Custo para adotar uma economia de baixo carbono é estimado em

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Relatório alerta que, sem ações concretas, mudanças no clima
podem matar 100 mi até 2030
Custo para adotar uma economia de baixo carbono é
estimado em cerca de 0,5% do PIB mundial.
Mais de 100 milhões de pessoas vão morrer e o crescimento econômico global
será reduzido em 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030 se o mundo
fracassar no combate às mudanças climáticas, alertou um relatório
encomendado por 20 governos divulgado nesta quarta-feira. Matéria de Nina
Chestney, da Reuters, em O Estado de S.Paulo.
À medida que as temperaturas médias globais sobem devido às emissões de
gases de efeito estufa, as consequências sobre o planeta, tais como
derretimento de calotas de gelo, condições meteorológicas extremas, secas e
elevação dos mares, vão ameaçar populações e meios de subsistência, disse o
relatório conduzido pela organização humanitária DARA (daraint.org/).
O órgão calculou que 5 milhões de mortes ocorrem a cada ano devido à
poluição do ar, fome e doenças como resultado das mudanças climáticas e das
economias com uso intenso de carbono, e esse número provavelmente vai
subir para 6 milhões por ano até 2030 se os atuais padrões de uso de
combustíveis fósseis continuar.
Mais de 90% dessas mortes ocorrerão nos países em desenvolvimento,
apontou o relatório, que calculou o impacto humano e econômico da mudança
climática em 184 países em 2010 e 2030. O documento foi encomendado pelo
Fórum Clima Vulnerável, uma parceria de 20 países em desenvolvimento
ameaçados pela mudança climática.
“Uma crise combinada carbono-climática deve custar 100 milhões de vidas
entre agora e o final da próxima década”, disse o relatório.
O documento afirmou ainda que os efeitos da mudança climática tinham
reduzido a produção global em 1,6% do PIB mundial, ou US$ 1,2 trilhão por
ano. As perdas poderiam dobrar para 3,2% do PIB mundial até 2030 se for
permitido que as temperaturas globais subam, ultrapassando 10% por cento
antes de 2100. O custo de mudar o mundo para uma economia de baixo uso
de carbono é estimado em cerca de 0,5% do PIB nesta década.
Em resposta ao relatório, a Oxfam Internacional disse que os custos de uma
falta de ação política sobre o clima são “surpreendentes”.
“As perdas para a agricultura e a pesca sozinhas podem chegar a mais de US$
500 bilhões por ano até 2030, fortemente concentradas nos países mais
pobres, onde milhões dependem desses setores para ganhar a vida”, disse o
diretor-executivo Jeremy Hobbs.
As temperaturas já subiram cerca de 0,8 grau Celsius acima dos níveis préindustriais. Quase 200 nações concordaram em 2010 em limitar o aumento da
temperatura média global a menos de 2 graus Celsius para evitar os impactos
perigosos das mudanças climáticas.
Mas cientistas do clima alertam que a chance de limitar o aumento para menos
de 2 graus está ficando menor à medida que as emissões globais de gases de
efeito estufa aumentam devido à queima de combustíveis fósseis.
As nações mais pobres são as mais vulneráveis, pois enfrentam maior risco de
seca, escassez de água, quebra de safra, pobreza e doenças. Em média, elas
podem ver uma perda de 11% do PIB até 2030 devido às alterações
climáticas, afirmou a DARA.
“Um grau Celsius de aumento da temperatura está associado com perda de
10% da produtividade na agricultura. Para nós, isso significa perder cerca de 4
milhões de toneladas de grãos de alimentos, representando em torno de US$
2,5 bilhões. Isso é cerca de 2% do nosso PIB”, disse o primeiro-ministro de
Bangladesh, xeique Hasina, em resposta ao relatório.
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