“domo de lava paleoproterozóico grupo iriri nordeste de

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“DOMO DE LAVA PALEOPROTEROZÓICO
GRUPO IRIRI
NORDESTE DE MATO GROSSO.
GEOLOGIA-GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA”.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT
Reitora
Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder
Vice-Reitor
Prof. Dr. Francisco José Dutra Solto
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Profª. Drª. Leny Caselli Anzai
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – ICET
Diretor do Instituto de Ciências Exatas e da Terra
Prof. Dr. Edinaldo de Castro e Silva
DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS - DRM
Chefe do Programa de Pós-Graduação em Geociências
Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geociências
Prof. Dr. Denis de Jesus Lima Guerra
Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geociências
Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz
CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
N° 22
“DOMO DE LAVA PALEOPROTEROZÓICO - GRUPO IRIRI
NORDESTE DE MATO GROSSO.
GEOLOGIA-GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA”.
Mara Luiza Barros Pita Rocha
Orientadora
Profª. Dra: Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros
Co-Orientador
Prof. Dr: Evandro Fernandes de Lima
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do
Instituto de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal de Mato Grosso
como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre na Área de
Concentração: Geologia Regional e Recursos Minerais.
CUIABÁ
ABRIL DE 2011
Universidade Federal de Mato Grosso – www.ufmt.br
Instituto de Ciências Exatas e da Terra – www.ufmt.br
Curso de Graduação em Geologia – [email protected]
Departamento de Recursos Minerais – www.ufmt.br
Programa de Pós-Graduação em Geociências – [email protected]
Campus Cuiabá – Avenida Fernando Corrêa, s/nº - Coxipó
78.060-900 – Cuiabá, Mato Grosso.
Fone: (65) 3615-8000
Os direitos de tradução e reprodução são reservados.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas
eletrônicos, fotocopiada ou reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos, ou
utilizada sem a observância das normas de direito autoral.
Depósito Legal na Biblioteca Nacional
Edição 1ª
Catalogação elaborada pela Biblioteca Central do Sistema de Bibliotecas e Informação – SISBIB –
Universidade Federal de Mato Grosso
Rocha, Mara Luiza Barros Pita
Domo de Lava Paleoproterozóico - Grupo Iriri
Nordeste de Mato Grosso.
Geologia-Geoquímica e Geocronologia
[manuscrito]. / Mara Luiza Barros Pita Rocha – 2011
xvi, 54f.; il. Color. (Contribuições às Ciências da Terra, série 1, vol. 1, n. 1).
Orientadora: Profª. Drª. Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros
Co-Orientador: Profº. Dr. Evandro Fernandes de Lima
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Instituto de Ciências Exatas e da Terra.
Curso de Geologia. Programa de Pós-Graduação em Geociências.
Área de Concentração: Geologia Regional e Recursos Minerais
Linha de Pesquisa: Geoquímica de Minerais e Rochas
CDU:
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Orientadora: Profa. Dra. Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros
_____________________________________________
1º Examinador: Prof. Dr. Carlos Augusto Sommer
____________________________________________
2º Examinador: Prof. Dr. Francisco E. Cavalcante Pinho
CUIABÁ - MT
ABRIL DE 2011
AGRADECIMENTOS
Mara Luiza Barros Pita Rocha
Aos meus pais, irmãos, cunhadas, sobrinhos, familiares, amigos, professores e ao meu
noivo Renato.
SUMÁRIO DA DISSERTAÇÃO
RESUMO...........................................................................................................................1
ABSTRACT......................................................................................................................2
APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 3
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO.............................................. 3
CAPÍTULO I....................................................................................................................5
I.1- LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO................................................................... 6
I.2- JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 6
I.3- OBJETIVOS DO TRABALHO ......................................................................... 7
I.4- INTRODUÇÃO ................................................................................................. 7
I.5- MATERIAIS E MÉTODOS .............................. Erro! Indicador não definido.
I.5.1- Trabalho de Campo....................................................................................12
I.5.2- Trabalho de Laboratório.............................................................................12
I.5.2.1- Petrografia...................................................................................12
I.5.2.2- Geoquímica de Rocha Total........................................................12
I.5.2.3- Geologia Isotópica......................................................................12
I.5.2.4- Química Mineral - Microscópio Eletrônico de Varredura
(MEV)..............................................................................................................................14
I.5.3- Trabalho de Gabinete.................................................................................14
CAPÍTULO II................................................................................................................15
II.1- CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO .... Erro! Indicador não definido.
II.1.2- PROVÍNCIA AMAZÔNIA CENTRAL..............................................................19
II.1.3- DOMÍNIO IRIRI-XINGÚ....................................................................................20
CAPÍTULO III..............................................................................................................21
III.1 - GEOLOGIA REGIONAL ...................................... Erro! Indicador não definido.
III. 1.1- SUÍTE INTRUSIVA VILA RICA .............. Erro! Indicador não definido.
III.1.2- SUÍTE INTRUSIVA RIO DOURADO......................................................25
III.1.3- GRUPO IRIRI.............................................................................................27
III. 1.4-MÁFICAS E
ULTRAMÁFICAS................................................................Erro! Indicador não
definido.
III. 1.5- ENXAME DE DIQUES DE
DIABÁSIO..................................................Erro! Indicador não definido.
CAPÍTULO IV...............................................................................................................31
CAPÍTULO V................................................................................................................66
V.1- CONCLUSÕES FINAIS .......................................... Erro! Indicador não definido.
V.2- AGRADECIMENTOS ............................................. Erro! Indicador não definido.
V.3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................... Erro! Indicador não definido.
ANEXOS.........................................................................................................................72
Anexo I – Publicações..........................................................................................73
RESUMO PUBLICADO EM ANAIS DE CONGRESSOS E
SIMPÓSIOS.........................................................................................................73
ARTIGOS ACEITOS PARA PUBLICAÇÃO........................................74
ARTIGO SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO....................................74
Anexo II – Artigos ...............................................................................................77
Anexo III - Imagem de satélite da área de pesquisa, indicando o local de coleta
da amostra datada por U-Pb Laser Ablation..................................................................78
Anexo IV - Tabela de pontos e descrição litológica............................................79
Anexo V – Mapa Geológico Local e de Pontos...................................................81
Anexo VI – A) Domínios tectônicos de Vasquez para o nordeste de Mato Grosso;
B) Geologia do Domínio Iriri-Xingú da Província Amazônia Central;
C) Localização esquemática do domínio Iriri-Xingú no estado de Mato Grosso
(Vasquez et al. 2008b).....................................................................................................82
Anexo VII – Mapeamento Geológico da Folha Comandante Fontoura.
Compilado da CPRM.......................................................................................................83
SUMÁRIO DO ARTIGO
ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA BRASILEIRA DE GEOCIÊNCIAS EM 17/02/2011
“Domo de Lava Paleoproterozóico - Grupo Iriri, Nordeste de Mato Grosso. Geologia,
Geoquímica e Geocronologia”.....................................................................................................32
RESUMO.....................................................................................................................................32
ABSTRACT.................................................................................................................................32
INTRODUÇÃO............................................................................................................................33
MÉTODOS ANALÍTICOS..........................................................................................................38
CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO........................................................................38
GEOLOGIA DO DOMO DE LAVA DA FAZENDA SONHO MEU........................................40
DOMO DE LAVA INTERMEDIÁRIA DA FAZENDA SONHO MEU..............................42
PETROGRAFIA................................................................................................................44
Fácies de Núcleo Coerente.....................................................................................44
Fácies Transicional Autoclástica com Texturas Tuff-Like........................................45
Fácies de Mistura Heterogênea de Magmas – Mingling...........................................46
Fácies de Lavas com Estrutura de Fluxo.................................................................48
GEOQUÍMICA..................................................................................................................49
GEOCRONOLOGIA..........................................................................................................58
Resultados de U-Pb em Zircão...............................................................................58
Dados Isotópicos de 143Nd/144Nd............................................................................60
CONCLUSÕES E DISCUSSÕES.......................................................................................61
AGRADECIMENTOS........................................................................................................61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................61
LISTA DE FIGURAS DA DISSERTAÇÃO
Figura 1 – Mapa de localização e vias de acesso............................................................06
Figura 2 – Distribuição da associação vulcano-plutônica do Supergrupo Uatumã,
sedimentação siliciclástica paleoproterozóica (tipo Roraima) e magmatismo toleítico
(magmatismo Crepori. Escudo Guaporé, Cráton Amazônico (modificado de Bizzi et al.
2003. CPRM)...................................................................................................................09
Figura 3 –(A) Britador de mandíbulas para moer a amostra, (B) Moinho de panela para
pulverizar a amostra, (C) Separador Franz utilizado na separação de minerais
magnéticos, (D) Processo de bateamento da amostra......................................................13
Figura 4– Mapa esquemático do Cráton Amazônico com localização da área de
pesquisa, ilustrando os modelos geotectônico geocronológicos propostos originalmente
por Tassinari & Macambira (1999).................................................................................17
Figura 5–Mapa esquemático do Cráton Amazônico com localização da área de pesquisa
Santos et al. (2000)..........................................................................................................18
Figura 6- Províncias geocronológicas do Cráton Amazônico (Vasquez et al. 2008b)....19
Figura 7- Mapa Geológico Regional proposto por Rocha e Silva (2008).......................23
Figura 8 - (A) Morfologia do Granito Vila Rica; (B-C) Bloco isolado do monzogranito
com xenólitos de rocha básica; (D) Dique de granito da SIRD cortando granito da
SIVR................................................................................................................................25
Figura 9- (A) Textura rapakivi em sienogranito da SIRD; (B) Dique de aplito, ambos na
SIRD................................................................................................................................26
Figura 10 - Feições das rochas que compõem o Grupo Iriri: (A) Lava coerente
porfirítica, Riolito; (B) Depósito piroclástico, brecha vulcânica com fragmentos líticos;
(C) Fácies do domo de lava com estrutura de fluxo; (D) Depósito piroclástico com
estrutura de fluxo.............................................................................................................28
Figura 11 - (A) Vista panorâmica dos afloramentos das rochas máficas e ultramáficas;
(B-) Variação granulométrica; (C) Acamamento críptico rítmico..................................29
Figura 12 – (A) Dique de diabásio; (B-C) Visão panorâmica da forma de ocorrência do
dique, como blocos paralelos entre si e cortando o granito Rio Dourado.......................30
LISTA DE FIGURAS DO ARTIGO
Figura 1 – Mapa de localização e vias de acesso............................................................34
Figura 2 – Distribuição da associação vulcano-plutônica do Supergrupo Uatumã,
sedimentação siliciclástica paleoproterozóica (tipo Roraima) e magmatismo toleítico
(magmatismo Crepori. Escudo Guaporé, Cráton Amazônico (modificado de Bizzi et al.
2003)................................................................................................................................35
Figura 3 – Mapa esquemático do Cráton Amazônico com localização da área de
pesquisa, ilustrando os modelos geotectônicos geocronológicos propostos originalmente
por Tassinari & Macambira (1999) (A) e Santos et al.(2000) (B)..................................39
Figura 4 – Mapa geológico regional, com a localização da área estudada......................41
Figura 5 – A) Monzogranitos da SIVR, com alto grau de deformação. B) Sienogranitos
da Suíte Intrusiva Rio Dourado. C eD) Vulcânica intermediária autoclástica e vulcânica
intermediária porfirítica do Grupo Iriri, respectivamente. E) Corpos gabróicos com
textura lamprofírica. F) Diques de diabásio.,..................................................................42
Figura 6 - Feições de campo das rochas que compõem o corpo do domo. A) forma de
ocorrência em campo. B) textura porfiritica da porção de núcleo. C) púmices achatados
na fácies autoclástica. D) feições de mistura heterogênea de magmas. E) feições tuff like
semelhantes a texturas parataxíticas. F) lavas com estrutura de fluxo...........................43
Figura 7- Perfil esquemático do domo e suas fácies.......................................................44
Figura 8- A) Rocha porfirítica com fenocristal de feldspato alcalino argilizado, np. B)
detalhe de fenocristal de hornblenda em matriz fina, nx. C) detalhe de matriz felsítica
com intercrescimento granofírico, nx. D) fenocristal de plagioclásio zonado e alterado,
nx.....................................................................................................................................45
Figura 9 - A) Textura tuff-like (parataxítica), sentido preferencial do fluxo, np. B)
“clost” de minerais máficos, nx. C) púmice devitrificado em matriz felsítica, nx. D)
litoclasto corroído, nx......................................................................................................46
Figura 10 – A) Zona de contato transicional entre o enclave diorítico e rocha
hospedeira, np. B) fenocristal de hornblenda corroído e com inclusões, np. C)
fenocristal de K-Feldspato da rocha hospedeira corroída inserida no enclave, nx. D)
enclaves dioríticos centimétricos.....................................................................................47
Figura 11 – A) Enclave anguloso com aproximadamente 20 cm. B) cristal de
hornblenda euédrico, nx. C) cristais de plagioclásios geminados, zonados e
saussuritizados, nx. D) foto de MEV de enclave micro-diorítico, mostrando Fehornblenda euhédrica.......................................................................................................48
Figura 12 –A) Variação granulométrica das camadas com fluxos de lavas. Condição: nx. B)
Rocha com estrutura de fluxo e variação granulométrica............................................................49
.
Figura 13 - A) Distribuição dos pontos representativos das rochas do domo e diagramas
químico-classificatórios, álcalis versus sílica (Le Maitre 1989). B) Diagrama químicoclassificatórios, R1 versus R2 (De la Roche 1980).........................................................53
Figura 14 - Diagrama AFM para as amostras do Domo de Lava.Linhas divisórias
segundo Irvine & Baragar (1971)....................................................................................53
Figura 15 - Diagrama K2O versus SiO2, dividindo os campos das séries
magmáticas......................................................................................................................54
Figura 16- A/CNK versus A/NK (Maniar & Piccoli 1989)..........................................54
Figura 17 - Diagramas de variação de elementos maiores em função do SiO2 das
amostras do Domo de Lava.............................................................................................55
Figura 18- Diagrama Zr versus elementos-traços das amostras do Domo de Lava........56
Figura 19- A) Padrão de distribuição de elementos-terras rara das rochas do domo,
normalizados pelos valores do condrito de Nakamura (1977). B) Padrão de distribuição
de traços, normalizados por valores dos granitos de cordilheiras meso-oceânicas (Pearce
et al. 1984).......................................................................................................................57
Figura 20 - Distribuição das rochas vulcânicas do Grupo Iriri no diagrama Rb versus
Y+Nb (Pearce et al. 1984, Pearce 1996).........................................................................57
Figura 21- Imagens BSE dos cristais de zircões no mount de resina analisado no ICPMS Laser Ablation...........................................................................................................59
Figura 22 - Diagrama de concórdia U-Pb para zircão da amostra MA-4B do domo de
lava. Mostrando idade 1877 ± 12 Ma, MSWD =1,7.......................................................60
LISTA DE TABELAS DA DISSERTAÇÃO
Tabela 1 - Quadro geocronológico do Magmatismo Uatumã (modificado de Pierosan
2009).........................................................................................................................................10
LISTA DE TABELAS DO ARTIGO
Tabela 1 - Quadro geocronológico do Magmatismo Uatumã (modificado de Pierosan
2009).........................................................................................................................................36
Tabela 2 - Dados geoquímicos..................................................................................................51
Tabela 3 – Sumário dos dados LA-MC-ICP-MS das amostras do domo traquiandesítico da
Fazenda Sonho Meu (mineral analisado = zircão)....................................................................58
Tabela 4 - Dados isotópicos de Sm-Nd de vulcânicas do Grupo Iriri......................................60
LISTA DE ABREVIATURAS
Mo
K
F
B
Ni
Ba
Rb
Sr
Th
U
Zr
Nb
V
Y
Sc
Ga
Ta
Hf
La
Ce
Nd
Sm
Eu
Gd
Dy
Ho
Er
Yb
Lu
GI
SIVR
SIRD
BAT
DJR
DIX
Molibdênio
Potássio
Flúor
Boro
Níquel
Bário
Rubídio
Estrôncio
Tório
Urânio
Zircônio
Nióbio
Vanádio
Ítrio
Escândio
Gálio
Tântalo
Háfnio
Lantânio
Cério
Neodímio
Samário
Európio
Gadolínio
Disprósio
Hólmio
Érbio
Itérbio
Lutércio
Grupo Iriri
Suíte Intrusiva Vila Rica
Suíte Intrusiva Rio Dourado
Bacia Alto Tapajós
Domínio Juruena
Domínio Iriri Xingú
DAS
PAC
BSE
PPM
MT
ETR
Ga
Ma
GPS
SRTM
Km
mm
cm
N
NE
NW
S
SE
SW
U-Pb
Pb-Pb
SiO2
Al2O3
Fe2O3
Cao
TiO2
P2O5
MnO
MgO
Pb
Cu
LA-ICP-MS
SHRIMP
Nx
Np
Domínio Santana do Araguaia
Província Amazônia Central
Backscattered
Porcentagem por milhão
Mato Grosso
Elementos terras raras
Giga anos
Milhões de anos
Global Positioning System
Shuttle Radar Topography Mission
Kilômetros
Milímetros
Centímetros
Norte
Nordeste
Noroeste
Sul
Sudeste
Sudoeste
Urânio-chumbo
Chumbo-chumbo
Dióxido de sílica
Óxido de alumínio
Óxido de ferro
Óxido de cálcio
Dióxido de titânio
Óxido de fósforo
Óxido de manganês
Óxido de magnésio
Chumbo
Cobre
Laser ablation inductively coupled
Sensitive high resolution micro-probe
Nicóis cruzados
Nicóis paralelos
1
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
RESUMO
RESUMO
Este trabalho apresenta resultados de pesquisa, obtidos na região nordeste de
Mato Grosso. A porção investigada situa-se no sul do Cráton Amazônico, sul do
Domínio Iriri-Xingú. Geologicamente a área é constituída por um embasamento de
composição granito-gnaissica-anfibolitica denominada de Complexo Santana do
Araguaia cortado pela Suíte Intrusiva Vila Rica (1,96 Ga) e Suíte Intrusiva Rio Dourado
(1,88 Ga), recoberto pelas vulcânicas do Grupo Iriri (1,87Ga). Diques Básicos de idade
desconhecida cortam a Suíte Intrusiva Rio Dourado e intrusões básicas-ultrabásicas
ocorrem associadas ao Grupo Iriri. As rochas vulcânicas do Grupo Iriri no nordeste de
Mato Grosso apresentam caráter piroclástico, e composições ácidas a intermediárias.
Nos arredores da Fazenda Sonho Meu, a leste da cidade de Vila Rica-MT, identificou-se
parte de um domo de lava intermediária (andesito-dacito-traqueandesito a traquito) com
2 km de extensão por 250 metros de largura. Este possui um núcleo quartzo
monzonitico que é transicional lateralmente para uma fácies rica em púmices e shards
com estruturas do tipo “mingling” além de uma outra fácies com estruturas de fluxo
bem desenvolvidas. A porção hipoabissal tem textura porfirítica com fenocristais de
hornblenda, feldspato alcalino e plagioclásio imerso em matriz fanerítica média de
mesma composição. A fácies rica em púmices assemelha-se texturalmente a ignimbritos
e reoignimbritos. Nesta observa-se também uma textura porfirítica a glomeroporfirítica
com evidências de colapso de púmices. A mistura de magma é marcada por
concentrações de hornblenda e plagioclásio na forma de enclaves que variam em
dimensões desde milimétricas até decimétricas. Dados geoquímicos das porções sem
evidências de misturas indicam composições metaluminosas a levemente
peraluminosas, com afinidade cálcio-alcalinas a alto potássio de ambientes póscolisionais. Padrões de ETR mostram um leve enriquecimento de ETRL em relação a
ETRP. O diagrama multi-elementos (normalizados pelos valores dos granitos de
cordilheira meso-oceânica) indica um enriquecimento em Rb, Sr e K2O e anomalia
negativa de Ta-Nb. A idade U-Pb em zircão em uma amostra por LA-ICPMS
apresentou uma idade de 1,87 Ga., similar àquelas obtidas no Grupo Iricoumé em
Pitinga-AM, na Formação Moraes Almeida (Grupo Iriri-PA) e nas vulcânicas ácidas,
Serra dos Magalhães (Grupo Iriri- MT). Dados de Sm-Nd, mostram valores de Nd
negativos e idades modelo arqueana.
Estes resultados são consistentes com uma origem por fusão de um manto
litosférico, provavelmente modificado por subducções anteriores, com posterior
diferenciação magmática envolvendo cristalização fracionada, mistura de magmas e
contaminação crustal.
PALAVRAS-CHAVES:
Grupo Iriri, domo, cráton amazônico, mistura de magma.
2
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ABSTRACT
ABSTRACT
This paper presents results of studies realized in the of northeast of Mato Grosso
region. The investigated area is located in the south of Amazonian Craton, south of
Iriri-Xingú Domain. The area is composed of a granite-gneiss-anphibolite basement
named Suíte Intrusiva Santana do Araguaia which is cut by Suíte Intrusiva Vila Rica
(1,96 Ga) and Suíte Intrusiva Rio Dourado (1,88 Ga) and is recovered by the volcanics
rocks from Iriri Group (1,87 Ga). Basic dikes (unkown age) cut by Suíte Intrusiva Rio
Dourado and mafic-ultramafic rocks are associated with the Iriri Group.
The volcanics rocks of Iriri Group in the northeastern portion of Mato Grosso is
composed of acid and intermediate volcanic rocks of pyroclastic character. In the
vicinity of Fazenda Sonho Meu, east of Vila Rica city, outcrops in the form of a dome
of lava with intermediate composition (andesite-dacite-trachyte to traqueandesito) with
2 km long by 250 meters wide. It presents a core composition of quartz-hipoabissal
monzonitic that change laterally to ignimbrite and reo-ignibrítica, mingling and of flow
lava facies. The texture of the hipoabissal portion is porphyritic with phenocrysts of
hornblende, plagioclase and K- potásssico immersed in a groudmass of medium
granulation and same composition. The ignimbrites and rheo-ignimbrite have a
porphyritic to glomeroporfirític texture with evidence of moderate welding. The facies
of the mingling magma shows concentrations of hornblende and plagioclase
disseminated as enclaves ranging from millimetric to decimetric, in size into ignimbrite
and reoignimbrítics facies. The geochemistry of rocks carried out in where enclaves
was not present or when the number of these were smaller in porportion, shows
metaluminous to slightly peraluminous compositions, calc-alkaline to high potassium
composition and post-collisional tectonic environments. REE patterns show slight
enrichment of LREE over HREE and trace element data plotted in spyderdiagram
(normalized by the values of the granites of mid-ocean ridges) shows enrichment of Rb,
Sr and K2O and negative Ta-Nb anomalie. U-Pb age in a sample by LA-ICPMS showed
an age of 1.87 Ga, similar the ages obtained in Iricoumé Group (Pitinga-AM) in
Formação Moraes Almeida (Iriri Group -PA) and in the acid volcanic from Serra dos
Magalhães (Group Iriri-MT), south of the studied area. Sm-Nd data show negative
values of Nd and archean model ages.
The data here presented are consistent with an origin by partial melting of
lithospheric mantle with subsequent magmatic differentiation by crystal frsctionation
mixture and contamination of magma during the petrogenetic evolution of the dome.
KEYWORDS:
Group Iriri, dome, amazonian craton, magma mixture.
3
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
O presente projeto de mestrado é resultado de uma pesquisa começada há nove
anos no nordeste de Mato Grosso, por um grupo de pesquisadores da UFMT. Em 2003,
o único mapa disponível para a região era produto do trabalho do Serviço Geológico
Nacional - CPRM, na escala de 1:1.000.000. O conhecimento disponível era muito
escasso e obsoleto. Com a execução de inúmeros trabalhos de conclusão de curso na
região, o conhecimento foi avançado. O primeiro trabalho foi de reconhecimento
geológico ao longo da MT-158. Em 2004, a Cia Matogrossense de Mineração –
METAMAT deu uma grande contribuição à continuidade dos trabalhos, já que
organizou um mapa na região numa escala de 1:250.000 que serviu de base para os
trabalhos de Conclusão de Curso subsequentes. Entre 2005 até o presente, mapeamentos
geológicos de pequenas áreas (até 100 Km2), com variedades litológicas, na escala de
1:100.000 têm sido objeto de demais trabalhos na região. Em 2007, a conclusão de um
mestrado nessa porção, introduziu conhecimentos de geoquímica das suítes graníticas.
Quatro projetos de pesquisa financiados pelo CNPq foram aprovados:
- Geocronologia e Evolução Geológica de Parte da Província Xingú-Iricoumé(Província Amazônia Central-Cráton Amazônico-Nordeste de Mato Grosso.Processo
no150831/2005-6.
- Petrologia e Geoquímica do Granito Rio Dourado - um granito tipo A de idade
1,88Ga.Processo no 470178/2007-8.
- Estudo Isotópico das rochas que compõem a porção sul da Área Xingú,
Província Amazônia Central - Cráton Amazônico - Nordeste do Estado de Mato Grosso.
Processo no 475722/2009-4.
- Caracterização Petrográfica, Geoquímica e Geocronológica de parte do Grupo
Iriri na Porção Nordeste de Mato Grosso - Um Vulcanismo Paleoproterozóico da
Província Amazônia Central - Cráton Amazônico. Processo no552880/2009-4.
Os resultados destes projetos vêm se consolidando na formação de um grupo de
pesquisadores de formação acadêmica diversificada que a partir do ano de 2010
começou a trabalhar em conjunto focando geologia estrutural, maciços máficos e
ultramáficos e datação geocronológica.
Em 2010, o Serviço Geológico Nacional - CPRM, executou um mapa geológico
na escala de 1:250.000 da Folha Comandante Fontoura, publicada parcialmente no
último Congresso Brasileiro de Geologia em Belém-PA( Sabóia et al. 2010 ).
Dados geocronológicos dessa região são todos oriundos da execução dos projetos
acima mencionados.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
O presente trabalho consiste da dissertação do curso de mestrado junto ao
Programa de Pós-graduação em Geociências da Universidade Federal de Mato Grosso.
A apresentação da dissertação segue o modelo de integração de artigo científico,
subdivididos em cinco capítulos: O capítulo I é introdutório, onde localiza-se a área de
estudo, discorre-se sobre os objetivos e justificativas para a escolha do objeto de estudo
e a descrição dos materiais e métodos empregados no desenvolvimento da dissertação.
O capítulo II apresenta uma revisão do Cráton Amazônico, suas províncias com ênfase
na provincial Amazônia Central que é onde a area está inserida. O capítulo III apresenta
APRESENTAÇÃO
4
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
a Geologia Regional da área adjacente ao Domo de Lava Paleproterozóico da Fazenda
Sonho Meu. O capítulo IV é constituído pelo artigo submetido à Revista Brasileira de
Geociências intitulada “Domo de Lava Paleoproterozóico - Grupo Iriri, Nordeste de Mato
Grosso. Geologia, Geoquímica e Geocronologia”. O Capítulo V apresenta as conclusões e
considerações finais e referências bibliográficas. Anexos são colocados ao final da
dissertação.
5
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
6
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
I.1- LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
A área de estudos está localizada no município de Vila Rica, nordeste do estado
de Mato Grosso a 1260 km de Cuiabá. O acesso é feito partir da cidade de Cuiabá até
Campo Verde, pela rodovia federal BR-251 de Campo Verde até a cidade de Barra do
Garças pela BR-070. Em Barra do Garças, toma-se a rodovia federal BR-158 na direção
norte, até a cidade de Vila Rica (Figura 1). A área foco de estudo está a aproximados 50
km a oeste da cidade de Vila Rica, o deslocamento é realizado pela MT-432 e por
estradas vicinais não pavimentadas.
Figura 1 – Mapa de localização e vias de acesso.
I.2- JUSTIFICATIVA
As coberturas vulcano-plutônicas que ocorrem no Cráton Amazônico são de
grande importância para a compreensão da evolução geotectônica desse grande bloco
cratônico. Do Mato Grosso até a Venezuela, do leste ao oeste de todo o cráton, repetemse essas sequências vulcano-plutônicas muitas vezes com características de ambientes
intra-placa a pós-colisionais. Em algumas regiões estas rochas são portadoras
7
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
de depósitos minerais (Província Aurifera do Tapajós e Província Aurífera Alta
Floresta) enquanto em outras são estéreis. Estudar os casos isoladamente de forma
detalhada é o caminho para a compreensão desse mega evento magmático que foi por
muito tempo associado ao Super Grupo Uatumã.
I.3- OBJETIVOS DO TRABALHO
- Geração de dados inéditos de campo, petrográficos, geoquímicos e geocronológicos do
nordeste de Mato Grosso;
- Caracterização petrográfica, geoquímica e geocronológica das fácies de um domo de
lava de composição intermediária de cerca de 2 Km2 de área;
- Determinação do ambiente geotectônico de geração, fontes e afinidade magmática das
rochas que compõem o domo de lava;
- Integração com dados regionais visando contribuir com o conhecimento da Província
Amazônia Central do Cráton Amazônico em especial com o detalhamento das
sequência vulcânicas do Grupo Iriri;
- Publicação de artigo em revista nacional, publicação de resumos em simpósios e
congressos.
I.4- INTRODUÇÃO
O Cráton Amazônico é constituído pelos escudos das Guianas e escudo do
Guaporé, que são separados pelas bacias do Solimões e Amazonas. Tem ao norte a
margem Atlântica como limite, onde ocorrem as faixas orogênicas neoproterozóicas do
Ciclo Brasiliano (Faixa Paraguai-Araguaia-Tocantins) em suas bordas meridionais e
orientais, e no limite ocidental a cadeia fanerozóica andina. O Escudo das Guianas e do
Guaporé, apresenta como cobertura vulcano plutônica, riolitos, dacitos, traquiandesitos
e depósitos piroclásticos de idade orosiriana. Granitos de tendência intra-placa
continental a pós-colisional têm sido descritos como cogenéticos às rochas vulcânicas.
Estas unidades foram por muito tempo englobadas sobre o termo Super Grupo Uatumã.
Diversas denominações, decorrentes da situação geográfica, eram utilizadas como
Formações Iricoumé e Surumu, no escudo das Guianas (norte do Cráton Amazônico) e
Iriri, Sobreiro e Roosevelt quando posicionadas sobre o escudo do Guaporé (porção sul
do Cráton Amazônico). A origem destas rochas foi vinculada a uma tafrogênese de
larga escala que marcou a quebra de um supercontinente paleoproterozóico
(Amaral,1974; Silva et al 1980; Basei,1977). Com o avanço do mapeamento geológico,
dos estudos geoquímicos e geocronológicos de detalhe realizado em diferentes porções
do Cráton Amazônico, somado com a nova visão de evolução geotectônica por acresção
de arcos (Tassinari e Macambira,1999), a utilização estratigráfica do Super Grupo
Uatumã passou a ser questionada (Dall’Agnol et al, 1987, 1994,1999). No Mato Grosso,
desde a porção oeste até porção nordeste do Cráton Amazônico, tais rochas foram
denominadas de Formação Iriri e posteriormente de Grupo Iriri. Leite et al (2001),
incluiu as rochas vulcânicas do Norte de Mato Grosso de idade entre 1,75-1,80 Ga
dentro de uma Large Igneuos Province “LIP” denominando-as de Província Vulcânica
Teles Pires. Pinho et al (2003), com base em dados isotópicos de U-Pb em zircão (1,771,80 Ga) e valores de TDM de 2,1 Ga obtidos em rochas vulcânicas de caráter bimodal
na região de Moriru, adota esta mesma denominação (Barros e Pimentel, 2008).
8
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
Lacerda et al (2004) denomina as vulcânicas andesíticas e riolíticas das regiões de
Colíder e Matupá, englobadas na província LIP de Leite et al (2001), de Formação
Colíder. A necessidade de novas propostas fundamentou-se no fato da seção tipo da
Formação Iriri localizada no Pará apresentar uma idade de cristalização de 1,88 Ga e
uma idade modelo arqueana (Santos et al, 2000).
Dados preliminares U-Pb e isótopos de Nd144/Nd143 obtidos em vulcanitos
piroclásticos da porção nordeste de Mato Grosso por Pinho et al (2004) Padilha (2007),
Barros et al (2009) mostraram valores semelhantes aos das rochas do Grupo Iriri. Este
tem sido correlacionado com o Grupo Iricoumé posicionado sobre o Cráton das
Guianas. Tanto o Grupo Iriri como o Grupo Iricoumé representam manifestações
vulcano-plutônicas de idade orosiriana, sendo os granitos tipo Mapuera relacionados ao
Grupo Iricoumé e o os granitos Maloquinha e Rio Dourado ao Grupo Iriri. A figura 2
mostra a distribuição do vulcano-plutonismo do Supergrupo Uatumã no Escudo
Guaporé (modificado por Bizzi, et al 2003). Dall’Agnol, Lafon, Macambira (1999),
Ferron,M. (2006), Pierosan,R.(2009) sumarizaram o magmatismo no Cráton
Amazônico. (Tabela I).
O objetivo do presente trabalho é caracterizar o vulcanoplutonismo
Paleoproterozóico (1,88 1,87 Ga) do Grupo Iriri na região nordeste de Mato Grosso.
Apesar da evolução do conhecimento nos últimos anos nesta região, há uma grande
carência de dados geológicos, geoquímicos e isotópicos mais detalhados e precisos
acerca dessa associação vulcânica no Cráton Amazônico como um todo.
9
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
10
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
11
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
Tabela 1 - Quadro geocronológico do Magmatismo Uatumã (modificado de Pierosan 2009).
Abreviações: zr – zircão; rt – rocha total; 1 – evaporação; 2 – SHRIMP; 3 .
Unidade Estratigráfica Rocha Idade (Ma)
Método Referência
Craton
Amazônico
Escudo das Guianas
Grupo Iricoumé
Rocha
Formação Ouro Preto
Formação Ouro Preto
Formação Ouro Preto
Formação Ouro Preto
Idade
Método
Autor
1881 ± 21
1
Ferron et al. (2006)
1882 ± 2 1
1
Ferronet al. (2006)
riolito
1883 ± 4 1
1
Valério et al. (2005)
riodacito
1885 ± 8 1
1
Ferron et al. (2006)
riolito
1886 ± 6 1
1
Ferronet al. (2006)
riolito
1888 ± 3 1
1
Costi et al. (2000)
Ferronet al. (2006)
Ferronet al. (2006)
Macambira et al. (2002)
riolito
riolito
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Formação Paraíso
ignimbrito riolítico
1890 ± 2 1
1
Formação Divisor
andesito
dacito
1892 ± 2 1
1893 ± 2 1
1
andesito
1897 ± 2 1
1
Ferronet al. (2006)
riodacito
1896 ± 7 2
2
Santos et al. (2002b)
biotita sienogranito
1875 ± 4 1
1
Ferron et al. (2006)
1876 ± 4 2
2
Santos et al. (2002b)
Granito Alalaú
1879 ± 3 2
2
Santos et al. (2002b)
Granito Alalaú
1880 ± 3 2
2
Santos et al. (2002b)
Ferronet al. (2006)
Formação Divisor
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
1
zr Pb-Pb
zr U-Pb
Suíte Intrusiva Mapuera
Granito Simão
Granito Alalaú
zr Pb-Pb
zr U-Pb
zr U-Pb
zr U-Pb
Granito Simão
biotita granito
1882 ± 4 1
1
Granito Rastro
biotita felds. alc. granito 1882 ± 2 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Bom Futuro
sienogranito
1882 ± 3 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Alto Pitinga
biotita monzogranito
1885 ± 3 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Simão
biotita felds. alc. granito 1885 ± 4 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Alto Pitinga
biotita monzogranito
1888 ± 3 1
1
Ferron et al. (2006)
biotita sienogranito
1889 ± 2 1
1
Valério et al. (2006a)
ignimbrito
1875 ± 4 1
1
Lamarão et al. (2002)
1870 ± 8 2
2
1881 ± 4 1
1890 ± 6 1
Batólito São Gabriel
Craton Amazônico –
Escudo Guaporé
Grupo Iriri
Formação Moraes
Almeida
riodacito
Formação Moraes
Almeida
traquito
Formação Moraes
Almeida
riolito
Suíte
Intrusiva
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr U-Pb
Santos et al. (1997)
1
zr Pb-Pb
Lamarão et al. (2002)
1
Lamarão et al. (2002)
zr Pb-Pb
12
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Maloquinha
Granito Maloquinha
biotita leucogranito
1880 ± 9 1
1
Granito Maloquinha
Suíte Serra dos Carajás
biotita-anfibólio granito 1882 ± 4 1
1
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Lamarãoet al. (2002)
Vasquez & Klein et al.
(2000)
1874 ± 2
2
rt U-Pb
Machado et al. (1991)
Granito Serra dos Carajás
1880 ± 2
2
rt U-Pb
Machado et al. (1991)
Granito Cigano
Suíte Jamon
1883 ± 2
2
rt U-Pb
Machado et al. (1991)
Granito Redenção
1870 ± 68
1
rt Pb-Pb
Barbosa et al. (1995)
Granito Musa
1883 +5/-2
2
Machado et al. (1991)
1885 ± 32 1
1
Dall’Ágnolet al. (1999a)
1893 ± 30 1
1
Avelar et al. (1994)
1885 ± 2 1
1
1885 ± 4 1
1
1862 ± 32
1
Teixeira et al. (2002)
1866 ± 3
1
Teixeira et al. (2002)
Granito Antônio Vicente
1867 ± 4
1
Granito Velho Guilherme
1874 ± 30
1
Teixeira et al. (2002)
Macambira & Lafon
(1995)
1896 ± 9
1
Teixeira et al. (2002)
Granito Pojuca
Granito Jamon
Granito Seringa
monzogranito
feldspato alcalino
granito
Diques Félsicos
rt U-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Suíte Velho Guilherme
Granito Mocambo
Granito Rio Xingú
Granito Antônio Vicente
Suíte
Intrusiva
Rio
Dourado
(Mato Grosso)
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
rt Pb-Pb
zr Pb-Pb
PT-251
sienogranito
1884 ±4
3
Barros et al. (2006)
UFMT-18
Magmatismo Teles Pires
granito granofírico
1869 ± 70
3
Barros et al. (2008)
1.78 Ga
3
Pinho et al. (2003)
zrU-Pb
zrU-Pb
zr U-Pb
13
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
I.5- MATERIAIS E MÉTODOS
I.5.1-Trabalho de Campo
Foram realizadas duas etapas de campo: a primeira no período de 17-10-09 a 2110-09 e a segunda no período de 02-08-10 a 08-08-10. As etapas de campo tiveram por
objetivo o reconhecimento regional da área, descrição das rochas em escala de
afloramento, distinção das principais fácies, assim como coleta de amostras
representativas das mesmas. Foram utilizados os seguintes equipamentos: GPS Garmim
modelo Etrex Legend, bússola Brunton, lupa de bolso de aumento 20x, marreta, caneta
magnética, máquina fotográfica, mapa geológico regional da CPRM e caderneta de
campo.
I.5.2- Trabalho de Laboratório
I.5.2.1- Petrografia
Juntamente com os laboratórios de laminação da UFMT e da UNESP (Rio Claro),
foram confeccionadas vinte e três lâminas de seções delgadas, descritas no laboratório
de microscopia do Departamento de Recursos Minerais usando microscópio
petrográfico BX 41 (Olympus). Ao microscópio petrográfico foi acoplado um
dispositivo de obtenção de imagens (software Pixel View Station v. 5.19) que permitiu a
captura de fotomicrografias dasprincipaistexturas de cada fácies do corpo estudado.
I.5.2.2- Geoquímica de Rocha Total
Análises geoquímicas de quatorze amostras representativas do domo foram
realizadas no laboratório Acme Analytical Laboratories Ltd., em Vancouver – Canadá,
usando as seguintes metodologias. Os Elementos maiores SiO2, Al2O3, TiO2, Fe2O3,
CaO, P2O5, MnO e MgO, foram dosados por fluorescência de Raios-X. Elementos
traços como Pb, Cu, Li, Mo, K, F, B, Ni, Ba, Rb, Sr, Th, U, Zr, Nb, V, Y, Sc, Ga, Ta e
Hf, foram analisados por ICP-MS (Inductively Coupled Plasma - Mass Spectrometry),
os Elementos Terras Raras La, Ce, Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Ho, Er, Yb, e Lu. Na2O e K2O
foram analisados por absorção atômica.
I.5.2.3-Geologia Isotópica
Para análise de U-Pb em zircão, uma amostra de rocha vulcânica pesando 7 Kg
foi fragmentada em britadores de mandíbula, pulverizada em moinhos de disco e
bateada. A fração concentrada na bateia foi submetida à separação magnética usando
imã de mão e separador magnético isodinâmico Frantz, do tipo barreiras magnéticas.
Para análise com Laser Ablation MC-ICP-MS, o concentrado de minerais retirado do
Frantz, foi estudado usando lupa binocular e os minerais catados manualmente. Os
cristais de zircão separados foram colocados em um mount de plástico, preenchido com
resina epoxy. Posteriormente o mount foi reservado por doze horas para que a resina
ficasse totalmente seca. Depois de seca a superfície do mount recebeu um polimento
final com pasta diamantada e foi preparada para ser introduzida no espctômetro. O
14
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
suporte de amostra do aparelho é feito de nylon e pode receber até três mounts, sendo
uma amostra e dois padrões. A datação U-Pb foi então realizada por Laser Ablation
ICP-MS Thermo-Neptune, no laboratório de geocronologia da UnB.
Figura 3 –(A) Britador de mandíbulas para moer a amostra, (B) Moinho de panela
para pulverizar a amostra, (C) Separador Franz utilizado na separação de minerais
magnéticos, (D) Processo de bateamento da amostra.
Análises Sm-Nd em rocha total foram realizadas em duas amostras de rocha
vulcânicas representativas. As amostras foram pulverizadas e pesadas. Uma solução
traçadora de 150Nd-149Sm foi adicionada às amostras antes de sua dissolução com ácido
fluorídrico e nítrico na proporção de 5:1 em cápsulas Savillex®. Após a dissolução e
evaporação, estas foram dissolvidas com 7 ml de HCl 6N, e posteriormente com HCl
2,5N. O Nd e Sm, foram extraídos usando procedimentos convencionais de troca iônica
descritos em Patchett e Ruiz (1987). Depois foram analisados no espectômetro de
massa Finningan MAT-262 com sete coletores. Valores de ENd foram calculados
tomando como base a idade U-Pb obtida para a amostra de riolito (PT- 251 de Barros et
al, 2006). As idades modelo (TDM) foram calculadas seguindo o modelo de De Paolo
(1981).
15
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO I
I.5.2.4-Química Mineral - Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)
Estudos da composição da hornblenda e das fases de mistura de magma foram
realizados em uma seção delgada utilizando um Microscópio Eletrônico de Varredura
no Museu Paraense Emílio Goeldi. As imagens foram obtidas utilizando um
microscópio eletrônico LEO modelo 1450VP. As lâminas polidas foram metalizadas
com Au por 2':30'', o que deposita sobre a amostra uma película com espessura média
de 15 nm elétrons retroespalhados (backscattered electrons) e uma aceleração de
voltagem de 17.5 kV. As micro-análises foram realizadas através de detector de EDS
(Energy Dispersive Spectroscopy) Gresham, equipado com janela de Be, acoplado ao
MEV. As análises foram realizadas com aceleração de voltagem de 17.5 kV, com tempo
de contagem de 30'' e processadas através de analisador multicanal digital Q500 e
software da IXRF Systems.
Imagens BSE dos zircões em mount com resina epoxy foram obtidas no
Laboratório de Geociências da UFPA pelo Prof. Dr. Cláudio Lamarão, utilizando
Microscópio Eletrônico de Varredura. As imagens mostram as posições dos
bombardeios com o laser.
I.5.3- Trabalho de Gabinete
Nesta fase foi realizado o tratamento e a interpretação dos dados obtidos nas fases
anteriores. Os dados geoquímicos foram plotados em diagramas classificatórios usando
o programa Minpet 2.02. Foi confeccionado um mapa de localização e geológico através
do software ArcGIS 9.2. Foram elaboradas pranchas com fotos e perfis no programa
Corel Draw X5, tabelas foram elaboradas no Microsoft Office Excel 2007. O texto final
desta dissertação de mestrado foi redigido utilizando o programaMicrosoft Office Word
2007.
16
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO II
17
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO II
II.1- CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO
A evolução do Cráton Amazônico segue um modelo mobilista, onde arcos
magmáticos entre o período de 2.3 até 1.0 Ga são acrescionados a um bloco de idade
arqueana (Carajás). As discussões sobre os limites e denominações das províncias
podem ser avaliadas na comparação entre os trabalhos de Tassinari e Macambira (1999)
(Fig.4) e de Santos et al 2000 (Fig.5). A área de estudo situa-se no sul do Cráton
amazônico, na Província Amazônia Central de Santos et al 2000 e Tassinari e
Macambira (1999) – Bloco Xingú-Iricoumé.
18
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO II
Figura 4– Mapa esquemático do Cráton Amazônico com localização da área de
pesquisa, ilustrando os modelos geotectônicos geocronológicos propostos
originalmente por Tassinari & Macambira (1999).
19
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO II
Figura 5–Mapa esquemático do Cráton Amazônico com localização da área de
pesquisa Santos et al. (2000).
20
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO II
II.1.2- PROVÍNCIA AMAZÔNIA CENTRAL (PAC)
De acordo com Cordani et al (1979), Teixeira et al (1989), Tassinari et al (2000)
a PAC é constituída pelos domínios arqueanos Rio Maria e Carajás, a nordeste e pelo
domínio Erepecuru-Trombetas e Iriri-Xingú na porção noroeste e sudoeste.Santos et al
(2000) dividiramem província Carajás (porção Arqueana) e Tranzamazônico, TapajósParimá e Amazônia Central os domínios de idade entre 1,87 a 2,25 Ga (Fig. 3B).
Vasquez e Costa (2008) apresentaram uma subdivisão alternativa para a
Província Amazônia Central no estado do Pará. Estes autores delimitaram mais ao norte
o terreno arqueano, sem nenhuma evidência de retrabalhamento paleoproterozóico,
definido como Domínio Rio Maria e denominaram de Santana do Araguaia as rochas
paleoproterozóicas que apresentaram evidências de retrabalhamento. Inseriu também o
Domínio Iriri-Xingú representados pelas associações vulcano-plutônicas de idade
Orosiriana, além das coberturas sedimentares de riftes(Fig. 6).
Figura 6- Províncias geocronológicas do Cráton Amazônico (Vasquez et al. 2008b).
21
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO II
A área estudada localiza-se no domínio Iriri-Xingú, definido por Tassinari e
Macambira, (2004) alcançando os domínios Santana do Araguaia e Iriri-Xingú de
Vasquez e Costa (2009).
Para alguns autores (Cordani et al 1979, Teixeira et al 1989, Tassinari et al
2000), esta província tem sido interpretada como o núcleo mais antigo do Cráton
Amazônico, não afetada pelo Ciclo Transamazônico, em torno da qual foram acrescidas
as faixas móveis paleoproterozóicas. Uma das características mais marcantes dessa
província é a associação vulcano-plutônica de idade orosiriana e caráter intracontinental
representada pelo Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Velho Guilherme, Grupo Iricoumé e Suíte
Intrusiva Mapuera.
II.1.3- DOMÍNIO IRIRI-XINGÚ (DIX)
O Conhecimento geológico do domínio Iriri-Xingú ainda é muito escasso. Do
que se têm conhecimento até o momento conlui-se que é uma área onde predomina uma
associação vulcano-plutônica orosiriana com coberturas sedimentares relacionadas a
riftes continentais. Algumas unidades que compõem a associação vulcano-plutônica
orosiriana relacionadas ao Domínio Iriri-Xingú, também se extendem ao Domínio
Tapajós, da Província Tapajós-Parimade Santos et al (2000), onde, apesar de
contemporaneidade apresentam algumas características contrastantes.
O Grupo Iriri é uma das unidades mais destacada do Domínio Iriri-Xingú, sendo
constituído por rochas vulcânicas de idades entre 1,89 a 1,87 Ga. Lamarão et al (1999),
subdividiu o Grupo Iriri em Formação Vila Riozinho e Formação Moraes Almeida.
Posteriormente a Formação Vila Riozinho foi retirada do Grupo Iriri em base a dados
geocronológicos que indicaram uma idade U-Pb em zircão de 1,96 Ga e uma assinatura
geoquímica de arco magmático.
Barros et al (2006) descreveu no Mato Grosso, na Serra dos Magalhães,
ignimbritos riolíticos com idade U-Pb 1,89 Ga e uma assinatura geoquímica semelhante
a Formação Moraes Almeida do Grupo Iriri no Pará.
22
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
23
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
III.1 - GEOLOGIA REGIONAL
A área objeto de estudo situa-se entre o sul da folha Rio Capivara (SC-22-V-D)
e o norte da folha Comandante Fontoura (SC-22-Y-B). A geologia da área na folha
comandante Fontoura de acordo com Sabóia et al. (2010) esta assim assim dividida:
Complexo Santana do Araguaia – unidade anteriormente denominada de Complexo
Xingú ou de complexo granítico-gnaissico-anfibolitico; Suíte Intrusiva Vila Rica; Suíte
Intrusiva Rio Dourado, Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Santa Inês e coberturas
sedimentares.
Neste trabalho apresentamos o mapa geológico de umaporção situada à norte da
folha comandante Fontoura, de Rocha e Silva (2008), onde nem todas as unidades
propostas por Sabóia et al. (2010) estão expostas. As unidades reconhecidas por Rocha
e Silva (2008) estão definidas entre as coordenadas leste 410000 a 460000 e
coordenadas norte 8880000 a 8910000 como: Suíte Intrusiva Vila Rica, Suíte Intrusiva
Rio Dourado, Grupo Iriri, Máficas e Ultramáficas e Diques de Diabásios (Fig. 7).
24
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
25
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
26
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
III. 1.1- SUÍTE INTRUSIVA VILA RICA (SIVR)
Silva & Rubert (2003), separaram do “Complexo Xingú”, rochas plutônicas
(granitos/granodioritos e tonalitos), menos deformadas. Lacerda Filho et al. (2004),
consideraram que essas rochas eram intrusivas no “Complexo Xingú” e as
denominaram de Suíte Intrusiva Vila Rica.
Pinho et al. 2003 in Barros et al. 2006 apresentaram idade de 1,96 Ga. para os
biotita-granitos desta unidade. De acordo com Padilha et al. (2006) a Suíte Intrusiva
Vila Rica constitui-se de biotita-monzogranitos com ocorrências subordinadas de
biotita-sienogranitos e quartzo-sienitos na forma de blocos e matacões, com coloração
cinza-clara por vezes rósea-acinzentada, granulação fina a média e foliação incipiente a
moderada.
É comum nestas rochas xenólitos de hornblendito e anfibolito, bem como a
ocorrência de veios pegmatíticos compostos por quartzo, plagioclásio e micas.
Apresentam duas foliacões, a primeira N20W/70SW e a segunda N30E/50NW (Padilha
et al., 2006). Mineralogicamente esse granitos mostram texturas hipidomórficas a
xenomórficas, e são constituídos por plagioclásio, quartzo, feldspato potássico
(ortoclásio e microclíneo) e biotita, tendo como acessórios epidoto, apatita e zircão
(Padilha et al., 2006).
Segundo Padilha et al. (2006), as rochas desta unidade diferem das litologias do
“Complexo Xingú”, por apresentarem textura equigranular fina a média, foliação fraca a
incipiente, ocorrência de xenólitos angulosos de rochas gnáissicas. Segundo esses
autores são rochas de tonalidades cinza esbranquiçada, isotrópica a levemente foliada,
equigranular média, constituída por quartzo, K-feldspato, plagioclásio e biotita como
mineral máfico. A ocorrência de enclaves microgranulares é comum, geralmente de
composição básica além de injeções félsicas na forma de veios e bolsões.
Rocha e Silva (2008) definem a Suíte Intrusiva Vila Rica como sendo
predominantemente constituída por rochas monzograníticas, de coloração cinza
esbranquiçada, com a foliação variando de moderada a elevada, textura equigranular,
granulação fina a média, constituindo-se mineralogicamente de quartzo, K-feldspato,
plagioclásio e biotita, sendo comum a ocorrência de enclaves máficos e diques do
granito Rio Dourado.
27
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
Figura 8 - (A) Morfologia do Granito Vila Rica; (B-C) Bloco isolado do monzogranito
com xenólitos de rocha básica; (D) Dique de granito da SIRD cortando granito da
SIVR.
III. 1.2- SUÍTE INTRUSIVA RIO DOURADO (SIRD)
O termo Suíte Intrusiva Rio Dourado foi utilizado originalmente por Cunha et al.,
1981 in Lacerda Filho et al. (2004) para designar corpos graníticos circulares, situados
na região limítrofe dos estados do Pará e Mato Grosso.
Segundo Lacerda Filho et al. (2004) os granitos da Suíte Intrusiva Rio Dourado
ocorrem intrusivas no “Complexo Xingú” e no Grupo Iriri, sendo localmente
controlados por falhas e fraturas, constituindo-se de biotita granito porfirítico, monzo a
microgranito com enclaves básicos e granito róseo-avermelhado.
Barros et al. (2005) apresentaram idade U-Pb em zircão de 1889 ± 11 Ma. Padilha
(2005) descreve a Suíte Intrusiva Rio Dourado como sendo constituída por rochas
plutônicas que ocorrem associadas às vulcânicas do Grupo Iriri. Sua distribuição se dá
em serras e colinas suaves, e também na forma de lajedos, blocos e matacões. São
monzo a sienogranitos de coloração rósea-avermelhada a rósea acinzentada,
equigranular média a muito grossa e de textura rapakivi.
28
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Padilha & Barros (2008), observaram a existência de feições importantes nestes
granitos como xenólitos da Suíte Intrusiva Vila Rica e de rochas básicas, bolsões
pegmatíticos e injeções aplíticas de espessuras milimétricas a centimétricas.
Segundo Rocha & Silva (2008), os granitos que constituem a Suíte Intrusiva Rio
Dourado apresentam uma composição predominantemente sienogranítica com pequena
CAPÍTULO III
variação para monzogranítica. Estas mesmas autoras ainda acrescentam que tratam-se
de rochas de caráter isotrópico a levemente foliado, textura equigranular com
ocorrências raras de fácies porfirítica, sendo muito comum a presença de textura
rapakivi evidenciada pelos cristais de plagioclásio ao redor dos cristais de K-feldspato.
Ressaltam ainda a existência de diques de aplito com espessura variando de 3 a 25 cm, e
estruturas de fluxo.
Figura 9- (A) Textura rapakivi em sienogranito da SIRD; (B) Dique de aplito, ambos na
SIRD.
III. 1.3- GRUPO IRIRI (GI)
Inicialmente Forman et al. (1972) in Lacerda Filho et al. (2004), empregaram o
termo Formação Iriri para as rochas vulcânicas de regiões dos rios Iriri e Xingú. Depois
Pessoa et al. (1977) in Lacerda Filho et al. (2004) caracterizaram a Formação Iriri como
um sub-grupo e a sub-dividiu em Formação Salustiano com rochas vulcânicas félsicas e
Formação Aruri constituída por rochas vulcanoclásticas.
Andrade et al. (1978) e Bizinella et al. (1980) in Lacerda Filho et al. (2004)
elevaram a Formação Iriri à categoria de grupo.
As rochas do Grupo Iriri afloram em diferentes localidades na região nordeste do
estado de Mato Grosso. Autores como Santos et al. (2000), Moura et al. (1999) Leite et
29
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
al. (2001) e Pinho et al. (2001) sugeriram em seus trabalhos de geologia isotópica, que
o termo Iriri fosse restrito às rochas com características geoquímicas de refusão de
crosta arqueana.
CAPÍTULO III
Uma amostra de riolito da Formação Salustiano foi datada por Vasquez et al.
(1999), obtendo uma idade Pb-Pb em zircão de 1.888 ± 2 Ma., valor este muito próximo
daquele obtido por Dall’Agnol et al. (1999) para riolitos peralcalinos do rio Jamanxim.
Santos et al. (2000) através do método U-Pb em zircão (SHRIMP) obteve idade de
1.870 ± 8 Ma. também em um riolito. Lamarão et al. (1999), obteve idades pelo método
Pb-Pb em amostras de riolitos e ignimbritos cujos resultados apresentaram um intervalo
entre 1.890 ± 2 a 1877 ± 4 Ma.
Padilha (2005) estudando o nordeste de Mato Grosso, sul do Bloco XingúIricoumé descreveu que o Grupo Iriri aflora em blocos de relevo mais arrasado
edificando, por vezes, suaves colinas, formando ainda serras com relevo mais
acidentado. Esta mesma autora identificou dois depósitos vulcânicos em sua área de
estudos no Grupo Iriri: um de caráter efusivo e outro de caráter piroclástico. Nos
depósitos efusivos descreveu riolitos de coloração cinza a cinza avermelhada,
granulação microcristalina, sendo algumas vezes de estrutura maciça e outras vezes
porfirítica apresentando foliação de fluxo. Os depósitos piroclásticos foram descritos
pela autora como sendo ignimbritos, tufos de queda e brechas. Segundo Padilha (2005)
os ignimbritos possuem coloração avermelhada, exibem textura de fluxo e intercalações
com depósitos de queda de mesma coloração. As brechas são de coloração cinza a
cinza-rósea, possuem fragmentos líticos milimétricos à decimétricos de composição
polimodal.
Rocha & Silva (2008) analisando a proximidade geográfica de rochas vulcânicas
do Grupo Iriri e as rochas pertencentes à Suíte Intrusiva Rio Dourado concluíram que o
contato entre ambas é, em geral, difuso e sugere consangüinidade comprovada pelas
idades 1.89 ± 11 Ga. e 1869 ±70 Ma. para o granito Rio Dourado (Barros et al. 2005) e
1.88 ± 43 Ga. para as vulcânicas do Grupo Iriri (Pinho et al. 2004). Estudos
geoquímicos de Rocha & Silva (2008) em rochas vulcânicas indicaram composição
variada de ácida à intermediária, caráter metaluminoso a levemente peraluminoso,
padrões de ETR com elevado fracionamento dos leves sobre os pesados e anomalia
negativa de Eu, devido ao fracionamento do plagioclásio. Segundo Rocha & Silva
(2008) os dados obtidos até o momento permitem admitir que o Grupo Iriri faça parte de
um magmatismo bimodal, pós colisional de afinidade rapakivi.
30
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
Figura 10 - Feições das rochas que compõem o Grupo Iriri: (A) Lava coerente
porfirítica, Riolito; (B) Depósito piroclástico, brecha vulcânica com fragmentos líticos;
(C) Fácies do domo de lava com estrutura de fluxo; (D) Depósito piroclástico com
estrutura de fluxo.
31
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO III
III. 1.4-MÁFICAS E ULTRAMÁFICAS
Pinho et al (2004) separou, dentro do Complexo Xingú, corpos de hornblenda
gabro e piroxênio hornblendito, denominando-os de Complexo Estratiforme Santa Inês,
já que tais rochas apresentam feições típicas de origem por cristalização fracionada,
como acamamento crípticos erítmicos (fig.11C).
Padilha et al (2006) caracterizou a forma de afloramemento do Complexo
Estratiforme Santa Inês como blocos, matacões e lajedos formando colinas suaves.
Estas rochas são constituídas de hornblendito a hornblenda gabro de coloração verde a
verde acinzentado, textura porfirítica a equigranular média à grossa. Segundo Barros
(comunicação verbal), olivina gabros com textura cumulática ocorrem associado a estas
as rochas. Idades U-Pb em andamento para a porção dos horblenda gabros apresentou
resultados preliminares próximos ao do Grupo Iriri (1.88 Ga).
Figura 11 - (A) Vista panorâmica dos afloramentos das rochas máficas e ultramáficas;
(B) Variação granulométrica; (C) Acamamento críptico rítmico.
III. 1.5- ENXAME DE DIQUES DE DIABÁSIO
32
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Enxames de diques de rochas básicas foram identificados alinhados na direção
NE. Tais rochas ocorrem na forma de blocos e lajedos em relevo arrasado e vales,
apresentando cobertura de canga laterítica rica em hematita especular.
CAPÍTULO III
Os diques máficos cortam as rochas graníticas da Suíte Intrusiva Rio Dourado e a
suíte máfica-ultramáfica. Os diques são paralelos entre si, com largura aproximada de
2,5 a 30 m e 20 m de comprimento. Exibe coloração cinza-escura, granulação fina a
média, textura subofítica, sendo visíveis ripas de plagioclásio a olho nu. Raras
concentrações de sulfetos disseminados nos diques foram observadas.
Figura 12– (A) Dique de diabásio; (B-C) Visão panorâmica da forma de ocorrência do
dique, como blocos paralelos entre si e cortando o granito Rio Dourado.
33
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
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Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
35
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA BRASILEIRA DE GEOCIÊNCIAS EM
17/02/2011
Domo de Lava Paleoproterozóico - Grupo Iriri, Nordeste de Mato Grosso. Geologia,
Geoquímica e Geocronologia
Mara Luiza Barros Pita Rocha, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade
Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil,[email protected]
Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros, Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT,
Brasil, [email protected]
Evandro Fernandes de Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brasil, [email protected]
RESUMO
O Grupo Iriri no nordeste de Mato Grosso é constituído por rochas piroclásticas ácidas a
intermediárias. Próximo a Fazenda Sonho Meu, leste da cidade de Vila Rica-MT, identificou-se parte de
um domo de lavaácida a intermediária (andesito-dacito-traqueandesito a traquito) com 2 km de extensão
por 250 metros de largura. O Domo possui um núcleo hipoabissal que transiciona lateralmente para uma
fácies autoclástica rica em púmices e shards com feições mingling e após para uma fácies com estruturas
de fluxo bem desenvolvidas. A porção de núcleo tem textura porfirítica com fenocristais de hornblenda,
feldspato alcalino e plagioclásio imerso em matriz fanerítica média de mesma composição. A fácies rica
em púmices assemelha-se texturalmente a ignimbritos e reoignimbritos. Nesta observa-se também uma
textura porfirítica a glomeroporfirítica com evidências de colapso de púmices. A mistura de magma é
marcada por concentrações de hornblenda e plagioclásio na forma de enclaves de tamanho milimétrico
até decimétrico. Dados geoquímicos das porções sem evidências de mingling indicam composições
metaluminosas a peraluminosas, cálcio-alcalina, com alto potássio. Padrões de ETR mostram um leve
enriquecimento de ETRL em relação à ETRP. Dados geoquímicos mostram enriquecimento em Rb, Sr e
K2O e anomalia negativa de Ta-Nb, comum em rochas cálcio-alcalinas. Conteúdos de elementos traços
são compatíveis com ambientes pós-colisionais. Dados de U-Pb em zircão, por LA-ICPMS apresentou
uma idade de 1,87 Ga. Estudos isotópicos de Sm-Nd, mostram Nd negativos e idades modelo arqueana.
Sugere-se neste trabalho para o domo em questão, uma origem por fusão de um manto litosférico,
modificado por subducções anteriores, com posterior diferenciação magmática.
PALAVRAS-CHAVES: Grupo Iriri, domo, Cráton Amazônico, mistura de magma, pós colisional.
PALEOPROTEROZOIC LAVA DOME - IRIRI GROUP, NORTHEAST OF MATO GROSSO.
GEOLOGY, GEOCHEMISTRY AND GEOCHRONOLOGY
ABSTRACT
The Iriri Group in the northeastern portion of Mato Grosso is composed of acid and intermediate
rocks of pyroclastic character. In the vicinity of Fazenda Sonho Meu, in the east of Vila Rica city, was
identified a lava dome with intermediate until acid composition (andesite-dacite-trachyte to
traqueandesito) measuring 2 km long by 250 meters wide. It presents a hipoabissal core nucleous that
change laterally to pumice and shards of enriched facies with mingling features and lava with well
developed flow textures. The hipoabissal portion is porphyritic with phenocrysts of hornblende,
plagioclase and K- potásssico immersed in a groudmass of medium granulation and with the same
composition. The facies that are rich in pumice and shards look like iginimbrites and reoiginimbrites. It
has a porphyritic to glomeroporfirític texture with evidence of moderate welding. The mixture of magma
is marked by centrations of hornblende and plagioclase as enclaves ranging from millimetric to
decimetric in size. The geochemistry of rocks carried out in portions where no mixture was observed
shows metaluminous to slightly peraluminous, calc-alkaline to high potassium composition. REE patterns
show slight enrichment of LREE over HREE and trace element data plotted in spyderdiagram
(normalized by the values of ORG granites) shows enrichment of Rb, Sr and K2O and negative Ta-Nb
anomalie, common in calck-alkaline composition. U-Pb age in a sample by LA-ICPMS showed an age of
1.87 Ga. Isotopic studies of Sm-Nd show negative values of Nd and archean model ages. It is suggested
in this paper for this domo an origin
36
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
by partial melting of lithospheric mantle modified by early subduction process with subsequent magmatic
differentiation.
KEYWORDS: Group Iriri, dome, Amazonian Craton, magma mixture, post-collisonal.
INTRODUÇÃO
Até recentemente o Super Grupo Uatumã agrupava as rochas vulcânicas que ocorriam
como coberturas sobre o Cráton Amazônico cujas denominações variavam com a situação
geográfica. No escudo das Guianas (norte do Cráton Amazônico) as rochas vulcânicas foram
denominadas de Formações Iricoumé e Surumu enquanto sobre o escudo do Guaporé (porção
sul do Cráton), eram denominadascomo Formações Iriri, Sobreiro e Roosevelt (Barros &
Pimentel, 2008). A origem destas rochas foi vinculada a uma tafrogênese de larga escala que
marcou a quebra de um supercontinente paleoproterozóico (Amaral 1974, Basei 1977). Com o
avanço do mapeamento geológico, dos estudos geoquímicos e geocronológicos de detalhe
realizados em diferentes porções do Cráton Amazônico, somado com a proposta de evolução
geotectônica por acresção de arcos (Tassinari & Macambira 1999), a utilização estratigráfica
passou a ser questionada no Super Grupo Uatumã (Dall’Agnol et al. 1987, 1994, 1999). No
Mato Grosso, desde a porção oeste até a porção nordeste do Cráton Amazônico, tais rochas
foram denominadas de Formação Iriri e posteriormente de Grupo Iriri. Leite et al. (2001),
incluiu as rochas vulcânicas do Norte de Mato Grosso de idade entre 1,75-1,80 Ga em uma
Large Igneuos Province “LIP” denominando-as de Província Vulcânica Teles Pires. Pinho et al.
(2003), com base em dados isotópicos de U-Pb em zircão (1,77-1,80 Ga) e valores de TDM de
2,1 Ga obtidos em rochas vulcânicas de caráter bimodal na região de Moriru, adotou esta
mesma denominação. Lacerda et al. (2004) denomina as vulcânicas andesíticas e riolíticas das
regiões de Colíder e Matupá, englobadas na província LIP de Leite et al (2001), de Formação
Colíder. A necessidade de novas propostas fundamentou-se no fato da seção tipo da Formação
Iriri localizada no (Pará) apresentar uma idade de cristalização de 1,88 Ga e uma idade modelo
arqueana (Santos et al. 2000).
Dados preliminares U-Pb e isótopos de Nd144/Nd143 obtidos em vulcanitos piroclásticas
do NE de Mato Grosso por Pinho et al. (2004), Padilha (2007), Barros et al. (2009) mostraram
valores semelhantes aos das rochas do Grupo Iriri. Este tem sido correlacionado com o Grupo
Iricoumé o qual está posicionado sobre o Cráton das Guianas. Tanto o Grupo Iriri como o
Grupo Iricoumé representam manifestações vulcano-plutônicas de idade orosiriana, sendo os
granitos tipo Mapuera relacionados ao Grupo Iricoumé e o os granitos Maloquinha e Rio
Dourado ao Grupo Iriri. A figura 1 mostra a localização geográfica da área estudada e a figura 2
a distribuição do vulcano-plutonismo do Supergrupo Uatumã e no Escudo Guaporé (modificado
por Bizzi et al. 2003). Dall’Agnol, Lafon, Tassinari &Macambira (1999), Ferron (2006),
Pierosan (2009) sumarizaram o magmatismo no Cráton Amazônico (tabela 1).
O objetivo do presente trabalho é caracterizar o vulcanismo paleoproterozóico (1,88
1,87 Ga) do Grupo Iriri na região nordeste de Mato Grosso. Apesar da evolução do
conhecimento ocorrido nos últimos anos nesta região, há uma grande carência de dados
geológicos, geoquímicos e isotópicos mais detalhados e precisos acerca dessa associação
vulcânica no Cráton Amazônico como um todo.
37
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 1 – Mapa de localização e vias de acesso.
38
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
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Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
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Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Tabela 1 - Quadro geocronológico do Magmatismo Uatumã (modificado de Pierosan
2009).
Abreviações: zr – zircão; rt – rocha total; 1 – evaporação; 2 – SHRIMP; 3 .
Unidade Estratigráfica Rocha Idade (Ma)
Método Referência
Craton
Amazônico
Escudo das Guianas
Grupo Iricoumé
Rocha
Idade
Método
Autor
Formação Ouro Preto
1881 ± 21
1
Ferron et al. (2006)
riolito
1882 ± 2 1
1
Ferronet al. (2006)
riolito
1883 ± 4 1
1
Valério et al. (2005)
Ferron et al. (2006)
Formação Ouro Preto
riolito
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Formação Ouro Preto
riodacito
1885 ± 8 1
1
Formação Ouro Preto
riolito
1886 ± 6 1
1
Ferronet al. (2006)
riolito
1888 ± 3 1
1
Costi et al. (2000)
ignimbrito riolítico
1890 ± 2 1
1
Ferronet al. (2006)
andesito
dacito
1892 ± 2 1
1893 ± 2 1
1
Ferronet al. (2006)
Macambira et al. (2002)
andesito
1897 ± 2 1
1
Ferronet al. (2006)
riodacito
1896 ± 7 2
2
Santos et al. (2002b)
biotita sienogranito
1875 ± 4 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Alalaú
1876 ± 4 2
2
Santos et al. (2002b)
Granito Alalaú
1879 ± 3 2
2
Santos et al. (2002b)
1880 ± 3 2
2
Santos et al. (2002b)
1882 ± 4 1
1
Ferronet al. (2006)
Granito Rastro
biotita felds. alc. granito 1882 ± 2 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Bom Futuro
sienogranito
1882 ± 3 1
1
Ferron et al. (2006)
Ferron et al. (2006)
Formação Paraíso
Formação Divisor
Formação Divisor
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
1
zr Pb-Pb
zr U-Pb
Suíte Intrusiva Mapuera
Granito Simão
Granito Alalaú
Granito Simão
biotita granito
zr Pb-Pb
zr U-Pb
zr U-Pb
zr U-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Granito Alto Pitinga
biotita monzogranito
1885 ± 3 1
1
Granito Simão
biotita felds. alc. granito 1885 ± 4 1
1
Ferron et al. (2006)
Granito Alto Pitinga
biotita monzogranito
1888 ± 3 1
1
Ferron et al. (2006)
Batólito São Gabriel
Craton Amazônico –
Escudo Guaporé
Grupo Iriri
Formação Moraes
Almeida
biotita sienogranito
1889 ± 2 1
1
Valério et al. (2006a)
ignimbrito
1875 ± 4 1
1
Lamarão et al. (2002)
1870 ± 8 2
2
riodacito
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr U-Pb
Santos et al. (1997)
41
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Formação Moraes
Almeida
traquito
Formação Moraes
Almeida
riolito
Suíte
Intrusiva
Maloquinha
1881 ± 4 1
1
Lamarão et al. (2002)
1890 ± 6 1
1
Lamarão et al. (2002)
Lamarãoet al. (2002)
Vasquez & Klein et al.
(2000)
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Granito Maloquinha
biotita leucogranito
1880 ± 9 1
1
Granito Maloquinha
Suíte Serra dos Carajás
biotita-anfibólio granito 1882 ± 4 1
1
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
1874 ± 2
2
rt U-Pb
Machado et al. (1991)
1880 ± 2
2
rt U-Pb
Machado et al. (1991)
Granito Cigano
Suíte Jamon
1883 ± 2
2
rt U-Pb
Machado et al. (1991)
Granito Redenção
1870 ± 68
1
rt Pb-Pb
Barbosa et al. (1995)
1883 +5/-2
2
Machado et al. (1991)
1885 ± 32 1
1
Dall’Ágnol et al. (1999a)
1893 ± 30 1
1
Avelar et al. (1994)
1885 ± 2 1
1
1885 ± 4 1
1
1862 ± 32
1
Teixeira et al. (2002)
1866 ± 3
1
Teixeira et al. (2002)
Granito Antônio Vicente
1867 ± 4
1
Granito Velho Guilherme
1874 ± 30
1
Teixeira et al. (2002)
Macambira & Lafon
(1995)
1896 ± 9
1
Teixeira et al. (2002)
1884 ± 4
3
Barros et al. (2006)
1869 ± 70
3
Barros et al. (2008)
1.78 Ga
3
Pinho et al. (2003)
Granito Pojuca
Granito Serra dos Carajás
Granito Musa
Granito Jamon
Granito Seringa
monzogranito
feldspato alcalino
granito
Diques Félsicos
rt U-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
Suíte Velho Guilherme
Granito Mocambo
Granito Rio Xingú
Granito Antônio Vicente
Suíte
Intrusiva
Rio
Dourado
(Mato Grosso)
PT-251
UFMT-18
Magmatismo Teles Pires
sienogranito
granito granofírico
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
zr Pb-Pb
rt Pb-Pb
zr Pb-Pb
zrU-Pb
zrU-Pb
zr U-Pb
42
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
43
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
MÉTODOS ANALÍTICOS
Análises geoquímicas de quatorze amostras representativa do domo foram realizadas no
laboratório Acme para elementos maiores, elementos traços e elementos terras raras.
Datação U-Pb em treze cristais de zircão foram analisadas com Laser Ablation MCICP-MS Thermo-Neptune, no laboratório de geocronologia da UnB.
Análises Sm-Nd em rocha total foram realizadas em duas amostras de rochas vulcânicas
e os valores de ENd foram calculados tomando como base a idade U-Pb obtida para a amostra de
riolito (PT- 251) de Barros et al. (2006).
Estudo da composição da hornblenda e das fases de mistura de magma foi realizado em
uma seção delgada utilizando um Microscópio Eletrônico de Varredura no Museu Paraense
Emílio Goeldi. Imagens Backscattered (BSE) dos zircões em mount foram obtidas na
Universidade Federal do Pará utilizando Microscópio Eletrônico de Varredura.
CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO
O Cráton Amazônico é constituído pelos escudos das Guianas e escudo do Guaporé, que
são separados pelas bacias do Solimões e Amazonas. A evolução do Cráton Amazônico envolve
um modelo mobilista que gerou um bloco de idade arqueana (Carajás) onde posteriormente
aglutinaram-se arcos magmáticos entre o período de 2.3 até 1.0 Ga. As discussões sobre os
limites e denominações das províncias podem ser avaliadas na comparação entre nos trabalhos
de Tassinari & Macambira (1999) (figura 3-A) e de Santos et al. 2000 (figura 3-B). A área de
estudo situa-se no sul do Cráton amazônico, na Província Amazônia Central de Tassinari &
Macambira (1999) – Bloco Xingú-Iricoumé.
44
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 3 – Mapa esquemático do Cráton Amazônico com localização da área de pesquisa, ilustrando os
modelos geotectônicos geocronológicos propostos originalmente por Tassinari & Macambira (1999) (A) e
Santos et al.(2000) (B).
45
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
GEOLOGIA DO DOMO DE LAVA DA FAZENDA SONHO MEU
A área de estudo está foi dividida em dois domínios conforme figura 4 (Padilha et al.
2008, Barros et al. 2009).
No primeiro domínio ocorre a Suíte Intrusiva Vila Rica (SIVR) constituído
predominantemente por monzogranitos (figura 5-A), além de grandiorito e diorito, de afinidade
calcio-alcalina alto potássio, originados provavelmente na fase final de instalação do arco
Tapajós-Parima ou Ventuari-Tapajós. Esses granitóides possuem uma idade U-Pb em zircão
(1,96 Ga), são polideformados e possuem assinaturas isotópicas sugestivas de uma fusão de
crosta continental arqueana (Padilha et al. 2008, Barros et al. 2009). Restos de anfibolitos,
metavulcânicas básicas e migmatitos também ocorrem nessa porção e podem constituir
fragmentos do embasamento. O segundo domínio é marcado pelo Vulcano-plutonismo Iriri
caracterizado por uma associação de riolitos, dacitos, andesitos e traquiandesitos do Grupo Iriri
(figura 5-C e 5-D), de caráter piroclástico associados à sienogranitos agrupados na Suíte
Intrusiva Rio Dourado (figura 5-B), descrito por Padilha et al. (2008) e Barros et al. (2009)
como do tipo A de ambientes pós colisionais, com idade U-Pb de 1,88 Ga e originados a partir
de refusão de crosta continental arqueana. Intrusões gabróicas com estruturas estratiformes e
hornblenda gabros com textura lamprofírica (figura 5-E) também ocorrem associados aos
granitos. Dados U-Pb por SHRIMP em preparação apontam para os gabros estratiformes uma
idade próxima a do Grupo Iriri (1,87 Ga). Diques de diabásio (figura 5-F) de composição
toleítica com idade ainda não determinada cortam os granitos desse domínio.
46
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 4 – Mapa geológico regional, com a localização da área estudada.
47
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 5 – A) Monzogranitos da SIVR, com alto grau de deformação. B) Sienogranitos da Suíte
Intrusiva Rio Dourado. C) Vulcânica intermediária autoclástica D) Vulcânica intermediária
porfirítica do Grupo Iriri. E) Corpos gabróicos com textura lamprofírica. F) Diques de diabásio.
DOMO DE LAVA INTERMEDIÁRIA DA FAZENDA SONHO MEU
O Domo de Lava da Fazenda Sonho Meu, ocorre como morrotes de moderada elevação
associado geograficamente com granitos da Suíte Intrusiva Rio Dourado onde foram observados
xenólitos na borda do Domo. Este apresenta 2.000 metros de comprimento por 250m de largura
(figura 6A).
Os litotipos possuem cor cinza-clara são texturalmente porfiríticos e apresentam
texturas fragmentadas que lembram processos de achatamento semelhantes a texturas eutaxítica
e parataxítica. Manley (1996) interpreta estas texturas tuff-like como decorrentes do processo de
colocação de domos de lavas félsicas.
48
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Enclaves máficos, caracterizados por concentrações de anfibólio que ocorrem desde
dimensões milimétricas até centimétricas (5 a 20 cm), são envolvidos pelas composições
félsicas, desenvolvendo estruturas típicas de mistura heterogênea de magmas.
Dados de campo e estudos petrográficos possibilitaram a subdivisão do domo em de
quatro fácies no sentido núcleo-borda do domo: fácies de núcleo coerente (figura 6B), fácies
transicional autoclástica com texturas tuff-like (figura 6C e 6E), fácies de mistura heterogênea
de magmas (figura 6D) e fácies de borda com estrutura de fluxo magmático (figura 6F).
A figura 7 ilustra um perfil esquemático do domo da Fazenda Sonho Meu.
Figura 6 - Feições de campo das rochas que compõem o corpo do domo. A) Forma de
ocorrência em campo. B) Textura porfiritica da porção de núcleo. C) Púmices achatados na
fácies autoclástica. D) Feições de mistura heterogênea de magmas. E) Feições tuff like
semelhantes a texturas parataxíticas. F) Lavas com estrutura de fluxo.
49
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
A ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ A’
Figura 7- Perfil esquemático do domo e suas fácies.
PETROGRAFIA
Fácies de Núcleo Coerente Porfirítico
Rocha holocristalina, com textura porfirítica, contendo fenocristais de feldspato alcalino
micropertítico, plagioclásio e hornblenda, que perfazem 50% da rocha. A matriz é constituída
predominantementepor quartzo, feldspato alcalino e biotita com granulação média (entre 1 e 2
mm), sendo comum textura de intercrescimento gráfico.
Os fenocristais de feldspato alcalino ocorrem como prismas subédricos atingindo até 5
mm, sendo que na maioria destes observa-se uma alteração do tipo argilização que os pigmenta
com uma tonalidade avermelhada sob luz natural. O plagioclásio ocorre como fenocristais
prismáticos com tamanho de até 4 mm e são comumente zonados e geminados e parcialmente
alterados para mica branca. Os fenocristais de hornblenda possui uma cor verde-escura a verdeamarelada, com dimensões de até 3mm e, em alguns casos, apresentam textura poiquilítica.
Biotita e clorita ocorrem como produtos de alteração dos minerais opacos. Como acessórios:
zircão, alanita, titanita, apatita e opacos (figura 8).
50
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 8 - A) Rocha porfirítica com fenocristal de feldspato alcalino argilizado, np. B) Detalhe
de fenocristal de hornblenda em matriz fina, nx. C) Detalhe de matriz felsítica com
intercrescimento granofírico, nx. D) Fenocristal de plagioclásio zonado e alterado, nx.
Fácies Transicional Autoclástica com Texturas Tuff-Like
Nesta fácies foram identificadas púmices, shards, fenocristais e cristaloclastos. Tais
constituintes são em geral encontrados em depósitos piroclásticos, porém não são
necessariamente exclusivos destes. Em domos de lavas e em sistemas de diques alimentadores
estas texturas fragmentárias características de ignimbritos podem ser definidas como texturas
tuff-like, conforme sugestão de Manley (1996). A descompressão durante a extrusão de um
domo de lava determina uma repentino aumento de gases no magma gerando um padrão
supervesiculado, o qual induzido pelo fluxo pode triturar o sistema gerando púmices,
fragmentos de bolhas (shards), fragmentos de vidro denso e fragmentos de fenocristais. O
resultado final é um vitrófiro autoclástico, texturalmente heterogêneo, com áreas com foliações
de fluxo e constitintes que lembram rochas piroclásticas.
Esta fácies caracteriza-se pela presença de púmices, cristaloclastos, fragmentos líticos
cognatos e acidentais e feições de compactação de alta temperatura. Ocorrem também texturas
“porfirítica" a “glomeroporfirítica” típicas de lavas. A distinção destas últimas é percebida pela
geometria fragmentada dos minerais, principalmente de plagioclásio e hornblenda, que
assumem hábitos de subarredondados a angulosos, sendo também comum o anfibólio com
feições de corrosão.
As púmices são elipsoidais e geralmente desvitrificados para um mosaico de feldspato
alcalino e quartzo. Enclaves microdioritos e cumulados de piroxênios exibem formas variadas
desde arredondadas (bordas de corrosão) a triangulares (fragmentadas) com tamanhos entre 2
mm e 4mm. É comum a presença de fragmentos de rochas corroídos por processos de
assimilação, todos imersos em uma matriz felsítica muito fina.
51
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
A fácies rica em cristaloclastos, textura “glomeroporfirítica” é definida pelo
agrupamento de minerais máficos de hornblenda, biotita e opacos. A compactação de púmices e
vitroclastos gera uma textura semelhante à eutaxítica, que também é marcada pelo alinhamento
de minerais máficos (essencialmente biotita) e púmices que contornam os cristaloclastos.
Na fácies autoclástica observa-se também uma foliação magmática com dobramentos ao
longo de cristais rotacionados gerando uma textura similar à parataxítica. Neste caso os
vitroclastos estão intensamente compactados e em nível megascópico observa-se um fluxo
laminar semelhante ao de lavas, podendo o espaçamento entre os níveis folheados atingir
dimensões da ordem de pouco milímetros. O aspecto reomórfico deve-se ao comportamento
altamente viscoso do fluxo que pode ter quebrado e reagrupado os constituintes. Em seção
delgada pode ser confundido com ignimbritos ricos em cristais, embora sejam marcantes nesta
fácies as reabsorções dos minerais (corrosão) e recristalização de matriz (figura 9).
Figura 9 - A) Textura tuff-like (parataxítica), sentido preferencial do fluxo, np. B) “clost” de
minerais máficos, nx. C) Púmice devitrificado em matriz felsítica, nx. D) Litoclasto corroído,
nx.
Fácies de Mistura Heterogênea de Magmas – Mingling
Esta fácies tem uma extensão de aproximadamente 500 m, caracterizada por material
máfico de formas alongadas, às vezes pontiagudas que variam de milimétricas à decimétricas
dispersas em rocha intermediária.
Ao microscópio observam-se enclaves microdioríticos milimétricos a centimétricos
dispersos em grandes proporções nas rochas (ver figura 6-D). À medida que ocorre maior
52
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
interação entre magma máfico e félsico a textura dos enclaves é microporfirítica, com
fenocristais de hornblenda e biotita em uma matriz com quartzo e plagioclásio. Nestas porções
as feições de desequilíbrio são evidenciadas na corrosão e a reabsorção dos fenocristais de
hornblenda e biotita (figura 10-B). A zona de contato entre o enclave microdiorítico e a rocha
hospedeira é transicional (figura 10-A). A rocha hospedeira apresenta textura microporfirítica,
fenocristais de K-Feldspato, ausência de minerais máficos e os fenocristais também apresentam
aspecto de desequilíbrio sólido-líquidos (figura 10-C). Foi observado fenocristais de Kfeldspato com bordas de corrosão no interior dos enclaves.
Nos enclaves de maior dimensão de 10 à 25cm (figura 11-A) a textura não mostra
feições de desequilíbrio, indicando a ausência de interação entre os magmas.
Os enclaves milimétricos (figura 10-D) são constituídos de microfenocristais de
hornblenda e biotita numa matriz de quartzo e plagioclásio. Nestas porções o desequilíbrio entre
fases minerais e líquido é evidenciado pelas feições de corrosão dos fenocristais de hornblenda e
biotita (figura 10-B). A zona de contato entre o enclave diorítico e a rocha hospedeira é
transicional (figura 10-A) e apresenta textura microporfirítica constituída por fenocristais de
feldspato alcalino reabsorvidos e ausência de minerais máficos (figura 10-C).
Figura 10 – A) Zona de contato transicional entre o enclave diorítico e rocha hospedeira, np. B)
Fenocristal de hornblenda corroído e com inclusões, np. C) Fenocristal de K-Feldspato da rocha
hospedeira corroída inserida no enclave, nx. D) Enclaves dioríticos centimétricos.
Ao microscópio, o enclave apresenta granulação média, inequigranular e constitui-se,
mineralogicamente, de hornblenda em prismas alongados até 3 mm (figura 11-B) e uma matriz
de plagioclásio geminado, zonado e parcialmente saussuritizado (figura 11-C). Uma análise de
Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) foi executada nessa fácies e mostrou que a
composição da hornblenda é rica em ferro, a figura 11-D foi tomada em MEV e mostra
fenocristais de Fe-hornblenda.
53
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 11 – A) Enclave anguloso com aproximadamente 20 cm. B) Cristal de hornblenda
euédrico, nx. C) Cristais de plagioclásios geminados, zonados e saussuritizados, nx. D) Foto de
MEV de enclave micro-diorítico, mostrando Fe-hornblenda euédrica.
Fácies de Lavas com Estrutura de Fluxo (Fluxo Laminar)
Esta fácies caracteriza-se pela alternância de bandas com variações de granulometria.
As bandas mais finas são equigranulares, com dimensões médias dos grãos em torno de 0,1mm,
compostas por quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio, anfibólio e biotita e minerais acessórios
(figura 12).
As bandas mais grossas são inequigranulares com tamanhos dos cristais em torno de
0,25mm. Possuem a mesma mineralogia dos níveis mais finos, sendo o feldspato alcalino
dominante. Foi observado um moderado grau de achatamento e alinhamentos de minerais
máficos (biotita).
54
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 12 –A) Variação granulométrica das bandas com fluxos de lavas. Condição: nx. B)
Rocha fluxo e variação granulométrica.
GEOQUÍMICA
Quatorze amostras representativas do corpo estudado foram analisadas para elementos
maiores, traços e Elementos Terras Raras (ETR), os dados são apresentados na tabela 2.
Os teores de SiO2 variam de 59,37 a 67,33% e as amostras ocupam o campo dos
traquiandesitos, dacitos e traquitos no sistema de classificação TAS (figura 13-A) e distribuemse na fronteira entre os sistemas subalcalino e alcalino. No diagrama R1-R2 de De la Roche
(1980) (figura 13-B) as amostras distribuem-se nos campos do lati-andesito, dacito, riodacito e
riolito, mostrando uma tendência calcio-alcalina, o mesmo comportamento é observado no
diagrama AFM (figura 14).
No diagrama SiO2 versus K2O usado para classificação de rochas subalcalinas, os
pontos que representam as amostras do domo de lava da Fazenda Sonho Meu ocupam
dominantemente o campo calcio-alcalino de alto potássio (figura 15). No diagrama A/CNK
versus A/NK (Shand 1943) as amostras ocupam o campo das rochas metaluminosas,
deslocando-se em direção as rochas peraluminosas (figura 16).
Nos diagramas binários do tipo Harker (figura 17) observa-se que os conteúdos de
Al2O3, CaO, MnO, MgO e Fe2O3 tendem a decrescer com a diferenciação, enquanto os teores
K2O e TiO2 crescem com o aumento de SiO2. Estes padrões geoquímicos sugerem que a
cristalização fracionada plagioclásio + hornblenda foi o principal processo na evolução
magmática dos litotipos investigados. Esta hipótese é coerente com os padrões geoquímicos dos
elementos traços versus Zr. O decréscimo de Sr, Ni, Co e Cu com a diferenciação mostram a
compatibilidade destes elementos durante a diferenciação, acompanhado do aumento nos
conteúdos de Rb, Pb, Nb, Th, Hf, Y, La e Lu que não são compatíveis com as fases extraídas
(figura 18).
O padrão geoquímico destas rochas, obtido com a normalização dos dados pelo condrito de
Nakamura (1977) em diagramas de Pearce et al. (1984), mostra um enriquecimento de ETRL em
relação aos ETRP (figura 19-A). Observa-se também um aumento do conteúdo total de ETRcom a
diferenciação. A ausência ou fraca anomalia negativa de Eu pode ser explicada pelo efeito da
extração de uma fase máfica (anfibólio e/ou piroxênio) não concentradora de Eu, que compensaria
55
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
a tendência de queda dos teores com o fracionamento de plagioclásio. A consideração desta
hipótese inclui, portanto, o fracionamento de anfibólio durante a evolução dos litotipos estudados.
Nos diagramas multi-elementares (figura 19-B) as amostras caracterizam-se por um
enriquecimento em LILE (Ba, Rb, K2O acompanhados de teores elevados de Sr) e anomalia
negativa em HFSE (Ta, Nb, Hf, Zr e Y). Este padrão geoquímico é comum em rochas
shoshoníticas e calcio-alcalinas de alto-K geradas a partir de fontes mantélicas litosféricas
previamente modificadas por subducção.
No diagrama de Pearce et al. (1984, 1996), utilizado na discriminação de ambiente
tectônico, os teores de Rb versus Y+Nb são compatíveis com um ambiente pós- colisional
(figura 20).
56
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Tabela 2 - Dados geoquímicos.
MA
04A
MA
06
SiO2
64,31
TiO2
Al2O3
MA
07
FERA FERA FERA FERA FERA MA
04
13
18
19
39
20A
MA
21
MA
24
66,41 62,20 64,54 64,49 63,20
62,33 66,84
63,68
67,11 59,37
67,19
67,21
67,33
0,56
0,78
0,51
0,43
0,44
0,65
0,80
0,62
16,14
15,29 15,73 15,78 15,24 17,29
15,52 15,16
17,15
15,71 18,17
16,36
15,35
15,43
Fe2O3
4,47
4,45
5,9
4,9
5,38
4,69
5,46
4,23
4,27
3,41
6,4
3,18
3,6
3,62
MnO
0,07
0,08
0,09
0,08
0,13
0,08
0,08
0,07
0,05
0,04
0,12
0,07
0,07
0,07
MgO
1,2
1,17
2,84
1,3
1,19
2,18
2,94
1,59
1,97
0,81
1,86
0,57
0,71
0,63
CaO
4,67
2,38
4,66
3,33
3,39
4,33
4,87
2,96
3,20
2,33
5,04
2,11
1,31
2,21
Na2O
3,69
3,37
3,24
3,88
4,04
3,72
3,70
3,46
3,46
3,78
3,64
3,73
2,06
3,64
K2O
3,52
4,67
3,49
4,02
3,81
2,84
2,56
4,21
4,63
5,30
3,35
5,32
7,61
5,47
P2O5
0,19
0,23
0,21
0,29
0,30
0,19
0,20
0,13
0,17
0,13
0,28
0,17
0,15
0,18
LOI
1,0
0,7
0,8
0,9
0,8
0,7
1,5
0,6
0,7
0,7
1,0
0,5
0,9
0,6
Total
99,78
99,73 99,75 99,76 99,72 99,76
99,96 99,73
99,71
99,77 99,92
99,80
99,76
99,78
V
69
56
102
63
38
70
92
56
61
38
89
35
40
36
Co
10,2
5,6
15,7
7,5
6,5
11,6
16,1
2
10,3
5,6
11,5
4,2
3,6
3,9
Ni
0,1
2
15,5
2,6
2,8
10,6
25,1
9,6
12,6
3,9
1,6
1,1
1,1
2,3
Cu
5,8
7,3
28,2
4,3
15,7
4,7
48,6
15,4
1,7
7,8
16,2
3,2
39,5
4,0
Zn
13
48
40
63
64
40
51
43
29
29
60
40
60
49
Rb
118,8
159,0 127,1 147,0 127,5 176,1
59,1
129,3
186,1
189,4 79,5
189,4
251,9
172,1
Sr
436,8
416,3 483,0 473,0 435,8 507,9
750,3 403,6
560,3
420,7 937,9
324,2
198,4
324,4
Y
16,7
22,5
11,4
23,7
14,7
21,1
23,9
21,6
Zr
182,8
231,1 169,2 220,9 295,0 190,0
137,1 186,8
215,1
196,9 134,4
232,9
264,3
238,7
Nb
8,5
12,5
7,7
11,6
12,6
8,6
5,4
9,2
9,1
11,4
6,1
13,3
15,5
12,0
Ba
1090
1404
1012
1182
1430
1076
1112
1287
1210
1155
1455
1020
1282
1267
Sc
10
10
14
10
14
10
13
10
11
6
8
7
9
7
Be
1
2
1
3
1
1
1
2
2
2
2
3
2
3
Cs
4,1
3,9
5,4
4,4
3,9
8,2
0,8
2,8
8,6
6,0
1,6
7,1
7,7
3,8
Ga
17,6
18
18,6
18,5
18,5
17,7
17,8
16,3
19
17,5
17,7
17,2
17,2
17,8
Hf
4,6
6,0
4,6
6,0
7,2
5,3
3,7
4,9
6,1
5,4
3,8
6,6
7,1
6,3
Sn
1
2
1
2
1
1
1
1
1
1
<1
2
2
2
Ta
0,5
0,8
0,7
0,9
0,9
0,6
0,4
0,7
0,7
0,9
0,3
1,2
1,1
1,0
Th
12,4
18,4
12,3
16,1
13,7
14,2
6,0
14,2
14,6
17,5
5,7
19,9
18,7
17,6
U
3,0
4,9
3,0
4,5
3,4
2,9
1,4
3,5
3,3
4,8
1,4
5,0
4,9
5,0
W
0,8
1,8
1,2
2,2
2,1
0,6
0,9
1,4
0,8
1,6
<0,5
2,4
1,7
1,8
La
32,8
51,8
39,5
46,7
52,6
36,4
30,7
35,7
41,4
41,2
28,7
47,6
52,1
45,6
Ce
67,4
99,7
74,0
94,9
102,2 72,7
61,0
69,6
77,4
78,6
55,2
95,6
108,3
90,9
Pr
7,04
10,91 7,95
10,20 11,65 7,74
7,06
7,83
9,36
8,81
5,92
10,32
11,47
9,91
Nd
26,1
39,5
28,6
36,3
42,3
27,0
27,6
28,8
33,7
30,4
22,0
38,2
41,6
36,1
Sm
4,31
6,20
4,65
6,17
7,59
4,64
4,22
4,60
5,47
4,62
3,39
5,65
6,34
5,58
Eu
0,97
1,39
1,10
1,38
2,19
1,07
1,17
1,00
1,12
0,92
0,98
1,16
1,34
1,08
Gd
3,25
4,57
3,50
4,57
6,61
3,53
2,97
3,48
4,40
3,24
2,56
4,31
4,73
4,33
Tb
0,53
0,70
0,54
0,69
1,01
0,56
0,42
0,52
0,71
0,49
0,41
0,68
0,72
0,68
0,59
16,6
MA
09
0,76
21,9
MA
14
0,93
31,6
MA
16
0,56
16,9
0,48
16,4
0,38
12,8
57
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Dy
2,92
3,81
2,83
3,74
5,39
3,06
1,99
2,77
3,79
2,62
2,23
3,43
3,85
3,56
Ho
0,56
0,75
0,53
0,72
1,06
0,61
0,37
0,52
0,75
0,49
0,42
0,70
0,76
0,70
Er
1,68
2,21
1,49
2,22
3,13
1,72
0,99
1,53
2,25
1,42
1,29
2,02
2,28
2,04
Tm
0.25
0.33
0.22
0.33
0.46
0.27
0.16
0.25
0.36
0.23
0.21
0.32
0.35
0,33
Yb
1,64
2,14
1,43
2,22
2,97
1,83
0,99
1,48
2,24
1,46
1,36
2,02
2,29
2,03
Lu
0,26
0,32
0,22
0,32
0,44
0,26
0,15
0,24
0,35
0,22
0,21
0,32
0,36
0,30
Mo
0,5
0,8
1,6
1,2
1,0
0,3
0,4
1,2
0,1
0,6
0,4
1,7
0,7
1,4
Pb
3,3
8,9
7,2
7,8
9,9
4,0
3,2
9,3
5,0
7,7
5,6
11,9
9,9
11,5
As
1,5
0,7
<0,5
1,6
<0,5
1,5
0,5
0,5
0,9
0,5
<0,5
0,8
1,1
0,5
Cd
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
0,1
<0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
<0,1
0,1
0,1
0,1
Sb
0,5
0,2
<0,1
0,3
0,1
0,2
0,1
0,1
0,1
0,1
<0,1
0,2
0,4
0,2
Bi
0,4
0,2
0,2
0,1
<0,1
<0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
<0,1
0,2
0,8
0,2
Ag
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
<0,1
0,1
0,1
0,1
Au
<0,5
<0,5
<0,5
<0,5
<0,5
<0,5
1,1
0,9
1,6
0,5
<0,5
1,2
0,5
0,5
Hg
<0,01
<0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01
0,01
0,01
0,01
0,01
<0,01 0,01
0,01
0,01
0,1
0,2
0,3
<0,1
0,2
0,1
0,1
0,1
<0,5
<0,5
<0,5
<0,5
<0,5
<0,5
0,7
0,5
0,5
0,5
Ti
Se
F
ACNK
1,07
<0,5
0,89
<0,5
0,09
<0,5
0,86
<0,5
0,96
422
451
528
422
0,83
0,94
1,00
0,95
0,92 1
Ga/Al*0,52 2,097
2,263 2,273 2,254 2,334 1,968
2,205 2,067
2,130
2,142 1,873
2,021
2,154
2,218
K20/Na2O 0,953
FeO/
(FeO/MgO) 0,788
1,385 1,077 1,036 0,943 0,763
0,691 1,216
1,338
1,402 0,920
1,426
3,694
1,502
0,791 0,675 0,790 0,818 0,682
0,65
0,726
0,684
0,808 0,774
0,848
0,835
0,851
La/Lu
17,34 19,24 15,64 12,81 15,00
21,93 15,94
12,67
20,07 14,64
15,94
15,51
16,29
13,52
58
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 13 - A) Distribuição dos pontos representativos das rochas do domo e diagramas
químico-classificatórios, álcalis versus sílica (Le Maitre 1989). B) Diagrama químicoclassificatórios, R1 versus R2 (De la Roche 1980).
Figura 14 - Diagrama AFM para as amostras do Domo de Lava. Linhas divisórias segundo
Irvine & Baragar (1971).
59
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 15 - Diagrama K2O versus SiO2, dividindo os campos das séries magmáticas, segundo
Peccerillo e Taylor (1976).
Figura 16- A/CNK versus A/NK (Maniar & Piccoli 1989).
60
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 17 - Diagramas de variação de elementos maiores em função do SiO2 das amostras do
Domo de Lava.
61
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 18- Diagrama Zr versus elementos-traços das amostras do Domo de Lava.
62
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
Figura 19- A) Padrão de distribuição de elementos-terras rara das rochas do domo, normalizados
pelos valores do condrito de Nakamura (1977). B) Padrão de distribuição de traços,
normalizados por valores dos granitos de cordilheiras meso-oceânicas (Pearce et al. 1984).
Figura 20 - Distribuição das rochas vulcânicas do Grupo Iriri no diagrama Rb versus Y+Nb
(Pearce et al. 1984, Pearce 1996).
63
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
GEOCRONOLOGIA
Resultados de U-Pb em Zircão
Treze zircões, de tamanhos entre 60 a 120 µm foram analisados por LA-MC-ICP-MS.
Os grãos apresentam cor castanha clara, variando de anédrico a subédrico, sendo alguns cristais
alongados e outros arredondados. Em geral são fraturados e raramente preservam feições
prismáticas. Alguns cristais exibem leve zonação e bordas metamitizadas. Contornos
curvilíneos lembram feições provocadas por processos de corrosão magmática. A figura 21
mostra os cristais analisados bem como as posições dos bombardeios com o laser.
Os dados analíticos são apresentados na tabela 3. O resultado da leitura das razões
isotópicas de U/Pb para 13 cristais de zircão mostrou idade de 1877 ±12 Ma, mostrada no
diagrama concórdia (figura 22).
ZIRCÕES Pb206/Pb204 Pb207/U235 1s(%) Pb206/U238 1s(%) Rho Pb207/Pb206 1s(%) Pb207/U235 1s(%) Pb206/Pb208 1s(%) Conc(%)
017 Z05
15963
5,2605
1,7
0,332
1,5
0,85
1878,6
15,9
1862,5
14,6
1848,1
23,7
018 Z06
17547
5,3182
2,1
0,32713
1,9
0,95
1924,8
17,8
1871,8
18,2
1824,5
30,2
94,79
022 Z07
12672
5,518
1,3
0,34661
1,2
0,88
1887,1
10,8
1903,4
11,2
1918,4
19,2
101,66
023 Z08
47175
5,3146
1,8
0,33678
1,6
0,92
1871,3
12,3
1871,2
15,1
1871,2
26,6
99,99
027 Z10
46821
5,5393
1,6
0,34459
1,4
0,89
1904,5
12,6
1906,7
13,4
1908,7
23
100,22
028 Z11
73282
5,6106
1,2
0,35255
1,1
0,84
1886,5
11,8
1917,7
10,7
1946,8
17,7
103,19
033 Z14
9168
5,1953
2
0,33334
1,7
0,88
1848,8
17
1851,8
16,7
1854,6
28
100,31
034 Z15
20768
5,378
1,3
0,33769
1,1
0,84
1887,8
12,4
1881,4
11,2
1875,6
18,1
99,35
035 Z16
16223
5,2378
1,2
0,3307
1,1
0,88
1877,9
10,5
1858,8
10,6
1841,8
17,6
98,08
040 Z19
695539
5,3721
1,2
0,34319
1
0,82
1856,7
12,3
1880,4
10,5
1902
16,9
102,44
042 Z21
15628
5,4048
1,6
0,33906
1,1
0,82
1889,5
20,7
1885,6
13,4
1882,1
17,3
99,61
045 Z22
19694
5,2997
1,1
0,32916
0,9
0,81
1907,4
11,4
1868,8
9,5
1834,3
14,7
96,17
051 Z26
3171
5,2381
2,1
0,34442
1,1
0,52
1804,4
31,9
1858,8
17,7
1907,9
18,4
105,74
Tabela 3 – Sumário dos dados LA-MC-ICP-MS dos zircões do domo traquiandesítico da Fazenda Sonho Meu
(mineral analisado = zircão).
64
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
98,38
CAPÍTULO IV
Figura 21- Imagens BSE dos cristais de zircões no mount de resina analisado no ICP-MS Laser
Ablation.
65
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
0,365
0,355
U238/Pb206
1940
0,345
1860
0,335
Amostra MA- 4B
1877.9 ±12 Ma
MSWD = 1.7
0,325
0,315
4,8
5,0
5,2
5,4
5,6
5,8
U235/Pb 207
Figura 22 - Diagrama de concórdia U-Pb para zircão da amostra MA - 4B do domo de lava.
Mostrando idade 1877 ± 12 Ma, MSWD =1,7.
Dados Isotópicos de 143Nd/144Nd
Dados de isótopos de Nd em duas amostras de rocha vulcânica nas proximidades do
domo, considerando 1,88 Ga como a idade de cristalização, apresentam valores de residência
crustal (TDM) entre 2,46 a 2,59 e os valores negativos de Nd variando de -3.66 à -6.89 indicam
que as rochas vulcânicas do Grupo Iriri, na região estudada, foram afetadas por processos de
contaminação crustal durante a evolução do magma (tabela 4).
Tabela 4 - Dados isotópicos de Sm-Nd de vulcânicas do Grupo Iriri.
Amostras Sm(ppm) Nd(ppm)
147
Sm/144Nd
143
Nd/144Nd (± 2SE)
€Nd (0) TDM(Ga) 
Fera 13
5,498
34,053
0,0976
0,511065+/-11
-30,69
2,59
-6,89
Fera 16
5,163
27,504
0,1135
0,511423+/-11
-23,7
2,46
-3,66
66
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO IV
CONCLUSÕES E DISCUSSÕES
O Domo de Lava da Fazenda Sonho Meu possui uma composição intermediária e corta
rochas graníticas da Suíte Intrusiva Rio Dourado (1,88 Ga). Xenólitos granitos foram
observados na borda do domo. O Domo foi dividido nas seguintes fácies: A- fácies de núcleo
coerente, B- fácies autoclástica com texturas tuff-like, C- fácies de misturas “mingling”, Dfácies de lavas com estrutura de fluxo.
Estudos geoquímicos indicam uma afinidade calcio-alcalina alto-K. O comportamento
dos elementos maiores e traços observados em diagramas binários indicam que o fracionamento
mineral foi um processo importante na evolução petrogenética do magma que originou o
conjunto das rochas estudadas. Os valores de €Nd negativos (-3.66 a -6.89) aliados as fácies de
misturas heterogêneas registradas em trabalho de campo e observadas em detalhe no estudo
petrográfico, são fortes evidências de que o domo de lava traquiandesítica da Fazenda Sonho
Meu, originou-se da mistura de magmas gerados por fusão mantélica somada a assimilações
crustais. Propõem-se neste trabalho que a evolução petrogenética destes magmas intermediários
envolveu a fusão de um manto litosférico previamente modificado por processos de subducção
seguida de fracionamento mineral. Processos distensivos (rift) podem ter provocado
descompressão adiabática e a ascensão do magma até a base da crosta, fornecendo calor
necessário para a assimilação e fusão crustal. Tais processos podem ter contribuído na mistura
de magmas, conforme sugerido pela presença de enclaves máficos associada à fácies de núcleo
do domo de lava.
O ambiente tectônico de geração das rochas do Grupo Iriri, tem sido considerado como
distensivo pós-colisional. A anomalia negativa de Ta e Nb observada nos diagramas de multielementos sugere que a fonte de tais rochas foi modificada por processo de subducção prévia.
A idade U-Pb em zircão (1,87 Ga.) a composição intermediária e a afinidade
geoquímica permitem correlacionar estas rochas com as da Formação Divisor do Grupo
Iricoumé, que juntamente com o Grupo Iriri constituem a Província Vulcânica Uatumã.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Geociam, ao CNPq, processo no552880/2009-4, ao Programa de
Pós-Graduação em Geociências da UFMT. Ao laboratório de Geocronologia da UnB, aos
professores Dr. Hilton Túlio Costi do Museu Paraense Emilio Goeldi, ao Dr. Cláudio Lamarão
da UFPA e a todos os professores e colegas que ajudaram na realização desse trabalho.
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71
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO V
72
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO V
V.1- CONCLUSÕES FINAIS
A região nordeste de Mato Grosso entre as coordenadas leste de 420000 a
450000 e norte de 8800000 a 8900000, faz parte da porção sul do Cráton Amazônico,
mas precisamente Domínio Iriri-Xingú da Província Amazônia Central.
A região pode ser dividida em dois domínios: o domínio Santana do Araguaia
constituído por rochas paleoproterozóicos contendo registros de retrabalhamento de
rochas arqueanas e do domínio vulcano-plutônico de idade orosiriana (1,87-1,89).
Nas cercanias da área objeto desta investigação, foram mapeadas as seguintes
unidades: Suíte Intrusiva Vila Rica (1,96 Ga; que faz parte do Dominio Santana do
Araguaia), Suíte Intrusiva Rio Dourado (1,88 Ga), Grupo Iriri (1,87 Ga), associações
máficas-ultramáficas (Suíte Intrusiva Santa Inês) e diques máficos mais jovens.
O Domo de lava estudado faz parte do Grupo Iriri e apresenta evidências de
campo e idade geocronológica de que é mais jovem que a Suíte Intrusiva Rio Dourado.
O Domo de Lava da Fazenda Sonho Meu possui uma composição intermediária
e corta rochas graníticas da Suíte Intrusiva Rio Dourado (1,88 Ga). Xenólitos granitos
foram observados na borda do domo. O Domo foi dividido nas seguintes fácies: Afácies de núcleo coerente, B- fácies autoclástica com texturas tuff-like, C- fácies de
misturas “mingling”, D- fácies de lavas com estrutura de fluxo.
Estudos geoquímicos indicam uma afinidade calcio-alcalina alto-K. O
comportamento dos elementos maiores e traços observados em diagramas binários
indicam que o fracionamento mineral foi um processo importante na evolução
petrogenética do magma que originou o conjunto das rochas estudadas. Os valores de
€Nd negativos (-3.66 a -6.89) aliados as fácies de misturas heterogêneas registradas em
trabalho de campo e observadas em detalhe no estudo petrográfico, são fortes
evidências de que o domo de lava traquiandesítica da Fazenda Sonho Meu, originou-se
da mistura de magmas gerados por fusão mantélica somada a assimilações crustais.
Propõem-se neste trabalho que a evolução petrogenética destes magmas intermediários
envolveu a fusão de um manto litosférico previamente modificado por processos de
subducção seguida de fracionamento mineral. Processos distensivos (rift) podem ter
provocado descompressão adiabática e a ascensão do magma até a base da crosta,
fornecendo calor necessário para a assimilação e fusão crustal. Tais processos podem ter
contribuído na mistura de magmas, conforme sugerido pela presença de enclaves
máficos associada à fácies de núcleo do domo de lava, mostram que tal processo
prolonga-se até níveis crustais mais rasos.
O ambiente tectônico de geração das rochas do Grupo Iriri, tem sido considerado
como distensivo pós-colisional. A anomalia negativa de Ta e Nb observada nos
diagramas de multi-elementos sugere que a fonte de tais rochas foi modificada por
processo de subducção prévia.
A idade U-Pb em zircão (1,87 Ga.) a composição intermediária e a afinidade
geoquímica permitem correlacionar estas rochas com as da Formação Divisor do Grupo
Iricoumé, que juntamente com o Grupo Iriri constituem a Província Vulcânica Uatumã.
73
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
CAPÍTULO V
V.2- AGRADECIMENTOS
A autora agradece primeiramente ao Programa de Pós-Graduação em Geociências
da UFMT, a CPRM, ao CNPQ, ao Geociam, ao laboratório de Geocronologia da UnB,
aos professores Dr. Hilton Túlio Costi do Museu Paraense Emilio Goeldi, ao Dr.
Cláudio Lamarão da UFPA e a todos os professores e colegas que ajudaram na
realização desse trabalho.
V.3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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77
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
78
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
Anexo I – Publicações.
RESUMO PUBLICADO EM ANAIS DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS
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Simpósio de Geologia do Centro-Oeste, 2009.
79
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
Anexo II – Artigos.
ARTIGOS ACEITOS PARA PUBLICAÇÃO
BARROS, M. A. S. A.; PIMENTEL, M. M.; ROCHA, M. L. B. P.; SILVA, F. R.; PADILHA,
R.A.; DANTAS, E.L. ; MOURA, E.;. A Suite Intrusiva Rio Dourado (1,88 Ga) – SE do Cráton
Amazônico -MT/Brasil- Uma suite granitoide pós-colisional. Geologia USP. Série Científica,
2011.
ARTIGO SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO
ROCHA, M. L. B. P.; BARROS, M. A. S.; LIMA, E. F.; Domo de Lava Paleoproterozóico –
Grupo Iriri, Nordeste de Mato Grosso. Geologia, Geoquímica e Geocronologia. Revista
Brasileira de Geociências, 2011.
80
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
A Suíte Intrusiva Rio Dourado - Um Granito Tipo A de 1,88 Ga Sudeste do Craton Amazônico - Mato Grosso - Brasil
The Rio Dourado Intrusive Suite - 1.88 Ga A-type Granite Southeastern Amazonian Craton - Mato Grosso - Brazil
Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros1 ([email protected]),
Márcio Martins Pimentel2 ([email protected]), Mara Luiza Barros Pita Rocha1 ([email protected]),
Fernanda Rodrigues da Silva3 ([email protected]), Rosilene Aparecida Padilha1 ([email protected]),
Elton Luiz Dantas4 ([email protected]), Evelin de Moura1 ([email protected])
1Departamento de Recursos Minerais - Instituto de Ciências Exatas e da Terra - UFMT
Av. Fernando Correa da Costa s/n, CEP 78060-900, Cuiabá, MT, BR
2Instituto de Geociências - UFRGS, Porto Alegre, RS, BR
3Instituto de Geociências - UNICAMP, Campinas, SP, BR
4Departamento de Geologia Geral e Aplicada - Instituto de Geociências - UnB, Brasília, DF, BR
Recebido em 03 de novembro de 2010; aceito em 06 de janeiro de 2011
RESUMO
A Suíte Intrusiva Rio Dourado (SIRD) está constituída por rochas graníticas expostas na porção sudeste do Craton
Amazônico, Província Amazônia Central, como corpos intrusivos na Suíte Intrusiva Vila Rica, de idade
paleoproterozoica. Rochas vulcânicas félsicas de natureza dominantemente piroclástica (Grupo Iriri) são cogenéticas
e ocorrem associadas espacialmente aos corpos intrusivos. Estudos petrográficos permitiram dividir os granitos da
SIRD em: biotita granito, biotita granitos com anfibólio e granitos granofíricos. Análises de composição modal
indicam composições variáveis entre sieno e monzogranitos. Valor médio da razão FeOT /FeoT+MgO em torno de 0,8
a 0,95, os altos teores de FeOT e baixos de CaO, bem como o caráter fracamente peraluminoso, são comuns em
granitos tipo A oxidados. Em diagramas de discriminação de ambiente tectônico, tais rochas ocupam o campo
determinado para granitos pós-colisionais. Padrões de elementos terras raras mostram enriquecimento em ETRL com
relação aos ETRP e anomalia negativa de Eu. Anomalias negativas de Ta e Nb e empobrecimento de elementos terras
raras pesados, podem ser observadas em diagramas multielementar, feições comuns nos granitos tipo A de ambientes
pós colisionais. Teores de Ce, Yb, Nb e Ga são transicionais entre os granitos tipo A1 e A2. Idade U-Pb por TIMS em
zircão, para uma amostra de granito da SIRD, apresenta valor 1876 ± 39 Ma, enquanto valores de εNd(T) negativos (-3
a -10) e idades modelo (TDM) entre 2,6 a 2,8 Ga sugerem origem a partir de refusão de crosta mais antiga,
possivelmente arqueana.
Palavras-chave: Paleoproterozoico; Granito tipo A; Província Amazônia Central; Craton Amazônico.
ABSTRACT
The Rio Dourado Intrusive Suite (RDIS) is composed of granitic rocks which are exposed in the southeastern
Amazon Craton, Central Amazon Province. These granites intruded into the Paleoproterozoic granites of the Vila
Rica Intrusive Suite. The predominantly pyroclastic felsic volcanic rocks of the Iriri Group are coeval and spatially
associated with the intrusive granites. Petrographic studies allow us to divide the Rio Dourado granites into: biotite
granites, amphibole-bearing biotite granites and granophyric granites. Modal compositions range from monzo to
syenogranites. The oxidized A-type granite is characterized by FeO/FeO+MgO ranging from 0.8 - 0.95, high contents
of FeOT and low contents of CaO, as well as peraluminous composition. In the tectonic discrimination diagrams,
samples of these granites plot in the post-collisional field. REE patterns show enrichment in the LREE relative to
HREE and negative Eu anomalies. Negative anomalies of Ta and Nb, as well as depletion in the HREE, features
which are typical of A-type granites of post-collisional settings, are observed in multi-element diagrams,. Ce, Yb, Nb
and Ga contents are transitional between those of A2 and A1-type granites. U-Pb zircon dating by TIMS yielded an
age of 1876 ± 39, whereas negative values of εNd (-3 to -10) and model ages (TDM) between 2.6 and 2.8 Ga indicate it
was formed by re-melting of older (possibly Archean) crust.
Keywords: Paleoproterozoic; A-type granite; Central Amazon Province; Amazonian Craton.
Disponível on-line no endereço www.igc.usp.br/geologiausp
81
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Prezados
Autores,
Como
já
é
de
vosso
conhecimento,
o
artigo
“Domo
de
Lava
Paleoproterozóico
Grupo
Iriri,
Nordeste
de
Mato
Grosso.
Geologia,
Geoquímica e Geocronologia", foi encaminhado à dois consultores da RBG. O
Primeiro
relato
já
foi
enviado
aos
autores
e
o
segundo
está
disponível
agora nesta mensagem abaixo e o texto com correções no sistema eletrônico
para
baixar.
Solicitamos
aos
autores
que
efetuem
as
devidas
correções
e
quando
não
concordarem
emitam
justificativa.
Lembramos que as figuras devem ser inseridas em arquivos separados, formato
TIF,
resolução
de
300dpi
as
tabelas
e
quadros
em
doc.
Os autores deverão inserir os arquivos corrigidos no mesmo processo já em
andamento no sistema eletrônico (passo-a-passo anexo) no prazo de 20 dias.
Estamos
à
disposição
dos
autores
para
qualquer
esclarecimento.
Atenciosamente,
Clotilde
Secretaria RBG
Zai
82
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
Anexo III- Imagem de satélite da área de pesquisa, indicando o local de coleta da amostra datada
por U-Pb Laser Ablation.
83
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
Anexo IV- Tabela de pontos e descrição litológica.
UTM
Litologia
Geoq.
Lâmina
ma 01
475523
8884128 granito foliado- vila rica
ma 02
459938
ma 03
442081
8887127 granito foliado- vila rica
mistura de magmas, hipoabissal e granito
8886072 rapakivi
ma 04
432599
8898262 rocha hipoabissal
ma 04a
432599
8898262 rocha hipoabissal com fenocristais
ma 04b
432599
8898262 rocha hipoabissal
ma 05
432432
8899520 rocha com textura tuff-like
ma 06
432421
8899758 rocha porfiritíca
x
x
ma 07
437886
8890650 quartzo diorito
x
x
ma 08
432422
8899976 vulcânica porfirítica
ma 09
432357
8899794 vulcânica com concentração de hornblenda
x
x
ma 10
432370
8899798 vulcânica acamadada com hornblenda
ma 11
432549
8899992 vulcânica com textura de fluxo
ma 12
433507
8902392 SIRD
ma 13
432406
8899350 mistura de magmas
ma 14
432389
8899500 quartzo diorito
ma 15
432468
8898554 início da zona de mistura de magmas
ma 17
432007
4390771 ponto de controle
ma 16
432493
ma 18
432691
8898500 rocha hipoabissal mais grossa
rocha hipoabissal cinza claro, granulção
8898279 média
ma 18 a
432698
8898125 xenolito máfico dentro do rio dourado
x
ma 19
432514
8898722 rocha hipoabissal cinza escuro esverdeada
x
ma 20a
432411
8899522 rocha com textura de fluxo
x
x
ma 21
432422
8899758 rocha hipoabissal acamadada
x
x
ma 22
432588
ma 23
432488
8900000 contato granito e vulcânica
vulcânica cinza rosado fenocristais de
8899916 pagioclásio
ma 24
432606
8899682 rocha com textura tuff-like
x
x
ma 25
432720
ma 26
432365
8899640 limite rocha hipoabissal e granito
contato difuso granito rio dourado e
8900058 vulcânicas
ma 31
451318
8842689 ponto de controle
fera 04
437908
8890796 vulcânica fina com alterações avermelhadas
fera 11
437908
8890796 vulcânica com estrutura de fluxo
fera 12
436786
fera 13
436578
8899444 vulcânica cinza claro com matriz fina
vulcânica cinza profirítica, fenocristais de
8894590 K-F
fera 18
432656
fera 19
U/Pb
BSE
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
433260
8898236 vulcânica porfititíca
vulcânica fina com concentração de
8896998 hornblenda
fera 39
458314
8887450 vulcânica cinza escuro, profirítica
x
fera 43
433300
8897600 vulcânica com matriz fina
x
x
x
84
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
fera 44
432484
rocha hipoabissal com concentração de
8900018 hornblenda
fera 67
432600
8898252 vulcânica com granulação fina
x
fera 77
432615
8899902 vulcânica cinza de granulação média
x
85
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
86
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
87
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
Anexo VI -A) Domínios tectônicos de Vasquez para o nordeste de Mato Grosso; B)
Geologia do Domínio Iriri-Xingú da Província Amazônia Central; C) Localização
esquemática do domínio Iriri-Xingú no estado de Mato Grosso (Vasquez et al. 2008b).
88
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
ANEXOS
Anexo VII – Mapeamento Geológico da Folha Comandante Fontoura. Compilado da
CPRM.
89
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Anexo VIII - Dados Químicos
AMOSTRAS
MA 04A
MA 06
MA 07
MA 09
MA 14
MA 16
FERA 04 FERA 13
FERA 18
FERA 19
FERA 39 MA 20A
MA 21
MA 24
SiO2
64.31
66.41
62.20
64.54
64.49
63.20
62.33
66.84
63.68
67.11
59.37
67.19
67.21
67.33
TiO2
0.56
0.78
0.59
0.76
0.93
0.56
0.51
0.48
0.43
0.44
0.38
0.65
0.80
0.62
Al2O3
16.14
15.29
15.73
15.78
15.24
17.29
15.52
15.16
17.15
15.71
18.17
16.36
15.35
15.43
Fe2O3
4.47
4.45
5.9
4.9
5.38
4.69
5.46
4.23
4.27
3.41
6.4
3.18
3.6
3.62
MnO
0.07
0.08
0.09
0.08
0.13
0.08
0.08
0.07
0.05
0.04
0.12
0.07
0.07
0.07
MgO
1,2
1,17
2,84
1,3
1,19
2,18
2,94
1,59
1,97
0,81
1,86
0,57
0,71
0,63
CaO
4.67
2.38
4.66
3.33
3.39
4.33
4.87
2.96
3.20
2.33
5.04
2.11
1.31
2.21
Na2O
3.69
3.37
3.24
3.88
4.04
3.72
3.70
3.46
3.46
3.78
3.64
3.73
2.06
3.64
K2O
3.52
4.67
3.49
4.02
3.81
2.84
2.56
4.21
4.63
5.30
3.35
5.32
7.61
5.47
P 2O 5
0.19
0.23
0.21
0.29
0.30
0.19
0.20
0.13
0.17
0.13
0.28
0.17
0.15
0.18
LOI
1.0
0.7
0.8
0.9
0.8
0.7
1.5
0.6
0.7
0.7
1.0
0.5
0.9
0.6
Total
99.78
99.73
99.75
99.76
99.72
99.76
99.96
99.73
99.71
99.77
99.92
99.80
99.76
99.78
V
69
56
102
63
38
70
92
56
61
38
89
35
40
36
Co
10.2
5.6
15.7
7.5
6.5
11.6
16.1
2
10.3
5.6
11.5
4.2
3.6
3.9
Ni
0.1
2
15.5
2.6
2.8
10.6
25.1
9.6
12.6
3.9
1.6
1.1
1.1
2.3
Cu
5.8
7.3
28.2
4.3
15.7
4.7
48.6
15.4
1.7
7.8
16.2
3.2
39.5
4.0
Zn
13
48
40
63
64
40
51
43
29
29
60
40
60
49
Rb
118.8
159.0
127.1
147.0
127.5
176.1
59.1
129.3
186.1
189.4
79.5
189.4
251.9
172.1
Sr
436.8
416.3
483.0
473.0
435.8
507.9
750.3
403.6
560.3
420.7
937.9
324.2
198.4
324.4
Y
16.7
22.5
16.6
21.9
31.6
16.9
11.4
16.4
23.7
14.7
12.8
21.1
23.9
21.6
Zr
182.8
231.1
169.2
220.9
295.0
190.0
137.1
186.8
215.1
196.9
134.4
232.9
264.3
238.7
Nb
8.5
12.5
7.7
11.6
12.6
8.6
5.4
9.2
9.1
11.4
6.1
13.3
15.5
12.0
Ba
1090
1404
1012
1182
1430
1076
1112
1287
1210
1155
1455
1020
1282
1267
Sc
10
10
14
10
14
10
13
10
11
6
8
7
9
7
Be
1
2
1
3
1
1
1
2
2
2
2
3
2
3
90
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Cs
4.1
3.9
5.4
4.4
3.9
8.2
0.8
2.8
8.6
6.0
1.6
7.1
7.7
3.8
Ga
17,6
18
18,6
18,5
18,5
17,7
17,8
16,3
19
17,5
17,7
17,2
17,2
17,8
Hf
4.6
6.0
4.6
6.0
7.2
5.3
3.7
4.9
6.1
5.4
3.8
6.6
7.1
6.3
Sn
1
2
1
2
1
1
1
1
1
1
<1
2
2
2
Ta
0.5
0.8
0.7
0.9
0.9
0.6
0.4
0.7
0.7
0.9
0.3
1.2
1.1
1.0
Th
12.4
18.4
12.3
16.1
13.7
14.2
6.0
14.2
14.6
17.5
5.7
19.9
18.7
17.6
U
3.0
4.9
3.0
4.5
3.4
2.9
1.4
3.5
3.3
4.8
1.4
5.0
4.9
5.0
W
0.8
1.8
1.2
2.2
2.1
0.6
0.9
1.4
0.8
1.6
<0.5
2.4
1.7
1.8
La
32,8
51.8
39.5
46.7
52.6
36.4
30.7
35.7
41.4
41.2
28.7
47.6
52.1
45.6
Ce
67.4
99.7
74.0
94.9
102.2
72.7
61.0
69.6
77.4
78.6
55.2
95.6
108.3
90.9
Pr
7.04
10.91
7.95
10.20
11.65
7.74
7.06
7.83
9.36
8.81
5.92
10.32
11.47
9.91
Nd
26.1
39.5
28.6
36.3
42.3
27.0
27.6
28.8
33.7
30.4
22.0
38.2
41.6
36.1
Sm
4.31
6.20
4.65
6.17
7.59
4.64
4.22
4.60
5.47
4.62
3.39
5.65
6.34
5.58
Eu
0.97
1.39
1.10
1.38
2.19
1.07
1.17
1.00
1.12
0.92
0.98
1.16
1.34
1.08
Gd
3.25
4.57
3.50
4.57
6.61
3.53
2.97
3.48
4.40
3.24
2.56
4.31
4.73
4.33
Tb
0.53
0.70
0.54
0.69
1.01
0.56
0.42
0.52
0.71
0.49
0.41
0.68
0.72
0.68
Dy
2.92
3.81
2.83
3.74
5.39
3.06
1.99
2.77
3.79
2.62
2.23
3.43
3.85
3.56
Ho
0.56
0.75
0.53
0.72
1.06
0.61
0.37
0.52
0.75
0.49
0.42
0.70
0.76
0.70
Er
1.68
2.21
1.49
2.22
3.13
1.72
0.99
1.53
2.25
1.42
1.29
2.02
2.28
2.04
Tm
0.25
0.33
0.22
0.33
0.46
0.27
0.16
0.25
0.36
0.23
0.21
0.32
0.35
0.33
Yb
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2.22
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2.24
1.46
1.36
2.02
2.29
2.03
Lu
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0.32
0.22
0.32
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0.26
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0.35
0.22
0.21
0.32
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Mo
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1.0
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1.2
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Pb
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7.8
9.9
4.0
3.2
9.3
5.0
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11.9
9.9
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As
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<0.5
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<0.5
1.5
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0.5
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<0.5
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Cd
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<0.1
0.1
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Bi
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0.1
0.1
<0.1
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0.8
0.2
91
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
Ag
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<0.1
<0.1
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Au
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Hg
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422
Ti
Se
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<0.5
<0.5
<0.5
F
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K20/Na2O
FeO/
(FeO/MgO)
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La/Lu
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15.94
15.51
16.29
92
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
93
Dissertação de Mestrado – Mara Luiza Barros Pita Rocha
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