A escola filosófica da Florença Renascentista entre a classicização e a cristianização Leonardo Rosa Maricato Santos Departamento de História – ICH / Instituto de Ciências Humanas Universidade Federal de Juiz de Fora 1. Objetivos O trabalho pretende identificar os conceitos centrais da filosofia da Renascença (séc. XIVXVI), particularmente a florentina, e seu desenvolvimento na relação dialética entre a classicização do cristianismo, via bizantinos, e a cristianização do classicismo, no mundo romano, a partir do ressurgimento, em língua grega, das obras de Platão. 2. Material e métodos Serão 4 vias utilizadas na composição da pesquisa, a saber: a) levantamento bibliográfico e das fontes existentes no Brasil e na Itália; b) pesquisa/leitura/tradução de textos de arquivos dos centros de referência em Renascimento (Unicamp, Brasil / The Warburg Institute, Inglaterra / Scuola Normale Superiore di Pisa, Itália); c) orientação do Professor Doutor em grupo de estudos e pesquisas sobre o Renascimento italiano; d) rastreamento das obras de Platão em língua grega, suas primeiras traduções e circulação nos círculos de estudos humanísticos, além de sua influência nas expressões do pensamento. Como referência teórico-metodológica adota-se a obra de James Hankins e sua defesa das “studia humanitatis” de base platônica em Florença. A partir deste referencial, a pesquisa se desdobra nos aspectos político, literário, histórico e sócio-cultural. 3. Resultados e discussão Sob o paradigma filosófico-histórico platônico, irradiado nas “studia humanitatis” adotada pela academia como síntese do antigo clássico, repõem-se aspectos e valores do passado no então novo horizonte que, com o deslocamento operado pela mudança do eixo das reflexões, centra-se agora no homem, transformando as expressões do pensamento ocidental. Com o desenvolvimento desta pesquisa, espera-se encontrar também as respostas e explicações para a preponderância de Platão, e não de Aristóteles, como referência do Renascimento florentino. Importa também mensurar a aplicação do modelo da academia platônica ao Renascimento italiano em Florença, bem como comparar as diferenças entre o modelo original clássico e o florentino. 4. Conclusões A pesquisa encontra-se em andamento e, por ora, tem como conclusões parciais a identificação da presença da obra platônica, via bizantinos, em suas ramificações na base do Renascimento. Tal presença reafirma a relevância do tema para a compreensão histórico-filosófica do Renascimento, em nova perspectiva. 5. Referências bibliográficas BIGNOTTO, N. Origens do republicanismo moderno. Belo Horizonte: UFMG, 2001. BYINGTON, E. O projeto do Renascimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. BLUM, P. R. Filósofos da Renascença. São Leopoldo: Unisinos, 2003. BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Cia das Letras, 2003. ______. Storia della Civiltá Greca. Vol 1, tomo 1. Firenze: Sansoni, 1992. CANTIMORI, D. Umanesimo e Religione nel Rinascimento. Torino: Einaudi, 1975. CASSIRER, E. Indivíduo e cosmos na filosofia do Renascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2001. GARIN, E. Ciência e vida civil no Renascimento italiano. São Paulo: UNESP, 1996. HALLE, J. Dicionário do Renascimento italiano. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. HANKINS, J. La riscoperta di Platone nel Rinascimento italiano. Pisa, Itália: Edizioni Della Normale, 2009. MOMIGLIANO, A. As raízes clássicas da historiografia moderna. Bauru: EDUSC, 2004. PLATÃO. Obras completas. Benedito Nunes (org.). Tradução: Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2007.