A transbordar de esperança Fé e resposta na era do HIV e da SIDA 800 West Chestnut Avenue Monrovia, CA 91016-3198 U.S.A. 6 Chemin de la Tourelle 1209 Geneva, Switzerland 51810_0306 www.wvi.org 51810 Hope Cover 05_POR.indd 1-2 Um Manual para o Pessoal da World Vision Um recurso fornecido pela Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA 3/13/06 10:57:51 AM World Vision Copyright © 2006. Todos os direitos reservados. Confirmamos a utilização de material proveniente das seguintes organizações e origens: UNAIDS, WHO, CDC, aids.org, e avert.org. A World Vision planeia organizar uma Red Ribbon Caravan [Caravana Fitas Vermelhas] em Bucareste, na Roménia, que incluirá representações teatrais, testes ao HIV em regime de voluntariado e aconselhamento. 51810 Hope Cover 05_POR.indd 3-4 Quando Orlando tinha apenas 18 meses de idade, foi abandonado pela mãe depois de ter sido diagnosticado seropositivo. Abandonado pelos trabalhadores do hospital, que não o consideravam digno de ser tratado, Orlando foi salvo pelo pessoal de um hospício particular. Foi adoptado e, actualmente, toma medicamentos antiretrovirais para continuar a manter a sua saúde. 3/13/06 10:58:07 AM World Vision Copyright © 2006. Todos os direitos reservados. Confirmamos a utilização de material proveniente das seguintes organizações e origens: UNAIDS, WHO, CDC, aids.org, e avert.org. A World Vision planeia organizar uma Red Ribbon Caravan [Caravana Fitas Vermelhas] em Bucareste, na Roménia, que incluirá representações teatrais, testes ao HIV em regime de voluntariado e aconselhamento. 51810 Hope Cover 05_POR.indd 3-4 Quando Orlando tinha apenas 18 meses de idade, foi abandonado pela mãe depois de ter sido diagnosticado seropositivo. Abandonado pelos trabalhadores do hospital, que não o consideravam digno de ser tratado, Orlando foi salvo pelo pessoal de um hospício particular. Foi adoptado e, actualmente, toma medicamentos antiretrovirais para continuar a manter a sua saúde. 3/13/06 10:58:07 AM A transbordar de esperança Fé e resposta na era do HIV e da SIDA Um Manual para o Pessoal da World Vision Um recurso fornecido pela Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA 800 West Chestnut Avenue Monrovia, CA 91016-3198 U.S.A. 6 Chemin de la Tourelle 1209 Geneva, Switzerland www.wvi.org Apenas para circulação entre o pessoal da World Vision Índice 1.6 Existe algum tratamento para o HIV/SIDA? .........................................15 1.7 O que deve uma pessoa fazer ao descobrir que é seropositiva? ....15 Prefácio de Dean Hirsch .............................................................................................vii 2. Prevenção contra o HIV/SIDA ..................................................... 17 Introdução: para uma perspectiva bíblica sobre o HIV/SIDA...........................ix 2.1 Introdução ......................................................................................................18 2.2 Actividade sexual ..........................................................................................19 1. O que é o HIV/SIDA? ....................................................................... 3 Abstinência ...........................................................................................................................19 1.1 Introdução e descrição médica ...................................................................5 Casamento e fidelidade ...............................................................................................19 HIV ............................................................................................................................................... 5 Sexo seguro .........................................................................................................................19 SIDA ............................................................................................................................................ 5 Conhecimento do estado em relação ao HIV.................................19 1.2 Como é transmitido o vírus?................................................................................6 Número limitado de parceiros ...................................................................20 Fluidos corporais ................................................................................................................. 6 Preservativos ..........................................................................................................20 Actividade sexual................................................................................................................ 6 Tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (IST) ...21 Transfusões de sangue .................................................................................................... 8 Outras precauções para praticar o sexo seguro........................... 22 Partilhar agulhas ou seringas com alguém que tenha HIV/SIDA ........ 8 2.3 Transfusões de sangue ............................................................................... 22 Transmissão mãe-filho (MTCT)................................................................................ 8 2.4 Agulhas, seringas e outros instrumentos médicos............................. 22 1.3 Noções erradas comuns sobre a transmissão do HIV ........................8 2.5 Transmissão mãe-filho (MTCT) .............................................................. 23 1.4 Fases da infecção pelo HIV e progressão para SIDA......................... 10 Gravidez e parto ............................................................................................................. 23 Infecção pelo HIV .............................................................................................................10 Amamentação ................................................................................................................... 23 Fases iniciais da SIDA .....................................................................................................10 2.6 Precauções de segurança na prestação de primeiros socorros ..... 24 Fases terminais da SIDA .............................................................................................. 11 2.7 Prevenção após a exposição a fluidos corporais ................................ 24 1.5 Como é que uma pessoa sabe que é seropositiva? ............................11 2.8 Outras precauções de segurança preventivas ..................................... 25 Teste e aconselhamento voluntário e confidencial .................................... 11 2.9 Responsabilidades de prevenção da pessoa seropositiva ................. 25 Porquê e quando deve uma pessoa ser testada para detectar o HIV? ............................................................................................................13 Quanto tempo após a possível exposição deve uma pessoa esperar para ser testada?......................................................................14 Quanto tempo é necessário para se saber se um bebé que nasceu de uma mãe seropositiva está infectado? ..................................14 Se uma pessoa é seronegativa pode assumir que o(a) seu/sua parceiro(a) sexual também é seronegativo(a)?.......................................14 [ ii ] 3. Abordar o estigma e a descriminação ......................................... 27 3.1 Introdução...................................................................................................... 28 3.2 Como estigmatizamos? .............................................................................. 28 3.3 O impacto do estigma e da descriminação .......................................... 29 3.4 Como podemos vencer o estigma e a descriminação .......................31 [ iii ] 4. Coabitar ou cuidar de uma pessoa que viva com o HIV/SIDA 33 4.1 Introdução...................................................................................................... 34 4.2 Viver uma vida saudável com o HIV/SIDA ........................................... 34 4.3 Terapia antiretroviral .................................................................................. 36 4.4 Cuidar de um indivíduo com HIV/SIDA ................................................ 38 Precauções preventivas para quem presta cuidados ............................... 38 Conselhos práticos para qualquer pessoa poder cuidar de doentes com HIV/SIDA ..................................................................................39 5. Proporcionar cuidados através de relações compassivas ......... 41 5.1 Introdução...................................................................................................... 42 5.2 Objectivos do aconselhamento no contexto do HIV/SIDA............ 44 5.3 Mágoa e dor da perda ................................................................................ 44 5.4 Sugestões para as relações compassivas ............................................... 46 Preparação para o relacionamento ..................................................................... 46 Manter o sigilo e estabelecer a confiança com o doente..................... 46 Escutar bem e prestar atenção ao que disse o doente ..........................47 Escutar pode ser um acto ao mesmo tempo activo e passivo ..........47 Fazer perguntas que possibilitem respostas mais informativas ......... 48 Dizer a verdade ................................................................................................................ 48 Ajudar a reconciliação das relações com outras pessoas ..................... 48 Discutir o futuro ...............................................................................................................49 Aplicar a Escritura Sagrada à situação ................................................................49 Rezar e oferecer esperança.......................................................................................49 Notas ..................................................................................................... 52 [ iv ] “Sou um lutador. Se não fosse um lutador, já não estaria aqui. Também tenho esperança. Um homem sem esperança é um homem morto”, afirmou “Stelian”, que é seropositivo. Este jovem romeno de 14 anos é um porta-voz entusiasta nos fóruns da World Vision sobre HIV/SIDA e membro da Associação “Voice of the Heart” (“Voz do Coração”), fundada pelos pais de crianças seropositivas, para promover os direitos das pessoas que vivem com HIV/AIDS. Prefácio Os nossos agradecimentos a todos os dedicados indivíduos que contribuíram para a publicação deste livro. Pouco depois da World Vision ter lançado a Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA há cerca de cinco anos, fui convidado para falar perante uma congregação na capela de um dos nossos escritórios em África. As instalações eram espaçosas. Talvez estivessem presentes 150 membros do nosso pessoal, que enchiam completamente a sala e estavam sentados em cadeiras de costas direitas. Muitos deles tinham Bíblias no colo. Eu estava ali para falar sobre a SIDA, para promover uma acção conjunta de parceria global, destinada a aperfeiçoar e a expandir os nossos programas dedicados a esta terrível pandemia mundial. A Iniciativa Esperança visa a prevenção da infecção pelo HIV através de acções educativas, dos cuidados prestados às pessoas afectadas pela SIDA, especialmente as crianças, e da defesa de políticas efectivas que ajudem a evitar que a doença se espalhe, prestando simultaneamente assistência às pessoas infectadas. Fiz uma pergunta simples aos membros do nosso pessoal reunidos na sala, naquela manhã quente de primavera: “Aqueles que tiveram um familiar ou um amigo chegado que morreu de SIDA, podem levantar a mão, por favor? ” Todos levantaram a mão. O director nacional disse-me, mais tarde, que o seu departamento tinha perdido mais de duas dezenas de trabalhadores vítimas da SIDA. Contabilistas, directores de projectos, secretárias, pessoal de ambos os sexos, com as mais variadas ocupações e capacidades, todos eles mortos em consequência da SIDA. Todos eles cristãos, bons trabalhadores, ceifados na primavera da vida. Este manual, publicado em memória desses trabalhadores e de muitos outros que nos deixaram vitimados por esta doença fatal, destina-se a todos vós. Por favor, leiam-no com atenção. E sigam àquilo que ele ensina. Todos vós, que constituem o pessoal da World Vision, sois o nosso recurso mais valioso. Sois as mãos e os pés de Jesus, a frente do nosso trabalho de evangelização junto aos pobres. Reconhecemos que temos que cuidar dos nossos em primeiro lugar. Este manual irá assegurar que vós, o nosso valioso pessoal, obtenhais os conhecimentos e as aptidões necessárias para lidar com esta crise. Este manual, destina-se também a ajudá-los a prestar assistência aos doentes com HIV/SIDA, quer amigos, familiares, colegas ou aqueles a quem ajudamos dentro da comunidade. Concluindo, este manual destina-se a ajudá-los a seguir a Jesus, que ao curar os leprosos, os paralíticos e os cegos, demonstrou a compaixão de Deus para com todos aqueles que padecem de doenças e de sofrimento. Dean Hirsch Presidente, World Vision International Junho de 2005 [ vi ] [ vii ] Introdução: para uma perspectiva bíblica sobre o HIV/SIDA Raramente, no decurso da história humana, temos sido confrontados com um fenómeno com consequências tão profundas e devastadoras. Mais de 60 milhões de pessoas têm sido infectadas pelo HIV desde o início desta pandemia. Até Dezembro de 2004, já tinham morrido mais de 20 milhões de pessoas e 40 milhões de pessoas viviam com HIV/SIDA, incluindo quase 18 milhões de mulheres e 2,2 milhões de crianças. Mais de 15 milhões de crianças já perderam um ou ambos os pais devido à SIDA. Tragicamente, todos estes números têm continuado a aumentar. Nenhum canto do mundo tem sido poupado ao HIV/SIDA. Os países africanos têm sido afectados com a maior severidade, com as taxas de prevalência mais elevadas e as maiores populações de órfãos do mundo. O impacto do HIV/SIDA nos países da região Ásia-Pacífico está a aumentar e é cada vez mais grave. Na verdade, a Índia já possui o número mais elevado de pessoas que vivem com HIV/SIDA, e a China está a enfrentar o rápido aumento dos índices de infecção pelo HIV. Os países das Caraíbas possuem as taxas de prevalência mais elevadas de HIV/SIDA e o maior número de órfãos fora do continente africano e os países da região do Médio Oriente e da Europa do Leste possuem as mais elevadas taxas de aumento de novas infecções pelo HIV a nível mundial. O impacto sobre as crianças, as famílias, as comunidades e as sociedades tem sido devastador. Muitos de vós têm sentido pessoalmente a dor causada pelo HIV/SIDA nas vossas próprias famílias ou entre os vossos amigos. Onde está Deus no meio desta enorme tragédia? Como podemos compreender melhor a realidade urgente de um fenómeno como a pandemia do HIV/SIDA à luz da Escritura Sagrada, e o papel de Deus e do mundo que Ele criou? Esta introdução servirá de ponto de partida para responder a estas e a outras perguntas relacionadas com o HIV/SIDA. As irmãs gémeas “Siyanda” e “Safiya” de nove anos de idade, perderam o pai e a mãe, ambos vítimas de doenças geralmente relacionadas com a SIDA. Tiveram a sorte de poder passar a viver com a sua avó, Matilda. [ ix ] Considerar o HIV/SIDA sob a perspectiva de Deus de procurarem glorificar a Deus em todas as coisas, os seres humanos procuraram glorificar-se a si próprios e a desobedecer ou a ignorar o Deus que A finalidade deste manual da World Vision sobre o HIV/SIDA é prepará- os criou. Nenhum de nós escapou a esta tentação e, como nos diz a Bíblia, lo a si que faz parte do pessoal da World Vision com os conhecimentos todos nós temos “pecado e nunca chegamos a alcançar a glória de Deus”. necessários para enfrentar o HIV/SIDA na sua vida. Destina-se a informálo(a) sobre a prevenção e os cuidados a prestar à sua família e comunidade. As consequências das nossas desobediências e pecados colectivos são a Destaca métodos utilizados para se proteger a si e aos seus entes queridos existência de um mundo diferente do mundo ideal de Deus. O pecado contra a infecção pelo HIV, como viver com o vírus de uma forma posi- desvirtuou quer a nossa relação espiritual com Deus quer o nosso próprio tiva e como cuidar daqueles que são afectados pelo HIV/SIDA. Por isso, bem-estar físico. Um olhar de relance à nossa volta revela um mundo em é importante que lancemos as bases para uma perspectiva bíblica sobre o que a doença e a morte abundam e em que metade da população vive na pobreza, em que a ganância, a corrupção, a doença, a fome, o abuso e a dor HIV/SIDA. são os nossos companheiros constantes. Antes de explorar as respostas a algumas das perguntas mais difíceis e complexas relacionadas com o HIV/SIDA, gostaria de sugerir que analisem O desejo de Deus de renovar e redimir a pandemia do HIV/SIDA através de três pontos de vista: 1) O mundo ideal Porém, a Bíblia também é clara quando diz que desde este primeiro de Deus, 2) O mundo real em que vivemos, e 3) O desejo de Deus de momento de desobediência, Deus concebeu um plano para renovar e renovar e redimir. redimir a Sua Criação. Um elemento central do Seu plano, foi enviar Jesus para que Ele suportasse o preço do pecado e da desobediência, de maneira O mundo ideal de Deus A Bíblia é clara quando diz que Deus criou o mundo e todos os seus habitantes para Seu próprio deleite e glória. Todos os homens e todas as mulheres foram criados à imagem de Deus e, como tal, possuem um valor e uma dignidade infinitos. O plano ideal de Deus era comungar em harmonia perfeita com toda a Criação. que todos aqueles que confiam Nele pudessem restabelecer a sua relação desejada com Deus. Foi-nos dito que, como crentes em Cristo, somos redimidos, transformados pela renovação do nosso espírito. Somos novas criaturas e foi-nos dada uma certeza confiante de que desfrutaremos duma eternidade em que tenha sido restabelecida a nossa verdadeira relação com o Criador. Podemos viver com esperança e alegria, embora continuemos a Num tal mundo não existiriam dor nem sofrimento. A doença, a morte, a angústia e o medo estariam ausentes desse mundo. Em vez disso, todos nós ficaríamos sob o contínuo acolhimento e a infinita bondade de Deus e todos nós encontraríamos uma alegria constante Nele. viver num mundo que sofre as consequências do pecado e da desobediência. No mundo ideal de Deus, o HIV/SIDA não existiria, nem existiriam o homicídio, a mentira, a doença ou a ira. O HIV/SIDA precisa de ser visto como uma consequência, entre muitas outras, dum mundo que se afastou de Deus. O mundo real em que vivemos A Bíblia diz-nos que Deus deu ao Homem a prerrogativa de optar por amar a Deus ou não. Os nossos primeiros antepassados, Adão e Eva, quando foram tentados a desobedecer a Deus, decidiram seguir a sua própria vontade em vez da vontade de Deus. Responder a perguntas difíceis Estes diferentes pontos de vista proporcionam-nos uma estrutura dentro da qual podemos começar a responder às perguntas difíceis que decorrem da realidade do HIV/SIDA: Assim começou o mundo real em que estamos a viver hoje. A desobediência levou ao nosso afastamento de Deus e à proliferação do pecado. Em vez [x] Porque é que Deus permite tanta dor e sofrimento? [ xi ] Deus ama a pessoa que é seropositiva? O HIV/SIDA é o castigo de Deus por um comportamento pecaminoso? O uso dos preservativos enquadra-se no que é permitido por uma perspectiva Bíblica? í íblica? O que é a “esperança Cristã” no contexto do HIV/SIDA? O que espera Deus que façamos como seguidores de Jesus no meio desta tragédia? A lista poderia continuar. As perguntas são difíceis, mas, através da Palavra de Deus e da Sua perspectiva podemos começar a explorar as respostas. Porque é que Deus permite tanta dor e sofrimento? A dor e o sofrimento não fazem parte do mundo ideal de Deus. Isaías diznos que na nova Terra, “…nunca mais se ouvirá nela voz do choro nem voz de clamor” (Isaías 65:19). O capítulo do Apocalipse promete que “E Deus limpará dos seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (21:4). Mas, no mundo actual, Deus permitiu que a dor e o sofrimento existissem, não porque Ele o tenha escolhido, mas porque nós, a Sua Criação, escolhemos isso pela nossa desobediência colectiva. Deus ama a pessoa que é seropositiva? A Palavra de Deus ensina que o Seu amor por cada um dos seres humanos é incomensurável. Foi o Seu amor por cada indivíduo que O levou a sacrificar o Seu próprio Filho para a nossa redenção. A Escritura Sagrada é clara — Deus tem um amor infinito por cada um de nós, tanto aqueles que são seropositivos como os que não o são. O HIV/SIDA é o castigo de Deus por um comportamento pecaminoso? Não existe uma resposta simples para esta pergunta. É óbvio que o HIV se espalhou, em grande parte, devido a comportamentos que são contrários à Palavra de Deus. Contudo, também é óbvio que muitas pessoas são afectadas ou estão infectadas pelo HIV/SIDA sem disso terem culpa nenhuma. Milhões de cônjuges fiéis têm sido infectados por cônjuges infiéis. Milhões de crianças têm sofrido a dor e o medo de perderem os pais. Uma infinidade de muitos outros tem sido infectada por sangue para transfusões que está infectado, equipamento médico não esterilizado e práticas culturais insalubres. [ xii ] Desde que descobriu que era seropositiva, Ana Yolanda triunfou contra adversidades que incluíram a condenação e a rejeição pela sua própria igreja. Actualmente, fala sobre a sua própria experiência aos meios de comunicação e em eventos, instituições educativas, e igrejas, servindo-se do seu testemunho para ensinar os jovens e as mulheres das Honduras sobre a prevenção contra HIV/SIDA. É impossível fazer afirmações demasiado generalizadas sobre as razões Como pessoal da World Vision, temos que fazer tudo o que pudermos devido às quais as pessoas têm sido infectadas ou afectadas. Também é para honrar a santidade do casamento e a santidade da vida. Promover o impossível atribuir motivações a Deus sobre as razões pelas quais Ele per- uso de preservativos poderá criar um certo conflito entre esses dois ideais. mite que a pandemia continue a propagar-se. Os preservativos podem proteger vidas ao evitar a disseminação do HIV. Contudo, também é certo que algumas pessoas poderão aproveitar-se da Aquilo que sabemos é que Deus nos deu normas de comportamento disponibilidade dos preservativos para praticar comportamentos sexuais pessoal que nos protegem contra prejudicarmo-nos a nós próprios e aos que violam o desejo de Deus pela pureza sexual e pela santidade do casa- outros. Sabemos que devemos seguir estas normas e encorajar os outros mento. a segui-las, a fim de motivar a plenitude da vida. Também sabemos que não temos alcançado estas normas, que somos recebedores da graça amantís- O que devemos escolher? Após uma reflexão cuidadosa sobre esta questão sima de Deus e que devemos reflectir esta graça nas nossas relações com difícil, a World Vision assumiu a posição de que precisamos de fazer tudo o os outros. Na verdade, Deus chama-nos para ajudarmos aqueles que neces- que pudermos para honrar a santidade do casamento e a santidade da vida. sitam dessa ajuda sem tentarmos julgá-los sobre o que os poderá ter levado Assim, promoveremos claramente a fidelidade dentro do casamento e a a essa situação de necessidade (S. João 9:3-4). Não nos compete a nós abstinência fora do casamento, conforme o desejo de Deus em relação ao julgar (S. Tiago 4:12). Compete-nos amarmo-nos uns aos outros (S. Mateus comportamento sexual. Ao mesmo tempo, promoveremos o uso 22:39) e demonstrarmos esse amor através de acções que ajudem aqueles responsável e apropriado dos preservativos em situações em que a que necessitam de ajuda. abstinência não é escolhida e a vida humana tem que ser protegida, porque os preservativos têm demonstrado ser um meio preventivo seguro contra Muitas pessoas estão a promover o uso dos preservativos como um a transmissão do vírus mortal que causa a SIDA. meio de reduzir a transmissão do HIV. Isso não poderá também proO que é a “esperança Cristã” no contexto do HIV/SIDA? mover a promiscuidade sexual? Tem sido comprovado que, quando usados duma maneira consistente e A esperança não é algo fácil de definir. Como se pode oferecer esperança correcta, os preservativos podem reduzir significativamente a transmissão a uma mãe jovem que já perdeu o marido devido à SIDA, e ela própria irá do HIV. Como é óbvio, a Bíblia não contém nenhum capítulo sobre o uso de morrer sabendo que os seus filhos pequenos não terão ninguém para cuidar preservativos. No entanto, podemos inferir algumas noções a esse respeito deles? O que significa a esperança para uma criança de 12 anos que vive ao analisar alguns dos princípios bíblicos. sozinha com os irmãos mais novos numa casa pobre, ao lado de duas pilhas de pedras que cobrem as sepulturas da mãe e do pai? Como se descreveria A Bíblia ensina-nos com toda a clareza sobre a santidade do casamento. a esperança a um jovem, que acaba de aperceber-se de que viverá com o O casamento é uma relação concebida por Deus. Deus dá-nos instruções HIV para o resto da sua vida? claras para sermos fiéis dentro do casamento e abstermo-nos fora do casamento. A relação matrimonial é um tópico central dos ensinamentos de A esperança é um dos pilares da nossa fé - “Agora, pois, permanecem a fé, Deus. Devemos fazer tudo para encorajar os outros a escolher modos de a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade” (1 aos vida que correspondam ao ideal de Deus. Coríntios 13:13). Que Deus, o que vos deu esperança, vos mantenha felizes e cheios da paz que nasce pela fé, através do poder do Espírito Santo nas A palavra de Deus também nos dá instruções claras sobre a santidade da vossas vidas (Romanos 15:13). E Deus fica deleitado quando pomos a nossa vida. A vida é algo de sagrado para Deus e por isso não devemos eliminá-la. esperança no Seu infalível amor (Salmo 147:11). Devemos fazer tudo o que podemos para proteger e preservar a vida. [ xiv ] [ xv ] Como trazer a esperança às pessoas afectadas pelo HIV/SIDA? A Bíblia é clara quando diz que a esperança e a paz maravilhosas estão disponíveis com base numa relação renovada com Deus através da nossa fé em Jesus Cristo. Esta esperança é tanto para o futuro como para o presente: o futuro, porque sabemos que Deus nos aceitou, que Ele nos ama incondicionalmente e que partilharemos a eternidade com Deus; o presente, porque a nossa vida terá um novo significado e fortaleza, à medida que passamos a fazer parte do plano de Deus para o seu reino. Como Paulo orou pelos crentes em Roma, “Que o Deus de esperança, vos encha de todo o gozo e paz, em crença, para que abundeis em esperança, pela virtude do Espírito Santo” (Romanos 15:13). A bênção de uma nova vida em Cristo também nos ajuda a pôr o mundo real em perspectiva. São Paulo escreveu: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós, um peso eterno de glória mui excelente” (II aos Coríntios 4:17). Assim, a resposta definitiva à pergunta sobre se existe esperança para as pessoas afectadas pelo HIV/SIDA é a renovação das suas relações com Deus através de uma resposta pela sua fé em Jesus Cristo. Esta é a mensagem principal da Bíblia que nós temos o privilégio de transmitir a todos aqueles com quem trabalhamos. Ao mesmo tempo, nem todos optarão por aceitar o convite de Jesus para “ir até Ele”. Contudo, continuam a precisar de esperança nas suas vidas. Como podemos responder? A nossa experiência tem demonstrado que a esperança e o encorajamento podem ser dados de várias maneiras. Simplesmente através da nossa presença, quando alguém atravessa tempos difíceis, oferecendo solicitude e compaixão, é uma forma de lhe levar a esperança. Atender às necessidades dos outros quando eles são incapazes de o fazer, falar contra a discriminação e pedir aos outros que destruam os estigmas são meios de oferecer uma sensação de esperança. Estas acções satisfazem a nossa chamada bíblica para comunicar o amor e a graça de Deus através das nossas acções (I S. João 3:18; S. Tiago 2:14-16). [ xvii ] Muitas das pessoas que estão a morrer de SIDA preocupam-se fundamen- A nossa atitude em relação às pessoas afectadas pelo HIV/SIDA deve ser talmente com o que acontecerá aos seus filhos. A possibilidade de poderem compassiva, carinhosa e cheia do amor de Deus. confiar que alguém irá cuidar dos seus filhos pode fortalecer imensamente a sua esperança. Além disso, pôr as pessoas que vivem com SIDA em Deus chamou-nos para sermos o sal e a luz. O sal conserva. A luz ilumina. contacto com programas que fornecem medicamentos antiretrovirais pode Foi-nos oferecida uma oportunidade excepcional para fazermos tudo o prolongar e melhorar as suas vidas, permitindo-lhes cuidar dos seus filhos que pudermos para conservarmos e enriquecermos as vidas das pessoas mais eficientemente e durante um período de tempo mais longo. afectadas pelo HIV/SIDA. Também nos é proporcionada uma extraordinária oportunidade de sermos a luz de Deus num mundo mergulhado em trevas, Muitas vezes, ajudar as pessoas a concentrarem-se nas oportunidades que para que através da nossa bondade as pessoas possam encontrar esperança têm em vez de naquilo que não têm pode dar-lhes esperança. Uma jovem e os seus olhos se abram para a terna beleza do Deus que servimos. mãe que é seropositiva e tem dois filhos jovens, afirmou recentemente que “não é quanto tempo se tem para viver que é importante, mas como se usa Que Deus nos conceda a graça para levarmos fielmente ao bom caminho o tempo que se tem”. esta oportunidade sagrada. Deus chamou-nos para sermos instrumentos da esperança. Podemos fazer Ken Casey isso ajudando as pessoas a compreender e a abraçar as boas novas do evan- Representante Especial do Presidente da WVI gelho. Também podemos fazer isso ao disponibilizarmo-nos duma maneira para a Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA prática para ajudar os outros na sua luta contra as dificuldades das suas vidas. O que espera Deus que façamos, como seguidores de Jesus, face a esta tragédia? As instruções de Deus para os Seus filhos são claras. Ele quer que amemos o próximo como nos amamos a nós mesmos. Ele preocupa-se especialmente em que prestemos especial atenção aos pobres, órfãos, viúvas e aos mais desfavorecidos. Jesus deu-nos este amor e compaixão como modelo para comunicar com os outros na vida diária. Foi-nos dito que deveríamos mostrar o mesmo amor e compaixão porque: Quando fizeram isso a um destes meus mais insignificantes irmãos, a mim o fizeram! (S. Mateus 25:40). Como seres humanos a nossa reacção natural ao sermos confrontados com a realidade do HIV/SIDA, é a tendência para julgar e condenar precipitadamente. Mas Deus chamou-nos para sermos instrumentos do seu amor, carregarmos os fardos e servirmos os necessitados. O papel de julgar pertence a Deus e não a nós. A nossa tarefa é dizer a verdade de uma forma carinhosa, com uma linguagem cheia da graça de que cada um de nós precisa diariamente nas nossas próprias vidas. [ xviii ] [ xix ] Capítulo 1 O que é o HIV/SIDA? 1.1 Introdução e descrição médica 1.2 Como é transmitido o vírus 1.3 Noções erradas comuns sobre a transmissão do HIV 1.4 Fases da infecção por HIV e a progressão para a SIDA 1.5 Como é que uma pessoa pode saber se é seropositiva? 1.6 Existe tratamento para o HIV/SIDA? “Mihaeda” recebe assistência da World Vision para cultivar os seus 2 hectares de terreno arável. Isto ajuda-a a sustentar melhor as suas 2 filhas, “Nicoleta”, de 2 anos de idade, e “Bogaama”, de 9 anos, que é seropositiva. 1.7 O que é que uma pessoa deve fazer quando descobre que é seropositiva? I. O que é o HIV/SIDA? 1.1 Introdução e descrição médica O HIV (VIH) (sigla inglesa de Human Immunodeficiency Virus; em português, VIH, Vírus da Imunodeficiência Humana) Vírus—Pequeno organismo infeccioso que se reproduz dentro duma pessoa. Imunodeficiência—Destrói a capacidade natural do organismo humano para lutar contra as infecções. Humana—Infecta homens, mulheres e crianças independentemente da sua raça ou idade. O HIV é um vírus que destrói gradualmente o sistema imunitário do organismo e eventualmente causa a SIDA. O organismo humano possui células CD4, também chamadas células T auxiliares, que o defendem contra os vírus e as bactérias. O HIV danifica o sistema imunitário atacando e penetrando nessas células. Uma vez dentro das células, os vírus reproduzem-se e depois saem para atacar outras células auxiliares T, e repetem o processo. À medida que mais células T são dominadas, o organismo fica cada vez menos capaz de lutar contra as doenças. Uma pessoa pode ter o vírus durante três a cinco anos e, por vezes, até 10 anos sem o saber ou sem sentir-se doente. No entanto, apesar da sua aparência de boa saúde, a pessoa é capaz de disseminar o vírus e, sem tratamento, em última análise, contrair a SIDA. SIDA Síndroma—Um grupo de sinais e de sintomas que ocorrem conjuntamente e caracterizam uma determinada doença. Imuno-Deficiência—Doença caracterizada por um sistema imunitário que não consegue lutar contra as infecções. Adquirida—Que não é de nascença. Diz-se que uma pessoa tem SIDA quando o seu sistema imunitário está tão Depois de se ter submetido a um tratamento antiretroviral que restabeleceu a sua saúde, Odir, de 38 anos, foi o líder de uma campanha, coroada de êxito, para que os medicamentos antiretrovirais passassem a estar à disposição de todas as pessoas que vivem com HIV/AIDS em El Salvador. Actualmente, a campanha chegou ao conhecimento da Comissão Inter-Americana para os Direitos Humanos e ao Tribunal Supremo de El Salvador. danificado que contrai infecções oportunistas (infecções que se aproveitam [5] do sistema imunitário enfraquecido). Dado que o organismo não consegue duas vezes mais vulneráveis do que os homens para contraírem o HIV combater essas doenças, a pessoa acaba por morrer. através da actividade sexual. A sua vulnerabilidade aumenta substancialmente em casos de actos sexuais coercivos e/ou violentos. As infecções oportunistas mais comuns são a tuberculose, a pneumonia, o cancro da pele, a meningite, as aftas, a herpes, as infecções bacterianas que Infecções Sexualmente Transmissíveis í íveis causam febre, dificuldades digestivas e perda de peso. O risco de transmissão é aumentado se qualquer um dos parceiros tem A SIDA manifesta-se de maneira diferente em cada indivíduo. Algumas pessoas morrem pouco tempo depois de terem sido infectadas, enquanto que outras podem viver durante dez anos ou mais sem tratamento. uma infecção sexualmente transmissível (IST). Uma IST é qualquer doença que é passada de uma pessoa para outra através do contacto sexual, tal como clamídia, herpes genital, verrugas genitais, gonorreia e sífilis, cancro e tricomoníase. O HIV/SIDA também é uma infecção sexualmente transmissível (IST). 1.2 Como é transmitido o vírus? Fluidos corporais O HIV é transmitido quando uma pessoa tem contacto com certos fluidos corporais duma outra pessoa que é seropositiva. Fluidos corporais que podem conter e transmitir o HIV: • Sangue • Prurido ou pus de uma ferida • Sémen Uma pessoa com uma IST tem dez vezes mais probabilidades de transmitir o HIV ou de adquirir o HIV quando é exposta ao vírus do que uma pessoa que não sofra de uma IST. Estas são as duas principais razões: • Muitas IST causam feridas abertas e fissuras na pele, facilitando assim a entrada do HIV no corpo. • Os fluidos corporais dos indivíduos com IST têm uma maior • Fluido vaginal concentração de células T auxiliares, que servem de alvos para • Leite materno o HIV e podem aumentar o risco de infecção. Os fluidos corporais que podem conter e transmitir o HIV com o qual o pessoal médico pode ter contacto incluem: • Fluidos que envolvem o cérebro e o cordão espinal. • Fluidos que envolvem as articulações ósseas. • Fluidos que envolvem o bebé ainda por nascer (o feto). Descrevem-se a seguir as principais formas como é transmitido o HIV/SIDA. Alguns sintomas de infecções sexualmente transmissíveis ííveis são: • Feridas abertas ou fissuras na pele em volta dos órgãos genitais. • Corrimento vaginal branco, amarelo ou verde. • Sensação de queimadura ao urinar. • Prurido na área genital. • Dor na região baixa do estômago ou na região lombar. • Dor nos testículos. • Dor durante o acto sexual. Actividade sexual A actividade sexual é a forma mais comum de transmissão do HIV. O HIV pode ser transmitido através de qualquer tipo de actividade sexual (vaginal, anal, ou oral) e pode ocorrer quando os fluidos corporais dum parceiro penetram no outro, inclusive através de pequenos cortes ou arranhões mesmo pouco identificáveis. As mulheres e especialmente as raparigas devido às suas características biológicas e fisiológicas, são aproximadamente [6] No entanto, não existem sintomas associados a algumas IST. Por isso, é importante que vá a uma clínica de saúde para obter um exame de diagnóstico e um tratamento adequado se existe uma possibilidade da ocorrência de uma exposição. Na verdade, a maioria das IST são curáveis e as IST que não receberem tratamento, para além de facilitarem a [7] transmissão do HIV, podem resultar em complicações graves, incluindo a infertilidade e o cancro do colo do útero. Transfusões de sangue Um indivíduo pode ficar infectado se receber sangue infectado pelo HIV numa transfusão de sangue. A maioria dos países, actualmente, faz testes ao sangue doado para verificar se está infectado com o HIV, o que torna o risco bastante baixo. No entanto, em situações em que os testes de detecção não são realizados, o risco de transmissão da doença é muito mais elevado. É importante utilizar apenas serviços de saúde reconhecidos onde o sangue armazenado tenha a garantia de ser seguro e/ou evitar as transfusões de sangue (isto é, utilizar substitutos de plasma) sempre que seja possível. Partilhar agulhas ou seringas com alguém que tenha HIV/SIDA As agulhas, seringas ou outros instrumentos que penetrem a pele (para injecção de drogas, tatuagens, “piercing” (furos) das orelhas e de outras partes do corpo, cicatrizes gravadas, circuncisão, ou corte de barba) e sejam usados primeiro por uma pessoa infectada podem transmitir o vírus às pessoas que os usem a seguir. A transmissão do HIV através de instrumentos de injecção pode também acontecer em clínicas, hospitais, centros de enfermagem ou dispensários onde as seringas, agulhas e o equipamento não sejam devidamente esterilizados. Transmissão mãe-filho (MTCT – Mother-to-child transmission) Uma mulher infectada com o HIV pode passar o vírus para o seu bebé durante a gravidez através da placenta, e durante o parto através da exposição do bebé ao seu sangue. Sem um tratamento, aproximadamente 15 a 30 por cento dos bebés nascidos de mães seropositivas são infectados pelo vírus. O HIV pode igualmente ser transmitido ao bebé através do leite materno durante a amamentação, o que aumenta o risco de transmissão da doença para o bebé de 10 a 20 por cento. [8] “Tevy”, de 11 anos, e o seu irmão de 13 anos viram o pai morrer de SIDA e, depois, ajudaram a cuidar da mãe durante seis anos, até que, também ela morreu da mesma doença. Estas crianças, que vivem com os avós, têm conseguido continuar a frequentar a escola graças ao apoio da World Vision. 1.3 Noções erradas comuns sobre a transmissão do HIV O HIV não é adquirido através do seguinte: Fases iniciais da SIDA Eventualmente, a infecção pelo HIV progride até um tal ponto que os sinais • Viver no mesmo lugar com pessoas que tenham HIV/SIDA. mais óbvios da doença começam a aparecer. Os primeiros sintomas associa- • Beijar (a menos que haja feridas abertas ou exposição ao sangue dos à SIDA podem ser qualquer um dos seguintes: dentro da boca). • Perda de peso (superior a 10 por ciento do peso corporal). • Contacto próximo, abraçar, apertar as mãos, tocar o corpo doutras pessoas durante actividades desportivas. • Falta de energia. • Diarreia crónica durante mais de um mês. • Picadas de mosquitos ou de outros insectos. • Feridas ou erupções dolorosas. • Compartilhar alimentos, utensílios, canecas ou pratos. • Feridas nos lábios que não cicatrizam. • Nadar ou banhar-se em piscinas. • Febres e suores nocturnos. • Espirrar ou tossir. • Inchaço nas glândulas do pescoço, axilas e virilhas • Visitar um hospital. (pouco depois da infecção). • Suor, saliva, ou lágrimas.* • Aftas (uma erupção branca) na boca ou nos órgãos genitais. • Urina ou fezes.* • Repetidas infecções na garganta ou nos ouvidos. • Herpes zóster recorrente. * Os estudos efectuados indicam que o HIV pode ser encontrado nessas substâncias mas numa concentração demasiado baixa para causar a transmissão. Fases terminais da SIDA As pessoas que vivem com a SIDA podem contrair qualquer um dos 4 Fases da infecção pelo HIV e progressão para SIDA Infecção pelo HIV sintomas ou infecções oportunistas: • Problemas respiratórios tais como tuberculose atípica e pneumonia grave recorrente. Uma pessoa que foi infectada pelo HIV pode ter sintomas semelhantes a • Mais perda de peso. uma constipação ou gripe, tais como febre, glândulas inchadas no pescoço, • Fadiga extrema. nas axilas, e nas virilhas, dentro de um a dois meses após a exposição ao • Manchas azuis escuras ou castanho-avermelhadas na pele vírus. Esses sintomas são, muitas vezes, confundidos com uma constipação ou “gripe”. Esta fase é denominada “fase aguda”. Depois de desaparecerem (conhecidas como sarcoma de Kaposi). • Erupções cutâneas dolorosas e que provocam a comichão. os sintomas, uma pessoa infectada pelo HIV pode viver durante muitos anos • Sensação de formigueiro nas mãos e nos pés. sem sentir nenhuns sintomas nem mostrar quaisquer sinais de falta de saúde • Repetidas infecções na garganta ou nos ouvidos. associados à SIDA. • Perturbações mentais resultantes de infecções no cérebro. Durante esse tempo a pessoa pode não saber que está infectada ou pode não aparentar estar doente. Contudo, poderá transmitir o vírus a outras pessoas que entrem em contacto com os seus fluidos corporais. A aparência duma pessoa nunca deve ser usada como um indicador da presença ou ausência de infecção pelo HIV. Por outro lado, as pessoas seropositivas podem contrair infecções oportunistas se o seu sistema imunitário estiver enfraquecido por outra causa que não o HIV. [ 10 ] 1.5 Como é que uma pessoa sabe que é seropositiva? Teste e aconselhamento voluntário e confidencial As clínicas médicas e as organizações comunitárias são capazes de determinar o estado dum indivíduo quanto à infecção pelo HIV fazendo um teste ao sangue que indica se a pessoa é ou não seropositiva. Em algumas áreas, os testes à saliva ou à urina também estão disponíveis. Quando o vírus está presente na corrente sanguínea de uma pessoa, a mesma é descrita como [ 11 ] Os pais de Ramonita, de 9 anos, morreram de uma doença cujos sintomas, geralmente, estão relacionados com a SIDA. Esta menina, a quem a World Vision ajuda, e a sua avó, Andrea, dormiam no chão de uma cabana de madeira prestes a desabar, em Haiti, até que a World Vision lhes construiu uma casa de cimento e lhes ofereceu uma cama de casal nova. seropositiva. Do mesmo modo, uma pessoa seronegativa descreve o estado dum indivíduo que não tem HIV. Se o teste for realizado demasiado cedo depois da exposição, geralmente dentro dos primeiros três a seis meses, uma pessoa seropositiva pode mostrar um resultado seronegativo do teste, porque o corpo ainda não teve possibilidade de desenvolver anticorpos contra o HIV. Recomenda-se que depois do primeiro teste seja feito um segundo teste seis semanas depois para confirmar a situação de seronegativo. Qualquer pessoa pode obter informações sobre como fazer um teste ao sangue confidencial para saber se tem HIV, indo ou telefonando para uma clínica de saúde, consultório médico ou hospital na sua área de residência. Porquê e quando deve uma pessoa ser testada para detectar o HIV? Quando uma pessoa tem conhecimento do seu estado em relação ao HIV, pode tomar decisões informadas sobre a sua actividade sexual, ter ou não filhos e escolher a maneira de viver a sua vida. Este conhecimento também ajuda uma pessoa seropositiva a obter acesso a cuidados, tratamento e serviços de apoio psicosocial providenciados pela comunidade, o que poderá prolongar a sua vida ou salvar a vida doutra pessoa. Por outro lado se um teste confirmar que alguém é seronegativo, essa pessoa pode depois fazer tudo aquilo que pode para se manter seronegativa. Um indivíduo deve procurar obter aconselhamento voluntário e confidencial e ser testado para detectar o HIV se responder “sim” a qualquer uma das seguintes perguntas: Nos últimos 10 a 15 anos: • Teve relações sexuais com ou esteve em contacto com os fluidos corporais duma pessoa que é seropositiva ou que você desconhecia se tinha ou não o HIV? • O seu parceiro sexual teve relações ou teve contacto com os fluidos corporais de alguma outra pessoa para além de si? • Usou drogas intravenosas e partilhou agulhas, seringas e/ou outros equipamentos não esterilizados? • Alguma vez esteve exposto(a) a instrumentos médicos (instrumentos cirúrgicos ou de “piercing”/perfuração da pele ou de tatuagens) que podem não ter sido devidamente esterilizados? [ 13 ] • Teve algum contacto com o sangue doutra pessoa? Se uma pessoa é seronegativa pode assumir que o(a) seu/sua • Alguma vez recebeu uma transfusão de sangue de algum serviço parceiro(a) sexual também é seronegativo(a)? médico que não analisou esse sangue para verificar se estava Não. Os testes feitos a uma pessoa nunca devem substituir os testes para infectado com o HIV? outra pessoa. A transmissão do HIV não acontece todas as vezes que ocorre uma exposição ao vírus e, por isso, é possível que uma pessoa tenha As crianças também devem ser testadas se os seus pais sabem ou se sus- o HIV e outra não. Porém, se a exposição ao vírus continuar, é provável que peitam que eles próprios tenham HIV/SIDA, uma vez que o vírus pode ser o parceiro não infectado também contraia o HIV. transmitido durante a gravidez, o parto ou a amamentação. 1.6 Existe algum tratamento para o HIV/SIDA? Quanto tempo após a possível exposição deve uma pessoa esperar Actualmente, não existe nenhuma vacina ou cura para o HIV/SIDA. No para ser testada? entanto, existem tratamentos que podem retardar a reprodução e mitigar Actualmente recomenda-se que as pessoas sejam testadas para detectar o os danos causados pelo vírus, mas não podem eliminar o vírus do orga- HIV três a seis meses após a possível exposição ao vírus. O teste de HIV nismo duma pessoa infectada com o HIV. Consultar a secção 4.3 para obter não detecta o próprio vírus, mas detecta sim, anticorpos (substâncias que mais informações sobre os tratamentos actuais. o organismo desenvolve especificamente para combater o HIV). Na maioria dos casos, existe uma “janela” de três a seis meses durante os quais uma Viver uma vida saudável pode ajudar a prolongar a vida se a pessoa mantiver pessoa infectada pelo HIV pode testar seronegativa, dado que o seu corpo o corpo forte e protegê-lo contra infecções. É importante que uma pessoa ainda está em pleno processo de produção de anticorpos. Se houver alguma com HIV/SIDA se alimente com refeições nutritivas e equilibradas, durma razão para suspeitar que contraiu o HIV, é extremamente importante que bastante e faça exercício físico com regularidade. (Ver o capítulo 3 para tome medidas de prevenção durante esses primeiros seis meses. Apesar de mais informações.) que um teste ao sangue talvez não possa ainda detectar o HIV, um indivíduo seropositivo pode mesmo assim transmitir o vírus a outros durante esse 1.7 O que deve uma pessoa fazer ao descobrir que é seropositiva? • Consultar um profissional de saúde especializado em HIV/SIDA período. para determinar as opções possíveis de tratamento e cuidados. Quanto tempo é necessário para se saber se um bebé que nasceu duma mãe seropositiva está infectado? Testes normais ao sangue não podem detectar o HIV num bebé até este ter 12 a 18 meses de idade. Antes dessa idade, o teste ao sangue será sempre positivo, porque os bebés nascem com os anticorpos das mães e, como foi explicado acima, o teste identifica os anticorpos existentes no sangue e não o próprio vírus. Para obter um diagnóstico preciso do HIV em bebés com menos de 18 meses de idade, um teste PCR (Protein-Chain Reaction) pode ser utilizado quando disponível. • Considerar falar com um psicólogo sobre as emoções que acompanham um diagnóstico de HIV/SIDA, incluindo o medo, sensação de perda, desgosto, depressão, atitude de negação, irritação, ansiedade e outras. • Informar o seu parceiro que é seropositivo(a) e encoraje-o(a) a fazer um teste ao sangue. • Notificar os parceiros sexuais que teve no passado que é seropositivo(a) e encoraje-os(as) a fazer um teste ao sangue. • Submeter a testes as crianças que nasceram ou foram amamentadas desde que a mãe contraiu o HIV. [ 14 ] [ 15 ] Através de uma das actividades da campanha intitulada Lições sobre a Vida (Lessons for Life), facilitada em parte pela World Vision, as crianças simbolizaram o seu compromisso para com a luta contra HIV/SIDA, através do lançamento de balões para o céu em Lima, no Peru, ao mesmo tempo que repetiam a frase “Aprender, lutar, mudar”. Capítulo 2 Prevenção contra o HIV/SIDA 2.1 Introdução 2.2 Actividade sexual 2.3 Transfusões de sangue 2.4 Agulhas, seringas, e outros instrumentos médicos 2.5 Transmissão mãe-filho (MTCT) 2.6 Precauções de segurança na prestação de primeiros socorros 2.7 Prevenção após a exposição a fluidos corporais 2.8 Outras precauções de segurança preventivas 2.9 Responsabilidades de prevenção da pessoa seropositiva 2. Prevenção contra o HIV/SIDA 2.2 Actividade sexual Abstinência O melhor método para evitar contrair ou transmitir o HIV/SIDA é praticar 2.1 Introdução a abstinência de relações sexuais. Deus concebeu as relações sexuais como De todas as questões relacionadas com a pandemia do HIV/SIDA, possivelmente uma dádiva para ser desfrutada dentro do casamento entre um homem e a mais importante é que o HIV/SIDA, em grande parte, pode ser evitado. uma mulher. Antes do casamento, a obediência ao mandamento de Deus Para impedirmos que o vírus se espalhe é necessário o apoio de todos os de reservar o sexo apenas para a relação conjugal, constitui uma certa elementos que têm influência sobre a vida duma pessoa: o governo, a igreja e protecção contra a transmissão sexual do HIV, assim como contra muitas outras comunidades de fé, a comunidade médica, os grupos comunitários e a outras consequências prejudiciais e dolorosas resultantes da actividade sociedade civil, as ONG, os professores e educadores, os pais, os cônjuges e, sexual fora da relação conjugal. A orientação divina quanto às relações o que é mais importante, as opções diárias feitas pelo próprio indivíduo. As sexuais assegura a protecção para nós individualmente e também para a taxas de incidência só podem abrandar quando a comunidade trabalhar em nossa família, para o futuro cônjuge e quaisquer filhos que venham a nascer. colaboração para disseminar a mensagem da importância da prevenção e desencorajar comportamentos de alto risco. Os esforços para a prevenção e educação sobre o HIV/SIDA são fundamentais na luta contra o HIV/SIDA. O silêncio e a ignorância, como se tem verificado, são terrenos férteis para a Casamento e fidelidade A fidelidade ao nosso cônjuge não só preserva a intimidade da relação do casamento, mas também garante uma segurança pessoal contra a SIDA e rápida disseminação da infecção. outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Se nenhum dos indivídu- Quem mais pode promover e contribuir para inverter a maré da pandemia não existirá risco de transmissão do HIV através da actividade sexual. Ter do HIV/SIDA é o próprio indivíduo afectado pela doença. Uma compreen- relações com vários parceiros sexuais aumenta muito o risco de contrair o são pessoal das medidas correctas de prevenção pode oferecer a uma pessoa vírus e de o passar para o cônjuge e os futuros filhos. os num casal estiver infectado e permanecer cem por cento fiel ao outro, afectada os instrumentos para tomar decisões acertadas, aconselhar as pessoas que conhecem e assumir uma responsabilidade pessoal para evitar a infecção Se um dos cônjuges tiver tido anteriormente comportamentos de alto ou infectar outros. Uma compreensão correcta deve traduzir-se em tomadas risco, essa pessoa deverá ser testada para detectar o HIV antes de se casar de decisão que reflictam valores morais fortes e um compromisso em proteger ou de voltar a ter relações sexuais. tanto os outros quanto a nós próprios. É importante encorajar as comunidades a abordarem a questão do HIV/SIDA Sexo seguro Conhecimento do estado em relação ao HIV dentro das suas próprias fronteiras. Enquanto que a World Vision trabalha com O conhecimento do nosso estado e do estado do(a) nosso(a) parceiro(a) todas as partes de uma comunidade, nós destacamos especialmente o trabalho em relação ao HIV (seropositivo ou seronegativo) é o primeiro passo de parceria com as igrejas e outras organizações de fé para abordar o problema para uma relação sexual sem risco. Esse conhecimento permite que um do HIV/SIDA, reconhecendo as suas capacidades especiais para promover a pre- indivíduo tome decisões informadas sobre ter relações sexuais e ter filhos, venção e fornecer cuidados. Do mesmo modo, as famílias precisam de conversar o que pode eventualmente salvar a vida de outro indivíduo. sobre o HIV/SIDA, com os pais protegendo-se a si próprios e educando os seus filhos. A secção que se segue apresenta informações básicas sobre como uma Em algumas partes do mundo nove entre cada dez indivíduos não sabem se pessoa pode proteger-se a si própria e a sua comunidade em geral contra o HIV. têm ou não HIV. Esta falta de conhecimento contribui para que o vírus se [ 18 ] espalhe rapidamente. [ 19 ] Aconselhamos a que vá ou telefone para uma clínica de saúde, médico, Basta um único acto sexual sem protecção para contrair ou transmitir o hospital ou aconselhamento voluntário e centro de testes da sua locali- HIV ou outras IST. Para garantir a protecção mais eficaz, os preservativos dade, para obter informações sobre como pode fazer um teste ao sangue devem ser usados sempre da mesma maneira e correctamente. É impor- confidencial para saber se tem o HIV. tante verificar a data de validade de uma embalagem de preservativos. Número limitado de parceiros Não devem ser usados produtos à base de óleo (tais como vaselina ou Ter mais do que um parceiro sexual aumenta grandemente o risco de loção) com o preservativo, visto que estes produtos poderem danificar o infecção pelo HIV. Tal como mencionámos anteriormente, quando dois preservativo e permitir o vazamento de secreções. Além disso, não devem indivíduos seronegativos se mantêm totalmente fiéis um ao outro o seu ser usados preservativos feitos de pele de carneiro para protecção contra risco de transmissão sexual da doença é eliminado. o HIV. Os preservativos de pele de carneiro são eficazes para evitar a gravidez, mas não são adequados para prevenção contra o HIV ou IST Se ambos forem seropositivos, a fidelidade dentro da relação ajudará tam- (infecções sexualmente transmissíveis), porque os vírus podem passar bém a evitar uma futura transmissão a outras pessoas. através desse produto. Preservativos • Estratégias de prevenção que capacitam as mulheres O uso de preservativos de látex durante o acto sexual (sexo vaginal, oral, A falta de poder social e económico pelas mulheres, a par dos índices ou anal) pode reduzir muito o risco de transmissão do HIV e das IST. Os crescentes de violações e violência doméstica em muitas sociedades, preservativos devem ser usados durante qualquer actividade sexual com frequentemente dificultou ou impossibilitou as mulheres de se abste- um parceiro que seja seropositivo, que tenha uma IST ou que não saiba rem de ter relações sexuais ou de negociar o uso de preservativos pelo qual é o seu estado em relação ao HIV. homem. Nestas situações, sempre que esteja disponível, as mulheres devem usar um preservativo feminino, que consiste numa barreira de Os preservativos não devem nunca ser considerados como uma garantia látex que as mulheres podem colocar algumas horas antes do acto de protecção. A única protecção absoluta contra a transmissão sexual sexual. Estão a realizar-se estudos de investigação sobre substâncias de qualquer vírus ou doença é a abstenção da actividade sexual com um chamadas “microbicidas” que as mulheres poderão usar para reduzir o parceiro que não se sabe se é seropositivo ou sofre de uma IST. seu risco de infecção pelo HIV, ao aplicá-las depois do acto sexual. • Uso de preservativos por casais casados Tratamento de infecções sexualmente transmissíveis ííveis (IST) Quando um ou ambos os cônjuges são seropositivos, o uso de preser- O tratamento imediato e completo das IST, incluindo clamídia, herpes vativos é para permitir que o casal desfrute da sua relação física e não genital, verrugas genitais, gonorreia, granuloma inguinal, cancróide, trico- ponha outra vida em risco. Ao evitar a transmissão do HIV ao cônjuge moníase e sífilis é importante para reduzir o risco de transmissão do HIV. não infectado ou ao evitar uma reinfecção contínua, esse casal estará a Um indivíduo deve dirigir-se a uma clínica médica ou consultar um profis- proteger-se e a preservar a vida um do outro. sional médico imediatamente após reconhecer os sintomas associados a • Uso de preservativos fora da relação conjugal Se um indivíduo decidir ter uma actividade sexual fora do casamento, deverá assumir a responsabilidade de proteger a vida e evitar a transmissão do HIV usando preservativos. uma IST, mesmo se parecer que os sintomas desapareceram. Não devemos esquecer-nos de que as IST não se curam por si só. • Para os indivíduos seronegativos, a eliminação da IST diminuirá as oportunidades do HIV penetrar na sua corrente sanguínea. Na verdade calcula-se que o tratamento imediato das IST pode evitar aproxima- [ 20 ] [ 21 ] damente 40% de novas infecções pelo HIV. Também ajuda a proteger gas descartáveis para as injecções necessárias. Muitos escritórios da contra a possibilidade de infertilidade e outras complicações World Vision têm à disposição estojos ou kits para injecções seguras, relacionadas com as IST. disponíveis para as pessoas que viajem. • Para os indivíduos seropositivos, a eliminação da IST baixará a concentração de HIV nas secreções sexuais, diminuindo o risco de 2.5 Transmissão mãe-filho (MTCT) Gravidez e parto transmissão, assim como potencialmente retardando o aparecimento O melhor método de prevenção contra a transmissão mãe-filho, durante da SIDA e melhorando a qualidade de vida. a gravidez e o parto, é o uso de medicamentos antiretrovirais tais como Outras precauções para praticar o sexo seguro • Deve evitar-se qualquer contacto sexual que resulte em sangramento ou quando exista sangramento. Isso inclui o ciclo menstrual da mulher ou o período de recuperação a seguir ao parto e ao a Zidovudine (AZT) ou a Nevirapine (NVP). O tratamento, normalmente consiste num método duplo: • Tratamento antiretroviral da mãe durante a gravidez. • Tratamento antiretroviral do bebé durante um certo tempo após o nascimento. nascimento do bebé. Amamentação 2.3 Transfusões de sangue A maioria dos países, actualmente, efectua testes ao sangue doado para detectar a infecção pelo HIV. O risco de que uma pessoa adquira o HIV durante uma transfusão de sangue é baixo se o sangue tiver sido submetido a um teste correcto. Apesar deste facto, mesmo assim é importante assegurar que o sangue usado nas transfusões tenha sido comprovado ser negativo em relação Estudos de investigação realizados demonstram que aproximadamente 10 a 20 por cento dos bebés amamentados por uma mãe seropositiva ficarão infectados pelo HIV. Porém, esses estudos demonstram também que a probabilidade das crianças contraírem doenças mortais é ainda maior quando essas crianças são expostas à mistura de água não potável com fórmula de leite infantil. ao HIV através de testes. As mães seropositivas têm que tomar a decisão de ou amamentar os seus 2.4 Agulhas, seringas e outros instrumentos médicos • As agulhas, seringas e qualquer instrumento que tenha sido utilizado filhos ou de usar a fórmula infantil de acordo com a disponibilidade de um produto de fórmula infantil de qualidade, do custo de aquisição da fórmula para perfuração da pele de um indivíduo não devem ser utilizados por e de água potável. Se não houver água potável ou se a fórmula de leite outra pessoa. infantil de qualidade não estiver disponível ou não tiver um preço aces- • Se um instrumento que tiver sido usado para perfuração da pele de outro indivíduo tiver que ser usado novamente, este deverá ser completamente esterilizado, através de submersão em água a ferver durante pelo menos 20 minutos. • Em países de alto risco, é aconselhável utilizar instalações e serviços médicos que pratiquem métodos de administração de injecções de maneira segura e técnicas adequadas de esterilização do equipamento. • Os viajantes devem levar consigo luvas descartáveis e agulhas/serin- [ 22 ] sível, então a amamentação é preferível. As mães que não tenham acesso a água potável, deverão alimentar o bebé a biberão com fórmula, apenas se tiverem tempo e combustível suficiente para ferverem a água de cada vez que alimentarem o bebé. O risco de transmissão durante a amamentação aumenta quando: • A mãe tem feridas nos mamilos. • O bebé tem aftas (erupções esbranquiçadas dentro da boca). • O bebé tem dentes (se o bebé morder pode ficar infectado pelo sangue da mãe). [ 23 ] • A mãe fica infectada pelo HIV durante o período em que está a ama- pós-exposição, e que pode oferecer uma protecção significativa contra a infecção pelo HIV. mentar. • Ser testado para a detecção de anticorpos ao HIV em períodos de seis A alimentação misturada, isto é a alimentação com leite materno e fórmula, também deverá ser evitada, porque representa o risco mais elevado que a criança tem de contrair uma infecção pelo HIV. A combinação de um tratamento antiretroviral com as técnicas adequadas de parto e de alimentação podem reduzir o risco de transmissão mãe-filho de entre 25 a 50 por cento para menos de 1 por cento. 2.6 Precauções de segurança na prestação de primeiros socorros Como uma pessoa ferida pode desconhecer se está infectada ou não com o HIV, pode não estar a pensar claramente, ou pode estar incapacitada de comunicar, qualquer pessoa que administre primeiros socorros deve tomar sempre medidas preventivas. semanas, doze semanas e seis meses após a exposição. • Tentar determinar o estado de saúde em relação ao HIV da pessoa a cujos fluidos corporais tiver sido exposta. Se se verificar que a pessoa é seronegativa, o tratamento pode ser interrompido. 2.8 Outras precauções de segurança preventivas • Nunca devem pedir-se emprestadas as lâminas para fazer a barba. • Nunca devem pedir-se emprestadas escovas de dentes, nem outros artigos de higiene pessoal de outras pessoas que não sejam descartados após cada uso. 2.9 Responsabilidades de prevenção da pessoa seropositiva Recomenda-se que uma pessoa seropositiva assuma as seguintes respon- Se existir um risco de exposição aos fluidos corporais da pessoa ferida, devem tomar-se as seguintes precauções: • Usar luvas descartáveis e deitá-las fora depois de usar, colocando-as num receptáculo ou saco fechados. • Cobrir quaisquer feridas, cortes ou arranhões no corpo antes de tocar sabilidades para impedir de maneira mais eficaz a transmissão do HIV: • Informar os parceiros sexuais presentes e passados sobre o seu estado em relação ao HIV. • Não se esquecer de usar preservativos quando tiver relações sexuais. • No caso de estar grávida procurar obter aconselhamento para na pessoa ferida. • Lavar imediatamente a área do corpo que entrou em contacto com os fluidos corporais da pessoa ferida. • Limpar as superfícies expostas, tais como mesas, pisos e retretes ou sanitas com lixívia diluída. aprender de que maneira pode proteger o seu bebé contra o HIV. • Se tiver filhos, providenciar para que os seus filhos fiquem sob o cuidado de alguém, visto que no futuro pode ficar incapacitada e morrer. • Desinfectar os instrumentos médicos em água a ferver durante 20 • Não dar sangue para transfusões. minutos após serem utilizados. 2.7 Prevenção após a exposição a fluidos corporais Se uma pessoa for exposta aos fluidos corporais de uma pessoa seropositiva ou cujo estado de saúde em relação ao HIV se desconhece, deverá: • A seguir a uma exposição, dirigir-se o mais depressa possível a uma clínica de saúde ou a um hospital onde existam medicamentos antiretrovirais. Começar um tratamento de quatro semanas com combinações de dois ou três medicamentos antiretrovirais (ARV) pouco depois da exposição, um tratamento que é conhecido como profilaxia [ 24 ] [ 25 ] “Sirkit”, mostrando-nos uma fotografia da sua patrocinadora americana, é uma excelente aluna e participa activamente na sua comunidade, na sua aldeia tailandesa. Dedica os seus tempos livres a ensinar os outros sobre a prevenção contra o HIV. Capítulo 3 Abordar o estigma e a descriminação 3.1 Introdução 3.2 Como estigmatizamos? 3.3 O impacto do estigma e da discriminação 3.4 Como podemos vencer o estigma e a discriminação? Through educational activities facilitated by [ 26 ] World Vision, school-age students in Thailand are learning how to protect themselves from HIV/ AIDS as well as understand and care for people affected by the virus. 3. Abordar o estigma e a discriminação tenham sido feitos por uma pessoa seropositiva e muitos outros comportamentos indevidos. As pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou que são afectadas pelo HIV/SIDA 3.1 Introdução também se podem entregar a um “auto-estigma”, sobrecarregando-se de culpa Uma das maiores tragédias da pandemia global do HIV/SIDA é que milhões e isolamento. de pessoas que sabem ou que suspeitam que são seropositivos vivem em isolamento, sem esperança e amedrontados por causa do estigma e da 3.3 Impacto do estigma e da discriminação discriminação. O sofrimento físico provocado pela SIDA é ampliado pelo O estigma e a discriminação destroem as vidas a pouco e pouco e dificultam sofrimento emocional que decorre da rejeição e da discriminação e mesmo, uma resposta eficaz e compassiva ao HIV/SIDA. em muitos casos, pelo abuso físico e mental causado pelas famílias pelas comunidades e mesmo pelos locais de veneração religiosa. O estigma e a discriminação podem ser definidos como evitar ou maltratar alguém intencionalmente com base nas suas características e circunstâncias, incluindo se estão a viver ou não com HIV/SIDA. Cada um de nós dever fazer tudo o que puder para eliminar o estigma e a discriminação ao assegurar que os nossos comportamentos, palavras e acções não estigmatizem nem discriminem de forma nenhuma contra as pessoas afectadas ou infectadas pelo HIV/SIDA, e encorajando os outros a fazer o mesmo. Como é que o estigma e a descriminação destroem vidas a pouco e pouco O estigma contra as pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou que são afectadas pelo HIV/SIDA pode resultar em violações dos seus direitos humanos assim como em sentimentos de depressão e de desespero. Em relação aos direitos humanos, às pessoas afectadas pelo HIV/SIDA são negados os cuidados de saúde, a educação e o emprego. Todavia, ainda mais devastadores, são os profundos sentimentos de isolamento e de depressão que podem acompanhar a rejeição das pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou que são afectadas pelo HIV/SIDA, por parte das suas famílias e comunidades. 3.2 Como estigmatizamos? Os comportamentos estigmatizantes baseiam-se, com frequência, em crenças erróneas ou receios provocados por factos incorrectos e inoportunos sobre como o HIV/SIDA pode ser transmitido (por exemplo, tocar em alguém casualmente, tossir ou espirrar). Estes comportamentos também podem ocorrer quando julgamos alguém moralmente com base em suposições que podem ser verdadeiras ou não. Como é que o estigma e a discriminação podem dificultar a resposta ao HIV/SIDA O estigma e o medo do abuso físico e emocional possível, desencoraja milhões de pessoas de procurar obter aconselhamento e testes voluntários para o HIV. Dado que não têm conhecimento sobre o seu estado de saúde em relação ao HIV, aqueles que são seropositivos, têm menos probabilidades de tomar medidas para evitar infectar os outros ou de tirar partido Os comportamentos indevidos motivam palavras e acções estigmatizantes. Estas palavras e acções podem ser claras e o abuso verbal directo ou físico pode incidir sobre alguém que viva ou que esteja afectado pelo HIV/SIDA. Ou podem ser acções indirectas, tais como evitar ou ignorar alguém, falar mal dessa pessoa quando não está presente, recusar-se a tocar, a cumprimentar ou a visitar alguém que esteja afectado pelo HIV/SIDA. Não permitir que os filhos brinquem com crianças afectadas pelo HIV/SIDA, recusar-se a comprar produtos que [ 28 ] de programas que oferecem tratamento antiretroviral, evitar a transmissão mãe-filho do vírus, ou ter acesso a muitos outros serviços dedicados a serviços de cuidados a prestar a pessoas seropositivas para terem uma vida positiva. E, o estigma no seio das igrejas, outros locais de veneração religiosa e comunidades inteiras, com frequência, provoca a falta da prestação de cuidados compassivos aos membros que vivem com o HIV/SIDA, ou às crianças órfãs ou vulneráveis por sofrerem de HIV/SIDA. [ 29 ] No Camboja, os colegas e amigos educadores estão a ajudar a reduzir a descriminação e a evitar a disseminação da SIDA. 3.4 Como podemos ajudar a vencer o estigma e a discriminação? Os valores que constituem a base da Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA e de todo o trabalho da World Vision para resolver o HIV/SIDA deveriam reflectir o amor incondicional e compassivo de Deus por todas as pessoas e afirmar a dignidade e o valor de cada indivíduo. Somos chamados a viver esses valores através da ajuda para vencer o estigma e a discriminação relacionados com o HIV/SIDA. As formas como podemos fazer isto nas nossas vidas incluem: • Fornecer informações correctas sobre o HIV/SIDA, incluindo como é ou não é transmitido e como pode ser testado. • Desafiar atitudes de crítica, receio e suposições incorrectas sobre as pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou que são afectadas pelo HIV/SIDA. • Demonstrar radicalmente o amor de Deus, prestando cuidados, aceitando e ajudando as pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou que são afectadas pelo HIV/SIDA. [ 31 ] Madavi, cujo marido morreu de SIDA, é seropositiva, e separa os medicamentos para si e para outras pessoas seropositivas num hospício da World Vision em Chennai, na Índia. Desde que foi para o hospício, a vida de Madavi e dos seus filhos (também seropositivos) mudou completamente, pois tinham sido vítimas de descriminação e mesmo de rejeição pelos próprios pais de Madavi. Capítulo 4 Coabitar ou cuidar de uma pessoa que viva com o HIV/SIDA 4.1 Introdução 4.2 Viver uma vida saudável com o HIV/SIDA 4.3 Tratamento antiretroviral 4.4 Cuidar de um indivíduo com HIV/SIDA 4. Coabitar ou cuidar de uma pessoa que viva com o HIV/SIDA Tome vitaminas regularmente As vitaminas fornecem ao organismo nutrientes importantes que lhe permitem reparar e curar as células. As pessoas que vivem com HIV/SIDA precisam de mais nutrientes do que as pessoas saudáveis para manter o seu 4.1 Introdução corpo a funcionar correctamente. As pessoas que vivem com o HIV/SIDA precisam de saber como melhor proteger e preservar a sua saúde. Além disso, as pessoas que prestam cuidados Evite fumar e beber bebidas alcoólicas precisam de saber qual é a melhor maneira de cuidar das pessoas que vivem com O tabaco e o álcool enfraquecem o sistema imunitário do corpo. o HIV/SIDA. As sugestões apresentadas a seguir contêm informações úteis para a vida quotidiana, mas não devem substituir os cuidados médicos profissionais. Pratique exercício íício regularmente As pessoas que vivem com o HIV/SIDA e as pessoas que lhes prestam cuidados A prática regular de exercício melhora a circulação e ajuda a manter devem procurar consultar um médico, ou uma clínica ou hospital da sua locali- a massa muscular no corpo de um indivíduo. Mesmo enquanto estiver dade, para obterem informações acerca do tratamento médico adequado. enfraquecida e confinada à cama, uma pessoa pode fazer exercícios repetitivos simples que podem evitar a rigidez das articulações e melhorar o fluxo 4.2 Viver uma vida saudável com o HIV/SIDA sanguíneo. Viver uma vida saudável equipa e fortalece o corpo para que este possa combater as infecções oportunistas. Além disso, estudos realizados indicam que uma Repouse bem maneira de viver saudável pode atrasar a progressão do HIV para a SIDA. Quantidades adequadas de repouso permitem ao organismo concentrar-se no combate às infecções, em vez de lutar contra a fadiga. Se você ou alguém que conheça tem HIV/SIDA, as sugestões que se seguem poderão ajudá-lo(a) a manter um estado de saúde positivo. Evite o contacto com as pessoas que estão doentes sempre que for possível í ível Mantenha uma dieta saudável e segura Como as pessoas que vivem com HIV/SIDA têm um sistema imunitário Seguir uma boa nutrição e beber bastantes líquidos é muito importante para enfraquecido, são mais susceptíveis às doenças e podem precisar de um as pessoas que vivem com o HIV/SIDA. O corpo humano usa mais energia período de tempo mais longo para recuperarem. quando tem que combater infecções; portanto, uma dieta bem equilibrada proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para man- Mantenha uma área de habitação e de trabalho limpa ter a saúde. Uma dieta saudável não evitará a manifestação da SIDA, mas A limpeza regular do ambiente elimina os germes e bactérias que podem pode retardá-la e melhorar a qualidade de vida duma pessoa que viva com potencialmente ser perigosos para uma pessoa que viva com HIV/SIDA. o HIV/SIDA. Quando planear as refeições, lembre-se que é melhor que as Qualquer lugar onde uma pessoa seropositiva passe tempo deve ser man- pessoas que vivem com o HIV/SIDA evitem ingerir carne e ovos crus ou mal tido limpo para ajudar a evitar as infecções ou doenças. O contacto com a passados, assim como leite sumos de frutas não pasteurizados e que bebam sujidade e/ou os dejectos humanos ou animais deve ser evitado. Se isso for água fervida ou filtrada para evitar os parasitas. inevitável, as mãos devem ser lavadas imediatamente assim que o trabalho terminar. Tenha cuidado com animais Apesar de não acarretarem perigos para as pessoas saudáveis, a exposição aos germes de que os animais são portadores pode tornar uma pessoa que [ 34 ] [ 35 ] vive com o HIV/SIDA susceptível a doenças. O contacto com animais é Quem deverá ter acesso à terapia antiretroviral? seguro para uma pessoa com HIV/SIDA, mas essa pessoa não deve tocar A TAR só deve ser iniciada sob os cuidados de um médico. Geralmente, nos dejectos dos animais e deve lavar as mãos depois de tocar num animal. a TAR é apropriada para as pessoas que são seropositivas e manifestam sintomas de SIDA, incluindo a síndrome de emaciação e a presença de Outras sugestões para uma vida saudável infecções oportunistas em pessoas que são seropositivas e que, apesar de • Lembre-se que certos tipos de infecções oportunistas (citomegalovirus e assintomáticas, possuem números de células CD4 abaixo do limite que é o vírus da herpes humana 8) podem ser transmitidos através de beijos sali- geralmente aceite (actualmente 200). Começar a TAR demasiado cedo vosos, apesar de que o HIV não é, geralmente, transmitido desta forma. pode causar efeitos secundários desnecessários e problemas de dependên- • Siga os programas de imunização prescritos, mas lembre-se de que as vacinas vivas (contra a poliomielite, o sarampo e as bexigas, etc.) não são cia, podendo aumentar o risco de que o vírus em desenvolvimento possa criar resistência ao tratamento. recomendáveis para as pessoas que vivem com o HIV/SIDA. Dependência 4.3 Terapia antiretroviral Quando se inicia um regime de terapia antiretroviral de combinação, este Enquanto a vacina ou cura para o HIV/SIDA ainda não estão disponíveis, existem deve ser seguido com exactidão. Uma dosagem em falta ou tomar menos do actualmente tratamentos com medicamentos antiretrovirais que podem mitigar que a dosagem de medicamentos ARV prescrita pode permitir que o vírus consideravelmente o impacto negativo do HIV sobre o sistema imunitário. Estes crie resistência ao tratamento. Os ARV de qualidade duvidosa ou inferior tratamentos usam combinações de três ou mais medicamentos antiretrovirais, também podem permitir que o vírus crie resistência ao tratamento. um processo terapêutico conhecido como “terapia antiretroviral” ou TAR. Duração O que são medicamentos antiretrovirais? Uma vez iniciada, a TAR deve ser continuada durante o resto da vida de Os medicamentos antiretrovirais (ARV) atrasam os processos através dos uma pessoa. Interromper o tratamento durante um período de tempo quais o HIV ataca as células CD4 (T auxiliares) e se reproduz. Quando extenso pode provocar a reincidência de uma infecção pelo HIV com uma utilizados em combinações, por vezes denominadas “cocktails”, como parte gravidade maior e progredir para SIDA mais rapidamente, do que antes do do processo de TAR, os ARV têm sido capazes de reduzir grandemente a tratamento ter sido iniciado. quantidade do HIV no sangue, por vezes para níveis quase indetectáveis. Isto mantém o sistema imunitário mais forte, durante um período de tempo Disponibilidade mais longo, e atrasa extraordinariamente os primeiros sintomas de SIDA A pouco e pouco os ARV estão a tornar-se mais acessíveis e menos dispen- e as infecções oportunistas correspondentes. Apesar dos medicamentos diosos, mas a sua disponibilidade ainda é limitada na maior parte do mundo. antiretrovirais terem efeitos secundários, geralmente, estes são tratáveis e a maioria desaparece dentro de um a dois meses. Muito superiores são os efeitos positivos que a TAR pode ter sobre a qualidade de vida das pessoas que vivem com a SIDA. A TAR pode melhorar extraordinariamente a sua saúde, o seu estado psicológico e diminuir o medo da morte, permitindolhes serem mais produtivas e, se tiverem filhos, dar-lhes mais tempo para cuidar dos seus filhos. [ 36 ] [ 37 ] 4.4 Cuidar de um indivíduo com HIV/SIDA Conselhos práticos para qualquer pessoa poder cuidar de doentes As pessoas que tratam de indivíduos com HIV/SIDA precisam de seguir certas com HIV/SIDA: • Reze pelo(a) doente e reze com o(a) doente. práticas para protegerem a pessoa a quem prestam cuidados assim como a sua própria saúde. • Visite regularmente o(a) doente. Precauções preventivas para quem presta cuidados: • Encoraje-o(a) a viver uma vida cheia e produtiva, caso a sua infecção pelo HIV ainda não tenha progredido para SIDA. Manter-se ao corrente das imunizações e vacinações Essas acções ajudarão os prestadores de cuidados a evitar doenças, que poderiam potencialmente ser passadas para a pessoa que está a ser cuidada. Os prestadores de cuidados devem certificar-se de que estão totalmente imunizados contra doenças e devem informar-se junto do seu médico sobre vacinações contra a gripe, a pneumonia e o tétano. Não permitir a visita de pessoas que estão doentes • Aprenda a tratar de certas doenças em casa (constipações, febres, e aftas). • Leve o(a) doente ao médico, à clínica ou ao hospital quando for necessário um tratamento. • Ajude o(a) doente a tomar os medicamentos estritamente como prescritos. A pessoa com HIV/SIDA não deve estar na proximidade de outras pessoas • Cozinhe refeições saudáveis para o(a) doente. com doenças. Pedir aos amigos e familiares que visitem apenas quando se • Ajude o(a) doente a fazer as compras de alimentos num mercado ou loja da vizinhança. encontrem bem de saúde. Se você estiver doente e mais ninguém puder cuidar da pessoa com HIV, cubra a boca e o nariz e lave as mãos antes de se aproximar da pessoa de quem está a cuidar. Lavar as mãos frequentemente Lavar as mãos ajuda a proteger contra a transmissão de infecções a pessoas com HIV/SIDA. Se mais de uma pessoa estiver a ser cuidada, é necessário lavar as mãos após o contacto com uma pessoa antes de ajudar a próxima pessoa. • Limpe a sua área de residência e/ou de trabalho. • Encoraje-o(a) praticar exercício ou a fazer exercício com ele(a). • Reserve algum tempo para escutar e fazer perguntas sobre os seus sentimentos e bem-estar emocional. • Respeite a sua privacidade e mantenha confidencial o seu estado em relação ao HIV, excepto em circunstâncias médicas especiais. Se o prestador de cuidados tiver alguma abrasão na pele, não deverá entrar • Informe-se sobre a existência de serviços para pessoas que vivem com HIV/SIDA dentro da comunidade, isto é grupos de apoio, aconselhamento, serviços médicos, etc. em contacto com a pessoa a quem presta cuidados. Uma ferida aberta pode • Leia livros e revistas para o(a) doente. Cobrir as feridas abertas e os cortes transmitir germes para a pessoa que vive com HIV ou aumentar o risco que o prestador de cuidados corre de adquirir HIV no caso de ter entrado em contacto com fluidos corporais da pessoa doente. Tomar precauções com a lavagem da roupa Se as roupas contiverem sujas com os fluidos corporais da pessoa portadora do HIV/SIDA o prestador de cuidados deve tomar precauções e usar luvas. Deve mexer-se o menos possível na roupa suja. A roupa suja deve ser colocada num saco de plástico ou num lugar isolado até poder ser lavada com água e sabão. • Cuide das crianças afectadas, ajude-as nas suas tarefas diárias, leve-as a vários lugares e dê-lhes encorajamento. • Ajude a pessoa a planear o seu futuro. • Proporcione condições para que o(a) doente possa cuidar de si próprio(a) a fim de ajudar melhor aqueles que precisam de ajuda. É difícil enfrentar os problemas do HIV/SIDA e os prestadores de cuidados precisam de ter algum tempo ao seu dispor para voltar a ganhar forças, procurar apoio e ser rendido por amigos, familiares, um conselheiro e/ou um grupo de apoio. [ 38 ] [ 39 ] “Teleza”, um órfão do Malawi, é uma das seis crianças, que estão ao cuidado de “Abikamile”, uma mulher de 53 anos, que é seropositiva, mas que continua a lutar pela saúde e pela produtividade. Capítulo 5 Proporcionar cuidados através de relações compassivas 5.1 Introdução 5.2 Objectivos do aconselhamento no contexto do HIV/SIDA 5.3 Mágoa e dor da perda 5.4 Sugestões para as relações compassivas 5. Proporcionar cuidados através de relações compassivas 5.1 Introdução O aconselhamento ajudará um indivíduo a reflectir sobre a sua vida (fé, família, relações, saúde e situação financeira) e depois determinar quais são as melhores perspectivas e/ou as maneiras mais saudáveis de lidar com as situações. O aconselhamento é uma opção que se pode usar para tratar das pessoas afectadas pelo HIV/SIDA. É um instrumento e uma prática que pode ser uma bênção para outras pessoas, proporcionando-lhes conforto, assegurando-as que não se encontram sozinhas, orientando-as e encorajando-as. Este capítulo trata de aspectos básicos relacionados com o aconselhamento e o consolo daqueles que sofrem com os efeitos do HIV/SIDA. Não abrangemos tudo neste capítulo, mas as práticas aqui aconselhadas não devem ser usadas inteiramente em vez do aconselhamento formal com um profissional formado, se existir essa possibilidade. Em vez disso, a informação contida nesta secção destina-se a equipar os conselheiros com um resumo das práticas recomendadas, que poderão servir de referência ao tratarem pessoas afectadas pelo HIV/SIDA ou passarem tempo com elas. Muitas das práticas e dos princípios contidos nesta secção são aplicáveis a qualquer relação, amizade ou situação no caso de pessoas que tenham dificuldades físicas ou emocionais. Muito provavelmente, já está a praticar uma grande parte do que se indica neste capítulo no contexto das suas próprias relações. Sempre que esteja disponível, o aconselhamento formal é recomendado, para qualquer pessoa que esteja a lutar contra os efeitos do HIV/SIDA ou que esteja a fazer um teste para a detecção do HIV/SIDA. [ 42 ] 5.2 Objectivos do aconselhamento no contexto do HIV/SIDA Quer um indivíduo tenha acabado de ser diagnosticado com o HIV, tenha um Será útil determinar objectivos numa situação de aconselhamento. Estabelecer membro da sua família doente, tenha perdido um ente querido ou esteja a os objectivos ajudá-lo-á a orientar o processo e as conversas, bem como a enfrentar a morte, esse indivíduo muito provavelmente passará por uma parte ou proporcionar um ponto de referência a partir do qual possa medir o progresso. por todos os aspectos do processo que se descreve a seguir. No entanto, nem todas as pessoas passarão por cada uma destas fases nem as fases ocorrerão Seguem-se exemplos de dois objectivos gerais: necessariamente por esta ordem. • Dar esperança e conforto face à dor que o HIV/SIDA estiver a criar na vida de um indivíduo ou na vida da sua família. • Encorajar o indivíduo quer seja seropositivo ou seronegativo a escolher alternativas para evitar a transmissão do HIV/SIDA. Será útil conversar com a pessoa afectada ao longo das fases de sofrimento, definindo a fase do processo em que se encontra e assegurando-a de que as suas reacções são normais e fazem parte do processo de recuperação. Uma vez definidos, esses sentimentos podem ser abordados de maneiras saudáveis para Exemplos de objectivos mais específicos ííficos podem incluir: que possam ser postos em prática os passos necessários. • Recordar a um amigo a esperança que Cristo oferece àqueles que Negação—Recusar-se a aceitar a verdade acerca da situação ou as futuras sofrem. • Dedicar amizade a uma pessoa que se sinta isolada por causa do consequências de uma situação, atribuir a culpa a outras causas, recusar-se a agir, raciocinar de maneira irracional. HIV/SIDA. • Apoiar uma pessoa no processo de comunicar aos seus familiares a sua situação de seropositivo. • Ajudar uma pessoa a planear o futuro dos seus filhos. • Encorajar uma pessoa a submeter-se a um teste para detectar o HIV. • Dar apoio a um amigo numa situação de crise. Numa situação de aconselhamento, é importante identificar as questões que precisam de ser discutidas e resolvidas. Uma conversa, muitas vezes, pode orientar o assunto para outros sentidos, mas se o objectivo for claro isso ajudará o conselheiro a abordar as questões principais mais eficazmente. Raiva—Exprimir ressentimento a Deus ou a outras pessoas pela situação; irritar-se ou zangar-se facilmente com os outros ou com eles próprios. Sentimento de culpa—Culpar-se pela situação, sentir desprezo por si mesmo, ou sentir-se perseguido por decisões acções ou actos passados. Disposição de negociar (regatear)—Negociar para encontrar uma solução ou esperar que os outros ou Deus mudem alguma coisa em troca de outra. Depressão—Mostrar desespero, resignação e/ou alterações do estado de 5.3 Mágoa e dor da perda Embora milhões de pessoas estejam a passar pela experiência dos efeitos devastadores do HIV/SIDA nas suas vidas e dentro das suas comunidades, cada situação é diferente das outras e é própria de determinado indivíduo, nomeadamente espírito. Uma pessoa nessa fase pode perder a motivação para continuar a viver a sua vida diária, pode tornar-se letárgica e pode até mesmo actuar descuidadamente. o seu medo e insegurança. Não existem duas situações de aconselhamento que Aceitação—Vontade de confrontar a luta, adaptar-se às circunstâncias, ter sejam iguais; contudo, seguem-se descrições de reacções comuns à dor emocio- a capacidade para identificar os problemas e pensar mais racionalmente. nal que muitas pessoas afectadas pelo HIV/SIDA poderão sentir. [ 44 ] [ 45 ] Qualquer pessoa afectada pelo HIV/SIDA (uma criança que vá perder um Estabelecer a confiança encorajará também uma maior abertura, o que dos pais, uma pessoa com HIV que planeie o futuro ou uma pessoa com estabelecerá uma plataforma para uma boa relação. A confiança também SIDA declarada que enfrente a morte) mais provavelmente sentirá uma é estabelecida quando o(a) doente vê que o seu conselheiro se preocupa ansiedade e temor profundos em relação ao futuro e confrontará a rejeição, sinceramente com a sua situação, e sente que os seus interesses são postos a dor ou a morte. em primeiro lugar, e que esse conselheiro tem confiança na sua capacidade de tomar boas decisões. Uma pessoa que esteja a passar pelo processo de sofrimento ou a sofrer com ansiedade ou receio pode também sentir sintomas físicos, tais como Se o indivíduo ainda não informou as outras pessoas com quem tem rela- dificuldade em dormir, perda de apetite, incapacidade para se concentrar, ções de que podem correr o risco de ter contraído o HIV, encoraje-o(a) a falta de energia, sentimento de pânico, dores de estômago, dores de cabeça informar essas mesmas pessoas do risco logo que possível, a fim de evitar a ou tensão muscular. Estas reacções são naturais e acontecem durante transmissão da doença. emoções extremas vividas muitas vezes no meio de uma crise. Devem ser informadas as seguintes pessoas: 5.4 Sugestões para as relações compassivas • O cônjuge Preparação para o relacionamento • Os pais (especialmente no caso duma pessoa jovem) Para se relacionar da melhor maneira com alguém que lute contra os efeitos do HIV/SIDA: • Reze para que Deus lhe prepare o caminho, oferecendo a sua ajuda de maneira sensata e compassiva para ajudar a aconselhar e a consolar a pessoa afectada. • Estude os factos relacionados com o HIV/SIDA, tal como de que maneira é transmitido, evitado e testado. • Tenha consciência das suas próprias experiências pessoais de perda e de sofrimento e das suas percepções sobre o HIV/SIDA. • Reconheça que prestar cuidados duma maneira sincera é uma forma de abençoar a pessoa que sofre. • O(s) parceiro(s) sexual(ais) presente(s) ou passado(s) O indivíduo pode ter receio ou sentir-se embaraçado por ter de contar a essas pessoas qual é o seu estado em relação ao HIV. Portanto, é necessário que o indivíduo seja encorajado a cumprir esta responsabilidade. O conselheiro pode também ajudar a elaborar um plano no qual se especifique quem deverá ser informado e de que maneira, mas cabe ao indivíduo a responsabilidade de informar todas as pessoas. Escutar bem e prestar atenção ao que disse o doente Ouvir com atenção ajudá-lo-á a: • Compreender aquilo que a pessoa está a transmitir e a sentir. Não deixe que o medo de não saber o que fazer ou de uma inépcia social • Prestar assistência à pessoa esclarecendo o problema. perante a situação o(a) impeça de ajudar alguém. • Identificar soluções possíveis para o problema. Manter o sigilo e estabelecer a confiança com o doente Escutar pode ser um acto ao mesmo tempo activo e passivo Devemos partir do princípio que tem que ser mantido o sigilo no que diz Escutar passivamente: respeito ao estado dum indivíduo em relação ao HIV e às informações Permitir que a pessoa fale sem ser interrompida. pessoais desse indivíduo, a menos que sejam recebidas instruções contrárias por parte desse indivíduo. O compromisso de manter o sigilo é importante Escutar activamente: porque o estado duma pessoa em relação ao HIV pode afectar o seu Fazer perguntas para ajudar as pessoas a esclarecer e a comunicar os seus trabalho e as suas relações. sentimentos. Além disso, repetir e parafrasear aquilo que a pessoa disse pode ajudar a certificar-se de que compreendeu e dar a entender que estava [ 46 ] [ 47 ] a escutar. Será bom fazer isso em determinadas alturas da conversa, quando a pessoa estiver a relembrar emoções, actos ou eventos importantes. Discutir o futuro Um indivíduo que tenha que se debater com a realidade do HIV/SIDA pode não ter a capacidade ou a motivação para se preparar para o futuro. Fazer perguntas que possibilitem respostas mais informativas Um conselheiro pode ajudar o indivíduo nesse processo à medida que As perguntas que possibilitam respostas mais informativas em vez daquelas for sabendo mais sobre a sua vida. Isso poderá incluir preparativos para que implicam responder só com “sim” ou “não” incentivam as pessoas a a perda gradual da saúde, fazer planos para os membros da família, enfren- dar mais informações e revelam mais sobre os seus sentimentos. Isso ajuda tar a diminuição dos rendimentos do agregado familiar e preparar-se para a compreender qual é a causa de certos sentimentos como o desencora- a morte. jamento, se essa informação não era conhecida antes. Exemplos: “O que é que vai fazer em relação a ...?”, “O que é que acha de ...?” ou “Há medidas É importante que a família de uma pessoa com HIV/SIDA considere planear específicas que tenha tomado em relação a...?” para a sua morte. Isso ajudará a trazer conforto para a dor e apresenta uma oportunidade para a reconciliação com Deus, os familiares e os amigos. Dizer a verdade Não dê garantias falsas a uma pessoa que esteja a sofrer. É importante Aplicar a Escritura Sagrada à situação dizer a verdade acerca da situação (situação em relação ao HIV, condições Em tempos de dor e de sofrimento, seguir a Palavra de Deus pode trazer de saúde, problemas de relacionamento, dificuldades financeiras, etc.). o consolo, o fortalecimento e a paz. Através da Bíblia, Deus deu-nos Informações verdadeiras ajudá-lo-ão a lidar com a situação realisticamente, instruções perfeitas e sensatez para enfrentarmos todas as situações. A tanto emocionalmente como para a tomada de decisões. Escritura Sagrada também nos pode orientar para lidarmos com certas situações e tomadas de decisão. Em momentos de fortes emoções, muitas Ajudar a reconciliação das relações com outras pessoas vezes, perde-se a perspectiva e os conselhos podem não ser os melhores. Convença a pessoa a perdoar e a restabelecer os laços cortados com outras A Bíblia é como um suporte que nos dá uma sabedoria justa e duradoura e pessoas na sua vida. A solidariedade, a intimidade e as relações acertadas uma paz eterna. darão esperança e paz à pessoa que se sente devastada pelo HIV/SIDA. Rezar e oferecer esperança A reconciliação é importante em situações relacionadas com o HIV/SIDA, “Orai sem cessar! Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus para uma vez que o HIV/SIDA cria conflitos com frequência. Muitas vezes, as convosco, em Cristo Jesus” (1 aos Tessalonicenses 5:17-18). pessoas com HIV são abandonadas ou desprezadas pela família ou pela comunidade, ou isolam-se porque se sentem vencidas, deprimidas ou A oração será a coisa mais importante e frutífera que qualquer conselheiro receosas da reacção das outras pessoas à sua doença. Deus criou-nos para ou amigo pode fazer por ou com esse doente. É o desejo de Deus que os vivermos em relações com outras pessoas e reconciliados com elas. Um seus crentes estejam em constante comunicação e comunhão com Ele. Ele conselheiro pode servir de mentor ou de mediador nesse processo. ouve os pedidos de misericórdia. Antes de rezar com uma pessoa, pergunte se ela concorda e dá a sua permissão. Quando estiver afastado(a) da pessoa reze por ela e peça a Deus que lhe dê orientação e sabedoria no seu relacionamento com ela. [ 48 ] [ 49 ] É através da oração que Deus dará esperança e transformará os corações e os comportamentos das pessoas, restabelecerá as relações cortadas e dará orientação para a tomada de decisões importantes. Quando os crentes apresentam as suas preocupações a Deus através da oração com uma atitude de gratidão, Deus promete que “Então, a paz de Deus, que ultrapassa tudo o que a mente humana pode naturalmente compreender, conservará o vosso espírito e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7). Dar o amor e a esperança de Cristo àqueles que sofrem de HIV/SIDA é verdadeiramente a única mensagem de esperança real em tal crise. Demonstrar o amor de Cristo pode proporcionar uma verdadeira paz, restabelecimento e reconciliação. [ 50 ] Notas Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA World Vision International Editor executívo: Ken Casey Investigação: Brooke Anderson Ilustração da capa: Bulldog Drummond A transbordar de esperança Fé e resposta na era do HIV e da SIDA 800 West Chestnut Avenue Monrovia, CA 91016-3198 U.S.A. 6 Chemin de la Tourelle 1209 Geneva, Switzerland 51810_0306 www.wvi.org 51810 Hope Cover 05_POR.indd 1-2 Um Manual para o Pessoal da World Vision Um recurso fornecido pela Iniciativa Esperança contra o HIV/SIDA 3/13/06 10:57:51 AM