O corpo como um instrumento musical

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Planejamento
O corpo como um
instrumento musical
Batendo os dedos nas pernas, no peito e em tudo o que
há por perto, é possível perceber a diferença entre os
sons
Thais Gurgel
Para aprender
música, não
basta estudar
a teoria.
Colocar os
olhos ou,
nesse caso, os
ouvidos no
processo
vivido pelos
alunos pode
Sons tirados do corpo e das
ser tão ou
carteiras: preparação para a banda de
mais
lata.
Foto: Delmar Corrêa
importante
que o
resultado.O
professor Elias Batista, da EM José Celestino Aranha, em Ubatuba, a 234
quilômetros da capital paulista, uniu as duas coisas sem a necessidade de
comprar instrumentos musicais. Em aulas de percussão, a garotada de 3ª e 4ª
séries explorou as possibilidades do próprio corpo batendo os dedos no
antebraço, na boca, nas coxas. Depois, o batuque se estendeu para as
carteiras e paredes da sala, propiciando à meninada uma percepção mais
aguçada da diferença entre os timbres. A atividade foi aliada à leitura de
partituras. Assim, a turma tinha dois desafios: descobrir a melodia de uma
música com base nas notas escritas no pentagrama (pauta musical de cinco
linhas) e encontrar sons graves e agudos que pudessem ser usados na
execução dela. Além de refinar o ouvido dos estudantes, o "maestro" Elias
trabalhou a independência rítmica, ou seja, a adequação motora a diferentes
pulsações musicais. "Com a criatividade e os recursos que estão à nossa volta,
fazemos música", diz Elias. "Dá para tirar som de tudo. É só trabalhar a
percepção." A classe de Elias é tão bem "treinada" que arrasa em uma banda
de percussão de instrumentos de sucata: a Escolata.
Sequência de atividades
1. PARTITURA E MELODIA
Para ler uma partitura, é preciso conhecer escala e notação. Uma forma de
ensinar isso é escolher uma música e escrever as notas dela em um
pentagrama no quadro. É fundamental ainda saber a divisão musical.
Reconhecendo o compasso de uma cantiga de roda (4/4), por exemplo, fica
mais fácil marcar o ritmo. Para os alunos trabalharem os timbres, Elias
escolheu uma melodia conhecida, Saudosa Maloca.
2. AS BATIDAS E SEUS TIMBRES
Reconhecida a melodia, é possível explorar o corpo e o que estiver por perto.
Depois dessa sinfonia caótica, todos sugerem batidas e a classe avalia o som
emitido. A meninada, orientada pelo professor Elias, batucou com as mãos
nas coxas, no peito e nas carteiras, além de bater os pés no chão.
3. SONS GRAVES E AGUDOS
O aprendizado avança com a diferenciação dos timbres. Quais são graves e
quais são agudos? Os alunos de Elias perceberam que a batida dos pés no
chão produzia um dos timbres mais graves, e as palmas, um dos mais
agudos. E mais: bater a mão na carteira emite um médio agudo, e no peito,
médio grave.
4. ARRANJO BEM MONTADO
Para juntar todos esses sons em um arranjo que se encaixe à melodia, o
professor deve separar os alunos em grupos responsáveis por determinados
sons. Todos devem manter o compasso, marcando o ritmo segundo o tempo
da batida. No fim, a turma de Elias já tinha uma visão geral da estrutura
musical, o que levou ao interesse maior pelas partituras e ao bom
desempenho à frente da banda de percussão.
Quer saber mais?
CONTATO
EM José Celestino Aranha, Rod. Oswaldo Cruz, km 5, 11680-000, Ubatuba, SP, tel. (12) 3832-7511,
[email protected]
INTERNET
No site www.barbatuques.com.br, você conhece o grupo musical que tira som do próprio corpo
Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/3267/o-corpo-como-um-instrumento-musical
Links da página
http://www.barbatuques.com.br
Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Abril de 2007
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