Experiência de um Hospital Geral Universitário em Aconselhamento

Experiência de um Hospital Geral Universitário em Aconselhamento Genético em Câncer:
desafios e possibilidades
BATISTA, L.M1; FLÓRIA-SANTOS, M.2; PINTO, P.S.2; ALVARENGA, L.M.2; SILVA, WA. Jr. 1; FERRAZ,
V.E.F1
(1) Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; (2) Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
RESUMO
O presente estudo visa traçar um perfil do atendimento realizado em um ambulatório de aconselhamento
genético em câncer (AAGC), propondo estratégias para expansão da assistência, com vistas a adequá-la às
necessidades da comunidade. O trabalho foi desenvolvido no AAGC do Serviço de Genética Médica do
Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) localizado no Hospital das
Clínicas da FMRP/USP, compreendendo os atendimentos realizados no período de 2004 a 2009, a 104
famílias acompanhadas. Foram analisadas as seguintes variáveis: origem dos encaminhamentos; número de
famílias novas acompanhadas por ano; história pessoal e familial de neoplasias; número de familiares
acompanhados a partir do caso-índice; e síndromes neoplásicas hereditárias (SNH) diagnosticadas. Os
principais encaminhamentos foram feitos pelas clínicas de proctologia (44%), neurologia (21%), mastologia
(9%) e oncologia clínica (9%). Em média, 16 novas famílias foram atendidas, anualmente. Observou-se,
72% de casos-índice com história familial positiva para câncer, sendo que dentre esses somente 6% não
apresentavam história pessoal de neoplasias. Dentre as famílias com histórico de câncer, cerca de 20% possui
mais de um familiar seguido no AAGC, totalizando 53 familiares em seguimento, além do caso índice. As
SNH mais prevalentes foram as que compreenderam em sua constelação de tumores casos de câncer
colorretal, de mama, além de genodermatoses. Esse levantamento mostra alguns desafios do aconselhamento
genético em câncer baseado em um hospital geral: articulação com diversas clínicas, onde são atendidas as
famílias em risco para SNH; baixo número de casos novos somente com história familiar de câncer;
limitação no seguimento de familiares a partir do caso-índice. Frente a esses desafios, também se
descortinam possibilidades: parcerias com áreas estratégicas (oncologia clínica), apoio da equipe de
enfermagem, serviço social e psicologia; e realização de ações educativas para profissionais de saúde na
atenção básica, média e alta complexidade. Apoio: FAEPA, FMRP/USP, CAPES e CNPq
Palavras-chave: Aconselhamento genético. Neoplasias. Serviços genéticos