AULA 01 - Histórica

Propaganda
20/04/2011
USO ESTRATIGRÁFICO
DOS FÓSSEIS E O
TEMPO GEOLÓGICO
1
20/04/2011
A GEOLOGIA HISTÓRICA
Definição: Ramo da Geologia dedicado a reconstrução da
história evolutiva da Terra, com foco nas mudanças continuas do
planeta no tempo e no espaço.
Objetivos: o estudo, a datação e o sequenciamento temporal
dos processos e eventos responsáveis pelas modificações
estruturais, geográficas e biológicas ocorridas na história da Terra.
É uma disciplina de intersecção que lança mão de conceitos
e ferramentas específicos de outras áreas como Estratigrafia,
Tectônica, Estrutural, Paleontologia, Geogronologia e Paleogeografia,
entre outras.
A Geologia Histórica conecta e integra diferentes ramos das
Geociências.
A TERRA
Definição: Sistema complexo de componentes interativos em
constante atividade (modificado de Press et al., 2006).
Mecanismos de investigação:
ter uma visão do seu posicionamento e da sua participação
no Sistema Solar e no Universo;
conhecer as várias partes e os diferentes sub-sistemas
que a compõem;
acompanhar a sua evolução ao longo do tempo geológico,
estabelecendo um sequênciamento temporal dos eventos.
2
20/04/2011
O TEMPO
GEOLÓGICO
Durante sua evolução a Terra passou por diferentes
estágios de desenvolvimento, que envolveram mudanças
significativas na estruturação e configuração dos continentes e
oceanos.
Para compreender os mecanismos e processos envolvidos
nestas mudanças e estabelecer seu sequênciamento temporal os
geólogos desenvolveram diferentes métodos de datação das
rochas e estruturas.
A utilização destes métodos tornou possível a construção de
uma escala de tempo global com amplitude geológica,
denominada Escala Geológica do Tempo.
3
20/04/2011
GEOCRONOLOGIA DA TERRA
A compreensão dos mecanismos de atuação dos
sistemas terrestres no passado baseia-se em estimativas das
taxas de evolução no tempo dos processos geológicos.
Assim, considerando que o registro fornecido pelas
rochas é incompleto, foi necessário desenvolver metodologias
que permitissem, a datação e o sequenciamento temporal dos
estratos de modo a possibilitar a sua correlação em escala
local e/ou global.
Surgiram assim vários métodos de “leitura” do registro
geológico.
MÉTODOS DE DATAÇÃO
Atualmente são reconhecidas duas modalidades de
datação de rochas:
Métodos de datação absoluta: baseiam-se na
desintegração radioativa de isótopos de determinados
elementos e na determinação das composições isotópicas de
materiais naturais.
Métodos de datação relativa: baseiam-se em evidências
estratigráficas como sequenciamento de camadas, presença de
estruturas primárias e intrusivas, discordâncias e fósseis.
4
20/04/2011
DATAÇÃO RELATIVA
Não fornece a idade quantitativa de uma rocha ou estrato;
Permite estabelecer a sucessão temporal das rochas de
uma região;
A sucessão de camadas ou estratos é representada
graficamente através de uma coluna estratigráfica;
Fundamenta-se em seis princípios básicos da Geologia.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA GEOLOGIA
1. Princípio da Superposição de Camadas (Steno, 1669)
2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)
3. Princípio da Continuidade Lateral (Steno, 1669)
4. Princípio das Relações de Intrusão ou Corte (Hutton, 1792)
5. Princípio dos Fragmentos Inclusos (Hutton, 1792)
6. Princípio da Sucessão Faunística ou Identidade
Paleontológica (Smith, 1793)
7. Discordâncias (Hutton, 1792)
5
20/04/2011
1. Princípio da Superposição de Camadas (Steno, 1669)
Em uma sequência de rochas não-deformadas, cada camada é mais
jovem do que aquelas que a antecedem e mais antiga do que aquelas
que a sobrepõem.
1. Princípio da Superposição de Camadas (Steno, 1669)
Aplica-se a depósitos sedimentares formados por acresção vertical,
mas não aqueles por acresção lateral.
A) Terraços aluviais. Ordem de formação: 1, 2 e 3 (mais recente);
B) Depósitos em cavidades cársticas. Ordem de formação: 1, mais antigas,e 2, mais
recente;
C) Filões que intersectam unidades sedimentares. Ordem de formação: 1, mais antigo.
6
20/04/2011
2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)
Em função da gravidade, partículas sedimentares ao se depositarem
tendem a formar camadas ou estrados horizontais (ou
aproximadamente horizontais).
2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)
Qualquer fenômeno que altere essa horizontalidade será sempre
posterior à sedimentação.
7
20/04/2011
2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)
3. Princípio da Continuidade Lateral (Steno, 1669)
Os estratos são originalmente contínuos e possuem sempre a mesma
idade ao longo de toda a sua extensão, independentemente da
ocorrência de variação horizontal (lateral) de fácies.
8
20/04/2011
3. Princípio da Continuidade Lateral (Steno, 1669)
As camadas tendem a se estender até as bordas da bacia onde são
formadas, ou se afinarem lateralmente.
Dessa forma, estratos em extremos opostos de uma bacia podem ser
correlacionados.
4. Princípio das Relações de Intrusão
ou Corte (Hutton, 1792)
Qualquer rocha cortada por um corpo ígneo intrusivo ou por uma falha
é mais antiga que o corpo ígneo ou a falha.
9
20/04/2011
Diferentes tipos de corpos ígneos
5. Princípio dos Fragmentos Inclusos (Hutton, 1792)
Fragmentos de rochas (enclaves) inclusas em corpos ígneos (intrusivos
ou não) são mais antigos que as rochas nas quais estão contidos.
10
20/04/2011
6. Princípio da Sucessão Faunística (Smith, 1793)
Uma vez que a evolução biológica é irreversível através do tempo
geológico, os fósseis não se distribuem randomicamente nas rochas, eles
ocorrem em uma sucessão vertical determinada e aproximadamente
invariável (sucessão bioestratigráfica).
6. Princípio da Sucessão Faunística (Smith, 1793)
Assim, se esta distribuição é conhecida, é possível determinar a idade
relativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero e também
estabelecer correlações entre estratos de diferentes locais.
11
20/04/2011
7. Discordâncias (Hutton, 1792)
As discordâncias são superfícies de erosão ou não
deposição que representam uma quebra no registro
geológico.
Podem ser utilizadas na determinação de idades relativas
de camadas, pois assim como as rochas, também podem
representar tempo.
Distinguem-se 4 tipos principais de discordâncias: Angular,
Litológica, Erosiva e Paralela.
Discordância Ângular: separa duas sequências em que a inferior está
inclinada ou dobrada e é truncada pela superior, havendo uma clara
diferença de direção de ângulos de mergulho entre as duas sequências.
12
20/04/2011
Discordância Litológica (Nonconformity): é definida como a
descontinuidade entre uma sequência sedimentar ou vulcano-sedimentar
e uma rocha metamórfica e/ou ígnea. A superfície de discordância é uma
superfície de erosão, mas o que caracteriza esta discordância é grande
diferença genética entre as duas sequências.
Discordância Erosiva (Disconformity): separa duas sequencia
sedimentares com camadas paralelas entre si, havendo entre ambas
uma superfície de erosão.
13
20/04/2011
Discordância Paralela (Paraconformity): separa duas sequências
sedimentares com camadas paralelas entre si, mas de idades diferentes,
havendo entre ambas uma superfície plana que representa um hiato
deposicional. Uma discordância paralela é reconhecida pelos distintos
conteúdos fossilíferos entre as duas sequências.
Fóssil 05
Fóssil 02
Fóssil 01
Reconstruindo a História Geológica através dos princípios:
6
7
5
4
2
3
1
14
20/04/2011
Reconstruindo a História Geológica através dos princípios:
5
3
2
4
1
Reconstruindo a História Geológica através dos princípios:
1
3
4
2
3
1
4
2
15
Download