Bacia de Campos - drm-rj

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Ponto de Interesse Geológico: Bacia de Campos
A Bacia de Campos é a maior produtora de petróleo no Brasil. Ela se assenta sobre rochas de aproximadamente 2 bilhões de anos de idade, como as
que vemos aqui nos costões rochosos da Praia de Cavaleiros. Estas rochas formam o que denominamos embasamento e são as mais antigas da região. A
Bacia de Campos foi formada pelo processo que separou a América do Sul da África e criou o Oceano Atlântico, iniciado há cerca de 130 milhões de anos.
Para um melhor entendimento da bacia, os geólogos separam sua evolução em estágios que mostram as grandes mudanças ambientais ocorridas durante o passado
geológico, conforme descrito a seguir.
ESTÁGIO 2
Uma Época de Lagos e Lagoas Há 120 milhões de anos, o antigo
planalto já havia se fragmentado.
Formaram-se depressões que foram
preenchidas inicialmente por lagos
de água doce. Por volta de 115
milhões de anos atrás, o ambiente
desses lagos, já em condições
salobras, se tornou favorável a um
intenso desenvolvimento de algas.
Areias
Cascalhos
B - Depósitos
Lacustres
Areias e Lamas
Sequência continental - ESTÁGIOS 1 e 2
Embasamento
Modificado de
Esteves et al., 1987.
Conchas
Lamas
A
Modelo paleogeográfico da Bacia de Campos
no Período Terciário
Sedimentos vindos do
continente, transportados
pelos rios
B
Acumulações de
Conchas
Sedimentos de
plataforma rasa
Cascalho
Esquema de Deposição dos
Sedimentos do Reservatório do
Campo de Marlim
Areia
Grossa
Areia
Fina
Areias de
turbiditos
Sedimentos
do canyon
Níveis
de Lama
Modificado de
Esteves et al. 1987.
Canyon com canal
preechido por sedimentos
Rochas do Embasamento
Conchas se multiplicavam às suas margens. A abundante acumulação de restos
vegetais no fundo do lago deu origem à rocha rica em matéria orgânica, que
gerou o grande volume de petróleo descoberto na bacia.
ESTÁGIO 3
O Nascimento de um Oceano - O mar invade a depressão entre África e Brasil
por volta de 112 milhões de anos atrás, formando um longo golfo que se estendia
desde Santa Catarina até Alagoas. O clima árido com evaporação intensa tornava
estas águas uma verdadeira salmoura, depositando espessas camadas de sal.
Com o peso dos sedimentos o sal, que sob pressão é muito maleável, deformouse. Este evento foi muito importante na produção de armadilhas que aprisionaram
o petróleo em alguns dos atuais campos produtores.
ESTÁGIO 5
Avalanches Submarinas - Com o afastamento entre Brasil e África, a bacia sedimentar se torna
cada vez mais profunda. Por volta de 90 milhões de anos atrás, o fundo do jovem oceano Atlântico
passou a receber violentas descargas de sedimentos trazidos nas grandes enchentes dos rios,
produzindo correntes turbulentas que escavaram canyons e despejaram extensos depósitos
arenosos, chamados turbiditos, em águas profundas. Esses turbiditos são as rochas produtoras
de óleo nos campos gigantes de Marlim, Albacora e Roncador. As figuras acima apresentam um
esquema de como estes depósitos se formaram.
0
Uma bacia sedimentar é uma depressão na superfície terrestre onde é possível
acumular sedimentos em sucessivas camadas que, posteriormente, vão formar
as rochas sedimentares. A formação inicial da depressão é disparada por
forças provenientes do interior da Terra, chamados esforços tectônicos.
Para facilitar tal entendimento, os geólogos utilizam algumas formas para
representação da disposição das rochas em uma bacia sedimentar. A seção
geológica da Bacia de Campos apresentada ao lado mostra como estão
representadas as diferentes rochas e estruturas geológicas (falhamentos e
dobramentos) em um perfil que segue desde próximo ao continente (esquerda)
até o fundo do oceano (direita).
W
Seção geológica esquemática da Bacia de Campos, entre a
plataforma continental e região de águas profundas.
100
10
0
388
BARRACUDA
CORVINA
SALEMA
ENCHOVA
MARIMBÁ
CARATINGA
BIJUPIRÁ
BONITO
BADEJO
RIO DAS OSTRAS
LINGUADO
BICUDO
ESPADARTE
PAMPO
504
485
CABO FRIO
MARLIM LESTE
MARLIM SUL
409
Acima, mapa do Estado
do Rio de Janeiro com
destaque para Macaé.
GUARAJUBA
0
10
40 Km
G4487w
AS BACIAS SEDIMENTARES E O PETRÓLEO: DA FORMAÇÃO ATÉ A
EXPLORAÇÃO
Para que ocorra a formação do petróleo é necessária a deposição e
preservação de matéria orgânica nas bacias sedimentares
(principalmente restos de plantas e bactérias). Esta matéria orgânica
terá, então, que passar por um processo chamado maturação espécie de cozimento para que possa se transformar em petróleo.
Este processo tem que ocorrer em condições especiais de
temperatura, pressão e tempo geológico (em milhões de anos).
A rocha rica em matéria orgânica que forma o petróleo é chamada
de rocha geradora. Após sua geração, é necessário que o óleo
migre e seja armazenado em outras rochas, chamadas rochas
reservatórios. E por fim, para que ele fique aprisionado e não se
perca até o momento da exploração, precisa existir uma
rocha impermeável ou uma estrutura geológica de forma a reter a
acumulação. Esse modelo é ilustrado na figura ao lado.
Óleo
Ro
ch
aC
ap
e
ad
Res
or
ha
e
a
c
rvat
o
ório
R
Rocha
Geradora
Figura modificada de Decifrando a Terra
( W. Teixeira et al. 2000)
As fotografias abaixo ilustram dois importantes tipos de rochas reservatório da Bacia de Campos. As áreas em
azul representam os poros - espaços vazios entre os grãos de minerais que são preenchidos por petróleo. O
volume de poros é uma característica muito importante em uma rocha reservatório, chamada de porosidade,
pois determina a quantidade de petróleo que ela pode armazenar.
Mica
Fotografia de uma rocha denominada arenito,
visto em microscópio. Em sua composição,
encontramos três tipos de minerais muito
comuns: o quartzo, o feldspato e a mica.
Poros
E
Este outro tipo de rocha é chamada
calcarenito. Ela é formada por grãos de
carbonatos que foram arredondados pela
ação das ondas em um ambiente de praia.
AREIAS
TURBIDÍTICAS
FUNDO DO MAR
LAMAS
MARINHAS
Profundidade (km)
00
MACAÉ
403
377
20
211
10
Você está
aqui
00
MORÉIA
PARGO
405A
0
40
VIOLA
GAROUPINHA
GAROUPA
MARLIM
PARATI
BAGRE
NAMORADO
CHERNE
CONGRO
Feldspato em
decomposição
2
4
“A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os
minerais, as montanhas e os oceanos. Proteja esta obra-prima! “
PROJETO
6
8
LAMA
PROTOMARINHO
HIPERSALINO
LAMAS
LACUSTRES
LAMAS
LACUSTRES
10
TECNOLOGIA
SEÇÃO GEOLÓGICA ESQUEMÁTICA
E0164
RIO DE JANEIRO
Estágio 2
Embasamento
SECRETARIA DE ESTADO DE ENERGIA,
DA INDÚSTRIA NAVAL E DO PETRÓLEO
RE
ED
DE
E D
DE
E
R
BACIA DE CAMPOS
12
Mapa de Localização principais campos de
petróleo da Bacia de
Campos, ou seja, mostra
as regiões onde estão as
acumulações de petróleo
que são economicamente
exploráveis.
CARAPEBA
Quartzo
O QUE É UMA BACIA SEDIMENTAR?
Na evolução geológica da bacia sedimentar, o preenchimento por sedimentos
varia de acordo com os diversos tipos de ambientes que se sucedem, como
rios, lagos, deltas (encontro das águas dos rios com o mar), praias, mar raso,
mar profundo, etc. A reconstituição dos antigos ambientes é a base para
entender a evolução da bacia (como mostrado nos estágios de evolução
acima). Pela sua complexidade natural e muitas vezes pela falta de registro
preservado de algumas épocas de sua evolução, pode ser muito difícil
reconstituir-se um paleoambiente (ambiente do passado).
Modificado de
Arienti et al. (2001)
(Guardado et al. 1989)
VERMELHO
20
00
Sedimentos da época do Golfo - ESTÁGIO 3
Depósitos de Sal
ALBACORA
SÃO TOMÉ
CONCEIÇÃO
DE MACABU
ALBACORA LESTE
0
Cascalhos e Areias
Sequência de mar raso - ESTÁGIO 4
RONCADOR
40
Depósitos de Conchas
Macaé
FRADE
LAGOA FEIA
ENQUANTO ISSO, NO MAR PROFUNDO ...
NE
CAMPOS DOS
GOYTACAZES
511
O Caribe Era Aqui - Em torno de
105 milhões de anos atrás, houve
uma invasão mais efetiva da água
do mar sobre o continente.
Desenvolveram-se extensos bancos
de areias carbonáticas (areia com
algas calcárias) em um mar raso,
de águas límpidas e mornas,
semelhantes ao Caribe atual. Essas
areias deram origem aos
calcarenitos, que são as rochas
que funcionam como reservatórios
de óleo nos campos de Pampo e
Garoupa, dentre outros
descobertos pela PETROBRAS.
Mapa Político-Administrativo do
Estado do Rio de Janeiro Fundação CIDE-2002
150
SÃO FIDÉLIS
ESTÁGIO 4
Quando Macaé Não Tinha Praia - Há 150
milhões de anos, a América do Sul e a África
estavam unidas fazendo parte de um
supercontinente chamado Gondwana. Nesta
época a praia mais próxima da atual região do
norte fluminense encontrava-se a mais de 2.000
km de distância. Onde hoje vemos belas praias,
como Búzios, Macaé e Rio das Ostras, havia um
grande planalto na região central desse
megacontinente.
Dinossauros, Terremotos e Vulcões - Sobre este planalto passeavam os grandes
dinossauros até que, no final do Período Jurássico, terríveis cataclismas começaram
a se abater sobre essas terras. Em torno de 130 milhões de anos atrás, poderosos
esforços no interior da Terra iniciaram o processo de ruptura do Gondwana,
separando o Brasil da África. Imensas quantidades de lava vulcânica extravasaram,
espalhando-se desde o Espírito Santo até o Uruguai.
A - Depósitos
Continentais
ATAFONA
10
00
ESTÁGIO 1
BACIA DE CAMPOS
Depósitos
lacustres
Jahnert, R.J & Magalhães, P.M.
Estágio 3
Sal
Areias
e lamas
Lamas
hipersalinas
Estágio 4
Depósitos
de conchas
Estágio 5
Areias
Lamas
marinhas
Calcário
Areias
turbidíticas
CAMINHOS
GEOLÓGICOS
DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS
Www.drm.rj.gov.br
www.drm.rj.gov.br
[email protected]
[email protected]
TurisRio
Companhia de Turismo do
Estado do Rio de Janeiro
(21)2620-2525
English version in the back of this panel
Elaboração: Ricardo Defeo de Castro e Webster U. Mohriak (PETROBRAS); Felipe Medeiros e Kátia Mansur (DRM-RJ).
Colaboração: Eliane Guedes, Paulo Guimarães (DRM-RJ)
Coordenação: Kátia Mansur, Eliane Guedes e Flavio Erthal (DRM-RJ).
Principais Figuras: Dados da Petrobras, Geosat e outros parceiros.
Agradecimentos: J. B. L. Françolin, C. Bentz, C.S. Pontes, R. J. Jahnert, P. M. Magalhães, L. Arienti, M. Hanashiro, M. P. Franco,
R. Schmitt, A. L. R. Rosa, A.T. Dias, L. H. Blower, F. Nepomuceno Filho e G. O. Estrella.
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