Controle da Lagarta-do-Cartucho do Milho com

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CONTROLE DA LAGARTA-DO-CARTUCHO DO MILHO COM INSETICIDAS
BIOLÓGICOS E QUÍMICOS.
Wagner Cruvinel Ribeiro 1,3; Nilton Cezar Bellizzi2,3; Diego do Amaral1,3; Faber de Souza
Pereira1,3; Fabio Ferreira Marçal1,3; Jucênio F. de Assis F. Filho1,3; Leandro Carlos Ferreira1,3;
Ricardo Soares Pereira1,3; Maykon José da Silva 1,3;.
1
Voluntários de Iniciação Científica PVIC/UEG.
2
Pesquisadores – Orientadores de PVIC/UEG – e- mail: [email protected]
3
Curso de Agronomia, Unidade Universitária de Ipameri, UEG.
Resumo: O experimento foi conduzido na UnU de Ipameri, com o plantio de milho em
novembro de 2004. Os tratamentos foram: T1 – testemunha (sem controle); T2 – Controle com
Dipel (Bacillus thuringiensis - 400 ml/ha); T3 – Controle com Pounce 384 CE (100 ml/ha); T4
– Controle com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Pounce 384 CE (100 ml/ha); T5 – Controle com
Nomolt 150 (50 ml/ha); T6 – Controle com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Nomolt 150 (50
ml/ha); T7 – Controle com Metafós (500 ml/ha); T8 – Controle com a mistura Dipel (400
ml/ha) + Metafós (500 ml/ha); T9 – Controle com Atabron 50 CE (250 ml/ha); T10 – Controle
com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Atabron 50 CE (250 ml/ha). As avaliações foram feitas a
cada semana até 30 dias após a aplicação dos inseticidas. Os parâmetros avaliados foram
número de lagartas de Spodoptera frugiperda por cartucho do milho por tratamento. Os
resultados mostraram que todos os tratamentos foram eficientes no controle de lagartas,
reduzindo a população de lagartas a menos de 2 lagartas por tratamento, enquanto que na
testemunha este índice de infestação foi de 5 lagartas por tratamento.
Palavras-chaves: Milho, controle químico e biológico, Spodoptera frugiperda.
Introdução:
A lagarta-do cartucho Spodoptera frugiperda (J.E. SMITH, 1797) (Lepidoptera:
Noctuidae) é um dos insetos mais prejudiciais à cultura do milho no Brasil (Cruz, 1995),
sendo referida com certa freqüência na cultura devido a grande capacidade de desfolhamento
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que causa às plantas (Nakano et al., 1981; Gallo et al., 2002). Geralmente, ocorre na fase
inicial da cultura, cortando plantas ao nível do solo, podendo destruir áreas extensas.
Spodoptera frugiperda apresenta coloração variável do pardo escuro até preta,
apresenta três finas listras longitudinais branco amarelada no dorso, abaixo dessa listra existe
uma linha escura mais larga e, inferiormente a esta, uma listra amarela irregular marcada com
vermelho, podendo medir aproximadamente 50 mm. A duração do período larval é de 12 a 30
dias. Após o período larval, as lagartas penetram no solo, onde se transformam em pupas de
coloração avermelhada, medindo 15 mm. O período pupal é de 21 a 50 dias. Os adultos são
mariposas com cerca de 35 mm de envergadura, com asas anteriores pardo escuras e as
posteriores branco acinzentadas (Gallo et al., 2002).
O controle de S. frugiperda é difícil de ser realizado, pois a mariposa geralmente
oviposita na parte mediana da planta, na epiderme inferior da folha, e as posturas contém
dezenas de ovos. Após a eclosão, as lagartas dispersam-se para outras plantas, uniformizando
o ataque na lavoura. A dificuldade no controle é devido ao grau de eficiência das
pulverizações dada a posição das posturas e das lagartas nas plantas.
No milho, a referida praga causa perda de 20% na produção de grãos, quando o
desfolhamento ocorre próximo à floração (Carvalho, 1970; Cruz, 1995). Gassen (1994)
enfatiza que os maiores danos ocorrem na fase em que a planta apresenta de oito a 10 folhas,
podendo ocorrer uma redução de 19% no rendimento de grãos. Na fase de até seis e a partir de
12 folhas, os danos são inferiores a 9% na produção de grãos. Sua presença evidencia-se por
folhas danificadas, com dejetos no centro da planta. Silva et al. (1983) ressaltam que pode
ocorrer a destruição completa das plantas em caso de infestação intensa, em condições de
estresse hídrico.
Este projeto avaliou o efeito de inseticidas químicos e biológicos no controle de
Spodoptera frugiperda na cultura do milho plantado na Unidade Universitária de Ipameri –
GO.
Material e Métodos:
O experimento foi conduzido na UnU de Ipameri, com o plantio de milho em novembro
de 2004.
Os tratamentos a serem utilizados foram:
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T1 – testemunha (sem controle);
T2 – Controle com Dipel (Bacillus thuringiensis - 400 ml/ha);
T3 – Controle com Pounce 384 CE (100 ml/ha);
T4 – Controle com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Pounce 384 CE (100 ml/ha);
T5 – Controle com Nomolt 150 (50 ml/ha);
T6 – Controle com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Nomolt 150 (50 ml/ha);
T7 – Controle com Metafós (500 ml/ha);
T8 – Controle com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Metafós (500 ml/ha);
T9 – Controle com Atabron 50 CE (250 ml/ha)
T10 – Controle com a mistura Dipel (400 ml/ha) + Atabron 50 CE (250 ml/ha);
O delineamento experimental será o de blocos casualizados com 10 tratamentos e 5
blocos. As parcelas foram de 2,4 m x 2,5 m no espaçamento 0,80 m entre fileiras e 0,20 m
entre plantas. Os tratos culturais foram realizados conforme a necessidade.
Na figura 1 podemos observar o experimento no campo, com aproximadamente 15 dias
após o plantio. Na figura 2 observamos uma lagarta-do-cartucho, seus danos e suas fezes.
Figura 1 – Aspecto geral do experimento,
mostrando as plantas com 15 dias de
plantio.
Figura 2 – Detalhe da lagarta-do-cartucho se
alimentando do cartucho do milho.
A aplicação dos inseticidas foi feita somente uma vez, 15 dias após o plantio do milho.
As avaliações foram feitas semanalmente, contando-se o número de lagartas presentes nos
cartucho do milho.
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Na figura 3 podemos observar os alunos do projeto aplicando os inseticidas, vestidos
com equipamentos de proteção individual (EPI) e na figura 4 observamos os alunos
realizando uma avaliação da lagarta no cartucho do milho, seus danos e suas fezes.
Figura 3 – Os alunos do projeto aplicando
os inseticidas, vestidos com equipamentos
de proteção individual (EPI).
Figura 4 – As alunos realizando a avaliação
da incidência de lagartas no cartucho do
milho.
Resultados e discussão:
A figura 5 mostra o nível populacional de la gartas-cartucho-do milho antes do controle
e após 7, 14 e 21 dias após a aplicação.
Figura 3 – Número médio de lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) por tratamento no
milho em Ipameri- GO. Safra 2004/2005.
35
30
Número médio de lagarta/tratamento
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
T10
25
20
15
10
5
0
0 DAA
7 DAA
14 DAA
Dias após a aplicação de inseticidas
21 DAA
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O controle apresentou-se eficiente em todos os tratamentos, pois a infestação diminuiu
de 20 a 25 lagartas por tratamento para 1 a 2 após 7 DAA e se manteve baixo até 21 DAA.
Conclusões:
- O controle com inseticidas químicos, biológicos ou em associação, nas condições deste
experimento, foi satisfatório, reduzindo a população desta praga.
Referências Bibliográficas:
CARVALHO, R. P. L. Danos, flutuação da população, controle e comportamento de
Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) e suscetibilidade de diferentes genótipos de milho,
em condições de campo. Piracicaba, 1970. 170p. tese (Doutorado) – escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.
CRUZ, I. A lagarta-do-cartucho na cultura do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS,
1995. 45 p. (Circular Técnica, 21).
GALLO, D., NAKANO, O., SILVEIRA NETO, S., CARVALHO, R.P.L., BATISTA, C.G.
DE, BERTI FILHO, E., PARRA, J.R.P., ZUCCHI, R.A., ALVES, S.B., VENDRAMIM, J.D.
Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p.
GASSEN, D. Pragas associadas à cultura do milho. Passo Fundo: Aldeia Norte, 1994. 92p.
NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia econômica. São Paulo:
Livroceres, 1981. 314 p.
SILVA, M. T. B.; RUEDELL, J.; CAMPOS, A. E. Bioecologia e efeito de Spodoptera
frugiperda (Smith & Abbot, 1797) sobre o rendimento de milho semeado em diversas épocas.
In: REUNiÃO TÉCNICA ANUAL DO MILHO, 28, 1983, Porto Alegre. Ata. Porto Alegre:
IPAGRO, 1983. 227p.
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