Sociólogo/professor: novos desafios para a formação profissional Tânia Elias Magno da Silva – UFS. 1 Manoel Messias Rodrigues Santos2 Adriana Elias Magno da Silva3 Introdução O presente artigo apresenta os resultados preliminares de um estudo que estamos realizando na Universidade Federal de Sergipe junto aos docentes do Departamento de Ciências Sociais acerca do perfil do profissional que vem sendo formado pelo curso de Ciências Sociais, tanto em nível de bacharelado como de licenciatura. Ainda em sua primeira fase o foco central é a formação do professor de Sociologia, contudo como objetivo geral o estudo busca contribuir para o debate sobre o papel das universidades na formação de novos profissionais frente às novas configurações sociais e exigências do mercado de trabalho decorrentes das rápidas transformações sociais resultantes do processo de globalização e modernidade. Discutese a formação do cientista social/sociólogo e a sua habilitação para o ensino da disciplina sociologia, ou seja, a formação do sociólogo/professor, e os desafios colocados aos cursos de graduação e de pós-graduação no Brasil frente a um novo campo no mercado de trabalho para os sociólogos decorrente da volta da disciplina Sociologia na grade curricular dos cursos de ensino médio em todo o país. Partimos do pressuposto que a volta da disciplina Sociologia ao ensino médio e fundamental deverá fomentar a discussão sobre a formação profissional do professor desta disciplina, ou seja, do licenciado em Ciências Sociais ou Sociologia, bem como deverá fomentar uma maior procura pelo curso de licenciatura nesta área. A inclusão desta disciplina nos currículos das escolas de nível médio em todo o país coloca vários desafios para as universidades, como é caso da elaboração das Orientações Curriculares de Sociologia, as OCNS, que deverão nortear as diretrizes para o ensino de sociologia nas escolas do país e que até o momento não foram delimitadas, embora a discussão e apresentação de propostas já tenham sido iniciadas. 1 Doutora em Ciências Sociais, professora e pesquisadora vinculada ao Mestrado em Sociologia pela UFS, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa Itinerários intelectuais, imagem e sociedade - UFS, coordenadora da pesquisa “Sociólogo/professor: Novos desafios frente ao mercado de trabalho”. 2 Mestre em Sociologia, pesquisador associado ao Núcleo de Estudos e Pesquisa Itinerários intelectuais, imagem e sociedade-UFS. 3 Doutoranda em Ciências Sociais-PUC/SP, professora da Universidade Anhembi-Morumbi-SP, pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos e Pesquisa Itinerários intelectuais, imagem e sociedadeUFS. 1 Após 40 anos ausente do currículo escolar das escolas de ensino médio, as questões relativas ao ensino da sociologia saíram do âmbito dos cursos de Ciências sociais e foram transferidas para a alçada dos pedagogos e dos pesquisadores em educação, de modo que a disciplina de Prática de Ensino em Ciências Sociais ou em Sociologia passou a ser, em muitas universidades, de responsabilidade do Departamento de Educação e, não raro, ministrada por um docente desvinculado do curso de Ciências Sociais, este fato agrava-se ainda mais quando esta disciplina é ministrada por um docente sem a formação específica. Outra questão diz respeito aos múltiplos olhares e interpretações do que seja “formar o professor de sociologia”, pois isto implica em pensar o professor para o nível médio de ensino e o professor para o nível superior, enfim responder uma questão difícil de ser respondida: Qual o perfil que deve ter esse profissional? Deve haver diferença na formação de um e de outro? Por quê? Qual a responsabilidade dos cursos de graduação e de pós-graduação na formação deste profissional? Os cursos de graduação estão preocupados com a formação deste profissional? Qual o envolvimento dos docentes do curso com esta questão? Estas perguntas norteiam a pesquisa que estamos desenvolvendo. O presente artigo está dividido em quatro eixos: inicia situando a criação dos primeiros cursos superiores de Ciências Sociais/Sociologia no país e as dificuldades encontradas pelos primeiros professores antes da institucionalização desta formação no Brasil, em especial no que diz respeito à exigüidade de material bibliográfico específico e o autodidatismo dos mesmos, em seguida analisa de forma breve as nefastas conseqüências que o Golpe de Estado de 31 de março de 1964 teve para o ensino no país, em especial para os professores de sociologia e filosofia, ao perseguir, prender e exilar professores e pesquisadores, principalmente após a promulgação do AI54, levanta algumas questões sobre a realidade atual dos cursos de Ciência Sociais/Sociologia e entre a licenciatura e o bacharelado, os desafios colocados frente à necessidade de elaboração das Orientações Curriculares de Sociologia – OCNS, e conclui com um exemplo concreto: o papel da graduação e da pós-graduação na formação do professor de sociologia em Sergipe. Os primeiros cursos: os desafios do pioneirismo 4 Ato Institucional Número 5, decretado em 1968, pelo então General Presidente Garrastazu Médici. 2 O ensino de Sociologia no Brasil tem uma história complexa e marcada em seu início por professores autodidatas5. O primeiro curso de formação de sociólogos data de 1933, com a fundação da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo6. Em 1934 é fundada a Universidade de São Paulo e, em 1939 é criada a Faculdade Nacional de Filosofia no Rio de Janeiro. A partir de meados e final da década de 1930 foram surgindo vários Institutos e Faculdades de Filosofia e Ciências Humanas no país e com eles os cursos de Ciências Sociais e/ou Sociologia. 7 Contudo, a disciplina Sociologia já estava presente nos cursos de Direito antes do surgimento dos cursos de Ciências Sociais ou de Sociologia, bem como já havia na década de 1930, uma série de manuais publicados sobre Sociologia, em especial dirigidos às Escolas Normais. Em seu estudo sobre a história da sociologia no Brasil, Silva (1997) se detém no estudo de um pioneiro da sociologia brasileira, o professor sergipano Florentino Menezes e revela como a falta de manuais para o professor de sociologia era um grande entrave, de modo que muitos acabavam produzindo seus próprios livros didáticos. Ser cientista social no período que antecedeu a institucionalização da sociologia enquanto disciplina acadêmica, ou seja, “antes do interesse econômico por uma profissão bem sucedida, despertava a vontade de vencer desafios em um país ainda imberbe para tal campo (op.cit. p.09)”. Os pioneiros da sociologia brasileira, na sua maioria auto-didatas, enfrentaram enormes dificuldades para ministrar essa disciplina, pois não havia uma referência institucional precisa e sem essa referência passavam por enormes adversidades tais como: falta de material didático e a ausencia de recursos financeiros que proporcionassem condições propícias para que os profissionais divulgassem e aprofundassem os estudos e pesquisas que vinham realizando e que foram de certo o alicerce que cimentou o ensino de sociologia no país. Menucci (2000, 02), em seu estudo sobre a institucionalização da Sociologia no Brasil debruça-se exatamente sobre os primeiros manuais e cursos. 5 Vide a respeito entre outros: Silva, Adriana Elias Magno. Florentino Menezes – Um sociólogo Brasileiro Esquecido. (1997) PUC/SP. Dissertação de Mestrado; Menucci, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil: Os primeiros manuais e cursos. (2000) IFCH/UNICAMP. Dissertação de Mestrado. 6 Atualmente Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESSP/SP que em maio de 2007 completou 74 anos de existência. 7 É o caso do Paraná e Minas Gerais, por exemplo. Em 1932 funda-se no Recife a Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, mas em 1935 é fechada, para ressurgir com o aparecimento da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, em 1946. A respeito vide Silva, 1998. 3 Com efeito, entre os anos de 1931 e 1945 cerca de duas dezenas de livros didáticos de sociologia foram publicados no Brasil. Eram, pois, livros introdutórios, compêndios, tratados, dicionários, coletâneas de textos e periódicos destinados ao ensino secundário regular, aos cursos de magistério, faculdades e universidades. Trata-se de um conjunto significativo de obras, revelador do estabelecimento de um sistema de difusão do conhecimento sociológico. A sociologia só irá ganhar o grau superior das escolas secundárias com a Reforma Campos, lei 19.890 de 1931, que criou os cursos preparatórios para as faculdades e colocou esta disciplina como obrigatória. Segundo Costa Pinto (1945, 25 e 26) a sociologia passou a ser fundamental para o ensino com a Revolução de 1930, porque segundo seus defensores, esta se encaixava ao espírito e aos princípios em nome dos quais a revolução ascendeu ao poder, era o simbolo de uma formação moderna, voltada para capacitar os futuros dirigentes de um país que se industrializava. Esse era em especial o “espírito” dos fundadores do primeiro curso superior de sociologia no Brasil, o da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo. A Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo tinha como objetivo atender a demanda para uma classe dirigente, em especial para as necessidades da industrialização, urbanização e modernização de São Paulo, o currículo do curso dava ênfase a administração, o planejamento e a pesquisa, diferente do curso ministrado na Universidade de São Paulo que visava à docência. Sociologia no ensino médio: A dança das cadeiras A sociologia como disciplina obrigatória nos currículos escolares dos cursos de ensino superior e médio em todo o país foi um dos ideais defendidos por Benjamin Constant em 1980, mas devido à morte prematura de Constant, na época da implantação dos currículos não foi incluída esta disciplina. O percurso da sociologia no ensino médio é sinuoso, e ao longo de 84 anos vemos a sua inclusão e a sua exclusão dos currículos das escolas de ensino médio. Em 1925 a Reforma Rocha Vaz introduz o ensino de sociologia nas escolas secundárias brasileiras. Em 1928 a sociologia passa a ser ministrada nas escolas de formação de professores, então chamado Curso Normal. Em 1941 a Reforma Francisco Campos mantém o ensino de sociologia no Ensino Médio, onde permanece até 1942 quando a Reforma Capanema, 4 retira a obrigatoriedade do ensino de sociologia nas escolas secundárias8. Contudo, apesar de não ser mais obrigatória muitas escolas no país, em especial aquelas consideradas “modelo”, mantiveram em sua grade curricular as duas disciplinas ou uma ou outra, este é o caso do Colégio Ateneu de Sergipe. De 1925 a 1942 a sociologia tem sua fase “áurea”, pois consegue ser difundida em setores mais amplos da classe média e alguns conceitos e autores clássicos chegam a se popularizar neste extrato da população e por extensão chegam via movimento político as camadas trabalhadoras mais engajadas, seja através da luta sindical ou da luta partidária, talvez a intelligentsia ligada ao governo de Vargas tenha visto nessa forma de difusão de conhecimento reflexivo e critico uma ameaça a ordem estabelecida, e como forma de se prevenir tenha na Reforma Capanema excluído filosofia e sociologia dos currículos do ensino médio em todo o país como disciplinas obrigatórias. Em 1961 a LDB n.º 4.024 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - garante o retorno da Sociologia nos cursos secundários regulares (científico e clássico); Em 1971 a LDB n.º 5.692, novamente coloca a Sociologia entre um rol de 104 disciplinas optativas. O ensino secundário transforma-se em ensino profissionalizante, deixando pouco espaço para as ciências sociais, a sociologia praticamente desaparece das escolas. Em 1982, já nos últimos anos da ditadura militar e no período conhecido como de transição, a Lei n.º 7.044, altera aspectos da legislação anterior, relativizando o caráter de profissionalização do ensino de 2.º Grau, abrindo mais espaço para as Ciências Humanas. Neste momento várias entidades representativas dos sociólogos em vários estados da federação iniciam uma luta pelo retorno da Sociologia no 2.º Grau, definindo-a como Ciência estratégica na formação da cidadania do aluno. Em detrimento da não obrigatoriedade da inclusão ou não desta disciplina no currículo do ensino secundário, o campo de trabalho para o professor de sociologia e filosofia, foi se estreitando, uma vez que apenas os cursos de formação de professores (Normal) mantinham sociologia como disciplina obrigatória e quase sempre apenas sociologia da educação e esta podia ser ministrada por pedagogos. Não podemos olvidar que após 1964 também a difusão de certos conhecimentos considerados “perigosos e subversivos” foi sendo evitada e neste rol entra a sociologia, portanto num sentido figurado podemos falar em “cassação branca”. Cada vez mais menos estabelecimentos de ensino médio optavam por colocar a disciplina sociologia na grade curricular. Em conseqüência desta realidade, a formação do professor de sociologia vai nas instituições de ensino superior deixando de ser prioridade e com o passar dos anos o 8 Este é um tema que ainda carece de pesquisas para maiores esclarecimentos. Por que a reforma Capanema retirou estas disciplinas dos currículos como obrigatória, se ela permaneceu quase a vigência toda da ditadura Vargas? 5 bacharelado passa, na maioria dos cursos de ciências sociais, a prevalecer em detrimento da licenciatura, que aos poucos foi sendo colocada de lado na maioria das instituições. Em muitas universidades e faculdades o curso de Ciências Sociais/Sociologia passou a ofertar apenas o bacharelado. A justificativa para essa escolha era a de que não havia mais mercado de trabalho nessa área e, portanto, demanda, embora tanto sociologia como filosofia fizessem parte da grade dos cursos de magistério, mas as duas disciplinas eram quase que, sem exceção, ministradas por pedagogos. A luta pela reintrodução dessas disciplinas nos currículos escolares do ensino médio passou por várias fases e mesmo sem ser obrigatória, em muitos estados da federação, como é o caso de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais entre outros, foram incluídas no currículo escolar do ensino médio, contudo em nível de Brasil continuaram oficialmente fora do currículo obrigatório 9. No dia 7 de julho de 2006, o Conselho Nacional de Educação, antigo CFE, órgão de Estado, através de sua Câmara de Ensino Básico – CEB aprovou – por unanimidade de votos – a volta do ensino das disciplinas de Sociologia e Filosofia em todas as 23.561 escolas de Ensino Médio, públicas e privadas, existentes no Brasil, já a partir de 2007. 10 No dia 11 de agosto, o ministro da Educação Fernando Haddad homologou a decisão do CNE, transformada em Resolução 04/06 assinada pela presidente da CEB/CNE, Profª. Drª. Clélia Brandão Alvarenga Peixoto11. Entretanto, até o presente momento são inúmeros ainda os entraves para que as duas disciplinas possam ser ministradas em todas as escolas do país. Segundo várias secretarias de educação faltam professores devidamente habilitados. Na falta destes, professores de outras áreas de ensino e que já lecionam nas escolas e tem carga horária disponível, acabam assumindo a disciplina. Há inúmeras propostas para solução do problema em curto prazo, como oferecer cursos a distancia e/ou cursos de especialização na área. Outra questão debatida, mas que até agora não é consensual, propõem que o bacharel na área, em caráter provisório e por um período determinado, poder lecionar a disciplina. Os novos desafios e o papel das graduações e pós-graduações. 9 A respeito da luta pela reintrodução de sociologia na grade curricular dos cursos de ensino médio vide entre outros, Silva, 2007. 10 Na ocasião foi estabelecido um prazo de um ano para a sua implementação, considerado necessário para que os estados que ainda não adotam essa decisão, possam se adequar. 11 Resolução nº. 4 de 16 de agosto do CNE, publicada no DOU de 21 de agosto de 2006, Seção 1, página 15. 6 Esta questão nos remete a discussão sobre a estrutura e perfil dos cursos de bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais/Sociologia. O que há de comum nos diferentes cursos existentes? Qual o objetivo do Projeto Pedagógico desses cursos em relação à formação do professor de sociologia? Se é que há um Projeto Pedagógico a orientá-los, fruto de uma discussão ampla com todos os envolvidos, inclusive representantes da sociedade. Em geral, há em muitos casos uma hierarquia velada nos cursos de Ciências Sociais e/ou Sociologia atribuindo à licenciatura um status menor em relação ao bacharelado, essa tem sido uma queixa comum feita pelos estudantes e professores de várias instituições do país nos inúmeros fóruns e encontros realizados onde a temática foi colocada. Esta questão nos leva a atentar para a questão legal da profissão. A Lei que reconhece a profissão de sociólogo 12 define como tal apenas os bacharéis. Os licenciados não são, portanto, sociólogos ao crivo da lei, mas “professores de sociologia no ensino fundamental e médio”. Entretanto o Decreto Presidencial Nº 89.531, de 05 de abril de 1984 que regulamentou a profissão de sociólogo, estabeleçe no seu artigo 2º que descreve as atribuições dos sociólogos, em seu item II que uma das funções do profissional é “ensinar sociologia geral ou específica, nos estabelecimentos de ensino, desde que cumpridas as exigências legais”, ou seja, que seja licenciado, pois esta é a exigência legal. De acordo com a Lei que cria a profissão e o Decreto que a regulamenta é necessário que a pessoa seja bacharel e licenciada para poder gozar de todas as prerrogativas legais. Esta dualidade na formação - bacharel e licenciado -, em decorrência de muitas escolas no país terem abolido a licenciatura dos cursos de Ciências Sociais/Sociologia, tem criado situações muito constrangedoras e polêmicas. O outro lado da medalha também é problemático, pois quando o curso oferta tanto o bacharelado como a licenciatura, em geral as formações estão dissociadas, ou seja, o aluno pode optar por uma ou outra formação, havendo não raro, em muitas escolas, o ingresso separado, ou seja, o aluno é obrigado no primeiro ou segundo semestre optar por uma das formações e há casos em que o vestibular já é separado. Conseqüência: os que optam apenas pela licenciatura não serão sociólogos de acordo com o decreto que regulamentou a profissão, portanto não poderiam ministrar aulas de sociologia, embora sejam 12 Vide Lei de nº 6.888, de 10 de dezembro de 1980, Portaria Ministerial nº 3230 de 15 de dezembro de 1983 e o Decreto Presidencial nº 89.531, de 05 de abril de 1984 que regulamentou a profissão de sociólogo. 7 licenciados. Esta é uma questão que tem que ser enfrentada e resolvida13. Apesar deste impedimento legal os apenas licenciados estão amparados pela Resolução 02/97 do CNE que garante ao licenciado, em qualquer área, independente de sua formação na graduação, que o mesmo lecione no ensino fundamental e médio, na área de sua licenciatura. Outra questão a ser discutida diz respeito à valorização das duas formações no âmbito de muitas instituições de ensino superior. Parece haver em algumas instituições de ensino uma valorização menor da licenciatura em relação ao bacharelado que passa a ser visto tanto pelo corpo docente como pelos alunos como uma formação melhor. A licenciatura seria “o caminho natural” dos alunos considerados mais “fracos” e que não estariam aptos a enfrentar a monografia de conclusão de curso. Ou seja, por aqueles que “não tem perfil acadêmico”, “vocação para pesquisadores”, portanto para a carreira acadêmica. A reforçar esta questão é ilustrativo apresentar os resultados até agora obtidos em nossa pesquisa com alguns professores do curso de ciências sociais que já devolveram os questionários aplicados sobre a formação do professor de sociologia. Quando questionados sobre qual o seu envolvimento e responsabilidade na formação dos professores de sociologia, ou seja, na formação dos licenciados, estes docentes, em especial das áreas de antropologia e política, não se vêm como responsáveis pela formação dos licenciados, atribuem esta responsabilidade ao professor de Prática de Ensino apenas, além dos professores das matérias pedagógicas, ou seja vêem como responsabilidade do Departamento de Educação. É como se as matérias básicas que ensinam não servissem para a formação do futuro professor do ensino médio, estão alheios a isto. As questões acima embora num primeiro momento pareçam nos remeter a uma discussão apenas sobre os cursos de graduação estão diretamente vinculadas à formação nas pós-graduações, pois os professores que vão formar os futuros bacharéis/licenciados em Ciências Sociais/Sociologia passam pelas pós-graduações. Diante desta realidade levantam-se algumas questões para o debate: 13 Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que modifica o Decreto Presidencial nº 89.531 que regulamentou a profissão de sociólogo. Esta alteração dá aos licenciados em cursos de formação plena – quatro anos – o titulo de sociólogos. Esta alteração foi uma decisão da Federação Nacional dos Sociólogos do Brasil – FNSB, após o último Congresso realizado na cidade de Natal – RN, em 2008, contudo há um movimento muito grande por parte de lideranças sindicais para que a Lei não seja alterada, portanto a questão ainda gera muita polêmica. 8 - O ensino de sociologia tem sido um tema recorrente de preocupação/discussão/pesquisa nas pós-graduações em Ciências Sociais/Sociologia no país? - Qual tem sido a produção acadêmica voltada para esse tema nos cursos de Mestrado e Doutorado em Ciências Sociais/Sociologia? - Quantos cursos de pós-graduação têm pelo menos uma disciplina voltada para essa área em sua grade? Qual a preocupação dos cursos com a formação do professor de sociologia? Faz-se necessário um levantamento nos cursos de Ciências Sociais existentes no Brasil para que possamos ter um panorama atualizado da situação do ensino de sociologia nas instituições de nível superior no país, bem como o papel que a pesquisa sobre a formação continuada dos professores de sociologia vem tendo nos cursos. Este levantamento poderá nos fornecer um quadro atualizado dos temas que tem dominado a produção acadêmica em nível de graduação e pós-graduação em diferentes períodos e o lugar que o ensino de sociologia tem ocupado nessa produção. A pesquisa sobre o ensino de sociologia na Universidade Federal de Sergipe Em 1990 é criado o primeiro curso de bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais de Sergipe na Universidade Federal de Sergipe, que passa a funcionar no primeiro semestre de 199114. Na época o Departamento de Ciências Sociais contava com dezessete (17) docentes, assim distribuídos por área de conhecimento: Dez (10) da área de Sociologia, cinco (5) da área de Antropologia e dois (2) da área de Política. Deste total, dezesseis (16) eram mestres e especialistas e um (1) pós-doutor. Em dez anos de existência, o curso que previa no projeto inicial a duplicação de seu quadro docente em cinco anos, teve o seu número de docentes cada vez mais reduzido, passando de dezessete professores para apenas treze em 2005, com a seguinte titulação: 01 pós-doutor, 06 doutores, 03 doutorandos e 03 mestres. Entre 2005 e 2008 foram realizados concursos públicos para preenchimento de vagas e o curso de Ciências Sociais foi contemplado com um aumento do número de professores, contando atualmente com 16 docentes efetivos, mas ainda ficando muito aquém do proposto no projeto de criação do curso. 14 Até a presente data é o único curso de formação em ciências sociais do estado de Sergipe. 9 Em 1997, o curso foi reconhecido pelo Ministério da Educação através da Portaria n° 428, de 18 de março de 1997, o que possibilitou a consolidação do mesmo em nível acadêmico-burocrático e, até o segundo semestre de 2008 haviam sido diplomados 365 alunos, assim distribuídos: 73 bacharéis, 45 bacharéis e licenciados e 207 licenciados 15 . Embora tenha sido criado como um curso de bacharelado e licenciatura, somente no primeiro semestre de 2000 inicia a primeira turma de licenciados, com um total de 05 formandos. 16 Em 2002, começa a haver uma demanda mais significativa pela licenciatura em Ciências Sociais, decorrente da luta que se empreeendeu pelo retorno da disciplina de sociologia na grade curricular do ensino médio no país e a inclusão desta no curriculo das escolas de ensino médio em Sergipe. Um dado que merece destaque é o fato de que das 118 monografias de conclusão de curso defendidas até 2008, apenas uma teve como foco o ensino de sociologia, e segundo a autora da monografia foi muito difícil conseguir um professor orientador no departamento, dado o seu tema de pesquisa. Alunos Formados em Ciências Sociais – 2003 - 2008 Ano Bacharel Licenciado 200317 15 12 200418 14 28 200519 11 31 200620 07 29 200721 16 38 200822 05 14 15 Deve-se ressaltar que em 1994 concluem o curso de bacharelado apenas duas alunas do total de 15 que ingressaram em 1991, e que ingressam no ano seguinte (1995) no mestrado em sociologia, uma na UNB e outra na PUC/SP. 16 Um fato que merece ser destacado é que a disciplina Sociologia da Educação, obrigatória para a licenciatura não tem um docente qualificado para tal. Havia uma professora formada em Letras e doutora em Filosofia da Educação que ministrava a disciplina, inclusive havendo criado um núcleo de pesquisa na área com uma significativa produção, mas com a aposentadoria desta, a disciplina ficou a cargo de outra professora, assistente social e doutoranda em Geografia, que já vinha ministrando a mesma na ausência da professora que se aposentou. Não há docentes atualmente no departamento de ciências sociais que se dediquem a essa área de conhecimento. 17 Anuário Estatístico da UFS 2003/2005. São Cristóvão: UFS, 2006. 18 Idem. 19 Idem 20 Anuário Estatístico da UFS 2005/2007. São Cristóvão: UFS, 2008. 21 Idem 10 É preciso considerar na análise da tabela acima que muitos alunos que concluiram a licenciatura já eram bachareis. O aumento da demanda pela licenciatura em Ciências Sociais contudo pode ser comprovado pelo número de alunos matriculados na disciplina Prática de Ensino em Ciências Sociais neste primeiro semestre de 2009, que apresentou 25 (vinte e cinco)matriculados em Prática de Ensino I e apenas 05 (cinco)em Prática de Ensino II. A Pós-Graduação O curso de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFS criado em 1987, é anterior a criação do curso de graduação em Ciências Sociais e até o ano de 1993 caracteriza-se como uma pós-graduação latu sensu em ciências sociais. Com a criação do curso de mestrado em 1993, passa a atrair não apenas os professores e alunos da UFS, mas também docentes e discentes provenientes de outras instituições de ensino superior de Sergipe e até de estados vizinhos. A reformulação do curso para mestrado trouxe como conseqüência uma produção científica mais sistematizada e uma formação acadêmica mais qualificada. Proporcionou a formação de Grupos de Pesquisa mais estruturados e o surgimento de novos grupos, assim como dinamizou e diversificou a produção acadêmica. Em 1996 o curso sofre nova reestruturação, criando as seguintes linhas de pesquisa: “Movimentos Sociais e Cidadania”; “Cultura, História e Memória Social”; “Comunicação, Economia e Política” e “Formas de Intervenção do Estado”. No período de 1996 a 2000 foram defendidas 14 dissertações de mestrado, mantendo-se ainda o mesmo perfil eclético dos temas do período anterior. Em 2003, foram defendidas 19 dissertações e no primeiro trimestre de 2005, 08 dissertações foram apresentadas, porém nenhuma versou sobre a formação profissional, mercado de trabalho e/ou ensino de sociologia. Em 2002, o curso passa de Mestrado em Ciências Sociais para Mestrado em Sociologia com as seguintes linhas de pesquisa: Etnicidade e Religiosidade; Modernidade, Identidade e Cultura Urbana; Política, Cidadania e Direitos Humanos e Trabalho, Políticas Públicas e Desenvolvimento. 22 Número de formandos 2008/01. Folder UFS em Números, 2008. 11 No período de 1995 a 2008, o curso já havia titulado 157 mestres, mas nenhuma dissertação versou sobre ensino de sociologia e/ou o mercado de trabalho para os sociólogos e cientistas sociais. Em 2009 o curso passou a ser de Mestrado e Doutorado em Sociologia. Na justificativa do projeto de criação do curso de Doutorado em Sociologia há referência à formação de professores e pesquisadores para o magistério superior, porém não há nenhuma disciplina ou linha de pesquisa que contemple este objetivo. Relação de dissertações defendidas no período 2005 - 2009 12 Título Glauber Rocha: a revolução das massas criadoras A reafricanização da capoeira em Aracaju: identidades em jogo. Igreja Católica e AIDS: estudo do programa solidariedade e esperança AIDS em Sergipe Gênero e construção civil: um estudo de caso sobre trabalhadoras da NORCON Racionalização e liberdade em Max Weber: possibilidades de emancipação do indivíduo contemporâneo “Vinho velho em garrafas novas?” Dilemas e implicações do policiamento comunitário num bairro de Aracaju-Se Esfera pública e sociabilidade: grandeza e decadencia do gabinete de leitura de Maruim Entre o fato e a lei: representação, justiça e gênero-estupro em Aracaju Mulher: uma análise dos perfis femininos no contexto da religião pentecostal Políticas sociais e inclusão no Brasil do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI em Itabaiana Se Atração e afinidades esquecidas: natureza e mudança social na obra de José de Alencar e Gilberto Freyre A (dis) funcionalidade do trabalho como liberdade na sociedade pós-industrial Reestruturação produtiva e impacto na requalificação do trabalhador industrial: a ótica dos atores envolvidos Orçamento participativo e cidadania: limites e possibilidades As agruras e delícias de Autor Humberto Alves Silva Júnior Álvaro Machado de Andrade Júnior Orientador Rogério Proença Leite Rogério Proença Leite Ano 2005 José Marcelo Domingos de Oliveira Tânia Elias Magno da Silva 2005 Fernanda Oliveira de Araújo Maria Helena Santana 2005 Edilene Maria de Carvalho Leal Rogério Proença Leite 2005 Glesi da Rocha Passos Paulo Sergio da Costa Neves 2005 2005 Denio Santos Azevedo José Maria de Oliveira Silva 2005 Patrícia Rosalba Salvador Moura Costa Maria Helena Santana 2006 Tereza Rachel Clement Jonatas Souza Menezes 2006 Matilde Paes da Costa Santana Olívio Alberto Teixeira 2006 Marcelo Figueiredo Silva Ulisses Neves Rafael 2006 Jorge Luiz Barreto Ribeiro Maria Helena Santana 2006 Cristiane Maria Macedo Arôxo Maria Helena Santana 2006 Luís Cláudio Almeida Santos José Rodorval Ramalho 2007 Daniela Nogueira José Rodorval 2007 13 Emma, Ana e Luísa (tipo ideal e adultério no romance realista do século XIX) Fragmentos de trabalho: identidade operária no trabalho terceirizado Experiência religiosa: transformações de sentido para a vida no interior da igreja do evangelho quadrangular A emergência de instituições sociais no estado de Sergipe a partir da associação econômica Eventos públicos e privados: a elaboração de políticas culturais voltados para a elaboração de festas Professores migrantes em Aracaju: múltiplas sociabilidades Lavoura de delícias: visibilidades de gênero nos romances de Francisco J C Dantas A Violência da ordem: policia militar e representações sociais sobre a violência em Sergipe Um alarido neopentecostal: transversalidade e ressignificação na Igreja Universal do Reino de Deus A irmandade dos homenspretos do rosário: etnicidade, devoção e caridade em São Cristóvão-Se (século XIX) A caminho da fábrica com a bíblia na mão: estudo da modernidade em Aracaju e sua relação com o universo religioso A via crucis do desejo: a aprendizagem do amor homoerotico nas veredas do grande sertão Violência, magia e técnica A construção coletiva dos projetos de assentamento do programa nacional de crédito Amaral Ramalho Jaime Santos Júnior Marcus Eugenio 2007 Cleber Seixas Guimaraes Jonatas Souza Menezes 2007 Geraldo Denisson Costa Viana Junior Tácito Augusto Farias 2007 José Ribeiro Filho Ernesto Seidl 2008 Maria Luiza Scardini Tânia Elias Magno 2008 Sidiney Menezes Geronimo Tânia Elias Magno 2008 Marcos Santana Souza Paulo Sergio da Costa Neves 2008 Adailson José Resende Jonatas Souza Bomfim Menezes 2008 Vanessa dos Santos Oliveira Hippolyte Brice Sogbossi 2008 Geane dos Santos Jonatas Souza Menezes 2008 Manoel Messias Rodrigues Santos Ulisses Neves Rafael 2009 Diego Rodrigues Santos Calazans Samuel Pires Melo Franz Josef Bruseke 2009 Olívio Alberto Teixeira 2009 14 fundiário ante fatos de uma ação coletiva Julgamentos sociais do scrimes Rogério Ferreira da de homicídio e suas variantes Silva impactantes: uma análise dos julgamentos do tribunal do júri de Aracaju de 2003 a 2007 Marcus Eugenio 2009 Conclusões A volta da disciplina sociologia ao ensino médio e fundamental deverá fomentar uma discussão sobre a formação profissional dos cientistas sociais, em especial os que seguirem a carreira de professores do ensino fundamental e médio, pois é um mercado de trabalho que se abre e que irá exigir bons profissionais. De antemão já nos vemos diante de alguns desafios, como é caso das Orientações Curriculares de Sociologia, as OCNS, que deverão nortear as diretrizes para o ensino de sociologia nas escolas do país e que até o momento não foram delimitadas, e o tema não domina as principais pautas dos encontros da categoria, nem em nível de graduação nem de pós-graduação. A verdade é que pouco nos conhecemos enquanto profissionais que formam outros profissionais, não raro nos ilhamos em nossos laboratórios de pesquisa e o diálogo travado é retórico e preocupado com a pontuação curricular exigida pelos órgãos de fomento. Esta questão também diz respeito a nossa publicação, há temas da moda e há temas fora de moda, há temas que dão IBOPE e a temas que poucos consideram importantes, há uma sociologia do cânone a balizar toda essa questão. Creio que temos que retomar o fio que foi rompido há quarenta anos e que colocou a licenciatura em Ciências Sociais em um segundo plano, bem como todos aqueles que a ela se dedicaram, seja como professor seja como pesquisador. As questões relativas ao ensino da sociologia foram transferidas para a alçada dos pedagogos e dos pesquisadores em educação, de modo que a disciplina prática de ensino em ciências sociais passou em muitas universidades a ser alocada no departamento de educação e, não raro, ministrada por um docente desvinculado do curso de Ciências Sociais, mesmo que formado na área. Esta é uma questão também que parece vem sendo rediscutida em várias universidades, ao menos na UFS esta questão vem sendo discutida, embora sem muita ênfase pelo Departamento de Ciências Sociais São inúmeras as questões a serem levantadas a respeito da formação do professor de sociologia e o papel das pós-graduações, afinal uma questão que se coloca 15 diz respeito aos múltiplos olhares e interpretações do que seja “formar o professor de sociologia”, pois isto implica em pensar o professor para o nível médio de ensino e o professor para o nível superior, enfim responder uma questão difícil de ser respondida: Qual o perfil que deve ter esse profissional? Deve haver diferença na formação de um e de outro? Por quê? Qual a responsabilidade dos cursos de pós-graduação na formação deste profissional? Estas questões nos remetem a discussão sobre a visão que se tem do que seja o ensino e qual a responsabilidade da comunidade científica na formação profissional e na democratização do saber. Estas são questões que nos remetem a discussão sobre a visão que se tem do que seja o ensino, bem como o que seja formar o sociólogo frente às perspectivas dos novos quadros profissionais que o mercado de trabalho está a exigir. Como atender essa demanda? Este tema pode ser analisado de vários ângulos, dada à complexidade da questão não há uma única resposta, são várias as possibilidades de se responder aos desafios que estão colocados, mas creio que o professor Amaury Cesar Moraes no artigo “O que temos de aprender para ensinar ciências sociais?” publicado na Revista CRONOS no dossiê sobre ensino de sociologia (2007, 402), no qual discute a formação do pesquisador, do professor de nível superior e da educação básica, do técnico e do administrador público que os cursos de ciências sociais vêm efetivando nos aponta para uma resposta ao concluir suas reflexões chamando a atenção para a necessidade da “intervenção da comunidade científica mais ampla na explicitação dos objetivos do ensino médio, e dentro desta, os cientistas sociais, é condição para que os cursos superiores ultrapassem dois limites de sua democratização: o elitismo e a evasão”. Referências Carvalho, Lejeune Mato Grosso Xavier de. (2006) Sociologia no ensino médio: Mudanças profundas na educação brasileira. Ferreira, Pinto. "Panorama da Sociologia Brasileira I e II". In. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 14, nov/dez. 1957. Menezes, Florentino. Tratado de Sociologia. (1931) Aracaju: S. N. T. Menucci, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil: Os primeiros manuais e cursos. (2000) IFCH/UNICAMP. Dissertação de Mestrado. 16 Moraes, Amaury Cesar. O que temos de aprender para ensinar ciências sociais? In: CRONOS. Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN. Natal/RN. Volume 8, número 2, julho/dezembro de 2007. Pág. 395-402. Silva, Adriana Elias Magno. Florentino Menezes – Um sociólogo Brasileiro Esquecido. (1997) PUC/SP. Dissertação de Mestrado; Silva, Tânia E. M. da. (2007) A sociologia em Sergipe: um olhar sobre o pioneirismo e a atualidade. In: Plancherel, Alice A. e Oliveira, Evelina A. F. de. Leituras sobre Sociologia no Ensino Médio. Maceió/AL: Editora da Universidade Federal de Alagoas. -------------------------- A questão das OCNS: Prática pedagógica e formação dos professores de Sociologia: reflexões para o debate. Texto apresentado no Simpósio As Orientações Curriculares Nacionais – OCN – Sociologia, do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia realizado de 29/05/07 a 01/06/07 em Recife/PE. (Corrêa, 1993) (Gomes, 1985): MEKSENAS, Paulo. O Ensino da Sociologia na Escola Secundária. In: Leituras & Imagens. Grupo de Pesquisa em Sociologia da Educação. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, 1995, pp.67-79. 17