PREVALÊNCIA DOS CASOS DE CÂNCER EM PACIENTES CADASTRADOS NO PROGRAMA DE TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO (TFD) EM GUANAMBI Elisângela Luz Teixeira Vieira1, Renata Alves Lopes1, Tarcísio Viana Cardoso2 1 2 Graduandas do Curso de Biomedicina, CESG/FG, Guanambi – BA. Email: [email protected] Fisioterapeuta, Especialista em Saúde Pública e Docência do Ensino Superior, CESG/FG, Guanambi – BA RESUMO: O câncer é um grande problema de saúde pública, sendo responsável por mais de seis milhões de óbitos a cada ano e representando cerca de 12% de todas as causas de morte no mundo, tanto em países desenvolvidos e países em desenvolvimento (GUERRA, 2005). A grande ocorrência das doenças oncológicas na população regional e o conjunto de dados coletados motivou o presente trabalho que teve como objetivo, analisar a prevalência dos casos de câncer em pacientes cadastrados no programa de tratamento fora de domicílio. A pesquisa foi realizada na cidade de Guanambi-Bahia, situada no sudoeste baiano com população estimada de 84.645 (IBGE, 2013). O estudo foi descritivo de caráter quantitativo e retrospectivo, em que a busca de dados foi realizada no prontuário do programa de tratamento fora de domicílio no período de 2009 a 2013. Dos 49 tipos de câncer cadastrados, foram inclusos os 10 mais prevalentes e exclusos os dados incompletos. Os resultados demonstram que, considerando os dez tipos de câncer mais comuns, foram registrados um total de 229 casos de câncer nos anos de 2009 a 2013. Destes, o câncer de próstata, mama e Tireóide encontram-se no ranking de prevalência, sendo que o câncer de próstata teve 55 casos registrados entre anos de 2009 a 2013, o de mama foram notificados 40 casos, e o câncer de tireoide teve 29 casos registrados. Sugeri-se assim um acompanhamento complementar de ações de prevenção das neoplasias, atenção básica, profissionais de saúde como um todo para ampliar o escopo das ações de controle e prevenção de cânceres em Guanambi. Sendo assim, buscando uma melhor qualidade no programa TFD. PALAVRAS-CHAVE: Cânceres. Saúde pública. TFD. PREVALENCE OF CASES REGISTERED IN CANCER PATIENTS IN TREATMENT OUT OF HOME PROGRAM (TFD) IN GUANAMBI ABSTRACT: Cancer is a major public health problem, accounting for more than six million deaths every year, representing about 12% of all causes of death worldwide, both in developed and developing countries (GUERRA, 2005). The high occurrence of malignancies in regional population and the collected data motivated this study aimed to analyze the prevalence of cancers in patients enrolled in the treatment program out of home. The survey was conducted in the city of Guanambi, Bahia, located in the southwest Bahia with an estimated population of 84.645 (IBGE, 2013). The study was descriptive quantitative and retrospective, in which the search of data was carried out in the medical record of home treatment program from 2009 to 2013. Of the 49 types of registered cancer, the 10 most prevalent and were included with exclusion of the incomplete data. The results show that, taking the ten most common types of cancer, there were a total of 229 cases of cancer in the years 2009 to 2013. Of these, prostate cancer, breast and Thyroid are in the prevalence of ranking, and prostate cancer was 55 cases recorded between years 2009-2013, the breast were 2 reported 40 cases, and thyroid cancer had 29 reported cases. So I suggested up a complementary follow-prevention actions of neoplasms, primary care health professionals as a whole to broaden the scope of the control and prevention of cancers in Guanambi. Sherefore, seeking a better quality in the PDT program. KEY WORDS: Cancers. Public health. TFD. INTRODUÇÃO O câncer é um grande problema de saúde pública, sendo responsável por mais de seis milhões de óbitos a cada ano, representando cerca de 12% de todas as causas de morte no mundo, tanto em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Apesar do aumento da incidência do câncer sejam encontradas em países desenvolvidos, dos dez milhões de casos novos anuais de câncer, cinco milhões e meio são diagnosticados nos países em desenvolvimento (GUERRA, 2005). O aumento do câncer está relacionado com a modificação na quantidade e no crescimento do número de células. No Brasil, 60 a 70% dos casos são diagnosticados quando a doença já está disseminada, vão se transformando em agressivas ganhando a capacidade de entrar e alastrar os tecidos vizinhos, sendo assim assintomáticos (VIEIRA et al., 2005 apud MAIA et al., 2009). O câncer tem sido considerado como uma doença crônico degenerativa, apresentando desenvolvimento prolongado e progressivo caso não sofra interferência em alguma de suas fases. Trata-se de um conjunto de mais de 100 doenças que tem em comum o crescimento desordenado de células, mas que podem diferir em etiologia, frequência e manifestações clinicas (TONANI & CARVALHO, 2008 apud SILVA et al., 2010). Segundo Koifman (2003), a distribuição epidemiológica do câncer no Brasil implica uma transição em andamento. Normalmente o aumento entre os tipos de câncer está relacionado com o alto status socioeconômico, como o câncer de próstata, mama, colo e reto. As taxas de incidência elevadas de tumores podem estar relacionadas com vários fatores, como o processo de industrialização – agentes químicos, físicos e biológicos e outros fatores associados às disparidades sociais. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2014), o maior número de casos da doença no Brasil e no mundo está relacionado ao envelhecimento da população, às mudanças na alimentação, a pouca prática de exercícios físicos e ao hábito de fumar, entre outros fatores de risco. De forma geral, todos os tipos de câncer apresentam crescimento no número de casos com o passar do tempo. 3 São poucos os trabalhos que mostram e oferecem informações sobre os dados de câncer que estão em prevalência na população em geral, especialmente em cidades de menor porte. Sendo assim, espera-se que os resultados encontrados sirvam de apoio para os profissionais que trabalham no tratamento de câncer e auxiliem a implementação de políticas públicas nesta área. Neste contexto, objetivou-se com a realização do presente estudo, analisar a prevalência dos casos de câncer em pacientes cadastrados no programa de tratamento fora de domicílio. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho está baseado em pesquisa realizada na cidade de Guanambi situada no sudoeste baiano, com população estimada de 84.645 (IBGE, 2013). A coleta dos dados foi realizada na Central de Marcação em 04 de Fevereiro de 2014. Trata-se de um estudo descritivo de caráter quantitativo do tipo transversal e retrospectivo, em que a busca de dados foi feita no prontuário do programa de tratamento fora de domicílio no período de 2009 a 2013 em Guanambi-BA, cedidos pelo responsável do sistema de atendimento. O estudo descritivo tem como objetivo descrever os dados referentes ao número de câncer. A pesquisa descritiva trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. A coleta de dados aparece como uma das atividades características da pesquisa descritiva. Sendo estudados como variáveis os tipos de câncer e o gênero. Dos 49 tipos de câncer registrados no serviço, foram incluso os 10 tipos mais prevalentes, e exclusos os registros incompletos. Utilizou-se uma estatística descritiva para comparar os cânceres que estão de maior prevalência na população de estudo. Os dados foram processados em uma planilha eletrônica para amostras independentes através do Office Excel 2007 da Microsoft® versão for Windows 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos através da pesquisa mostram a quantidade de pessoas com câncer, atendidas pelo programa de tratamento fora de domicílio, sendo um total de 229 casos registrados, considerando os dez tipos de câncer mais encontrados. 4 Observou-se que durante os anos de 2009 a 2013 foram registrados no programa TFD (Tratamento fora de domicílio), 55 casos de câncer de próstata, com maior prevalência nos anos 2010 e 2011 (Tabela 1). Segundo estudos realizados na região Nordeste pelo INCA (2013), o câncer de próstata atinge 11 mil pessoas por ano com frequente aumento, porém, na região em que foi realizado o estudo nos anos de 2012 a 2013 houve redução no número de cadastro de pacientes com câncer (Tabela 1). Fato demonstrado pelo melhor acesso aos programas de saúde e maior esclarecimento dos pacientes sobre a prevenção e métodos preventivos como o toque retal, aparelhos mais modernos e exame de PSA (Prostate Specific Antigen). No caso do câncer de mama, na população estudada, houve aumento nos anos 2011 e 2013 (Tabela 1). O aumento do número de casos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2010 foi de 49.240, com um risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres e em 2012, 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2011 apud ALMEIDA et al., 2012). Assim, pode-se observar uma tendência crescente dos casos novos de câncer de mama ao longo desta década, resultado confirmado pelos dados coletados nessa região. O câncer de tireóide por ser considerado um dos casos de câncer mais comuns e mais frequentes em mulheres, apresentou um aumento de casos na população estudada de 2012 para 2013 (Tabela 1). Sendo assim, o (INCA, 2011) estimou para 2012, 10.590 novos casos de câncer de tireóide, com um risco estimado de 11 casos a cada 100 mil mulheres. De acordo o registro da (Tabela 1) houve aumento significativo de casos novos de câncer de tireóide. O câncer de pele é um dos tipos de câncer de melhor diagnóstico (INCA, 2013), estimou-se que em 2012, foram 134 mil casos novos diagnosticados ou 25% dos casos previsto. Estudo demonstra que o câncer de pele está de alta prevalência no estudo realizado, sendo assim o câncer de pele esteve de prevalência no ano de 2010 e 2013, sendo que em 2010 foram 09 casos e em 2013 foram 07, tendo uma redução no número notificado (Tabela 1). Segundo Ramos et. al. (2008) o câncer de colo uterino afeta as mulheres entre 30 a 40 anos de idade, especialmente as que são submetidas aos fatores de risco, dentre os quais: uso prolongado de contraceptivos orais, papilomavírus humano, o baixo nível de escolaridade e sócio econômico e entre outros. Contudo, o câncer de colo uterino teve uma maior prevalência nos anos de 2009 a 2012 tendo uma redução no ano 2013 (Tabela 1). Provavelmente devido à medida de prevenção e controle, com a implantação do exame de citopatológico também conhecido como exame de Papanicolau. 5 Milagres (2013) afirma que o câncer de esôfago por se tratar de ser a sexta neoplasia mundial extremamente agressiva e de prognóstico reservado. Na pesquisa documental encontra-se de alta prevalência na população estudada, porém, apresenta um controle no ano de 2011 e 2013, com aumento do número de casos 2009, 2010 e 2012, (tabela 1) acometendo mais as mulheres. Segundo Kassab (2003), a prevalência do câncer do estômago está diminuindo nos países desenvolvidos, mas é alta nos países em desenvolvimento. Esta incidência aumenta com a idade e é maior no homem. Baseado nos estudos o câncer de estômago teve uma baixa incidência no ano de 2009 a 2011 (Tabela 1), tendo um aumento de 2012 e 2013 (Tabela 1) acometendo mais homens do que mulheres. O câncer de laringe é um dos mais comuns que atingem a região da cabeça e do pescoço. Cerca de 25% dos cânceres que atingem a região da cabeça e pescoço correspondem ao câncer de laringe e esse câncer corresponde a 2% do número total de neoplasias. A pesquisa em questão mostra que o câncer de laringe esta com baixa prevalência, e se manteve estável nos anos estudados. O câncer de ovário por ser um carcinoma de grande prevalência no mundo, mostra uma baixa prevalência na pesquisa em evidência. Segundo Mello Luiz, et al. (2006) é o terceiro mais incidente no aparelho genital feminino em países desenvolvidos, ficando abaixo apenas do carcinoma do colo do uterino e de endométrio, corresponde a 1,8% dos cânceres ginecológicos, sendo o que apresenta mais elevada mortalidade. Isso se deve pela atenção básica e atendimento mais precoce das mulheres acometidas por câncer, garantindo melhor prognóstico e qualidade de vida a essas pacientes. Segundo o INCA (2014), o câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. Embora as estimativas do INCA demonstrem que câncer de pulmão esta em alta prevalência, dados da pesquisa documental demonstra ao contrário, possivelmente pode esta correlacionado com redução do consumo do tabagismo, consequente as campanhas e ao rigor das leis antitabagismo, isto não ocorre na mulher, onde tais taxas sequer estabilizaram, consequência direta da incorporação tardia do tabagismo neste sexo (JEMAL, 2009). 6 Tabela 1ANO TIPO 1º Próstata 2º Mama 3º Tireoide 4º Pele 5º Colo Uterino 6º Esôfago 7º Estomago 8º Laringe 9º Ovário 10º Pulmão TOTAL Ranking da prevalência de casos de câncer mais prevalente do sexo feminino (F) e masculino (M) no programa de tratamento fora de domicílio com total (T) por anos de 2009 a 2013. Prevalência Prevalência 2009 2010 2011 2012 2013 TOTAL considerando relacionada a população aos pacientes M F T M F T M F T M F T M F T 2009-2013 de Guanambi em estudos 2009-2013 11 11 15 15 16 16 7 - 7 6 6 55 0.000689 0.240 6 6 7 7 11 11 7 7 - 9 9 40 0.000501 0.174 2 4 6 1 5 6 4 4 1 5 6 2 5 7 29 0.000363 0.126 3 3 6 6 3 9 3 1 4 1 2 3 4 3 7 29 0.000363 0.126 7 7 7 7 4 4 7 7 - 2 2 27 0.000338 0.117 2 1 3 1 2 3 1 1 1 3 4 - 1 1 12 0.000150 0.052 1 1 1 1 2 1 3 1 3 4 09 0.000112 0.039 1 1 2 3 3 1 - 1 1 1 2 08 0.000100 0.034 1 1 2 2 3 3 - 2 2 08 0.000100 0.034 1 1 1 1 1 - 1 - 03 0.000037 0.013 - - - 229 0.002753 0.955 Fonte: dados da pesquisa 7 Tabela 2– Distribuição da média em porcentagem dos casos de câncer do sexo Feminino nos anos de 2009 a 2013 em um Município do interior da Bahia Tipo/Ano 2009 - 2010 2010 - 2011 2011 - 2012 2012 – 2013 Mama 2,50% 10,00% -10,00% 5,00% Tireóide 4,34% -4,34% 4,34% 0,00% Pele 0% -16,70% 8,30% 8,40% Colo Uterino 0,00% -11,11% 11,11% -18,52% Esôfago 14,29% -28,57% 42,85% -28,57% Ovário 12,50% -25% 37,50% -12,50% Laringe -50% 0% 0% 50% Estômago 20% -20% 20% 40% Pulmão 0% -50% 0% 0% Fonte: dados da pesquisa Analisando a situação, percebe-se que está ocorrendo uma discrepância no número de câncer de mama notificado no serviço (TFD). De acordo com a (figura 1) em 2009 e 2010 houve um aumento de (2.5%) de 2010 para 2011 ocorreu um aumento de (10%) no número notificado, em 2011 e 2012 ocorreu uma diminuição de (10%) e de 2012 a 2013 houve um aumento de (5%). Isso demonstra que o câncer de mama não tem um controle no número de casos notificados. O câncer de mama na pesquisa documental possui uma discrepância nos resultados, onde o carcinoma de mama encontra-se em alta prevalência no ano de 2011 tendo 11 casos registrados. Em decorrência disso, ocorreu uma redução da quantidade de casos notificados. Isso confirma com alguns fatores de risco, dentre eles, o estilo de vida, hábitos reprodutivos e meio ambiente (JOHNSON-THOMPSON & GUTHRIE, 2000). O câncer de colo uterino em 2009 e 2010 houve um controle no número de casos em 2011 ocorreu uma diminuição no número de casos registrados de (11,11%), já em 2012 houve um aumento equivalente ao número de casos que diminuiu no ano de 2011 de (11,11%), em 2013 houve uma redução de (18.52%). Observa-se que durante 2009 a 2012 o câncer de colo uterino não estava tendo um controle e 2013 houve uma redução no número de casos notificados no serviço. A prevalência do câncer de colo uterino atendido pelo programa TFD demonstrou uma alta prevalência, tendo uma diminuição no numero de casos notificados em 2013 (figura 1), isso evidenciou que a medida de prevenção, controle e diagnóstico precoce tem contribuído. Estudos realizados em Caiapônia-GO por Oliveira e Moura (2013), no ano de 2008 a 2012, mostra que a maioria das mulheres submetem aos exames preventivos, isso se deve a maior divulgação da importância do exame Papanicolau, iniciativas como o programa 8 viva a mulher e o desenvolvimento de campanhas nacionais sistemáticas, tem aumentado para a medida de prevenção do câncer de colo uterino. O câncer de tireóide também observa uma variação da taxa de prevalência entre os anos estudados. Ao analisar o número de casos notificado pode se observar que houve um aumento em 2009 e 2010 (4.34%), de 2010 a 2011 houve uma redução equivalente ao número de aumento no ano anterior de (4.34%), já de 2011 a 2012 houve aumento de (4,34%) e 2012 e 2013 permaneceu estável. Observou-se no estudo que a prevalência do câncer de tireóide vem tendo um controle, provavelmente devido alguns fatores, como estilo de vida, assim como as práticas culturais e médicas, incluindo novos métodos de diagnóstico e tratamento. Entre o ano de 2009 e 2010 o câncer de pele permaneceu estável no número de casos notificados: em 2010 e 2011 houve uma diminuição no número de casos (16.67%), em 2011 e 2012 teve um aumento (8.33%), de 2012 a 2013 o número de casos aumentou de (8.33%) para (8.34%). Percebe-se que apesar do câncer de pele ser de bom prognóstico encontra-se em alta prevalência. Estudos realizados por Vaz, (2010) enfatiza a importância da conscientização sobre os perigos da exposição excessiva ao sol, através de campanhas de orientação nas escolas e redes de televisão e estratégias para modificar os fatores que interferem na decisão do indivíduo para bronzear-se e para a utilização correta da proteção solar, ajudando na medida de prevenção e controle da neoplasia, Considerando os dados da (figura 1) percebe-se que o câncer de esôfago apresentou um aumento no número de casos em 2009 e 2010 de (14,29%). No ano de 2011 não foi notificado nenhum número de casos. Já em 2012, ocorreu um aumento de (42,85%), em 2012 e 2013 ocorreu um redução no número de casos notificados de (28,57%). O câncer de esôfago apresenta em alguns anos uma diminuição no número de casos notificados, em geral apresentando uma alta prevalência no município estudados, afetando mais o sexo feminino. Em estudos realizados no Rio Grande do Sul realizado por Chiochetta, (2009), “a incidência desse câncer é duas vezes maior em homens do que em mulheres e apresenta uma grande viabilidade na sua distribuição geográfica ocorrendo 80% dos casos em países em desenvolvimento”. O câncer de estômago por ser considerada uma neoplasia agressiva em 2009 e 2010 ocorreu um aumento de (20%) no número de casos, em 2011 ocorreu um redução total do 9 número de casos, tendo um aumento no ano de 2012 de (20%), em 2012 e 2013 permaneceu o aumento de (40%) do número de casos notificado no (TFD). Segundo Baptista (2010) o câncer de estômago por ser considerada uma neoplasia maligna de incidência elevada, na pesquisa demonstra controle, isso explana que possivelmente a população preocupa com a medida de prevenção, o câncer de estômago esta relacionado tanto com o baixo nível socioeconômico o habito de consumo do tabagismo e alcoolismo. De acordo com os dados o câncer de laringe teve um aumento no ano de 2009 de (50%) no número de casos, de 2010 a 2012 não houve registro de caso de câncer de laringe no serviço, porém no ano de 2013 houve um aumento de (50%) no número de caso notificado no serviço. A prevalência do câncer de laringe, de acordo com os dados acima, apresenta um baixo número de casos registrados, isso se deve com os avanços tecnológicos e a medida de prevenção e controle vem aumentando com o passar do tempo, melhorando no prognóstico da doença. Observa-se que o câncer de ovário encontra-se um índice de prevalência aumentada em 2009 e 2010 houve aumento de (12.5%) no ano de 2011 no houve registro de caso no serviço, no entanto em 2012 houve aumento de (37,5%) ocorrendo uma redução de (12,5%) no ano de 2013. Nos anos estudados foram diagnosticados 09 casos de câncer de ovário, e esse dado pode ser considerada uma alta prevalência. Isso ocorre devido o difícil diagnóstico quanto os tumores estão no início na realização do exame clínico na consulta ginecológica. Outro fator que dificulta no diagnóstico, é que não há um método de diagnóstico confiável. Sendo assim, o único jeito de intervir na história natural do câncer do ovário é estabelecer o diagnóstico precoce e a correta abordagem terapêutica (MELLO LUIZ, et. al., 2009). O câncer de pulmão por ser considerado uma neoplasia de alta prevalência em países desenvolvidos, no estudo realizado encontra se em ultimo lugar no ranking de prevalência, no ano de 2009 e 2010 houve um controle no número de casos notificados no serviço. De acordo com Guerra (2005) estudos baseados em três pesquisas realizados em cidade de médio porte no nosso país foram demonstrados que os pacientes com câncer de pulmão atribuem ao fumo de, 63% para ex-fumantes e de 71% para fumantes”. 10 Tabela – 3 Tipo/Ano Próstata Tireóide Pele Esôfago Laringe Estômago Pulmão Distribuição da média em porcentagem dos casos de câncer do sexo Masculino nos anos de 2009 a 2013 em um Município do interior da Bahia 2009 - 2010 2010 - 2011 2011-2012 2012 – 2013 7,27% 1,82% -16,37% -1,82% -16,98% -16,66% 16,66% 16,67% 17,65% -17,65% -11,76% 17,64% -20% 0% 0% -20% -16,66% 50% -33,34% 0,00% 0% 25% 25% -25% 0% 0% 100% -100% Fonte: dados da pesquisa Considerando os resultados da (figura 2) acima, percebe-se que o câncer de próstata apresentou aumento no número de casos notificados no serviço (TFD) de (7.27%) entre 2009 e 2010, de 2010 a 2011 teve um aumento de (1.82%) sendo que de 2011 a 2012 teve uma diminuição (16.37%) e em 2012 a 2013 diminuiu (1.82%) dos casos registrados no Tratamento Fora de Domicilio. Os resultados demonstram que o câncer de próstata é o que mais prevalece. Em decorrência disso, diversos fatores têm se mostrados como determinantes para o aumento da prevalência, dentre eles destacam-se a maior expectativa de vida, e as constantes campanhas de identificação da doença, as quais passaram a revelar mais homens com a doença, além das influências ambientais e alimentares, tais como o alto consumo energético, ingestão de carne vermelha, gorduras e leite (PAIVA et al. , 2010; VIEIRA. 2005). Quanto ao câncer de Tireóide, percebe-se uma diminuição no número de casos entre o ano de 2009 e 2010 de (16.67%), sendo assim, no ano de 2011 não houve nenhum registro no serviço, de 2011 a 2012 teve um aumento de (16.66%), e entre 2012 e 2013 houve aumento de (16.67%). O câncer de tireóide, apesar da alta prevalência, manteve-se estável nos anos estudados, tendo baixa prevalência no ano de 2011 (figura 2), Segundo Rabelo (2006) “uma das justificativas do aumento na incidência dessa neoplasia provavelmente seja uma maior exposição a agentes carcinogênicos químicos e a irradiação”. O câncer de pele é considerado uma neoplasia de bom diagnóstico, e encontra-se com prevalência aumentada. De acordo com a (figura 3) observa-se que teve um aumento entre o ano de 2009 e 2010 de (17.65%), tendo uma diminuição entre o ano de 2010 e 2011 equivalentes ao ano anterior de (17.65%). Já no ano de 2011 e 2012 teve redução de (11.76%), com aumento em 2013 de (17.64%). Pode-se observar que em geral o câncer de pele encontra-se em alta prevalência de acordo com o número de casos notificados no serviço. 11 As evidências demonstram uma alta prevalência corresponde a múltiplos fatores, como exposição solar cotidiana, aumento dos raios ultravioleta, mudança de hábito da população, bronzeamento da pele e principalmente o aumento da exposição à radiação ultravioleta. Apesar da estimativa do câncer de pele esteja aumentado rapidamente em todo o mundo, 45% dos cânceres passiveis de prevenção sejam os cânceres de pele (BARDINI, 2012). O câncer de estômago encontra-se no estudo uma baixa prevalência, não ocorrendo nenhum caso notificado no serviço entre 2009 e 2010, já entre 2010 a 2012 houve um aumento de (25%) no número de registro, portanto em 2012 e 2013 houve diminuição de (25%) no número de casos registrado no serviço. O declínio na prevalência do câncer de estômago ao longo das décadas foi considerado uma vitória não planejada e não esperada pelos serviços de saúde, e os motivos ainda não estão bem explicados. Bem como avanços tecnológicos, a facilidade de aquisição de refrigeradores e o consequente abandono do hábito de se utilizar sal na conserva de alimentos, além de melhorias no saneamento básico, se relacionem com essa queda da prevalência (ARREGI, 2009; FONSECA, 2010 apud CAMPELO & LIMA, 2012). Estudo demonstra que o câncer de esôfago encontra-se estável entre os anos de 2009 a 2012 com (20%) dos casos notificados no serviço e entre os anos de 2012 e 2013 não houve registro no Programa de Atendimento fora de Domicilio. Apesar de não apresentar registros de números de casos notificados ou ate mesmo pelo fato da população não atendimento no TFD. Estudos realizados por Queironga & Pernambuco (2006) no Brasil segundo estimativas do Ministério da Saúde, vão ocorrer em 2005 cerca de 8.140 casos novos de câncer de esôfago em homens e 2.450 em mulheres. Estes números esperados correspondem a taxas brutas de incidência de 8,99/100.000, entre os homens, e de 2,61/100.000, entre as mulheres. Com relação ao câncer de laringe, este encontra-se com prevalência aumentada, em decorrência disso encontra-se com aumento entre 2009 a 2010 de (33.34%), e entre 2010 a 2013 ocorreu uma diminuição de (33.34%) no número de casos notificados. Durante o período de 2009 a 2013 foram diagnosticado 06 casos notificados de câncer de laringe, (figura 2), estudo realizado em Santa Catarina por Padial et al. (2011), confirma que embora o número de doenças seja maior em homens, apesar da proporção entre mulheres vem aumentando, isso se deve principalmente com o aumento do consumo do alcoolismo e tabagismo, alem disso acomete mais a quinta e sexta décadas. 12 O câncer de pulmão vem diminuindo com o passar dos anos, isso provavelmente pode estar relacionado com o baixo consumo de tabaco, sendo que nos anos estudados não houve registro no serviço de atendimento entre o ano de 2009 a 2011 e 2013, tendo apenas no ano de 2012 de (100%). De acordo com Paschoal (2009), “o câncer de pulmão e uma doença do adulto, ocorrendo dos 40 aos 80 anos, com um pico de incidência entre 55-65 anos”. Segundo a pesquisa o câncer de pulmão se encontra com baixa incidência, sendo 1 caso notificado no sexo masculino em 2012 (figura 2), essa redução na mortalidade podem está associada a diminuição do uso do tabaco (MENEZES, 2002). Sendo assim, o câncer de próstata, mama e tireoide encontra-se no ranking de incidência na pesquisa documental, em decorrência disso, alguns fatores estão associados com a medida de prevenção e controle do câncer. Infere-se que a incidência do câncer de próstata tenha aumentado devido à falta de informação, crenças antigas, mero preconceito cultural da maioria dos homens e o exame preventivo com o toque retal, o constrangimento na adesão do exame preventivo, além disso, a desinformação o preconceito em realizar os exame de toque retal e dosagem do PSA sanguíneo. (LEFORT, ALMEIDA, 2004 apud MAIA et al., 2009; VIEIRA et al., 2012). O que chama a atenção na pesquisa documental realizada é o fato da maior prevalência em câncer de próstata, e baixa prevalência de câncer de pulmão como aponta o INCA. “Embora as previsões para o câncer seja de aumento do número de casos a cada ano, chama a atenção nos dados dos últimos anos no Brasil a tendência de queda do câncer de pulmão em homens e do câncer de colo do útero em mulheres, resultado das políticas de prevenção e diagnóstico precoce”. Já o câncer de útero, na pesquisa em questão, se encontra em quinta colocação na lista de classificação da prevalência. Isso demonstra que a busca incessante no acompanhamento preventivo e o controle do câncer esta melhorando como o exame de Papanicolau. Em geral, a pesquisa documental demonstra uma alta prevalência em todos os tipos de cânceres. A prevalência e a mortalidade por câncer têm crescido na cidade possivelmente em virtude do aumento da expectativa de vida e do controle de doenças infectocontagiosas. Segundo Costa et. al. (2005), o câncer é uma das doenças mais temidas no mundo, principalmente devido à ausência de tratamento efetivo que proporcione 100% de cura para o indivíduo acometido. 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados obtidos, observa-se que houve uma constante notificação quanto ao número dos casos de cânceres na população estudada. Vale enfatizar um aumento progressivo do câncer de próstata possivelmente em função da expectativa de vida, alto consumo de bebidas e energéticos. Já o câncer de mama atribuído especialmente mulheres tem sido a principal neoplasia de morte, associada com o câncer de colo uterino causado pela infecção do HPV e históricos de doenças sexualmente transmissíveis, agravando para neoplasia ovariana. Em função disso, destacando a prevenção primária do câncer o controle e a redução do consumo exagerado do álcool, à prática de atividades físicas regulares e o estímulo à dieta com qualidade nutricional com a finalidade de eliminação ou diminuição, de maneira eficiente, eficaz e efetiva, dos fatores de risco associados ao câncer. Sabendo da prevalência elevada da grande maioria dos cânceres estudados e considerando a importância do “pensamento epidemiológico” na Biomedicina, pressupõe-se a associação com as atividades socioeconômica, precária atenção primaria, podendo ainda ter correlação a progressão do desenvolvimento industrial, fatores químicos, físicos e biológicos. Ocorrendo uma discrepância em relação aos anos de modificação, nesta população verificouse uma tendência persistente, emergente e reemergente. Podendo assim, ampliar investimentos e logísticas para controlar e/ou minimizar os casos de câncer em Guanambi. Deve-se salientar que estudos iniciais na grande parte dos casos, dados podem ser atribuídos ao diagnóstico precoce dessa patologia em função dos grandes avanços tecnológicos direcionados a exame por imagens além da interação entre os especialistas. Sugerimos assim um acompanhamento complementar de ações de prevenção das neoplasias, atenção básica, profissionais de saúde como um todo para ampliar o escopo das ações de controle e prevenção de cânceres em Guanambi. Sendo assim, buscando uma melhor qualidade no programa TFD. 14 REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. M. P. T DE.; MARQUINI, H. R.; LEITE, M. R.; NAI, A. G.; PREVALÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA E ASSOCIAÇÃO COM SEUS FATORES PROGNÓSTICOS E PREDITIVOS Colloquium Vitae, jan/jun 2012 4(1): 27-37. DOI: 10.5747/cv. 2012.v04.n1.v059. BAPTISTA, M. A. F.; Carcinoma gástrico difuso hereditário. Artigo de revisão, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, março 2010. BARDINI, G.; LOURENÇO, D.; MARIANE CORRÊA FISSMER, M. 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