Procedimento Sectorial 000 PROCEDIMENTOS RESPEITANTES A RN NO CONTEXTO DE EPIDEMIA/PANDEMIA DE GRIPE A APROVAÇÃO 1 OBJECTIVO Sistematizar os procedimentos relativos ao circuito de recém-nascidos no HDE no contexto de epidemia/pandemia de gripe A 2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO Médicos da equipa de Neonatologia e Pediatras do Hospital de Dona Estefânia 3 RESPONSABILIDADES 3.1 Pela implementação do procedimento: Director da Área de Pediatria Médica do HDE, Comissão de Acompanhamento da Gripe 3.2 Pela revisão do procedimento: Director da Área de Pediatria do HDE, Comissão de Acompanhamento da Gripe e Equipa de Neonatologia do HDE 4 DEFINIÇÕES Caso confirmado de Gripe A H1N1: Definição de caso em anexo 5 SIGLAS E ABREVIATURAS HDE – Hospital de Dona Estefânia RN – Recém-nascido UCIN – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais 6 REFERÊNCIAS Centers for Disease Control and Prevention, Considerations regarding Novel H1N1 Flu Virus in Obstetric Settings. July 6, 2009 DGS, Gripe OT-7. Utilização de antivirais em terapêutica e quimioprofilaxia pós-exposição. O607-2009 DGS, Gripe OT-11. Medidas de protecção individual em serviços de saúde. 06-07-2009 Manual da Qualidade HDE BI nº 44/05 de 27/01/06. Precauções na Prevenção de transmissão de Microorganismos (Isolamentos). Newcastle neonatal service guidelines – Pandemic influenza ELABORAÇÃO Maria João Lage Maria Teresa Neto VERIFICAÇÃO CQSD EDIÇÃO A Setembro 2009 CIRCULAR INFORMATIVA Nº PRÓXIMA EDIÇÃO Nº PAGS. 1/4 Procedimento Sectorial 000 PROCEDIMENTOS RESPEITANTES A RN NO CONTEXTO DE EPIDEMIA/PANDEMIA DE GRIPE A 7 DESCRIÇÃO FUNDAMENTO A infecção humana com o novo vírus influenza A (H1N1) foi identificada pela primeira vez em Abril de 2009, sendo declarada actualmente pela OMS a fase pandémica (6) da doença. Embora muitas infecções por este vírus sejam ligeiras, a mulher grávida parece ter um risco acrescido de morbilidade e mortalidade. O impacto da gripe H1N1 no recém-nascido é desconhecido mas, com base em experiência prévia, os recém-nascidos terão maior risco de doença grave. Tendo em conta o número crescente de casos confirmados da infecção em Portugal, é provável que esta se estenda também à população de mulheres grávidas que serão referidas à Maternidade do HDE para cuidados de saúde pré e perinatais O risco de transmissão de vírus H1N1 da mãe para o feto é ainda desconhecido. RN NASCIDO DE MÃE COM GRIPE A O RN deve ser considerado potencialmente infectado se a mãe iniciou doença nos 7 dias anteriores ao parto ou nas 48h a seguir ao mesmo. O maior risco para o RN acontece se o parto ocorre em mães infectadas recentemente – há menos de 48h. O RN deve ser separado da mãe logo após o nascimento. Se a mãe tiver 72h ou mais de terapêutica, estiver apirética, tiver tosse controlada e conseguir tratar do RN, este poderá ficar junto dela. EDIÇÃO A Setembro 2009 CIRCULAR INFORMATIVA Nº PRÓXIMA EDIÇÃO Nº PAGS. 2/4 Procedimento Sectorial 000 PROCEDIMENTOS RESPEITANTES A RN NO CONTEXTO DE EPIDEMIA/PANDEMIA DE GRIPE A RN CLINICAMENTE BEM Deve ser transportado em berço aquecido para sala de isolamento da UCIN destinada a estes RN. Deve ser tratado com isolamento de contacto e de gotículas. Fazer pesquisa de vírus H1N1. Se for negativa, se o RN continua clinicamente bem e se houver familiar que trate dele, deve ser enviado para o domicílio às 36h de vida. Deve ser mantida vigilância, via telefone, até aos 8 dias de vida. Se a mãe já não estiver em fase contagiosa (mais de 48h de terapêutica, estiver clinicamente bem, com controlo da tosse), o RN pode ser enviado para junto dela. Se a mãe continua doente e não há familiar que o possa receber tem que ser disponibilizada, no hospital, enfermaria que receba RN normais e saudáveis. RN PRÉ-TERMO OU COM PATOLOGIA CONGÉNITA, PERINATAL OU NEONATAL QUE EXIJA CUIDADOS INTENSIVOS Deve ser transportado em incubadora de transporte para a sala de isolamento da UCIN destinada a estes RN. O doente receberá os cuidados intensivos de que necessita de acordo com a situação clínica, nomeadamentre ventilação mecânica, cateterismo central, etc. Deve ser feita pesquisa de virus H1N1. Se negativa o doente poderá transitar para a área de cuidados intensivos da UCIN. Se positiva deve ser transferido para a unidade de doenças infecciosas RN NA ENFERMARIA DE PUÉRPERAS COM SINAIS CLÍNICOS DE INFECÇÃO Se o RN internado na enfermaria de puérperas iniciar clinica compatível com sepsis/gripe A (critérios do CDC para RN - febre >38ºC, rinorreia, dificuldade respiratória, letargia, irritabilidade, recusa alimentar), para além das causas infecciosas habituais, deve ser considerada a possibilidade de se tratar de infecção pelo vírus da gripe A. O RN deve ser transferido para a UCIN (sala de isolamenro). Deve receber tratamento de acordo com as necessidades – cuidados intensivos ou intermédios. Devem ser realizadas todas as culturas necessárias ao esclarecimento da situação clínica vg hemocultura, cultura de secreções - e, ainda, pesquisa de vírus H1N1. Deve ser iniciada terapêutica antibiótica de acordo com a infecção suspeita – sepsis, pneumonia ou outra. Se a pesquisa de vírus H1N1 for positiva o doente deve ser transferido para a unidade de doenças infecciosas EDIÇÃO A Setembro 2009 CIRCULAR INFORMATIVA Nº PRÓXIMA EDIÇÃO Nº PAGS. 3/4 Procedimento Sectorial 000 PROCEDIMENTOS RESPEITANTES A RN NO CONTEXTO DE EPIDEMIA/PANDEMIA DE GRIPE A RN INTERNADO COM CONTACTO COM PAIS OU PROFISSIONAL DOENTE • UCIN – Não faz pesquisa de vírus H1N1. Dependendo das condições subjacentes nomeadamente RN de Muito Baixo Peso, grande Prétermo, RN doente, ventilado ou com doença crónica, deve ser fortemente considerada a necessidade de profilaxia com Oseltamivir • ENFERMARIA DE PUÉRPERAS – Não faz pesquisa de vírus H1N1. Se possível, deve ter alta. Se não puder ter alta deve ser transferido para a UCIN e fica em isolamento de contacto e gotículas. ISOLAMENTO DO RN Um RN colocado em incubadora tem isolamento de contacto e de gotículas adequado, quer de transmissão quer de protecção. Para tal devem ser cumpridas as medidas de higiene adequadas: portas da incubadora fechadas, lavagem correcta das mãos do pessoal e lavagem e desinfecção das superfíceis exteriores da incubadora. O uso de bata e luvas é obrigatório para a prestação de cuidados normais ao RN. Para aspiração de secreções, entubação traqueal, cinesiterapia respiratória, tratamento de doentes ventilados (TET ou CPAP nasal) devem ser usados também óculos e máscara P3. CONTINGÊNCIA DE VAGAS NA UCIN No contexto de pandemia pode ser necessário restringir a admissão de RN com patologia susceptível de ser tratada noutras unidades. Todos os casos devem ser discutidos com a unidade emissora e com o INEM Neonatal de modo a dar prioridade a patologia cirúrgica com necessidade de intervenção imediata ou quase imediata. EDIÇÃO A Setembro 2009 CIRCULAR INFORMATIVA Nº PRÓXIMA EDIÇÃO Nº PAGS. 4/4