1 de Maio! Em 1886, uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago – E.U.A -, com a finalidade de reivindicar a redução de jornada de trabalho para 8 horas diárias acaba com a morte de 12 pessoas e fere dezenas. A polícia americana abriu fogo após uma bomba atirada por um dos manifestantes. Três anos mais tarde, a segunda internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o primeiro de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Esses acontecimentos eram conhecidos como a Revolta de Haymarket. Em 23 de abril de 1919 o senado francês retifica o dia de 8 horas e proclama o dia primeiro de maio desse ano dia feriado. No Brasil, até o início da era Vargas (1930-1945) certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituindo um grupo político bastante forte, influenciados pelas teorias anarquistas e depois comunistas. Com a chegada de Vargas, gradativamente, essas ideias foram dissolvidas, e os trabalhadores urbanos foram influenciados pelo que ficou chamado de trabalhismo. Até então, mesmo dissolvidas, as ideias anarquistas e comunistas eram consideradas por muitos trabalhadores como base para momentos de protesto na data de primeiro de maio. Contudo, as mudanças de Vargas eram fortes e transformaram o dia de revolta, os protestos, em um dia de comemorações festivas; festas populares, desfiles e celebrações similares. Até mesmo o movimento sindical adotou tais manifestações festivas. No primeiro de maio, políticos aproveitam a embriagues dos trabalhadores, e suas euforias regadas a músicas chamativas e a bebidas, para discursarem anunciando propostas; e os sindicatos aumentos de salários. A esquerda no mundo todo está em ruínas. O imperialismo está desbravando as florestas vermelhas e adentrando com toda força nos países ditos subdesenvolvidos. A esquerda está moderada, e a extrema esquerda sem forças práticas. O pessimismo da velha guarda marxista tomou o lugar do “otimismo” de Marx, que jamais entregaria os pontos ao capitalista; que jamais daria o sangue do proletariado aos demônios do capitalismo. Tanto que o marxismo radical está enterrado no coração dessa velha guarda, e passado, quando não minuciosamente, de mestre para aprendiz. É como se o eco das risadas do capitalismo assombrasse os restos mortais de Karl Marx e os verdadeiros marxistas, que indignados, estão com os punhos atados. É certo que a luta armada está fora de cogitação, entretanto, é devido ao silêncio vermelho que famílias estão sendo dizimadas aos poucos por negligencia social; que estão sendo dizimadas aos poucos por fatalismos inadmissíveis porque causados pela falta de assistência e o domínio da direita burguesa. Não se trata, aqui, do assistencialismo de Estado, que doa esmolas a pais de família quando deveria dar estrutura a esses pais; estrutura para prosseguirem as suas vidas enfrentando o neoliberalismo inumano, e, sobretudo, dando a esses pais de família assistência médica, social, psicológica e etc., para sobreviverem nesse sistema infernal. É inadmissível que um país como o Brasil, caminhando para uma potência econômica, ainda esteja fadada ao descaso interno, ao descaso ao seu próprio povo. Não há o que celebrar. As celebrações varguistas são gargalhadas; as bebidas, alucinógenos, e as vozes verborrágicas que ecoam através das caixas amplificadas, incompreensíveis a ouvidos subdesenvolvidos. Primeiro de maio. Oh, estive no trabalho por 12 horas, seqüestrado pelas obrigações individuais; pelas obrigações que me foram impostas pela força capitalista. Meu trabalho é servir bem, progredir com agilidade e competência. Até os mortos são cobrados pelo sistema neoliberal-público; até os mortos são cobrados por sua cova imunda, escura e solitária. As celebrações religiosas persuadem a mente de muitos trabalhadores semi-analfabetos, que atirados ao descaso e ao desespero, quando vêem as suas famílias em uma precariedade subumana, entregam-se de corpo e alma ao que acham que podem ajudá-los. São infortunados, que explorados desde quando o capitalismo criou asas possantes, jamais tiveram paz. Foram alienados por conta dos meios de produção capitalista. Hoje, dizem que esses trabalhadores e pais de família se desalienaram, porque produzem e consomem o que produzem. Patifarias teóricas! A alienação está embutida na mercadoria diabólica. A humanidade desumanizouse, e o que importa é o que evapora e o que é efêmero, o que é descartável. Não existe sustância no que criam, ou seja, no que produzem nas fábricas luficerinas, e o sentimento humano tornou-se rocha; o ser humano tornou-se um parafuso que se aperta à medida que é necessário ser apertado, para o bem da empresa, logo, o seu próprio “bem”. Ladainhas “Bauerianas” não dão resultados para a força que é material, que é sentida na pele, na carne... Os trabalhadores estão sendo administrados pelas leis dos homens, pelas leis da terra, pelas leis materialistas. Primeiro de maio. Estive enclausurado por 12 horas. Enquanto em todo mundo as manifestações eram veementes, no Brasil celebrávamos o paternalismo caduco. Estive por 12 horas, enclausurado, sem poder ao menos manifestar-me como deveria, ao passo que nutria um sentimento de derrota e amargura em mim; um sentimento de pessimismo, por mais que eu lutasse contra esse sentimento que me levaria a lágrimas, fazendo-me sensível demais para a ocasião, não pude me conter. Estive por doze horas, enclausurado. Ali, ao meu redor, somente os hinos dos pássaros, o verde e o cheiro dos cadáveres em decomposição. Muitos deles meninos de 15 anos, assassinados pelo sistema de defesa da propriedade privada burguesa: a polícia. Meninos que nem se quer tomaram conta do valor da vida, quanto mais das teorias de Karl Marx. Quem sabe se eles tomassem conta dessas teorias, uma ponta de esperança nascia em seus peitos corroídos pela cocaína, e ao invés de lutarem contra a sociedade que o julga ser um excremento marginal, lutariam esses meninos contra toda a ideologia que os faz crer que meras mercadorias são mais importantes que a vida humana. 1 de maio. Estive enclausurado por 12 horas. Ao meu redor, os hinos dos pássaros apaziguavam-me a alma, o verde fazia brilhar os meus olhos, e o cheiro dos cadáveres apodrecendo debaixo da terra me trazia para a realidade. Ao passo em que via os meus superiores gargalhando na nossa cara, montando a churrasqueira, introduzindo as latas de cerveja no frízer da geladeira, porque era dia de festa. Como a minha personalidade assemelha-se a de um demônio, injetei cuspi, sem passar o pé para limpar a porqueira. Os PTucanalhas brindavam com os próprios trabalhadores que outrora humilharam, chamando-os de burros e raça de vagabundos. Senti-me derrotado. Não venci ao tentar convencê-los de que todos aqueles patifes eram canalhas e que estavam ali para rirem da nossa cara. Vereadores, partidários, também chefes do Brasil. Todos adornando os dentes pútridos com carne bovina, e saciando-se com cerveja gelada. Meus camaradas de serviço ao lado de todos esses piratas da política, divertindo-se sem saber o porquê, comprados por pedaços de carne na brasa, e algumas latas de álcool. Não há dúvidas da legitimação da pirataria política. Como posso condenar meus camaradas, se falhei com eles, por ter mais instrução. Como posso condená-los?! Sem estudo, sem reflexão, cada um deles torna-se alvo fácil. Mais uma vez presenciei a burguesia disfarçada de esquerda triunfar sobre os corpos cansados dos meus companheiros de serviço. Este sentimento de derrota, este sentimento... Antes uma bala na cabeça, a me juntar a uma corrosão dos princípios verdadeiros da verdadeira luta contra os que riem de mim e de todos desafortunados. 19 horas. Botei a mochila nas costas, e fui para minha casa, enquanto ouvia o eco dos risos que atiravam navalhas em meu coração. Salve primeiro de maio! Ed Carlos Bezerra Estuda Ciências Sociais O que realmente significa 1ºde Maio... COM CERTEZA não é esta palhaçada que vemos em diversos cantos de Sp e outras cidades do Brasil.... enquanto trabalhadores em todo o mundo que tem um mínimo de consciência reinvidicavam e protestavam, estávamos nós aqui folgando e festejando enchendo a cara e caindo de tão bêbados que estávamos, enquanto verdadeiros homens e mulheres davam a cara a tapa, lutando por seus ideias, por sua liberdade... Raça de víboras que nos aprisionam ideologicamente, fazendonos crer que este dia 1º de maio é somente mais um feriado onde podemos gozar e descansar em nossos lares... Maldita política de estado, que aliena os incultos e frágeis de Espírito, que se deixam levar por conversas torpes e banais, capitalistas desprezíveis que corroem o caráter das pessoas tirando suas identidades, fazendo-os parecerem maquinas ao seu bel prazer... que o Capitalismo sofra as conseqüências do próprio ódio que nos implantou, que o que este criou se vire contra ele e o destrua, da mesma forma que este destruiu com toda liberdade que mesmo sendo pouca o homem possuía... 1º de Maio é luta, garra e protesto, reinvidicação de direitos trabalhistas e melhores condições de trabalhos e o Principal A "ABOLIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA BURGUESA" Johnny brito