1 FACULDADE ASSIS GURGACZ ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS COMO CICATRIZANTES: Aloe vera (BABOSA) e Chamomilla recutita (CAMOMILA) Cascavel 2015 2 RAYZA CARVALHO CARDOSO ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS COMO CICATRIZANTES: Aloe vera (BABOSA) e Chamomilla recutita (CAMOMILA) Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FAG, Curso de Farmácia. Prof. Orientadora: Patrícia Stadler Rosa Lucca. Cascavel 2015 3 RAYZA CARVALHO CARDOSO ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS COMO CICATRIZANTES: Aloe vera (BABOSA) e Chamomilla recutita (CAMOMILA) Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora Patrícia Stadler Rosa Lucca. BANCA EXAMINADORA _______________________________ Professora Me. Patrícia Stadler Rosa Lucca _______________________________ Professor Avaliador _______________________________ Professor Avaliador Cascavel, 19 de Junho de 2015. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus por sempre iluminar meus passos, por sempre estar presente comigo me dando a sua proteção, me dando a sua força e por todas as benções. Principalmente aos meus pais amados Maria das Graças Carvalho e Nerli Celso Cardoso por todos os seus esforços que fizeram para que eu possa ter realizado o meu sonho. Por me guiarem sempre com todo o amor do mundo e paciência e sempre me incentivaram à nunca desistir dos meus sonhos. 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por ter me dado à vida, à família maravilhosa e aos meus amigos queridos. Por estar presente em todos os momentos da minha vida, me guiando e me abençoando. Pelo seu amor incondicional me abrigando nos momentos de desesperos e me dando forças na minha grande jornada. Principalmente a minha mãe Maria das Graças Carvalho por todo o seu amor, por toda a sua luta e dedicação desde quando nasci pelo exemplo de mulher guerreira e batalhadora. Meu maior exemplo de vida, onde é a minha maior fonte de inspiração, por ter o coração mais lindo e generoso do mundo. Por me acolher sempre eu seus braços, por me proteger e pela sua dedicação como mãe. A quem sou totalmente grata e orgulhosa por Deus ter me escolhido como sua filha. Pra você todo o meu amor e respeito do mundo. Ao meu pai Nerli Celso Cardoso pelos seus conselhos, pela sua proteção, por ser o meu maior herói. Dando-me atenção, me aconselhando, me dando abrigo em seu colo quando achei que nada seria possível e por todo o seu esforço para que eu nunca desistisse do meu sonho e me inspirando. Para você todo o meu amor e respeito do mundo. Ao meu irmão Richard Brian Carvalho Cardoso, por ser o meu melhor amigo, por ser o meu maior protetor, por sempre segurar a minha mão quando inúmeras vezes pensei em desistir de tudo. Por ser o meu porto seguro e pelo homem de coração mais generoso que já conheci. Sei que sou chata e brigo muitas vezes com você e sou muito ciumenta e protetora, mas faço isso por nunca querer vê-lo machucado e triste. Pois você é a melhor parte de mim. Pra você todo o amor desse mundo. A minha avó Rosalina Tavares Carvalho por seu amor de avó, por sempre me mimar e sempre se preocupar comigo. Pelo seu coração generoso e acolhedor, por me motivar e ser meu exemplo de inspiração de mulher guerreira e batalhadora. A minha querida avó Izaildes Camilo Cardoso, que é a estrela 6 mais bonita do céu, que em vida sempre foi uma avó zeladora e generosa. As duas por serem a matriarca das famílias mais linda e abençoada que Deus me deu. Pra vocês duas todo meu amor, respeito, carinho e orgulho desse mundo. As minhas amigas e amigos por serem paciente por serem meu refugio quando precisei e pelo gesto de amizade verdadeira. Em especial a Caroline Szatkowski Americano , Janaina Nascimento, Mateus Mota Boligon e Medieli Oliboni, por terem o coração mais lindo e digno que já conheci, por me escutarem, me aconselhares e me apoiarem, por serem o meu chão quando achava que tudo iria desabar por estarem comigo quando mais precisei de um colo e proteção. Principalmente a Ana Paula Rison, por me mostrar como ser forte e guerreira, por confiar a mim a sua maior riqueza o seu filho Gabriel Rison e me deixar se tornar a tia dele. A ele, que me mostrou o amor incondicional sem pedir nada em troco, onde sempre será o maior amor da minha vida, o meu príncipe encantado, onde sempre protegerei e amarei. A todos vocês por terem compartilhado comigo momentos que jamais sairão da minha memória. A minha orientadora Patrícia Stadler Rosa, pelo seu exemplo dado tanto em aula como fora dele, por ser uma pessoa sempre atenciosa e conselheira, por exigir de mim aquilo que achei que seria incapaz de conseguir, pelos seus ensinamentos onde sou grata, sempre estando ali me orientando e dedicando parte do seu tempo, para essa realização. As técnicas de laboratório e a coordenadora de laboratório por me ajudarem e sempre que possível me tirando as minhas dúvidas. Agradeço a todos que me ajudaram direto ou indiretamente para o desenvolvimento deste trabalho 7 Sumário 1 - REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................08 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................27 2 - ARTIGO ......................................................................................................29 NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS.................45 8 REVISÃO DE LITERATURA LESÕES DE PELE As lesões de pele são cada vez mais frequentes em diversas regiões do mundo, e isso se deve ao aumento do número de indivíduos com doenças crônicas e que predispõe o desenvolvimento de lesões, como por exemplo, o diabetes. Dos mais de 150 milhões de diabéticos no mundo, 15 % apresentarão feridas no decorrer de sua vida. (MARCONDES, 2006). Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade, sendo que, na pele, essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia, enrugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pele senil. (LAVKER et al. 1989) Segundo Cruzzi et al. (2001) a mudanças nas características da pele humana durante o envelhecimento são frequentemente determinadas por forças ambientais ou extrínsecas, tais como radiação ultravioleta, assim como por fatores intrínsecos, alguns deles relacionados com alterações no tecido conjuntivo da derme. Alterações no tecido conjuntivo, que atua como alicerce estrutural para epiderme, delineiam essas mudanças na aparência externa, que são refletidas no estrato córneo. As modificações do aparelho colágeno-elástico ao longo da vida estabelecem uma base morfológica substancial para compreender as adaptações bioquímicas e biomecânicas da pele com a idade. A espessura da pele e suas propriedades visco-elásticas não dependem apenas da quantidade de material presente na derme, mas também de sua organização estrutural. ( LEVEQUE et al., 1984). 9 Figura: Constituintes da pele. As infecções bacterianas da pele podem representar um processo patogênico cutâneo primário ou uma manifestação cutânea secundária à infecção inicial de outro órgão. Podem ser supurativas, decorrentes da proliferação das bactérias na pele, ou podem ser decorrentes de hipersensibilidade a antígenos bacterianos. (SAMPAIO, 2007). Na patogênese da infecção bacteriana da pele devem ser consideradas, como fatores determinantes do comportamento clínico da infecção, a patogenicidade do microorganismo, a porta de entrada do germe e a resposta do hospedeiro à infecção. A penetração do microorganismo/patogino diretamente na pele, habitualmente, produz inflamação e supuração e a partir desta, colonização cutânea primária. Pode determinar disseminação da bactéria via hematogênica como bacteremia e septicemia. Por outro lado, quando a 10 infecção primária ocorre em outro órgão, através da disseminação hematogênica, as bactérias atingem a pele, determinando comprometimento das paredes dos vasos cutâneos, onde ocorre trombose vascular com hemorragia e por vezes necrose do território cutâneo correspondente ao vaso ocluído. (SAMPAIO, 2007). Como as lesões de pele são muito comuns e, frequentemente de difícil cura, várias técnicas têm sido utilizadas para auxiliar na cura dessas lesões, mas os tratamentos são caros, demorados e nem sempre eficazes. (MARCONDES, 2006). ATIVIDADE ANTIMICROBIANA Atualmente, a pesquisa, a descoberta e a produção de novos agentes antimicrobianos revelam-se crescentes e necessárias, considerando que, além do seu emprego como agentes terapêuticos na medicina humana e veterinária, os antibióticos são, também, utilizados para promover o ganho ponderal e rápido crescimento de animais criados para alimentação humana. Ademais, são utilizados para proteção contra a deterioração de alimentos mantidos no gelo ou em conservas, no combate a ervas daninhas e na preservação de plantas e na esterilização de meios laboratoriais. Embora a quase totalidade destas novas substâncias não tenha aplicação pratica, a pesquisa por novos antibióticos continua, principalmente para combater os microrganismos resistentes aos antibióticos mais antigos. (TAVARES, 2009). O estudo de agentes antimicrobianos tem grande abrangência, sendo ponto crucial em vários setores do campo farmacêutico e cosmético. Outro ponto 11 a ser ressaltado é a utilização desse estudo como primeiro screening na descoberta da atividade farmacológica de novos agentes, sendo de extrema importância, principalmente em um país como o Brasil que oferece uma imensa biodiversidade. Desta forma, tais pesquisas podem contribuir significativamente no desenvolvimento da saúde em nível mundial, encontrando substâncias mais eficazes e menos tóxicas na corrida contra a resistência e o surgimento de microrganismos patogênicos (LIMA et al., 2006). As taxas de resistência bacteriana registradas nos hospitais têm sido crescentes, o quem tem despertado a atenção e preocupação dos profissionais da saúde. Além disto, bactérias originárias de ambientes não hospitalares carreadoras de genes multirresistentes tornam as infecções bacterianas cada vez mais difíceis de serem tratadas, aumentando ainda os riscos para pacientes internados e imunossuprimidos. Além de permitir a sobrevivência em ambientes considerados tóxicos às bactérias, mecanismos de resistência podem contribuir com fatores de virulência, regulação da homeostase bacteriana e desintoxicação de metabólitos intracelulares. O surgimento e a disseminação de resistência bacteriana ocorrem por diferentes mecanismos normalmente relacionados à pressão seletiva e também devido ao uso incorreto de antibióticos. (MARTINEZ, 2007). A pesquisa de novos agentes antimicrobianos se faz necessária devido ao surgimento de microrganismos resistentes e de infecções oportunistas fatais, associadas a AIDS, quimioterapia antineoplásica e transplantes (PENNA et al., 2001). A Indústria farmacêutica vem desenvolvendo novos antibióticos e modificando as moléculas de algumas drogas já existentes, devido à resistência 12 que os microorganismos vêm demonstrando nas ultimas três décadas. Isto é o que preocupa, pois em hospitais com pacientes imunocomprometidos acabam surgindo bactérias e fungos que apresentam novos perfis de resistência a antibióticos, assim sendo surgem novas infecções em hospitais ou em residências podendo levar a mortalidade e morbidade de muitas pessoas (SANTOS et al., 2007). A descoberta de novos antimicrobianos mostrou-se importante, sobretudo pela observação de que a sensibilidade das bactérias ás drogas podia sofrer variações, encontrando-se microrganismos pertencentes a uma mesma espécie nos quais algumas estirpes ou raças eram sensíveis, enquanto outras eram resistentes á ação de um mesmo antibiótico. Com isto, verifica-se que o fenômeno da resistente bacteriana aos antimicrobianos, tão seriamente estudado nos dias atuais, já era manifestação observadas desde o inicio da antibioticoterapia. (TAVARES, 2009) O desenvolvimento da antibioticoterapia recebeu um novo impulso quando, em 1959, Batchelor e outros pesquisadores, dos Laboratórios Beecham, na Inglaterra, descobriram o método prático de obtenção do ácido 6-aminopenicilânico (6-APA), substancia que constitui o núcleo central da penicilina G. (TAVARES, 2009) Algumas drogas possuem um estreito espectro de atividade microbiana, ou ao número de tipos microbianos diferentes que lês afetam. A penicilina, por exemplo, afeta bactérias gram-positivas, mas muito poucas gram-negativas. Antibióticos que afetam um número grande de bactérias gram-positivas ou gramnegativas são denominados antibióticos de largo espectro. (TORTORA et al., 2003). 13 Os antibióticos e os quimioterápicos interferem com diferentes atividades da célula bacteriana, causando a sua morte ou somente inibindo seu crescimento. Os primeiros são chamados bactericidas e os segundos, bacteriostáticos. Embora os antibacterianos sejam normalmente divididos nas duas categorias, deve ser lembrado que algumas drogas, tipicamente bacteriostáticas, podem ser bactericidas para determinadas espécies de bactérias. Por exemplo, o cloranfenicol é um agente bacteriostático por excelência, mas funciona como bactericida para o Haemophilus influenzae e o Streptococcus pneumoniae, enquanto as penicilinas são drogas bactericidas típicas que em certas circunstâncias funcionam como bacteriostáticas. (TRABULSI et al., 1999). As bactérias podem ser classificadas em sensíveis e resistentes aos antimicrobianos. Em geral, classificam-se como resistentes as bactérias que crescem, in vitro. (TRABULSI et al., 1999). As bactérias resistentes e que são responsáveis pelas infecções, podem ser classificadas em gram-positivas ou gram-negativas conforme as características da parede celular. Nas bactérias gram-positivas o peptidoglicano forma uma camada espessa (20-80 nm), externa à membrana celular e pode conter outras macromoléculas, já as bactérias gram-negativas a camada de peptidoglicano é delgada (5-10 nm) e com uma membrana externa que tem as principais moléculas sendo o lipopolissacarídeo e lipoproteína (MIMS et al., 1999). STAPHYLOCOCCUS AUREUS 14 Estafilococos são cocos Gram-positivos da família Micrococcaceae, são amplamente encontrados na natureza e fazem parte da microbiota normal da pele e mucosa. O gênero Staphylococcus é composto por cerca de 27 espécies, sendo algumas delas causadoras de infecções de caráter oportunista em seres humanos e animais (KONEMAN et al., 2001). Staphylococcus aureus é a espécie que geralmente está envolvida em infecções piogênicas humanas tanto de origem comunitária como hospitalar, localizadas na pele ou em regiões mais profundas (SCHAECHTER et al., 2002; BOKHARI, 2003). Staphylococcus aureus é considerado um dos agentes patogênicos mais comuns responsáveis por severas infecções em humanos. Está amplamente distribuído na natureza, sendo os humanos e os animais seus principais habitat. Na epidemiologia das doenças veiculadas por alimentos, especialmente os de origem animal e seus derivados, o Staphylococcus aureus destaca-se devido a sua alta prevalência e o risco de produção de toxinas causadoras de gastrenterites alimentares (RIBEIRO et al., 2009). Em alguns processos, predomina um quadro infeccioso caracterizado por danos ao hospedeiro, diretamente associados à presença do microorganismo, enquanto em outros as manifestações são basicamente de uma intoxicação, podendo a bactéria estar presente no organismo ou não. (TRABULSI et al., 2005). O impetigo é uma infecção cutânea da epiderme causada pelo S. aureus, que se localiza principalmente na face e nos membros, mais comum em crianças jovens. Frequentemente, ocorrem lesões múltiplas devido à propagação secundaria do processo para áreas adjacentes da pele. Estas lesões múltiplas se apresentam em diferentes estágios de desenvolvimento. A foliculite é uma 15 infecção do folículo piloso, com formação de uma pequena coleção de pus abaixo da epiderme. (TRABULSI, et al., 2005). A infecção dos folículos pilosos, ou foliculite, frequentemente ocorre em forma de espinhas. O folículo infectado em um cílio é denominado terçol (ou hordéolo). Uma infecção mais séria dos folículos pilosos é o furúnculo, que é um tipo de abscesso, uma região localizada de pus circundado por tecidos inflamado. (TORTORA et al., 2005). Quando o corpo não consegue isolar um furúnculo, o tecido do vizinho pode ser progressivamente invadido. A lesão extensa é denominada um carbúnculo, uma inflamação profunda endurecida e circular do tecido abaixo da pele. Nesse estagio da infecção, o paciente geralmente exibe sintomas de doença generalizada, como febre. (TORTORA et al., 2005). PSEUDOMONAS ARUGINOSA O microrganismo foi isolado pela primeira vez em1882 por Gessard, que o chamou de Bacillus pyocyaneus, sendo uma de suas características a produção de um pigmento denominado piocianina. (LYCZKA et al., 2000) Pseudomonas aeruginosa, é o mais frequente bacilo Gram-negativo não fermentador isolado nos laboratórios de microbiologia clinica, é um dos microorganismo mais ubiquitários, pois é encontrado no solo, na aguá, nos vegetais, nos animais, nos alimentos e nos diversos ambientes hospitalares. Raramente, causa infecção num individuo imunocompetente, porém é um doa principais agentes de infecção em indivíduos com defesas diminuídas. Considerado que o patógeno oportunista, é um dos mais importantes agentes de infecção hospitalar. Sua importância clinica está baseada na difícil erradicação 16 da infecção e contínuos fracassos terapêuticos, consequência direta da ampla expressão de fatores de virulência, assim como resistência natural e adquirida a muitos antibióticos e desinfetantes. (TRABULSI et al., 2005). O isolamento de Pseudomonas aeruginosa multirresistentes tem sido frequente nos últimos anos. Vários agentes antimicrobianos têm se tornado menos ativos, reduzindo o número de opções terapêuticas e aumentando o impacto clínico de infecções nosocomiais. Dentre as preocupações relacionadas à resistência antimicrobiana, destacam-se a produção de metalo-betalactamase. (KUGLER et al., 1998). A P. aeruginosa também é um patógeno oportunistas muito comuns e serio em pacientes queimados, particularmente naqueles com queimaduras de segundo e terceiro grau. A infecção pode produzir um pus azul-esverdeado, cuja cor é causada pelo pigmento bacteriano piocianina, (TORTORA, 2005). A Pseudomonas aeruginosa é o Pseudomonídeo mais frequente isolado de amostras clínicas, a infecção é especialmente prevalente entre pacientes com queimaduras, fibrose cística, leucemia aguda, transplante de órgãos e drogas endovenosas, as infecções são observadas em sítios onde exista tendência ao acúmulo de umidade: traqueostomias, cateteres permanentes, queimaduras, ouvido externo (ouvido de nadador) e ferido cutâneo exsudativos, a exsudação de pus azulado, com odor de uvas produzido pela piocianina. (KONEMAN et al., 2001). As infecções da pele causada pelo Pseudomona aeruginosa produz uma erupção cutânea de áreas preta violácea, essas áreas apresentam uma lesão no centro circundada por uma região hiperemiada e edemaciada, a erupção ocorre na axila e na virilha, exemplo: a Foliculite da banheira é uma 17 erupção cutânea formada por pequenas pústulas com uma gota de pus no centro, as infecções graves ocorrem com maior frequência em hospitais e o microrganismo é encontrado com frequência em áreas úmidas como pias e coletores de urina. (WINN et al., 2001). PRODUTOS NATURAIS COMO FONTES DE NOVOS ANTIMICROBIANOS Os produtos naturais são utilizados pela humanidade desde tempos imemoriais. A busca por alívio e cura de doenças pela ingestão de ervas e folhas talvez tenham sido uma das primeiras formas de utilização dos produtos naturais. A história do desenvolvimento das civilizações Oriental e Ocidental é rica em exemplos da utilização de recursos naturais na medicina, no controle de pragas e em mecanismos de defesa, merecendo destaque a civilização Egípcia, Grecoromana e Chinesa. A medicina tradicional chinesa desenvolveu-se com tal grandiosidade e eficiência que até hoje muitas espécies e preparados vegetais medicinais são estudados na busca pelo entendimento de seu mecanismo de ação e no isolamento dos princípios ativos. (DEWICK, 1995). As técnicas desenvolvidas e utilizadas no Egito para conservação de múmias ainda são um desafio para a Química moderna. Na Idade Antiga, além de técnicas medicinais, muitos venenos foram descobertos na natureza e utilizados para fins de defesa, caça e mesmo ilícitos, como a utilização do veneno de Hemlock (Conium maculatum) na execução de prisioneiros, inclusive Sócrates, durante o Império Grego. (PINTO et al., 1997). 18 Outro exemplo marcante de produtos naturais que causaram grande impacto na humanidade, e que de certa forma modificou o comportamento do homem moderno, foi a descoberta das substâncias alucinógenas. Os povos antigos utilizavam largamente rapés e bebidas alucinógenas em suas práticas religiosas e mágicas. Na Grécia antiga, extratos vegetais eram utilizados em execuções, como no caso de Sócrates, que morreu após a ingestão de uma bebida à base de cicuta, que continha a conina. .(DEWICK, 1995). Os produtos naturais vêm recuperando espaço e importância na indústria farmacêutica seja como fonte inspiradora de novos padrões moleculares bioativos. Na Europa, a fitoterapia já é parte da medicina tradicional, sendo que extratos de plantas e componentes ativos, além de produtos medicinais acabados, estão descritos em muitas farmacopeias. Exemplos marcantes da importância da fitoterapia de origem oriental são os extratos de ginseng e de Hypericum, o fitoterápico TMPZ-2 (extrato de Ligusticum chuanxiong, utilizado no tratamento da angina), Crategus bu-wang (anticolesteromêmico). (YUNES, 2001). Os estudos contendo opções de tratamentos naturais são de grande importância para a sociedade, pois o uso indiscriminado e prolongado de antimicrobianos sintéticos tem levado à seleção de microrganismos patogênicos mutantes resistentes a esses compostos, dessa forma o uso de antimicrobianos de origem natural torna-se uma alternativa eficaz e econômica (CRISAN et al., 1995). Segundo Ginzburg et al., (2000) o desenvolvimento de cepas resistentes ás várias classes de antibiótico, tem modificado as atitudes para a redução do uso de antibióticos sem prescrição médica, porém a resistência bacteriana 19 continua em alta, dando destaque a uma procura por novos antibióticos, em especial para as plantas medicinais e para os produtos de origem natural . A atividade antimicrobiana de extratos vegetais é avaliada através da determinação de uma pequena quantidade da substância necessária para inibir o crescimento do microrganismo teste; esse valor é conhecido como Concentração Mínima Inibitória (CMI). Um aspecto bastante relevante na determinação da CMI de extratos vegetais é a preocupação em relação aos aspectos toxicológicos, microbiológicos e legais pertinentes aos compostos naturais ou suas combinações (PINTO et al., 2003) Atualmente, existem vários métodos para avaliar a atividade antibacteriana e antifúngica dos extratos vegetais. Os mais conhecidos incluem método de difusão em ágar, método de macrodiluição e microdiluição. Para determinar a CMI ou a Concentração Mínima Bactericida (CMB) de extratos ativos de plantas, tem-se utilizado um método sensível de microdiluição desenvolvido por Eloff em 1998. (PINTO et al., 2003) As variações referentes à determinação da CMI (Concentração Mínima Inibitória) de extratos de plantas podem ser atribuídas a vários fatores. Dentre eles podemos citar a técnica aplicada, o microrganismo e a cepa utilizada no teste, à origem da planta, a época da coleta, se os extratos foram preparados a partir de plantas frescas ou secas e a quantidade de extrato testada. Assim, não existe método padronizado para expressar os resultados de testes antimicrobianos de produtos naturais (FENNEL et al., 2004). ALOE VERA Entre milhares de vegetais um dos mais utilizados é a Aloe vera L. (babosa), nome dado por Carl Von Linne em 1720. É uma planta pertencente à 20 família Liliaceae que tem origem na região noroeste africana e ocorrência em regiões subtropicais e tropicais. Trata-se de uma planta medicinal com registros de sua utilização em torno do ano de 400 a.C. (CASTRO et al, 2002). É uma planta herbácea, suculenta, de até 1 m de altura. Tem folhas grossas, carnosas e suculentas, dispostas em rosetas presas a um caule muito curto, que quando cortadas deixam escoar um suco viscoso, amarelado e muito amargo. Alem de cultivada para fins medicinais e cosméticos, cresce de forma subespontânea em toda a região Nordeste. Prefere solo arenoso e não exige muita água. Multiplica-se bem por separação de brotos laterais (filhação). (MATOS, 2000). A planta é separada em dois produtos básicos: gel e látex, como mostrado na Figura 1. O látex é um líquido de consistência leitosa, coloração amarelaocre, sabor amargo e aroma rançoso, sendo produzido por células excretoras do mesófilo, localizado logo abaixo da epiderme das folhas (GRINDLAY et al, 1996). Figura 1: Látex e Gel da Aloe vera (babosa). O gel da babosa ou mucilagem é uma substância clara e pouco consistente, semelhante a uma geleia, obtida do tecido parênquimal que compõe a porção interna da folha (LULINSKI et al, 2003). 21 Segundo Matos (2000), o sumo mucilaginoso de suas folhas possui atividade fortemente cicatrizantes devido ao polissacarídeo e uma boa ação antimicrobiana sobre bactérias e fungos, resultante do complexo fitoterápico formado pelo aloeferon e as antraquinonas. Segundo Sydiskis et al. (1991), atualmente muitos compostos originários da Aloe vera L. (babosa) vêm sendo testados na cura de doenças como asma, isquemia, hipertensão, psoríase, artrite reumatoide e vários tipos de câncer. Seu modo de ação não é exatamente conhecido, ainda que muitas moléculas e tipos celulares tenham sido identificados como antraquinonas. Em uma pesquisa realizada com pacientes que possuíam diagnóstico de tumores metastáticos e faziam quimioterapia, foi administrado, a um grupo, 10 ml de extrato de A. arborescens por via oral três vezes/dia, além da quimioterapia; a outro grupo apenas se manteve o tratamento quimioterápico. Os pacientes que utilizaram o extrato de A. arborescens apresentaram regressão do tumor e uma sobrevida de 1 ano em relação aos pacientes que utilizaram somente a quimioterapia. (LISSONI et al., 2009). Outro teste de importância, onde pode comprovar a atividade antimicrobiana da babosa foi realizado por Garcia (2005), em que preparou um sumo puro, um gel que usou como base de hidroxietil celulose e pó liofilizado da polpa do Aloe vera L. para determinar a atividade antimicrobiana do material obtido. Os microorganismos testados foram Streptococcus mutans, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Lactobacillus casei, Cândida albicans e Actinobacillus actinomycetemcomitans. Os resultados da avaliação microbiológica mostraram que o extrato de Aloe vera L. liofilizado teve atividade 22 antimicrobiana efetiva contra os microorganismos testados quando comparado com o sumo e o gel, e esta ação foi efetiva até 24 horas. Posteriormente, Robson e seus colaboradores (1982), estudaram as propriedades antimicrobianas de extrato de Aloe vera L. em concentrações inibitórias mínimas. As concentrações de 60% tiveram atividade bactericida para Pseudomona aureginosa, Kleisbella pneumoniae, Serratia marcecens, Citrobacter species, Enterobacter coclae, S. pyogenes e Streptococcus agalactiae. O extrato em concentrações de 70%, 80% e 90% mostrou ser bactericida para Streptococcus aureus, Escherichia coli e Streptococcus faecalis e Candida albicans, respectivamente. Jasso et al. (2005) observaram a atividade antifúngica de vários tipos de preparações e concentrações de extrato de Aloe vera L utilizando uma fração liquida do Aloe vera L. os autores confirmam a atividade antifúngica do Aloe vera L. Fujita et al. (1976) relataram que a Aloe vera L. inativa significativamente a bradicinina in vitro. Os mesmos autores referem-se à existência na Aloe vera L., de carboxipeptidase, capaz de hidrolisar a radicinina e angiotensina I in vitro. A bradicinina é um vasodilatador e potente agente produtor da dor. Também relatam que a carboxipeptidase da Aloe vera L. pode inibir a bradicinina in vivo, diminuindo o sitio da inflamação aguda. CHAMOMILLA RECUTITA. 23 A Chamomilla recutita é também umas das plantas mais utilizadas pela população. É uma planta hebárcea, anual, aromática, de ate um metro e altura com folhas pinatissectas. Flores reunidas em capítulos compactos, agrupados em corimbos, com as flores centrais amarelas e as marginais de corola lingulada branca. Fruto do tipo aquênio, cilíndrico (SIMÕES et al., 2001; VIOLA et al., 1995) Enquanto o conhecimento popular tem consagrado a camomila (Matricaria recutita L.) como um eficaz antiinflamatório, a literatura científica vem confirmando esse conhecimento até então empírico e instintivo. A camomila (Matricaria recutita L.) pertence à família das Asteraceae (compostas) e recebe outras sinonímias como: camomila-comum, camomila vulgar, camomila legítima, camomila dos alemães, matricaria e macela. A M. recutita é uma das poucas plantas medicinais cujos constituintes químicos foram exaustivamente avaliados farmacologicamente, inclusive em testes clínicos. A atividade anti-inflamatória da droga deve-se à presença de óleos essenciais, ricos em azuleno, matricina e alfa-(-)-bisabolol. (ACHTERRAHT-TUCKERMANN et al., 1980; BRAGA et al., 2009). O óleo essencial da camomila possui α-bisabolol que apresenta propriedades antiinflamatórias e antisséptica Torrado et al., (1995). Avaliando cultivares de camomilas provenientes do Canadá, Letchamo e Marquard (1993) observaram tendência de decréscimo no conteúdo de óleo essencial a cada colheita afetando também a concentração dos constituintes, de forma que a maior percentagem de α-bisabolol foi obtida nas primeiras colheitas, com posterior decréscimo. O conteúdo de camazuleno, uma das substancias 24 presente no óleo essencial de camomila com propriedades analgésicas, antiinfecciosa e antialérgica, por sua vez, apresentou oscilação entre as colheitas. O camazuleno presente no óleo essencial da planta possui reconhecida atividade antiinflamatoria, reforçada pela presença de matricina e α--bisabolol, sendo que o α-bisabolol possui propriedades antiflogísticas, antibacterianas, antimicóticas e protetora de mucosas, agindo assim, contra úlceras. Outros princípios ativos também apresentam propriedades espasmoliticas como os flavonóides e as cumarinas, sendo que a estas últimas se atribui o efeito inibitório do crescimento de certos microorganismos (TESKE et al., 1997). Silva et al. (1995) relatam que a camomila é indicada para combater gazes intestinais, cólicas, relaxante, febre, digestivo e para alergias. Martins et al. (2000) indica a camomila como antiinflamatório, analgésico, antiespasmódica e cicatrizante. A atividade ansiolítica e sedativa da camomila vem sendo atribuída à apigenina, um flavonoide isolado a partir da flor de camomila desidratada Unseld et al., (1989). Avallone et al. (2000) testaram os efeitos sedativos e ansiolíticos da apigenina em ratos adultos e observaram que, em doses de 25 e 50mg kg-1, exerceram atividade sedativa, mas não mostrou um claro efeito ansiolítico e relaxante muscular, sendo esses efeitos atribuídos à outros compostos da camomila. O infuso (chá) de camomila tem sido usado em afecções orais relacionadas a processos inflamatórios e/ou infecciosos Paixão et al. (2002), principalmente nas estomatites, gengivites, aftas e na halitose, quer sob a forma de bochechos, quer em formulações dentifrícias (TORRES et al., 2000; DRUMON et al., 2004). A camomila também tem sido utilizada em estudos de prevenção e controle de sequelas em pacientes sob tratamento radioterápico na 25 região de cabeça e pescoço e tem demonstrado ser eficiente na diminuição do desconforto causado pela hipossalivação e mucosite (CARDOSO et al., 2005). Tem sido observado que a camomila usada preventivamente (antes da sessão de radioterapia) reduz os casos de mucosite clinicamente significativa. Quando utilizada terapeuticamente, produz alívio imediato dos sintomas (MCKAY, 2006). O mesmo resultado havia sido obtido na mucosite induzida por altas doses de metotrexato: o uso diário do chá de camomila como enxagüatório oral reverteu a mucosite grau 3 (ulceração na cavidade oral, dieta líquida) para o grau 2 (eritema e ulceração, possibilidade de dieta sólida) após 13 dias e houve completa cura em 4 semanas (MAZOKOPAKIS et al., 2005). Segundo Gupta et al. (2007) e Hernández et al. (2002) O extrato aquoso da camomila tem sido utilizado para a cura de várias doenças, como insônia, ansiedade, distúrbios gastrintestinais, ulceras, entre outros. Mas de 100 metabólitos foram mencionados como componentes da planta e estudos farmacológicos mostram que o bisabolol, sequiterpenos presente na sua composição, reduz inflamações, previne o desenvolvimento de úlceras gástricas e tem propriedades antibacterianas e antifúngicas. A avaliação da atividade antimicrobiana do alfa-bisabolol revelou que ele inibe o crescimento de fungos e leveduras, como também tem atividade fungicida contra C. albicans e Sacchraromyces cerevisiae (PAULI, 2003) Asolini et al. (2006) avaliaram a atividade antimicrobiana dos extratos etanólico e aquoso das folhas de camomila (Matricaria chamomilla) sobre as cepas Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus cereus e Bacillus subtillis e encontraram que o extrato aquoso de camomila não apresentou nenhuma atividade inibitória sobre S, aureus e P. aeruginosa. No 26 estudo conduzido por Brehm-Stecher e Johnson (2003), foi encontrado que em baixas concentrações (0,5 mM) o alfa-bisabolol modifica a permeabilidade da membrana do microrganismo Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Cornwell e Barry (1994) já haviam encontrado que o farnesol e o nerolidol são mais efetivos na penetração da membrana celular do que o bisabolol, propondo que longas cadeias carbônicas das moléculas possuem um papel importante na penetração das membranas bacterianas. Segundo Fabri et al. (2011), o extrato metanoico da camomila apresentou atividade antibacteriana frente a P. aeruginosa, atividade não significativa frente a S. aureus, e nenhuma frente à Escherichia coli e Salmonella enterica pelo método de susceptibilidade em microdiluição em caldo. No entanto, Abdoul-Latif et al. (2011), descreveram atividade antibacteriana do extrato metanólico da camomila frente à S. aureus, porém pela técnica de difusão em ágar (16 mm). Bayoub et al. (2010) relataram que o extrato etanólico da camomila apresentou atividade antibacteriana frente a Listeria monocytogenes e S. aureus, porém não foi efetiva frente a E. coli. Silva et al. (2012) também observaram que o extrato hidroalcoólico de camomila foi eficiente contra S. aureus e ineficiente frente a E. coli. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 CASTRO, L. O; et al.Cultivo de Três Espécies de Babosa. Secretaria da Ciência e Tecnologia Fundação Estadual de Pesquisa agropecuária-fepagro, circular técnica. n. 20. nov. 2002. CRISAN, I.; ZAHARIA, C. N.; POPAVICI, F; JUCU, V.; BELU, O.; DASCALUu, C.; MUTIU, A.; PETRESCU, A Natural propolis extract nivcrisol in the treatment of acute and chronic rhinopharyngitis in children. Rom j virol, bucareste,1995. DEWICK, P. M.; Medicinal natural products: a biosynthetic approach, John Wiley & Sons: New York, 1997. FENNEL CW, LINDSEY KL, MC GAW LJ, SPARG SG, STAFFORD GI, ELGORASHI EE, GRACE OM, VAN STADEM J. Review: Assessing African medicinal plants for effi cacy and safety: Pharmacological screening and toxicology. J. Ethnopharmacol, 2004. GARCIA, A, G. 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Atividade antimicrobiana de plantas medicinais utilizadas como cicatrizantes: Aloe vera (babosa) e Chamomilla recutita (camomila) 29 CARDOSO, R.C ¹*, LUCCA, P.S.R.² ¹ Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. das Torres, 500, Loteamento Fag, Cascavel/PR. Email: [email protected]. ² Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. das Torres, 500, Loteamento Fag, Cascavel/PR. Email: patrí[email protected] RESUMO: Os estudos contendo opções de tratamentos antimicrobianos naturais são de grande importância para a sociedade, pois o uso indiscriminado e prolongado de antibióticos sintéticos têm levado à seleção de microrganismos patogênicos mutantes resistentes a esses compostos, tornando assim o uso de antimicrobianos de origem natural uma alternativa eficaz e econômica. Dentre as opções de plantas a serem usadas destacam-se a Aloe vera e a Chamomilla recutita, ambas utilizadas em tratamentos de afecções de pele. Assim o presente estudo teve como objetivo analisar in vitro a ação antibacteriana da mucilagem da babosa e do extrato da camomila em relação às bactérias: Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Foram coletadas folhas da babosa em uma horta caseira e flores de camomila no comercio da cidade de Cascavel-PR. As amostras foram levadas para o Laboratório de Microbiologia para a realização dos testes. Primeiramente realizou-se a extração da camomila pelo método de maceração com etanol. A mucilagem da babosa foi obtida a partir de um corte transversal da folha da planta, extraindo-se da porção central. Em seguida realizaram-se os testes in vitro pelo método de difusão em disco em cepas de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Os resultados demonstraram que, nas condições do presente estudo, as plantas em análise não apresentaram atividade antibacteriana. Palavras – chaves: Atividade Antimicrobiana, Aloe vera, Chamomilla recutita ABSTRACT: Antimicrobial activity of medicinal plants used as healing : Aloe vera ( aloe ) and Chamomilla recutita ( chamomile ). Studies containing natural treatment options are very important to general society, because besides the indiscriminate and prolonged of synthetic antimicrobial has led to selection of pathogens resistant mutants of these compounds, making the use of natural origin antimicrobials an effective and economical alternative. Among the options of plants to be used, stand out Aloe vera and Chamomilla recutitawhere both has been widely used since has demonstrated its effectiveness for skin diseases treatments. The present study aimed to analyze in vitro antibacterial action of the mucilage of Aloe vera and Chamomile extract with respect to bacteria: Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa. Aloe and chamomile leaves were collected in the trade of the city of Cascavel -PR, where they were taken to the Microbiology Laboratory for testing.It was first carried out by the extraction of camomile soaking method in which the extractant liquid used was ethanol. Regarding obtaining Aloe 30 vera mucilage materials were obtained from a cross section of the plant leaf, extracting from the central portion the product in natura gel form which in vitro tests were performed by disk diffusion method of Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa. The results demonstrated that the present study showed no antibacterial activity. Keywords: Antimicrobial Activity , Aloe vera, Chamomilla recutita. INTRODUÇÃO 31 O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos, sendo que seu uso no tratamento de enfermidades é tão antigo quanto à espécie humana (MACIEL et al., 2002). Atualmente, observa-se um crescimento na utilização de fitoterápicos pela população brasileira. Alguns fatores poderiam explicar o aumento do uso desses medicamentos, como os avanços ocorridos na área científica que permitiram o desenvolvimento de fitoterápicos reconhecidamente seguros e eficazes, como também uma forte tendência de busca, pela população, por terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primário à saúde (YUNES et al., 2001). O estímulo ao uso de fitoterápicos objetiva prevenir, curar ou minimizar os sintomas das doenças, com um custo mais acessível à população e aos serviços públicos de saúde, comparativamente àqueles obtidos por síntese química, que são, em geral, mais caros, devido às patentes tecnológicas envolvidas (TOLEDO et al., 2003). Uma das plantas medicinais muito utilizadas e conhecidas popularmente é a babosa (Aloe vera L.) que possui ação cicatrizante, antimicrobiana e antifúngica pela presença das antraquinonas como aloína, barbaloína e isobarbaloína, glicoproteínas e polissacarídeos no gel que possui no interior da folha na região central, podendo ser usado seguramente sobre a pele na forma de emplastro, pois tem grande capacidade de regenerar tecidos lesados, devido a estes compostos serem eficazes é o que justifica seu uso popular (MORAIS et al., 2005; SILVEIRA et al., 2008). A babosa tem sido usada como planta medicinal de uso interno. Pelo seu uso já consagrado desde os antigos egípcios e, atualmente, com seu crescente 32 emprego em cosmética e em queimaduras, a demanda por esta planta tem incrementado o seu cultivo (CASTRO & RAMOS, 2002). A planta é separada em dois produtos básicos: gel e látex. O látex é um líquido de consistência leitosa, coloração amarela-ocre, sabor amargo e aroma rançoso, sendo produzido por células excretoras do mesófilo, localizado logo abaixo da epiderme das folhas (GRINDLAY et al., 1996). O gel da babosa é a polpa da folha ou mucilagem, uma substância clara e pouco consistente, semelhante a uma geleia, obtida do tecido parênquimal que compõe a porção interna da folha. (TYLER, 1993). Além da Aloe vera outra planta bastante utilizada é a Chamomilla recutita conhecida popularmente como camomila, uma das plantas de uso mais antigo pela medicina tradicional europeia, e hoje é incluída como oficial nas farmacopeias de quase todos os países. Apresenta princípios ativos como o óleo essencial alfa-bisabolol, que contém camazuleno e camaviolino, além de flavonoides que contem apigenina, os taninos, cumarinas, que contem polissacarídeos e éteres bicíclicos. É utilizada na medicina científica e na popular como tônico amargo, digestivo, sedativo e antiespasmódico, agindo também por via tópica pela aplicação de compressa quente sobre o abdômen no tratamento de cólicas. A infusão aquosa das flores ou o próprio óleo essencial são empregados em pomadas e cremes com poder antiinflamatório, cicatrizante, analgésico e antivirótico (LORENZI et al., 2002). Enquanto o conhecimento popular tem consagrado a camomila (Matricaria recutita L.) como um eficaz anti-inflamatório, a literatura científica vem confirmando esse conhecimento até então empírico e instintivo. A M. recutita é uma das poucas plantas medicinais cujos constituintes químicos foram 33 exaustivamente avaliados farmacologicamente, inclusive em testes clínicos. A atividade anti-inflamatória da droga deve-se à presença de óleos essenciais, ricos em azuleno, matricina e alfa-(-)-bisabolol. (ACHTERRAHT-TUCKERMANN et al., 1980; BRAGA et al., 2009). Segundo Gupta et al. (2007) e Hernández et al. (2002) o extrato aquoso da camomila tem sido utilizado para a cura de várias doenças, como insônia, ansiedade, distúrbios gastrintestinais, ulceras, entre outros. Mais de 100 metabólitos foram mencionados como componentes da planta e estudos farmacológicos mostram que o bisabolol, sequiterpenos presente na sua composição, reduz inflamações, previne o desenvolvimento de úlceras gástricas e tem propriedades antibacterianas e antifúngicas. A atividade antimicrobiana vem sendo um dos principais assuntos a serem estudados nos dias atuais, devido à resistência que as bactérias e fungos vêm demonstrando e que são extremamente variáveis entre os países, regiões e em ambientes hospitalares. São necessários, então, estudos intermináveis acerca deste assunto para se descobrir tratamentos aos novos microorganismos que acometem tanto os imunocompetentes quanto os pacientes imunodeprimidos (TAVARES, 2000; ANTUNES et al., 2006). O conhecimento sobre espécies vegetais com propriedades antimicrobianas tem sido revisto e ampliado, devido aos crescentes problemas associados ao uso de diversos antibióticos como o limitado espectro de ação e seus efeitos colaterais (MOTA, 2005; SILVEIRA, 2006), além da aquisição de resistência múltipla aos mesmos. As infecções bacterianas estão disseminadas pelo mundo, principalmente nos países em desenvolvimento e, por isso, os estudos sobre a atividade antimicrobiana de plantas representam um grande 34 desafio para a descoberta e a identificação de novos fármacos (RAMOS et al., 2008; GUIMARÃES et al.,2010). Os estudos contendo opções de tratamentos naturais são de grande importância para a sociedade em geral, pois além do uso indiscriminado e prolongado de antimicrobianos sintéticos têm levado à seleção de microrganismos patogênicos mutantes resistentes a esses compostos, tornando o uso de antimicrobianos de origem natural uma alternativa eficaz e econômica (CRISAN et al., 1995). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo analisar in vitro a ação antibacteriana da mucilagem da babosa e do extrato da camomila em relação às bactérias: Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. MATERIAS E MÉTODOS CEPAS 35 Para o presente teste de atividade antimicrobiana foram utilizadas cepas de Staphylococcus aureus ATCC 25.923 e Pseudomonas aruginosa ATCC 9027. OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS Foram coletadas folhas da babosa em horta caseira no período das 18h30min e a camomila foi adquirida no comercio, na Cidade de Cascavel. Ambas foram levadas para o Laboratório de Microbiologia para a realização dos testes. PREPARO DO EXTRATO DE CAMOMILA E DA MUCILAGEM DA BABOSA A obtenção do extrato de camomila foi realizada através do método de maceração onde o liquido extrator utilizado foi o etanol. A droga vegetal foi colocada em contado com o liquido extrator por 9 dias com agitação esporádica do recipiente sem renovação do liquido extrator. Em relação à obtenção da mucilagem da babosa os materiais foram obtidos a partir de um corte transversal da folha da planta, extraindo-se da porção central o produto em forma de gel in natura onde foi realizado a diluição com água destilada inicialmente na porção de 1/1. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA O experimento foi conduzido no laboratório de microbiologia da Faculdade Assis Gurgacz – FAG. O meio de cultivo foi o meio sólido Ágar MüllerHinton. Os testes in vitro foram realizados pelo método de difusão em disco de papel. 36 O inoculo foi preparado através de solução salina, seguindo-se a padronização dos inóculos com turvação similar ao tubo 0,5 da Escala Mac Farland (1x 108 UFC/ml). Em seguida foram umedecidos swabs estéreis e realizado estrias nas varias direções sobre a superfície do meio contido na placa. Então foram depositados os discos embebidos com 10 µl da mucilagem da babosa diluído em água e do extrato de camomila sobre a superfície inoculada com o auxilio de pinça flambada e fria. Para o controle negativo usouse álcool 70 %, e como controle positivo os antibióticos sintéticos especificados para cada tipo de bactérias, sendo: Amicacina para Staphylococcus aureus e Gentamicina para Pseudomonas aruginosa. As placas foram incubadas a 37º C durante 24 horas, após foram realizados a leitura dos halos de inibição, verificando qual a concentração mínima teve atividade antimicrobiana (FARMACOPÉIA BRASILEIRA IV, 1988). Todos os testes foram realizados em quintuplicata e expressos em mm pela média aritmética do diâmetro dos halos de inibição formados ao redor dos discos. A leitura dos diâmetros dos halos de inibição foi interpretada de acordo com os critérios de interpretação preconizados pelo Manual para Antibiograma: difusão em Disco (KIRBY & BAUER, 2011) RESULTADO E DISCUSSÃO Na tabela 1 encontram-se os resultados referentes aos testes de atividade antimicrobiana da babosa e da camomila. 37 Tabela I. Resultados obtidos através do teste de sensibilidade antibacteriano da babosa e da camomila. S. aureus P. aeruginosa Extrato Antibiótico Babosa ____ 26 mm Camomila ____ 18 mm ____ Como Extrato ____ ____ Antibiótico 16 mm 18mm = Não houve zona de inibição. observado na tabela 1 no experimento realizado com Staphylococcus aureus, o controle positivo teve média de inibição 26 mm de diâmetro, mostrando-se sensível ao antibiótico Amicacina enquanto a mucilagem da babosa não apresentou atividade inibitória do crescimento bacteriano. No experimento com Staphylococcus aureus, o controle positivo teve média de inibição 18 mm de diâmetro, mostrando-se sensível ao antibiótico Amicacina, enquanto os extratos de camomila não apresentaram atividade inibitória do crescimento bacteriano. Para a Pseudomonas aeruginosa obteve-se halo de inibição de 18 mm, mostrando-se sensível ao antibiótico gentamicina, enquanto o extrato de camomila não apresentou atividade inibitória do crescimento bacteriano. No experimento com Pseudomonas aeruginosa, o controle positivo teve média de inibição de 16 mm de diâmetro, mostrando-se sensivel ao antibiótico gentamicina enquanto a mucilagem de babosa não apresentou atividade inibitória do crescimento bacteriano. 38 Segundo Grindlay & Reynolds (1986) o suco da babosa teve ações inibitórias contra Pseudomonas aeruginosa, Proteus vulgaris e fungos. Há vários relatos na literatura mostrando atividade bactericida, atuando contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e antifúngicas. Posteriormente, Robson et al. (1982) estudaram as propriedades antimicrobianas do extrato de Aloe vera L. em concentrações inibitórias mínimas. As concentrações de 60% tiveram atividade bactericida frente a Pseudomona aureginosa, Kleisbella pneumoniae, Serratia marcecens, Citrobacter species, Enterobacter coclae, S. pyogenes e Streptococcus agalactiae. O extrato em concentrações de 70%, 80% e 90% mostrou ser bactericida para Streptococcus aureus, Escherichia coli e Streptococcus faecalis e Candida albicans, respectivamente. Garcia (2005), também encontrou a atividade antimicrobiana na babosa, em que preparou um sumo puro, o gel e o pó liofilizado da polpa do Aloe vera L. para determinar a atividade antimicrobiana do material obtido. Os microorganismos testados foram Streptococcus mutans, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Lactobacillus casei, Cândida albicans e Actinobacillus actinomycetemcomitans. Os resultados da avaliação microbiológica mostraram que o Aloe vera L. liofilizado teve atividade antimicrobiana efetiva contra os microorganismos testados quando comparado com o sumo e o gel, e esta ação foi efetiva até 24 horas. Rodrigues et al. (2011), estudaram o potencial antimicrobiano do gel de Aloe vera L. frente a bactéria E. coli, utilizando o gel puro, sem extração e obtiveram uma inibição do crescimento bacteriano para esta bactéria. Semenoffa 39 et al. (2008), concluiram que frente ao microrganismo Enterococccus faecalis, o gel de Aloe vera in natura apresentou uma leve inibição. Bayoub et al. (2010) relataram que o extrato etanólico da camomila apresentou atividade antibacteriana frente a Listeria monocytogenes e S. aureus, porém não foi efetiva frente a E. coli. Silva et al. (2012) também observaram que o extrato hidroalcoólico de camomila foi eficiente contra S. aureus e ineficiente frente a E. coli. Segundo Fabri et al. (2011), o extrato metanolico da camomila apresentou atividade antibacteriana frente a P. aeruginosa, atividade não significativa frente a S. aureus, e nenhuma frente à Escherichia coli e Salmonella enterica pelo método de susceptibilidade em microdiluição em caldo. No entanto, Abdoul-Latif et al. (2011), descreveram atividade antibacteriana do extrato metanólico da camomila frente à S. aureus, porém pela técnica de difusão em ágar (16 mm). Nascimento et al. (2006) e Bayoub et al. (2010) verificaram que o extrato aquoso da camomila, apresenta capacidade maior de inibir o crescimento bacteriano, pois consegue uma melhor extração dos princípios ativos polares das plantas, os quais refletem nessa ação antibacteriana, ou seja, a utilização de outros solventes na preparação dos extratos pode interferir na sua atividade biológica. Romero et al. (2005), por sua vez, não observou inibição de S. aureus, E. coli e P. aeruginosa a partir do extrato aquoso da camomila. Segundo Rekka et al. (1996) , Teske et al. (1997) e Glowania et al (1987), a atividade terapêutica da camomila é determinada pelos princípios ativos lipofílicos e pelos hidrofílicos contidos em extratos obtidos desta planta e verificando na literatura que o camazuleno, matricina e α-bisabolol possuem atividade antimicrobiana. 40 Como a técnica de extração do óleo essencial, em função de suas variáveis (tempo de extração, pressão de vapor, solvente, entre outros), pode influenciar no seu rendimento e na sua composição, muitos trabalhos são encontrados na literatura, comparando diferentes técnicas de extração em relação a estes parâmetros (MACHADO, et al., 2003, STASHENKO, et al., 2004, BRAGA, et al.,2005). Além disso, é importante ressaltar que o presente estudo avaliou extrato etanoico da camomila, sendo que este contem composições diferentes daqueles encontrados no óleo essencial. Conforme considerações relatadas por Teske & Trentini (1997) a concentração de princípios pode variar com o habitat, a colheita e o modo de preparação da planta medicinal. O presente estudo não apresentou a mesma atividade antibacteriana relatada pelos autores anteriores em relação à camomila e a babosa. Borsato et al. (2005a) e Borsato et al. (2005b) relatam que a camomila é uma planta cujo seu rendimento e compostos químicos merecem especial atenção, para que suas propriedades bioativas não sejam prejudicadas em função das condições de produção, época de colheita e, principalmente operações de pós-colheita. Uma das hipóteses que podem explicar a ausência do efeito antimicrobiano seria a forma de obtenção das plantas e extratos. A camomila utilizada foi adquirida no comercio de Cascavel, não havendo comprovação da quantidade de princípios ativos na mesma. Ming (1994) relata que a utilização de uma planta medicinal é tão complexa quanto a sua composição, pois, do cultivo à comercialização, alterações consideráveis podem comprometendo a qualidade e a quantidade dos princípios ativos. ocorrer, 41 Em relação à babosa Castro e Chemale (1995) relataram que as folhas de babosa logo após serem colhidas tem que ser levadas imediatamente para a extração de compostos, sendo uma das hipóteses para o presente estudo não ter apresentado a mesma atividade relatada pelos autores anteriores, pois, após coletada, a mesma levou algumas horas para ser encaminhada para a realização do experimento. É importante destacar que a atividade antimicrobiana de uma planta depende de vários fatores, desde a espécie de microrganismos testados, até o processo de extração do principio ativo. Entretanto novos testes podem ser aplicados a fim de explorar melhor os efeitos da Aloe vera (babosa) e Chamomilla recutita (camomila), a fim de contribuir para a atividade biológica das mesmas, no sentido de aprimorar e num futuro próximo ser utilizado como fármaco no controle de patógenos. CONCLUSÃO Nas condições do presente estudo, pode-se concluir que, a Aloe vera e Chamomilla recutita não apresentaram atividade antimicrobiana frente ao Staphylococcus aureus e Pseudomonas aruginosa. 42 Novos estudos fazem-se necessários, com diferentes amostras das plantas em estudo, e outras formas extrativas, visto que, os resultados ora obtidos encontram-se em desacordo com inúmeras pesquisas previamente realizadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, R.M.P; et al. Atividade antimicrobiana “in vitro” e determinação da concentração inibitória mínina (CIM) de fitoconstituintes e produtos sintéticos sobre bactérias e fungos Leveduriformes. 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A.; CECHINEL FILHO V.; Em Plantas medicinais sob a ótica da química medicinal moderna; Yunes, R. A.; Calixto, J. B., eds.; 1ª ed.; Ed.Argos: Chapecó, 2001. ANEXO I – NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS A Revista Brasileira de Plantas Medicinais - RBPM é publicação trimestral e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, revisões bibliográficas 45 e notas prévias, que deverão ser inéditos e contemplar as grandes áreas relativas ao estudo de plantas medicinais. Manuscritos que envolvam ensaios clínicos deverão vir acompanhados de autorização de Comissão de Ética constituída, para realização dos experimentos. Os artigos podem ser redigidos em português, inglês ou espanhol, sendo sempre obrigatória a apresentação do resumo em português e em inglês, independente do idioma utilizado. Os artigos devem ser enviados por email: [email protected], com letra Arial 12, espaço duplo, margens de 2 cm, em Word for Windows. Artigos muito extensos, fotografias e gráficos coloridos podem ser publicados, a critério do Corpo Editorial, se o autor se comprometer, mediante entendimentos prévios, a cobrir parte das despesas de publicação. No e-mail, enviar telefone para contatos mais urgentes. REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS PRÉVIAS Revisões e Notas prévias deverão ser organizadas basicamente em: Título, Autores, Resumo, Palavras chave, Abstract, Key words, Texto, Agradecimento (se houver) e Referência. ARTIGO CIENTÍFICO Os artigos deverão ser organizados em: TÍTULO: Deverá ser claro e conciso, escrito apenas com a inicial maiúscula, negrito, centralizado, na parte superior da página. Se houver subtítulo, deverá ser em seguida ao título, em minúscula, podendo ser precedido de um número de ordem em algarismo romano. Os nomes comuns das plantas medicinais devem ser seguidos pelo nome científico entre parênteses. AUTORES: Começar pelo último sobrenome dos autores por extenso (nomes intermediários somente iniciais, sem espaço entre elas) em letras maiúsculas, 2 46 linhas abaixo do título. Após o nome de cada autor deverá ser colocado um número sobrescrito que deverá corresponder instituição e endereço (cidade, sigla do estado, CEP). Indicar o autor que deverá receber a correspondência, com e-mail. Os autores devem ser separados com ponto e vírgula. RESUMO: Deverá constar da mesma página onde estão o título e os autores, duas linhas abaixo dos autores. O resumo deverá ser escrito em um único parágrafo, contendo 61 objetivo, resumo do material e método, principais resultados e conclusão. Não deverá apresentar citação bibliográfica. Palavras-chave: Deverão ser colocadas uma linha abaixo do resumo, na margem esquerda, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula. ABSTRACT: Apresentar o título e resumo em inglês, no mesmo formato do redigido em português, com exceção do título, em negrito, apenas com a inicial em maiúscula, que virá após a palavra ABSTRACT. Key words: Abaixo do abstract deverão ser colocadas as palavras-chave em inglês, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula. INTRODUÇÃO: Na introdução deverá constar breve revisão de literatura e os objetivos do trabalho. As citações de autores no texto deverão ser feitas de acordo com os seguintes exemplos: Silva (1996); Pereira & Antunes (1985); (Souza & Silva, 1986) ou quando houver mais de dois autores Santos et al. (1996). MATERIAL E MÉTODO: Deverá ser feita apresentação completa das técnicas originais empregadas ou com referências de trabalhos anteriores que as descrevam. As análises estatísticas deverão ser igualmente referenciadas. Na metodologia deverão constar os seguintes dados da espécie estudada: nome 47 científico com autor; nome do herbário onde a exsicata está depositada e o respectivo número (Voucher Number). RESULTADO E DISCUSSÃO:Poderão ser apresentados separados ou com o um só capítulo, podendo conter no final conclusão sumarizada. AGRADECIMENTO: deverá ser colocado neste capítulo (quando houver). REFERÊNCIA: As referências devem seguir os exemplos: Periódicos:AUTOR (ES) separados por ponto e vírgula, sem espaço entre as iniciais. Título do artigo. Nome da Revista, por extenso, volume, número, página inicial-página final, ano. KAWAGISHI, H. et al. Fractionation and antitumor activity of the waterinsoluble residue of Agaricusblazeifruiting bodies.CarbohydrateResearch, v.186, n.2, p.267- 73, 1989. Livros :AUTOR. Título do livro. Edição. Local de publicação: Editora, Ano. Total de páginas. MURRIA, R.D.H.; MÉNDEZ, J.; BROWN, S.A. The natural coumarins: occurrence, chemistryandbiochemistry. 3.ed. Chinchester: John Wiley& Sons, 1982. 702p. Capítulos de livros: AUTOR(ES) DO CAPÍTULO. Título do Capítulo. In: AUTOR (ES) do LIVRO. Título do livro: subtítulo. Edição. Local de Publicação: Editora, ano, página inicialpágina final. HUFFAKER, R.C. Proteinmetabolism. In: STEWARD, F.C. (Ed.). Plant physiology: a treatise. Orlando: Academic Press, 1983. p.267-33. Tese ou Dissertação: AUTOR. Título em destaque: subtítulo. Ano. Total de páginas. Categoria (grau e área de concentração) - Instituição, Universidade, Local.OLIVEIRA, A.F.M. Caracterização de 62 Acanthaceae medicinais conhecidas como anador no nordeste do Brasil. 1995. 125p. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração em Botânica) - Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Trabalho de Evento: AUTOR(ES). Título do trabalho. In: Nome do evento em caixa alta, número, ano, 48 local. Tipo de publicação em destaque... Local: Editora, ano. página inicialpágina final. VIEIRA, R.F.; MARTINS, M.V.M. Estudos etnobotânicos de espécies medicinais de uso popular no Cerrado. In: INTERNATIONAL SAVANNA SYMPOSIUM, 3., 1996, Brasília. Proceedings… Brasília: Embrapa, 1996. p.169-71. Publicação Eletrônica: AUTOR(ES). Título do artigo. Título do periódico em destaque, volume, número, página inicial-página final, ano. Local: editora, ano. Páginas. Disponível em: . Acesso em: dia mês (abreviado) ano. PEREIRA, R.S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de infecção urinária. Revista de Saúde Pública, v.38, n.2, p.326-8, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 18 abr. 2005. Não citar resumos e relatórios de pesquisa a não ser que a informação seja muito importante e não tenha sido publicada de outra forma. Comunicações pessoais devem ser colocadas no rodapé da página onde aparecem no texto e evitadas se possível. Devem ser, também, evitadas citações do tipo Almeida (1994) citado por Souza (1997). TABELAS: Devem ser inseridas no texto, com letra do tipo Arial 10, espaço simples. A palavra TABELA (Arial 12) deve ser em letras maiúsculas, seguidas por algarismo arábico; já quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Tabela). FIGURAS: As ilustrações (gráficos, fotográficas, desenhos, mapas) devem ser em letras maiúsculas seguidas por algarismo arábico, Arial 12, e inseridas no texto. Quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Figura). As legendas e eixos devem ser em Arial 10, enviadas em arquivos separados, 49 com resolução 300 DPI, 800x600, com extensão JPG ou TIFF, para impressão de publicação.