Exposição a metais

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Ecotoxicologia
Casos Exemplificativos
Multi-poluentes
em baixa dosagem
S. Geras'kin et al., Radioprotection, Suppl. 1, 40 (2005) S157
Multi-poluentes em baixa dosagem
Contaminantes encontram-se, frequentemente, presentes na
natureza em misturas
Estudos sobre os efeitos combinados na cevada de Primavera,
cebolas e outras plantas de:
radiação γ crónica e aguda
metais pesados
pesticidas
radionuclídeos naturais e artificiais
efeitos sinérgicos e antagónicos registados mais
frequentemente
Multi-poluentes em baixa dosagem
alterações citogenéticas nas células da cevada cultivada em
solo contaminado com 137Cs e Cd
efeito de exposição combinada excede a soma dos efeitos
separados
genotoxicidade de água obtida a partir de reservatórios
naturais perto do epicentro de uma explosão nuclear
exposição combinada a metais e radionuclídeos provoca
importantes efeitos biológicos, mesmo se as
concentrações estiverem abaixo dos limites permitidos
Multi-poluentes em baixa dosagem
irradiação crónica de baixa dosagem
factor ecológico que cria condições prévias para possíveis
alterações na estrutura genética de uma população
dose aguda de raios γ (15 Gy) provoca aumento das
alterações citogenéticas em pinheiros silvestres
nas sementes o aumento foi menor
diferença das populações em termos de radioresistência
está ligada à efectividade dos sistemas de reparação
Exposição a metais
D. Peakall, J. Burger, Ecotoxicol. Environ. Saf., 56 (2003) 110
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Alumínio
em água, especiação e solubilidade
do Al são dependentes do pH
toxicidade para peixes deve-se a
efeitos na regulação osmótica a
nível da superfície das guelras
Al acumula-se na superfície e no
interior das guelras, mas não
no sangue ou orgãos internos
sensibilidade diminui com a idade
existe uma interacção entre a
toxicidade do Al e a de H+
toxicidade de Al na água é reduzida
por Ca e O2 dissolvido
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Arsénico
alguns alimentos provenientes do mar têm elevados teores
de arsénico
arsenato (As5+) é a forma dominante em sedimentos
oxidados e águas oxigenadas
arsenito (As3+) predomina em sedimentos reduzidos
mais tóxico
algas marinhas acumulam As5+, reduzem-no a As3+ e
convertem-no em diversos compostos organometálicos
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
animais marinhos têm pouca capacidade para bioconcentrar
As inorgânico a partir da água do mar, mas podem
bioacumular compostos organometálicos
quase todo o As em tecidos de animais marinhos
encontra-se sob a forma de arsenobetaína
baixa toxicidade para vertebrados
rapidamente excretado
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Cádmio
especiação de Cd na água controlada por:
pH
potencial de oxidação
ligandos
Cd pode formar complexos com ácidos fúlvicos e húmicos
apenas Cd2+ livre pode bioacumular
especiação no solo controlada pelo pH
absorção pelas plantas varia com a espécie
concentração varia nas várias partes da planta
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Cd é teratogénico, carcinogénico e possivelmente
mutagénico
efeitos adversos ocorrem no pescado para concentrações:
> 3 ppb em água doce
> 4.5 ppb em água salgada
> 1000 ppb nos alimentos
> 100 ppb no ar
> 10 ppm no fígado provocam efeitos sub-letais
> 200 ppm no rim pode ser mortal
40 ppm no rim pode ser considerada concentração
patamar
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Chumbo
sofre metilação em sedimentos
conversão de Pb inorgânico em orgânico é difícil e não
ocorre normalmente na natureza
di e tralquilos de Pb são estáveis e causam mortalidade em
aves marinhas
ingestão, por aves, de chumbo proveniente de munições
principais fontes de contaminação ambiental estão a diminuir
munições
combustíveis com chumbo
fundições são uma fonte de contaminação recente
origem de transporte e deposição em zonas distantes
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Pb é uma neurotoxina que provoca alterações no
comportamento de aves, peixe e mamíferos dias depois
da exposição a concentrações sub-letais
efeitos persistem após remoção do contaminante
Pb provoca alterações ou diminuições nas taxas de
sobrevivência, crescimento, desenvolvimento, de
comportamento, de aprendizagem e metabólica, em
peixes
Ca pode reduzir a absorção
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Mercúrio
sofre metilação por microrganismos em sedimentos
toxicidade depende fortemente da especiação
metilmercúrio atravessa a barreira hematoencefálica
Hg inorgânico não atravessa
metilmercúrio é quase totalmente absorvido no intestino
apenas uma pequena parte do Hg inorgânico é absorvida
no intestino
pH importante na absorção de Hg em água doce
concentração em peixes mais elevada em águas mais
ácidas
em certos casos pode constituir um risco para aves que
se alimentam dos peixes contaminados
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Se tem um efeito protector relativamente à toxicidade do Hg
5 possíveis mecanismos:
redistribuição (mais importante)
competição por sítios de ligação entre Hg e Se (mais
importante)
formação de complexo Hg-Se
conversão das formas tóxicas de Hg
prevenção de danos oxidativos
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Hg pode causar efeitos tóxicos em peixes e aves marinhas e
em outros animais que deles se alimentam
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Selénio
baixa biodisponibilidade
fonte mais importante de Se para animais selvagens
presente em rochas sedimentares como xisto e calcário
selenato (Se VI) é a forma inorgânica predominante em solos
alcalinos das regiões semi-áridas
selenito (Se IV) predomina nas regiões húmidas
Se VI mais rapidamente absorvido pelas plantas
principal causa antropogénica de introdução e mobilização
de Se no ambiente são os combustíveis fósseis
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
algumas plantas acumulam Se como análogos da metionina
torna-se biodisponível para os animais que delas se
alimentam
adição de sulfato ao solo diminui absorção pelas plantas
plantas capazes de converter Se inorgânico em orgânico
selenometionina é a principal forma ingerida pelos animais
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Estanho
compostos orgânicos, especialmente TBT provocam
diminuição de populações de bivalves
proveniente de tintas usadas em barcos
TBT é moderadamente lipofílico e pode bioacumular
rapidamente degradado por peixes, aves e mamíferos
efeitos adversos só se verificam em níveis tróficos baixos
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
Zinco
elemento essencial, considerado não tóxico
concentração junto a fundições provoca danos em
invertebrados
minhoca vermelha da Caliórnia (Eisenia foetida)
razão elevada Zn/Cd nos solos
ecotoxicidade de Zn superior à do Cd para:
minhoca da terra (Lumbricus spp.)
minhoca branca (Enchytraeus albidus)
colêmbolos (Folsomia candida)
Exposição a metais
Especiação e Biodisponibilidade de metais
pH afecta a absorção de Zn
absorção de Zn e Cd aumentam com o ph em larvas
Metais essenciais
exemplo do Fe
E. S. Gurzau et al., Ecotoxicol. Environ. Saf., 56 (2003) 190
Exposição a metais
Ferro no ambiente
Maioria dos organismos vivos depende do ferro para sobreviver
oxidação do ferro produz Fe3+ insolúvel e perca de
biodisponibilidade
agentes quelantes do Fe3+ tornam-no acessível
controlo da potencial toxicidade do ferro por armazenamento
numa proteína hidrossolúvel, não tóxica e biodisponível
ferritina
Exposição a metais
Ferro no ambiente
Ar
Fe e seus compostos, presentes na atmosfera, provocam
efeitos prejudiciais no homem, animais e materiais
Fe e óxidos de Fe provocam um asiderose benigna
óxidos de Fe servem de veículo para carcinogénicos e SO2
para os pulmões
indústrias do ferro e do aço principais fontes de emissões
Exposição a metais
Ferro no ambiente
Solo
Fe é um componente natural dos solos
concentração pode ser influenciada por algumas indústrias
Exposição a metais
Ferro no ambiente
Água
extracção de minérios ricos em ferro, silvicultura intensiva,
produção de turfa e escoamento de águas da agricultura
aumentam o teor de Fe nos cursos de água
efeitos do Fe nos animais aquáticos e seus habitats são
essencialmente indirectos
efeitos tóxicos directos do Fe2+ são importantes nos
sistemas de águas correntes
hidróxido férrico e precipitados Fe-humus afectam
indirectamente os organismos de águas correntes por:
alteração do metabolismo e osmorregulação
alteração da estrutura e qualidade dos habitats bentónicos
e recursos alimentares
Exposição a metais
Ferro no ambiente
Água
a combinação dos efeitos directos e indirectos da
contaminação por ferro provoca:
diminuição da diversidade das espécies e abundância de
organismos aquáticos
sorção e co-precipitação de metais por óxidos de Fe
diminuem a biodisponibilidade
Exposição a metais
Ferro no ambiente
Concentração nas plantas
as plantas concentram compostos químicos
dependendo de:
espécie
concentração de composto no solo
Exposição a metais
Toxicocinética do Ferro
hemoglobina
Existem 3 – 5 g de Fe no corpo
2/3 ligado à hemoglobina
10% na mioglobina e enzimas
restante ligado às proteínas de armazenamento
ferritina e hemosiderina
Exposição ao Fe induz síntese de apoferritina, que complexa
Fe2+
Fe2+ sofre oxidação
Fe pode ser lentamente libertado da ferritina por agentes
redutores
Excesso de Fe ingerido é excretado
parte permanece nas células do intestino, na bílis, na urina
menores quantidades no suor, unhas e cabelo
Excreção total ~0.5 mg/dia
Exposição a metais
Toxicocinética do Ferro
Excesso de Fe pode provocar um aumento da síntese de
ferritina no fígado
lisosomas convertem a proteína de ferritina em
hemosiderina, a qual permanece no local
com o aumento da carga de ferro, a concentração da ferritina
atinge um máximo e uma maior proporção de Fe é
encontrado na hemosiderina
ambas as proteínas são locais de armazenagem para
metais intracelulares
mantêm o Fe intracelular em forma complexada,
exercendo um efeito protector
Exposição a metais
Papel do Ferro na Saúde
Excesso de Fe provoca danos nos tecidos, devido à formação
de radicais livres
Doenças provocadas pelo metabolismo do Fe estão entre as
mais comuns no ser humano
anemia
doenças neurodegenerativas
Fe pode provocar danos em tecidos ao catalisar a conversão
de H2O2 em iões radicais livres
atacam membranas celulares, proteínas e ADN
Metabolismos do Fe e do superóxido são interactivos em
pessoas com patologias
cada qual pode agravar a toxicidade do outro
Exposição a metais
Papel do Ferro na Saúde
Deferoxamina é um agente quelante do Fe livre, mesmo no
interior das células
usada a nível clínico para promover a excreção de um
excesso de Fe
Exposição a metais
Toxicidade do Ferro
Teor de Fe no corpo regulado por processos de absorção
regulação não é absoluta
variáveis que influenciam a absorção:
dieta
dosagem de Fe
estilo de vida
Muitas pessoas assintomáticas possuem o gene HFE
potencial para acumular Fe em excesso
pode provocar doenças no fígado, coração e pulmões
pode causar diabetes, anomalias hormonais e disfunções
no sistema imunitário
Exposição a metais
Toxicidade do Ferro
Toxicidade aguda quase sempre causada por ingestão
acidental de medicamentos contendo Fe
Toxicidade crónica pode ter 3 origens:
hemocromatose idiopática
absorção anormal de Fe a partir do tracto gastrointestinal
excesso de Fe na dieta
transfusões sanguíneas
Exposição a metais
Toxicidade do Ferro
Maiores concentrações de Fe:
células parenquimatosas
fígado
pâncreas
coração
orgãos endócrinos
A nível celular ocorre aumento da lipoperoxidação
danos nas membranas das mitocondrias, microssomas e
outros organitos
Exposição a metais
Toxicidade do Ferro
Metalotioneína exerce um efeito protector na toxicidade do Fe,
devido à sua capacidade de coordenar metais
Fe é componente do amianto e de outras fibras minerais e
sintéticas
provoca lipoperoxidação e danos no ADN
Exposição a metais
Toxicidade no cérebro
Frequente detecção de acumulações de Fe no cérebro de
pessoas que sofrem de doenças neurodegenerativas
Exposição a metais
Ferro e aterosclerose
Oxidação mediada pelo Fe parece estar envolvida no processo
de desenvolvimento de aterosclerose e outras doenças
cardiovasculares
resultados laboratoriais indicam que a deposição de Fe tem
um papel importante nas lesões ateroscleróticas
a gravidade da lesão é influenciada pelo excesso ou
deficiência de Fe
Exposição a metais
Ferro e cancro
Radicais livres induzidos pelo Fe provocam quebra das cadeias
duplas de ADN e activação de oncogenes
transferina é um factor de crescimento celular
Exposição a metais
Ferro e cancro
Armazenamento de grandes quantidades de ferro no corpo
provoca o aumento de diversos tipos de cancro, incluindo o
da mama
Grande abundância de Fe em diversos tecidos está associada
a um aumento do risco de neoplasias nesses tecidos
Exposição a metais
Ferro e alimentação
Consumo crónico de 50 – 100 mg/dia de Fe muito
biodisponível, em cerveja caseira africana
cirrose
diabetes
Exposição a metais
Ferro e alimentação
Absorção de Fe aumenta com o aumento da quantidade
ingerida
forma química do Fe influencia a absorção
relações com outros componentes alimentares também
Exposição,
Biodisponibilidade
e Risco dos Metais
D. Caussy et al., Ecotoxicol. Environ. Saf., 56 (2003) 45
Exposição a metais
Relevância dos Metais
Distribuição e destino dos metais no ambiente governados
pelas propriedades do metal e por factores ambientais
Metais ocorrem na natureza essencialmente em forma
inorgânica
iões
Sais
Por vezes ligados a compostos orgânicos
Exposição a metais
Relevância dos Metais
Exposição ambiental dos ecosistemas relacionada com:
libertação de metais por processos naturais:
vulcões
erosão
bioacumulação
processos antropogénicos intencionais:
minagem
siderurgia
actividade industrial
práticas culturais
Processos antropogénicos não intencionais:
incineração
combustíveis fósseis
Exposição a metais
Relevância dos Metais
Utilização intencional de compostos metálicos:
biocidas contendo:
As
Hg
Cu
Sn
Exposição a metais
Relevância dos Metais
Metais podem provocar efeitos biológicos benéficos ou
prejudiciais
metais essenciais para o ser humano:
Fe, Cu, Co, Mn, Zn
deficiência provoca anomalias clínicas
dosagens elevadas provocam efeitos tóxicos
exposição e biodisponibilidade determinam o efeito tóxico
do metal
influenciam a quantidade que entra no corpo e alcança o
orgão alvo
Exposição a metais
Vias de exposição a Metais
Cada metal tem diversas vias de exposição, as quais
dependem de:
contaminação do ar, solo ou água
contaminação da alimentação
população alvo
exs:
As aerotransportado a partir das siderurgias
cereais cultivados em solos contaminados com Cd
proveniente de fertilizantes ou esgotos
peixe de águas contaminadas com Hg
legumes provenientes de zonas contaminadas com Pb
das siderurgias
Exposição a metais
Biodisponibilidade e Toxicidade
Biodisponibilidade externa ou bioacessibilidade
determinada pela capacidade dos metais se solubilizarem e
libertarem do meio (solo, alimento, ...)
Biodisponibilidade interna
determina a capacidade dos metais serem absorvidos e
alcançarem o orgão alvo, onde exercerão o efeito tóxico
principais alvos de toxicidade:
pele (As)
sistema nervoso (Pb, Hg, As)
sangue (Pb, As)
rim (Pb, Hg, Cd)
pulmão (Cd)
cancros (As, Cd, Cr)
Exposição a metais
Biodisponibilidade e Toxicidade
Absorção influenciada por:
presença de outros catiões na dieta
estado nutricional
Valores adequados de Fe, Ca e Zn na alimentação inibem
absorção de Cd
Ca, Zn e outros catiões dos alimentos inibem a absorção de Fe
Por vezes, diversos catiões competem para o mesmo
transportador
Exposição a metais
Biodisponibilidade e Toxicidade
Mobilidade e toxicidade de Cr VI em água e no solo mais
elevadas que as de Cr III
espécies podem interconverter no ambiente
Hg inorgânico pode ser metilado por microrganismos
metilmercúrio mais biodisponível que os precursores
inorgânicos
As existe em diversos estados de oxidação
forma inorgânica pode bioacumular em organismos marinhos
e converter-se em arsenobetaína
forma inorgânica mais tóxica
As V adsorve mais fortemente em superfícies minerais que
As III e é menos móvel e potencialmente menos
biodisponível
Exposição a metais
Biodisponibilidade e Toxicidade
Parâmetros que influenciam disponibilidade ou
biodisponibilidade potencial de metais em águas naturais e
sedimentos:
dureza
pH
temperatura
potencial redox
composição e concentração de outros iões
partículas
teor de compostos orgânicos (ácidos húmicos)
Toxicidade de
Medicamentos
Anti-inflamatórios
M. Cleuvers, Ecotoxicol. Environ. Saf., 59 (2004) 309
Toxicologia de anti-inflamatórios
Anti-inflamatórios no ambiente
Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios podem ser
encontrados em concentrações significativas no ambiente
diclofenac foi identificado como um dos mais importantes
medicamentos activos presentes na água
águas subterrâneas
água potável
ibuprofeno e diclofenac encontrados em:
rios e lagos suíços
Brasil
Grécia
E. U. A.
Toxicologia de anti-inflamatórios
Anti-inflamatórios no ambiente
Resíduos de medicamentos são habitualmente encontrados
nos ambientes aquáticos como misturas
Os ecotoxicologistas usam conceitos farmacológicos para
prever a toxicidade das misturas:
adição de concentrações baseia-se na teoria de que cada
composto terá uma acção semelhante
substâncias individuais terão a mesma interacção
específica com uma molécula alvo do organismo teste
efeito de uma mistura permanece constante quando um
componente é substituído por uma fracção igual de um
outro com concentração igualmente eficaz
substâncias aplicadas em concentrações inferiores à do
efeito não observado (NOE) podem contribuir para o
efeito total da mistura
Toxicologia de anti-inflamatórios
Legislação
Directiva europeia 93/67/EEC (1996) para classificação de
substâncias segundo o valor EC50:
EC50 < 1 mg/L – muito tóxico para organismos aquáticos
EC50 de 1 a 10 mg/L – tóxico para organismos aquáticos
EC50 de 11 a 100 mg/L – prejudicial para organismos
aquáticos
EC50 > 100 mg/L – sem classificação
Toxicologia de anti-inflamatórios
Toxicidade dos Anti-inflamatórios
Diclofenac – EC50 = 68.0 mg/L em Daphnia e 71.9 mg/L em
algas
Ácido acetilsalicílico – EC50 = 88.1 mg/L em Daphnia
Toxicologia de anti-inflamatórios
Toxicidade dos Anti-inflamatórios
Toxicidade da mistura de anti-inflamatórios em algas pode ser
prevista usando o modelo de adição de concentrações
Toxicologia de anti-inflamatórios
Toxicidade dos Anti-inflamatórios
Toxicidade da mistura de anti-inflamatórios em Daphnia não
pode ser prevista usando o modelo de adição de
concentrações
Toxicologia de anti-inflamatórios
Toxicidade dos Anti-inflamatórios
Considerando as baixas concentrações encontradas no
ambiente, efeitos crónicos serão mais prováveis que efeitos
agudos
PCBs e Saúde pública
G. Ross, Ecotoxicol. Environ. Saf., 59 (2004) 275
PCBs
PCBs
209 compostos
propriedades de retardantes de chama e isoladores
algumas moléculas degradam-se lentamente no ambiente e
podem concentrar-se na cadeia alimentar
considerados carcinogénicos para animais, por diversas
agências (EPA, ...)
únicos efeitos sérios em humanos:
irritação na pele e olhos
exposição humana em declínio há mais de 20 anos
concentração em diminuição no meio ambiente, alimentos
e humanos
PCBs
PCBs
Retardantes de Chama
Tensioactivos e
Organoestanho
T. A. Verslycke et al., Environ. Poll., 136 (2005) 19
Scheldt
Disruptores Endócrinos
Compostos que provocam problemas de reprodução e
desenvolvimento em diversas espécies
não existe consenso sobre quais os compostos
antropogénicos com potencial efeito de disruptor
endócrino
Retardantes de chama são muito usados como aditivos ou
reagentes em tintas, plásticos, texteis e material electrónico
para inibir ou impedir o processo de combustão
são persistentes no ambiente
concentração no ambiente e no ser humano tem aumentado
Tensioactivos não iónicos podem ser biodegradados no
ambiente
formam congéneres do etoxilato, os quais podem sofrer
oxidação, formando compostos alquilfenólicos
mais tóxicos que os compostos originais e capazes de
mimetizar a acção de estrogénios
Scheldt
Organismos experimentais
Neomysis integer é um crustáceo usado em testes de
toxicidade
sensível a diversos agentes tóxicos, em concentrações
habituais no ambiente
Scheldt
Contaminação por TBT
Classificação de sedimentos contaminados:
< 3 ng/g – não contaminado
3 – 20 ng/g – ligeiramente contaminado
20 – 100 ng/g – moderadamente contaminado
100 – 500 ng/g – fortemente contaminado
> 500 ng/g – elevada contaminação
sedimentos superficiais do Scheldt estão moderada a
fortemente contaminados
Scheldt
Contaminação por TBT
Apesar de a legislação banir a utilização de compostos
organoestanosos em navios, estes compostos persistem nos
sedimentos
concentração em N. integer suficientemente alta para
provocar efeitos nos crustáceos
suficientemente elevada para afectar outros crustáceos
marinhos
verificadas alterações na energia e metabolismo de
esteróides em N. integer
Scheldt
Contaminação por Retardantes de Chama
BDE-209 é o congénere dos difeniléteres polibromados
(PBDEs) com mais elevadas concentrações nos sedimentos
do Scheldt
BDE-209 é a formulação mais produzida (~75% dos PBDEs)
bioacumula pouco em N. integer, ao contrário de BDE-47,
BDE-99 e BDE-100
compostos com maior índice de bromação (≥ 7)
bioacumulam pouco em ambiente aquático
podem sofrer desbromação fotoquímica ou biológica
BDEs menos bromados bioacumulam mais em ambiente
aquático
Scheldt
Contaminação por Retardantes de Chama
PBDEs são muito lipofílicos
têm elevada afinidade para se ligarem a partículas e
tendência para acumular em sedimentos
distribuição em estuários influenciada por:
hidrodinâmica de marés
transporte de sedimentos em suspensão
sorção hidrofóbica
resulta em elevada acumulação de PBDEs na zona de
elevada turbidez na cabeça da zona de intrusão da
água salgada
Scheldt
Contaminação por Tensioactivos
Nonilfenol etoxilatos (NPEs) encontrados em todos os
crustáceos
sobretudo NPEs de cadeia longa
sofrem pouca degradação, quando entram nos sedimentos
tempos de meia-vida de mais de 60 anos
Scheldt
Contaminação por Tensioactivos
Biodegradação aeróbica de alquilfenol etoxilatos (APEs)
passo rápido de iniciação (ω-carboxilação)
EO carboxilados de cadeias longas
biodegradação prossegue até formação de EO carboxilados
de cadeias curtas
espécie mais abundante e persistente é NPE-2C
Scheldt
Estrogenicidade e Androgenicidade
Encontrados compostos com capacidade estrogénica na água
e sedimentos
presença de estrogénios naturais ou sintéticos, não dos
compostos em estudo
Não foi detectada presença de actividade androgénica em água
nem sedimentos
Mais dados: http://www.vliz.be/projects/endis
Projecto ENDIS-RISKS
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