P-017 - O Planeta do Sol Moribundo - Kurt Mahr

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(P-017)
O PLANETA DO SOL
MORIBUNDO
Autor
KURT MAHR
Tradução
RICHARD PAUL NETO
Digitalização
VITÓRIO
Revisão
ARLINDO_SAN
Perry Rhodan e seus companheiros partiram em busca do segredo
da imortalidade e pousaram em Gol, o décimo quarto planeta do sistema
Vega. Lá, sem dúvida, teriam sido vitimados pelos seres luminosos,
devoradores de energias, se o desconhecido não os houvesse
arremessado para o espaço por meio do transmissor de objetiva.
Apesar de terem sido salvos de uma situação de perigo extremo, os
ocupantes da Stardust-III sentem-se deprimidos, pois a nave se encontra
numa região completamente desconhecida do Universo.
Onde ficará o mundo em que, segundo as informações do
desconhecido, se encontram as coordenadas que permitirão a
teleportação espaço-temporal que os conduzirá de volta ao seu mundo?
Será o Planeta do Sol Moribundo?...
= = = = = = = = = = Personagens Principais: = = = = = = = = = =
Perry Rhodan — Comandante da Stardust-III e chefe da Terceira Potência.
Thora e Crest — Que estão dispostos a desistir da busca do planeta da imortalidade.
Tama Yokida — Que faz malabarismos com uma bomba arcônida, a arma mais
devastadora do universo conhecido.
Fellmer Lloyd — Cuja indisciplina coloca em risco toda a expedição.
Tenente Tanner — Que comanda o acampamento junto à colina.
Tanaka Seiko — Cujo cérebro, atingido por um processo de mutação, sente como
dor física o ódio com que os intrusos são recebidos em Vagabundo.
1
— Já lhe disse — resmungou Crest decepcionado. — Não tenho certeza.
Perry Rhodan fez que sim. Tinha diante de si, sobre o painel de instrumentos, os
resultados colhidos com base no espectro, na intensidade luminosa, na posição e na
distância provável de uma estrela que, segundo Crest acreditava poucos minutos antes, era
conhecida dos espaçonautas arcônidas.
A situação era a seguinte: a missão de Perry Rhodan em Gol, o décimo quarto planeta
do sistema Vega — uma massa gigantesca de metano e amoníaco com o triplo do diâmetro
de Júpiter, em cuja superfície os efeitos da gravidade eram terríveis — terminara de uma
forma estranha e explosiva. A missão só servira para trazer outra indicação sobre a posição
do planeta da vida eterna, que estavam procurando. Quando maior era o perigo, a missão
foi interrompida através de um transmissor de objetiva. Este realizara a teleportação
simultânea de vários grupos separados no espaço, ou seja, Rhodan com três homens, que
se encontravam no ponto em que estava localizado o transmissor, o major Nyssen e o
capitão Klein, que estavam a cerca de oitenta quilômetros dali, num carro-esteira bastante
tosco, e finalmente a imensa nave espacial arcônida, a Stardust-III, retirando-os do planeta
Gol e reunindo-os num ponto do Universo que ninguém conhecia, já que ficava distante
das rotas de navegação espacial.
Nem mesmo uma pessoa que possuísse extensos conhecimentos científicos saberia
dizer como o transmissor, que pelas suas dimensões não passava de uma minúscula
partícula de pó em comparação com os oitocentos metros de diâmetro da Stardust-III,
conseguira realizar tal milagre. Todavia, o acontecimento não os deixou abalados, como
seria de esperar.
O que os preocupava realmente era o fato de não saberem se orientar no setor do
espaço em que a Stardust-III viera parar. Não dispunham de qualquer ponto de referência
que indicasse uma rota mais favorável à nave e, ao que tudo indicava, não encontrariam
nenhum.
As estrelas — umas cinqüenta ou sessenta — que apareciam na tela foram
rapidamente analisadas. Depois de ordenados os respectivos dados, os mesmos foram
cotejados com os catálogos estelares que a Stardust-III trazia a bordo.
Constatou-se que aquelas estrelas, com exceção de uma única, não tinham a menor
semelhança com as que constavam do catálogo. As esperanças de Crest apoiaram-se
naquela única estrela. Revelava alguns traços que coincidiam com uma estrela conhecida
pela astronomia arcônida, que se situava numa das nebulosas de Magalhães, fora da
galáxia. Dessa forma se explicaria a reduzidíssima densidade estelar naquele setor do
espaço: a Stardust-III teria penetrado numa área que não fica na galáxia.
Mas a suposição não resistira a um exame mais acurado. Aquela única estrela também
revelou muitos traços que não coincidiam com os da estrela situada na nebulosa de
Magalhães, que constava do catálogo.
Uma circunstância que causou desassossego ainda maior a Crest — e também a
Rhodan, embora este não o confessasse — era a de que a maior parte das estrelas
observadas apresentava traços espectrais que quase chegavam a ser aventurosos.
A ciência arcônida não contestava a afirmativa de que uma estrela fixa é um “corpo
negro”, segundo a lei das radiações de Planck. Face a isso seria de esperar que todas as
estrelas fixas, inclusive as poucas que naquele instante apareciam nas telas da Stardust-III
emitissem um espectro de radiações constantes que, conforme o tipo da estrela, começaria
no ultravioleta de ondas mais ou menos curtas, passaria pelo campo dos raios visíveis e
penetraria profundamente na área do infravermelho.
Nada disso se observava nas estrelas que tanto inquietavam Crest. Muitas delas
apresentavam um espectro com algum indício de se conformarem com a lei das radiações,
mas de repente apresentavam uma inflexão totalmente imotivada. Outros espectros não se
pareciam com qualquer coisa que Crest e Rhodan já tivessem visto. As respectivas estrelas
funcionavam como radiadores seletivos, tal qual a luz de uma vela ou de uma lanterninha
de bolso.
Uma das estrelas tinha um espectro fragmentário com dois pontos máximos, um deles
situado na área do verde, outro na do vermelho. O efeito produzido pela conjunção dos
dois fragmentos foi o de um ponto luminoso de cor marrom. Era um fenômeno jamais
observado nos céus da galáxia.
***
— Então — disse Rhodan com um suspiro. — Não temos a menor idéia do lugar em
que nos encontramos. E, se não acontecer um milagre ou coisa que o valha, nunca
saberemos.
Procurou observar o efeito de suas palavras. Solicitara a presença dos dois arcônidas
na sala de comando, e ainda a de Reginald Bell, dos majores Nyssen e Deringhouse;
também pediu o comparecimento de Tako Kakuta, um japonês que representava o Exército
de Mutantes.
Crest mergulhou no desânimo; não fez o menor esforço para disfarçar a decepção de
que se sentia possuído. Thora, uma arcônida esbelta de cabelos brancos, devia sentir a
mesma coisa; mas sabia que idéia o homem faz de um ser que desanima antes da hora. Por
isso deu uma expressão enérgica ao seu rosto e enfrentou o olhar de Rhodan.
Os outros homens ali presentes pareciam feitos exclusivamente de curiosidade.
— E agora? — perguntou Bell. — Vamos ficar parados por aqui, esperando pelo
milagre?
Rhodan, muito sério, fez que sim.
— Poderia ter a gentileza de nos dizer que milagre é esse? — gritou Thora.
Sua voz parecia irritada e nervosa.
— Espero poder lhes dizer dentro de algumas horas — respondeu Rhodan. — Vou
dar uma olhada por aí. Pegarei um caça espacial.
— Acha que com um caça vai vencer a distância de alguns anos-luz que nos separa
da estrela mais próxima? — disse Thora com um riso irônico.
Rhodan sacudiu a cabeça.
— Não. Só me afastarei algumas unidades astronômicas.
— Para quê?
— Este setor do espaço é o pedaço mais estranho do Universo que Crest e,
evidentemente, também eu, jamais vimos — explicou Rhodan em tom professoral. — A
mais próxima das cinqüenta e seis estrelas que vemos se encontra a cinco anos-luz do ponto
em que atualmente nos encontramos, a mais distante a cento e oitenta anos-luz. Além desse
limite ainda se encontra, a uma distância considerável, uma concentração de matéria quase
imperceptível. Talvez se trate de uma galáxia. A densidade estelar nesta região é menor do
que seria de esperar no interior de uma galáxia, porém maior que a que costuma ocorrer
fora dela. Os espectros das cinqüenta e seis estrelas que temos diante de nós provocariam
risos em qualquer analista espectral. Por tudo que conseguimos saber até hoje, espectros
dessa espécie não deviam existir. Logo nos acode uma suspeita, a de que a estrutura do
espaço em que nos encontramos não é aquela à qual estamos acostumados. Como até
mesmo os instrumentos de maior precisão não constataram nada de anormal, pretendo dar
uma olhada do lado de fora da nave.
Deringhouse levantou-se de um salto.
— Essa tarefa não caberia a mim?
Rhodan repeliu-o com um gesto.
— Esqueça-se! — respondeu em tom sério. — Se minhas suposições forem corretas...
Preferiu não completar a frase. A passos lentos, todo pensativo, foi em direção ao
intercomunicador e mandou que um dos pequenos caças rápidos fosse preparado para a
decolagem e colocado na comporta norte da Stardust-III.
***
O caça deu um verdadeiro salto ao sair do enorme compartimento da comporta.
Rhodan imprimiu uma aceleração média à sua máquina; apesar disso a imensa esfera
formada pela nave encolheu-se com uma rapidez assustadora.
Dentro de poucos minutos o caça atingiu a velocidade de 500 km/s. Rhodan reduziu
a potência do mecanismo propulsor e regulou o neutralizador de pressão de tal forma que,
mesmo em vôo livre, a força gravitacional no interior da minúscula cabina equivalesse à
da Terra.
Os instrumentos mantinham-se imóveis. Indicavam a massa da Stardust-III, nada
mais.
Depois de ter se afastado da Stardust-III em linha reta durante quinze minutos, sem
que tivesse notado nada de extraordinário, aumentou a velocidade do caça.
Descreveu uma curva a cerca de 200 km/s, saiu da rota primitiva e acabou
deslocando-se num ângulo de noventa graus em relação à sua trajetória anterior.
Depois de decorridos outros quinze minutos transmitiu nova potência aos jatos,
aumentando a velocidade para 10.000 km/s. Efetuou nova mudança de rota, que agora
descrevia um ângulo de quarenta e cinco graus tanto com a direção de vôo imediatamente
anterior como com a primitiva.
O instrumento ainda registrava nitidamente a massa representada pela Stardust-III, e
o envoltório da nave brilhava atrás dele como se fosse uma estrela.
“É uma estrela irreal”, pensou Rhodan. A luz refletida pela Stardust-III irritava-o;
gostaria de saber por quê. Não havia nada mais natural que a visão de uma nave
transformada numa espécie de estrela, desde que o observador se encontrasse a uma
distância adequada.
Seus pensamentos foram interrompidos pela voz um tanto nervosa de Bell.
— Por que não dá sinal de vida? O que aconteceu aí fora?
— Nada; absolutamente nada.
Bell resmungou, satisfeito:
— O que você esperava?
— Não sei. Alguma coisa...
— Alô! Está ouvindo? Eu perguntei: O que você esperava?
— E eu respondi: Não sei — disse Rhodan.
Alguns segundos depois, soou a voz áspera de Bell:
— Não o ouço mais, chefe. O que aconteceu?
Perplexo, Rhodan olhou para o painel. Ao que parecia, o mecanismo de controle não
tomara conhecimento de qualquer avaria. Todas as peças que se encontravam a bordo do
caça estavam em perfeito estado, inclusive o transmissor.
— Rhodan para Stardust-III — berrou Rhodan. — Vocês me ouvem?
A única resposta foi um zumbido monótono. O receptor permanecia inerte. Do outro
lado não tinham desligado, mas não o ouviam mais.
Não havia dúvida de que podiam acompanhar sua trajetória por meio do detector de
matéria. Sabiam, portanto, que o caça espacial ainda se encontrava dentro da área de
alcance dos instrumentos da Stardust-III. Rhodan sentiu-se preocupado ao pensar no que
Bell seria capaz de fazer na sua precipitação.
A Stardust-III não devia deslocar-se!
Rhodan acionou os jatos de frenagem. Partículas brilhantes, que se deslocavam à
velocidade da luz, saíram dos bocais amplos e achatados, reduzindo progressivamente a
velocidade do jato.
As idéias precipitaram-se no cérebro de Rhodan.
Poderia transmitir um sinal à Stardust-III através do feixe luminoso do canhão de
impulsos; dessa forma saberiam que ainda estava vivo. Para o mesmo fim poderia fazer
explodir uma bomba de detonação rápida, ou então...
Subitamente lembrou-se de que qualquer sinal dessa espécie levaria Bell à conclusão
de que se defrontava com um inimigo invisível. Por isso desistiu da idéia.
Os jatos de frenagem, trabalhando a toda potência, levaram alguns minutos para
neutralizar a velocidade do caça. Ainda durante a frenagem Rhodan fez o aparelho
descrever uma curva fechada, que exigiu o máximo do neutralizador gravitacional. Cerca
de dez minutos depois de terem sido interrompidas as comunicações com a Stardust-III, o
caça passou a deslocar-se em direção à nave.
A nave continuava no mesmo lugar. Pelos dados registrados no painel de
instrumentos, Rhodan viu que se encontrava aproximadamente a uma unidade astronômica,
ou seja, a cento e cinqüenta milhões de quilômetros da nave. Se prosseguisse com o
máximo de aceleração, talvez ainda a atingisse antes que Bell mandasse dar partida à
Stardust-III, para libertá-lo das aparentes dificuldades.
Pela tela do detector de matéria deviam perceber que ele voltara a aproximar-se da
nave e, se conservassem o sangue-frio, esperariam.
Imprimiu o máximo de aceleração ao aparelho. Dessa forma não levaria mais de trinta
minutos.
O indicador de trajetória, regulado para a rota da Stardust-III, marcava um ângulo
igual a zero. Mas o fino traço de luz não se mantinha imóvel na marca zero, como devia
acontecer. Tremulava, desviava-se alguns décimos de milímetros para a esquerda, voltava
à posição original e desandava de novo.
Rhodan esqueceu-se do que pretendia fazer e desligou os jatos. O caça reagiu
imediatamente. O fio de luz foi-se desviando, devagar, mas ininterruptamente e sem voltar
atrás.
Rhodan fitou-o estupefato. Um grau negativo, dois graus negativos; o aparelho
submetia-se documente à influência de uma força vinda de alguma fonte invisível. Rhodan
sabia que todas as indicações dos instrumentos eram registradas. Portanto, poderia
interpretar os dados a bordo da Stardust-III. Mas sentiu-se tomado de impaciência.
Enquanto o caça se desviava traço após traço, grau após grau, procurou localizar a estranha
fonte de energia.
Os rastreadores não indicavam nada, além da massa formada pela nave, que
permanecia imóvel no espaço.
O gravímetro, porém, registrava pequenas influências gravitacionais, e indicava a
direção em que se processava o respectivo efeito de aceleração. Rhodan sondou o
respectivo setor espacial com todos os instrumentos de que dispunha, mas não encontrou
nada.
Era uma fonte gravitacional situada no nada!
O fenômeno era tão esdrúxulo quanto os espectros estelares que havia observado.
Durante meia hora Rhodan abandonou o aparelho à influência do misterioso
fenômeno. Nesse intervalo sofreu um desvio de dez graus e correu o risco de precipitar-se
para além da Stardust-III.
Decorridos os trinta minutos, de súbito, a trajetória não mais sofreu qualquer
modificação. O gravímetro não registrava mais nada, e a trajetória do caça passou a ser a
de um corpo em queda livre num sistema submetido exclusivamente à força da inércia.
A influência da força gravitacional cessara. Alguém a desligara.
Alguém a desligara?
Enquanto procedia à correção da rota, a fim de voltar a popa do caça em definitivo na
direção da Stardust-III, Rhodan procurou calcular o volume de energia que seria necessário
para produzir um campo gravitacional igual àquele que acabara de exercer sua influência
sobre o caça. O fato de que a alteração da trajetória se realizara de forma constante e em
progressão linear em relação ao tempo, indicava que a fonte geradora do campo
gravitacional se situava a uma distância muito grande: ao menos três unidades
astronômicas. Quem quisesse gerar um campo gravitacional artificial capaz de exercer uma
influência tão pronunciada a uma distância daquelas, precisaria de um volume de energia
superior...
Superior a quê? Superior, por exemplo, ao da energia total de que dispunha o planeta
Terra. Tratava-se de um campo equivalente ao que seria irradiado por um sol. Mas o campo
gravitacional de um sol não estava sujeito a uma modificação tão abrupta como a que
acabava de se verificar aqui.
“Não existe nenhuma explicação”, pensou Rhodan numa atitude resignada.
...
Arquivo da conta:
Pardal.Fap
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