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Primeira Guerra Mundial
Os sonhos anexionistas da Sérvia,
micropotência regional interessada em
absorver os eslavos debaixo de uma Grande
Sérvia.
A sociedade alemã estava estruturada
de acordo com os rígidos valores do
militarismo prussiano, segundo os quais era
fundamental a obediência cega do indivíduo
ao Estado. Portanto, não foi difícil ao
Segundo Reich conseguir o apoio popular
para seus agressivos planos de investida ao
exterior – a chamada Weltpolitik. O ideal de
superioridade da cultura e da “raça”
germânica difundiu-se rapidamente. Com
isso fundaram-se clubes patrióticos,
sociedades militares e associações
conservadoras, que propagavam a guerra e
a rejeição dos acordos internacionais. O
principal deles foi a Liga Pangermânica que
reuniu sob seu domínio todos os povos de
origem germânica da Europa Central para
promover a expansão da Alemanha.
Introdução
O final do século XIX e a primeira década do século XX foram marcados, na
Europa, por um clima de confiança e de otimismo, assim como por uma fase do
capitalismo capaz de gerar crises. Os Homens da época tinham a sensação de que a
Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Entretanto, sob a
aparência de tranqüilidade, de esbanjamento, de felicidade, de crença no progresso
ilimitado e sem fronteiras (este momento é chamado de “belle époque”), estavam
presentes problemas econômicos sérios, que podiam ser sentidos nos movimentos
operários. Alguns choques entre nações eram o resultado de uma crise do capitalismo,
que na sua fase financeira ou monopolista acirrava a corrida imperialista.
Causas
O Imperialismo
O sistema capitalista evoluíra para o chamado capitalismo monopolista, do qual
resultara a expansão em direção à Ásia e a África. Tal expansão acarretou, para os
países envolvidos na corrida imperialista, problemas de toda ordem, principalmente no
que se refere à divisão das áreas.
O rompimento do equilíbrio europeu
Com o advento da Alemanha como potência. O crescimento econômico da
Alemanha foi algo fantástico, pela rapidez e dimensão tomadas. Unificada politicamente
em 1870, a Alemanha, em pouquíssimo espaço de tempo, superou a produção de aço
francesa e, no início do século XX, já podia abalar a posição hegemônica da GrãBretanha.
O Nacionalismo
A desestabilização do status quo europeu provocada pelos sentimentos
autonomistas das inúmeras nacionalidades submetidas ao jugo dos velhos impérios. O
Império Austro-Húngaro é o exemplo mais claro. Formado por inúmeras nacionalidades
– húngaros, croatas, bosníacos, rumenos, tchecos, eslovacos, etc. – que não se
entendem entre si, mas unem-se para fazer a crítica à monarquia dual austro-húngara.
As questões balcânicas
As ambições geopolíticas russas de
tutelar, em nome do pan-eslavismo, os povos
eslavos da Europa oriental e dos Bálcãs e,
também, de obter a posse dos estreitos de
Bósforo e Dardanelos, a tão almejada saída
para os “mares quentes”.
O interesse das grandes potências em
partilhar dos despojos do moribundo Império
Turco-Otomano, o “homem doente do
levante”.
O desejo da monarquia dual AustroHúngara em reunir os eslavos da península
Balcânica numa monarquia triádica, que viria
a se constituir, em caso de êxito, num fator de
estabilização de uma área então ameaçada
pelo expansionismo russo e pelo nacionalismo
sérvio.
O Revanchismo Francês
Os projetos revanchistas da França,
desejosa de recuperar as províncias da
Alsácia-Lorena e, num quadro de ações mais
amplo, interessada em varrer os “devaneios
hegemonistas” da Alemanha Imperial.
Com a derrota da França na guerra contra
a Alemanha, em 1870, os franceses foram
obrigados a ceder aos alemães os territórios da
Alsácia-Lorena, cuja região era rica em minérios
de ferro e em carvão. A partir dessa guerra,
desenvolveu-se na França um movimento de
cunho nacionalista-revanchista, que visava
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desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha
e recuperar os territórios perdidos.
Procurando neutralizar a Tríplice Aliança, França e Rússia estabeleceram um pacto
militar em 1894. Posteriormente, em 1907, a França patrocinou um acordo entre Grã-Bretanha
e Rússia, resultando na formação da Tríplice Entente.
A formação desses dois blocos de alianças não ocorreu sem contradições internas,
pois não eram as afinidades entre os aliados o que realmente os unia, mas sim a existência
de inimigos comuns.
A Questão do Marrocos
A Alemanha queria ocupar o Marrocos, no norte da África, mas foi impedida por
franceses e ingleses. A França, por ter reconhecido o domínio inglês sobre o Egito, recebeu
o apoio da Inglaterra para estabelecer um protetorado sobre o Marrocos em 1904. Em
contrapartida, os franceses deveriam respeitar os direitos ingleses no Marrocos e não
erguer nenhuma fortificação sobre o Estreito de Gibraltar.
Por interesses comerciais e industriais, a Alemanha não viu com bons olhos a França
apoderar-se do grande império marroquino, rico em recursos minerais.
Soldados franceses nas trincheiras do pré-guerra.
A Política de Alianças
A rigor, o sistema de alianças que
agrupou as potências européias em dois
blocos (Tríplice Aliança e Tríplice Entente)
remonta a 1870, quando a guerra Francoprussiana e a unificação da Alemanha
alteraram radicalmente o equilíbrio de poder
na Europa. O revanchismo francês e a
possibilidade de se ver envolvida em uma
guerra em duas frentes transformaram-se
no pesadelo da Alemanha. Assim, o
isolamento da França e a neutralização da
Rússia constituíram-se na maior
preocupação da política externa de
Bismarck. A Alemanha reforçou então sua
aliança com o Império Austro-Húngaro,
recebendo, também, a adesão da Itália. Em
1882, os dois impérios e a Itália formalizaram
a Tríplice Aliança.
O imperialismo europeu e a disputa pelo Marrocos.
Em 1905, o imperador da Alemanha foi ao Marrocos e fez um discurso defendendo a
independência do país. Tal discurso quase provocou uma guerra entre França e Alemanha.
Para evitá-la, em 1906 foi convocada a Conferência de Algeciras, na Espanha, que garantia
à França a manutenção do protetorado sobre o Marrocos, comprometendo-se a conservar
a liberdade econômica, nesse país, para os cidadãos de outras potências. A França,
temendo uma possível guerra com a Alemanha, entrou na corrida armamentista e
aproximou-se mais da Inglaterra.
A Paz Armada
O período que vai do final da Guerra
Franco-Prussiana até o início da Primeira
Guerra Mundial ficou conhecido como paz
armada. A imprensa dos principais países
europeus pregava abertamente a guerra e
todos garantiam que seu país seria vencedor.
Esse militarismo criou um clima de tensão.
Nos principais países capitalistas
europeus, deu-se uma corrida armamentista,
com todos se preparando para a guerra: os
transportes desenvolveram-se, houve o
recrutamento militar, desenvolveu-se a
indústria destinada à produção de
armamentos e aperfeiçoaram-se os sistemas
de comunicação.
A paz armada com sua corrida
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armamentista e o clima de tensão que
gerou, tornou inevitável a Primeira Guerra
Mundial.
Causa Imediata
O Incidente de Serajevo
Para o início da guerra bastava um
estopim, que surgiu na tensa região dos
Bálcãs. Em 28 de junho de 1914, Francisco
Ferdinando, o arquiduque herdeiro do trono
austro-húngaro, estava em Serajevo, capital
da Bósnia, onde foi assassinado por um
membro da organização terrorista Mão
Negra, que lutava para livrar a Bósnia do
domínio austríaco.
A Áustria, acreditando que o atentado
fora preparado pela Sérvia, enviou-lhe um
ultimato com 11 pontos. Por seu teor,
percebia-se que a Áustria queria a guerra e
que certamente contaria com o apoio alemão.
A Sérvia, apoiada pela Rússia, recusou o
ultimato. No dia 28 de julho de 1914, a AustroHungria invadiu a Sérvia. Começa a Primeira
Guerra Mundial.
O atentado de Serajevo teve tal
conseqüência porque surgiu em um contexto
de guerra iminente. Em outra ocasião, o
mesmo incidente poderia comover a opinião
pública, mas não teria conseqüências tão
graves. Ele apenas somou-se a um conjunto
de engrenagens que movia os países
europeus para a guerra.
Prisão de Gravilo Princip, assassino de
Francisco Ferdinando.
O Conflito
A Rússia mobilizou as tropas em defesa
da Sérvia, recebendo um ultimato alemão para
se desmobilizar.
Em agosto a Alemanha declara guerra à
Rússia e à França.
Imediatamente a Bélgica foi invadida,
ignorando a Alemanha a sua neutralidade, o
que levou a Inglaterra a declarar-lhe guerra.
A Itália se omitiu, embora pertencesse à Tríplice Aliança, argumentando que o seu
compromisso com a Áustria e com a Alemanha previa sua participação apenas no caso de tais
países serem agredidos. Em 1915, entra na guerra, ao lado dos aliados da Entente.
Como se pôde verificar, as hostilidades foram responsáveis pela movimentação do jogo
de alianças, arrastando vários países ao conflito. Os movimentos dos exércitos ocorreram,
basicamente, no início e na fase final da guerra. Os blocos combatentes se entricheiraram
durante um longo período, dando à Grande Guerra a característica de uma luta de trincheiras.
As operações militares na Europa se
desenvolveram em três frentes: a ocidental ou
franco-belga, a oriental ou russa e a meridional ou
sérvia. Posteriormente, surgiriam novas zonas de
combate com a intervenção do império otomano,
da Itália e da Bulgária.
Na frente ocidental, o plano inicial da
estratégia alemã era derrotar rapidamente a França,
no oeste, com uma 'guerra relâmpago', enquanto
uma pequena parte do exército alemão e todas as
forças austro-húngaras conteriam, a leste, a
invasão russa. No outono de 1914 a queda da
capital francesa parecia tão iminente que o
governo francês se transferiu para Bordeaux.
Porém os franceses, comandados pelo general
Tropas australianas em Passchendaele.
Joseph Joffre, cercaram Paris e atacaram o exército alemão. Na primeira batalha do Marne
(de 6 a 9 de setembro), os franceses conseguiram deter o exército alemão. No entanto, no
fim de 1914, os adversários ainda estavam entrincheirados, cada um em suas linhas de
frente que se estendiam da Suíça ao Mar do Norte. No decurso de três anos poucas
modificações ocorreram nestas linhas, o que faria da luta uma guerra de trincheiras ou de
'exaustão'.
Os russos assumiram a ofensiva, na frente oriental, no início da guerra, mas foram
detidos pelos exércitos austro-alemães. Em 1915 estes haviam conseguido expulsar os
russos da Polônia e da Lituânia e tinham tomado todas as fortalezas limítrofes da Rússia
que ficou sem condições de empreender ações importantes por falta de homens e de
suprimentos.
Os austríacos invadiram a Sérvia três vezes ao longo de 1914, sendo rechaçados em
todas. Quando a Bulgária declarou guerra à Sérvia em 14 de outubro de 1915, as forças
aliadas entraram pela Sérvia. Os búlgaros derrotaram o exército sérvio e também o britânico
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e o francês que
vieram de Salonica.
No fim de 1915, os
impérios centrais
haviam ocupado
toda a Sérvia.
O império
otomano entrou na
guerra em 29 de
outubro de 1914. Os
turcos iniciaram a
invasão da zona Tanques introduzidos pelo exército britânico pela
primeira vez em uma guerra.
russa da cordilheira
do Cáucaso em dezembro. O governo russo pediu aos britânicos
que fizessem uma manobra destinada a distrair sua atenção no
Estreito de Dardanelos. Porém a Campanha de Gallípoli resultou
em fracasso total para as tropas aliadas.
1917: o ano crítico
A decisão do conflito ocorreu em 1917, caracterizando-se pelo
agravamento da campanha submarina alemã, mesmo contra os
navios neutros, pela entrada dos EUA no conflito e retirada da
Rússia da guerra com a trégua assinada em dezembro, após os
bolchevistas terem tomado o poder. A entrada norte-americana no
conflito foi decisiva porque todos os países envolvidos enfrentavam
naquele ano problemas internos: a Rússia assistiu à deposição da
Monarquia; na França, após fracassada ofensiva, as tropas se
amotinaram; a Inglaterra estava à beira do colapso, e mesmo entre
as Potências Centrais a situação não era boa, uma vez que a
campanha submarina alemã fracassara e as dificuldades de
abastecimento eram enormes. Os EUA, desde o início, financiavam
o esforço de guerra franco-inglês, sem, no entanto, abdicar de sua
neutralidade. A ameaça de uma derrota da Entente, que poria em
risco os empréstimos norte-americanos a esses países, foi aos
poucos levando os EUA a abandonar seu "neutralismo". Os
acontecimentos se precipitaram quando a Alemanha declarou ao
presidente Wilson sua intenção de bloquear as Ilhas Britânicas e a
França, tornando perigosa a situação dos navios neutros.
A Vitória dos Aliados
O início de 1918 foi inaugurado pela enorme ofensiva das
Potências Centrais contra a Entente, visando a impor condições a
esta, antes que as tropas norte-americanas chegassem totalmente
à Europa. Nesse ano, foram utilizadas todas as inovações bélicas
(tanques, aviões, gases venenosos, etc.), recomeçando a "guerra
de movimento". Entretanto, a ofensiva alemã foi paralisada pela
segunda batalha do Marne. A balança de forças se inclinou
definitivamente para a Entente, que iniciou uma contra-ofensiva
de grandes proporções, levando os alemães a recuar. Uma força de
cerca de 700.000 soldados aliados iniciou uma grande ofensiva
contra as tropas alemãs, austríacas e búlgaras na Sérvia. E os
búlgaros, totalmente derrotados, assinaram um armistício com os
aliados. Além disso, estes obteriam a vitória definitiva na frente
italiana entre outubro e novembro. A comoção da derrota provocou
rebeliões revolucionárias no Império Austro-Húngaro que se viu
obrigado a assinar um armistício com os aliados em 3 de novembro.
Carlos I abdicou oito dias depois e a 12 de novembro foi proclamada
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a República da Áustria.
Na Europa Oriental, a Bulgária capitulou, o mesmo ocorrendo
com a Turquia que, ameaçada pelas vitórias inglesas na Síria e no
Iraque, decidiu depor as armas. Os aliados puseram fim à guerra na
frente turca de forma que lhes foi satisfatória. As forças britânicas
tomaram o Líbano e a Síria, ocupando Damasco, Alepo e outros
pontos estratégicos. A Marinha francesa, por sua vez, ocupou
Beirute e o governo otomano solicitou um armistício. As tropas de
elite nas colônias alemães da África e do oceano Pacífico, com
exceção das que se encontravam na África oriental no fim de 1917
e durante 1918, lutaram na defensiva a maior parte do tempo.
Praticamente todas se haviam rendido aos aliados no término da
guerra (1918).A Hungria foi ameaçada. O Império Austro-Húngaro
se decompôs, pois cada nação proclamou sua independência.
Só a Alemanha prosseguiu a guerra, mas a partir de novembro
estouraram rebeliões e, a 9 de novembro, a República foi proclamada.
Em princípios de 1918, os alemães decidiram chegar a Paris. Lançaram
uma ofensiva, mas, apesar do avanço conseguido, na segunda batalha
do Marne o avanço foi detido pelas tropas francesas e americanas.
Os britânicos ganharam terreno ao norte da França e ao longo da
costa belga, e as tropas francesas e americanas chegaram ao Sudão
em 10 de novembro.
A linha Hindenburgo já estava completamente destroçada.
Em conseqüência da derrota do exército alemão, a frota alemã
amotinou-se, o rei da Baviera foi destronado e o imperador
Guilherme II abdicou em novembro, fugindo para os Países Baixos.
No dia 9 deste mesmo mês foi proclamada, na Alemanha, a
República de Weimar, cujo governo enviou uma comissão para
negociar com os aliados. Em 11 de novembro foi assinado o
armistício entre a Alemanha e os aliados, baseado em condições
impostas pelos vencedores.
A Rússia retirouse
da
guerra,
favorecendo
a
Alemanha na frente
oriental. E pelo Tratado
de
Brest-Litovsk,
estabeleceu a paz com
a Alemanha. Esta
procurou concentrar
suas melhores tropas
no ocidente, na
esperança
de
compensar a entrada
dos Estados Unidos. A
Alemanha já não tinha
condições
para
continuar a guerra.
Surgiram as primeiras
propostas de paz do Metralhadores alemães com máscara de gás
presidente dos Estados
na linha Hindenburg.
Unidos, propondo, por
exemplo, a redução dos armamentos, a liberdade de comércio
mundial, etc.
Pós-guerra: a paz dos vencedores
Vencida a guerra, cabia agora aos aliados conquistar a paz. Os
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Primeira Guerra Mundial
horrores da guerra tecnológica, então consubstanciada nos aviões
de combate, na artilharia pesada e na guerra química, responsáveis
por 8 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados, fizeram com que
os povos do mundo inteiro tivessem a esperança de que o primeiro
conflito mundial fora "a guerra para acabar com todas as guerras".
Uma razão, pelo menos, existia par tal esperança: no dia 8 de janeiro
de 1918, o presidente Wilson, alegando que a participação norteamericana no conflito só se justificaria pela busca de uma paz justa
que suprimisse para sempre as causas de novas guerras, enviou
ao Congresso de seu país um programa constituído de catorze
itens. Veja alguns dos famosos "14 pontos":
• abolição da diplomacia secreta;
• plena liberdade de navegação;
• limitação dos armamentos nacionais ao nível mínimo
compatível com as necessidades de segurança;
• ajuste imparcial das pretensões coloniais, levando-se em
conta também os interesses dos povos colonizados;
• criação da Liga das Nações;
• autonomia dos povos da Áustria-Hungria, plena aplicação
do "princípio das nacionalidades";
• autonomia dos povos até então submetidos aos turcos;
• a devolução da Alsácia-Lorena à França.
Este fenômeno acontece particularmente na Alemanha. Vencida e
humilhada pelas democracias liberais, não se esqueceria do
tratamento recebido.
• Fortalecimento das paixões e dos sentimentos do
nacionalismo.
• Com a desmobilização, verificou-se um considerável
desemprego nos países europeus.
• Progressivo declínio da Europa. Na realidade, a 1ª Guerra
põe à mostra a fragilidade européia.
• Profunda modificação do equilíbrio europeu. Na realidade,
seria melhor falar do desaparecimento do equilíbrio entre os Estados
europeus. A Alemanha e a Rússia foram eliminadas temporariamente
do círculo das grandes potências, enquanto que a Áustria
desapareceu definitivamente como Estado de primeira grandeza, o
mesmo acontecendo com o Império Otomano. Por outro lado,
verificou-se a supremacia da França e da Grã-Bretanha.
• Ascensão dos EUA como grande potência mundial.
• Início do despertar do nacionalismo asiático (descolonização).
• Surgimento de países como: Polônia, Tchecoslováquia e
Iugoslávia.
• Organização da Liga das Nações.
Conclusão
Conferência de Paris
Em 18 de janeiro de 1919, reuniu-se no
Palácio de Versalhes a Conferência de Paris, para
definir as condições de paz com a Alemanha. A
França, Os EUA e a Grã-Bretanha decidiram o
que seria imposto aos perdedores.
Tratado de Versalhes
Apesar da resistência de Wilson, as
condições da rendição foram extremamente
duras, envolvendo questões territoriais,
militares e financeiras. As disposições deveriam
ser cumpridas a partir da assinatura, em 28 de
junho de 1919, do Tratado de Versalhes.
• A Alemanha foi responsabilizada pela
guerra e como tal condenada a pagar aos aliados
pesadas indenizações em dinheiro,
equipamentos, máquinas, minerais e produtos
químicos.
• Os exércitos alemães foram drasticamente
reduzidos e a fronteira franco-germânica desmilitarizada.
• A França recebia de volta a Alsácia-Lorena e adquiria direitos
de exploração das minas de carvão do Sarre durante 15 anos.
• Os aliados obtinham concessões de privilégios aduaneiros.
• A Alemanha reconhecia a independência da Polônia.
• Criação da Liga das Nações.
Principais conseqüências
As duras condições dos acordos de paz impostos aos povos
vencidos intensificaram as diferenças entre as nações, não
resolvendo a questão básica da disputa imperialista sobre as
colônias e mercados.
Assim, a 1ª Guerra Mundial, que enfraqueceu a Europa em
população e importância econômica, acabou por ressaltar as
contradições do capitalismo. Essas divergências foram se
acentuando e acabaram por originar uma crise que culminou na 2ª
Guerra Mundial em 1939.
• Progressiva degradação dos ideais liberais e democráticos.
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Primeira Guerra Mundial
Exercício Proposto
01. (UNIVALI-SC) Desde a Guerra Franco-Prussiana até 1914,
houve uma verdadeira corrida armamentista na Europa para
sustentar as ambições nacionalistas e imperialistas. As indústrias
bélicas aumentaram suas produções, os exércitos cresceram e as
marinhas de guerra, especialmente inglesa e alemã, aumentaram
suas frotas. Esta política armamentista onerava os governos,
provocando reações pacifistas. Em 1899, o Czar Nicolau II organizou
a 1ª Conferência de Paz em Haia, sem grandes resultados. O
armamentismo não foi contido e preconizou-se a prática do
arbitramento para solucionar graves questões.
A Paz Armada é historicamente conhecida com a:
a) política de tratados e alianças entre as potências européias,
caracterizada pela corrida armamentista que antecede ao Primeiro
Conflito Mundial.
b) política internacional européia que caracterizou as relações entre
vencidos e vencedores da I Guerra Mundial, numa forma
revanchista de manter a situação geoeconômica e pós-guerra.
c) política desenvolvida por Hitler a partir de 1933, apesar do
Tratado de Versalhes, que tentava impedir o rearmamento alemão
após a I Guerra Mundial.
d) frustrada política desenvolvida pela Liga das Nações entre as
duas Guerras Mundiais, no sentido de equilibrar os interesses
das potências evitando mais conflitos.
e) política de guerra fria que passou a caracterizar as relações
entre bloco capitalista e o bloco socialista após 1945.
02. (FUVEST) Os Tratados de Paz assinados ao fim da Primeira
Guerra Mundial “aglutinaram vários povos num só Estado,
outorgaram a alguns o status de ‘povos estatais’ e lhes confiaram
o governo, supuseram silenciosamente que os outros povos
nacionalmente compactos (como os eslovacos na Tchecoslováquia
ou os croatas e eslovenos na Iugoslávia) chegassem a ser parceiros
no governo, o que naturalmente não aconteceu e, com igual
arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro
grupo de nacionalidades chamadas minorias, acrescentando assim
aos muitos encargos dos novos Estados o problema de observar
regulamentos especiais, impostos de fora, para uma parte de sua
população. (... ) Os Estados recém-criados, por sua vez, que haviam
recebido a independência com a promessa de plena soberania
nacional, acatada em igualdade de condições com as nações
ocidentais, olhavam os Tratados das Minorias como óbvia quebra
de promessa e como prova de discriminação.”
(Hannah Arendt, AS ORIGENS DO TOTALITARISMO)
A alternativa mais condizente com o texto é:
a) após a Primeira Guerra, os Tratados de Paz estabelecidos
solaparam a soberania e estabeleceram condicionamentos aos
novos Estados do Leste europeu através dos Tratados das
Minorias, o que criou condições de conflitos entre diferentes
povos reunidos em um mesmo Estado.
b) o surgimento de novos Estados-nações se fez respeitando as
tradições e instituições dos povos antes reunidos nos impérios
que desapareceram com a Primeira Guerra Mundial.
c) os Tratados de Paz e os Tratados das Minorias restabeleceram,
no mundo contemporâneo, o sistema de dominação
característico da Idade Média.
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d) apesar dos Tratados de Paz estabelecidos depois da Primeira
Guerra terem tido algumas características arbitrárias em relação
aos novos Estados-nações do Leste europeu, o
desenvolvimento histórico destas regiões demonstra que foi
possível uma convivência harmoniosa e gradativamente ocorreu
a integração entre as minorias e as maiorias nacionais.
e) os Tratados de Paz depois da Primeira Guerra conseguiram
satisfazer os vários povos do Leste europeu. O que perturbou
a convivência harmoniosa foi o movimento de refugiados das
revoluções comunistas.
03. “Foi em 1994 que acabou o século XIX (...) De 1815 a 1914, a
Europa (...) desfrutara um século de paz (...) Nesse século, a
burguesia pôde consolidar o seu poder (...) E o imperialismo
colonialista ia bem, obrigado, na África e Ásia. A guerra de 1914
caiu como uma bomba NESTE (PARAÍSO).”
A 1º Guerra Mundial descortinou uma série de conflitos camuflados
neste “paraíso” tais como:
a) a luta pelas terras conquistadas na América e a manutenção do
tráfico de escravos.
b) a disputa de mercados mundiais pelas nações européias
imperialistas como a Inglaterra, Alemanha e França e a opressão
aos movimentos nacionalistas na África e na Ásia.
c) a difusão do movimento socialista em países como a Inglaterra
e França com o advento da Revolução Russa.
d) a disputa dos mercados consumidores europeus pelas nações
independentes da África e da Ásia.
e) a luta dos americanos e brasileiros pelo controle dos mercados
fornecedores de matérias-primas japoneses e africanos.
04. Os Estados Unidos emergiram como grande potência
econômica mundial após a Primeira Guerra Mundial porque:
a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra.
b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas).
c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e
suprimentos à Entente, enquanto as potências européias tiveram
suas economias arrasadas após o conflito.
d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para
enfraquecer a Alemanha, a grande potência industrial do início
do século.
e) se manteve afastado do conflito direto com as potências
européias, concentrando seus esforços no desenvolvimento
interno.
05. (MACKENZIE) Ao término da Primeira Grande Guerra, as
potências vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra
e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de Versailles, que
teve como conseqüências:
a) degradação dos ideais liberais e democráticos, agitações
políticas de esquerda - como o movimento espartaquista, crise
econômica e desemprego.
b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais, militarização do
Estado Alemão, recuperação econômica e incorporação de
Gdansk.
c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a afirmação dos
ideais liberais e democráticos e a valorização do marco alemão.
d) prosperidade econômica, rearmamento alemão,
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Primeira Guerra Mundial
desmembramento da Alemanha e fortalecimento dos partidos
liberais.
e) surgimento da República Democrática Alemã e da República
Federal Alemã, fortalecimento do nazismo, militarismo e
diminuição do desemprego.
06. (UFGO) Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o liberalismo
foi definitivamente questionado.
Diante da depressão econômica, do clima de revanchismo e da
lembrança traumática das trincheiras, os valores liberais dificilmente
podiam se sustentar. O entreguerras assistiu à construção de uma
nova ordem não identificada com a democracia liberal. Tal panorama,
especialmente visível na Itália e na Alemanha, levou esses países
ao encontro do fascismo.
Sobre a conjuntura política do período, julgue os itens como certos
ou errados.
( ) Depois da marcha sobre Roma, Mussolini foi chamado pelo rei
Vítor Emanuel III, em 1922, para integrar o governo. Por sua vez,
em 1933, Hitler foi nomeado pelo presidente Hindenburg para o
cargo de chanceler. Ambas as lideranças chegaram ao poder
em seus países por meio da legalidade.
( ) O culto à personalidade, uma política externa agressiva e o
apelo ao esforço nacional eram características do fascismo
alemão, mas não do italiano. Ao contrário de Hitler, Mussolini
não se empenhava em cultivar a imagem de grande líder nacional.
( ) Os meios de comunicação, nesses países, desfrutavam de
considerável liberdade de imprensa, criticando as opções
políticas do regime fascista nos programas de rádio e nos
jornais.
( ) As anexações territoriais eram importantes para os regimes
fascistas, porque, de um lado, contentavam o orgulho nacional
e, de outro, significavam possibilidades econômicas infinitas.
Tais fatores, dentre outros, explicam a obsessão de Hitler pelo
espaço vital, e o desejo de Mussolini pelo restabelecimento
dos domínios do antigo Império Romano.
Gabarito
01. a
02. a
03. b
04. c
05. a
06. V, F, F, V
51
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