DO O oniTO NACIONAL impresso na Typ. GUANARARiRSi. rua de S. José n. A7. publica-se três vezes por icmniia. Subiam c-se UNICAMENTE na rua da Assembléa n. 40, onde «erâo attendidas as reclamações, para a Corte 20 números 2»noo rs. c para fura 50 números 5$500 rs.; vende-se ns. avulsos a 120 rs. nai lojas da rua do ouvidor n. 153, e t:>8, e Praça da Constituição n.5a. B1NIDM ATTENÇÃO \\ xSBsmsBtw // \ 1 l L^ Pi VEE^PV'''. I Wli MÊSrjfm * VÊnM W$¦ utXmm Todos podem communiear os seus pensamentos por palavras e escriptos, e publical-os pela Imprensa sem dependência de cessou a; com tanto que hajão de responder pelou abuzos que commettercm no eierciclo deste direito, nos casos, e pela fôrma que a LEI determinar. (Ari. 170 ! ft.° da Canil, do Imp. r^^^íflsi-^^l inü !sH1mW BraM3a4M ^sV B^^^^8aaRR^w'X/TvNar T^saC^rfl 1 Baa^Mri 1 I^^^^^CCiíiH ^j^H ¦§ rwffiM N. 4*3. QUARTA FEIRA 15 DE DEZEMBRO. 0 GRITO NACIONAL. Luiz Napoleão, *$g° imperador dos Francezes! Com anciedade era esperado o vapor Inglez Tay, que devendo entrar no dia S demorou-se até o dia 11; e logo que fundeou correu a nova, confirmada na tarde desse dia, pelos supplementos do Diário, e Jornal do Commercio, de achar-se acclamado imperador, o presidente da Republica, o pretencioso príncipe Luiz Napoleão. A novidade que isto causou foi immensa—nâo se fallava senão no—novo imperador dos Franceres, como se isso fosse uma cousa extraordinária, ou infallivel na maça dos possíveis; como se isso não fosse o resultado da traição do presidente da Republica, o príncipe Luiz Napoleão, tendo elle dado o mais tremendo golpe de estado no aziago c fatalissimo dia 2 de dezembro de 1851 / Desde o momento em qne contra todos os inleresses da França em geral, e dos seus melhores servidores em particular, foi Luiz Napoleão revéslido do elevado e importantíssimo cargo de presidente da Republica, preterindo a França com tal escolha á muitos de seus illustres filhos, que vio elle chegada a época de levar a effeito a sua prelenção á coroa, para o que anteriormente tanto havia trabalhado, mas em pura perda, tendo sido encarcerado, e pouco depois banido. Reservado, Luiz Napoleão, conlra o seu mais sagrado juramento, começou a forjar o plano que tiuha de acabar com a Republica e com os Repu- I8&*. blicanos, para cingir a coroa e o sceptro de imperador, a que elle se julgava com direito, com quanto outra dynastia já houvesse reinado, c que acabava como a delle, de ser extineta. Projectos oppostos, e contrários aos interesses e a dignidade da França forão apresentados á câmara, que conhecendo então (mas já tarde) que Luiz Napoleão, não as escondidas, mas claramente, machinava contra a Republica da qual era presidente, forao violentamente cr abatidos, e afinal regeitados, como da vptaçi a do dia 17 de novembro do anno passado, assás manifestada por uma maioria de 200 votos. Esse acto da câmara, todo patriótico, de dever, e de honra, servio de pretexto para que elle mandasse pelo Constitucional, publicar a 2A do mesmo, um dos mais incendiarios artigos, aceusando a não menos de cento e tantos membros da assembléa, de crime de conspiração contra sua pessoa 1 Em seguida, e já armado com 25 milhOes de francos arrancados ao banco pelo seu ministro Casabiauca, este, o seu advogado assás zeloso na demanda que movia contra o thesouro, sobre a diminuta indemnisação de uns cem milhões de francos, pôde, ajudado pelos seus amigos, os inimigos da Republica, lograr impune a morte da Republica, tendo sido mortos alguns, e presos muilos dos cidadãos maisgrados, as illustraçOes da França, que com a penna e com a espada tanto tinhão trabalhado pela França. Desde logo, com o dinheiro da França, de que encheu os bolsos dos ofliciaes, e as patronas dos soldados, que pudera Luiz Napoleão ler-se feito e j acclamar imperador I mas não, que o hypocrita O GRITO NACIONAL. per juro, quiz para mais tarde completar a obra de que se achava oecupado com mais uma farça, a da espontaniedade dos Francezes, como se estes privados da Liberdade, pudessem oppor-sc á força bruta de que se havia cercado, tendo-a reforçado com quantos miseráveis pôde corromper com díiibeiro, c empregos! O promplo desmoronamento de tudo quanto tinha erigido a Republica; as revistas, ou antes bachanaes; a distribuição das Águias, c milhares dc outros actos, bem manifesta vão que toda essa guarda avançada, como meio, avançava para chegar ao fim 1 Eque nada (listo era necessário para justificação; por quanto, ahi estava o tremendo, o criminosissimo acto de 2 de dezembro com que Luiz Napolcão deu o seu golpe dc estado, e que segundo a opinião do Currierde VEuropa « excedeu a tudo quanto jamais se concebeu c executou neste gênero, no meio dc uma sociedade organisada. Nada lhe poderia ser comparado na longa historia das conspirações. Folheai os annaes antigos c modernos, as chronicas da idade media, c as da nossa época, podeis ir dc Galba a Otto, c de Vitclloo ás revolucões dc palácio dos príncipes Corlovingianos; podeis passar do nobre juramento dc Gruili ás vésperas sicilianas; da conjuração de Veneza para a de Callamare; dos ataques repentinos e arreigados do Subow e dc Aukorstrocn para a famosa jornada de 18 brtimario, c haveis de ver apoucados todos estes grandes acontecimentos perante o aitentado dc Luiz Bonaparte! » Dc facto, o novo imperador, como pai commnm dos Francezes, pela proclamação de 2 de dezembro ao exercito, por oceasião do golpe de estado; nosso capeioso documento, verdadeira obra prima dc argumentação errônea, e de proposições contradictorias, que altamente clamão, por se acharem unidas umas as outras, disse—a vós salvareis a pátria, porque conto comvosco, não para violar as leis, mas para fazer respeitar a primeira lei do paiz, a soberania nacional, dc que sou o legitimo representante. »—No entanto que foi iinmodiatamente empregando o exercito de linha, porque a Guarda Nacional, que é filha do Povo foi logo desarmada; para destruir a constituição, para cxpeilir a representação nacional, para prender, deportar, matar, subinettendo a capital ao regimen excepcional de estado de sitio! Mais que subjugados ficarão os Francezes— verdadeiros escravos—forão privados dc tudo—e criminoso ora todo aquelle Francez que nào dissesse—viva o imperador l!! Os agentes dc Napolcão, sobretudo os de policia, para os quaes, com especialidade creou um ministerio, bom hião manifestando as imposições do pretencioso presidente ao throno; mas.... ainda um colorido—Luiz Napolcão parte a visitar os deparlamentos do Sul—no seu trajecto descobre-se umn machina infernal, mas não se sabe dos auc tor es; foi obra de mysterio—A cidade de Bordeaux é o lugar escolhido para o pronunciamento—uma representação é levada ao principe presidente da Republica, pedindo para bem de todos, que se faça imperador—manhoso, responde entre um sim, assim.... cisto para aos olhos do mundo inteiro fazer crer a sua negação á coroa e ao sceptro. objectos pelos quaes tantosencommodos soíTréra— segue cm marcha batida a Pariz onde por ordem de seu governo se via desde a estação da estrada de ferro de Orleans até o palácio das Tulhcrias a força armada de envolta com as deputaeõcs de todos os grandes estabelecimentos industriaes, convocadas pelo mesmo governo, para aquella coremonia—Luiz Napolcão segue a dez passos dc dislaiiciadc todos que oacompanhavão, para mostrar a confiança que tem na sua estrella; mais isto depois da mais severa vigilância da policia, afim de impossibilitar qualquer attentado contra o fresco imperador, sendo obrigados os moradores das casas em toda a longa extonção do transito a conservarem as janellas abertas, a não admiltirem pessoas estranhas, c a não poderem introduzir nas mesmas casas nenhum volume, sem autoridade c previa inspocçào da autoridade!... Basta; que o nosso fim está preenchido tendo por objecto orientar aos nossos Leitores do quanto e por dilFercntes n.os liemos dito; isto é, dc que sendo as vistas de Luiz Napolcão, o throno, a cllo não foi elevado desde o ne fundo dia2 de dezembro do anno passado, porque queria revestir esse acto com o pedido do Povo; como se o Povo, sem libordado, tivesse voto na matéria; c tanto, que na sua passagem pelas alas da Guarda Nacional, elle bem vio a friesa com que forão repetidos os vivas, c a indiffcrença, ou antes reprovação para um acto em que só primava a traição e o perjúrio!! 1 Tínhamos tanta certeza do que Luiz Napolcão, só porque era principe, preliria o titulo de imperw/or ao do PRESIDENTE da Republica, sondo por isso que elle deu o golpe de estado assassinando a Republica no maldito dia 2 de dezembro, quo á chegada dc todos os barcos da Europa, nós dizíamos aos amigos, cm resposta as perguntas— o que ha de novo ?—Luiz Napoleão está uo throno, , é o novo imperador dos Francezes! Daqui por diante a nossa resposta será outra— quando á chegada do vapor alguém nos interrogar a respeito de novidades; nós diremos—foiassassinado o imperador dos Francezes—não porque isso desejamos, mas porque ha de ser a couscqiicncia final da tragédia que elle representou no sempre ne fundo dia 2 de dezembro !.... Não ha duvida pois; a 7 do novembro reunido o senado, por parto do presidente foi lida a mensagem, na qual se achão estas palavras: à. i\a verdade cm o restabelecimento do império o povo acha a garantia de seus direitos c a sálisfacão de sou justo orgulho: este restabelecimento é uma segurança para o futuro, fechando, como fecha, a era das revoluções, e consagrndo novamente as conquistas dc 1789. Satisfaz o seu justo orgulho porque, inaugurado de novo livre c decidi(lamente o que toda a Europa ha 37 annos destruio pela força das armas no meio dos desastres do paiz, o povo nobremente vinga os seus revezes sem fazer victima alguma, sem ameaçar indepcnciência alguma, e sem perturbar a paz do mundo. » O meio dia era a hora marcada para reunir-se o senado, porém já antes das onze horas começa- O GRITO NACIONAL, vão a chegar senadores ao Luxembtirg: dos priuioiros forão os cnrdeacs que se apresentarão com a purpura cardinalicia, e os maisvestiáo sous uniformes civis ou militares. Entraváo polo Petil Ltixcmburg, c ahi para vão a fazer seus com priinentos no pricinpc Jeronymo Bonaparto, presidente do senado, que tem ali sua residência official. Estando completo o numero começou a sessão, que não foi longa. Dez membros puzerâo sobre a mesa uma proposta para que se redigisse um senatas consultam, appcllando-se para a nação afim de restaurar-se o império. Mr. Fould, ministro de estado, declarou cm nome do governo que não se oppunha á proposta. Segundo os tramites ordinários, foi esta mandada a uma commissâo especial eleita para isso. A commissâo apresentou no mesmo dia o sou parecer que foi apresentado ao presidente cm Saiut Cloud por uma deputaçao de que era orador o Sr. Mcsucrd primeiro vice-presidente do senado, no qual ficavão tomadas as seguintes disposições: —Restabelecida a dignidade imperial, Luiz Napoleãoé declarado imperador sob o nome de Napoleão 111; a dignidade imperial é hcridilaria na descendência do imperador; faltando desccndeiicia legitima o imperador adoptara os descendentes legítimos de Napoleão 1; a adopeão é prohibida aos succcssorcs de Luiz Napoleão; Luiz Napoleão regulará a ordem da suecossão ao throno da familia Bonaparto: um senatus consullum é para estabelecer o imperador. Um senatus consullum marcará a posição dos membros da família de Luiz Napoleão; não se podem casar sem autorisaçãodo imperador. A constituição de 1852 é mantida cm todos os pontos que não conlrarião este senatus consullum. O senatus consullum foi adoptado por 86 votos sobre 87 senadores, não votando um por estar ausente. O presidente aceita a proposta para o rcslabcleci mento do império. O príncipe Jeronymo resigna as funeções de presidente do senado. Um decreto convoca o povo francez para 21 e 22 de novembro afim aceitar ou rejeitar o p/ebiscito. A votação terá lugar por escrutínio secreto, por Sim e Não. A verificação dos votos será feita pelo corpo legislativo. O corpo legislativo é convocado para 25 de novembro.— Quer Napoleão, que a paz seja a garantia do sou throno; inas elle só pela guerra poderá, e por pouco tempo, sustentar-se. Para cila sem duvida já estará preparado; e senão, para que a Inglaterra determinou a todos os ofliciaes cm disponibilidade, que estivessem promptos a entrar em serviço activo á primeira ordem? Para que mandou fortificar as alturas que defendem a entrada da ilha do Jersey, c assim mais todos os pontos das suas costas, accessiveis a desembarques? Vá muito embora o Santo Padre Pio IX sagrar ao sobrinho, qne o seu fim será se não igual, peior que o de seu tio, também sagrado pelo Santo Padre, Pio VII, por cuja memória professa o actual Santo Padre a mais respeitosa veneração, segundo vé-se do supplemento ao Jornal do Commercio in! SM; que assim continua— mas por isso mesmo, epor essa concessão do seu predocessor mio ler lido felizes conseqüências, torna-se agora diflicil obter pela segunda vez, em menos de meio século, tão grande honra cm favor de uma dynastia. — A corte do Roma já não distribuo coroas, como outr'ora, nem pronuncia ostracismos e cxcommunliões políticas.— A extravagante pretenção, de Luiz Napoleão cm ser sagrado, a exemplo do tio, pelo Santo Padre, explica-se pelas seguintes palavras da sua resposta ao scnattis-consulto— • Pois bem, hoje o que mais me comove o coração é pensar que o espirito do imperador está comigo, que o seu pensamento me guia, que a sua sombra me protege.» Tão extravagante pretenção, tanta desenvoltura de Luiz Napoloão está em perfeita harmonia com mais essa nova fôrma de governo que acaba de acecitar a França; com mais esse passo dado no terreno du • bio e vacilante cm que assenta a historia dessa volúvel nação 1 Trágico será sem duvida o fim do sobrinho de seu tio! Os exemplos ahi estão, c de tão fresca data, que bastará sómcnloquo nos lembremosd'aquellos, que repetidos, derão com Luiz Philippe no olho da rua, escapando milagrosamente, graças ao chino de que se servio, e a ter raspado as suíças; perdendo o throno, e a dynastia!... Mais um triumpho, é verdade, acaba de obter a realeza contra a causa da HUMANIDADE, erigiudo-se do novo um throno na França; mas para quo a Liberdade triumphe, vingando para todo o sempre—quanto peior, melhor. >©©»es- O governo portuguez, e o no**o m2nSátiro ali. o *ur. fiiruuioiid» O governo portuguez havia suspendido as suas relações com o Sr. Drumond, ministro deste lmperio, em conseqüência de so ter provado serem calumniosas as asserçõos do seu oflicio sobre a adulteração das carnes ensacadas. É mais uma, que o miserável e cachelico Portugal atira sobre nós 1 A nós que á essa ingrata nação sustentamos. Que provas teve o governo portuguez para dizer quo forão calumniosas as assorções com que o IIlustre ministro Brasileiro o Sr. Drumond, superior em diplomacia ao tão decantado Pa.me.la, apressou-se em denunciar ao governo Brasileiro que os chouriços e as carnes ensacadas que daquelle reino viiihão para esto Império, erão de animaes de toda a espécie; erão envenenadas, livrando assim que os seus patrícios Brasileiros fossem victimas dessos seus mais incarniçade» e figadues inimigos, os gallego» ?! Seria na vistoria dos médicos que apenas passarão pela nauseabunda uva doRosorio;ou no oflicio do cônsul portuguez, no qual nada mais faria que tudo occultur; assim como occulto foi tudo quanto informarão os pesquisadores de Iá,um pouco mais honestos, porque nos exames sempre declarárâo ter encontrado uns tantos quantos barris de carnes deterioradas pela sua má qualidade, e pelo O GRITO NACIONAL immenso tempo em que jazido em deposito a espera de boa monção para aqui nos serem enviadas??Ü... Si o governo portuguez não podia gostar do ministro Brasileiro, o Sr. Drtimoiul, pela sua honraOU, HONESTIDADE, SABEDORIA, INDEPENDÊNCIA C patriotismo, agora muito menos, volando-lhc, como jã se ve por essa suspensão de relações, o maior ódio, e mais tarde talvez, a vingança, em algum chouriço ou pedaço de carne ensaiada, o ENVENENADA, do que Deos ha dc livrar ao Sr. Drumond, para que elle por todos os modos esmague a esses, seus c nossos inimigos l!! Suspendendo o governo portuguez as suas relações como nosso ministro ali, o Sr. Drumond, não tardara cm mandar que com os arcos de barris das taes carnes ensacadas, que forão inutilisadas, c com as quaes provou serem falsas as asserções do oflicio do Sr. Drumond, não tardará dizemos nós, em mandar a toda preça travar a avelliantada Basco da Gama para nos vir tomar a mais formal satisfação! E ai dc nós, se dc prompto a não dermos, não c assim senhores gallegosl porque então a nossa desgraça será certa, infallivel, sendo logo c logo arrasadas as nossas fortalezas e cidades, e afinal recolonisado o Brasil! Miseráveis, que não podem com um gato pelo rabo; que uão podem oppòr meios á miséria, que os leva a prostituição á mais espantosa, entretanto que ousão insultar ao GIGANTE que os pôde aniquilar, sem que queime um só cartuxo ; bastando que aqui, cm nossa própria casa não consultamos a canalha galtegat que nos rouba por todos os meios c modos a honra c a vida! 11 A' franqueza, á falta de patriotismo do nosso governo, devemos nós mais esse insulto 1 Elle e só elle que com elle carregue, não tendo cumprido com um dos seus mais importantes deveres, suspendendo, desde que recebeu o oflicio do Sr. Drumond, todas as relações com o governo portuguez, c fazendo punir severamente os assassinos dos Brasileiros com os seus chouriços, c carnes ensacadas e envenenadas, como pelo nosso ministro em Portugal, o HONRADO Sr. Drumoud lhe foi communicado! 11 Si assim tivesse procedido o governo, si governo se pôde chamar ao que ahi vive chafurdado na concussão e na corrupção, úe certo que o decrépito e carunchoso Portugal a tanto não se teria abalançado, lançando-nos mais esse insulto!... Esperamos porém, que o Sr. Drumond per honra própria, e da Nação de que é filho, e do alto cargo que tão dignamente oecupa, não deixará impune o arranco do governo portuguez, contra elle, e contra o Brasil!... Minha terra era meu céo, Meu inferno a tyrannia; Meu monarcha—a Liberdade Nesse solo, em que vivia. Porém hoje abandonado Pelo mão futuro teu; Vou viver lá nas montanhas Bem longe, do que é meu. Lá não verei as desgraças Dos meus irmãos infamados, Nem os verei, quaes cordeiros Por férreas fauces tragados. Nem os verei da chibata Sujeitos a tyrannia !! Ser soldado é justo; sim : Porém assim nâo cumpria Pois, só s'applica chibata No solo da escravidão ; Nào, a nós, que demos sangue, Para nos fazer nação. Nem verei a escravidão Se propalar nessa terra ; Nem correr brasileo sangue: Acccso o brado da guerra. Nem verei de falsos hospedes Sua insolente ousadia!... Nem verei ser maltratado Um Bahiano na Bahia !! Nem verei nosso commercio, Nosso thesouro natal, Pertencer (máo grado nosso) As gentes úe—Portugal—.... Eondee onde se vio? Uma nação fraca e pobre Zombar de uma Nação Livre, Nova Esparta, em brios nobre ?... Se orphão foi dessa ingrata Hoje é nação altaneira! É nação que o mesmo nome (*) Mostra ser forte e guerreira! Ah meu Deos, forte miséria 1 Que lei de degradação?! 1 De livre ser um escravo, Alfmeu Deos, isto mais não!... Melhorai a nossa sorte, A sorte de Sancta Cruz I Ou, então, meu Deos, negai A todo seu Povo a luz. Ou então fazei crescer A planta da Liberdade; E sempre vigorecendo Não pereça em toda idade. Por—José Honorio Coelho Júnior. (Do Século.) offereeido ao Illustre redaotor do GUAYCURÜ'. Minha terra era meu anjo, Minha terra era meu Deus ; Minha terra era meu tudo E de todos filhos seus. {*) Brasil, cuja expressão mostra fogo vivo. TYP. GÜANABARENSE DE L. A. P. DE MEWRZKS, Rua de S. José n.° V7.