universidade federal rural do rio de janeiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA
Ob
ra
Caracterização Petrográfica e Geoquímica dos Litotipos
Pré-colisionais ocorrentes no Morro do Sandá,
ra
pa
Rio de Janeiro, RJ.
FRED SCHMIDT DE MATTOS
Co
ul
ns
Prof. Dr. Rubem Porto Jr.
DG/UFRuralRJ
ta
Setembro / 2007
ÍNDICE
1 - Introdução
01
01
1.2 – Localização da área de estudo
01
1.3 – Justificativa para o estudo
01
1.4 – Metodologia de trabalho
03
1.5 - Nomenclatura adotada para os litotipos estudados
05
Ob
1.1 - Objetivo
2 – Caracterização geral da área das rochas estudadas
06
06
2.2 – Caracterização das rochas Pré-colisionais ocorrentes na Cidade do
10
ra
2.1 – Geologia Regional (Faixa Ribeira)
Rio de Janeiro
11
2.4 – Gnaisses Pré-colisionais: Aspectos Petrográficos
18
pa
2.3 - Geologia da Região do Morro do Sandá (Pedreira Bangu)
3 – A geoquímica das rochas pré-colisionais
22
3.1 – Introdução
5 – Referências Bibliográficas
29
ra
4 - Conclusões
22
29
ul
ns
Co
Índice de Tabelas
Legenda
Tabela 1
Tabela 2
Limites de detecção de análise por ICP/MS
Classificação do tamanho dos grãos das rochas ígneas
Tabela 3
Nomenclatura dos diversos tipos de enclaves e suas principais características segundo Didier &
Barbarin (1991)
Composição média e classificação petrográfica dos gnaisses pré-colisionais do Morro do Sandá
Composição química para os ganisses pré-colisionais do Morro do Sandá - Elementos Maiores
Tabela 4
Tabela 5
Página
04
05
ta
Tabela
06
22
23
Índice de Figuras
Legenda
Página
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Figura 20
Figura 21
Figura 22
Figura 23
Figura 24
Figura 25
Figura 26
Figura 27
Localização da área estudada
Diagrama QAP de Streckeisen
Mapa Tectônico da Faixa Ribeira
Padrão geral de afloramento das rochas gnáissicas pré - colisionais
Gnaisse pré-colisional fortemente foliado
Gnaisse pré-colisional apresentando cisalhamentos conspícuos a sua foliação.
Granitóide Tardi-colisional (Granito Pedra Branca)
Granitóide Tardi-colisional (Granito Pedra Branca). Observar os megacristais.
Granitóide Pós-colisional (GranitoFavela)
Granitóide Pós-colisional (GranitoFavela) Dique Alimentador
Quartzo Diorito Gnaisse. Aspecto ao microscópio.
Bandamento gnáissico denotado pelas fitas de biotita.
Grumos máficos (titanita + mineral opaco + apatita + biotita)
Granodiorito gnaisse. Aspecto geral da textura.
Anfibolito. Aspecto geral da textura ao microscópio
Tonalito gnaisse. Aspecto geral da textura ao microscópio
Diagrama químico classificatório
Diagrama TAS
Diagrama AFM
Diagrama para índice de Shand
Diagrama para ETRs para os litotipos de composição granodiorítica
Diagrama para ETRs para os litotipos de composição quartzo-diorítica/diorítica
Diagrama para ETRs para os litotipos de composição granodiorítica
Diagrama para o conjunto total de amostras
Diagrama para caracterização tectônica
Diagrama para caracterização tectônica
Diagrama R1 x R2 para definição de tendências evolutivas
ra
Ob
Figura
ra
pa
2
5
9
13
13
13
13
13
17
17
21
21
21
21
21
21
26
26
26
26
27
27
27
27
27
28
28
ul
ns
Co
ta
1 – INTRODUÇÃO
A pesquisa, cujos resultados são aqui apresentados, corresponde ao Trabalho de
Graduação, disciplina obrigatória do curso de Geologia da Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro. O trabalho teve seu início em abril de 2007, tendo sido orientado desde seu
início pelo Prof. Rubem Porto Jr.
A pesquisa foi feita em continuidade a trabalhos anteriormente iniciados e com
conclusões em vários aspectos apresentados por Porto Jr. &. Valente (1988); Porto Jr, et al.
Ob
(1992); Porto Jr. (2004).
1.1 – OBJETIVO
Objetivo da pesquisa foi obter uma caracterização petroquímica das rochas
ra
gnáissicas pré-colisionais da Cidade do Rio de Janeiro a partir da realização de trabalhos de
interpretação de dados petrográficos e químicos.
pa
1.2 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo (amostragem) está localizada na Cidade do Rio de Janeiro, no
Maciço da Pedra Branca, correspondendo principalmente aos bairros da Barra da Tijuca e
ra
Jacarepaguá (Figura 1).
O acesso é facilitado pela presença, na área, de casas e condomínios, o que implica
na presença de estradas, ruas e vias asfaltadas. O principal acesso é pela Avenida Santa
Co
Cruz e pela Estrada Rodrigues Caldas, via que liga os bairros de Bangu/Sulacap à Barra da
Tijuca. O local específico onde à amostragem foi realizada corresponde às pedreiras
Tamoios e Bangu, ambas administradas pela Mineração Caravelas.
ul
ns
1.3 - JUSTIFICATIVA PARA O ESTUDO
O estudo aqui apresentado justifica-se a partir de duas abordagens: uma
especificamente relacionada a treinamento em técnicas interpretação geoquímica (obtenção,
ta
análise e interpretação dos dados) e outra que diz respeito à possibilidade de contribuir para
o entendimento mais específico das rochas de caráter pré-colisional da região.
estudado.
1
ra
Ob
ra
pa
lta
su
n
Co
Figura 1: Mapa de Localização da pedreira estudada
2
1.4 – METODOLOGIA DE TRABALHO
O trabalho foi realizado a partir de emprego de metodologia tradicional aplicável a
trabalhos deste tipo envolvendo trabalhos de campo (breve reconhecimento das rochas),
petrografia e geoquímica. Foi desenvolvido a partir das seguintes etapas:
Etapa 1: envolveu o levantamento Bibliográfico pertinente ao tema com revisão de
trabalhos concernentes às rochas estudadas.
Ob
Etapa 2: envolveu um breve trabalho de campo para reconhecimento e amostragem
realizado em frentes de pedreiras, no caso, as Pedreiras Tamoios e Bangu. Esta etapa visou
à descrição das características das rochas, da coleta de amostras para análise petrográfica
e geoquímica.
ra
Etapa 3: esta etapa envolveu as atividades em laboratório. Aqui foi desenvolvida a
análise petrográfica macroscócpica e microcoscópica. Para a laminação das rochas foi
pa
utilizado o seguinte processo: uma face da rocha escolhida para a laminação foi cortada
numa máquina de serrar marca ONÇA com refrigeração a água, acionada por três correias e
motor Kohlbach 1400-1700rpm. A face serrada foi colada em uma lâmina petrográfica de
ra
vidro (45 x 20 x 1 mm) com araldite XGY1109 e endurecedor HY951 e deixada secar sobre
uma chapa quente marca Robertshaw (<300ºC). A lâmina petrográfica foi, então, polida até
atingir uma espessura de 0,03mm com controle feito a partir de observações da cor de
Co
interferência dos grãos de plagioclásio sob microscópio polarizador de luz transmitida marca
Wild Heerbrug M-21. O processo de polimento foi feito numa politriz marca ONÇA com dois
pratos giratórios de 0,20 m, acionada por dois motores Kohlbach 1400-1700rpm. O processo
ul
ns
de polimento foi feito com carbeto de tungstênio (carborundum) com granulometrias 300# e
1000#. A análise das lâminas ao microscópio foi realizada usando-se um microscópio de luz
transmitida BX-40 Olimpus. Neste equipamento também foram feitas as fotomicrografias
aqui apresentadas. Toda esta etapa foi realizada no Departamento de Geociências da
UFRuralRJ.
ta
As análises para caracterização geoquímica foram realizadas por contratação nos
laboratórios da ACTVLAB, no Canadá. O volume total de amostras analisadas foi de 15.
Todas contam com dados para elementos maiores, menores e traços, incluindo os
elementos terras raras. Nesse total incluem-se os dados gerados pelo orientador quando da
realização de sua Tese de Doutorado, e aqui reutilizados, e as novas análises produzidas
em um só lote nos laboratórios da ACTLABS (Actvation Laboratories) no Canadá.
As amostras analisadas no Canadá pela ACTLABS foram submetidas as seguintes
técnicas de detecção: a) elementos maiores, Ba, Sr, Y, Zr, Sc, Be e V por ICP/AES
3
(Inductively Coupled Plasma - Atomic Emission Spectrometry) e b) todos os demais
elementos traços incluindo as terras raras por ICP/MS (Inductively Coupled Plasma - Mass
Spectrometry). No primeiro caso, ICP/AES, a amostra é dissolvida pela utilização de ácidos
puros ou misturada ou por fusões, com emprego de agentes fundentes. A solução obtida é
então introduzida em um plasma excitado a cerca de 8000o K. Cada elemento produz um
espectro característico cuja intensidade das linhas espectrais é proporcional à quantidade do
elemento presente na fusão. No segundo caso, ICP/MS, agrega-se o material em chamas
Ob
pela técnica padrão do ICP a um espectrômetro de massa para medir a massa do elemento.
Os limites de detecção dos métodos empregados são apresentados na Tabela 1.
ra
Tabela 1: Limites de detecção de análises por ICP/MS
Elemento
Limite
Elemento
Limite
(ppm)
Elemento
Limite (ppm)
(ppm)
0.5
Ni
10
La
0.1
As
5
Pb
5
Ce
0.1
1
Rb
0.5
Pr
0.05
Bi
0.2
Sb
0.1
Nd
0.1
Co
0.5
Sn
1
Sm
0.1
Cr
10
Sr
0.1
Eu
0.05
Cs
0.5
Ta
0.05
Gd
0.1
Cu
10
Th
0.1
Tb
0.1
Ga
1
Tl
0.1
Dy
0.1
Ge
1
U
0.1
Ho
0.1
Hf
0.2
V
5
Er
0.1
In
0.2
W
0.5
Tm
0.05
Mo
0.5
Y
1
Yb
0.1
Nb
1
Zr
0.5
Lu
0.04
Ba
ra
pa
Ag
ul
ns
Co
ta
Os: Para os elementos maiores e para perda ao fogo o limite de detecção é de 0.01%
Etapa 4: esta etapa corresponde aos trabalhos realizados para a finalização da
pesquisa. Envolveu a análise dos dados anteriormente levantados, manuseio de
equipamentos de informática (software e hardware) e a produção da monografia.
4
1.5 - NOMENCLATURA ADOTADA PARA OS LITOTIPOS ESTUDADOS
A escolha da denominação a ser utilizada para as rochas estudadas, baseou-se nas
premissas sugeridas no código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica (Petri et al., 1986),
onde o primeiro nome, normalmente, abrange a classificação petrográfica do tipo litológico
em questão, seguido de um segundo nome, que compreende a denominação de uma
localidade ou ponto geográfico presente na área da unidade mapeada.
Para a classificação de granulação das rochas ígneas, fez-se uso dos intervalos
Ob
sugeridos por Williams et al. (1970), os quais foram reproduzidos na Tabela 2.
Tabela 2 - Classificação do tamanho dos grãos das rochas ígneas (Williams et al., 1970).
TAMANHO DOS CRISTAIS
Muito grossa
> 3 cm
Grossa
5 mm a 3 cm
Média
1 a 5 mm
Fina
< 1 mm
ra
GRANULAÇÃO
pa
ra
Para a classificação e nomenclatura das rochas ígneas plutônicas (Figura 2) foi
utilizado o diagrama QAP de Streckeisen (1976).
Co
Q
1
60
3a
2
3b
4
20
11
A
10
7
8
12
13
5
9
14
65
10
15
90
5
P
ta
6
5
ul
ns
60
Figura 2 - Diagrama QAP de Streckeisen (1976) para as rochas plutônicas. 1 - Granitóide rico em
quartzo. 2 - Álcali-feldspato granito. 3a – Sienogranito. 3b – Monzogranito. 4 – Granodiorito. 5 –
Tonalito/trondhjemito. 6 - Álcali-feldspato quartzo sienito. 7 – Quartzo sienito. 8 – Quartzo monzonito.
9 – Quartzo monzodiorito/quartzo monzogabro. 10 – Quartzo diorito/quartzo gabro. 11 – Álcali–
feldspato sienito. 12 – Sienito. 13 – Monzonito. 14 – Monzodiorito/monzogabro. 15 – Diorito/gabro.
5
Quanto ao grau de desenvolvimento de faces cristalinas nos grãos, foram adotadas as
denominações utilizadas por Williams et al. (1970): o termo idiomórfico, refere-se a um grão limitado,
por faces cristalinas; hipidiomórfico, aqueles parcialmente limitados por faces cristalinas; e
xenomórfico a um grão de forma irregular e sem faces cristalinas definidas.
Lacroix (1890 in Didier & Barbarin, 1991) propôs o termo enclave para descrever diversos
tipos de fragmentos litológicos que podem ser encontrados em rochas ígneas. Posteriormente Didier
& Barbarin (1991) sugeriram a subdivisão dos enclaves de acordo com sua natureza e características
petrográficas em sete tipos diferentes. No presente texto foi utilizado a subdivisão proposta na
Ob
Tabela 3
Tabela 3 - Nomenclatura dos diversos tipos de enclaves e suas principais características
segundo Didier & Barbarin (1991).
Natureza
Contato
Xenolítico
Pedaço de rocha encaixante (hornfels)
Penetrante
Xenocristal
Cristal isolado estranho à rocha
Penetrante
C
Surmicáceo
Resíduo de fusão (restito)
Penetrante, com uma crosta biotítica.
L
Schlieren
A
E
N
ra
Termo
pa
Gradual
Microgranular félsico
Dilaceração de margens mais finas
Penetrante ou gradual
V
Microgranular máfico
Bolhas de magmas coesos
Predominantemente anguloso
E
Cumulático (Autolítico)
Ruptura e dilatação de cumulados
Predominantemente gradual
ra
Enclave “rompido”, “dilacerado”.
2 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DAS ROCHAS ESTUDADAS
Co
2.1 – Geologia Regional (Faixa Ribeira)
Cinturão Ribeira, depois Faixa Ribeira é a denominação dada por Almeida et al.
ul
ns
(1973) para as rochas de idades Neoproterozóicas relacionadas ao Ciclo Brasiliano e
encontradas ao longo dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e que
margeiam o craton do São Francisco. Na da costa atlântica, é constituída de orto e
paragnaisses metamorfisados em alto grau, dobrados no Proterozóico Superior, e separados
uns dos outros por porções de rochas mais antigas, e que corresponderiam a maciços
ta
medianos (Figura 3).
O Complexo Costeiro (Hasui et al. 1984) estende-se pela costa Atlântica brasileira
limitado por discordâncias e falhas às unidades adjacentes. Seus litotipos são representados
por gnaisses bandados e facoidais, dentre outros tipos texturais, migmatitos e rochas da
série granítica. A essas rochas intercalam-se quartzitos, mármores e rochas calcisilicáticas.
Kinzigitos, leptinitos e charnockitos formam faixas alongadas no domínio na área
correspondente ao município do Rio de Janeiro.
6
Modelo geotectônico para a região vem sendo propostos desde a década de 70,
devendo ser lembrados aqui os trabalhos de Leonardos Jr e Fyfe (1974) e Campos Neto &
Figueiredo (1990). Heilbron et al. (1993) observaram a repetição das associações litológicas
e dos padrões estruturais encontrados ao norte Zona de Cisalhamento do Paraíba do Sul
para sul, em direção ao litoral. Essa estrutura foi denominada de Megasinforma do Rio
Paraíba do Sul e passou-se, então, a admitir a possibilidade da extensão da Faixa Ribeira
até os limites da costa do Estado do Rio de Janeiro.
Ob
Até aqui os modelos evolutivos para a Faixa Ribeira eram, essencialmente, do tipo
transpressivo, onde o papel das zonas de cisalhamento dúctil era predominante. Heilbron et
al. (1993) propõem que a evolução tectono-metamórfica para o segmento central da Faixa
ra
Ribeira se deu principalmente pela ação de empurrões dúcteis e dobras relacionadas ao
evento de deformação principal. O forte encurtamento e espessamento crustal, que
resultaria da deformação principal, explicaria a grande quantidade de granitóides dos tipos I
pa
e S progressivamente mais abundantes em direção ao segmento interno da Faixa.
Heilbron et al. (1995) propõem um quadro evolutivo para a Orogênese Brasiliana no
segmento central da Faixa Ribeira, definindo quatro domínios tectônicos: 1) embasamento
ra
pré 1,8 Ga (rochas formadas e/ou retrabalhadas no Evento Transamazônico); 2)
ortognaisses indivisos sem dados geocronológicos e assumidos como integrantes do
embasamento; 3) cobertura metassedimentar Pós- 1,8 Ga; e 4) rochas granitóides geradas
Co
durante a Orogênese Brasiliana. Com base nos dados geocronológicos, a Orogênese
Brasiliana foi subdividida em três períodos: Sin-colisional (590-563 Ma); Pós-colisional (535520 Ma) e Pós-tectônico (503-492 Ma).
ul
ns
Heilbron et al. (1998) definem o segmento central da Faixa Ribeira como um orógeno
colisional de idade neoproterozóica / cambriana profundamente erodido, com três
associações de expressão regional: 1) embasamento paleoproterozóico / arqueano; 2)
cobertura sedimentar deformada meso a neoproterozóica com episódios magmáticos, e 3)
granitóides gerados durante a Orogênese Brasiliana (635-480 Ma). Foram ainda
ta
individualizadas cinco associações lito-tectônicas para o embasamento pré 1,8 Ga.
Heilbron et al. (1998) definem para o segmento central da Faixa Ribeira, dois
diferentes terrenos: a) margem retrabalhada do cráton do São Francisco, definida como
Terreno Ocidental, e b) Terreno Oriental, composto pelo Complexo Costeiro (ou microplaca
Serra do Mar), que possivelmente apresenta outros blocos cratônicos e/ou microplacas.
O Terreno Oriental, definido com base em dados estruturais e geocronológicos
disponíveis, seria composto pelo Complexo Costeiro, Complexo Rio Negro (Tupinambá, et
7
al. 1996) de granitóides pré-colisionais gerados em um arco magmático ativo entre 630-600
Ma (Tupinambá et al 1998), e as rochas Bloco de Cabo Frio.
Tupinambá (1999) apresenta uma evolução tectono-magmática para um orógeno
Brasiliano dentro dos limites do Terreno Oriental. Define um magmatismo pré-colisional
ra
Ob
ra
pa
ul
ns
Co
ta
8
CONTEXTO TECTÔNICO DA REGIÃO DE ESTUDO
NO
EA
OC
0O
Coberturas Sedimentares
Cinturões Orogênicos Meso-cenozóicos (Andes)
Cinturões Orogênicos Proterozóicos
Crátons Brasilianos
Cuenca
de
Parnaíba
ra
Ob
0O
OCEANO PACÍFICO
O
IC
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AT
40O
80O
ra
pa
lta
su
n
Co
Cretácicas
Figura 3: Mapa Tectônico do Segmento Central da Faixa Ribeira (Heilbron et al., 2000).
9
representado por tonalitos e diorito gnaisses componentes do Complexo Rio Negro e por
corpos de hornblenda gabros, evoluídos em uma série cálcica gerada em ambiente de arco
de ilhas oceânico ativo entre 630-600 Ma (Arco Rio Negro). Esse arco em uma etapa
posterior, colidiu com uma margem passiva, o Terreno Oriental da Faixa Ribeira, gerando
espessamento crustal, ampla migmatização e geração de magmas graníticos do tipo S.
Propõe ainda que após a colisão e a acreção do arco à margem passiva, um novo arco
magmático, agora de características continentais, se estabeleceu a 560 Ma. Assinala o
Ob
Batólito Serra dos Órgãos como sendo representante deste magmatismo
Trouw et al. (2000) apresentam uma síntese dos conhecimentos existentes para o
segmento central da Faixa Ribeira, onde é feita a caracterização das maiores associações
ra
litológicas presentes no segmento (embasamento e cobertura), bem como são discutidos os
estágios de evolução da orogênese Brasiliana na região.
Mais especificamente no âmbito da cidade do Rio de Janeiro, as rochas aflorantes
pa
estão inseridas no Complexo Costeiro, definido como um conjunto de rochas em facies
granulito e anfibolito com migmatização e geração ampla de granitos (Campos Neto &
Figueiredo, 1990).
ra
A Série Inferior (Helmbold et al. 1965) é outra importante unidade litoestratigráfica,
sendo constituída de litotipos fortemente bandados, em geral de coloração escura ou cinza,
com granulometria e textura variáveis. São produtos tipicamente ortoderivados, ocorrendo
Co
essencialmente na parte centro-oeste do município do Rio de Janeiro.
2.2 – Caracterização das rochas Pré-colisionais ocorrentes na Cidade do Rio de
Janeiro
ul
ns
Os terrenos gnáissicos de alto grau, e de complexa história evolutiva, constituem um
verdadeiro desafio àqueles que se lançam nos estudos de caracterização petrográfica,
estrutural e litoestratigráfica das rochas neles presentes. Efeitos da partição da deformação,
processos anatéticos seguidos de migmatização regional e intrusões magmáticas em
ta
estágios distintos, obliteram os elementos originais da trama. Heilbron et al. (1998) definem
o segmento central da Faixa Ribeira (onde se insere a Cidade do Rio de Janeiro) como um
orógeno colisional de idade neoproterozóica/cambriana, profundamente erodido, com três
associações de expressão regional: 1) embasamento paleoproterozóico/arqueano; 2)
cobertura sedimentar deformada meso a neo-proterozóica com episódios magmáticos, e 3)
granitóides gerados durante a Orogênese Brasiliana (635-480 Ma). Definem ainda para o
segmento central da Faixa Ribeira, dois diferentes terrenos: a) margem retrabalhada do
Cráton do São Francisco, definida como Terreno Ocidental, e b) Terreno Oriental, composto
10
pelo Complexo Costeiro (ou microplaca Serra do Mar), que possivelmente apresenta outros
blocos cratônicos e/ou microplacas. Tupinambá et al. (1998) definem para o Terreno
Oriental, onde se inserem as rochas do Município do Rio de Janeiro, as seguintes
associações
litológicas:
a)
ortognaisses
tonalíticos
a
granodioríticos,
gnaisses
leucograníticos, corpos quartzo dioríticos, que compõe o Complexo Rio Negro; b)
ortognaisse granodiorítico a granítico (Batólito Serra dos Órgãos) intrusivo no Complexo Rio
Negro; c) rochas metassedimentares de alto grau correspondentes a rochas do Grupo
Ob
Paraíba do Sul; e d) corpos ("stocks e sills") de rochas graníticas não foliadas. A seqüência
de gnaisses aqui estudada forma a maior do segmento norte/nordeste do Maciço da Pedra
Branca. A região foi mapeada sistematicamente por Helmbold et al. (1965) quando foram
ra
definidas duas seqüências gnáissicas principais ambas assumidas como de idade Précambriana, cortadas por granitóides de idade Ordoviciana-Siluriana, diques de diabásio de
idades Cretácicas-Jurássicas e intrusivas alcalinas plutônicas e hipoabissais de idades
pa
Cretácicas-Terciárias. Segundo estes autores, as seqüências gnáissicas integrariam duas
séries distintas: a Série Inferior, tida como de idade Arqueana, é formada por granodiorito e
quartzodiorito gnaisses, com intrusões básicas e intermediárias associadas, interpretadas
ra
como ortognaisses, sem granada e com hornblenda e titanita como minerais característicos;
a Série Superior, de provável idade Proterozóica, é formada por paragnaisses (microclina
gnaisses e plagioclásio gnaisses da Seqüência Mista, com variações texturais marcantes,
os
augen-gnaisses)
e
biotita
gnaisses,
kinzigitos,
Co
incluindo
leptinitos,
quartzitos,
calcisilicáticas, charnockitos, anfibolitos, granodioritos e quartzodioritos gnaissificados) com
granada e outros aluminossilicatos como minerais característicos.
ul
ns
As rochas pré-colisionais da Cidade do Rio de Janeiro foram primeiramente
caracterizadas a partir dos estudos apresentados em Porto Jr et al. (2001, 2002) e Porto Jr.
(2004).
2.3 - Geologia da Região do Morro do Sandá – Aspectos de Campo
ta
O morro do Sandá está localizado no norte do Maciço da Pedra Branca, no município
do Rio de Janeiro, RJ, onde ocorrem regionalmente gnaisses e migmatitos de composições
e estruturas variadas, estudados, mapeados e subdivididos em duas séries distintas: a Série
Inferior, ortognáissica; e a Série Superior, paragnáissica (Helmbold et al., 1965).
No Morro do Sandá os gnaisses e migmatitos encaixantes estão situados na então
denominada Série Inferior (Helmbold et al., 1965), sendo representados por gnaisses de
composição granodiorítica, sem granada ou outro mineral metamórfico importante, com
diferentes granulometria e texturas, fortemente deformados, com dobras muito apertadas e
11
planos de cisalhamento associados. Estes gnaisses possuem um aspecto migmatítico, em
nível de afloramento. O posicionamento destas rochas foi reavaliado recentemente (Porto Jr.
2004) o que levou as mesmas a passarem a ocupar, não mais a base da coluna
estratigráfica da região, mas sim a base da unidade ortoderivada.
O mapa geológico detalhado (1:5000) do Morro do Sandá (Porto Jr. & Valente, 1988)
revela uma “zona de bordo de intrusão”, com gnaisses dominando sua porção norte,
ocorrendo mais restritamente também à oeste, sendo cortados por dois granitos principais,
Ob
com predomínio marcante de um deles, que parece se estender mais amplamente para o
lado sul da área. Uma zona de enclaves foi reconhecida na sua porção mais central, próxima
ao topo do morro.
ra
As rochas do Morro do Sandá - As rochas Encaixantes
São gnaisses fortemente bandados, na sua maioria, com granulometria variável de
média
a
grossa,
de
coloração
escura
ou
acinzentada.
Tratam-se
de
rochas
pa
caracteristicamente ortoderivadas (algumas com preservação de enclaves que denotam
relações temporais que podem ser definidas no campo) (Figuras 4). A composição varia
desde os tipos quartzo dioríticos até os tipos granodioríticos.
ra
Gnaisses graníticos também ocorrem de forma mais restrita. São leucocráticos com
foliação denotada por biotitas e também pelo alinhamento dos grãos de microclina e
segregação de bandas quartzosas.
Co
A deformação que atingiu estas rochas foi bastante intensa, incluindo dobras
apertadas. A foliação gnáissica geral é variável, mas sempre com fortes mergulhos.
Cisalhamento dúctil é bastante comum nos gnaisses, com planos associados a superfícies
ul
ns
axiais de dobras apertadas, ou sem relação direta com eles (Figuras 5 e 6). Nas
proximidades dos contatos com a intrusiva de maior ocorrência aparece veios félsicos
associados com os gnaisses, compostos basicamente de quartzo e feldspatos, além de
magnetita disseminada.
ta
As rochas Granitóides
Ocorrem vários granitóides na área, com texturas e estruturas diversas. O granitóide
de maior distribuição superficial foi denominado de Granito Pedra Branca (Porto Jr. &
Valente, 1988), que é uma rocha leucocrática, inequigranular-hipidiomórfica, porfirítica, com
granulometria variando de fina a grossa. É caracterizado pela abundância de megacristais
de microclina-micropertítica poiquilítica, com granulometria média de 3 cm que engloba
muitas das fases minerais acessórias existentes (Figuras 8 e 9). A microclina denota uma
forte lineação. O plagioclásio é do tipo oligoclásio, e quando incluso em microclina mostra
12
ra
Ob
Figura 4: Padrão geral de afloramento das rochas gnáissicas pré
- colisionais
ra
pa
n
Co
Figura 5: Gnaisse pré-colisional fortemente
foliado
Figura 6: Gnaisse pré-colisional apresentando
cisalhamentos conspícuos a sua foliação.
lta
su
Figura 7: Granitóide Tardi-colisional (Granito
Pedra Branca)
Figura 8: Granitóide Tardi-colisional (Granito
Pedra Branca). Observar os megacristais.
13
uma fina borda de reação formando uma blindagem (auréola) ao redor do grão. O quartzo é
xenomórfico e intersticial. A biotita é tabular, em geral alterada para clorita. Os minerais
acessórios comuns ao granitóide Pedra Branca são: titanita, apatita, allanita, zircão e
minerais opacos. Os minerais de crescimento secundário presente são: sericita, clorita,
epidoto e carbonato.
Este granitóide possui ampla distribuição em todo o maciço e, segundo estudos
regionais, situa-se preferencialmente nos seus bordos. O Morro do Sandá faz contato direto
Ob
com os gnaisses e os migmatitos da Série Inferior.
O plúton granítico forma uma zona de contato com as rochas encaixantes gnáissicas,
com a intrusão subconcordante de apófises a partir do plúton principal, segundo a foliação
ra
gnáissica geral. A intrusão é do tipo forçada arrancando xenólitos angulosos próximo ao
contato, podendo também, desloca-los por centenas de metros, quando passam a formas
discóides e elipsóides, chegando a concentrar-se em algumas zonas do plúton. Processos
pa
de assimilação e reação entre xenólitos e o magma circundante são bastante comuns. Em
geral a formação de filetes de biotita nos bordos dos xenólitos é indicativa desta reação.
Uma fase aplítica e outra pegmatítica, ambas de “mineralogia simples” (quartzo-
ra
feldspato) estão intimamente relacionadas a este evento ígneo. Os veios pegmatíticos são
formados essencialmente por microclina e quartzo, com biotita muito subordinada. Bolsões
pegmatíticos de poucos metros podem estar isolados no interior do granito.
Co
O Granito Pedra Branca possui uma notável estrutura planar e/ou linear, com
mergulhos variáveis. Algumas observações de campo indicam que esta estrutura é originada
pelo fluxo ígneo durante o regime de intrusão e resfriamento (fases finais), e não por
ul
ns
imposição de esforços tectônicos, sendo, portanto, estruturas primárias.
Outro granito que ocorre no Morro do Sandá possui características muito distintas do
Granito Pedra Branca. São intrusões tabulares, discordantes com a foliação gnáissica, e que
cortam também o Granito Pedra Branca e os veios aplíticos e pegmatíticos a ele
relacionados, sendo, portanto, um granito mais jovem (Figuras 9). No Morro do Sandá ele foi
ta
denominado Granito Favela (Pires et al., 1982). Trata-se de um biotita-granito debilmente
foliado, leucocrático, com textura inequigranular hipidiomórfica. Sua mineralogia básica é
formada por microclina, ortoclásio, plagioclásio, quartzo e biotita. Em pequenas quantidades
ocorrem apatita, allanita, titanita, zircão, pirita, calcopirita e molibdenita. A microclina é
micropertítica, com granulometria média de até 1,5 cm, e seus pórfiros têm caráter
poiquilíticos podendo estar fraturados. O plagioclásio é do tipo oligoclásio-andesina, e seus
grãos em geral estão fortemente saussuritizados. Mirmequita é comum em seus bordos. O
quartzo é xenomórfico e intersticial. A biotita tem hábito tabular a prismático e está
14
disseminada na matriz. A titanita é mineral de presença conspícua. Os minerais opacos
mantêm forte associação com a titanita e a biotita.
O Granito Favela, ao contrário do Granito Pedra Branca, não possui , no morro do
Sandá, fase aplítica desenvolvida – apenas veios finos com cerca de dois centímetros de
espessura, retilíneos e muito esparsos – ou fase pegmatítica correlacionável diretamente.
Estruturalmente
encontra-se
uma
orientação
linear,
preferencialmente
planar,
de
megacristais de microclina (Figura 10).
Ob
A intrusão tabular do Granito Favela no morro do Sandá é subhorizontal, e desloca
relativamente pouco os gnaisses encaixantes e concentra xenólitos angulosos nas margens
do dique. O dique possui geometria complexa, com inflexões abruptas e acunhamentos, com
ra
apófises mais verticalizadas. Um dique fino, zonado, vertical, parece alimentar o dique.
Possui contatos bruscos em relação às encaixantes gnáissicas e paredes pouco
movimentadas relativamente.
pa
Pedreira Bangu, Morro do Sandá: local de amostragem.
À frente de pedreira estudada foi subdividida em segmentos de direção aproximada
ra
norte-sul. Esta frente foi escolhida, pois é nela que ocorrem os gnaisses de composição
básica/intermediária correspondente às rochas datadas como de idades de 792 Ma,
caracterizadas como pré-colisionais, sendo, portanto, o objeto deste estudo. (Figura 4)
Co
De forma geral, a rocha que representa a seqüência estudada é um litotipo
gnaissificado de cor cinza escuro, composição granodiorítica a quartzo diorítica. A
composição mineralógica é dada pela presença de quartzo, plagioclásio, biotita e
ul
ns
hornblenda, minerais estes identificados a vista desarmada. Esta rocha é frequentemente
cortada por veios aplíticos e pegmatíticos relacionados à remobilização local e ainda à
presença de material granítico associado ao Granito Pedra Branca. As bandas aplíticas, de
até 3 cm de espessura, intercalam-se ao bandamento gnáissico de forma plano-paralela. A
foliação geral é dada por atitudes que oscilam entre 0450 e 0550/850 NW.
ta
Na frente estudada pode ser observada ainda uma seqüência mista de rochas
gnáissico–migmatíticas que são cortadas por um dique de fonolito. Esse segmento é
composto por diferentes tipos de rochas todas elas interdigitadas. O plagioclásio biotita
gnaisse bandado (rocha dominante) de composição quartzo-diorítica, grada para um
granodiorito homogêneo de cor cinza, e logo volta a ocorrer o plagioclásio biotita gnaisse
bandado. Esta seqüência mista é caracterizada, portanto pela presença de três tipos
gnáissicos de características e composições distintas. Os contatos entre a seqüência mista e
o tipo gnáissico quartzo-diorítico são obliterados pela presença de pegmatitos relacionados
15
ao
magmatismo
Pedra
Branca.
Os
veios
aplíticos
encontrados
são
compostos
mineralogicamente por quartzo, feldspato e mica, e são discordantes à direção do
bandamento dos gnaisses. Às vezes esses veios aplíticos são observados envolvendo
pedaços de rochas.
São vistas ainda porções de rochas de composição granodiorítica de cor cinza e
granulometria variando de fina à média, gradando para um plagioclásio-biotita gnaisse de
granulometria fina à média. Essas rochas são separadas por veios aplíticos centimétricos a
Ob
métricos onde cisalhamentos são feições comuns. Pequenas variações na atitudes das
camadas podem ser observadas, possivelmente impostas pelos cisalhamentos. O litotipo
tem granulação média, composição granodiorítica e é constituído por plagioclásio, quartzo,
ra
biotita e hornblenda, com raro ortoclásio.
ra
pa
ul
ns
Co
ta
16
ra
Ob
pa
Figura 9: Granitóide Pós-colisional (GranitoFavela)
ra
lta
su
n
Co
Figura 10: Granitóide Pós-colisional
(GranitoFavela) Dique Alimentador
17
2.4 – Gnaisses Pré-colisionais: Aspectos Petrográficos
Foram analisadas 11 lâminas delgadas. Para a classificação desses litotipos foi
utilizado o diagrama para classificação QAP (Streckeisen, 1976) por tratarem-se de rochas
ortoderivadas.
Para obtenção dos valores modais foram feitas estimativas visuais (mínimo de 10
visadas por lâmina) de campos variados das seções delgadas. Os valores obtidos foram,
então, recalculados para 100% e plotados no referido diagrama.
Ob
As paragêneses metamórficas diagnósticas para estas rochas puderam ser
agrupadas em cinco associações:
a) quartzo + plagioclásio + hornblenda + biotita (± ortoclásio/microclina); b) quartzo +
ra
plagioclásio + biotita + microclina; c) plagioclásio + hornblenda (± quartzo); d) quartzo +
plagioclásio + hornblenda + biotita (± ortoclásio/microclina); e) quartzo + plagioclásio + biotita
(± ortoclásio/microclina).
pa
# Quartzo diorito (a granodiorito) gnaisse
É uma rocha de tom cinza escuro, com textura lepidonematoblástica, de granulação
ra
fina a média e formada por quartzo, plagioclásio, hornblenda, biotita, titanita, minerais
opacos e ortoclásio/microclina (Figura 11). O forte bandamento metamórfico individualiza
bandas ricas em material máfico (biotita, hornblenda, minerais opacos e titanita) e outras
Co
ricas em material félsico (plagioclásio e quartzo, com eventual ortoclásio/microclina). O
plagioclásio ocorre predominantemente nas bandas félsicas em grãos de granulometria
média que variam de 2 a 3 mm. São límpidos e geminados. Têm hábito colunar e inclusões
ul
ns
de quartzo fino e arredondado ocorrem nos cristais de maior tamanho. O quartzo ocorre
praticamente confinado às bandas félsicas (Figura 12). Tem granulometria média, com grãos
variando entre 1 e 2 mm, é xenoblástico, límpido, de contornos serrilhados ou do tipo
côncavo/convexo. A biotita tem hábito tabular, cor marrom, forte pleocroísmo, com "birds
eyes" característico. Associa-se aos grãos de hornblenda, sendo comum seu crescimento
ta
nas bordas destas. Pode conter finas inclusões de quartzo. Formação de aglomerados com
titanita e minerais opacos é feição extremamente comum (Figura 13). A hornblenda tem cor
verde oliva intensa, é pleocróica em cristais de granulometria média variando entre 1 e 2
mm. Contém inclusões de titanita e de minerais opacos, podendo participar da formação de
aglomerados com estes minerais e mais a biotita. A titanita ocorre sempre nas bandas
máficas, como cristais xenoblásticos de alto relevo, cor de bronze e granulometria fina (0,5 a
0,7 mm), que bordejam grãos de biotita. Associa-se comumente aos minerais opacos,
podendo crescer em suas bordas ou até eventualmente englobá-los por completo. Os
18
minerais opacos são xenoblásticos de granulometria fina (0,4 a 0,6 mm), associando-se a
titanita e a biotita. Apatita euédrica, prismática ou hexagonal e zircão de hábito arredondado,
ocorrem em pequeno volume dispersos pela matriz da rocha.
# Granodiorito Gnaisse
Este litotipo é inequigranular, com grãos que variam entre 1 e 3 mm na matriz e
apresentando porfiroblastos de até 1,5 cm. Sua textura é granolepidoblástica e seus
Ob
constituintes minerais são: plagioclásio, microclina, quartzo, biotita, minerais opacos, titanita,
apatita, zircão (Figura 14). A orientação dos cristais de feldspato e de biotita dão à rocha
uma foliação não tão marcante como no tipo anteriormente descrito, mas, ainda assim, bem
ra
definida. O plagioclásio é o feldspato mais abundante. Sua granulometria varia de 1 a 3 mm,
tem hábito colunar, com eixo de maior comprimento alinhado à superfície definida pela
foliação. Os grãos maiores, alguns podendo chegar a ter até 7 mm, são poiquiloblásticos
pa
podendo mostrar-se saussuritizados em seus núcleos. Intercrescimento mirmequítico é
comum nas regiões de contato com grãos de microclina. O quartzo é intersticial,
granoblástico, apresentando por vezes padrão poligonal. Tem granulometria média com
ra
grãos no intervalo entre 1 a 4 mm com incipiente extinção ondulante. A biotita tem hábito
tabular, granulometria variando de fina a média, com grãos no intervalo entre 0,6 e 1,5 mm.
Tem cor marrom, é fortemente pleocróica, podendo apresentar-se alterada para clorita a
Co
partir de suas clivagens. Seu arranjo planar confere foliação à rocha. A microclina tem hábito
colunar - quadrático, em grãos de granulometria média variando de 1,5 a 3 mm. São grãos
poiquiloblásticos geminados por "Tartan" e mais raramente por Carlsbad. A titanita ocorre
ul
ns
em razoável volume, como cristais que variam de hipidioblásticos (aqueles de granulometria
> 1 mm) a xenoblásticos (aqueles com granulometria < 1 mm). Associa-se comumente à
biotita e aos minerais opacos, formando pequenos aglomerados. Os minerais opacos
ocorrem como cristais arredondados de granulometria fina, com grãos variando no intervalo
de 0,4 a 0,6 mm. Têm forte relação com a titanita, podendo apresentar-se totalmente
prismático.
ta
englobados por esta. A apatita ocorre em quantidades restritas, como cristais finos de hábito
# Anfibolito
Este litotipo é equigranular, com grãos variando entre 2 e 3 mm, com textura
predominantemente lepidonematoblástica (Figura 15). É constituído de hornblenda,
plagioclásio, quartzo, biotita e apatita. A hornblenda é fase mineral principal, tem cor verde,
hábito tabular, granulometria média, com alguns cristais podendo atingir 5 mm. É fortemente
19
pleocróica, podendo apresentar inclusões de quartzo fino e arredondado; biotita ocorre
freqüentemente em suas bordas. O plagioclásio é hipidioblástico, límpido, de hábito colunar.
O quartzo é essencialmente intersticial, límpido, com contornos poligonais indicativos de
processos de recuperação de grãos. A biotita ocorre em pequeno volume, quase sempre
crescendo nas bordas de hornblenda. A apatita é o mineral acessório mais comum, sempre
como grãos finos de hábito acicular. Minerais opacos e titanita são muito mais raros.
Ob
# Tonalito a Granodiorito gnaisse.
São
rochas
equigranulares,
caracterizadas
por
apresentarem
textura
granolepidoblástica de granulometria média, com grãos variando entre 1 e 3 mm. É
ra
constituído de plagioclásio, quartzo, biotita, hornblenda, microclina, titanita, minerais opacos,
apatita e zircão (Figura 16). O plagioclásio é granoblástico, límpido, e pode conter
microinclusões de quartzo de hábito arredondado. Pode ocorrer ainda de forma intersticial à
pa
biotita, mostrando-se, neste caso, mais rico em inclusões. Ortoclásio, quando presente,
ocorre em grãos médios de hábito quadrático, geminados ou não por Carlsbad. O quartzo é
granoblástico, límpido em grãos médios e xenoblásticos. Associa-se principalmente ao
ra
plagioclásio. A biotita é o mineral máfico mais abundante ocorrendo em grãos de hábito
tabular. Em geral forma grumos com a titanita, minerais opacos e com hornblenda. O
anfibólio presente é uma hornblenda verde escura de hábito tabular fortemente pleocróica
Co
em grãos médios (1-2 mm). Em geral apresenta biotita crescendo em suas bordas e contem
inclusões de titanita e quartzo. Substituição por biotita a partir dos planos de clivagem é
feição comum. A titanita em geral forma grumos com minerais opacos e biotita e mais
ul
ns
raramente com hornblenda. Os minerais opacos ocorrem sempre em associação com a
titanita, estando por vezes totalmente envoltos por um fino halo de titanita. Apatita e zircão
ocorrem em pequenos volumes.
ta
20
Ob
Figura 12: Bandamento
gnáissicodenotado pelas fitas de biotita.
Figura 11: Quartzo Diorito Gnaisse.
Aspecto ao microscópio.
ra
ra
pa
n
Co
Figura 13: Grumos máficos (titanita +
mineral opaco + apatita + biotita)
Figura 14: Granodiorito gnaisse. Aspecto
geral da textura.
lta
su
Figura 15: Anfibolito. Aspecto geral da
textura ao microscópio
Figura 16: Tonalito gnaisse . Aspecto geral
da textura ao microscópio
21
Tabela 4: Composição média e classificação petrográfica
dos gnaisses pré-colisionais do Morro do Sandá
Qtz Diorito
Granodiorito
Anfibolito
Tonalito
Gnaisse
Gnaisse
(média de 2
Gnaisse
(média de 3
(média de 3
amostras)
(média de 3
amostras)
amostras)
42.0
37.7
62.1
41.3
7.0
29.0
12.5
25.4
Microclina
--
9.8
--
7.1
Ortoclásio
4.1
3.0
2.4
2.8
Biotita
16.2
10.5
6.6
7.2
Hornblenda
23.2
3.6
13.4
12.2
Granada
0,9
1,1
0,7
0,4
Titanita
3.0
2.1
1.1
1.6
Apatita
0.2
0.3
0.3
0.2
0.8
0.6
0.4
0.4
Min. Opacos
2.0
2.0
2.2
0.9
Min. Secundários
0.6
0.2
0.4
0.3
Litotipo
Minerais
Plagioclásio
ra
Ob
Quartzo
ra
pa
Zircão
amostras)
3 – A GEOQUÍMICA DAS ROCHAS PRÉ-COLISIONAIS
Co
3.1 – Introdução
Foram selecionadas onze amostras representativas para o conjunto de rochas
estudado (Tabela 5). Deste conjunto, 5 amostras correspondem a litotipos já analisados em
ul
ns
Porto Jr. (2004). As demais 6 amostras correspondem a litotipos que tiveram seus dados
recém obtidos. A seleção das amostras para análise foi executada após uma primeira
observação petrográfica no intuito de minimizar os efeitos decorrentes de eventuais
mudanças intempérica, hidrotermais e metassomáticas.
ta
Inicialmente as amostras selecionadas foram cortadas em slabs de 5 cm, retirando-se
as regiões mais alteradas. Posteriormente o slab foi quebrado com martelo e os fragmentos
encaminhados a um moinho de bola de tungstênio para serem pulverizados a -200 mesh.
A partir da análise dos diques pretendeu-se:
1) Classificar quimicamente as amostras selecionada;
2) Caracterizar o tipo de magma envolvido na geração das rochas; e
3) Investigar, com base nas características químicas apresentadas, o ambiente tectônico de
formação dos mesmos.
22
Tabela 5: Composição química para os ganisses pré-colisionais do Morro do
Sandá - Elementos Maiores
SiO2
TiO2
Al2O3
CaO
Na2O
K2O
P2O5
LOI
Total
PBG 4
PFNS-1a
PT - 05a
PT -5b
PBG 7a
PT-04a
SD-04a
SD-02b
SD-05a
SD-08d
SD-10a
43,61
56,94
59,96
60,38
61,68
62,14
62,94
57,15
55,59
60,66
51,95
3,61
1,24
1,10
1,47
1,02
1,23
1,15
1,02
2,08
1,08
2,57
14,92 11,67 5,20 0,24 5,73 8,52
14,34 3,56 4,77 0,13 3,25 7,96
16,29 3,45 3,72 0,23 2,05 5,56
14,96 3,75 3,45 0,14 2,98 4,2
16,25 3,36 3,18 0,3 1,52 4,95
16,09 3,78 3,54 0,16 1,67 4,21
15,46 3,22 3,25 0,19 1,49 4,19
15,26 4,64 4,35 0,21 2,98 6,91
15,01 4,27 5,55 0,15 3,58 7,26
14,55 3,99 3,15 0,19 2,28 3,85
14,86 5,97 4,95 0,14 4,25 7,46
3,37
3,42
4,04
3,09
3,95
3,98
3,85
2,94
3,10
3,68
3,58
1,59
2,54
1,45
3,56
1,78
2,02
1,85
1,98
1,68
3,94
1,95
0,89
0,54
0,29
0,45
0,21
0,13
0,26
0,56
0,66
0,58
0,67
0,23
0,84
1,39
1,02
1,44
0,88
1,39
1,11
1,02
1,34
1,27
99,58
99,53
99,53
99,45
99,64
99,83
99,54
99,11
99,95
99,29
99.62
Fe2O3
ra
Ob
Sample
FeO
MnO
MgO
Tabela 5 (cont.): Composição química para os gnaisses pré-colisionais do Morro do Sandá
Elementos Menores e Traços
Rb
Ba
Sr
Nb
Zr
Y
Hf
Ta
Th
V
Co
Zn
Pb
U
PBG 4
PFNS-1a
PT - 05a
PT -5b
PBG 7a
PT-04a
SD-04a
SD-02b
SD-05a
SD-08d
SD-10a
58
165
154
232
189
55
172
169
166
165
49
358
943
958
1890
1235
1123
1396
882
951
1241
400
596
420
387
430
258
267
302
542
387
241
625
29
25
21
24
15
12
13
30
21
10
34
174
280
235
408
389
378
321
302
312
278
150
30
45
31
43
26
34
21
44
44
16
24
4,5
16,8
12,5
13,5
11,4
9,6
12,4
11,2
15,7
11
4,1
1,7
2,5
1,6
1,9
1,6
2,5
1,9
2,1
2,8
1,8
2,2
1,3
17,3
12,7
8,8
25,8
36,5
21,1
10,2
16,5
19,5
1,9
313
168
197
201
228
134
165
268
145
154
412
49
18
23
24
16
12
15
32
15
12
62
135
102
96
112
135
148
95
152
99
88
114
20
26
22
32
27
31
29
28
19
24
15
2.2
1.2
1.7
2.4
2.0
2.5
1.4
2,2
1,5
1,2
2,8
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
Tm
Yb
Lu
PBG 4
23,5 52,3 7,11 30,5 7,0 2,82 7,5 1,1
PFNS-1a 27,8 58,4 7,45 32,9 6,9 2,54 5,8 1,1
PT - 05a 26,2 57,2 8,20 31,8 6,5 2,40 6,2 1,2
PT -5b
30,54 68,92 8,78 34,23 6,04 2,35 4,9 1,1
PBG 7a
35,2 65,2 8,54 31,2 6,4 2,15 5 0,9
PT-04a
36,8 67,9 7,80 41,1 9,1 1,95 4,3 1,1
SD-4a
38,2 75,2 8,23 33,5 5,8 1,95 4,2 1
SD-02b
37,2 72,2 8,54, 30,1 6,02 1,96 4,8 1,2
SD-05a
36,5 69,8 8,21 33,7 6,24 1,86 5,6 0,9
SD-08d
39,1 63,2 7,9 35,2 5,95 1,8 5,3 1
SD-10a
22,5 49,5 7,85 31,9 6,5 2,41 6,6 0,6
5,8
4,8
5,6
4,8
5,2
4,7
4,2
5,2
4,9
5,5
6.2
1,1
1,1
1,2
1.1
1
0,9
0,8
0,9
1,3
1,1
1,3
3,1
3,3
3,0
3
3,5
3,1
3,2
3,5
2,9
3,4
4,1
0,40
0,22
0,45
0,42
0,44
0,36
0,32
0,48
0,35
0,44
0,25
2,4
2,2
2,5
3,12
2,8
2,4
2,5
2,1
2,4
2,8
2,2
0,37
0,36
0,36
0,31
0,34
0,31
0,29
0,31
0,28
0,34
0,35
La
Ce
Pr
Nd
Sm
Eu
ul
ns
Co
Amostra
ra
pa
Amostra
ta
23
Com base nos diagramas de classificação química utilizados, podemos afirmar que as
rochas pré-colisionais estudadas correspondem a tipos que variam composicionalmente
desde gabros/dioritos até granodioritos (Figura 17). Sua tendência de evolução é do tipo
subalcalina (Figura18) evoluindo ao longo de um “trend” calcialcalino (Figura 19) de caráter
metaluminoso (Figura 20).
A avaliação a partir da norma CIPW apontou para dois
segmentos distintos: um com coríndon normativo, em valores baixos, com conseqüente
ausência de diopisídio normativo. Este segmento corresponde a rochas com teor de SiO2
Ob
mais baixo e outro segmento com presença de diopsídio e ausência de coríndon normativo
que corresponde a rochas com teor de SiO2 mais elevados. Os resultados da norma
apontam ainda para presença de hematita normativa para o segmento que também
ra
apresenta coríndon normativo. Isso pode significar que essas rochas evoluíram em um
ambiente em que a fugacidade de oxigênio era alta.
A análise dos padrões normalizados obtida para os elementos terras raras (Figura 21)
pa
permite que o agrupamento inicial obtido para a totalidade dos gnaisses possa ser
subdividido em três segmentos que, petrográfica e quimicamente, já foram anteriormente
caracterizados (gabros/dioritos; tonalitos e granodioritos).
ra
O primeiro segmento corresponde às rochas com predominância de plagioclásio em
sua composição mineralógica. Apresentam padrão de fracionamento menos marcante
apresentando razões (La/Yb)n mais baixas (Figura 22). Este segmento corresponde às
Co
rochas com ausência de coríndon normativo e conseqüente presença de diopsídio
normativo. O conteúdo total de ETRs para esse grupo é pouco menor do que quando
comparado ao anterior. Petrograficamente corresponde às rochas diorítica/gabróicas.
ul
ns
O segundo segmento corresponde a rochas algo mais enriquecidas em k-feldspato
apresentando razões o (La/Yb)n mais elevada. O padrão por elas apresentado aponta para
um fracionamento em ETRs mais elevado com relativo enriquecimento em ETRl e
empobrecimento em ETRp (Figura 23). Petrograficamente corresponde às rochas quartzodiorítica/tonalítica.
ta
O terceiro e mais volumoso segmento corresponde a rochas mais enriquecidas em kfeldspato (microclina inclusive) que apresentam razões (La/Yb)n mais elevada que as
demais. O padrão por elas apresentado aponta para um fracionamento em ETRs ainda mais
elevado com enriquecimento em ETRl e empobrecimento em ETRp (Figura 24).
Petrograficamente corresponde às rochas granodiorítica.
Os gnaisses a plagioclásio concentram-se, de maneira sistemática, em campos de
rochas pré-colisionais e intraplacas, enquanto os gnaisses mais evoluídos (mais ricos em k-
24
feldspato) são indicativos de variação para terrenos já de característica sin-colisional
(Figuras 25 e 26).
Essas características apontam para possíveis processos de evolução distintos,
devendo os gnaisses mais enriquecidos em plagioclásio evoluírem a partir de fracionamento
de rochas infracrustais e/ou mantélicas, enquanto os gnaisses mais enriquecidos em kfeldspato devem ter sua evolução associada a processos em que o componente crustal é
mais intenso. O diagrama R1xR2 de Batchelor & Bowden (1985) (Figura 27) faz uso de
Ob
parâmetros multicatiônicos. Na interpretação dos autores a variação composicional de
granitóides, desde os pré-colisionais até os tardiorogênicos, reflete um aumento de
disponibilidade de K e Na, além de representarem a tendência de evolução da fonte durante
ra
uma orogênese. No caso estudado pode ser observado que as amostras tendem a estar
subdivididas
nos
mesmos
agrupamentos
descritos
anteriormente.
Àquelas
mais
enriquecidas em plagioclásio plotam sistematicamente no campo das rochas pré-colisionais,
pa
enquanto aquelas mais enriquecidas em k-feldspato migram para os campos das rochas
associadas a processos de colisão.
ra
ul
ns
Co
ta
25
Cox et al 1979
15
Na2O + K2O (wt %)
Phonolite
Legenda para figuras 17 até 27
Gnaisses pré-colisionais dioríticos
10
Granito
Gnaisses pré-colisionais tonalíticos
Gnaisses pré-colisionais granodioíticos
Granodiorito
5
Tonalito
Ob
Gabro Qtz
Diorito
0
40
50
60
SiO2 (wt %)
70
Figura 17: Diagrama químico classificatório
p
ra
FeO*
Irvine & Baragar 1971
20
18
14
ar
12
10
8
Alkaline
6
4
2
SubAlkaline
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
Calc-Alkaline
on
35
Na2O + K2O
SiO2 (wt %)
Figura 18: Diagrama TAS
Metaluminous
Figura 19: Diagrama AFM
Peraluminous
lta
2
1
MgO
su
Maniar & Piccoli 1989
3
Al2O3/(Na2O + K2O)
0
Tholeiitic
aC
Na2O + K2O (wt %)
16
Irvine & Baragar 1971
Peralkaline
1
Al2O3/(CaO + Na2O + K2O)
2
Figura 20: Diagrama para índice de Shand
26
100
10
Ob
1
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Figura 21: Diagrama para o conjunto total de amostras
p
ra
Norm: PRIM
Norm: PRIM
100
100
ar
10
10
aC
1
Figura 22: Diagrama para ETRs para os litotipos
de composição granodiorítica
1
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
on
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Figura 23: Diagrama para ETRs para os litotipos
de composição quartzo-diorítica/diorítica
100
lta
su
Norm: PRIM
10
1
La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Figura 24: Diagrama para ETRs para os litotipos
de composição granodiorítica
27
Pearce et al 1984
1999
1000
Figura 25: Diagrama para caracterização
tectônica
WPG
100
10
Ob
Pearce et al 1984
1000
VAG
1
10
ORG
1000
WPG
p
ra
100
Y + Nb (ppm)
100
Nb (ppm)
1
VAG +
syn-COLG
10
ar
Figura 26: Diagrama para caracterização
tectônica
1
ORG
1
aC
2500
1500
Y (ppm)
lta
3
4
500
6
5
0
1000
1
2
1000
100
su
1 - Mantle Fractionates
2 - Pre-plate Collision
3 - Post-collision Uplift
4 - Late-orogenic
5 - Anorogenic
6 - Syn-collision
7 - Post-orogenic
2000
10
on
Batchelor & Bowden 1985
R2 = 6Ca + 2Mg + Al
Rb (ppm)
syn-COLG
0
500
1000
7
1500
2000
2500
3000
R1 = 4Si - 11(Na + K) - 2(Fe + Ti)
Figura 27: Diagrama R1 x R2 para definição de tendências evolutivas
28
4 – CONCLUSÕES
Com base no estudo realizado pode ser dito que as rochas gnáissicas ocorrentes no
Morro do Sandá podem ser caracterizadas em tipos litológicos distintos, variando
composicionalmente desde dioritos até granodioritos. Esta variação pode ser observada
ainda quanto ao comportamento geoquímico do conjunto. Neste caso, as rochas com
conteúdo mais rico em plagioclásio mostram aspectos que nos permitem associa-las de
Ob
maneira mais objetiva a tipos pré-colisionais, enquanto àquelas que se mostram mais ricas
em k-feldspato (tipos granodioritos) já apontam para tipos com contribuição sin-colisional.
Como os litotipos foram amostrados em um segmento de pedreira com cerca de 100
ra
metros de comprimento, fica caracterizado a complexa evolução deste conjunto de rochas.
Certamente podemos assumir a existência de três grupos distintos de rochas
gnáissicas, que se dividem tanto petrograficamente quanto geoquimicamente conforme
pa
demonstrado.
O padrão geoquímico para os elementos terras raras também dão sustentação a esta
ra
afirmação. Foi possível estabelecer diferenças nas razões que refletem o controle da fonte
na presença dos elementos terras raras leves e pesados e com base nisto sugerir que o
conjunto evoluiu por processos distintos de diferenciação.
Co
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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