WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial Os sonhos anexionistas da Sérvia, micropotência regional interessada em absorver os eslavos debaixo de uma Grande Sérvia. A sociedade alemã estava estruturada de acordo com os rígidos valores do militarismo prussiano, segundo os quais era fundamental a obediência cega do indivíduo ao Estado. Portanto, não foi difícil ao Segundo Reich conseguir o apoio popular para seus agressivos planos de investida ao exterior – a chamada Weltpolitik. O ideal de superioridade da cultura e da “raça” germânica difundiu-se rapidamente. Com isso fundaram-se clubes patrióticos, sociedades militares e associações conservadoras, que propagavam a guerra e a rejeição dos acordos internacionais. O principal deles foi a Liga Pangermânica que reuniu sob seu domínio todos os povos de origem germânica da Europa Central para promover a expansão da Alemanha. Introdução O final do século XIX e a primeira década do século XX foram marcados, na Europa, por um clima de confiança e de otimismo, assim como por uma fase do capitalismo capaz de gerar crises. Os Homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Entretanto, sob a aparência de tranqüilidade, de esbanjamento, de felicidade, de crença no progresso ilimitado e sem fronteiras (este momento é chamado de “belle époque”), estavam presentes problemas econômicos sérios, que podiam ser sentidos nos movimentos operários. Alguns choques entre nações eram o resultado de uma crise do capitalismo, que na sua fase financeira ou monopolista acirrava a corrida imperialista. Causas O Imperialismo O sistema capitalista evoluíra para o chamado capitalismo monopolista, do qual resultara a expansão em direção à Ásia e a África. Tal expansão acarretou, para os países envolvidos na corrida imperialista, problemas de toda ordem, principalmente no que se refere à divisão das áreas. O rompimento do equilíbrio europeu Com o advento da Alemanha como potência. O crescimento econômico da Alemanha foi algo fantástico, pela rapidez e dimensão tomadas. Unificada politicamente em 1870, a Alemanha, em pouquíssimo espaço de tempo, superou a produção de aço francesa e, no início do século XX, já podia abalar a posição hegemônica da GrãBretanha. O Nacionalismo A desestabilização do status quo europeu provocada pelos sentimentos autonomistas das inúmeras nacionalidades submetidas ao jugo dos velhos impérios. O Império Austro-Húngaro é o exemplo mais claro. Formado por inúmeras nacionalidades – húngaros, croatas, bosníacos, rumenos, tchecos, eslovacos, etc. – que não se entendem entre si, mas unem-se para fazer a crítica à monarquia dual austro-húngara. As questões balcânicas As ambições geopolíticas russas de tutelar, em nome do pan-eslavismo, os povos eslavos da Europa oriental e dos Bálcãs e, também, de obter a posse dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, a tão almejada saída para os “mares quentes”. O interesse das grandes potências em partilhar dos despojos do moribundo Império Turco-Otomano, o “homem doente do levante”. O desejo da monarquia dual AustroHúngara em reunir os eslavos da península Balcânica numa monarquia triádica, que viria a se constituir, em caso de êxito, num fator de estabilização de uma área então ameaçada pelo expansionismo russo e pelo nacionalismo sérvio. O Revanchismo Francês Os projetos revanchistas da França, desejosa de recuperar as províncias da Alsácia-Lorena e, num quadro de ações mais amplo, interessada em varrer os “devaneios hegemonistas” da Alemanha Imperial. Com a derrota da França na guerra contra a Alemanha, em 1870, os franceses foram obrigados a ceder aos alemães os territórios da Alsácia-Lorena, cuja região era rica em minérios de ferro e em carvão. A partir dessa guerra, desenvolveu-se na França um movimento de cunho nacionalista-revanchista, que visava 45 WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha e recuperar os territórios perdidos. Procurando neutralizar a Tríplice Aliança, França e Rússia estabeleceram um pacto militar em 1894. Posteriormente, em 1907, a França patrocinou um acordo entre Grã-Bretanha e Rússia, resultando na formação da Tríplice Entente. A formação desses dois blocos de alianças não ocorreu sem contradições internas, pois não eram as afinidades entre os aliados o que realmente os unia, mas sim a existência de inimigos comuns. A Questão do Marrocos A Alemanha queria ocupar o Marrocos, no norte da África, mas foi impedida por franceses e ingleses. A França, por ter reconhecido o domínio inglês sobre o Egito, recebeu o apoio da Inglaterra para estabelecer um protetorado sobre o Marrocos em 1904. Em contrapartida, os franceses deveriam respeitar os direitos ingleses no Marrocos e não erguer nenhuma fortificação sobre o Estreito de Gibraltar. Por interesses comerciais e industriais, a Alemanha não viu com bons olhos a França apoderar-se do grande império marroquino, rico em recursos minerais. Soldados franceses nas trincheiras do pré-guerra. A Política de Alianças A rigor, o sistema de alianças que agrupou as potências européias em dois blocos (Tríplice Aliança e Tríplice Entente) remonta a 1870, quando a guerra Francoprussiana e a unificação da Alemanha alteraram radicalmente o equilíbrio de poder na Europa. O revanchismo francês e a possibilidade de se ver envolvida em uma guerra em duas frentes transformaram-se no pesadelo da Alemanha. Assim, o isolamento da França e a neutralização da Rússia constituíram-se na maior preocupação da política externa de Bismarck. A Alemanha reforçou então sua aliança com o Império Austro-Húngaro, recebendo, também, a adesão da Itália. Em 1882, os dois impérios e a Itália formalizaram a Tríplice Aliança. O imperialismo europeu e a disputa pelo Marrocos. Em 1905, o imperador da Alemanha foi ao Marrocos e fez um discurso defendendo a independência do país. Tal discurso quase provocou uma guerra entre França e Alemanha. Para evitá-la, em 1906 foi convocada a Conferência de Algeciras, na Espanha, que garantia à França a manutenção do protetorado sobre o Marrocos, comprometendo-se a conservar a liberdade econômica, nesse país, para os cidadãos de outras potências. A França, temendo uma possível guerra com a Alemanha, entrou na corrida armamentista e aproximou-se mais da Inglaterra. A Paz Armada O período que vai do final da Guerra Franco-Prussiana até o início da Primeira Guerra Mundial ficou conhecido como paz armada. A imprensa dos principais países europeus pregava abertamente a guerra e todos garantiam que seu país seria vencedor. Esse militarismo criou um clima de tensão. Nos principais países capitalistas europeus, deu-se uma corrida armamentista, com todos se preparando para a guerra: os transportes desenvolveram-se, houve o recrutamento militar, desenvolveu-se a indústria destinada à produção de armamentos e aperfeiçoaram-se os sistemas de comunicação. A paz armada com sua corrida 46 WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial armamentista e o clima de tensão que gerou, tornou inevitável a Primeira Guerra Mundial. Causa Imediata O Incidente de Serajevo Para o início da guerra bastava um estopim, que surgiu na tensa região dos Bálcãs. Em 28 de junho de 1914, Francisco Ferdinando, o arquiduque herdeiro do trono austro-húngaro, estava em Serajevo, capital da Bósnia, onde foi assassinado por um membro da organização terrorista Mão Negra, que lutava para livrar a Bósnia do domínio austríaco. A Áustria, acreditando que o atentado fora preparado pela Sérvia, enviou-lhe um ultimato com 11 pontos. Por seu teor, percebia-se que a Áustria queria a guerra e que certamente contaria com o apoio alemão. A Sérvia, apoiada pela Rússia, recusou o ultimato. No dia 28 de julho de 1914, a AustroHungria invadiu a Sérvia. Começa a Primeira Guerra Mundial. O atentado de Serajevo teve tal conseqüência porque surgiu em um contexto de guerra iminente. Em outra ocasião, o mesmo incidente poderia comover a opinião pública, mas não teria conseqüências tão graves. Ele apenas somou-se a um conjunto de engrenagens que movia os países europeus para a guerra. Prisão de Gravilo Princip, assassino de Francisco Ferdinando. O Conflito A Rússia mobilizou as tropas em defesa da Sérvia, recebendo um ultimato alemão para se desmobilizar. Em agosto a Alemanha declara guerra à Rússia e à França. Imediatamente a Bélgica foi invadida, ignorando a Alemanha a sua neutralidade, o que levou a Inglaterra a declarar-lhe guerra. A Itália se omitiu, embora pertencesse à Tríplice Aliança, argumentando que o seu compromisso com a Áustria e com a Alemanha previa sua participação apenas no caso de tais países serem agredidos. Em 1915, entra na guerra, ao lado dos aliados da Entente. Como se pôde verificar, as hostilidades foram responsáveis pela movimentação do jogo de alianças, arrastando vários países ao conflito. Os movimentos dos exércitos ocorreram, basicamente, no início e na fase final da guerra. Os blocos combatentes se entricheiraram durante um longo período, dando à Grande Guerra a característica de uma luta de trincheiras. As operações militares na Europa se desenvolveram em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental ou russa e a meridional ou sérvia. Posteriormente, surgiriam novas zonas de combate com a intervenção do império otomano, da Itália e da Bulgária. Na frente ocidental, o plano inicial da estratégia alemã era derrotar rapidamente a França, no oeste, com uma 'guerra relâmpago', enquanto uma pequena parte do exército alemão e todas as forças austro-húngaras conteriam, a leste, a invasão russa. No outono de 1914 a queda da capital francesa parecia tão iminente que o governo francês se transferiu para Bordeaux. Porém os franceses, comandados pelo general Tropas australianas em Passchendaele. Joseph Joffre, cercaram Paris e atacaram o exército alemão. Na primeira batalha do Marne (de 6 a 9 de setembro), os franceses conseguiram deter o exército alemão. No entanto, no fim de 1914, os adversários ainda estavam entrincheirados, cada um em suas linhas de frente que se estendiam da Suíça ao Mar do Norte. No decurso de três anos poucas modificações ocorreram nestas linhas, o que faria da luta uma guerra de trincheiras ou de 'exaustão'. Os russos assumiram a ofensiva, na frente oriental, no início da guerra, mas foram detidos pelos exércitos austro-alemães. Em 1915 estes haviam conseguido expulsar os russos da Polônia e da Lituânia e tinham tomado todas as fortalezas limítrofes da Rússia que ficou sem condições de empreender ações importantes por falta de homens e de suprimentos. Os austríacos invadiram a Sérvia três vezes ao longo de 1914, sendo rechaçados em todas. Quando a Bulgária declarou guerra à Sérvia em 14 de outubro de 1915, as forças aliadas entraram pela Sérvia. Os búlgaros derrotaram o exército sérvio e também o britânico 47 WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial e o francês que vieram de Salonica. No fim de 1915, os impérios centrais haviam ocupado toda a Sérvia. O império otomano entrou na guerra em 29 de outubro de 1914. Os turcos iniciaram a invasão da zona Tanques introduzidos pelo exército britânico pela primeira vez em uma guerra. russa da cordilheira do Cáucaso em dezembro. O governo russo pediu aos britânicos que fizessem uma manobra destinada a distrair sua atenção no Estreito de Dardanelos. Porém a Campanha de Gallípoli resultou em fracasso total para as tropas aliadas. 1917: o ano crítico A decisão do conflito ocorreu em 1917, caracterizando-se pelo agravamento da campanha submarina alemã, mesmo contra os navios neutros, pela entrada dos EUA no conflito e retirada da Rússia da guerra com a trégua assinada em dezembro, após os bolchevistas terem tomado o poder. A entrada norte-americana no conflito foi decisiva porque todos os países envolvidos enfrentavam naquele ano problemas internos: a Rússia assistiu à deposição da Monarquia; na França, após fracassada ofensiva, as tropas se amotinaram; a Inglaterra estava à beira do colapso, e mesmo entre as Potências Centrais a situação não era boa, uma vez que a campanha submarina alemã fracassara e as dificuldades de abastecimento eram enormes. Os EUA, desde o início, financiavam o esforço de guerra franco-inglês, sem, no entanto, abdicar de sua neutralidade. A ameaça de uma derrota da Entente, que poria em risco os empréstimos norte-americanos a esses países, foi aos poucos levando os EUA a abandonar seu "neutralismo". Os acontecimentos se precipitaram quando a Alemanha declarou ao presidente Wilson sua intenção de bloquear as Ilhas Britânicas e a França, tornando perigosa a situação dos navios neutros. A Vitória dos Aliados O início de 1918 foi inaugurado pela enorme ofensiva das Potências Centrais contra a Entente, visando a impor condições a esta, antes que as tropas norte-americanas chegassem totalmente à Europa. Nesse ano, foram utilizadas todas as inovações bélicas (tanques, aviões, gases venenosos, etc.), recomeçando a "guerra de movimento". Entretanto, a ofensiva alemã foi paralisada pela segunda batalha do Marne. A balança de forças se inclinou definitivamente para a Entente, que iniciou uma contra-ofensiva de grandes proporções, levando os alemães a recuar. Uma força de cerca de 700.000 soldados aliados iniciou uma grande ofensiva contra as tropas alemãs, austríacas e búlgaras na Sérvia. E os búlgaros, totalmente derrotados, assinaram um armistício com os aliados. Além disso, estes obteriam a vitória definitiva na frente italiana entre outubro e novembro. A comoção da derrota provocou rebeliões revolucionárias no Império Austro-Húngaro que se viu obrigado a assinar um armistício com os aliados em 3 de novembro. Carlos I abdicou oito dias depois e a 12 de novembro foi proclamada 48 a República da Áustria. Na Europa Oriental, a Bulgária capitulou, o mesmo ocorrendo com a Turquia que, ameaçada pelas vitórias inglesas na Síria e no Iraque, decidiu depor as armas. Os aliados puseram fim à guerra na frente turca de forma que lhes foi satisfatória. As forças britânicas tomaram o Líbano e a Síria, ocupando Damasco, Alepo e outros pontos estratégicos. A Marinha francesa, por sua vez, ocupou Beirute e o governo otomano solicitou um armistício. As tropas de elite nas colônias alemães da África e do oceano Pacífico, com exceção das que se encontravam na África oriental no fim de 1917 e durante 1918, lutaram na defensiva a maior parte do tempo. Praticamente todas se haviam rendido aos aliados no término da guerra (1918).A Hungria foi ameaçada. O Império Austro-Húngaro se decompôs, pois cada nação proclamou sua independência. Só a Alemanha prosseguiu a guerra, mas a partir de novembro estouraram rebeliões e, a 9 de novembro, a República foi proclamada. Em princípios de 1918, os alemães decidiram chegar a Paris. Lançaram uma ofensiva, mas, apesar do avanço conseguido, na segunda batalha do Marne o avanço foi detido pelas tropas francesas e americanas. Os britânicos ganharam terreno ao norte da França e ao longo da costa belga, e as tropas francesas e americanas chegaram ao Sudão em 10 de novembro. A linha Hindenburgo já estava completamente destroçada. Em conseqüência da derrota do exército alemão, a frota alemã amotinou-se, o rei da Baviera foi destronado e o imperador Guilherme II abdicou em novembro, fugindo para os Países Baixos. No dia 9 deste mesmo mês foi proclamada, na Alemanha, a República de Weimar, cujo governo enviou uma comissão para negociar com os aliados. Em 11 de novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e os aliados, baseado em condições impostas pelos vencedores. A Rússia retirouse da guerra, favorecendo a Alemanha na frente oriental. E pelo Tratado de Brest-Litovsk, estabeleceu a paz com a Alemanha. Esta procurou concentrar suas melhores tropas no ocidente, na esperança de compensar a entrada dos Estados Unidos. A Alemanha já não tinha condições para continuar a guerra. Surgiram as primeiras propostas de paz do Metralhadores alemães com máscara de gás presidente dos Estados na linha Hindenburg. Unidos, propondo, por exemplo, a redução dos armamentos, a liberdade de comércio mundial, etc. Pós-guerra: a paz dos vencedores Vencida a guerra, cabia agora aos aliados conquistar a paz. Os WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial horrores da guerra tecnológica, então consubstanciada nos aviões de combate, na artilharia pesada e na guerra química, responsáveis por 8 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados, fizeram com que os povos do mundo inteiro tivessem a esperança de que o primeiro conflito mundial fora "a guerra para acabar com todas as guerras". Uma razão, pelo menos, existia par tal esperança: no dia 8 de janeiro de 1918, o presidente Wilson, alegando que a participação norteamericana no conflito só se justificaria pela busca de uma paz justa que suprimisse para sempre as causas de novas guerras, enviou ao Congresso de seu país um programa constituído de catorze itens. Veja alguns dos famosos "14 pontos": • abolição da diplomacia secreta; • plena liberdade de navegação; • limitação dos armamentos nacionais ao nível mínimo compatível com as necessidades de segurança; • ajuste imparcial das pretensões coloniais, levando-se em conta também os interesses dos povos colonizados; • criação da Liga das Nações; • autonomia dos povos da Áustria-Hungria, plena aplicação do "princípio das nacionalidades"; • autonomia dos povos até então submetidos aos turcos; • a devolução da Alsácia-Lorena à França. Este fenômeno acontece particularmente na Alemanha. Vencida e humilhada pelas democracias liberais, não se esqueceria do tratamento recebido. • Fortalecimento das paixões e dos sentimentos do nacionalismo. • Com a desmobilização, verificou-se um considerável desemprego nos países europeus. • Progressivo declínio da Europa. Na realidade, a 1ª Guerra põe à mostra a fragilidade européia. • Profunda modificação do equilíbrio europeu. Na realidade, seria melhor falar do desaparecimento do equilíbrio entre os Estados europeus. A Alemanha e a Rússia foram eliminadas temporariamente do círculo das grandes potências, enquanto que a Áustria desapareceu definitivamente como Estado de primeira grandeza, o mesmo acontecendo com o Império Otomano. Por outro lado, verificou-se a supremacia da França e da Grã-Bretanha. • Ascensão dos EUA como grande potência mundial. • Início do despertar do nacionalismo asiático (descolonização). • Surgimento de países como: Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia. • Organização da Liga das Nações. Conclusão Conferência de Paris Em 18 de janeiro de 1919, reuniu-se no Palácio de Versalhes a Conferência de Paris, para definir as condições de paz com a Alemanha. A França, Os EUA e a Grã-Bretanha decidiram o que seria imposto aos perdedores. Tratado de Versalhes Apesar da resistência de Wilson, as condições da rendição foram extremamente duras, envolvendo questões territoriais, militares e financeiras. As disposições deveriam ser cumpridas a partir da assinatura, em 28 de junho de 1919, do Tratado de Versalhes. • A Alemanha foi responsabilizada pela guerra e como tal condenada a pagar aos aliados pesadas indenizações em dinheiro, equipamentos, máquinas, minerais e produtos químicos. • Os exércitos alemães foram drasticamente reduzidos e a fronteira franco-germânica desmilitarizada. • A França recebia de volta a Alsácia-Lorena e adquiria direitos de exploração das minas de carvão do Sarre durante 15 anos. • Os aliados obtinham concessões de privilégios aduaneiros. • A Alemanha reconhecia a independência da Polônia. • Criação da Liga das Nações. Principais conseqüências As duras condições dos acordos de paz impostos aos povos vencidos intensificaram as diferenças entre as nações, não resolvendo a questão básica da disputa imperialista sobre as colônias e mercados. Assim, a 1ª Guerra Mundial, que enfraqueceu a Europa em população e importância econômica, acabou por ressaltar as contradições do capitalismo. Essas divergências foram se acentuando e acabaram por originar uma crise que culminou na 2ª Guerra Mundial em 1939. • Progressiva degradação dos ideais liberais e democráticos. 49 WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial Exercício Proposto 01. (UNIVALI-SC) Desde a Guerra Franco-Prussiana até 1914, houve uma verdadeira corrida armamentista na Europa para sustentar as ambições nacionalistas e imperialistas. As indústrias bélicas aumentaram suas produções, os exércitos cresceram e as marinhas de guerra, especialmente inglesa e alemã, aumentaram suas frotas. Esta política armamentista onerava os governos, provocando reações pacifistas. Em 1899, o Czar Nicolau II organizou a 1ª Conferência de Paz em Haia, sem grandes resultados. O armamentismo não foi contido e preconizou-se a prática do arbitramento para solucionar graves questões. A Paz Armada é historicamente conhecida com a: a) política de tratados e alianças entre as potências européias, caracterizada pela corrida armamentista que antecede ao Primeiro Conflito Mundial. b) política internacional européia que caracterizou as relações entre vencidos e vencedores da I Guerra Mundial, numa forma revanchista de manter a situação geoeconômica e pós-guerra. c) política desenvolvida por Hitler a partir de 1933, apesar do Tratado de Versalhes, que tentava impedir o rearmamento alemão após a I Guerra Mundial. d) frustrada política desenvolvida pela Liga das Nações entre as duas Guerras Mundiais, no sentido de equilibrar os interesses das potências evitando mais conflitos. e) política de guerra fria que passou a caracterizar as relações entre bloco capitalista e o bloco socialista após 1945. 02. (FUVEST) Os Tratados de Paz assinados ao fim da Primeira Guerra Mundial “aglutinaram vários povos num só Estado, outorgaram a alguns o status de ‘povos estatais’ e lhes confiaram o governo, supuseram silenciosamente que os outros povos nacionalmente compactos (como os eslovacos na Tchecoslováquia ou os croatas e eslovenos na Iugoslávia) chegassem a ser parceiros no governo, o que naturalmente não aconteceu e, com igual arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro grupo de nacionalidades chamadas minorias, acrescentando assim aos muitos encargos dos novos Estados o problema de observar regulamentos especiais, impostos de fora, para uma parte de sua população. (... ) Os Estados recém-criados, por sua vez, que haviam recebido a independência com a promessa de plena soberania nacional, acatada em igualdade de condições com as nações ocidentais, olhavam os Tratados das Minorias como óbvia quebra de promessa e como prova de discriminação.” (Hannah Arendt, AS ORIGENS DO TOTALITARISMO) A alternativa mais condizente com o texto é: a) após a Primeira Guerra, os Tratados de Paz estabelecidos solaparam a soberania e estabeleceram condicionamentos aos novos Estados do Leste europeu através dos Tratados das Minorias, o que criou condições de conflitos entre diferentes povos reunidos em um mesmo Estado. b) o surgimento de novos Estados-nações se fez respeitando as tradições e instituições dos povos antes reunidos nos impérios que desapareceram com a Primeira Guerra Mundial. c) os Tratados de Paz e os Tratados das Minorias restabeleceram, no mundo contemporâneo, o sistema de dominação característico da Idade Média. 50 d) apesar dos Tratados de Paz estabelecidos depois da Primeira Guerra terem tido algumas características arbitrárias em relação aos novos Estados-nações do Leste europeu, o desenvolvimento histórico destas regiões demonstra que foi possível uma convivência harmoniosa e gradativamente ocorreu a integração entre as minorias e as maiorias nacionais. e) os Tratados de Paz depois da Primeira Guerra conseguiram satisfazer os vários povos do Leste europeu. O que perturbou a convivência harmoniosa foi o movimento de refugiados das revoluções comunistas. 03. “Foi em 1994 que acabou o século XIX (...) De 1815 a 1914, a Europa (...) desfrutara um século de paz (...) Nesse século, a burguesia pôde consolidar o seu poder (...) E o imperialismo colonialista ia bem, obrigado, na África e Ásia. A guerra de 1914 caiu como uma bomba NESTE (PARAÍSO).” A 1º Guerra Mundial descortinou uma série de conflitos camuflados neste “paraíso” tais como: a) a luta pelas terras conquistadas na América e a manutenção do tráfico de escravos. b) a disputa de mercados mundiais pelas nações européias imperialistas como a Inglaterra, Alemanha e França e a opressão aos movimentos nacionalistas na África e na Ásia. c) a difusão do movimento socialista em países como a Inglaterra e França com o advento da Revolução Russa. d) a disputa dos mercados consumidores europeus pelas nações independentes da África e da Ásia. e) a luta dos americanos e brasileiros pelo controle dos mercados fornecedores de matérias-primas japoneses e africanos. 04. Os Estados Unidos emergiram como grande potência econômica mundial após a Primeira Guerra Mundial porque: a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra. b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas). c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e suprimentos à Entente, enquanto as potências européias tiveram suas economias arrasadas após o conflito. d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para enfraquecer a Alemanha, a grande potência industrial do início do século. e) se manteve afastado do conflito direto com as potências européias, concentrando seus esforços no desenvolvimento interno. 05. (MACKENZIE) Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de Versailles, que teve como conseqüências: a) degradação dos ideais liberais e democráticos, agitações políticas de esquerda - como o movimento espartaquista, crise econômica e desemprego. b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais, militarização do Estado Alemão, recuperação econômica e incorporação de Gdansk. c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a afirmação dos ideais liberais e democráticos e a valorização do marco alemão. d) prosperidade econômica, rearmamento alemão, WWW.ALUNONOTA10.COM.BR Primeira Guerra Mundial desmembramento da Alemanha e fortalecimento dos partidos liberais. e) surgimento da República Democrática Alemã e da República Federal Alemã, fortalecimento do nazismo, militarismo e diminuição do desemprego. 06. (UFGO) Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o liberalismo foi definitivamente questionado. Diante da depressão econômica, do clima de revanchismo e da lembrança traumática das trincheiras, os valores liberais dificilmente podiam se sustentar. O entreguerras assistiu à construção de uma nova ordem não identificada com a democracia liberal. Tal panorama, especialmente visível na Itália e na Alemanha, levou esses países ao encontro do fascismo. Sobre a conjuntura política do período, julgue os itens como certos ou errados. ( ) Depois da marcha sobre Roma, Mussolini foi chamado pelo rei Vítor Emanuel III, em 1922, para integrar o governo. Por sua vez, em 1933, Hitler foi nomeado pelo presidente Hindenburg para o cargo de chanceler. Ambas as lideranças chegaram ao poder em seus países por meio da legalidade. ( ) O culto à personalidade, uma política externa agressiva e o apelo ao esforço nacional eram características do fascismo alemão, mas não do italiano. Ao contrário de Hitler, Mussolini não se empenhava em cultivar a imagem de grande líder nacional. ( ) Os meios de comunicação, nesses países, desfrutavam de considerável liberdade de imprensa, criticando as opções políticas do regime fascista nos programas de rádio e nos jornais. ( ) As anexações territoriais eram importantes para os regimes fascistas, porque, de um lado, contentavam o orgulho nacional e, de outro, significavam possibilidades econômicas infinitas. Tais fatores, dentre outros, explicam a obsessão de Hitler pelo espaço vital, e o desejo de Mussolini pelo restabelecimento dos domínios do antigo Império Romano. Gabarito 01. a 02. a 03. b 04. c 05. a 06. V, F, F, V 51