Aula 6 - IFSC Campus Joinville

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina
Campus Joinville
Curso: CTI - Mecânica e Eletroeletrônica
Módulo: III
Unidade Curricular: História II
Prof. Anderson dos Santos
AULA 6 – EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA
Aspectos Gerais - antecedentes:
• Primeira Cruzada (1097) e reabertura do Mediterrâneo: reativação do comércio
de tecidos finos, jóias, tapetes e condimentos (gengibre, pimenta-do-reino,
canela, cravo etc);
• Séc. XIII e XIV: substituição da agricultura de subsistência pelo comércio;
• Surgimento das corporações de ofício e ligas comerciais;
• Homem transpõe as fronteiras dos feudos ao participar das feiras;
• Aumento populacional;
• Incapacidade do sistema produtivo;
• Elevação dos preços e revoltas (França, Inglaterra e Alemanha);
• Epidemias;
• Séc. XV: Situação geográfica favorável e monopólio de Gênova e Veneza no
comércio com os muçulmanos;
• 1453: invasão do Império Bizantino pelos turcos (conquista de Constantinopla);
• Tentativas de encontrar novas rotas comerciais;
• Dificuldades em adquirir financiamentos às viagens;
• Parceria entre a burguesia e o Estado;
• Limites do mundo para os europeus: Oriente Médio, norte da África e Índias;
• Imaginário europeu fantasioso: medo dos monstros marinhos, imãs que atraíam
os navios para o fundo, sereias feiticeiras, abismos infinitos e a linha do
Equador, que derretia miolos devido ao calor;
• Desconhecimento geográfico, falta de mapas precisos, instrumentos náuticos e
de embarcações adequadas;
• Esperança no além mar: paraíso terrestre; mundo cheio de riquezas; reino de
Prestes João (rei cristão nos domínios muçulmanos);
• Crise: fome, peste e guerras;
• Acúmulo de experiências, criações e aperfeiçoamentos científicos e
tecnológicos;
Pioneirismo português:
• Situação geográfica favorável;
• Consolidação do poder do rei;
• Enfraquecimento do poder dos senhores feudais;
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Tradição marítima (pesca da sardinha e do bacalhau);
Formação de uma elite mercantil (séc. XIV);
Revolução de Avis (1383-1385); implantação do absolutismo;
Formação do Estado Nacional português:
Necessidade de organizar o território, povoado por muçulmanos;
Guerra de Reconquista;
Espírito cruzadista;
Península Ibérica: Leão, Navarra, Castela e Aragão;
Luta contra muçulmanos e manutenção do poder centralizado;
Reino de Portugal: origem – Condado Portucalense (criado durante a Guerra de
Reconquista, a partir de um feudo do reino espanhol de Leão);
Dinastia de Borgonha: Henrique de Borgonha e Afonso Henriques – colonização
interna do país; libertação dos servos; cartas de franquia às cidades; comércio de
pescados;
Dinastia de Avis: D. João (1385) – unificação do poder real; forte Estado
Nacional; desenvolvimento do comércio; integração reis/burguesia; aumento da
arrecadação de impostos e expansão marítima.
Escola de Sagres: sistematização do ensino de conhecimentos e técnicas de
navegação dirigido pelo infante Dom Henrique, filho do rei Dom João I;
Importância das atividades marítimo-comerciais;
Aperfeiçoamento técnico de instrumentos (bússola astrolábio e cartas de marear)
e de embarcações (caravela);
Portugal entreposto comercial entre o comércio mediterrâneo e o norte europeu
devido à Guerra dos Cem Anos (França X Inglaterra);
Conquistas portuguesas:
• Busca de novas rotas comerciais e novos mercados;
• Tentativa de quebra do monopólio dos comerciantes italianos e árabes no
Mediterrâneo;
• Entrada em cena da Espanha no final do século XV;
• Conquista de Ceuta (Norte da África) em 1415: motivos econômicos e religiosos
(Cruzada);
• 1418-32: ocupação das ilhas de Açores, com a introdução do sistema de
capitanias hereditárias;
• Navegação em direção ao sul (Périplo Africano);
• Fundação de feitorias (entrepostos comerciais);
• Desinteresse na colonização da África;
• 1434: Gil Eanes dobra o Cabo Bojador;
• A partir de 1453 busca por uma nova rota para o oriente;
• 1460: Descoberta das ilhas de Cabo Verde;
• 1482: Diogo Cão atinge a foz do Rio Zaire;
• Final do séc. XV interesse pelo ocidente do Atlântico;
• 1486: Dom João II organiza duas expedições para o Índico – uma terrestre,
comandada por Pero de Covilhã, e outra marítima, comandada por Bartolomeu
Dias;
• 1488: Bartolomeu Dias dobra o cabo da Boa Esperança;
• Bula Inter Coetera (1493): divisão do mundo em duas partes a 100 léguas a
oeste de Cabo Verde;
• Tratado de Tordesilhas (1494): 370 léguas a oeste de Cabo Verde;
• Contestação francesa e inglesa ao tratado;
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1498: Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste da Índia: desentendimento
com o Samorim;
1500: esquadra de Cabral (treze naus, uma afundou);
44 dias de viagem e chegada ao Monte Pascoal;
22 de abril de 1500: Cabral oficializa a posse sobre o Brasil;
Luís Vaz de Camões: Os Lusíadas;
‘NAVERGAR É PRECISO; VIVER NÃO É PRECISO’.
“O verso acima ficou famoso como expressão do espírito avetureiro dos
portugueses quando de sua expansão marítima. Muitos pensam ser de autoria de Luís de
Camões, maior poeta português do século XVI, que, no seu longo poema Os Lusíadas
(1572), celebrou os feitos portugueses na África e no Oriente. Ele mesmo lutou no
Marrocos, por volta de 1549, e perdeu o olho direito numa das batalhas contra os
mouros. O verso, no entanto, foi divulgado por Fernando Pessoa, grande poeta
português do século XX. A expressão original, porém, não é portuguesa, mas latina. É
atribuída ao general Pompeu, ainda no tempo do Império Romano: navigari necesse,
vivere non necesse. Pompeu celebrava o domínio romano no Mediterrâneo, a que
chamavam de mare nostrum (nosso mar). Mas o lema vale para os portugueses que, no
século XV, desbravaram os mares nunca dantes navegados”.
VAINFAS, Ronaldo. et. Al. História: das sociedades sem Estado às monarquias
absolutistas, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
Conquistas espanholas:
• Destruição do Reino de Granada (resistência árabe na Península Ibérica) em
1492;
• Expedição de Cristóvão Colombo: em direção ao Ocidente (crença na
esfericidade da Terra);
• Saída do porto de Palos
• Dois meses de viagem: caravelas (Niña, Santa Maria e Pinta);
• Chegada às Ilhas de Guanaani (Caribe) em 12 de outubro de 1492;
• Crença na chegada às Índias (índios);
• 1492: Cristóvão Colombo descobre a América;
• 1499: Alonso Ojeda chega à Venezuela;
• 1500: Vicente Yañez Pinzón chega ao Brasil pela foz do Amazonas;
• 1504: Américo Vespúcio confirma tratar-se de um novo continente;
• 1511: Diogo Velasquez conquista Cuba;
• 1512: Ponce de León conquista a Flórida;
• 1513: Vasco Nunez Balboa alcança o oceano Pacífico;
• 1516: Dias Sólis chega ao Rio da Prata;
• 1519: Fernão de Magalhães e Sebastião del Cano partem para a primeira viagem
de circunavegação;
• 1519: Hernán Cortez inicia a conquista do México;
• 1531: Francisco Pizarro inicia a conquista do Peru;
• 1537: João Ayolas chega ao Paraguai;
• 1541: Francisco Orellana explora o rio amazonas;
Transformações no Velho e no Novo Mundo:
• Portugal: ameaça aos comerciante genovezes e venezianos;
• Cidades italianas perdem o monopólio sobre o comércio de especiarias;
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Mediterrâneo X Oceano Atlântico;
Lisboa e Sevilha maiores centros comerciais da Europa;
Criação e aperfeiçoamento de instituições financeiras;
Enriquecimento da burguesia europeia e fortalecimento dos reis;
Introdução de novas espécies vegetais na Europa: tomate, batata, milho, cacau e
abacaxi;
Para ler:
AMADO, Janaína. Grandes descobrimentos marítimos europeus. São Paulo: Atual,
1997.
RAMOS, Fábio Pestana. Por mares nunca dantes navegados: a aventura dos
descobrimentos. São Paulo: Contexto, 2008.
THEODORO, Janice. Pensadores, exploradores e mercadores. São Paulo: Scipione,
1994.
Para assistir:
1492, a conquista do paraíso, Inglaterra/EUA/Espanha, 1992. Direção de Ridley Scott.
140 min.
Por mares nunca dantes navegados, Brasil, 2001. Direção de Regina Jehá.
Documentário sobre a saga das navegações portuguesas no século XV. 26 min.
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