067 - Uneb

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Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A
Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo
diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319
Relato de experiências: Construindo um conhecimento introdutório
sobre teatro na sala de aula1
Darkson Kleber Alves da Silva2
Luana Pinto dos Santos3
Nádia Silva Cruz4
Patrícia Magalhães Teixeira5
Priscila Rocha Frederico 6
Ana Cláudia de Oliveira Freitas7
Resumo: Este trabalho é o resultado de uma prática acadêmica que objetiva modificar a
imagem construída nas escolas de que “ARTE SE FAZ DE QUALQUER JEITO”. Com
base em nossos conhecimentos empíricos e em autores como Barbosa e Buoro,
trabalhamos nos cursos de Pedagogia a realização teatral desde sua concepção até a
maquete cenográfica. Iniciamos com a leitura do livro A MARGARIDA FRIORENTA
de Fernanda Lopes de Almeida, texto de fácil acesso a todas as escolas; analisamos seu
conteúdo e escrita (estrutura teatral); propusemos a livre adaptação a partir da idéia central
do texto; fizemos leituras dramáticas e as maquetes cenográficas pensando em todas as
questões de iluminação e deslocamento cênico. O resultado deste trabalho sintetizado na
fala de um aluno, “Nunca imaginei que fazer arte era assim... não é o que aprendemos
na escola, nunca mais vou assistir a uma peça do mesmo jeito!”, reafirma a necessidade
de estimular o convívio com a arte e diluir o distanciamento existente entre a prática
artística profissional e a “arte escolar”, abrindo espaço para a construção artística com
todas as preocupações dos produtores de arte para que os indivíduos compreendam a
importância da arte na formação do homem e seu universo profissional.
Palavras-Chaves: Arte/Educação, teatro, experiência escolar.
O trabalho Construindo um conhecimento introdutório sobre teatro na sala de aula foi
desenvolvido na disciplina TEC Teatro e Música sob orientação da Professora
Especialista Ana Cláudia de Oliveira Freitas, no 5º semestre do Curso de Pedagogia da
Universidade do Estado da Bahia – UNEB Campus XII - Guanambi-Ba, com o objetivo
de trazer para a sala de aula o teatro, através da construção de uma maquete e leitura
1
Trabalho produzido em sala de aula, resultado de experiências vividas, desenvolvido na disciplina TEC
Teatro e Musica.
2
Graduando do curso de Pedagogia, UNEB – Campus XII.
3
Graduanda do curso de Pedagogia, UNEB – Campus XII.
4
Graduanda do curso de Pedagogia, UNEB – Campus XII.
5
Graduanda do curso de Pedagogia, UNEB – Campus XII.
6
Graduanda do curso de Pedagogia, UNEB – Campus XII.
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Licenciada em Arte Educação pela UNESP, Especialista em Planejamento Educacional, Professora
Assistente da UNEB – Campus XII
Anais da XV Semana Acadêmica de Ensino, Pesquisa e Extensão – A Universidade e suas práticas no Contexto
Regional: construindo diálogos v.1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319
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Universidade e suas práticas no Contexto Regional: construindo
diálogos V. 1, nº. 1, 2010. ISSN – 2448-1319
dramática da história “Joaninha” livre adaptação do texto A Margarida Friorenta
da autora Fernanda Lopes de Almeida.
A professora Licenciada em Arte Educação acima citada propôs através da leitura do
texto A Margarida Friorenta, a realização de sua livre adaptação e confecção de uma
maquete, denominada caixa preta8, do cenário do espetáculo final. Inicialmente nos foi
sugerido a análise da história infantil para adaptação da forma que o grupo entendesse
como melhor e que enquadrasse com o perfil dos componentes do grupo.
Dessa maneira, o grupo se dividiu nas tarefas para confecção da caixa preta, desde o
planejamento até a escolha dos materiais, tais como a dimensão da caixa, do recurso que
utilizaríamos para forrar ou pintar a caixa na cor preta, até o acabamento final, tais como
a listagem de objetos e peças para a montagem do cenário, até mesmo o figurino das
personagens em palco. Também a utilização das sonorizações adequada nas ações de
suspense; emoção; drama, etc.
Para a confecção da caixa preta, utilizamos uma caixa de papelão de dimensões de um
quadrado de 50 centímetros. Cortamos um lado da caixa, que seria a frente do palco, e
cortamos também aparte superior dessa caixa, que seria o teto do palco, com um corte de
30 centímetros ao centro do teto.
Posteriormente, escolhemos o forro mais adequado para forragem. Optamos pelo papel
camurça na cor preta, pois este não possui brilho, o que facilita a visualização do cenário
pela platéia. Depois da caixa pronta, tivemos que pensar e analisar o cenário para sua
montagem.
Em nossa adaptação o texto A margarida Friorenta se transformou em “Joaninha”,
contando com dois cenários um externo – a rua e outro interno - a casa.
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Maquete representativa de um palco de peça teatral confeccionada a partir de uma caixa de papelão,
forrada na cor preta.
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Para a confecção, utilizamos caixinhas de fósforos; papeis coloridos; pedaços de
tecidos de algodão; caixinhas de remédios; hidrocor; cola; tesouras; palitos de 50
centímetros para dependurar os bonecos personagens9.
Antes de montar o cenário, foi preciso planejar cada detalhe, observar a visão que um
possível auditório teria de cada local, onde aconteceriam as cenas. Durante a criação do
novo texto, nossa imaginação “criou asas” dando margem a uma diversidade de idéias
que foram surgindo com entusiasmo no decorrer do trabalho. Preocupamo-nos com a
clareza em relação aos diálogos entre os personagens e com o desfecho da história.
Foi uma experiência significativa, entendemos a importância e os benefícios que o teatro
traz para a aprendizagem e também suas dificuldades.
Aprendemos como trabalhar uma peça teatral em sala de aula, não deixando ninguém de
fora, utilizando os recursos e o espaço que se tem e claro o mais importante: a criatividade
mostrou-nos um campo de novas possibilidades que deve ser enxergado e apreciado,
usado pelos que se fazem educadores dentro de um espaço escolar. Tudo é possível, e
como diz o ditado popular “com jeitinho de brasileiro, a gente consegue fazer e bem feito
qualquer coisa”.
Vale ressaltar a importância que um trabalho desses tem, tanto para as crianças quanto
para o professor. A confecção da caixa preta é uma maneira prévia de visualizar como
poderá acontecer uma peça de teatro, é uma oportunidade de ver o que realmente está
sendo planejando, identificando o que não ficou bom e o que precisaria ser modificado.
Enfim, uma atividade prazerosa que requer vontade, dedicação compromisso e
criatividade.
Miniatura das personagens da história “Joaninha” adaptado do texto A margarida Friorenta, em forma
de bonecos/ fantoches dependurado em um palito de 50 cm.
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ADAPTADO DA HISTÓRIA INFANTIL:
A MARGARIDA FRIORENTA
Fernanda Lopes de Almeida
PERSONAGENS: JOANINHA
FREDERICO
ANA LUÍSA
D. BERTA
NARRADOR
CENÁRIOS: a rua e a casa
CENA 1
NARRADOR - Em meio ao castigante frio junino, havia uma menininha chamada Joana,
que vivia andando sem rumo pelas ruas de uma cidadezinha bucólica e distante
dos grandes centros. Certa noite, Joaninha triste, estava à procura de um lugar
quente e aconchegante para descansar e dormir. Já exausta de tanto andar, se
deitou na varanda de uma casa, quando apareceu um garotinho e,...
FREDERICO - Ei! Qual é o seu nome? O que você está fazendo aí sozinha? Você quer
ficar doente menina? Ta fazendo muito frio! Vai pra sua casa, sua mãe vai
brigar com você!
JOANINHA - Meu nome é Joana! Se eu tivesse casa não estaria aqui! Meu nariz está
gelado, que frio!
NARRADOR - Com pena da menina, o pequeno Frederico procura ajudá-la. Parece ter
uma boa idéia!
FREDERICO - Não saia daí Joana. Vou chamar minha irmã e nós vamos te ajudar! Você
não vai mais sentir frio. Pode crer!
NARRADOR - O menino fica eufórico.
FREDERICO – (gritando) Ana Luísa! Ana Luísa!
ANA LUÍSA - Credo Fred! Tá louco? Para de gritar que nem um maluco. Que foi? Viu
alguma espaçonave?
FREDERICO - Não! Pior que isso!
ANA LUÍSA - Hum?!
FREDERICO - Escuta. Encontrei uma menininha lá fora, na rua. Ela me disse que não
tem casa, esta com fome, frio, suja, chorando, deve estar até doente! Eu prometi
pra ela que ia dar um jeito de ajudá-la. Vamos lá!
ANA LUÍSA - Coitadinha! Pobrezinha! Ela tem quantos anos?
FREDERICO - Deixa de ser curiosa Luísa, e vamos ajudar a menina. Vem!
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NARRADOR - Esses dois danadinhos foram até Joana e sem precisar insistir,
levaram ela para casa com todo cuidado para que seus pais não vissem nada!
JOANA - E se a mãe de vocês me colocarem pra fora?
ANA LUÍSA - Ela não vai fazer isso! Nós vamos esconder você no nosso quarto, ela nem
vai te ver. Mamãe está tomando banho agora e papai ainda nem chegou do
trabalho. Eu e Fred acabamos de sair um pouquinho pra rua e ela nem percebeu.
FREDERICO - É só a gente não fazer barulho.
JOANA - Na sua casa tem cachorro Fred?
ANA LUÍSA - Não!!!
JOANA - Tem comida? Estou com fome!
FREDERICO - Comida, doce, refrigerante, suco de laranja, chocolate, sorvete,
biscoito,....
ANA LUÍSA - E hoje a noite: pizza! Obá!
JOANA - Humm,... Nunca comi pizza?!
ANA LUÍSA - Depois você vai comer e vai saber como é. Vamos logo, ta fazendo frio
aqui fora!
JOANA E FREDERICO - Vamos!
CENA 2
NARRADOR - As crianças passam pela sala devagarzinho sem fazer barulho e logo
chegam ao quarto e escondem Joaninha. Só não contavam em ser surpreendidas
pela mãe antes de irem a cozinha buscar alguma coisa para Joana comer.
D. BERTA - Onde vocês estavam? Quem é aquela menina que entrou com vocês? Onde
ela está?
ANA LUÍSA - Eu disse Fred: mamãe não vai deixar a Joana morar com a gente!
FREDERICO - Você não disse nada disso, sua mentirosa!
ANA LUÍSA - Disse sim!
FREDERICO - Não disse! Horrorosa!
ANA LUÍSA - Vou te matar seu magricela! Grrrrrr!
D. BERTA - Parem de brigar agora, ou eu coloco vocês de castigo! Quero saber quem é
essa menina. Podem me explicar o que está acontecendo?
NARRADOR - As crianças contam a mãe como encontraram Joaninha e D. Berta fica
comovida. Enquanto isso....
JOANA - Eu vou embora! A senhora não precisa brigar com eles. Não quero mais ficar
aqui.
FREDERICO - Não Joaninha! Você não tem pra onde ir
D. BERTA - Não estou brigando com eles minha querida. Só queria saber quem é você
e onde a encontraram. Só isso! Não tenha medo, não precisa ir embora, nós
vamos te ajudar.
NARRADOR - Parece que D. Berta, com suas doces palavras, aqueceu o coraçãozinho
da menina. Ela sorriu meio desconfiada.
D. BERTA - Vão brincar um pouquinho no quarto, que eu vou preparar uma pizza
deliciosa pra vocês. (Ana Luísa empreste um vestido seu a joaninha pra ela se
trocar depois que tomar um banho) Fred, você vem me ajudar, e ligar para o
papai vir logo. Depois da pizza e de conversarmos com o papai vamos todos
dormir, e amanhã cedinho vamos ver qual a melhor solução para Joaninha. Vou
conversar com uma amiga para procurar a família da amiguinha de vocês e se
for mesmo verdade que ela não tem ninguém, acho que podemos nos tornar
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uma grande família ate Joaninha ter um lar de verdade para morar. O que vocês
acham disso crianças?!
ANA LUÍSA, FREDERICO E JOANINHA - EHHH!!
FREDERICO - Boa idéia mamãe!
ANA LUÍSA - A minha professora disse que toda criança tem direito de ter uma família,
comida, escola, tudo o que precisa. Ta vendo Joaninha, você agora não vai mais
ficar com fome, nem sentir frio.
JOANA - Encontrar vocês hoje foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Valeu!
Nem to mais com medo. A gente já pode comer a tal da pizza tia?
NARRADOR - E graças a Fred e Ana Luísa, tudo acaba mesmo em pizza! Ops,... até que
Joaninha encontre um novo lar. O que não vai ser difícil, já que essa família
vai ajudar!
FIM
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Fernanda Lopes. A Margarida Friorenta. São Paulo: Ática, 2007.
ABRAMOWICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo:
Scpione. 1993.
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