nacional de Câncer. http://www2incagovbr/wps/wcm/connect/inca/portal/home. Accessed 29 Jan 2015. 2. Miki Y, Swensen J, Shattuck-Eidens D, Futreal PA, Harshman K, Tavtigian S, et al. A strong candidate for the breast and ovarian cancer susceptibility gene BRCA1. Science. 1994 Oct 7;266(5182):66-71. 3. Wooster R, Neuhausen SL, Mangion J, Quirk Y, Ford D, Collins N, et al. 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Gorodnova TV, Kuligina E, Yanus GA, Katanugina AS, Abysheva SN, Togo AV, et al. Distribution of FGFR2, TNRC9, MAP3K1, LSP1, and 8q24 alleles in genetically enriched breast cancer patients versus elderly tumor-free women. Cancer Genet Cytogenet. 2010 May;199(1):69-72. 154 19. Huijts PE, Vreeswijk MP, Kroeze-Jansema KH, Jacobi CE, Seynaeve C, Krol-Warmerdam EM, et al. Clinical correlates of low-risk variants in FGFR2, TNRC9, MAP3K1, LSP1 and 8q24 in a Dutch cohort of incident breast cancer cases. Breast Cancer Res. 2007;9(6):R78. 155 Supplemental material tables Table 1 Correlation between the frequency of polymorphism rs3803662 in gene TNRC9 and the family history of cancer (per group). Family history Number of cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Presence of bilateral breast cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Presence of ovarian cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Number of generations with cancer Group 1 1 2 3 4 Group 2 1 2 3 4 AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (25.0) 3 (7.0) 2 (25.0) 25 (58.1) 4 (50.0) 15 (34.9) 8 (100.0) 43 (100.0) 6 (33.3) 6 (17.1) 5 (27.7) 19 (54.3) 7 (38.9) 10 (28.6) 18 (100.0) 35 (100.0) 5 (12.8) 12 (20.3) 18 (46.2) 29 (49.2) 16 (41.0) 18 (30.5) 39 (100.0) 59 (100.0) 11 (20.4) 3 (16.6) 24 (44.4) 10 (55.6) 19 (35.2) 5 (27.8) 54 (100.0) 18 (100.0) 1 (10.0) 4 (9.8) 6 (60.0) 21 (51.2) 3 (30.0) 16 (39.0) 10 (100.0) 41 (100.0) 2 (40.0) 10 (20.8) 1 (20.0) 23 (48.0) 2 (40.0) 15 (31.2) 5 (100.0) 48 (100.0) 1 (20.0) 16 (17.2) 2 (40.0) 45 (48.4) 2 (40.0) 32 (34.4) 5 (100.0) 93 (100.0) P value* 0.235 0.149 0.055 0.147 0.198 0.234 0.253 ** 0 (0.0) 13 (18.3) 0 (0.0) 34 (47.9) 0 (0.0) 24 (33.8) 0 (0.0) 71 (100.0) 0 (0.0) 5 (13.2) 7 (53.8) 20 (52.6) 6 (46.2) 13 (34.2) 13 (100.0) 38 (100.0) 1 (25.0) 11 (22.5) 3 (75.5) 21 (42.9) 0 (0.0) 17 (34.6) 4 (100.0) 49 (100.0) 0.098 0.175 0.122 3 (27.3) 14 (16.1) 5 (45.4) 42 (48.3) 3 (27.3) 31 (35.6) 11 (100.0) 87 (100.0) 0 (0.0) 13 (18.3) 0 (0.0) 34 (47.9) 0 (0.0) 24 (33.8) 0 (0.0) 71 (100.0) 1 (11.1) 4 (20.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 3 (33.3) 8 (40.0) 13 (68.4) 3 (100.0) 5 (55.6) 8 (40.0) 6 (31.6) 0 (0.0) 9 (100.0) 20 (100.0) 19 (100.0) 3 (100.0) 5 (45.5) 4 (16.0) 3 (17.7) 0 (0.0) 4 (36.4) 12 (48.0) 8 (47.0) 0 (0.0) 2 (18.1) 9 (36.0) 6 (35.3) 0 (0.0) 11 (100.0) 25 (100.0) 17 (100.0) 0 (0.0) ** 0.086 0.039 156 Table 1 (Cont.): Correlation between the frequency of polymorphism rs3803662 in gene TNRC9 and the family history of cancer (per group). Family history Number of generations with cancer Group 3 1 2 3 4 Group 4 1 2 3 4 Number of breast cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Age at diagnosis Group 1 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 2 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 3 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 4 <=30 years >30 and <=50 years >50 years AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (12.5) 9 (18.0) 5 (17.9) 1 (33.3) 8 (50.0) 24 (48.0) 14 (50.0) 1 (33.3) 6 (37.5) 17 (34.0) 9 (32.1) 1 (33.4) 16 (100.0) 50 (100.0) 28 (100.0) 3 (100.0) 10 (22.2) 3 (12.5) 1 (33.3) 0 (0.0) 18 (40.0) 15 (62.5) 1 (33.3) 0 (0.0) 17 (37.8) 6 (25.0) 1 (33.4) 0 (0.0) 45 (100.0) 24 (100.0) 3 (100.0) 0 (0.0) 3 (13.0) 2 (7.1) 8 (34.8) 19 (67.9) 12 (52.2) 7 (25.0) 23 (100.0) 28 (100.0) 11 (25.6) 1 (10.0) 18 (41.9) 6 (60.0) 14 (32.5) 3 (30.0) 43 (100.0) 10 (100.0) 11 (14.5) 6 (28.6) 37 (48.7) 9 (42.8) 28 (36.8) 6 (28.6) 76 (100.0) 21 (100.0) 14 (19.4) 0 (0.0) 34 (47.2) 0 (0.0) 24 (33.4) 0 (0.0) 72 (100.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 4 (11.8) 1 (11.1) 4 (50.0) 16 (47.0) 7 (77.8) 4 (50.0) 14 (41.2) 1 (11.1) 8 (100.0) 34 (100.0) 9 (100.0) 4 (16.7) 7 (29.2) 1 (20.0) 14 (58.3) 10 (41.6) 0 (0.0) 6 (25.0) 7 (29.2) 4 (80.0) 24 (100.0) 24 (100.0) 5 (100.0) 3 (10.0) 9 (16.6) 4 (30.8) 12 (40.0) 28 (51.9) 7 (53.9) 15 (50.0) 17 (31.5) 2 (15.3) 30 (100.0) 54 (100.0) 13 (100.0) 0 (0.0) 10 (25.0) 6 (14.3) 0 (0.0) 12 (30.0) 25 (59.5) 0 (0.0) 18 (45.0) 11 (26.2) 0 (0.0) 40 (100.0) 42 (100.0) P value* 0.066 0.107 0.089 0.167 0.061 ** 0.041 0.083 0.004 0.106 *Chi-square/ Fisher’s exact **It was not possible to conduct a comparative analysis in group 4 for the following variables: presence of bilateral breast cancer, presence of ovarian cancer and age at diagnosis. Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 157 Table 2: Correlation between the frequency of polymorphism rs2981582 in gene FGFR2 and the family history of cancer (per group). Family history Number of cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Presence of bilateral breast cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Presence of ovarian cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Number of generations with cancer Group 1 1 2 3 4 Group 2 1 2 3 4 AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (25.0) 12 (27.9) 1 (12.5) 21 (48.8) 5 (62.5) 10 (23.3) 8 (100.0) 43 (100.0) 4 (22.2) 5 (13.9) 10 (55.6) 23 (63.9) 4 (22.2) 8 (22.2) 18 (100.0) 36 (100.0) 11 (27.5) 15 (25.4) 17 (42.5) 32 (54.2) 12 (30.0) 12 (20.4) 40 (100.0) 59 (100.0) 15 (27.7) 2 (11.1) 25 (46.3) 13 (72.2) 14 (26.0) 3 (16.7) 54 (100.0) 18 (100.0) P value* 0.074 0.164 0.100 0.144 0.111 3 (30.0) 11 (26.8) 6 (60.0) 16 (39.0) 1 (10.0) 14 (34.2) 10 (100.0) 41 (100.0) 0 (0.0) 9 (18.3) 4 (80.0) 29 (59.2) 1 (20.0) 11 (22.5) 5 (100.0) 49 (100.0) 1 (20.0) 25 (26.6) 3 (60.0) 46 (48.9) 1 (20.0) 23 (24.5) 5 (100.0) 94 (100.0) 0 (0.0) 17 (24.0) 0 (0.0) 38 (53.5) 0 (0.0) 16 (22.5) 0 (0.0) 71 (100.0) 2 (15.4) 12 (31.6) 7 (53.9) 15 (39.5) 4 (30.7) 11 (28.9) 13 (100.0) 38 (100.0) 0 (0.0) 9 (18.0) 3 (75.0) 30 (60.0) 1 (25.0) 11 (22.0) 4 (100.0) 50 (100.0) 0 (0.0) 26 (29.2) 8 (80.0) 41 (46.1) 2 (20.0) 22 (24.7) 10 (100.0) 89 (100.0) 0 (0.0) 17 (24.0) 0 (0.0) 38 (53.5) 0 (0.0) 16 (22.5) 0 (0.0) 71 (100.0) 2 (22.2) 8 (40.0) 2 (10.5) 2 (66.7) 3 (33.3) 6 (30.0) 13 (68.4) 0 (0.0) 4 (44.5) 6 (30.0) 4 (21.1) 1 (33.3) 9 (100.0) 20 (100.0) 19 (100.0) 3 (100.0) 1 (9.1) 6 (24.0) 2 (11.1) 0 (0.0) 6 (54.5) 15 (60.0) 12 (66.6) 0 (0.0) 4 (36.4) 4 (16.0) 4 (22.3) 0 (0.0) 11 (100.0) 25 (100.0) 18 (100.0) 0 (0.0) 0.257 0.249 ** 0.129 0.269 0.111 ** 0.077 0.109 158 Table 2 (Cont.): Correlation between the frequency of polymorphism rs2981582 in gene FGFR2 and the family history of cancer (per group). Family history Number of generations with cancer Group 3 1 2 3 4 Group 4 1 2 3 4 Number of breast cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Age at diagnosis Group 1 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 2 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 3 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 4 <=30 years >30 and <=50 years >50 years AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 3 (18.7) 14 (8.4) 8 (27.6) 1 (33.3) 7 (43.8) 23 (13.7) 17 (58.6) 1 (33.3) 6 (37.5) 13 (77.9) 4 (13.8) 1 (33.4) 16 (100.0) 50 (100.0) 29 (100.0) 3 (100.0) 14 (31.1) 3 (12.5) 0 (0.0) 0 (0.0) 22 (48.9) 14 (58.3) 2 (66.3) 0 (0.0) 9 (20.0) 7 (29.2) 1 (33.4) 0 (0.0) 45 (100.0) 24 (100.0) 3 (100.0) 0 (0.0) 6 (26.1) 8 (28.6) 7 (30.4) 15 (53.6) 10 (43.5) 5 (17.8) 23 (100.0) 28 (100.0) 9 (20.5) 0 (0.0) 25 (56.8) 8 (66.6) 10 (22.7) 4 (33.4) 44 (100.0) 10 (100.0) 18 (23.7) 7 (31.8) 38 (50.0) 11 (50.0) 20 (26.3) 4 (18.2) 76 (100.0) 22 (100.0) 17 (23.6) 0 (0.0) 38 (52.8) 0 (0.0) 17 (23.6) 0 (0.0) 72 (100.0) 0 (0.0) 2 (25.0) 10 (29.4) 2 (22.2) 4 (50.0) 13 (38.2) 5 (55.6) 2 (25.0) 11 (32.4) 2 (22.2) 8 (100.0) 34 (100.0) 9 (100.0) 6 (25.0) 3 (12.0) 0 (0.0) 12 (50.0) 18 (72.0) 3 (60.0) 6 (25.0) 4 (16.0) 2 (40.0) 24 (100.0) 25 (100.0) 5 (100.0) 10 (33.3) 13 (23.2) 3 (25.0) 12 (40.0) 31 (55.4) 6 (50.0) 8 (26.7) 12 (21.4) 3 (25.0) 30 (100.0) 56 (100.0) 12 (100.0) 0 (0.0) 10 (25.0) 9 (21.4) 0 (0.0) 19 (47.5) 24 (57.1) 0 (0.0) 11 (27.5) 9 (21.5) 0 (0.0) 40 (100.0) 42 (100.0) P value* 0.035 0.025 0.063 0.162 0.087 ** 0.125 0.080 0.085 0.125 *Chi-square/ Fisher’s exact **It was not possible to conduct a comparative analysis in Group 4 for the following variables: presence of bilateral breast cancer, presence of ovarian cancer and number of breast cancer cases. Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 159 Table 3: Correlation between the frequency of polymorphism rs13281615 and the family history of cancer (per group). Family history Number of cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Presence of bilateral breast cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Presence of ovarian cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Number of generations with cancer Group 1 1 2 3 4 Group 2 1 2 3 4 AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 2 (25.0) 12 (27.9) 6 (75.0) 18 (41.8) 0 (0.0) 13 (33.3) 8 (100.0) 43 (100.0) 7 (41.2) 4 (11.1) 8 (47.0) 17 (47.2) 2 (11.8) 15 (41.7) 18 (100.0) 36 (100.0) 12 (30.0) 15 (25.0) 22 (55.0) 26 (43.3) 6 (15.0) 19 (31.7) 40 (100.0) 60 (100.0) 15 (27.8) 3 (16.6) 27 (50.0) 8 (44.4) 12 (22.2) 7 (38.8) 54 (100.0) 18 (100.0) P value* 0.133 0.003 0.039 0.056 0.008 1 (10.0) 13 (31.7) 3 (30.0) 21 (51.2) 6 (60.0) 7 (17.1) 41 (100.0) 10 (100.0) 0 (0.0) 11 (22.5) 1 (20.0) 25 (51.0) 4 (80.0) 13 (26.5) 5 (100.0) 49 (100.0) 2 (40.0) 25 (26.3) 1 (20.0) 47 (49.5) 2 (40.0) 23 (24.2) 95 (100.0) 5 (100.0) 0 (0.0) 18 (25.3) 0 (0.0) 34 (47.9) 0 (0.0) 19 (26.8) 0 (0.0) 71 (100.0) 5 (38.5) 9 (23.7) 6 (46.1) 18 (47.3) 2 (15.4) 11 (29.0) 13 (100.0) 38 (100.0) 1 (25.0) 10 (20.0) 3 (75.0) 23 (46.0) 0 (0.0) 17 (34.0) 4 (100.0) 50 (100.0) 5 (45.4) 22 (24.7) 3 (27.3) 45 (50.6) 3 (27.3) 22 (24.7) 11 (100.0) 89 (100.0) 0 (0.0) 18 (25.3) 0 (0.0) 34 (47.9) 0 (0.0) 19 (26.8) 0 (0.0) 71 (100.0) 2 (22.2) 3 (15.0) 9 (47.4) 0 (0.0) 4 (44.5) 14 (70.0) 5 (26.3) 1 (33.3) 3 (33.3) 3 (15.0) 5 (26.3) 2 (66.7) 9 (100.0) 20 (100.0)) 19 (100.0) 3 (100.0) 6 (54.6) 3 (12.0) 2 (1.2) 0 (0.0) 4 (36.3) 14 (56.0) 8 (44.4) 0 (0.0) 1 (9.1) 8 (32.0) 8 (44.4) 0 (0.0) 11 (100.0) 25 (100.0) 18 (100.0) 0 (0.0) 0.020 0.245 ** 0.086 0.167 0.130 ** 0.090 0.003 160 Table 3 (Cont.): Correlation between the frequency of polymorphism rs13281615 and the family history of cancer (per group). Family history Number of generations with cancer Group 3 1 2 3 4 Group 4 1 2 3 4 Number of breast cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Age at diagnosis Group 1 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 2 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 3 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 4 <=30 years >30 and <=50 years >50 years AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) 6 (37.5) 16 (32.0) 5 (16.6) 0 (0.0) 8 (50.0) 23 (46.0) 14 (46.7) 2 (66.7) 2 (12.5) 11 (22.0) 11 (36.7) 1 (33.3) 16 (100.0) 50 (100.0) 30 (100.0) 3 (100.0) 13 (28.9) 4 (16.6) 1 (33.3) 0 (0.0) 24 (53.3) 10 (41.7) 1 (33.3) 0 (0.0) 8 (17.8) 10 (41.7) 1 (33.4) 0 (0.0) 45 (100.0) 24 (100.0) 3 (100.0) 0 (0.0) 5 (21.7) 9 (32.1) 14 (60.9) 10 (35.8) 4 (17.4) 9 (32.1) 23 (100.0) 28 (100.0) 10 (22.7) 1 (10.0) 21 (47.7) 5 (50.0) 13 (29.6) 4 (40.0) 44 (100.0) 10 (100.0) 22 (28.6) 5 (22.7) 35 (45.4) 12 (54.6) 20 (26.0) 5 (22.7) 77 (100.0) 22 (100.0) 18 (25.0) 0 (0.0) 35 (48.6) 0 (0.0) 19 (26.4) 0 (0.0) 72 (100.0) 0 (0.0) 4 (50.0) 7 (20.5) 3 (33.3) 4 (50.0) 18 (53.0) 2 (22.2) 0 (0.0) 9 (26.5) 4 (44.5) 8 (100.0) 34 (100.0) 9 (100.0) 8 (33.3) 2 (8.0) 1 (20.0) 8 (33.3) 15 (60.0) 3 (60.0) 8 (33.4) 8 (32.0) 1 (20.0) 24 (100.0) 25 (100.0) 5 (100.0) 11 (36.6) 13 (23.2) 3 (23.1) 13 (43.4) 27 (48.2) 8 (61.5) 6 (20.0) 16 (28.6) 2 (15.4) 30 (100.0) 56 (100.0) 13 (100.0) 0 (0.0) 13 (32.5) 10 (23.8) 0 (0.0) 19 (47.5) 18 (42.9) 0 (0.0) 8 (20.0) 14 (33.3) 0 (0.0) 40 (100.0) 42 (100.0) P value* 0.005 0.033 0.148 0.130 0.130 ** 0.034 0.097 0.065 0.049 *Chi-square/ Fisher’s exact **It was not possible to conduct a comparative analysis in group 4 for the following variables: presence of bilateral breast cancer, presence of ovarian cancer and number of breast cancer cases. Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 161 Table 4: Correlation between the frequency of polymorphism rs889312 in gene MAP3K1 and the family history of cancer (per group). Family history Number of cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Presence of bilateral breast cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Presence of ovarian cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Number of generations with cancer Group 1 1 2 3 4 Group 2 1 2 3 4 CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) 2 (25.0) 6 (14.0) 2 (25.0) 19 (44.1) 4 (50.0) 18 (41.9) 8 (100.0) 43 (100.0) 4 (22.2) 4 (11.1) 7 (38.9) 13 (36.1) 7 (38.9) 19 (52.8) 18 (100.0) 36 (100.0) 5 (12.5) 6 (10.0) 19 (47.5) 36 (60.0) 16 (40.0) 18 (30.0) 40 (100.0) 60 (100.0) 3 (5.6) 3 (16.6) 24 (44.4) 9 (50.0) 27 (50.0) 6 (33.4) 54 (100.0) 18 (100.0) P value* 0.205 0.077 0.109 0.048 0.079 2 (20.0) 6 (14.6) 6 (60.0) 15 (36.6) 2 (20.0) 20 (48.8) 10 (100.0) 41 (100.0) 2 (40.0) 6 (12.2) 3 (60.0) 17 (34.7) 0 (0.0) 26 (53.1) 5 (100.0) 49 (100.0) 1 (20.0) 10 (10.5) 3 (60.0) 52 (54.7) 1 (20.0) 33 (34.8) 5 (100.0) 95 (100.0) 0 (0.0) 6 (8.2) 0 (0.0) 33 (45.2) 0 (0.0) 34 (46.6) 0 (0.0) 71 (100.0) 1 (7.6) 7 (18.4) 6 (46.2) 15 (39.5) 6 (46.2) 16 (42.1) 13 (100.0) 38 (100.0) 0 (0.0) 8 (16.0) 1 (25.0) 19 (38.0) 3 (75.0) 23 (46.0) 4 (100.0) 50 (100.0) 1 (9.0) 10 (11.2) 5 (45.5) 50 (56.2) 5 (45.5) 29 (32.6) 11 (100.0) 89 (100.0) 0 (0.0) 6 (8.4) 0 (0.0) 33 (46.5) 0 (0.0) 32 (45.1) 0 (0.0) 71 (100.0) 0 (0.0) 5 (25.0) 3 (15.8) 0 (0.0) 6 (66.7) 4 (20.0) 9 (47.3) 2 (66.4) 3 (33.3) 11 (55.0) 7 (36.9) 1 (33.3) 9 (100.0) 20 (100.0) 19 (100.0) 3 (100.0) 0.019 0.199 ** 0.147 0.164 0.156 ** 0.088 0.081 3 (27.3) 3 (12.0) 2 (11.1) 0 (0.0) 3 (27.3) 10 (40.0) 7 (38.9) 0 (0.0) 5 (45.4) 12 (48.0) 9 (50.0) 0 (0.0) 11 (100.0) 25 (100.0) 18 (100.0) 0 (0.0) 162 Table 4 (Cont.): Correlation between the frequency of polymorphism rs889312 in gene MAP3K1 and the family history of cancer (per group). Family history Number of generations with cancer Group 3 1 2 3 4 Group 4 1 2 3 4 Number of breast cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Age at diagnosis Group 1 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 2 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 3 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 4 <=30 years >30 and <=50 years >50 years CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) 1 (6.3) 6 (12.0) 4 (13.3) 0 (0.0) 9 (56.2) 22 (44.0) 20 (66.7) 3 (100.0) 6 (37.5) 22 (44.0) 6 (20.0) 0 (0.0) 16 (100.0) 50 (100.0) 30 (100.0) 3 (100.0) 3 (6.7) 2 (8.3) 1 (33.3) 0 (0.0) 18 (40.0) 14 (58.4) 1 (33.3) 0 (0.0) 24 (53.3) 8 (33.3) 1 (33.4) 0 (0.0) 45 (100.0) 24 (100.0) 3 (100.0) 5 (21.8) 3 (10.7) 9 (39.1) 12 (42.8) 9 (39.1) 13 (46.5) 23 (100.0) 28 (100.0) 7 (15.9) 1 (10.0) 17 (38.6) 3 (30.0) 20 (45.5) 6 (60.0) 44 (100.0) 10 (100.0) 9 (11.7) 2 (9.1) 40 (51.9) 15 (68.2) 28 (36.4) 5 (22.7) 77 (100.0) 22 (100.0) 6 (8.4) 0 (0.0) 33 (45.8) 0 (0.0) 33 (45.8) 0 (0.0) 72 (100.0) 0 (0.0) 1 (12.5) 6 (17.6) 1 (11.1) 3 (37.5) 13 (38.2) 5 (55.5) 4 (50.0) 15 (44.2) 3 (33.4) 8 (100.0) 34 (100.0) 9 (100.0) 3 (12.5) 3 (12.0) 2 (40.0) 7 (29.1) 11 (44.0) 2 (40.0) 14 (58.4) 11 (44.0) 1 (20.0) 24 (100.0) 25 (100.0) 5 (100.0) 5 (16.7) 4 (7.1) 2 (15.4) 13 (43.3) 34 (60.8) 8 (61.5) 12 (40.0) 18 (32.1) 3 (23.1) 30 (100.0) 56 (100.0) 13 (100.0) 0 (0.0) 1 (2.5) 7 (16.7) 0 (0.0) 15 (37.5) 21 (50.0) 0 (0.0) 24 (60.0) 14 (33.3) 0 (0.0) 40 (100.0) 42 (100.0) P value* 0.023 0.031 0.103 0.146 0.116 ** 0.121 0.030 0.085 0.002 *Chi-square/ Fisher’s exact **It was not possible to conduct a comparative analysis in group 4 for the following variables: presence of bilateral breast cancer, presence of ovarian cancer and number of breast cancer cases. Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 163 Table 5: Correlation between the frequency of polymorphism rs3817198 in gene LSP1 and the family history of cancer (per group). Family history Number of cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Presence of bilateral breast cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Presence of ovarian cancer Group 1 Yes No Group 2 Yes No Group 3 Yes No Group 4 Yes No Number of generations with cancer Group 1 1 2 3 4 Group 2 1 2 3 4 TT N (%) TC N (%) CC N (%) Total N (%) 2 (25.0) 24 (55.9) 5 (62.5) 17 (39.5) 1 (12.5) 2 (4.6) 8 (100.0) 43 (100.0) 10 (55.5) 18 (50.0) 7 (38.9) 17 (47.2) 1 (5.5) 1 (2.8) 18 (100.0) 36 (100.0) 19 (47.5) 25 (42.4) 13 (32.5) 30 (50.8) 8 (20.0) 4 (6.8) 40 (100.0) 59 (100.0) 28 (51.9) 7 (38.9) 22 (40.7) 9 (50.0) 4 (7.4) 2 (11.1) 54 (100.0) 18 (100.0) P value* 0.067 0.196 0.100 0.105 0.081 3 (30.0) 23 (56.1) 6 (60.0) 16 (39.0) 1 (10.0) 2 (4.9) 41 (100.0) 10 (100.0) 2 (40.0) 26 (53.0) 3 (60.0) 21 (42.9) 0 (0.0) 2 (4.1) 5 (100.0) 49 (100.0) 1 (20.0) 43 (45.7) 1 (20.0) 42 (44.7) 3 (60.0) 9 (9.6) 5 (100.0) 94 (100.0) 0 (0.0) 35 (49.3) 0 (0.0) 30 (42.3) 0 (0.0) 6 (8.4) 0 (0.0) 71 (100.0) 11 (84.6) 15 (39.4) 1 (7.7) 21 (55.3) 1 (7.7) 2 (5.3) 13 (100.0) 38 (100.0) 3 (75.0) 25 (50.0) 1 (25.0) 23 (46.0) 0 (0.0) 2 (4.0) 4 (100.0) 50 (100.0) 4 (40.0) 40 (45.0) 4 (40.0) 39 (43.8) 2 (20.0) 10 (11.2) 10 (100.0) 89 (100.0) 0 (0.0) 35 (49.3) 0 (0.0) 30 (42.2) 0 (0.0) 6 (8.5) 0 (0.0) 71 (100.0) 6 (66.7) 9 (45.0) 10 (52.6) 1 (33.3) 2 (22.2) 10 (50.0) 8 (42.1) 2 (66.7) 1 (11.1) 1 (5.0) 1 (5.3) 0 (0.0) 9 (100.0) 20 (100.0) 19 (100.0) 3 (100.0) 4 (36.4) 12 (48.0) 12 (66.6) 0 (0.0) 6 (54.5) 13 (52.0) 5 (27.8) 0 (0.0) 1 (9.1) 0 (0.0) 1 (5.6) 0 (0.0) 11 (100.0) 25 (100.0) 18 (100.0) 0 (0.0) 0.292 0.017 ** 0.018 0.249 0.156 ** 0.103 0.042 164 Table 5 (Cont.): Correlation between the frequency of polymorphism rs3817198 in gene LSP1 and the family history of cancer (per group). Family history Number of generations with cancer Group 3 1 2 3 4 Group 4 1 2 3 4 Number of breast cancer cases Group 1 <=3 >3 Group 2 <=3 >3 Group 3 <=3 >3 Group 4 <=3 >3 Age at diagnosis Group 1 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 2 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 3 <=30 years >30 and <=50 years >50 years Group 4 <=30 years >30 and <=50 years >50 years TT N (%) TC N (%) CC N (%) Total N (%) 11 (68.8) 20 (40.0) 11 (37.9) 1 (33.3) 5 (31.2) 25 (50.0) 11 (37.9) 2 (66.7) 0 (0.0) 5 (10.0) 7 (24.2) 0 (0.0) 16 (100.0) 50 (100.0) 29 (100.0) 3 (100.0) 25 (55.5) 10 (41.7) 0 (0.0) 0 (0.0) 17 (37.8) 12 (50.0) 2 (66.7) 0 (0.0) 3 (6.7) 2 (8.3) 1 (33.3) 0 (0.0) 45 (100.0) 24 (100.0) 3 (100.0) 0 (0.0) 13 (56.5) 13 (46.4) 8 (34.8) 14 (50.0) 2 (8.7) 1 (3.6) 23 (100.0) 28 (100.0) 21 (47.7) 7 (70.0) 22 (50.0) 2 (20.0) 1 (2.3) 1 (10.0) 44 (100.0) 10 (100.0) 36 (47.3) 8 (36.4) 31 (40.8) 12 (54.5) 9 (11.9) 2 (9.1) 76 (100.0) 22 (100.0) 35 (48.6) 0 (0.0) 31 (43.0) 0 (0.0) 6 (8.4) 0 (0.0) 72 (100.0) 0 (0.0) 6 (75.0) 16 (47.0) 4 (44.4) 1 (12.5) 17 (50.0) 4 (44.4) 1 (12.5) 1 (3.0) 1 (11.2) 8 (100.0) 34 (100.0) 9 (100.0) 10 (41.7) 15 (60.0) 3 (60.0) 13 (54.1) 10 (40.0) 1 (20.0) 1 (4.2) 0 (0.0) 1 (20.0) 24 (100.0) 25 (100.0) 5 (100.0) 17 (56.7) 20 (35.7) 7 (58.3) 11 (36.7) 27 (48.2) 5 (41.7) 2 (6.6) 9 (16.1) 0 (0.0) 30 (100.0) 56 (100.0) 12 (100.0) 0 (0.0) 17 (42.5) 21 (50.0) 0 (0.0) 20 (50.0) 18 (42.9) 0 (0.0) 3 (7.5) 3 (7.1) 0 (0.0) 40 (100.0) 42 (100.0) P value* 0.007 0.020 0.175 0.195 0.124 ** 0.100 0.109 0.085 0.120 165 Table 6: Correlation between the genotype frequency of polymorphism rs3803662 in gene TNRC9 and the hormone receptors (per group). Hormone Receptors AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) P value* Estrogen Group 1 0.127 Negative 3 (10.7) 12 (42.9) 13 (46.4) 28 (100.0) Positive 2 (10.0) 12 (60.0) 6 (30.0) 20 (100.0) Group 2 0.138 Negative 3 (15.8) 10 (52.6) 6 (31.6) 19 (100.0) Positive 9 (27.3) 13 (39.4) 11 (33.3) 33 (100.0) Group 3 0.114 Negative 7 (21.8) 11 (34.3) 14 (43.9) 32 (100.0) Positive 9 (15.5) 31 (53.4) 18 (31.1) 58 (100.0) Group 4 0.131 Negative 3 (15.8) 9 (47.3) 7 (36.9) 19 (100.0) Positive 13 (20.6) 28 (44.4) 22 (35.0) 63 (100.0) Negative 3 (10.8) 13 (46.4) 12 (42.8) 28 (100.0) Positive 2 (10.0) 11 (55.0) 7 (35.0) 20 (100.0) Negative 3 (16.6) 8 (44.5) 7 (38.9) 18 (100.0) Positive 9 (26.5) 15 (44.1) 10 (29.4) 34 (100.0) Negative 10 (23.3) 17 (39.5) 16 (37.2) 43 (100.0) Positive 6 (12.2) 28 (57.1) 15 (30.7) 49 (100.0) Negative 9 (27.3) 13 (39.4) 11 (33.3) 33 (100.0) Positive 7 (14.3) 24 (49.0) 18 (36.7) 49 (100.0) Progesterone Group 1 0.165 Group 2 0.106 Group 3 0.113 Group 4 0.075 Her-2 Group 1 0.191 Negative 4 (9.6) 22 (52.4) 16 (38.0) 42 (100.0) Positive 0 (0.0) 1 (25.0) 3 (75.0) 4 (100.0) Inconclusive 1 (0.0) 0 (0.0) (0.0) 1 (100.0) Negative 8 (21.7) 17 (45.9) 12 (32.4) 37 (100.0) Positive 4 (30.7) 5 (38.6) 4 (30.7) 13 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 11 (19.4) 27 (47.3) 19 (33.3) 57 (100.0) Positive 3 (10.0) 15 (50.0) 12 (40.0) 30 (100.0) Inconclusive 2 (100.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 2 (100.0) Group 2 0.153 Group 3 Negative 0.109 Group 4 0.079 Negative 9 (14.3) 32 (50.8) 22 (34.9) 63 (100.0) Positive 7 (36.9) 5 (26.2) 7 (36.9) 19 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) *Chi-square/ Fisher’s exact Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 166 Table 7: Correlation between the genotype frequency of polymorphism rs2981582 in gene FGFR2 and the hormone receptors (per group). Hormone Receptors AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) P value* Estrogen Group 1 0.114 Negative 7 (25.0) 12 (42.9) 9 (32.1) 28 (100.0) Positive 7 (35.0) 8 (40.0) 5 (25.0) 20 (100.0) Group 2 0.038 Negative 0 (0.0) 14 (73.7) 5 (26.3) 19 (100.0) Positive 9 (26.5) 18 (52.9) 7 (20.6) 34 (100.0) Group 3 0.073 Negative 8 (25.8) 12 (38.7) 11 (35.5) 31 (100.0) Positive 15 (25.0) 34 (56.6) 11 (18.3) 60 (100.0) Group 4 0.149 Negative 5 (26.3) 9 (20.9) 5 (25.0) 19 (100.0) Positive 14 (73.7) 34 (79.2) 15 (75.0) 63 (100.0) Negative 6 (21.4) 13 (46.4) 9 (32.2) 28 (100.0) Positive 8 (40.0) 7 (35.0) 5 (25.0) 20 (100.0) Negative 1 (5.6) 15 (83.3) 2 (11.1) 18 (100.0) Positive 8 (22.9) 17 (48.5) 10 (28.6) 35 (100.0) Negative 9 (20.9) 19 (44.2) 15 (34.9) 43 (100.0) Positive 14 (28.0) 28 (56.0) 8 (16.0) 50 (100.0) Negative 6 (18.2) 19 (57.6) 8 (24.2) 33 (100.0) Positive 13 (26.5) 24 (48.9) 12 (24.6) 49 (100.0) Progesterone Group 1 0.080 Group 2 0.180 Group 3 0.025 Group 4 0.113 Her-2 Group 1 0.082 Negative 11 (26.2) 19 (45.2) 12 (28.6) 42 (100.0) Positive 2 (50.0) 1 (25.0) 1 (25.0) 4 (100.0) Inconclusive 1 (100.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 1 (100.0) Negative 6 (16.2) 21 (56.7) 10 (27.1) 37 (100.0) Positive 3 (21.4) 9 (64.3) 2 (14.3) 14 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) Negative 16 (27.2) 25 (42.3) 18 (30.5) 59 (100.0) Positive 7 (24.1) 18 (62.0) 4 (13.9) 29 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 2 (100.0) 0 (0.0) 2 (100.0) Group 2 0.131 Group 3 0.085 Group 4 0.134 Negative 13 (20.7) 35 (55.5) 15 (23.8) 63 (100.0) Positive 6 (31.6) 8 (42.1) 5 (26.3) 19 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) *Chi-square/ Fisher’s exact Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 167 Table 8: Correlation between the genotype frequency of polymorphism rs13281615 and the hormone receptors (per group). Hormone Receptors AA N (%) AG N (%) GG N (%) Total N (%) P value* Estrogen Group 1 0.151 Negative 7 (25.0) 15 (53.6) 6 (21.4) 28 (100.0) Positive 7 (35.0) 6 (30.0) 7 (35.0) 20 (100.0) Group 2 0.121 Negative 4 (21.0) 7 (36.8) 8 (42.2) 19 (100.0) Positive 7 (20.6) 18 (52.9) 9 (26.5) 34 (100.0) Group 3 0.100 Negative 9 (28.1) 13 (40.6) 10 (31.3) 32 (100.0) Positive 16 (26.7) 32 (53.3) 12 (20) 60 (100.0) Group 4 0.138 Negative 6 (31.6) 7 (36.8) 6 (31.6) 19 (100.0) Positive 17 (27.0) 30 (47.6) 16 (25.4) 63 (100.0) Negative 7 (25.0) 16 (57.1) 5 (17.9) 28 (100.0) Positive 7 (35.0) 5 (25.0) 8 (40.0) 20 (100.0) Negative 4 (22.2) 7 (38.9) 7 (38.9) 18 (100.0) Positive 7 (20.0) 18 (51.4) 10 (28.6) 35 (100.0) Negative 15 (34.1) 17 (38.6) 12 (27.3) 44 (100.0) Positive 11 (22.0) 28 (56.0) 11 (22.0) 50 (100.0) Negative 10 (30.3) 14 (42.4) 9 (27.3) 33 (100.0) Positive 13 (26.5) 23 (47.0) 13 (26.5) 49 (100.0) Progesterone Group 1 0.132 Group 2 0.148 Group 3 0.102 Group 4 0.118 Her-2 Group 1 0.169 Negative 11 (26.2) 19 (45.2) 12 (28.6) 42 (100.0) Positive 2 (50.0) 1 (25.0) 1 (25.0) 4 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 1 (100.0) 0 (0.0) 1 (100.0) Negative 7 (19.0) 20 (54.0) 10 (27.0) 37 (100.0) Positive 3 (21.4) 4 (28.6) 7 (50.0) 14 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 14 (23.7) 29 (49.1) 16 (27.2) 59 (100.0) Positive 9 (30.0) 15 (50.0) 6 (20.0) 30 (100.0) Inconclusive 2 (100.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 2 (100.0) Group 2 0.117 Group 3 Negative 0.030 Group 4 0.127 Negative 20 (31.7) 25 (39.7) 18 (28.6) 63 (100.0) Positive 3 (15.8) 12 (63.1) 4 (21.1) 19 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) *Chi-square/ Fisher’s exact Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 168 Table 9: Correlation between the genotype frequency of polymorphism rs889312 in gene MAP3K1 and the hormone receptors (per group). Hormone Receptors CC N (%) CA N (%) AA N (%) Total N (%) P value* Estrogen Group 1 0.141 Negative 5 (17.8) 11 (39.2) 12 (43.0) 28 (100.0) Positive 3 (15.0) 7 (35.0) 10 (50.0) 20 (100.0) Group 2 0.152 Negative 3 (15.8) 6 (31.6) 10 (52.6) 19 (100.0) Positive 5 (14.7) 13 (38.2) 16 (47.1) 34 (100.0) Group 3 0.136 Negative 4 (12.5) 18 (56.2) 10 (31.3) 32 (100.0) Positive 7 (11.7) 34 (56.7) 19 (31.6) 60 (100.0) Group 4 Negative 1 (5.2) 9 (47.4) 9 (47.4) 19 (100.0) Positive 7 (11.1) 27 (42.9) 29 (46.0) 63 (100.0) Negative 4 (14.3) 11 (39.3) 13 (46.4) 28 (100.0) Positive 4 (20.0) 7 (35.0) 9 (45.0) 20 (100.0) Negative 2 (11.1) 6 (33.3) 10 (55.6) 18 (100.0) Positive 6 (17.1) 13 (37.1) 16 (45.8) 35 (100.0) Negative 4 (9.1) 28 (63.6) 12 (27.3) 44 (100.0) Positive 7 (14.0) 25 (50.0) 18 (36.0) 50 (100.0) Negative 2 (6.0) 16 (48.5) 15 (45.5) 33 (100.0) Positive 6 (12.2) 20 (40.9) 23 (46.9) 49 (100.0) 0.147 Progesterone Group 1 0.147 Group 2 0.122 Group 3 0.124 Group 4 0.130 Her-2 Group 1 0.173 Negative 8 (19.0) 15 (35.7) 19 (45.3) 42 (100.0) Positive 0 (0.0) 3 (75.0) 1 (25.0) 4 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 1 (100.0) 1 (100.0) Negative 7 (18.9) 13 (35.1) 17 (46.0) 37 (100.0) Positive 0 (0.0) 5 (35.7) 9 (64.3) 14 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) Negative 6 (10.1) 33 (55.9) 20 (34.0) 59 (100.0) Positive 5 (16.6) 17 (56.7) 8 (26.7) 30 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 1 (50.0) 1 (50.0) 2 (100.0) Group 2 0.046 Group 3 0.107 Group 4 0.147 Negative 6 (9.5) 29 (46.0) 28 (44.5) 63 (100.0) Positive 2 (10.5) 7 (36.9) 10 (52.6) 19 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) *Chi-square/ Fisher’s exact Note: Values in bold indicate statistical significance (p<0.05). 169 Table 10: Correlation between the genotype frequency of polymorphism rs3817198 in gene LSP1 and the hormone receptors (per group). Hormone Receptors TT N (%) TC N (%) CC N (%) P value* Estrogen Group 1 0.109 Negative 13 (46.4) 12 (42.9) 3 (10.7) 28 (100.0) Positive 11 (55.0) 9 (45.0) 0 (0.0) 20 (100.0) Negative 10 (52.6) 8 (42.1) 1 (5.3) 19 (100.0) Positive 18 (53.0) 15 (44.1) 1 (2.9) 34 (100.0) Negative 19 (61.3) 11 (35.5) 1 (3.2) 31 (100.0) Positive 22 (36.6) 30 (50.0) 8 (13.4) 60 (100.0) Group 2 0.193 Group 3 0.007 Group 4 0.162 Negative 9 (47.3) 9 (47.3) 1 (5.4) 19 (100.0) Positive 29 (46.0) 29 (46.0) 5 (8.0) 63 (100.0) Negative 14 (50.0) 12 (42.8) 2 (7.2) 28 (100.0) Positive 10 (50.0) 9 (45.0) 1 (5.0) 20 (100.0) Progesterone Group 1 0.186 Group 2 0.171 Negative 10 (55.5) 8 (44.5) 0 (0.0) 18 (100.0) Positive 18 (51.4) 15 (42.8) 2 (5.8) 35 (100.0) Negative 25 (58.1) 14 (32.6) 4 (9.3) 43 (100.0) Positive 13 (28.2) 28 (60.9) 5 (10.9) 46 (100.0) Negative 12 (36.3) 16 (48.5) 5 (15.2) 33 (100.0) Positive 26 (53.1) 22 (44.9) 1 (2.0) 49 (100.0) Negative 22 (52.4) 18 (42.9) 2 (4.7) 42 (100.0) Positive 1 (25.0) 2 (50.0) 1 (25.0) 4 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 1 (100) 0 (0.0) 1 (100.0) Negative 20 (54.0) 15 (40.6) 2 (5.4) 37 (100.0) Positive 6 (42.9) 8 (57.1) 0 (0.0) 14 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) Group 3 0.024 Group 4 0.015 Her-2 Group 1 0.075 Group 2 0.201 Group 3 0.119 Negative 26 (44.1) 26 (44.1) 7 (11.8) 59 (100.0) Positive 14 (48.3) 13 (44.8) 2 (6.9) 29 (100.0) 0 (0.0) 2 (100.0) 0 (0.0) 2 (100.0) Negative 30 (47.6) 30 (47.6) 3 (4.8) 63 (100.0) Positive 8 (42.1) 8 (42.1) 3 (15.8) 19 (100.0) Inconclusive 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) 0 (0.0) Inconclusive Group 4 0.098 170 Anexo 6 171