Disciplina: MAD I Orientador didático: Prof. Claudia Vitral Virologia Bacteriologia Profa. Claudia Profa. Renata Avaliações: 1a VA 5 abril 3a VA 7 junho 2a VA 10 maio 4a VA 12 julho Prova reposição ( 17 julho) e VS (19 julho) Cálculo da média em MAD I 1a VA + 2a VA + 3a VA + 4a VA / 4 Disciplina de MAD I Objetivos da disciplina • Reconhecer as propriedades gerais de bactérias e vírus e os mecanismos envolvidos na patogênese e na resposta do hospedeiro nas infecções por estes agentes • Identificar as formas de tratamento e diagnóstico laboratorial das infecções bacterianas e virais • Reconhecer as bactérias e vírus associados com doenças nos diferentes sistemas do organismo humano Disciplina de MAD I Ementa da disciplina: temas gerais • Taxonomia bacteriana e viral. Morfologia e estrutura geral bacteriana e viral. Fisiologia bacteriana. Genética bacteriana. Multiplicação viral. Relação bactériahospedeiro. Patogenia das infecções virais. Mecanismos de defesa do hospedeiro nas infecções bacterianas e virais. Antimicrobianos e agentes antivirais. Prevenção e controle das infecções virais. Métodos de diagnóstico laboratorial das infecções bacterianas e virais. Método de Gram. Disciplina de MAD I Ementa da disciplina: temas específicos • Estudo das bactérias e vírus de importância médica causadores de infecções na pele, respiratórias, entéricas, hepáticas, genito-urinárias, oculares, do sistema nervoso, bem como infecções oportunistas, congênitas e perinatais, oncogênicas e multissistêmicas. Virologia www.prograd.uff.br/virologia • Aulas • Estudos dirigidos • Programa da disciplina Vírus: histórico, morfologia e classificação e multiplicação Importância médica das viroses Alguns fatos: “Mais de 60% das doenças infecciosas são causadas por vírus” “São responsáveis por cerca de 50% de todas as ausências no trabalho e escola” “Crianças desenvolvem 7 ou mais infecções virais por ano que requerem pelo menos uma visita ao hospital ou ao médico” Vírus como agentes de doenças no homem ... e nos animais! Importância médica das viroses Podem ser fatais: Podem causar câncer: raiva, AIDS, febre hemorrágicas, encefalites HPV, HBV, HCV, HTLV-1, EBV, HHV-8, Poliomavirus Podem afetar grandes populações: OS VÍRUS diarréias virais, gripe, resfriados Podem causar grande desconforto: cachumba, infecções por herpesvírus Podem causar infecções congênitas: rubéola, citomegalovírus, Zica, HIV, vírus da hepatite B Mas podem também, como acontece na maioria das vezes, ..... nada causar em seus hospedeiros. A maior parte dos vírus causa infecção assintomática ou permanece no hospedeiro sem causar danos por longos períodos replicando-se em taxas lentas e estáveis e escapando da resposta imunológica. “Humans and Viruses: An „I Love You… Me Neither‟ Story” “O corpo humano é o habitat de diversas espécies virais sob condições não patológicas, que constituem presumidamente uma flora viral normal (viroma)” O viroma humano em condições não patogênicas, nos principais sistemas do organismo. Cada grupo viral está representado por uma cor diferente. Popgeorgiev N et al, 2013 “A diversidade e riqueza viral no corpo humano sob condições não patológicas foram grandemente subestimadas…” Existem 100 vezes mais vírus (bacteriófagos) do que células eucarióticas no nosso corpo. O genoma humano contém ~ 100.000 fragmentos virais endógenos (8% do genoma) Retrovirus placentário humano: detectado em tecido placentário – ativado durante a gravidez: poderiam proporcionar a imunossupressão durante a gravidez E além disso, os vírus também pode ser importantes vetores de cura ou prevenção de doenças ! Vírus podem ser usados como veículos (vetores) de informações genéticas para levar mensagens a células específicas Terapia genética: inserção de genes nas células e tecidos de um indivíduo para o tratamento de uma doença Uso de vírus como vetores Terapia genética usando um Adenovírus como vetor. Um novo gene é inserido no adenovírus, que é usado para introduzir o DNA modificado na célula humana. Adenovirus: virus pouco patogênico, geneticamente estável Tumor de pâncreas e pele: alto incidência, falta de tratamentos Um cientista consegue curar o câncer utilizando o vírus da varíola modificado, mas a mutação do vírus acaba convertendo todos os seres humanos - menos o personagem de Will Smith - em zumbis. Descrição de doenças virais na antiguidade Desenho ilustrando um cão com raiva (1500 a.C) Múmia do faraó Ramsés V (1196 a.C): lesões de varíola na face Entalhe, 18a dinastria egípcia (370 a.C): indivíduo com paralisia Século XIX Época marcada por inúmeras epidemias (cólera, peste, tifo, tuberculose, varíola, gripe) Microscópio ótico confirma a teoria dos germes tornando obsoleta a geração espontânea Louis Pasteur (1822-1895) Robert Koch (1843-1910) A descoberta dos vírus: a descoberta de um mundo novo e fascinante Inicialmente, os vírus foram associados a doenças … 1892, Dimitri Ivanovski: estudo da doença do mosaico do tabaco (etapa fundamental na descoberta dos vírus) 1899, Martinus Beijerinck: diluição seriada da seiva – princípio infeccioso VIVO mas FLUIDO – Contagium vivum fluidum. Identificação dos primeiros vírus 1898, Loeffler e Frosh: vírus da febre aftosa 1900-1902, Walter Reed: vírus da febre amarela 1917-1926, Twort e d´Herelle: bacteriófagos “Ficou evidente que os vírus eram capazes de infectar todos os domínios da vida, incluindo bactérias, archaeas e eucariontes” ... Mas foi difícil na época estudar os vírus! Vírus são muito pequenos Ao final da Primeira Guerra, novos vírus foram identificados ... sem contudo terem sido VISTOS ! 1939, construção do ME: vírus puderam ser finalmente vistos. ... Mas continuou sendo difícil na época estudar os vírus! Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios Novos progressos na virologia Década de 30: primeiros estudos de inoculação em sistemas hospedeiros (animais de laboratório e ovos embrionados) 1949, Enders e cols: primeiros cultivos celulares: isolamento de novos vírus e produção de vacinas ... E as doenças virais puderam ser diagnosticadas e tratadas! Maturidade de uma ciência: outros eventos importantes Década de 60: início da era do diagnóstico laboratorial de viroses: aplicação do cultivo celular, da ME e dos testes sorológicos para um diagnóstico confiável. 1962, desenvolvimento dos primeiros antivirais ... Novos vírus foram sendo descobertos! Francoise Barré-Sinoussi Jean-Claude Chermann Luc Montagnier Na conferência de AIDS in Park City, Utah em 1984, 150 cientistas foram surpreendidos com apresentação do grupo francês de Luc Montagnier que anunciou a descoberta do vírus HIV . ... Novos métodos laboratoriais foram sendo desenvolvidos! Maturidade de uma ciência: outros eventos importantes A partir da década de 80: rápido progresso da biologia molecular possibilitando a amplificação e o sequenciamento do genoma viral e a identificação de novos vírus 1985, O primeiro Termociclador Termociclador Walter Goad 1982: Criação do GenBank ... E muitos avanços foram obtidos nos métodos moleculares! Virochip Version 3 Chip contendo um microarranjo com sequencias de diversos genomas virais para detectar simultaneamente centenas de virus 2002 J DeRisi, W. Lipkin, others Aplicação da tecnologia de Microarranjo para identificação de virus. 454 Life Sciences Pyrosequencing Jonathan Rothberg 2005 J Rothberg, 454 Life Sciences Desenvolvimento do pirosequenciamento ... E chegamos ao século 21 com muitas questões ainda não respondidas! ... Afinal, podemos considerar os vírus como seres vivos ?? Os vírus encontram-se no limite entre o não-vivo, quando estão fora das células: não se reproduzem de forma autônoma e o vivo, quando estão dentro das células: adquirem a capacidade de multiplicação ... Mas uma coisa é certa, os vírus não são células Árvore da vida Principais diferenças entre os vírus e os microorganismos celulares Tamanho relativo de vírus e bactérias: bactérias são medidas em micrômetros (10-6 m) e vírus em nanômetros (10-9 m) Microscópio ótico e eletrônico: limite de resolução Principais diferenças entre os vírus e os microorganismos celulares ... Então quais são mesmo as principais diferenças entre os vírus e os microorganismos celulares? Vírus: definição Parasitas intracelulares obrigatórios Pequenos: medidos na ordem de grandeza de nanômetros (20 -250 nm) Possuem um único tipo de ácido nucleico: DNA ou RNA Mas .... ... Há pouco tempo atrás foram descobertos vírus GIGANTES! Mimivirus, um vírus gigante de amebas aquáticas Visíveis a MO (800 nm) Genoma DNA 1,2 milhões de bases (codifica > 900 ptns) Apresentam RNA Outros vírus gigantes foram identificados e classificados na ordem Megavirales dividida em 7 famílias virais: Poxviridae, Mimiviridae, Iridoviridae, Ascoviridae, Phycodnaviridae, Asfaviridae e Marseilleviridae Estrutura da partícula viral Ácido nucleico: genoma (DNA ou RNA) Capsídeo: estrutura proteica que envolve o genoma Nucleocapsídeo: ácido nucleico + capsídeo Envelope: presente em alguns vírus, origem da membrana da célula hospedeira ... Conhecendo cada componente da partícula viral. Quais são mesmo? O genoma viral Vírus com genoma DNA Vírus com genoma RNA Acido nucleico viral (DNA ou RNA) • Codifica a informação genética necessária a replicação viral • Tamanho variável (DNA 3,2 – 375 kpb; RNA 4 – 32kpb) • Apresenta sequências e composição de nucleotídeos distintas, que podem revelar relações genéticas entre vírus isolados • Apresenta diferentes conformações Conformações do genoma viral Fita simples Fita dupla Linear Circular Polaridade + Polaridade – Segmentado Não segmentado Polaridade do genoma RNA Capsídeo viral • Principal objetivo: facilitar a transferência do acido nucleico de uma célula para outra • Proteção do genoma viral contra a inativação por nucleases • Participa na fixação da partícula a célula hospedeira • Contem proteínas que determinam as características antigênicas do vírus (resp imune) • Responsável pela simetria estrutural da partícula viral Capsídeo viral: simetrias Protômero (monômero de proteína) capsômeros Icosaédrica capsídeo: simetrias Helicoidal Complexa Simetria icosaédrica Ácido nucleico viral encontra-se condensado dentro do capsídeo Simetria helicoidal As subunidades proteicas estão ligadas de forma periódica ao acido nucleico viral, girando até formar uma hélice Vírus do mosaico do tabaco (não envelopado) Vírus da raiva (envelopado) Simetria complexa Poxvirus (vírus da varíola) Envelope viral Origem: membrana da célula hospedeira Constituição fosfolipídica associada com proteínas codificadas pelo vírus: Proteína matriz: camada na superfície interna do envelope Proteínas de superfície (espículas): glicoproteínas que se projetam na superfície do envelope Biossegurança Muitos vírus são patógenos humanos, o que implica no risco de infecções no ambiente de trabalho Ingestão Aerossóis Salpicos nos olhos Acidente pérfuro-cortante Vacinação EPI Reação a agentes químicos e físicos Agentes físicos: calor (50-60°C/30’) e radiação ionizante (luz UV, raio X) Agentes químicos: pH, éter, detergentes, cloro, formaldeído. Métodos comuns de inativação viral - Materiais e vidrarias: vapor sob pressão (autoclave), calor seco (forno), óxido de etileno, radiação γ - Superfícies: hipoclorito de sódio (5%), glutaraldeído, formaldeído - Desinfetantes de pele: clorexidina, etanol 70%, iodóforos Classificação dos Vírus pelo ICTV (Comitê Internacional de Taxonomia Viral), 2000 Classificação semelhante a de organismos celulares. Utiliza os seguintes ramos taxonômicos: Ordens, Famílias, Subfamílias, Gêneros e Espécies Critérios de classificação viral Propriedades das proteínas virais Morfologia do virion Propriedades antigênicas Propriedades físico-quimicas Propriedades do genoma Organização genômica e de replicação Doença associada não é um critério taxonômico Família Picornaviridae Gênero Hepatovirus Espécie Vírus da hepatite A Gênero Rhinovirus Espécie Rinovirus Gênero Enterovirus Espécie Poliovirus Gênero Aphtovirus Espécie Vírus da febre aftosa Multiplicação viral Como essas estruturas de enorme simplicidade e, a primeira vista, inertes, podem ameaçar organismos vivos muito mais complexos ? Sem dúvida porque os vírus têm imperiosa necessidade de infectar uma CÉLULA A multiplicação no interior das células é um processo de replicação e não de divisão A partícula viral se decompõe, em seguida é reconstruída em inúmeras partículas pela auto-montagem de diferentes componentes que a célula produz sob controle do genoma viral Multiplicação viral 1. - Iniciação adsorção entrada na célula descapsidação 3. Montagem da progênie viral e saída da célula hospedeira 2. Expressão e replicação do genoma viral síntese de proteínas replicação do ácido nucleico Adsorção viral à célula hospedeira União específica entre receptores presentes na superfície da partícula viral e da célula hospedeira Adsorção do HIV a superfície do Linfócito T Bacteriófago adsorvido na bactéria E. coli Vias de entrada de vírus nas células Vírus NÃO envelopados ENDOCITOSE Vírus envelopados FUSÃO Vírus não envelopados: entrada na célula por endocitose Processo de fusão: possibilidades Fusão do envelope viral com a membrana plasmática após ligação ao receptor celular Fusão do envelope viral com a membrana do endossoma após endocitose Expressão e replicação do genoma viral Expressão e replicação do genoma viral Montagem das partículas virais Brotamento de vírus envelopados Brotamento de partículas virais da célula hospedeira HIV Vírus do sarampo Inúmeras partículas do HIV brotando da superfície do linfócito T Etapas da replicação viral: 1. Adsorção 2. Penetração 6. Liberação 5. Montagem 3. Descapsidação 4. Expressão do acido nucleico: síntese ptns e replicação ácido nucleio http://encarta.msn.com/