Estética de Kant

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Estética de Kant e
idealismo alemão
Curso de Estética da Comunicação
Faculdade de Comunicação - UNB
Gabriela Freitas, Gustavo de Castro e Roberta Simon
15 de setembro de 2008.
História da Arte
Arte na Idade Moderna
* Renascimento (1450)
* Maneirismo
* Barroco (1600)
* Rococó (1750)
* Neoclassicismo
* Romantismo (1830)
* Idealismo
* Impressionismo (1850)
* Simbolismo (1880)
* Fauvismo (1905-1920)
* Expressionismo (1905)
* Cubismo
* Bauhaus, Construtivismo Russo (1913-1930)
* Dadaísmo
* Surrealismo
* Expressionismo abstrato
* Pop Art
Referências do Iluminismo
Jefferson
Lock
Montesquieu
• Locke: todas as manifestações do espírito se
reduzem a sensações. Sensação como fonte
de conhecimento, acompanhada de
repercussão afetiva, constituindo o elemento
essencial daquilo a que se chama o belo
• Descartes: o belo é o verdadeiro, distinto e
claro, revelado por idéias inatas. A arte é a
imitação idealizada da natureza.
Contexto do Iluminismo
• Movimento artístico também denominado
Ilustração ou Filosofia das Luzes.
• Os princípios estão relacionados ao comércio, uma
das principais atividades econômicas da burguesia.
• Sistema filosófico que aproxima do pensamento
toda existência
• Concepção estética na qual se deve buscar a
expressão do ideal acima do real
• Atitude que consiste em subordinar o pensamento
e a conduta a um ideal
Contexto do Iluminismo
I. Igualdade
II. Tolerância religiosa ou filosófica
III. Liberdade pessoal e social
IV. Propriedade privada
Combatia:
I. o absolutismo monárquico
II. o mercantilismo
III. a autonomia intelectual
Idealismo lingüístico
• Criamos o mundo que habitamos ao
empregar categorias lingüísticas e sociais
cuja existência não é independente da
mente.
• A dificuldade consiste em dar uma forma
literal a essa perspectiva que não entre em
conflito como o fato óbvio de que não
criamos mundos, mas sim de que estamos
em um.
KANT
Nasceu em Königsberg,
atual Kaliningrado,
em 22 de abril de 1724.
Não casou, nem teve
filhos, falecendo em
1804 aos 80 anos.
Kant
• Aos 16 anos entrou para a Universidade de Königsberg,
onde estudou até os 21 principalmente matemática e física.
• Com a morte de seu pai, Kant se viu obrigado a buscar
meios imediatos de se manter. Suspendeu estudos
universitários e ganhou a vida como tutor particular por 9
anos. Bem-sucedido, pôde conviver com a sociedade mais
influente e refinada de seu tempo.
• Em 1755, pôde completar seu doutorado.
• Cedo já lecionava sobre física, matemática, lógica,
metafísica e filosofia moral. Ensinou até sobre fogos de
artifício, fortificações e geografia física.
Experiência para Kant
• São 3 as modalidades da experiência:
• A Cognoscitiva: conhecimento intelectual propriamente
dito, inseparável dos conceitos, mediante a qual formamos
idéias das coisas e suas relações.
• A Prática: fins morais com os quais agimos na vida. Ética,
lei, direito.
• A Experiência Estética: É uma atitude de caráter
contemplativo, que agrada sem a necessidade de conceitos
(aconteceptualidade: aquilo que não é determinado por
conceitos = conceito de acontecimento), é desinteressada
(contemplativa) e autotelia (que tem finalidade intrínseca a
si mesmo).
Kant e as Artes
• Influenciou o Romantismo e Idealismo nas artes,
que pregava idéias de que ―pintar é sentir‖.
Traziam imagens arrebatadoras em esplendor
neobarroco, efeitos plásticos das personagens, o
olhar sobre o infinito, dor metafísica, nostalgia e
enquadramento total do quadro, idealismo e
estimulante das emoções e ânimos. ―Não importa
o tipo da emoção, mas sim a sua profundidade‖.
• Após, surgiu Naturalismo e Realismo (1840-1880).
Pintura usada como panfleto político:
A liberdade Conduzindo o Povo, 1830. E. Delacroix
Influências
• Kandinsky nas artes e Woning na arquitetura.
Estética que influenciou Kant
• O que caracteriza a Estética não é simplesmente o
estudo do belo mas o efeitos provocados (sob
certas condições) tanto pelas obras quanto pelos
homens.
• Efeito=deleite.
• O que caracteriza a Estética não é simplesmente o
estudo do belo mas o efeitos provocados (sob
certas condições) tanto pelas obras quanto pelos
homens.
Estética que influenciou Kant
• Segundo os antigos, Ver e Ouvir (imagem e som)
desempenham função primordial nesse efeito=deleite.
• Mais próximo do sentimento que da razão essa visão
interior é uma capacidade inata. Todos possuem. Ela pode
ser associada a imaginação. Cinema mental. É essa visão
que permite o deleite. É um prazer do espírito. O espírito é
quem vê!
• Ao julgarmos, segundo o que nos agrada e desagrada,
nasce o juízo de gosto.
Estética que influenciou Kant
• O belo que não reside na impressões visuais ou auditivas;
manifesta-se principalmente por intermédio delas através
de uma visão interior.
• É Belo aquilo que possui a dimensão da beleza. Dimensão
aberta do espírito através da sensibilidade. O Belo não é
captado pela faculdade do conhecimento intelectual.
• Alexander G. Baumgarten (1750-1758): chamou de
Estética a relação Percepção – Sentimentos – Imaginação.
A disciplina Estética apareceu numa época em que ela era
marginalizada no corpo do conhecimento científico.
Estética de Kant
• Estuda o ATO DE CONSCIENCIA QUE
JULGA A BELEZA, e não o objeto.
• Não é possível estudar as características do Objeto
Belo.
• A Sensibilidade é um meio pelo qual intuímos os
objetos, as representações, a experiência sensível,
todas formas de sentir que organizam o espaço e o
tempo.
• A partir do século XVIII é que se separa a estética
da moral.
Estética de Kant
• Esses juízos não dão a conhecer realidades suprasensíveis como queria Platão. É a razão que
elabora os absolutos (Deus, Liberdade,
Finalidade) e que não podem ser objeto de
representação.
• A moral fundamenta-se no Dever (esteio da ordem
dos fins). Essa ordem que não é real mas ideal,
constitui a Esfera Superior do Espírito, da
causalidade livre ou da liberdade que participa do
absoluto.
Estética de Kant
• Juízo de Gosto – governado pela sensação de
prazer e desprazer, dominado pela imaginação
livre, aliada, talvez ao entendimento.
• Plotino á havia questionado a Beleza clássica,
estudando a beleza, o bem, o mal e o feio. Fala do
choque sensível da Beleza nos corpos.
“A alma fala dela sem dificuldade”!! (p. 65,
Suassuna). O corpo feio tem a alma encolhida,
estrangulada ao corpo.
Juízos de Kant (1º. Paradoxo )
• Juízo de conhecimento: ―Esta rosa é branca‖.
(Conceito de validez geral)
• Juízo sobre o agradável: ―Este alimento me
agrada‖. (Sensação, reação puramente pessoal do
sujeito, ausência de validade geral.)
• Juízo estético: ―Esta rosa é bela‖. (Sensação
agradável do sujeito, ausência do conceito, mas
exigência de validez universal)
Estética de Kant
• Estética é um juízo de gosto, do SUJEITO,
em relação ao objeto, diferente do juízo do
conhecimento que o sujeito emite conceitos
sobre o objeto.
Juízo Estético de Kant
• É uma reação pessoal do contemplador
• Não se baseia em conceitos
• Exige validez universal
2º. Paradoxo da estética de Kant
Subjetivo x Universal
• JE não se conforma que o quadro seja belo
apenas para si: quer que todo mundo goste
também. É u.s.c., porque toda Beleza nasce
necessariamente, em td H, da sensibilidade
ou imagem, aliada talvez ao entendimento.
• Há um jogo da satisfação e da imaginação
que harmonizam as faculdades causadas
pela sensação de prazer.
Imaginação para Kant
• A imaginação joga com o entendimento (conceitos) e a
sensibilidade (intuições).
• A Beleza é a finalidade das coisas, irredutível a conceitos
do Entendimento, simboliza a liberdade do espírito,
espelhada na própria natureza que apenas podemos sentir
esteticamente.
• A imaginação é para Kant o fundamento do juízo de gosto,
cabe a ela o papel de relacionar espírito e natureza, o
interior com o exterior, as intuições com os conceitos.
• A poesia, escultura, teatro, literatura, arquitetura, pintura,
estimulam o pensamento quando provocam a imaginação.
3º. Paradoxo da estética de Kant
Interessado x Desinteressado
• Juízo sobre o agradável (JA)- há interesse a
satisfazer. ―Esse suco agrada‖.
• Juízo estético (JE) – prazer desinteressado.
A Beleza é a única satisfação desinteressada
e livre. Outras satisfações são o agradável e
o bem.
4º. Paradoxo da estética de Kant
Fim x Finalidade
• Fim - Ligado ao objeto, satisfaz pela
utilidade.―A máquina é boa‖.
• Finalidade – Ligado ao sujeito, satisfaz pela
harmonia, sem interesse, baseado no jogo da
imaginação e do entendimento.Se dá pela
apreensão da Forma do objeto. ―A flor é
bela‖.
Experiência estética de Kant
• Subjetivo: o sujeito que sente e julga (visão mais
estuda pela psicologia). O prazer sensível, os
impulsos, os sentimentos e emoções, síndrome de
Sthendal, etc.
• Objetivo: os objetos que condicionam o que
sentimos e julgamos. Valorizam os aspectos
materiais (sons, cores, linhas, volumes), as relações
formais (ritmo, harmonia, proporção, simetria); a s
formas concretas de espaço e tempo, capazes de
produzir efeitos.
Estética de Kant
• A satisfação gerada pela beleza é uma
satisfação subjetiva que nos parece objetiva.
• O sentimento de Beleza não procura
satisfazer nenhuma inclinação; é um
sentimento contemplativo que provoca um
prazer desinteressado.
• Finalidade é alguma coisa que o sujeito
descobre no objeto e que tem o dom de
excitar harmoniosamente suas faculdades.‖
Beleza aderente e Beleza livre
• Beleza aderente: aderem ao conceito que temos
dos objetos que representam.
• E a beleza das artes abstratas é livre: representam
formas puras – esta última seria a beleza
esteticamente pura – e se aproximaria mais da
estética dionisíaca de Nietzsche, que, além do
sentido visual, mexe com todos os outros sentidos.
• Nietzsche vai contra a idéia kantiana de pureza:
para ele, a obra superior é tanto apolínea quanto
dionisíaca.
...na comunicação
• Fotojornalismo – beleza aderente
• Fotopublicitária – pode ser beleza aderente e beleza livre
Sublime
• Baseia-se no juízo de gosto, no entanto, ele é informe e
infinito, excedendo a faculdade humana de percepção.
• O belo tem uma satisfação qualitativa, enquanto o sublime
tem uma satisfação quantitativa.
• O belo é um prazer puro, enquanto o sublime é um prazer
combinado que se faz em dois tempos: primeiro a
construção e depois o desenvolvimento das forces vitais. É
um prazer negativo de caráter subjetivo.
• A finalidade formal do objeto pra o belo está no objeto. O
sublime está apenas no ato de apreensão: não há objeto
sublime, só o sujeito que o vê é sublime.
Sublime
• O sublime não é mais que estados caóticos, sem relação
com o espírito, com o nosso espírito. Encontramos
desordem e devastação logo que há grandeza e potência:
integramos tudo isso no sublime que as nossas faculdades
fabricam e que nós segregamos
• A emoção do sublime é reportada pela imaginação quer à
faculdade de conhecer, quer à faculdade de desejar.
• Para Kant existe o sublime matemático (jogo da
imaginação, infinito, grandioso) e o dinâmico (vem da
força de oposição,oprimido).
• É um sentimento misto.
Idealismo Alemão
• Schiller e muitos pós-kantianos tentaram conciliar o
subjetivismo de kant ao objetivismo tradicional.
• Para Schiller, o mundo da arte e da beleza é um mundo de
aparência. No entanto, a aparência estética está em uma
hierarquia superior ao real. A realidade é obra das coisas, a
aparência (estética) é obra dos homens.
• Schelling: retorno neoplatônico à Estética metafísica –
caráter ideal da beleza.
• Para Schelling a beleza é a apresentação do infinito dentro
do finito. Para ele, pode-se dizer que existe beleza sempre
que se toca o ideal com o real.
Trágico e Cômico
• As noções de liberdade e necessidade são
muito importantes para o entendimento do
Trágico e do Cômico, sendo que surge um
ou outro conforme o homem se coloca
como sujeito ou objeto, o que deu origem,
no pensamento de Bergson, à visão do
Cômico como superposição do mecânico
(necessidade) ao vivo (liberdade).
Schilling
• o Bem que não é Beleza não é bondade absoluta, e
vice-versa. Porque o Bem em seu caráter absoluto
torna-se beleza: por exemplo, em todo espírito cuja
moralidade não se baseia na luta da liberdade com
a necessidade, mas que exprime a harmonia e a
conciliação absolutas.‖ Ele associa, portanto, a
beleza à moral, assim como faziam os gregos.
• Schelling ainda distinguiu a beleza transcendental
da beleza estética – ou beleza absoluta da beleza
reflexa.
• Ele compreendeu o mal e o feio tanto na vida
quanto na arte, como privações.
Hegel
Hegel
• Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Estugarda, 27 de
agosto de 1770 — Berlim, 14 de novembro de
1831) foi um filósofo alemão. Recebeu sua
formação no "Tübinger Stift" (seminário da Igreja
Protestante em Württemberg).
• Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e
Rousseau, assim como pela Revolução Francesa.
Muitos consideram que Hegel representa o ápice
do idealismo alemão do século XIX, que teve
impacto profundo no materialismo histórico de
Karl Marx.
Hegel
• Para Hegel, a Beleza se define como a manifestação
sensível da Idéia. ―A unidade da Idéia e da aparência
individual é a essência da Beleza e de sua produção na
Arte‖ (Suassuna, 2008: 87).
• Idéia é o mesmo que o Absoluto ou o infinito em
Schelling. Então veremos que é igual dizer: ―A Beleza é o
infinito representado através do finito‖ e ―A Beleza é a
Idéia representada através do sensível.‖
• Acredita no fundamento platônico da Beleza,
conceituando-a, até certo ponto, como exteriorização da
verdade.
Hegel
- distingue uma diferença entre a Verdade e a Beleza: A
verdade é Idéia enquanto considerada em si mesma, de
caráter universa. Quando a verdade aparece à consciência
na realidade exterior, e a Idéia permanece identificada e
unida com sua aparência exterior, então a Idéia não é só
verdadeira, mas bela. = Beleza como manifestação sensível
da idéia.
• Hegel critica Kant ao dizer que a beleza não tem conceito.
Como a beleza, para Hegel, é a manifestação da verdade,
ela se oferece ao pensamento conceitual.
•
Hegel
A idéia é a verdade, enquanto o ideal é a beleza – verdade
exteriorizada no sensível e no concreto. A idéia é a essência
profunda da realidade.
• Hegel aprimora os conceitos de liberdade e necessidade de
Schelling. Liberdade, em resumo é aquilo que a
subjetividade contém e pode captar em si mesma de mais
elevado. Liberdade é a modalidade suprema do Espírito.
Enquanto a liberdade permanece puramente subjetiva e
não se exterioriza, o sujeito se choca com o que não é livre,
como que é puramente objetivo, isto é, com a necessidade
natural.
Hegel
• Para Hegel, o estado natural do homem é a
contradição. E a suprema aspiração humana é
superar essa contradição, o que só é possível em
comunhão com o Absoluto, com a Idéia.
• Cabe ao homem o trágico destino de ser a ponte
entre as coisas e o espiritual (necessidade e
liberdade). A Beleza é uma das armas mais
poderosas que o homem tem para superar a
angústia e o seu destino trágico.
Tragico e cômico - Hegel
• ―Na Tragédia os personagens consumam sua ruína
como conseqüência do caráter exclusivo de sua
firme vontade, de seu opõem essencialmente … O
que caracteriza o Cômico… é a satisfação infinita,
a segurança que se experimenta, sentindo-se
elevada acima da própria contradição, em lugar de
ver nisso uma situação cruel e desgraçada.‖
• Tragédia é dominada pela vontade.
Belo para Hegel
• 1. A obra de arte não é produto da natureza,
mas do esforço humano; é criação humana
• 2. É criada para os sentidos do homem
• 3. Toda a obra de arte tem um fim em si.
Estética de Hegel
• Relação do ideal com a natureza.
• a arte simbólica - a idéia é incerta, confusa,
indeterminada; é uma idéia abstrata que
permanece no exterior, não é adequada à forma,
ou seja, a idéia está for a da forma. Não faz parte
da categoria do belo, mas do sublime.
• a arte clássica - a encarnação adequada da Idéia
faz-se numa forma adequada a essa idéia. Existe
na natureza um ser privilegiado aonde ocorre essa
harmonia: no homem.
Estética de Hegel
• A arte romântica - nessa arte, há recomeço na atividade da
Idéia, que manifesta a sua superioridade e a sua
inadequação essencial a todo o objeto finito e sensível.
Estabelece-se uma nova desarmonia. O espírito lembra-se
que é subjetividade infinida da idéia. O verdadeiro divino é
o que ultrapassa toda a encarnação artística, é uma
aspiração. O artista toma consciência da possibilidade de
cristalizar o infinito. Estamos falando da intimidade
espiritual da Idéia. A idéia aqui é uma aspiração. A música
é o verdadeiro símbolo dessa arte.
Comunicação
• A comunicação estuda esse idealismo através da
metodologia (criar um ―tipo ideal‖), da
estimulação do imaginário, tendo como base a
teoria da recepção, behaviorismo e todo o interesse
em atingir o público.
• Jornalismo literário
• Publicidade que ressalta o abstracionismo.
• Programas de rádio que provocam a contemplação
o ouvinte.
• Vídeos e fotografias não institucionais, mais
artísticas, poéticas e menos figurativas.
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