FMI divulga novas previsões

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FMI divulga novas previsões
Quinta, 04 Novembro 2010 10:00
O FMI divulgou novas estimativas de diversos indicadores económicos para este ano e
para o próximo.
Confirma-se uma desaceleração do ritmo de crescimento em 2011 na maioria das economias
avançadas, consequência da retirada dos estímulos à economia e, em alguns países, da
introdução de medidas de austeridade para reequilibrar as contas públicas. Simultaneamente,
sente-se a necessidade de estimular o consumo interno e o investimento para sustentar o
crescimento dos países desenvolvidos. Nas economias emergentes, o produto está próximo do
seu potencial, suportado pelo consumo privado, investimento e exportações.
Este organismo antecipa que o crescimento do PIB mundial seja de 4.8% em 2010 e de 4.2%
em 2011. Isto representa uma revisão em alta de 0.2 pontos percentuais para este ano e uma
revisão em baixa em 0.1 pontos percentuais para o próximo ano. Este decréscimo na projecção
para 2011 deve-se ao conjunto de economias avançadas, onde se espera que o PIB cresça
2.2% em 2011, quando era expectável que aumentasse em 2.4%. Relativamente ao conjunto
de economias emergentes e em desenvolvimento, a projecção global de crescimento não se
alterou face ao WEO anterior (publicado em Julho).
Para a zona euro, o FMI aponta para uma taxa de crescimento do PIB real de 1.7% em 2010 e
de 1.5% em 2011. A Alemanha, a maior economia da zona euro, enviesa positivamente este
número, uma vez que se espera que o PIB real cresça 3.3% neste ano e 2% no próximo. Este
abrandamento deve-se essencialmente ao expectável declínio das exportações, o que por sua
vez é consequência do fraco crescimento dos seus principais parceiros comerciais. Em 2010, a
contribuir negativamente para o crescimento da economia do bloco estão a Espanha, a Grécia
e a Irlanda cujo PIB deverá contrair este ano em 0.3%, 4% e 0.3% respectivamente. Prevê-se
ainda que a autoridade monetária continue a estimular a expansão das economias zona euro,
já que o aumento dos preços no consumidor não deverá ser uma preocupação, uma vez que
se estima que a taxa de inflação seja de 1.6% este ano e de 1.5% no próximo. Relativamente a
Portugal, o FMI já reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa no próximo ano como
consequência do impacto das medidas de austeridade anunciadas recentemente pelo
Governo. Deste modo, esta instituição projecta que o PIB real cresça 1.1% este ano, mas
espera uma contracção de 1.4% em 2011. (Esta estimativa foi publicada após a divulgação do
WEO).
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Quinta, 04 Novembro 2010 10:00
Nos Estados Unidos ainda está presente muita incerteza relativamente à evolução no
médio-prazo da economia. A actual recuperação foi largamente devida aos elevados estímulos
à economia proporcionados pelas políticas macroeconómicas e pelas medidas de estabilização
do sistema financeiro. Contudo, estes estímulos desequilibraram as contas públicas,
esperando-se que o défice orçamental se situe em 10% do PIB em 2010 e 2011 e
projectando-se que a dívida pública corresponda a 110% do PIB em 2015. Deste modo, o
actual desafio das autoridades norte-americanas é conseguir reequilibrar as contas públicas
sem comprometer a recuperação da economia. Destaca-se também a debilidade do consumo
privado (que representa cerca de 70% do PIB dos E.U.A.) e cuja estagnação compromete um
crescimento sustentável da maior economia do mundo. Esta fraqueza na procura doméstica é
devida à deterioração da riqueza das famílias (que resulta em grande parte da acentuada
redução dos preços dos imóveis), à elevada taxa de desemprego e à maior relutância dos
bancos em conceder empréstimos. Projecta-se que a taxa de inflação continue a níveis baixos
(1.4% este ano e 1% em 2011), o que dá margem de manobra para que a autoridade
monetária prossiga com políticas contra-cíclicas. O crescimento do PIB real deverá situar-se
em 2.6% em 2010 e 2.3% em 2011.
O Brasil lidera nas taxas de crescimento do PIB real na América Latina, uma vez que tem
apresentado taxas de crescimento perto dos 10% desde o terceiro trimestre de 2009. Contudo,
é esperada uma moderação do ritmo de expansão da maior economia da América do Sul,
prevendo-se que o PIB real cresça 7.5% este ano e 4.1% no próximo.
A expansão da China deverá manter-se forte, esperando-se que registe uma taxa de
crescimento com dois dígitos em 2010, diminuindo 0.9 pontos percentuais para uma taxa de
9.6% em 2011. A contribuir para este dinamismo da economia está o crescimento da produção
industrial e das vendas a retalho, o que por sua vez está relacionado com o fortalecimento da
procura interna. Os preços no consumidor deverão subir 3.5% em 2010, principalmente como
reflexo do aumento dos preços dos bens alimentares. Relativamente à taxa de desemprego,
prevê-se uma ligeira diminuição de 4.3% em 2009 para 4.1% em 2010
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