• Prevenir a) Transitivo direto (= evitar dano, mal, etc): A prudência previne as desgraças. b) Transitivo direto e indireto (= avisar com antecedência) ”Vou prevenir minha irmã de que Teresa de Jesus irá para casa.” (Camilo Castelo Branco) OBS.: Com a preposição para, o verbo prevenir passa a significar preparar-se, acautelar-se: ”(...) puderam inteirar-se de tudo e prevenir-se para a luta (...)” (Alexandre Herculano) • Proceder a) Intransitivo (= ter fundamento, portar-se, conduzir-se, provir): As suas teorias não procedem. (= não têm fundamento) Aqueles vizinhos não procedem bem. (= não se portam, não se conduzem) O Português procede do latim. (= provém) b) Transitivo indireto (= realizar, dar início). Nesse sentido, rege a preposição a: O juiz procedeu ao interrogatório. O professor procedeu à chamada. • Querer a) Transitivo direto (= desejar, pretender): Eles queriam muito um filho. Quero-o aqui imediatamente. b) Transitivo indireto (= amar, estimar, ter afeto): Queria muito a seus pais. Quero-lhe muito, querida. • Simpatizar É verbo transitivo indireto, regendo a preposição com: Simpatizo muito com seu irmão. Há pessoas com quem não simpatizamos. OBS.: 1ª) O verbo simpatizar não é pronominal. É incorreto, portanto, dizer: ”Simpatizo-me com seu irmão.” Correto: Simpatizo com seu irmão. 2ª) O verbo antipatizar, seu antônimo, segue a mesma regência: ”Encontrava-o agora todos os dias em casa de Lúcia; e desde a primeira vez antipatizara com a sua enjoativa figura.” (José de Alencar) • Suceder a) Intransitivo (= ocorrer, acontecer): O caso sucedeu rapidamente. Sucederam fatos estranhos naquela vila. ”Sucedeu por esse tempo um desastre.” (Machado de Assis) b) Transitivo indireto (= vir depois, seguir-se; acontecer algo com alguém): ”O terror desfazia as linhas, a coragem as recompunha, e os combates sucediam aos combates.” (Machado de Assis) Não me recordo do que sucedeu a ela. • Visar a) Transitivo direto (= dirigir o olhar para, apontar arma de fogo contra, pôr o sinal de visto em): A menina visava as nuvens. Dezenas de armas visavam o seu peito. O gerente já visou o meu cheque. b) Transitivo indireto (= ter em vista, pretender, objetivar): O ensino visa ao progresso social. Todo capitalista visa a bons lucros. OBS: Quando o complemento for uma oração reduzida de infinitivo, há, no Brasil, forte tendência para suprimir a preposição: ”Visou ele mostrar as correlações existentes.” (Joaquim Osório Duque Estrada) VERBOS QUE INDICAM MOVIMENTO OU ESTATICIDADE Verbos que indicam movimento (chegar, ir, voltar, etc.) constroem-se com a preposição a, opondo-se aos que indicam estaticidade (morar, residir, etc), que se constroem com a preposição em. Ele chegou ao colégio muito cedo. Iremos a Santos no próximo sábado. Papai voltou ao escritório. Ele mora na rua Virgílio de Resende. Ficarei em casa à noite. Aquele operário reside na rua 2. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1ª) A rigor, não se deve dar um complemento comum a verbos de regimes diferentes. Assim não devemos dizer: Assisti e gostei do jogo. Correto: Assisti ao jogo e gostei dele. Todavia, por concisão, muitos autores quebram esse rigor gramatical. Veja os seguintes exemplos: ”Nos dias seguintes, continuou a entrar e sair de casa (...)” (Machado de Assis) ”Na companhia desta sua tia ficara Rosa, enquanto o cônego ia e vinha de Lisboa.” (Camilo Castelo Branco) 2ª) Em orações iniciadas por pronomes relativos, pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos desempenhando papel de complemento verbal, a preposição exigida pelo verbo deve, obrigatoriamente, antepor-se a essas palavras: *As sessões a que assisti foram instrutivas. pron. relativo *A que tu aspiras na vida? pron. interrog. *Perguntaram-me de onde eu vim. adv. interrogativo 3ª) Não deve haver contração da preposição que precede o sujeito de um verbo no infinitivo. Devemos, portanto, evitar construções do tipo: ”Está na hora da aula acabar”; ”Em virtude dele estar doente, não foi à festa”. O correto é: Está na hora de a aula acabar. Em virtude de ele estar doente, não foi à festa. 4ª) O pronome pessoal reto não se emprega com preposição e não pode ser complemento. Assim, são incorretas as construções do tipo: ”Sandra sentou-se entre eu e minha prima”; ”Não há mais nada entre tu e eu”; ”Não encontrei ela na festa”. As formas corretas são: Sandra sentou-se entre mim e minha prima. Não há mais nada entre ti e mim. Não a encontrei na festa. REGÊNCIA NOMINAL É a relação de dependência existente entre um nome (substantivo, adjetivo, advérbio) e seu complemento: A resolução dos exercícios será feita em sala de aula. subst. compl. nom. (regente) (regido)