Dinâmica da Terra

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A DINÂMICA DA CROSTA TERRESTRE
Ao longo dos tempos as pessoas formularam
diferentes teorias para explicar a origem do Universo, da
Terra, da vida, dos seres humanos. A forma do Universo
e sua dinâmica já foram explicadas por teorias
filosóficas, científicas e religiosas. Algumas teorias
afirmam que o Universo sempre existiu, é eterno e
estável. Com base nessa visão, não cabe falar em origem
e evolução do mundo.
Atualmente, de acordo com os conhecimentos
de que dispomos, a teoria mais aceita sobre a origem do
Universo é a do Big Bang (Grande Explosão). Ela é fruto
de uma sequência de descobertas, hipóteses e de
numerosas pesquisas que continuam sendo feitas por
astrônomos, físicos, astrofísicos, matemáticos e outros
cientistas.
Em 1929, o astrônomo Edwin Hubble descobriu
que as galáxias que formam o Universo estavam se
afastando umas das outras. Observou também que,
quanto mais distante a galáxia, mais rápido é seu
afastamento. Conclui-se daí que: se as galáxias estavam
se afastando, é porque deveriam ter estado juntas,
quando tudo começou.
No fim da década de 1940, levantou-se a
hipótese de que a expansão do Universo estaria
ocorrendo devido a uma Grande Explosão (em inglês, Big
Bang), ocorrida há aproximadamente 15 bilhões de anos.
No início, todos os planetas estavam apertados em uma
espécie de "embrião cósmico", extremamente quente,
talvez mil vezes mais quente que o Sol.
O nosso planeta é um corpo celeste, que,
juntamente com os outros sete (antes oito, visto que
Plutão deixou de ser classificado como planeta sendo
rebaixado para planeta anão) planetas, gira ao redor do
Sol e que fazem parte de uma galáxia denominada Via
Láctea, que possui inúmeras outras estrelas.
A origem da Terra
O nosso planeta, incluindo a camada superficial
em que vivemos, é um sistema dinâmico no qual
diversos fenômenos naturais ocorrem frequentemente.
Alguns desses eventos podem ser observados no dia-adia: as chuvas, as mudanças no tempo atmosférico, as
ondas, as marés, os ventos, os movimentos das nuvens,
etc. Outros ocorrem mais raramente e, algumas vezes,
estão associados a calamidades ou catástrofes: furacões,
enchentes,
terremotos,
maremotos,
erupções
vulcânicas, grandes períodos de secas em alguma região,
etc.
A Terra, portanto, não é um objeto inerente, e
sim um planeta em constante mudança e no qual os
eventos se relacionam globalmente. Essa compreensão é
essencial para que percebamos nossa responsabilidade
sobre o planeta, principalmente no que diz respeito às
questões ambientais. Como em todo sistema físico, o
elemento que movimenta essa dinâmica é a energia.
Existem duas principais fontes de energia que influem
sobre o nosso planeta: a irradiação solar, que é a mais
importante, e a energia oriunda do interior da Terra.
Sem a energia solar não existiria vida na Terra.
Ela é a responsável, entre outras coisas, pelas
temperaturas na superfície terrestre, pelos ventos, pelo
ciclo da água e até mesmo pelo crescimento dos
vegetais.
A energia oriunda do interior do planeta é
responsável pelo vulcanismo, pelos terremotos e
maremotos, pelos dobramentos que deram origem às
cadeias montanhosas, pela tectônica das placas, etc.
A história geológica da Terra teve início há cerca
de 4,6 bilhões de anos e a teoria que explica a origem do
planeta é apenas uma hipótese.
Uma vez lançado do "útero cósmico", o embrião
do que viria a ser a Terra começou o seu processo de
formação.
No início, o nosso planeta foi, muito
provavelmente, uma grande massa incandescente, que
apresentava em alguns pontos frias camadas rochosas.
Envolta em gases, a Terra sofria ataques de pedaços de
rochas, talvez restos de planetas mais antigos. Eram os
meteoritos, que abriam grandes crateras na superfície
terrestre.
Com o passar do tempo, a crosta tornava-se
mais grossa, ao mesmo tempo que perdia pequenos
pedaços que afundavam no manto derretido e se
fundiam novamente.
Quando isso acontecia, eram emitidos nuvens de
gases que envolviam nosso planeta. Essa "primeira
atmosfera" da Terra caracterizou-se por não conter
oxigênio.
Vulcões lançavam lava e gases sobre a superfície
que se formava. As lavas ajudavam a engrossar a crosta.
Os gases eram lançados na atmosfera juntamente com o
vapor proveniente do resfriamento da Terra. As nuvens
formadas condensavam-se e caíam as primeiras chuvas
que se acumulavam na crosta já resfriada, formando
lagos e os primeiros oceanos. Nessa ocasião, sem que se
saiba o motivo, formaram-se duas crostas bem distintas
entre si: uma continental e outra oceânica.
Posteriormente, surgiram os primeiros continentes e
montanhas.
A primeira divisão formou dois continentes: a
Laurásia ao norte, e a Gondwana, ao sul. A partir daí, as
divisões foram se sucedendo até os continentes
atingirem a configuração atual.
Origem dos continentes
A atual configuração dos continentes na
superfície terrestre originou-se de um processo que
resultou na fragmentação e no afastamento das terras
emersas, a partir de um bloco único denominado
Pangéia.
Duas teorias, que se completam, procuram
explicar as etapas desse processo, responsável também
pela formação do relevo terrestre e pelas
transformações que ocorrem na crosta que são: a Teoria
da Deriva dos Continentes e a Teoria das Placas
Tectônicas.
Teoria da deriva dos continentes
Defendida pelo geofísico alemão Alfred
Wegener, em 1912. Segundo Wegener, originalmente
havia uma única grande massa continental, a Pangéia
("toda a Terra"), cercada por um único oceano, o
Pantalassa. Na Era Mesozóica, há 135 milhões de anos, o
"supercontinente" teria começado a se fragmentar
sucessivamente.
Wegener não definiu muito bem as causas do
"passeio" dos "pedaços" da crosta pelo magma pastoso
que estava sob eles. Sugeriu que poderia ter sido
ocasionado pelas marés ou pelo movimento de rotação
da Terra.
Apesar de Wegener ter prosseguido em seus
estudos, ele não conseguiu provar todas as suas ideias.
As maiores evidências eram as identidades geológicas e
de vida animal e vegetal entre os continentes.
As coincidências apareciam entre a América do
Sul e a África, entre a América do Sul e Austrália, entre a
Europa e América do Norte e entre Austrália, África e
Índia.
Na comunidade científica da época, poucos
davam crédito às idéias de Wegener. Muitos as
consideravam fantasiosas e a deriva dos continentes
acabou esquecida durante anos.
A possibilidade de ter acontecido uma "deriva
dos continentes", na história da Terra, voltou a ser
considerada quando novas técnicas foram desenvolvidas
e utilizadas na fabricação de novos aparelhos e
instrumentos que permitiram conhecer melhor o fundo
dos oceanos.
Na década de 1960, os geólogos americanos
Harry e Robert Dietz conseguiram a explicação para o
que tanto intrigava Wegener. A resposta estava no
fundo dos oceanos.
Depois da descoberta de que as rochas situadas
no centro do assoalho submarino são mais recentes do
que as que se encontram nas bordas continentais,
chegou-se à conclusão de que verdadeiras "esteiras
rolantes"
submarinas
são
responsáveis
pela
movimentação das placas tectônicas.
Ao longo das grandes cordilheiras submarinas
(dorsais oceânicas), abrem-se fendas por onde passa o
material magmático que, após resfriar-se, forma uma
nova crosta, causando a expansão do fundo do mar.
Teoria das placas tectônicas
A teoria de Wegener sobre a deriva continental
e as descobertas sobre a expansão do fundo dos
oceanos permitiram a elaboração da Teoria das Placas
Tectônicas.
Segundo essa teoria, a crosta terrestre está
dividida em placas, de espessura média de 150 km, que
flutuam sobre um substrato pastoso - a astenosfera.
As seis maiores placas tectônicas são:
Americana; do Pacífico; Antártica; Indo-Australiana,
Euro-Asiática e Africana. Existem outras menores, como
a Nazca, a do Caribe, a de Cocos, a da Grécia, a Arábica,
a da Anatólia, a Iraniana, a das Filipinas e outras.
Os continentes movem-se mais ou menos um
centímetro por ano e, no fundo dos oceanos, novas
"crostas" se formam. É justamente na região de
encontro entre uma placa e outra que ocorrem esses
fenômenos e as conseqüentes modificações na crosta
terrestre. Por isso é que as regiões mais sujeitas a
fenômenos como vulcanismo e terremotos, como o
Japão, a Califórnia, o México, entre outras, estão
situadas no limite das placas tectônicas.
As áreas mais estáveis, como, por exemplo, o
território brasileiro, localizam-se no interior das placas.
Os limites das placas tectônicas, ou seja, os pontos de
encontro entre as placas, estão em movimento. Esses
movimentos, entretanto, não acontecem da mesma
forma. Por isso, podemos considerar três tipos principais
de limites entre as placas tectônicas. Cada um deles dá
origem a um tipo de atividade geológica.
Tipos de atividades geológicas
Zonas de Convergência: são aquelas onde as
placas tectônicas convergem e colidem. Uma delas
sempre mergulha por debaixo da outra e retorna a
astenosfera. Um exemplo prático é a Cordilheira dos
Andes, na América do Sul;
Zonas de Divergência: são aquelas onde as
placas tectônicas estão em processo de separação, o
material magmático escapa pelas fendas que se abrem
no revestimento externo da Terra e forma-se um novo
assoalho oceânico.
Zonas de Transformação: são aquelas onde as
placas tectônicas se resvalam, ou seja, uma placa desliza
horizontalmente ao lado da outra, ao longo de uma linha
conhecida como falha de transformação. Quando duas
placas se resvalam, os blocos de rocha se atritam,
podendo causar grandes terremotos na superfície
terrestre. A falha de San Andreas, na Califórnia, é o mais
conhecido exemplo resultante desse tipo de limite.
O Tectonismo
São os deslocamentos lentos das imensas placas
que compõem a crosta terrestre. Esses movimentos das
placas tectônicas pode ser vertical ou horizontal.
Quando é vertical (epirogênise), levanta ou
abaixa a crosta durante um prolongado espaço de
tempo. É o que ocorre, por exemplo, na pensínsula
Escandinava, no norte da Europa, que se eleva alguns
centímetros todo ano. Quando o movimento de uma
placa em relação a outra é horizontal (orogênese), uma
caba entrando embaixo da outra (a chamada
subducção). É o processo que resulta na formação das
imensas cadeias de montanhas e de fossas, as áreas
mais profundas do planeta
O Vulcanismo
Localizados, sobretudo, nas áreas de encontro
das placas tectônicas, os vulcões são fendas na crosta
terrestre por meio das quais o magma, o material em
estado líquido-pastoso vindo do manto, atinge a
superfície. Eles podem ser submarinos ou atingir grandes
altitudes, como o Lascar, no Chile, com mais de 5 mil
metros de altura
Abalos Sísmicos
São tremores na superfície terrestre causados
palo movimento das placas tectônicas ou em virtude da
grande energia liberada pelo vulcanismo. Eles se
propagam em ondas pelas rochas, atingindo regiões
distantes do epicentro (ponto na superfície da Terra
diretamente acima do local onde se registra a maior
intensidade do tremor). Quando os abalos sísmicos
ocorrem nas áreas continentais, recebem o nome de
terremotos; se acontecem no fundo do oceânico, são
batizados de maremoto. Esses últimos podem causar os
terríveis tsunamis, ou ondas gigantes.
Tremores no Brasil
A ideia propagada por muito tempo de um Brasil
essencialmente estável, livre da ocorrência de
terremotos, é errônea. A sismicidade brasileira é
modesta se comparada à da região andina, mas é
significativa porque aqui já ocorreram vários tremores
com magnitude acima de 5 graus na escala Richter,
indicando que o risco sísmico em nosso país não pode
ser simplesmente ignorado.
Dezenas de relatos sobre abalos de terra
sentidos em diferentes áreas do país, e eventos como o
de Pacajus, no Ceará, em 1980 (magnitude 5,2) e a
atividade de João Câmara, no Rio Grande do Norte, em
1986 (5,1) mostram que os sismos, também no Brasil,
podem trazer danos materiais, ocasionar transtornos à
população e chegar, em alguns casos, a levar pânico às
pessoas.
Terremotos de mais de 5 graus na escala Richter
acontecem no Brasil, em média, a cada cinco anos, de
acordo com o IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas) da USP. Na noite 22/05/08 um
terremoto de 5,2 graus na escala Richter assustou a
população de cidades de ao menos quatro Estados.
Em 2007, um tremor chegou a atingir 6,1 graus
na escala Richter (segunda maior magnitude registrada
no Brasil) no Acre. Mas, como ocorreu a cerca de 500 km
de profundidade, quem vive na área envolta do
epicentro do tremor nem sentiu os abalos. O maior
terremoto já ocorrido no Brasil foi em 1955, na cidade
de Porto dos Gaúchos, em Mato Grosso, que atingiu 6,2
graus na escala Richter.
Na costa brasileira, terremotos de mais de 5
graus a cada 15 ou 20 anos de acordo com o Laboratório
Sismológico. O último terremoto desta magnitude na
costa do Brasil ocorreu há 16 anos, próximo ao Rio
Grande do Sul. Outros ocorreram em 1939 em Santa
Catarina, em 1955 no Espírito Santo e em 1972 no Rio.
A região onde está localizado o epicentro do
terremoto do último dia 22 de maio é um foco comum
de tremores, de acordo com o Laboratório Sismológico.
O tremor ocorreu a 215 km de São Vicente, local cortado
por uma falha geológica. Os tremores na região ocorrem
devido à acomodação dessas falhas.
A tensão vai se acumulando conforme os lados
opostos da falha vão atritando. Essa tensão é liberada
em forma de tremor. A diferença desse tremor e os que
ocorrem comumente é de que ele teve uma magnitude
pouco comum para o território nacional, de 5,2 gruas na
escala Richter.
Os terremotos brasileiros são de baixa
magnitude devido à posição do país em relação às placas
tectônicas (no centro da placa sul-americana). Os
tremores acabam sendo mais fracos, mas, por outro
lado, são mais superficiais.
A baixa profundidade do epicentro pode agravar
o efeito dos tremores. Quando a profundidade é baixa a
movimentação das placas chega com mais força à
superfície podendo causar mais estragos.
Esse é um dos fatores que explica, por exemplo,
os danos causados pelo terremoto que atingiu
Itacarambi (norte de Minas) em dezembro do ano de
2007. O tremor, de 4,9 graus na escala Richter, derrubou
casas e causou a morte de uma menina de 5 anos, a
primeira e única ocorrência do tipo no Brasil. Em outros
casos o abalo tem uma magnitude mais alta, mas é
menos sentido devido à profundidade do epicentro.
Forças Externas
Também chamadas de exógenas, são as forças
que modelam o relevo terrestre. O principal agente
nesse grupo é o intemperismo, processo de degradação
das rochas provocado pela ação de fenômenos diversos,
como chuva, vento, gelo e o movimento das ondas. Ele
pode ser de dois tipos: intemperismo químico, quando
as rochas mudam de composição química sob a ação da
água; e intemperismo físico, que pode se dar de várias
formas. Por exemplo: quando as rochas sofrem
mudanças por causa de contrastes térmicos entre dia e
noite; quando as ondas do mar provocam desgaste em
paredões litorâneos, dando origem as falésias; ou no
caso de sulcos na terra provocados por chuvas
abundantes (erosão pluvial). Os fiordes na península
Escandinava, no norte da Europa, também são outro
exemplo do intemperismo: eles são formados pelo
deslocamento das geleiras e pelo desgaste que elas
provocam na montanhas.
Por fim, é bom lembrar que os sedimentos dos
processos erosivos acabam sendo depositados em
outras regiões, que, assim, também têm seu relevo
alterado.
As Rochas
Além dos movimentos internos da Terra e do
intemperismo, outro fator é decisivo na formação dos
tipos de relevo: as rochas. Afinal, são elas que,
submetidas a toda sorte de intempéries, reagem de
diversas maneiras aos fatores erosivos, de acordo com
sua composição. Elas podem ser de três tipos:
As rochas magmáticas ou ígneas são resultado
da solidificação do magma. Dividem-se em duas
categorias: as extrusivas, como basalto, que são
formadas com o resfriamento rápido do magma na
superfície terrestre; e as intrusivas, como o granito, que
são resfriadas, lentamente, dentro da crosta terrestre.
As rochas cristalinas são um subtipo dentro das
magmáticas;
As rochas sedimentares são formados pelo
acúmulo de detritos de outras rochas e por detritos
orgânicos. Essa deposição é feita em camadas, por isso
se observam estratos horizontais nas rochas. O calcário,
presente em cavernas, o arenito e o carvão são
exemplos de rochas sedimentares;
As rochas metamórficas são o resultado da
transformação das rochas magmáticas, sedimentares ou
mesmo de outras rochas metamórficas, por processos
químicos e físicos nas grandes profundidades da Terra. O
mármore, por exemplo, é formado a partir do calcário
quando esse é submetido a altas temperaturas e
pressão.
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