Economia brasileira: entre a grande quantidade e a miserável

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Economia brasileira: entre a grande quantidade e a miserável
qualidade
O Brasil é um enorme continente, tanto na geografia quanto na economia. Para a economia
vulgar, cuja principal característica é sempre misturar alhos com bugalhos, a economia
brasileira é um ser difícil de ser classificado em termos de qualidade, quer dizer, de
desenvolvimento econômico. Em termos meramente de quantidade, quer dizer, de
crescimento econômico, nem tanto. Neste critério, os parasitas nadam na sopa.
Assim, pelo critério do tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) o Brasil classifica-se entre
as 10 maiores economias do mundo. Exatamente 1.774 trilhão de dólares no ano passado,
segundo dados do Banco Mundial. É muito capital sendo produzido no país do carnaval e do
caixa dois. Mesmo assim, o PIB do Brasil corresponde a cerca de um décimo do mesmo nos
EUA, que somou no ano passado 17.946 trilhões de dólares. Mas é superior ao PIB do
Canadá, praticamente o mesmo da Itália, pouco abaixo da França e outros sócios
privilegiados do G7, grupo das sete maiores economias do mundo. Não é para ninguém
botar defeito. Veja abaixo o ranking dos 30 maiores PIBs do mundo, de acordo com o Banco
Mundial.
Seria para ninguém botar defeito. Mas antes de soltar foguetes, atenção: a economia
brasileira é bastante grande em tamanho, em termos absolutos, mas, em termos relativos,
ela é muito pequena e pobre. A alta quantidade nunca compensa a baixa qualidade. É o que
acontece também com outras grandes economias dominadas da periferia capitalista, como
China e Índia, por exemplo. Assim, em termos de PIB per capita – soma do PIB dividida pela
população – um bom indicador da produtividade da economias nacionais e, portanto, do
desenvolvimento econômico, em geral, a economia brasileira não está nem entre as cem
maiores do mundo. Atrás de sumidades econômicas como Botswana, Suriname, Gabão,
Panamá, Trinidad Tobago e outros rebotalhos da civilização, o Brasil se encontra na 103ª
posição do ranking mundial, com o desqualificado PIB per capita de 15.600 dólares.
Pode isso, Arnaldo? – A regra é clara, Galvão: tamanho não é documento. A clara regra é
ainda mais pesadamente aplicada às outras grandes economias dos BRICS – iniciais de
Brasil, Rússia, Índia, China e South África. A China, por exemplo, o chão de fábrica do
mundo, a 2ª do mundo em tamanho absoluto do PIB de 10.8 trilhões de dólares (vide tabela
acima) – quando medida em termos de seu PIB per capita de miseráveis 14.300 dólares cai
para a inglória 113ª colocação. Abaixo do Brasil!
Mas pouca miséria é bobagem. O caso da Índia é pior ainda. Da 7ª colocação em termos de
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PIB absoluto, conforme tabela acima, desaba catastroficamente em termos de PIB per capita
(residuais 6.200 dólares) para a 158ª colocação. Não é por acaso que esse infeliz país
tornou-se recentemente a nova estrela da globalização. Festejado pelos economistas do
imperialismo como o novo modelo de “desenvolvimento econômico” de uma economia
continental. Como a brasileira, por exemplo. O sonho de consumo de economistas
neoclássicos, keynesianos e “marxistas” de um avançado modelo de integração às cadeias
produtivas globais. Resultado final das “reformas necessárias” para estabilizar a economia.
Exatamente como receitado pelo imperialismo para o resto da periferia, que deve esvair
cada vez mais em sangue e capital.
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