adaptabilidade de mudas de gabiroba em vasos adaptation of

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ADAPTABILIDADE DE MUDAS DE GABIROBA EM VASOS
ADAPTATION OF GABIROBA PLANTS IN POTS
Michelle Nunes Barcelos(1)
Wilson Itamar Maruyama(2)
Abstract
This study aimed to analyze the performance of gabiroba plants production coming from the
field to be grown in pots. Sampling was conducted in two periods in a country estate
Cassilândia, and subsequently transplanted into 5 liters pots at the Cassilândia’s University.
The plants remained in acclimation for three months in a greenhouse with subsequent
exposure to direct sun. However, plants may be sensitive to high or low temperatures and
drought, causing stress on the seedlings with effects in the formation of buds, flowering and
rooting due to the period of adaptation to the new environment.
Keywords: Campesina ssp., Fruitful-Cerrado, native plants.
1 Introdução
A gabiroba pertence à família Myrtaceae e ao gênero Campomanesia, e possui
característica arbustiva, desenvolvendo moitas, com sementes recalcitrantes, floração entre
setembro a novembro com flores pequenas, brancas e hermafroditas, frutificação entre
novembro a dezembro, gerando frutos pequenos com 2 a 3 sementes (ASSIS, 2011).
No entanto, várias pessoas não conhecem ou nunca consumiram os frutos de gabiroba,
mesmo sendo um fruto presente na cadeia alimentar de diversas comunidades sendo
necessária a conscientização ambiental para manutenção da diversidade genética da espécie.
A região de Cassilândia-MS apresenta diferentes espécies de gabiroba, encontradas em
áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e em consorciação natural com pastagens
nas propriedades rurais, por serem nativas do bioma Cerrado brasileiro.
___________________________________________________________________________
1
Acadêmica do Curso de agronomia da UEMS, Unidade Universitária de Cassilândia; E-mail: [email protected];
PIBEX – PROEC/UEMS. 2Doutor do Curso de Agronomia da UEMS, Unidade Universitária de Cassilândia; E-mail:
[email protected].
Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, Jaboticabal, v. 6, 2014. Número especial.
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Porém, parte da população dessas plantas pode ser extintas pelo crescente uso das
terras na agricultura, pecuária e silvicultura, devido à expansão de outras atividades agrícolas
tais como plantios de eucalipto e seringueira.
A obtenção de matrizes de Campomanesia pode viabilizar o estudo de melhoramento e
conservação da espécie frutífera, visto o desmatamento do Cerrado coma as perdas de sua
biodiversidade, tornando-se possível o seu conhecimento pelas novas gerações, além de
favorecer o seu uso pelas indústrias alimentícias, de cosméticos e medicinais, bem como para
domesticação da espécie para uso ornamental (LIMA, 2013).
O objetivo do trabalho foi coletar plantas de gabiroba da região de Cassilândia (MS) e
verificar sua adaptação em vasos.
2 Material e Métodos
As plantas de gabiroba utilizadas no experimento, foram coletadas em julho de 2013 o
total de 136 plantas no município de Cassilândia- MS. As mudas foram identificadas com
etiquetas plásticas.
As mudas de gabiroba não receberam tratamento de fungicida nas raízes nem na parte
aérea onde foi feito desbaste de alguns ramos. As plantas não receberam nenhum tipo de
adubação e tratamento para controle de pragas e doenças. No início das chuvas em outubro, os
vasos foram colocados no chão fora da casa de vegetação para desenvolvimento nas
condições ambientes, expostas à radiação solar e chuvas.
As avaliações foram realizadas semanalmente, avaliando-se os parâmetros: número de
brotações novas, início do florescimento, plantas sobreviventes, brotações no caule, brotações
na raiz, enraizamento e o número total de plantas em cada data.
3 Resultados e Discussão
As plantas coletadas apresentavam altura entre 0,8 a 0,9 m, com folhas amarronzadas
com muitas plantas filhas originadas da raiz da planta mãe. Ao serem retiradas do solo
apresentavam órgão de reserva de forma tortuosa variando entre 0,3 a 0,5 m de comprimento,
com profundidade de aproximadamente de 0,3 a 0,4 m.
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O sistema radicular foi dividido em partes menores, mais precisamente nas plantas
filhas, para extração das mudas, pois em cada moita havia várias plantas novas numa mesma
raiz. A estrutura aérea de algumas plantas que obtiveram brotações novas e floração, ocorreu
ao longo do caule que foi feita a poda e desfolha na altura de aproximadamente de 25 cm a 70
cm, onde as plantas-mãe apresentavam altura maior que as plantas-filhas.
Observou-se que em algumas plantas surgiram brotos (Figura 1) nas gemas laterais e
em outras no ápice. Também, algumas folhas são diferentes devido à variação de espécie, pois
umas com características de folhas do tipo oposta cruzada, cor verde claro e outras com folha
peluda com coloração verde escuro.
Figura 1 - Brotação de plantas de gabiroba transplantadas para vasos. (Cassilândia, MS,
2013)
14
12
10
8
6
4
2
0
29/07/2013
05/08/2013
26/08/2013
02/09/2013
09/09/2013
A floração precoce no período médio de 17 dias ocorreu logo que as plantas brotadas
terminaram de desenvolver uma parte aérea vegetativa nova, notada somente nas plantas de
folhas lisas. As flores são pequenas e brancas, distribuídas ao longo do caule e galhos, nos
mesmos locais que havia folhas. No entanto, as flores não permaneceram até que ocorresse a
frutificação e passaram por abscisão.
No dia 14 de agosto, algumas plantas apresentavam sintomas de ressecamento a partir
das bordas das folhas devido à variação climática com ventos fortes e temperatura fria, até
atingir toda a superfície foliar. O fato ocorreu também com as plantas que iniciaram a floração
precoce, onde as flores de coloração natural branca ficaram com aspecto amarronzado como o
das folhas. Porém, as mais susceptíveis foram as espécies de folhas lisas, que modificaram
mais rapidamente do que as espécies de folhas aveludadas, que ocorreu só nas bordas. Neste
momento, os pequenos brotos das raízes colocadas nos vasos, secaram e morreram.
No início das chuvas em outubro, os vasos foram colocados no chão fora da casa de
vegetação para desenvolver nas condições ambientes, expostas à radiação solar e chuvas.
Entre novembro e dezembro, algumas plantas que até então havia parte aérea sem nenhum
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aparecimento de gemas apicais ou laterais, continuaram a ficar nuas e começou a surgir brotos
no solo originados das raízes.
No dia 03 de dezembro foram descartadas todas as plantas que não desenvolveram
raízes ou brotações novas e apresentavam estrutura aérea seca. Na avaliação de plantas com
sinais vitais, havia somente 50 plantas, sendo apenas uma raiz sem estrutura aérea com novo
broto abaixo da superfície de solo, 33 plantas com brotos na parte aérea e 16 na raiz no
interior do vaso fora da exposição solar. O total de plantas brotadas ou sobreviventes de
aproximadamente 37%, dentre elas, 66% com brotações na parte aérea e o restante na parte
radicular, como pode ser observado na Figura 2.
Figura 2 - Quantidade de plantas coletadas (136 unidades) e brotadas (50 unidades).
Representação aproximadamente 37% de plantas sobreviventes.
Brotadas
Coletadas
As plantas não tiveram desenvolvimento de raízes secundárias até o mês de janeiro e o
clima estava com temperaturas altas e sem chuvas, provocando a dessecação de folhas.
Porém, com a volta das chuvas no início do mês de fevereiro, todas as plantas do vaso
desenvolveram raízes ao redor da raiz pivotante, favorecendo a sobrevivência das plantas no
vaso, já que as reservas energéticas nessa raiz não foram suficientes para manter a frutificação
das mesmas após a floração iniciada no mês de agosto de 2013.
4 Conclusão
O trabalho mostrou que mesmo com uma pequena porcentagem de plantas
sobreviventes em vaso, é possível domesticar a espécie Campomanesia em vasos, porém são
necessários os tratos culturais para manter o vigor das plantas como: irrigação, limpeza das
plantas daninhas e adubação. As plantas demonstraram sensibilidade ao calor e frio extremos
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nos vasos, diferentemente do ambiente nativo do Cerrado, onde é mais rústica pela tolerância
ao pH ácido do solo e longos períodos de seca.
5 Referências
ASSIS, E. S. Diversidade genética de gabirobeiras (Campomanesia spp) por meio de
caracteres morfológicos e marcadores moleculares RAPD. Universidade Federal de Goiás.
Jataí.
2011.
Disponível
em:
<
http://posagronomia.jatai.ufg.br/uploads/217/original_Elisvane.pdf?1348170986%20>.
Acesso em: junho de 2014.
LIMA, J. R. S. Etnobotânica no Cerrado: um estudo no assentamento Santa Rita.
Universidade
Federal
de
Goiás.
Jataí.
2013.
Disponível
em:
<
http://posgeo.jatai.ufg.br/uploads/180/original_Dissertac%C3%A3o__Jordana_Rezende_Souza_Lima.PDF>. Acesso em: junho de 2014.
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