8 Vida O Estado do Maranhão - São Luís, 1º de setembro de 2010 - quarta-feira Vida [email protected] Estátua A cantora Rihanna ganhou uma estátua no famoso museu Madame Tussauds, em Washington D.C.. O lançamento foi ontem, mas ela não participou, Fotos/Divulgação pois estava no Havaí. Antes da viagem, na semana passada, a cantora deu uma conferida na obra. A cópia veste espartilho preto rendado, jaqueta e calças da mesma cor e salto alto. "Quase cinqüentona, macia, cheirosa e gostosa" Xuxa à QUEM sobre como se sente, hoje Nanotecnologia é a aposta dos cientistas no combate ao câncer Estudiosos brasileiros têm obtido 95% de índice de cura da doença em testes com animais aliando a fotodinâmica à nanotecnologia, que traz também menos efeitos colaterais; estudos se multiplicam e reacendem a esperança de doentes iG Chris Bertelli Do iG S ÃO PAULO - As nanopartículas, moléculas 90 mil vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo, são a grande aposta da ciência para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais de uma das doenças mais temidas da atualidade: o câncer. Aliando a fotodinâmica - aplicação de luz no combate às células cancerígenas, uma técnica largamente utilizada desde 1970 em outros países - à nanotecnologia, cientistas brasileiros têm obtido índices de cura de 95% em testes com animais tratados por câncer de pele. A associação entre essas duas terapêuticas têm sido a chave do sucesso. A previsão do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de que, só este ano no país, 113.850 brasileiros desenvolvam câncer de pele não melanômico - uma forma menos agressiva da doença, que é mais comum em pessoas com mais de 40 anos e em brancos. "Já estamos em fase clínica, mas esse tratamento, para ser administrado, depende da autorização do Comitê de Ética em Pesquisa", explica o coordenador do Centro de Nanotecnologia da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, Antonio Claudio Tedesco. "Seu tamanho ínfimo permite que as partículas penetrem com maior especificidade e seletividade usando quantidades infinitamente menores de remédio, com menos danos aos tecidos normais", diz. Com isso, ganha-se eficiência já que é possível atuar em uma área maior. "Fazendo um paralelo com grãos de areia, quanto menor for o tamanho, maior será a Experiências feitas com pele artificial em soluções cor-de-rosa e verde quantidade de grãos possível de inserir em algum lugar", explica Tedesco. "O resultado é maior e não há efeitos adversos", afirma a coordenadora de dermatologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Cassilda da Silva de Souza. A primeira etapa está no composto fotoativo, que pode ser feito quimicamente ou, de acordo com novas pesquisas, extraído da clorofila de plantas como o espinafre, por exemplo. A matéria-prima é encaminhada ao Centro, onde recebe tratamento nanotecnológico e é transformada em creme. Essa emulsão é aplicada no local da lesão cancerígena. Duas ho- ras depois, as moléculas viram fotoativas, ou seja, passam a ser capazes de absorver luz. Neste momento, a região é irradiada com laser (luz vermelha), a molécula reage com o oxigênio formando um radical livre, que vai desencadear a morte da célula doente. "O que a terapia fotodinâmica descobriu é que produzir grande quantidade de radical livre em uma única célula com câncer vai levála a morte", relata Tedesco. "O efeito é o de uma queimadura solar. A célula sofre um edema e o processo inflamatório mata aquela célula, que é removida, dando lugar a uma nova", complementa. O mecanismo de ação não consegue migrar de uma célula para outra, tornando esse método seguro e sem efeitos colaterais. As células sadias vizinhas têm um funcionamento próprio de proteção e não morrem. A única recomendação é que o paciente evite a exposição ao sol nas 24 horas após a aplicação e que faça um acompanhamento freqüente da lesão. Mas o tratamento tem suas limitações e a principal delas é o estágio em que o câncer se encontra. "Não é indicado para câncer com metástase, nem para tumores com mais de três centímetros. Além disso, não tem efeito se utilizado sobre o melanoma. A cor preta dessas lesões, tonalidade que absorve todos os comprimentos de onda, torna impossível ativar o fármaco", explica Tedesco. Segundo Cassilda Souza, a gama de tumores de pele tratáveis por esse método é de no máximo 30%. "Há essa limitação porque nós utilizamos a droga mais a luz e a pele tem um bloqueio natural contra a ação da luz. Dessa forma, temos uma parte controlada, que é a do medicamento, e outra não, a da luz", afirma. Outro ponto salientado pela dermatologista é a questão do tratamento único.