Material Estudos Autônomos NÍVEL 2 (4º e 5º anos)

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DISCIPLINA: Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
ES
CO
NATUREZA DA ATIVIDADE: Estudos Autônomos
LA
SÉRIE: Nível 2 (4º e 5º anos)
HISTÓRIA DA ASTRONOMIA:
“A curiosidade de saber quem somos, de conhecer nossa origem, a origem do
mundo, nasceu quando o primeiro homem olhou para o céu e se viu só...”. (Marcelo
Gleiser – Poeira das Estrelas). O movimento dos astros e sua aparência, os
fenômenos celestes, sempre encantaram e faziam, e ainda fazem o homem pensar
sobre sua origem, de quê e como as coisas são feitas, o porquê e como de tudo que
existe. Calendários foram elaborados, com base nos movimentos do Sol e da Lua,
para atender às necessidades do homem de controlar suas atividades. Os chineses,
árabes e egípcios, deixaram grandes contribuições com suas observações e
registros, já que dependiam da agricultura, os povos antigos se utilizavam do estudo
do movimento dos astros, principalmente do Sol, como guia para prever as estações
e períodos de secas e cheias, essenciais para a atividade agrícola. Assim foram
criadas as constelações, como guia referencial. Como as antigas civilizações
desconheciam muitos fenômenos naturais, tanto na Terra como nos céus, utilizavam
a religião para explicá-los à sua maneira. Portanto era natural associar as
constelações e astros à religião. No antigo Egito, o Sol era adorado como Deus.
Assim, as constelações receberam nomes e histórias compatíveis com a religião, que
chamamos “Mitologia”. Também foram dados nomes aos planetas conhecidos na
antiguidade, segundo a mitologia de cada povo. Os nomes dos planetas que foram
adotados e que perduram até hoje, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno (os
demais planetas têm brilho muito fraco para observação sem instrumento), são os
dados pela mitologia romana. Monumentos foram erguidos para demarcar o
movimento dos astros ao longo do ano (chamados círculos megalíticos), sendo
exemplo notável Stonehenge (foto abaixo). O auge da Astronomia na antiguidade se
deu com os gregos, a partir do século VI a.C. O estudo do movimento dos astros
também tinha fins astrológicos, ou seja, o de tentar predizer acontecimentos futuros.
STONEHENGE
DEFINIÇÕES – ASTRONOMIA x ASTROLOGIA:
A Astronomia é a ciência que estuda a constituição, forma, posição e
movimentos dos astros. A Astronomia é considerada a “mãe das ciências”, já que
todas as outras foram criadas para atender aos questionamentos gerados por ela. É
graças à Astronomia que a matemática, geometria, física e química, além de outros
estudos, foram desenvolvidas. Muita gente ainda confunde Astronomia com
Astrologia. A Astrologia é uma antiga crença que propõe prever a conduta moral e o
destino dos homens, com base na posição dos astros. Deixando bem claro, a
Astrologia é simples adivinhação, sem qualquer comprovação científica. Esta
confusão é até compreensível por dois motivos básicos: primeiro porque a Astrologia
nasceu antes da Astronomia e também acompanha o movimento dos astros no céu;
segundo porque se houve falar muito mais sobre Astrologia que de Astronomia,
bastando dizer que todos os jornais, diariamente, publicam o Horóscopo, mas
raramente publicam matéria sobre Astronomia. O Horóscopo é um conjunto de
previsões astrológicas, feito com base no movimento do Sol, Lua e planetas, ao longo
de uma faixa no céu, conhecida como Zodíaco, que é o caminho do Sol durante o ano
por entre as estrelas. O Zodíaco possui 12 constelações, chamadas Constelações
Zodiacais, que são aquelas que determinam o signo de uma pessoa, conforme a
posição do Sol em sua data de nascimento. É verdade que Astronomia e Astrologia
estiverem por muito tempo ligadas, e a Astronomia herdou algumas coisas da
Astrologia. Faremos no próximo slide um estudo mais aprofundado deste assunto
para um entendimento melhor. Algumas coisas serão repetidas para auxiliar a
fixação.
ASTRONOMIA
É ciência
ASTROLOGIA
É crença popular
COLOMBO E A DESCOBERTA DA AMÉRICA – IMPORTÂNCIA DA NAVEGAÇÃO
Na antiguidade o mundo se resumia nos três continentes: África, Europa e
Ásia. Eles seriam circundados por um oceano mundial. Não existiam outras terras
conhecidas. É natural de o homem aceitar como existente apenas aquilo que ele vê.
Os fenícios e egípcios, em aproximadamente 600 a.C., iniciaram a circunavegação do
continente africano, ou seja, navegaram contornando a costa do continente, mas sem
se aventurar em mar aberto, pois como pensavam não haver outras terras além-mar,
seria uma viajem inúteis e que poderia levá-los à morte, perdidos no oceano. Há
cerca de 2000 anos, os polinésios contornaram as ilhas da polinésia, ao sul do
continente asiático. Na antiga Grécia, o mar Mediterrâneo era navegado por muitas
embarcações. O comércio marítimo estava eu seu auge e Alexandria era o maior
porto marítimo do mundo. Em Alexandria havia um grego de nome Erastóstenes, um
grande astrônomo e filósofo. Erastóstenes foi o primeiro a calcular o tamanho real da
circunferência da Terra. Após os cálculos de Erastóstenes do tamanho da Terra, ficou
claro que sua esfericidade permitiria uma circunavegação do globo, ou seja, dar uma
volta completa ao mundo, navegando pelo oceano. Muitos navegadores devem ter
sido tentados a se aventurar em mar aberto, partindo do Mar Mediterrâneo em
direção oeste, até retornar, graças à esfericidade do planeta, despontando a leste na
costa da Ásia, mas foram desencorajados pelo simples motivo de que seria uma
viajem extremamente longa e as embarcações não tinham espaço para grandes
quantidades de alimento e água, que acabariam antes da metade do caminho.
Cristóvão Colombo, 18 séculos depois, ficou tão fascinado pela ideia de circunavegar
a Terra que deu início ao que ele chamou de “empreendimento das índias”, tomando
por base os cálculos de Erastóstenes. Mas Colombo sabia que se os cálculos de
Erastóstenes estivessem corretos, sua viajem não seria possível tal a distância. Então
resolveu considerar a Terra um pouco menor, para sua conveniência, empreendendo
assim sua viajem. Em 1492 Colombo descobre a “América”, nome dado em
homenagem a seu amigo, também navegador, Américo Vespúcio. Sua intenção não
era descobrir novas terras, mas circundar o globo pelo mar. Por sorte a América
estava no meio do caminho, do contrário suas provisões acabariam e os navegadores
morreriam de fome e sede no caminho, uma vez que os cálculos de Erastóstenes
estavam certos, e os de Colombo errados. Pouco depois, em 1500, seguindo os
passos de Colombo, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil. Um grande navegador
após Colombo foi Magalhães, que elaborou mapas celestes mostrando o céu como
era visto mais ao sul, até então desconhecido. A navegação teve importância
fundamental para o desenvolvimento da Astronomia, pois o Sol durante o dia e as
estrelas à noite eram seus guias.
GALILEU GALILEI E A REVOLUÇÃO NA ASTRONOMIA:
O astrônomo Italiano Galileu Galilei (1564/1642), ao saber da invenção da luneta por
um óptico holandês, fabricou sua própria, sendo o primeiro a apontar um instrumento
óptico para o céu em 1609. Foi então que Galileu fez as descobertas que
revolucionaram a Astronomia:
• as fases de Vênus; • os 4 maiores satélites de Júpiter; • o relevo lunar, com suas
crateras e montanhas; • os anéis de Saturno; • as estrelas da Via Láctea; • as
manchas solares. Galileu também afirmava que a Terra girava em torno do Sol
(sistema heliocêntrico) e também girava em torno de si mesma (rotação). Todas estas
descobertas eram contrárias ao que a Igreja impunha como verdade. Para a Igreja a
Terra ocupava imóvel o centro do Universo, e tudo que havia nos céus era perfeito e
imutável. As descobertas de Galileu mostravam que algumas coisas não eram
perfeitas (como a superfície da Lua, imaginada lisa para a Igreja). Mas o principal
confronto entre Galileu e a Igreja foi sobre o movimento da Terra, defendido por
Galileu e considerado heresia pela Igreja.
Com relação a Galileu, dois enganos são normalmente cometidos:
1º Galileu não inventou a luneta. Seu mérito foi aperfeiçoá-la e usá-la para estudar os
céus.
2º Galileu fez suas descobertas telescópicas com início no ano de 1609. O ano de
1610 quase sempre referenciado pela literatura foi o ano da publicação de suas
descobertas, na obra “Siderius Nuncius” (Mensageiro das Estrelas”).
NOÇÕES GERAIS SOBRE TAMANHO:
Quando falamos em tamanho, queremos dizer de forma simples a largura de
um objeto. O Universo possui uma grande variedade de objetos, ou corpos celestes,
igualmente com uma grande variedade de tamanhos. Comecemos com o tamanho da
própria Terra, cuja largura no equador é de 12.756 km. A largura de um objeto é
chamada “diâmetro”. Ao lado comparamos o tamanho da Terra com o da Lua. Como
o diâmetro da Terra é de 12.756 km e o da Lua é de 3.476 km, concluímos que a
Terra é aproximadamente 3 vezes maior que a Lua.
Já o nosso Sol, mesmo sendo uma estrela pequena, é bem grande se comparado
aos planetas. Ele é 109 vezes maior que a Terra.
Em Astronomia, muitas vezes tratamos como objetos o que na verdade é um
conjunto de objetos, formando um sistema. É o caso do Sistema Solar, que reúne
vários objetos. Quando queremos dizer qual o tamanho de um sistema, utilizamos a
distância entre os objetos mais afastados. Imaginemos o Sistema Solar como uma
bandeja redonda, dentro da qual há várias pedras de tamanhos diferentes.
Posicionemos uma pedra em uma extremidade da bandeja e outra na extremidade
oposta. Poderemos dizer que o tamanho, ou diâmetro, da bandeja é igual à distância
entre estas pedras mais afastadas. Portanto, para dizermos o tamanho de qualquer
sistema no Universo, como as galáxias, precisamos antes aprender como lidar com
as distâncias no Universo.
DISTÂNCIAS NO UNIVERSO:
Na Terra estamos acostumados a medir as distâncias menores em metros e
as maiores em quilômetros. No espaço as distâncias são tão grandes, que para
expressá-las nas unidades conhecidas, muitos zeros teriam de ser adicionados.
Assim é que, como sabemos a distância média da Terra ao Sol é de 149.600.000
quilômetros. E o Sol é apenas nosso vizinho. Para eliminar este inconveniente de
colocar muitos zeros em um número, os astrônomos criaram novas unidades para
medir as distâncias no espaço. São elas:
1) Unidade Astronômica – U.A, equivale à distância média da Terra ao Sol =
149.600.000km. É utilizada normalmente apenas para corpos do Sistema
Solar, pois entre as estrelas, as distâncias são infinitamente menores.
2) Ano-Luz – A.L. equivale à distância que a luz percorre em um ano, viajando a
velocidade de 300.000 quilômetros por segundo. 1 Ano-Luz equivale a
9.461.000.000.000 de quilômetros. Para distâncias mais próximas, pode-se
referir a dias-luz, minutos-luz e segundos - luz, de forma que 1 segundo - luz
é igual a 300.000 km.
3) Parsec – Psc a origem desta unidade de distância é um pouco complicada
para entendermos por agora. Ela é pouco usada, sendo a preferência dos
astrônomos a utilização do Ano Luz. 1 Parsec = 3,26 A.L.
O UNIVERSO – CONHECIMENTO BÁSICO
O Universo é composto de vários sistemas, distribuídos segundo uma
hierarquia de dependência gravitacional. É interessante como os sistemas se
assemelham, variando somente o número de componentes e o tamanho de cada um.
Assim, os satélites ou luas giram em torno de seus planetas, que por sua vez giram
em torno de uma estrela. As estrelas formam uma galáxia, girando em torno do centro
dela. Também as galáxias se organizam formando um grupo de galáxias.
FORMAÇÃO E IDADE DO UNIVERSO: A teoria de como o Universo foi
criada, é a Teoria do Big Bang (que significa grande explosão). Esta teoria foi
cientificamente comprovada. A partir do Big Bang, o Universo se expandiu e formou
as estrelas e galáxias. O Big Bang ocorreu há 13,7 bilhões de anos, sendo esta,
portanto a idade do Universo.
TAMANHO, MASSA E GRAVIDADE:
É claro que os corpos celestes têm tamanhos muito diferentes. Enquanto uns
são minúsculos, outros são enormes. Chamamos massa à quantidade de matéria que
um objeto possui, e a gravidade é produzida pela massa de um objeto. Quanto mais
massa, maior é à força de gravidade do objeto. Mas apesar de os objetos maiores
terem normalmente mais massa, isso não é regra, pois corpos de mesmo tamanho
podem ter massas diferentes, devido à sua constituição. Os gases, por exemplo, são
bem mais leves que a rocha. Imagine uma garrafa cheia de ar e outra cheia de areia.
A última pesará mais, sem que a garrafa seja maior. Também é importante dizer que
o peso é simplesmente o efeito da força de gravidade atuando sobre o objeto. A força
de gravidade, aquela mesma que faz uma pedra cair quando jogada para o alto,
diminui conforme a distância aumenta. Na verdade ela é inversamente proporcional
ao quadrado da distância. Traduzindo isto em números fáceis de compreender, em
um corpo 2 vezes mais distante que outro, a força da gravidade será 2² = 4 vezes
menor. É à força de gravidade do Sol que mantém os planetas girando ao seu redor.
AS ESTRELAS:
As estrelas são um dos principais objetos do Universo, dada sua enorme
quantidade. Um conceito importante quando se fala de estrela é que elas estão
incrivelmente longe de nós. Tão longe que foi preciso criar uma unidade de distância
nova para elas, o Ano-Luz. Uma estrela é uma esfera de gases que constituem seu
combustível. A matéria de uma estrela permanece ao longo de sua vida no estado de
“plasma” (o quarto estado da matéria). Toda estrela tem luz própria, emitindo calor e
energia. Isto porque seu núcleo tem temperaturas da ordem de milhões de graus,
suficiente para a “queima” dos gases.
As estrelas possuem muitas diferenças entre si, tais como brilho, tamanho,
cor e temperatura, dentre outras.
As estrelas formam dois tipos de agrupamento básico:
1 – Constelações: na verdade as constelações foram inventadas pelos homens para
facilitar o reconhecimento dos céus. As estrelas de uma mesma constelação são
vistas próximas umas das outras por mero efeito de perspectiva, estando na realidade
muito distantes. A proximidade é apenas visual.
2 – Aglomerados estelares: são agrupamentos reais de estrelas que se formaram
juntas, estando bem próximas entre si.
CONCEITOS BÁSICOS:
PLANETAS:
Os planetas são corpos rochosos ou gasosos, de forma esférica, porém de
pequeno tamanho comparados à estrela em torno da qual giram por força da
gravidade da mesma. Possuem características muito diferenciadas, quanto ao
tamanho, constituição, movimentos, etc. Os planetas podem ou não possuir satélites
ou luas girando ao seu redor.
A Terra, 3º planeta do Sistema Solar
GALÁXIAS:
As galáxias são impressionantes e belos objetos, normalmente em forma de
discos espiralados e de grandes dimensões. As galáxias são formadas por bilhões,
ou centenas de bilhões de estrelas, conforme seu tamanho, além de gases e poeira.
As estrelas giram em torno do centro da galáxia a que pertencem. A nossa galáxia, a
Via Láctea, tem a forma semelhante à da vista na foto ao lado, e possuem
estimadamente quase 200 bilhões de estrelas.
O Universo visível possui cerca de 100 bilhões de galáxias, ou mais.
Galáxia espiral do Centauro
O SISTEMA SOLAR
No Sistema Solar, que é apenas um entre infinitos sistemas no Universo, há o
astro regente, o Sol, que é uma estrela, seguido por 8 planetas e seus respectivos
satélites, 3 planetas anões, milhares de asteroides, cometas e poeira interplanetária.
Podemos considerar um planeta, juntamente com seu satélite, um sub - sistema, no
qual os satélites, por terem tamanho e massa menor que o planeta, giram em torno
dele por força da gravidade.
A Lua gira em torno da Terra porque tem menos massa que ela, pelo mesmo motivo
que a Terra gira em torno do Sol.
Os planetas são, depois do Sol, os maiores e mais importantes corpos do nosso
Sistema, com características individuais que serão estudadas depois. Os asteroides
são objetos bem menores que os planetas, mas que giram livremente em torno do
Sol, a maioria numa faixa situada entre Marte e Júpiter, denominada “cinturão de
asteroides”. Eles são grandes blocos de rocha, mas de formato irregular parecendo
uma batata, diferentemente dos planetas que possuem forma esférica. Está
comprovado que um asteroide colidiu com a Terra há 65 milhões de anos,
extinguindo grande parte da vida no planeta, inclusive os dinossauros. Já os cometas
são blocos de rocha envoltos em gelo, isto porque circulam o Sol em grandes
distâncias, sendo sua superfície gelada. O aspecto conhecido dos cometas com sua
cauda, como na foto ao lado, só aparece quando este se aproxima do Sol, o qual
esquenta o material da superfície do cometa, criando a calda. Quando o cometa está
distante do Sol as baixas temperaturas não permitem a criação da cauda. A órbita
dos cometas é bastante alongada, e eles retornam à proximidade do Sol de tempos
em tempos. O mais famoso dos cometas, o Halley, tem um período de 76 anos. Sua
última passagem foi em 1986 e sua próxima passagem será em 2062.
MOVIMENTO DIURNO (ROTAÇÃO):
O primeiro movimento observado desde o homem primitivo, e que levou-nos
a pensar como funciona o Universo e as coisas que nos cercam. Trata-se do
“Movimento Diurno”, como o próprio nome já diz o movimento que produz o dia.
Sabemos que na verdade este movimento dos astros (do Sol, Lua, planetas e
estrelas) nascendo no leste e se pondo no oeste, é resultado do giro da Terra sobre
seu próprio eixo, e denomina-se “rotação”. Este eixo, imaginário é claro, chama-se
“eixo de rotação”. Vale explicar desde já que o movimento próprio dos planetas e da
Lua, em relação às estrelas, é no sentido oposto, de oeste para leste, que não
dependem da rotação. É preciso também tomar o seguinte cuidado: a palavra “dia” é
usada tanto para designar o período de iluminação solar quanto o giro completo sobre
o eixo, que compreende o dia e a noite. As extremidades do eixo de rotação
determinam os polos Norte e Sul, como mostra a figura à direita. Repare que o eixo é
inclinado. Sua inclinação é de 23,5° em relação à vertical. O movimento de rotação
não é exclusivo da Terra, mas comum a todos os astros, diferenciado pela
velocidade. Assim, cada astro tem sua própria velocidade de rotação, completando o
giro em mais ou menor tempo. Este tempo é chamado “período de rotação”, e para a
Terra ele é de 23 horas e 56 minutos. Isso mesmo! O tempo de 24 horas que
chamamos dia é o giro da Terra com o Sol em referência, em outras palavras é o
tempo entre dois nascimentos consecutivos do Sol. Mas o tempo real em que a Terra
completa o giro de 360º sobre o seu eixo (rotação) é contado em relação às estrelas,
sendo 4 minutos mais curto que às 24 horas. Isto pode ser constatado por uma
observação simples: de uma noite para a outra toda estrela nasce 4 minutos mais
cedo.
MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO:
Além do movimento de rotação, a Terra possui outro movimento, que é o de
“translação”. O movimento de translação é o giro da Terra em torno do Sol. O tempo
determinado por este giro é o que denominamos de “ano”, com duração de 365,25
dias. Este movimento é feito em uma trajetória imaginária chamada “órbita” A órbita
da Terra é feita em um plano, também imaginário, denominado “eclíptica”. É como
desenharmos um círculo em uma folha de papel. O círculo representa a órbita, e a
folha representa a eclíptica. O movimento de translação é também chamado em
Astronomia de “revolução”, sendo este termo utilizado para descrever o movimento
de qualquer astro em torno de outro, não apenas do Sol. Por exemplo: a Lua gira em
torno da Terra, ou seja, faz uma revolução em torno da Terra.
AS ESTAÇÕES DO ANO:
A translação combinada com a inclinação do eixo de rotação causa as “Estações do
Ano”, que passaremos a estudar agora. A figura a baixo mostra a Terra em 4
posições diferentes em sua órbita. Repare que o eixo de rotação da Terra aponta
para a mesma direção no espaço, independente de onde a Terra estiver. Na posição
mais à esquerda o polo sul aponta mais na direção do Sol, condição que se inverte na
posição à direita, com o polo norte apontando mais para o Sol. Note que a linha que
divide a parte iluminada da Terra (em amarelo, onde é dia) com a parte não iluminada
(em cinza, onde é noite), não coincide com o eixo de rotação, devido à já esclarecida
inclinação do eixo em 23,5°.
Na posição mais à esquerda, o polo sul está iluminado, e o polo norte não. Assim, o
hemisfério sul recebe mais luz do Sol, ao contrário do norte. É quando o Verão
começa para o nosso hemisfério, em Dezembro. Passados 6 meses, a Terra estará
do outro lado da órbita (lado direito), agora com o hemisfério norte recebendo maior
parte da luz solar, quando será verão para o hemisfério norte e Inverno para o sul.
Nas posições intermediárias ambas os hemisférios recebem a mesma quantidade de
iluminação, dando origem às outras estações, Primavera e Outono. No verão os dias
são mais longos e as noites mais curtas, invertendo-se no inverno, com noites mais
longas e dias mais curtos. No outono e na primavera tanto o dia quanto a noite têm a
mesma duração.
POSICIONAMENTO - COORDENADAS – PONTOS CARDEAIS:
Da necessidade de posicionamento e referência, o homem criou duas coisas
que estudamos em Geografia: os pontos cardeais e o sistema de coordenadas
geográficas, de que trata a cartografia. A cartografia não apenas fornece o sistema de
coordenadas para posicionamento como também elabora mapas representativos da
superfície desejada. Quando queremos localizar algo distante no globo terrestre, não
basta perguntarmos para que lado fica. Precisamos de uma referência precisa, ou
ficaremos perdidos.
Nos pontos cardeais temos que as extremidades ou pontas do eixo de
rotação determinam os polos Norte e Sul. Ora, se a Terra gira, em dado momento o
Sol aparecerá em algum ponto, e este ponto é o Leste. Completado meio giro da
Terra, o Sol terá cruzado o céu e estará se pondo do lado oposto, que é o Oeste. Fica
claro que a linha Norte-Sul é perpendicular (em ângulo de 90°) à linha Leste-Oeste.
Estes são os 4 pontos cardeais e são representados por suas siglas em português: NS-L-O.
A latitude representa a distância em que algo (uma cidade, por exemplo) está
do equador, sendo contada em graus. Partindo do equador, considerado na latitude
zero, um viajante subindo na direção norte estará aumentando sua latitude até chegar
ao máximo de 90º de latitude, situada exatamente no polo norte. Já descendo do
equador em direção ao polo sul, a latitude recebe o sinal de – (menos), até -90°. Mas
apenas a latitude não é suficiente para posicionar um ponto do globo terrestre, pois
ela indica só à distância em graus do equador, de forma que ao redor do globo, o
mesmo círculo de latitude é composto de vários pontos. Então precisamos utilizar
também a longitude. Mas se na latitude temos o equador como referencial para início
da contagem, e para a longitude? Definiu-se então um o meridiano zero como sendo
o que passa pela cidade de Greenwich, na Inglaterra, chamado “Meridiano de
Greenwich”.
A longitude, porém é contada em horas, não em graus, sendo positiva a leste
de Greenwich e negativa a oeste. Como padrão, espaçamos os meridianos em
gomos de uma hora, sendo no total 12 horas a leste de Greenwich e mais 12 horas a
oeste. Por esta razão os meridianos são também conhecidos como “fusos horários”.
Esta divisão fusos horários nos permite dizer a diferença em horas de um país para o
outro. O Brasil, como é um país muito extenso, está contido em vários fusos horários,
sendo o que passa em Brasília o referencial para o nosso país, que é o fuso de -3h
(menos 3 horas). Uma curiosidade interessante é que em relação ao Brasil, o Japão
tem uma diferença de 12 horas, de forma que quando aqui é meio dia, lá é meia
noite, e vice-versa.
OS FUSOS HORÁRIOS:
Quando o relógio marca 10 horas da manhã em Ipatinga, são 10 horas da
noite em Tóquio, no Japão. Ou seja, enquanto a gente estuda e trabalha lá do outro
lado do mundo, as pessoas se preparam para dormir e vice-versa. Tudo isso
acontece porque estamos em partes diferentes do planeta que recebem luz do Sol
em horários diversos. Para facilitar o comércio e a navegação e evitar confusões com
as diferenças entre as várias regiões do mundo, foi estabelecido um padrão
internacional para contagem das horas. Para completar uma volta sobre o seu eixo, a
Terra leva cerca de 24 horas – ou um dia. É essa volta que marca a diferença de
tempo entre os diversos países. Enquanto gira, uma parte do globo recebe luz do Sol
e a outra fica no escuro. Brasil e Japão estão exatamente em partes opostas do
globo. É por isso que quando é dia num lugar, é noite no outro. Pelo sistema de fusos
horários, a circunferência da Terra (360º) é dividida pelo número de horas do dia. O
resultado são 24 meridianos longitudinais, cada um com 15º e equivalentes há uma
hora. Esses meridianos é que são chamados fusos horários. Fuso zero é o meridiano
de referência ou a longitude 0º (zero grau) em relação ao quais as horas em todos os
lugares do globo são calculadas. É ele que determina a hora oficial no mundo. Os
fusos horários são contados de 0 a 180º para oeste e para leste de Greenwich. Como
a Terra gira no sentido oeste-leste, a cada 15º, partindo de Greenwich para o leste,
as horas aumentam e para o oeste, diminuem. Assim, para saber que horas são em
uma determinada cidade é preciso primeiro saber em que meridiano ela está e se
está a leste ou a oeste de Greenwich. Por exemplo: São Paulo está no fuso 45º
oeste. Isso quer dizer que a hora local em São Paulo será 3 horas a menos que na
cidade de inglesa de Londres, por onde passa o meridiano de Greenwich. Se em
Greenwich são 14 horas, em São Paulo serão 11 horas. Isso se não estivermos em
horário de verão.
A TERRA
Situa-se na denominada “zona habitável” do Sistema Solar, devido à distância
da estrela mãe (o Sol) lhe proporcionar temperaturas amenas e capaz de manter a
água em estado líquido, condição essencial para a formação da vida. Vista do
espaço, destacam-se seus vastos oceanos e a calota polar. Igualmente algumas
partes continentais são visíveis. Sua forma é esférica, com o diâmetro equatorial
sendo 21 km mais largo que nos polos. É a rotação que provoca esta saliência no
equador. A formação da Terra ocorreu há 4,6 bilhões de anos, através da colisão de
blocos pequenos que foram se aglutinando, formando um único bloco maior. Todos
os planetas foram formados dessa maneira, com o aproveitamento da abundante
quantidade de matéria no disco giratório da “nuvem proto-solar”, que deu origem ao
Sol. Internamente a Terra tem 3 camadas, conforme a figura abaixo. O núcleo central,
formado principalmente por ferro, e uma parte exterior líquida. Em torno do núcleo
está o manto. A crosta terrestre é uma fina camada sólida composta de diversos tipos
de materiais e rochas, sendo uma crosta continental e uma oceânica mais fina. A
crosta abriga a biosfera, com seus oceanos, atmosfera e seres vivos. Como a crosta
está sobre um manto líquido, os continentes se movimentam lentamente durante a
história terrestre, com a chamada “Tectônica de Placas”, responsável pela formação
dos principais acidentes topográficos, como as grandes cadeias de montanhas e
vales. As placas tectônicas são num total de sete. A colisão entre placas tectônicas
também é a origem dos terremotos.
ATMOSFERA E CLIMA:
A força de gravidade da Terra é suficiente para reter uma camada gasosa ao
seu redor, a atmosfera, com centenas de quilômetros de espessura, sendo mais
densa nos primeiros quilômetros junto à superfície e ficando cada vez mais rarefeita
com a altitude. Ela deve ter sido formada originalmente por gases expelidos por
antigos vulcões, e depois modificados sua composição com auxílio das plantas, por
exemplo, que absorvem dióxido de carbono e liberam o Oxigênio. Nossa atmosfera é
composta principalmente pelo gás Nitrogênio (78%) e Oxigênio (21%). O restante 1%
é formado por Argônio e outros gases.
A atmosfera é subdividida em várias camadas, de diferentes espessuras e
gradiente de temperatura, que é a variação de temperatura. Na camada mais baixa, a
Troposfera, onde se concentra por força da gravidade a maior parte dos gases
atmosféricos, ocorrem mudanças contínuas de temperatura, ventos, umidade e
precipitação (chuvas), conhecidas como clima. A razão básica do clima é que a Terra
absorve mais calor no equador que nos polos, produzindo variações de pressão, que
criam um sistema de ventos. Os ventos induzem correntes oceânicas e levam
massas de ar com diferentes temperaturas e graus de umidade a circular pela
superfície terrestre.
As nuvens se concentram na Troposfera, indo até uma altitude de 10 km ou um
pouco mais. Nesta camada a temperatura diminui com a altitude. A partir da
Estratosfera já é possível ver as estrelas sobre o fundo do céu negro. É interessante
registrar que o gradiente de temperatura se inverte de uma camada para outra,
assim, na Estratosfera a temperatura passa a aumentar com a altitude. Os aviões e
jatos circulam nestas duas primeiras camadas. As auroras, causadas pela colisão de
partículas eletricamente carregadas com a alta atmosfera, ocorrem nas últimas
camadas, a Termosfera e a Exosfera. Os ônibus espaciais, em suas missões,
circundam a Terra na Exosfera, em altitudes que ultrapassam os 200 km. A Exosfera,
sendo a camada mais externa, separa a atmosfera do vácuo do espaço, entretanto
não há um limite visível, pois ela vai se tornando gradualmente rarefeita.
A LUA
A Lua, nosso satélite natural, é cerca de 3 vezes menor que a Terra. Adorada
desde a antiguidade pela sua beleza e brilho, até hoje encanta e inspira desde
poetas, namorados e andarilhos. Com o início da era dos telescópios, através de
Galileu Galilei, suas crateras e montanhas foram reveladas, e com os modernos
telescópios atuais, instrumentação, naves e sondas espaciais, conhecemos mais sua
superfície do que o fundo dos oceanos da Terra. Sua distância média é de 384.000
km, variando para mais ou para menos, sendo os pontos mais e menos próximos
chamados Perigeu e Apogeu. A Lua não possui luz própria, sendo iluminada pelo Sol.
Sua superfície reflete cerca de 7% da luz solar incidente, causando seu brilho, ou
luar.
O giro da Lua em torno da Terra se completa em 29,53 dias, quase um mês,
quando a Lua apresenta suas fases, O aspecto visível da Lua, quando observada
sem instrumentos, são as manchas escuras, chamadas mares, pois acreditava-se
serem formados por extensões de água, como na Terra. Receberam nomes próprios,
sendo os principais: Mare Tranquilitatis, Mare Serenitatis, Mare Crisium, Mare
Imbrium e Ocanus Procelarum. As partes claras da Lua, em contraste com os mares,
são regiões montanhosas, e mais acidentadas.
A gravidade da Lua (1/6 da terrestre) é tão fraca que não consegue reter um
envoltório gasoso, ou atmosfera. Um astronauta pesando na Terra 60 quilos, na Lua
pesaria apenas 10 quilos. É por isto que os astronautas conseguem dar grandes
saltos quando caminham nela. É à força de gravidade da Lua, em conjunto com a do
Sol, que causa as marés nos oceanos da Terra. As marés são o movimento para
cima (maré alta) e para baixo (maré baixa) no nível dos oceanos, quando as massas
de água são puxadas pela força de gravidade.
MOVIMENTO E FASES DA LUA:
A Lua gira em torno da Terra, tendo o Sol como referência em um período de 29,53
dias, quase um mês. Aliás, é por isso que os meses do nosso calendário têm em
média 30 dias, uma adaptação no calendário lunar com o solar. Uma vez que
acompanhamos esse movimento da Lua observando-a a partir da superfície da Terra,
conforme sua posição, ou ângulo, em relação ao Sol, que a ilumina, vemos
determinada porção de sua superfície iluminada, a que chamamos fase. Este período
de revolução da Lua recebe vários nomes, a saber: revolução sinódica, mês sinódico,
mês das fases.
Com a Lua na extremidade direita, ela estará na direção do Sol, entre a Terra
e ele, sendo que a face da Lua voltada para a Terra não está iluminada. Chamamos a
esta fase de Nova. Com o avanço da Lua em sua órbita, uma fina faixa iluminada vai
sendo visível, assumindo a forma da letra “C”. Chamamos isso de crescente côncavo.
Mais adiante, com a Lua em ângulo de 90º em relação ao Sol, vemos metade dela
iluminada. É o quarto crescente. Depois a porção iluminada vai crescendo até
completar toda a face visível da Lua, na fase Cheia. Quando cheia, é a Terra que está
entre o Sol e a Lua. Nesta fase, vemos ela nascer por volta das 18 horas. Então a
porção iluminada começa a diminuir até o quarto minguante, quando novamente
vemos metade de deu disco iluminado. Depois o ciclo das fases se repete.
IMPORTANTE MEMORIZAR:
Cada fase dura aproximadamente sete dias. Na fase Nova, a Lua está entre a Terra o
Sol. Não vemos a Lua nesta fase, pois o Sol estará iluminando a face voltada para
ele. Na Lua Cheia, há o alinhamento Sol – Terra – Lua, com os raios do Sol
iluminando toda a face da Lua voltada para nós. Quando Cheia, a Lua nasce em
torno das 18 horas, passa no zênite (ponto mais alto do céu) à meia-noite, e vemos
ela se pondo no horizonte Oeste, pouco antes do Sol nascer. A Lua em quarto
crescente é vista apenas à tarde e princípio da noite; em quarto minguante é vista de
madrugada e manhã. As fases intermediárias chamam-se: crescente côncavo e
convexo, minguante convexo e côncavo, devido ao formato da porção iluminada.
Também costumamos denominar o crescente e o minguante convexos de 1ª giba e 2ª
giba, devido à Lua aparecer em forma gibosa, que é uma forma quase circular.
OS ECLIPSES:
GENERALIDADES SOBRE OS ECLIPSES:
De forma simples, os eclipses constituem uma alteração no aspecto visível do
Sol ou da Lua. Num eclipse total do Sol, este astro brilhante deixa de ser visível pela
interposição exata da Lua entre ele e o observador. Já no eclipse da Lua, nosso
satélite desaparece devido ao bloqueio da luz solar devido à interposição da Terra
entre ela e o Sol. Um eclipse do Sol só pode ocorrer numa Lua Nova, quando nosso
satélite está em alinhamento com o Sol. Entretanto não há eclipse do Sol em toda
Lua Nova, porque a órbita da Lua não coincide com a eclíptica, sendo que ela às
vezes passa um pouco acima ou abaixo dele. A origem do termo eclíptica vem dos
eclipses, pois estes só podem ocorrer quando a Lua cruza este plano. Um eclipse da
Lua só pode ocorrer numa Lua Cheia, mas também não há eclipse da Lua em toda
Lua Cheia.
Uma pergunta frequente é: como a Lua consegue encobrir exatamente o Sol,
sendo ela 400 vezes menor que ele? A resposta é uma incrível coincidência. É que a
Lua está estas mesmas 400 vezes mais próxima de nós que o Sol, de forma que o
diâmetro aparente de ambos é quase igual. Também existem os eclipses parciais,
tanto do Sol quanto da Lua, quando o fenômeno não é completo. Os eclipses ocorrem
a cada 6 meses, no chamado mês de eclipse, quando há pelo menos dois eclipses,
sendo um do Sol e outro da Lua, separados pelo tempo que a Lua leva para ir da fase
nova para a cheia, ou seja, duas semanas. Portanto, a cada ano temos no mínimo 4
eclipses. Excepcionalmente podem ocorrer 7 eclipses em um mesmo ano.
O SOL
O Sol é uma estrela como todas as que vemos no céu noturno, porém com
características diferentes entre si. Diz-se que o Sol é uma estrela de 5ª grandeza,
devido ao seu pequeno tamanho. É uma usina nuclear, que através da queima do gás
hidrogênio, seu principal componente, gera luz e calor. Por isso sem ele não haveria
vida. É 109 vezes maior que a Terra. É formado há cerca de 4,6 bilhões de anos,
através da contração de uma gigantesca nuvem de gás e poeira (chamada nebulosa),
até que a temperatura no seu interior atingiu 15 milhões de graus, suficiente para
iniciar o processo chamado fusão termonuclear, transformando o gás hidrogênio no
gás hélio, e liberando enormes quantidades de energia, luz e calor a cada segundo. O
Sol ainda possui combustível para mais 6 bilhões de anos. Por isso é uma estrela de
meia vida.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PLANETAS
Os planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno eram conhecidos
desde a antiguidade, pois se moviam contra o fundo das estrelas. A palavra planeta
vem do latim e significa errante. Alguns como Vênus e Júpiter possuem um brilho
notável. Os demais planetas não eram conhecidos na antiguidade, pois seu fraco
brilho não permitia sua observação.
MERCÚRIO
O menor planeta do Sistema Solar, e o mais próximo do Sol, é tão pequeno
que a maior lua de Júpiter e de Saturno são maiores que ele. A face de Mercúrio
voltada para o Sol é muito quente, devido à sua proximidade ao Astro Rei. Entretanto
seu lado escuro (quando é noite no planeta) é extremamente frio. Este grande
diferencial de temperatura de muito quente durante o dia e muito frio à noite ocorre
com todos os planetas e luas que não possuem atmosfera, ou quando esta é muito
rarefeita. É o caso de Mercúrio e da nossa Lua. É o corpo do Sistema Solar que
possui mais crateras. Sua superfície árida, ausência de atmosfera, grande diferencial
de temperatura e ausência de água, dão a certeza da impossibilidade de abrigar vida.
VÊNUS
O segundo planeta em ordem de distância do Sol, Vênus tem tamanho pouco
menor que a Terra. Também é conhecido como “Estrela Dalva”, “Estrela Matutina”
(visível ao amanhecer), e “Estrela Vespertina” (visível ao entardecer). Realmente,
visto da Terra, Vênus nunca se afasta muito do Sol. Sua grossa atmosfera, composta
principalmente por CO² (dióxido de carbono), lhe proporciona duas características: o
intenso brilho causado pelo reflexo da luz solar nas densas nuvens, superado apenas
pelo do Sol e da Lua, e altíssima temperatura. O dióxido de carbono é o gás causador
do “efeito estufa”, que mantém o planeta aquecido. Em Vênus há chuvas de ácido
sulfúrico. A atmosfera é tão densa que a observação da superfície do planeta através
de telescópios é impossível. O que se vê é apenas a cobertura de nuvens que giram
em altas velocidades. Sua superfície é muito acidentada, dominada por vulcões. O
eixo de rotação de Vênus tem uma inclinação de 177°. Isto significa que ele gira de
cabeça para baixo, com o polo sul apontando para cima. Outra estranha curiosidade
é sua lenta rotação de 243 dias, ao passo que sua translação se faz em 224,7 dias.
Assim seu dia (efeito da rotação) é maior que seu ano. Ou seja, ele gira mais rápido
em torno do Sol que sobre seu próprio eixo.
MARTE
O terceiro planeta em ordem de distância do Sol, Marte tem metade do
tamanho da Terra. Também é conhecido como “planeta vermelho”, coloração que lhe
deu o nome do deus da guerra, Marte, na mitologia romana. Sua cor vermelha se
deve à presença de óxido de ferro (popularmente conhecido como ferrugem), de que
seu solo é composto. Sua atmosfera, composta principalmente por CO² (dióxido de
carbono), é bem rarefeita. Visto da superfície do planeta, o céu de Marte é rosa. Sua
superfície possui várias crateras, mas o que mais se destaca á o “Valles Marineris”,
um imenso vale, rasgando sua superfície. Fotos de naves espaciais que estudaram o
planeta mostram claramente leitos de rios secos, demonstrando que no passado
havia água líquida ali. Em Marte, grandes tempestades de areia varrem a superfície
por longos períodos. Marte possui o maior vulcão do Sistema Solar, o Mons Olympus
com 24 km de altura. A inclinação de seu eixo de rotação produz estações, porém
muito diferentes das terrestres dadas as condições climáticas. Marte também possui
calotas polares.
A especulação de vida inteligente em Marte deu fama ao nosso planeta
vizinho, que foi o mais estudado até hoje e também o mais visitado por missões
espaciais de pesquisa, algumas pousando na superfície árida. Muitos filmes foram
feitos, como “Guerra dos Mundos”, onde os marcianos invadem a Terra. Sabemos
hoje com certeza não existirem marcianos, talvez apenas vida microscópica ainda a
ser descoberta. A cada dois anos aproximadamente o Planeta Vermelho fica mais
próximo da Terra, quando dizemos que ele está em “oposição”. Nestas ocasiões ele
fica mais brilhante no céu, e sua observação é facilitada pela proximidade.
JÚPITER
Depois de Marte, acabam os planetas rochosos e começam os gigantes
gasosos, dos quais Júpiter é o maior, sendo 11 vezes maior que a Terra. Ele está
cerca de 5 vezes mais distante do Sol que nós. Sua visão é inconfundível, com suas
faixas horizontais de nuvens da alta atmosfera, de cores alternadas, girando em torno
do planeta, visíveis até com modestos telescópios. Júpiter brilha firmemente no céu
por vários meses durante um ano. Também suas quatro maiores luas são vistas
como pequenos pontos brilhantes em sua proximidade, que fazem parte das
descobertas de Galileu. Seu achatamento polar é tão considerável que é perceptível
ao observador. Como Júpiter é uma enorme bola de gás em rápida rotação de quase
10 horas, seu equador se expande para os lados. Devido à distância em que se
encontra do Sol, sua superfície gasosa é muito fria. É bom ressaltar que tanto Júpiter
quanto os demais planetas gasosos não possuem superfície sólida. É uma enorme
esfera de gases diversos, com predominância de Hidrogênio, Hélio, e Metano. Outro
destaque visível em sua superfície é a chamada “Grande Mancha Vermelha”, uma
gigantesca tempestade permanente, em forma de ciclone.
SATURNO
Saturno, o senhor dos anéis, está quase 10 vezes mais longe do Sol que a
Terra. É o segundo maior planeta do Sistema Solar, considerando apenas o disco
planetário, 9,5 vezes maior que a Terra. Sua magnífica visão com seus anéis é a
mais bela do nosso Sistema. Também apresenta faixas de nuvens horizontais
circundando o planeta, à semelhança de Júpiter, porém bem mais discretas. Sua
composição de elementos gasosos e líquidos é tão leve, que sua densidade é menor
que a da água. Se colocado num imenso oceano, Saturno flutuaria. É esta baixa
densidade, combinada com uma rápida rotação, que lhe confere o maior achatamento
polar dentre os planetas. Como seu movimento é muito lento, demorando quase 30
anos para orbitar o Sol, Saturno fica visível por quase um ano inteiro. Devido à sua
lentidão nos céus lhe deram o nome do mais velho dos deuses. O planeta dos anéis
tem 34 luas girando ao seu redor, sendo a maior delas Titã, segunda maior do
Sistema Solar, com 5.150 km. Titã é a única lua que possui atmosfera, o que lhe
rendeu uma missão espacial exclusiva, a sonda Huygens, que pousou em sua
superfície e fez estudos de sua atmosfera, em janeiro de 2005.
URANO
Urano é o terceiro maior planeta do Sistema Solar, 4 vezes maior que a Terra
e está duas vezes mais distante do Sol que Saturno. Sua superfície é de um azul
pálido e sem marcas características. Urano exibe um sistema esparso de 11 anéis
muito estreitos, nada comparáveis aos majestosos anéis de Saturno. Possui uma
extensa família de 27 pequenas luas, das quais Titânia é a maior com 1580 km de
diâmetro. As cinco maiores, Miranda, Ariel, Umbrial, Titânia e Oberon, foram
descobertas da Terra por grandes telescópios, e as demais pela nave Voyager e
outras técnicas. O eixo de rotação do planeta quase coincide com seu plano orbital.
Assim, observado da Terra, suas luas e anéis parecem envolvê-lo na posição vertical,
como na imagem abaixo. De fato, seus polos apontam na direção do Sol, estando
quase na horizontal. Urano foi o primeiro planeta descoberto com uso do telescópio,
em 1781, por William Herschel e pouco de sabia a seu respeito, em função de sua
grande distância, até o sobrevoo da nave Voyager 2, em 1986.
NETUNO
Netuno é o mais distante e frio planeta do Sistema Solar. Seu tamanho é
ligeiramente menor que o de Urano. A história de sua descoberta por Urbain Le
Verrier em 1846 se deu graças à matemática. Após estudar irregularidades
observadas na órbita de Urano, previu a existência de um planeta além dele para
explicá-las, calculando também sua posição para o ano de 1846. Apontando-se o
telescópio para a posição calculada, em apenas 1 hora Netuno foi descoberto.
Apenas a nave Voyager 2 o visitou, em 1989, descobrindo novas luas e seu sistema
de anéis. A espaçonave, que obteve a foto abaixo, registrou ventos fortíssimos, a
incríveis 2000 km/h, os mais fortes conhecidos.
AS CONSTELAÇÕES
O olho humano sempre enxergou padrões entre as estrelas. Os povos
antigos, principalmente os gregos e romanos, desenhavam nos céus figuras de
deuses, heróis e animais míticos. Ilustravam seus mitos e lendas com as relações
entre as constelações. Seus nomes e histórias perpetuaram-se até os dias de hoje, e
representam uma fundamental ferramenta para o reconhecimento do céu noturno. No
total são 88 constelações cobrindo todo o céu, encaixadas umas às outras como um
imenso quebra-cabeça. Algumas são enormes, outras pequenas. A quantidade e o
brilho das estrelas variam muito de constelação para constelação. A representação
gráfica das estrelas e constelações, com o intuito de nos servir como guia, é o que
chamamos mapas ou cartas celestes, sendo que as primeiras foram criadas ainda na
Grécia antiga. A mais famosa foi à elaborada por Cláudio Ptolomeu no século II. Hoje,
encontramos disponíveis até pequenas cartas celestes giratórias, mostrando a
aparência do céu visível para o dia e hora indicados em sua borda. Dividimos as
constelações conforme suas posições no céu assim têm:
• Zodiacais: que atravessam o zodíaco, faixa do céu por onde o Sol se movimenta. Os
planetas e a Lua transitam pelas constelações zodiacais;
• Austrais: que está no hemisfério sul celeste;
• Boreais: que está no hemisfério norte celeste;
• Circumpolares: que circulam o polo sul ou norte celestes, a exemplo do Cruzeiro do
Sul, que também é uma constelação austral.
As estrelas de uma mesma constelação não estão unidas fisicamente, mas
muito afastadas umas das outras. Para o observador, a proximidade entre elas é
apenas efeito de perspectiva. À medida que a Terra caminha em sua órbita em torno
do Sol, as constelações visíveis numa dada época do ano vão se deslocando para o
oeste, de forma que umas vão desaparecendo no oeste outras aparecendo no leste,
ao longo do ano. Assim é que nas noites de verão, no hemisfério sul, destaca-se a
constelação de Órion, e no inverno observamos a constelação do Escorpião,
posicionadas em lados opostos em relação à Terra. Curioso é que na história
mitológica, o Escorpião persegue o caçador Órion, sem nunca conseguir, o que de
fato acontece no céu, pois quando Órion está se pondo no oeste, é que Escorpião
começa a aparecer no leste. Histórias à parte é sempre gratificante o reconhecimento
das constelações. Pode-se começar pelas mais fáceis, para depois reconhecer as
que estão em volta. O Escorpião é uma das poucas constelações cuja forma lembra
bastante a do animal.
AS ESTRELAS
As estrelas são os corpos celestes mais abundantes no Universo. Para se ter
uma ideia, só a Via Láctea possui mais de 100 bilhões de estrelas, e a nossa galáxia
é apenas uma dentre cerca de 100 bilhões estimadas em todo o Universo. Já
estudamos o Sol, nossa estrela, e aprendemos que ele é uma usina de força,
transformando seu combustível gasoso em várias formas de energia, luz e calor.
Toda estrela que vemos brilha pelo mesmo motivo, e a aparente diferença visual
entre elas e o nosso Sol é por causa da imensa distância em que elas se encontram.
Basta dizer que para chegarmos à estrela mais próxima de nós, além do Sol, Alfa
Centauro (na verdade um sistema estelar triplo), viajando à incrível velocidade da luz
de 300.000 km/s, demoraríamos mais de quatro anos.
TIPOS DE ESTRELAS:
As diferenças de cor das estrelas são devido à temperatura superficial de
cada uma. As estrelas mais quentes são azuis, enquanto as mais frias são
vermelhas. Com relação ao tamanho, existem estrelas menores que o Sol e estrelas
que são centenas de vezes maiores que ele, tipo as chamadas Gigantes Vermelhas.
As estrelas também formam pares, chamadas estrelas duplas, com uma estrela
girando em torno da outra. Também há sistemas triplos ou múltiplos de estrelas. Alfa
Centauro, uma estrela brilhante próxima ao Cruzeiro do Sul é um sistema triplo. Um
pequeno telescópio revela o par principal com facilidade, porém a terceira estrela do
sistema, chamada Próxima Centauro por ser a mais próxima da Terra, só é visível
com grandes telescópios, devido ao seu fraco brilho. Também existem as estrelas
variáveis, assim chamadas devido à variação em seu brilho.
AS NEBULOSAS
Toda galáxia, além de estrelas, possui imensas nuvens de poeira e gases,
chamadas nebulosas. Possuem variadas formas e tamanho. Sua melhor apreciação é
através de fotografia, já que a olho humano tem dificuldade de detectar cores de
objetos no espaço. São as nebulosas que fornecem o material para formação das
estrelas. Uma mesma nebulosa pode gerar desde estrelas isoladas até aglomerados.
Porém, o tipo mais impressionante é a nebulosa planetária. Seu nome foi sugerido
por causa de sua forma arredondada, semelhante à de um planeta. As nebulosas
planetárias são criadas pela ejeção do material superficial de uma estrela agonizante,
no final de sua vida.
AS GALÁXIAS
Aquilo que conhecemos sobre a natureza das galáxias é graças aos grandes
telescópios e aos homens de ciência que conseguem interpretar o que veem e
medem pelos seus instrumentos. As estrelas todas juntas formam um grande sistema
giratório chamado galáxia. Todas as estrelas que vemos brilhar pertencem à nossa
galáxia, a “Via Láctea”. O Sol é apenas uma em cerca de 200 bilhões de estrelas da
nossa galáxia, e está situado a dois terços da distância até o centro galáctico, que se
encontra na direção da constelação de Sagitário, visto da Terra. O diâmetro da Via
Láctea é de 100.000 anos luz. É uma galáxia do tipo espiral. O Universo possui
bilhões de galáxias, cada uma com bilhões ou até mesmo trilhões de estrelas, e estas
por sua vez podendo possuir ou não planetas ao seu redor. Os materiais
componentes de uma galáxia são estrelas, gases e poeira. Os gases e poeira formam
gigantescas nuvens, as nebulosas. A maioria das galáxias possui forma de um disco
espiralado com uma parte central denominada halo. O halo possui forma esférica e
contém a maioria das estrelas da galáxia, de maneira que aparenta ser um único
objeto brilhante. É como olhar ao longe para muitas lâmpadas pequenas e
agrupadas. Elas parecerão ser apenas uma lâmpada brilhante.
Alguns exercícios para praticar:
6) Galileu Galilei, depois que viu as crateras e montanhas lunares, as manchas
1) Qual é o nome do astro que Galileu observou pela primeira vez com a luneta dele?
solares, e as fases de Vênus, ficou mais feliz do que você quando ganha medalha na
Orientação: Astro é o nome genérico para Lua, planeta, estrela, etc.
OBA. Em seguida ele apontou a luneta para Júpiter, o maior dos planetas do sistema
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solar. Quantas luas ele viu girando ao redor de Júpiter? Orientação: você tem mais
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dedos numa mão do que o número de luas que ele viu.
2) O que Galileu viu na Lua quando olhou para ela com sua luneta?
7) Galileu estava iniciando uma verdadeira “revolução” na Astronomia, com tantas
( ) Vulcões
descobertas. Galileu apontou a luneta para Saturno e viu, segundo sua própria
( ) Rios
( )
Montanhas
( ) Lunáticos ( )
Crateras
descrição, “orelhas” em Saturno. Sim, a luneta dele era bem fraquinha. Mais adiante
3) Naquele tempo muita gente não acreditava que a Lua tivesse crateras. Achavam
outro astrônomo descobriu que as “orelhas” de Saturno eram, na verdade:
que a luneta do italiano Galileu Galilei estava quebrada! Além disso, ele olhou para o
( ) Luas
Sol e quase ficou cego, claro!
( ) Anéis
( ) Colares
( )
Asteroides
Em que país nasceu, viveu e morreu Galileu
Galilei?_____________________________________________________
8) Quando os astronautas voltaram da Lua eles pousaram em terra ou na água?
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O que viu Galileu quando olhou para o Sol?
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9) Mais ou menos do meio de outubro até o meio de fevereiro, uma boa parte do
4) Quando Galileu viu a beleza da Lua, com suas enormes crateras e montanhas; as
Brasil antecipa uma hora em todos os relógios. Isto é justamente para economizar
manchas no Sol ficaram tão felizes. Em seguida, ele apontou a luneta dele para o
energia. É o chamado “horário de verão”. Em quais estações do ano ocorre o horário
planeta mais brilhante e mais quente do céu. Qual é o nome deste planeta?
de verão?
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( ) Inverno ( )
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5) Quando olhou para Vênus, Galileu descobriu que num certo sentido, Vênus era
parecido com a nossa Lua, pois ele viu que os dois tinham:
( ) Crateras
( )
Mares
( )
Montanhas
Primavera
( ) Verão
( )
Outono
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